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Este é o último boletim IHU On-Line antes das férias da UNISINOS

Neste boletim, ressaltamos a entrevista do Prof. Dr. Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, até agora coordenador do Núcleo de Humanismo Social Cristão, além de coordenador do PPG de Filosofia, e que no dia 2 de janeiro assumiu a vice-reitoria da UNISINOS. A publicação desta entrevista quer expressar o desejo e a determinação do Instituto Humanitas Unisinos de contribuir na realização da missão e do credo da UNISINOS expresso de maneira clarividente no discurso de posse do Prof. Dr. Pe. Aloysio Bohnem, reitor da UNISINOS, e no pronunciamento do Pe. Guido Kuhn, superior provincial e presidente da mantenedora. O Instituto Humanitas, enfim, quer contribuir para que as incumbências da uma universidade da Companhia de Jesus sejam realizadas: ”unidade e integração do saber, reflexão teológica, diálogo com a sociedade, compromisso com a fé e a promoção da justiça” (cf. Peter-Hans Kolvenbach, “Os valores que revelam a marca inaciana”, publicado como encarte na UNISINOS em Revista, 2001, no. 68. Este importante pronunciamento foi distribuído aos e às participantes da cerimônia de posse da nova reitoria, no dia 2 de janeiro de 2002). Igualmente chamamos a atenção para a nota bibliográfica publicada no jornal francês Le Monde, 21-12-01, sobre o livro A Inveção da Autonomia. A Editora Unisinos acaba de publicar, numa primorosa edição, a tradução deste livro. A tradução e a publicação desta nota bibliográfica no IHU on-line quer sublinhar os importantes passos que a nossa editora está dando no sentido de se firmar entre as grandes editoras universitárias do Brasil. A todos e todas que participarão do Fórum Social Mundial convidamos para darem uma passada no stand do Instituto Humanitas Unisinos. A Profª. Vera Regina e a sua prestimosa equipe terão o maior prazer de brindar-lhes com um cafezinho. Desejamos a todos e todas colegas do Instituto Humanitas Unisinos boas férias!


GILSON SCHWARTZ Reproduzimos o artigo de Gilson Schwartz, economista, publicado na Folha de São Paulo, 30-12-01. Os subtítulos são nossos.

Transição para um novo ciclo

A sucessão de crises financeiras espetaculares que teve início no final do século 20 já não é só um fenômeno de "emergentes". Está em curso a mais séria inversão cíclica desde a crise de 29. Mais ou menos 70 anos depois, o fantasma de uma grande depressão parece cada vez mais real. Mas, para alguns economistas, a crise é mais uma prova da clarividência de Nicolai Kondratieff (1892-1938). Seguindo a sua visão de "ciclos de longo prazo", interpretam a crise atual, não como o prenúncio de uma depressão, mas como transição a um novo ciclo, cuja fase ascendente marcaria as próximas décadas. Historicamente, as grandes crises econômicas, ou seja, aquelas que afetam todo o sistema internacional, foram acompanhadas por transformações políticas de grande vulto. O liberalismo nasceu com a crise do sistema mercantilista colonial. O socialismo nasceu com as crises do capitalismo industrial. A crise atual já se dá no "interior" de um ciclo longo de transformação da economia industrial em economia da informação (a tal da "nova economia") e de "cyberempreendimentos". Haverá espaço, nesse contexto, para uma nova "ideologia de longo prazo" (o que antigamente se chamava de "utopia")?

Qual é a nova forma crítica de pensamento que emerge?

Qual seria o tom e o roteiro de uma forma crítica de pensamento e ação social, ou seja, fomentada pela própria crise? É cedo para dar palpites, mas alguns indícios tornaram-se fortes, nos últimos anos, acentuados pelos efeitos degradantes da "globalização neoliberal".


Como vetor do processo, surge uma "sociedade civil internacional", fruto maduro do onguismo. Essa sociedade civil planetária desenvolve indicadores, novos modelos de política econômica e social, novas formas de organização da sociedade, especialmente levando em conta a solidariedade com os excluídos do mercado. Um exemplo é o Observatório da Cidadania, representado no Brasil pelo Ibase (www.ibase.br).

O Fórum Social Mundial

Assim como o liberalismo, o socialismo e até mesmo o neoliberalismo nunca foram sistemas de um só autor ou vertente. Essa nova utopia de uma sociedade civil mundial é uma sopa de idéias e tendências políticas. Meio geléia geral, esse vetor de um novo tempo tem endereço: Porto Alegre, Brasil. É o Fórum Social Mundial, cuja segunda edição acontece daqui a um mês (informações no site www.forumsocialmundial.org.br/). A agenda econômica do fórum é reveladora do front nas atuais lutas pela reconfiguração de tendências internacionais. Lutas que, diante de catástrofes como a da Argentina, recolocam em primeiro plano antigas demandas do fórum, como a luta pelo imposto sobre movimentações financeiras transnacionais de curtíssimo prazo. Outros temas econômicos do Fórum Social Mundial: comércio internacional, corporações multinacionais, controle de capitais financeiros, dívida externa, trabalho, economia solidária, propriedade intelectual, ambiente, segurança alimentar, cidades, democratização das comunicações e da mídia, migrações, educação, organismos internacionais e arquitetura do poder mundial, soberania, nação e Estado, luta contra o complexo militar-industrial. A piora da economia global promete trazer para primeiro plano as questões sociais. A mobilização social correspondente já tem organização política embrionária, mas com visibilidade e projetos. Aliás, se os adeptos de Kondratieff estiverem certos, a reorganização da sociedade pode ser a condição crucial para que o potencial da nova economia comece a se realizar.


No dia 18 de janeiro, das 8h às 11h45min, acontece o seminário "O Trabalho Social do Jovem na Igreja", com o palestrante Prof. Dr. Hermann Steinkamp, da Universidade Católica de Münster, Alemanha. O evento, promovido pelo Curso de Pós-Graduação Especialização em Juventude, ocorre na sala 1C107 do Campus Universitário.

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Nesse CD-ROOM, criado pela DHnet - Rede de Direitos Humanos e Cultura, você pode acessar o maior e mais completo banco de dados de DH em língua portuguesa. Desenvolvido com os recursos mais modernos de multimídia, ele dispõe de um conjunto de conteúdos temáticos distribuídos através dos macrotemas Direitos Humanos; Desejos Humanos; Memória Histórica; Educação para os DH; Cibercidadania; Arte & Cultura; Central de Denúncias e Projeto DHnet. Essa imensa gama de dados contém cerca de 500 Mb de informações, distribuídas em 2500 páginas; 07 horas de vídeo; 03 horas de áudio e 3000 imagens. O preço de venda no Brasil é R$ 15,00 (quinze reais), incluindo o envio via correio. No Rio Grande do Sul, ele pode ser adquirido com Ricardo Balestreri 0**51 227.2215 e 9953.4575, ou Solon Viola 0**51 233.8741.

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A Diocese de Santa Maria, por meio do Projeto Esperança/Coesperança, juntamente com o Banco da Esperança, a Prefeitura Municipal de Santa Maria e a Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais SEDAI do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (Programa Economia Popular Solidária e Orçamento Participativo) realizaram a 131ª edição do Feirão Colonial Natalino. O evento aconteceu no dia 22 de dezembro de 2001. Trata-se de um espaço de integração regional entre os produtores urbanos e rurais organizados e os consumidores, na construção da Rede de Consumo Justo, Ético e Solidário.


($ A professora Valburga Schmiedt Streck, do Centro de Ciências Humanas, participa nesta semana na Itália de uma reunião do Conselho Mundial de Igrejas. O conselho é composto por aproximadamente 30 representantes de várias Igrejas Cristãs de todo o mundo. Valburga Streck é uma das integrantes da Standing Comission of Faith and Order. Entre os assuntos que serão debatidos, destaca-se o relacionamento entre cristãos e muçulmanos. A reunião acontece de 9 a 16/1 na cidade de Milão.

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AS AVENTURAS DA VIRTUDE PELOS SÉCULOS Aventuras da virtude pelos séculos, a moral tem uma história? Ou questões e ternas voltam de época em época? Por que a nossa época se interessa novamente pela ética? Duas obras recentes, “A Invenção da Autonomia”, do americano Jerome B. Schneewind, e a “L’Histoire raisonnée de la philosophie morale et politique” levantam estas questões. Com esta introdução, o jornal francês Le Monde, 21-12-01, apresenta os seguintes dois livros: 1.- L'INVENTION DE L'AUTONOMIE. Une histoire de la philosophie morale moderne. De Jerome B. Schneewind. Éd. Gallimard, Traduit de l'anglais (Etats-Unis) par Jean-Pierre Cléro, Pierre-Emmanuel Dauzat et Evelyne Meziani-Laval, 782 pp. Este livro, como já foi dito, acaba de ser publicado pela Editora Unisinos, que merece os nossos mais sinceros parabéns por esta publicação, simultânea à tradução francesa. O prof. Álvaro Montenegro, recentemente, publicou uma recensão do mesmo livro no suplemento semanal da Zero Hora.


2.- RAISONNÉE DE LA PHILOSOPHIE MORALE ET POLITIQUE. Le bonheur et l'utile. Sous la direction d'Alain Caillé, Christian Lazzeri, Michel Sennelart. La Découverte, 756 pp. A nota bibliográfica publicada pelo Le Monde é de autoria de Roger-Pol Droit. Traduzimo-la e publicamo-la quase na íntegra. Os dois livros são importantes para o setor Ética, Cultura e Cidadania do Instituto Humanitas Unisinos. Certamente esta indicação bibliográfica interessará, sobremaneira, aos professores e às professoras do Núcleo de Humanismo Social Cristão. “O moralismo voltou? Nietzsche descrevia desta maneira a toxina imaginária que envenena o julgamento, contamina o desejo e leva à renúncia da vida. O pior efeito desta substância tóxica é fazer acreditar na existência autônoma de um mundo moral superior, distinto do mundo efetivo, que, em nome de valores eternos, universais, imutáveis e transcendentes, se julga capaz de tudo julgar, elogiar ou excomungar, recompensar ou castigar. Desde muito tempo, e especialmente no curso do último século, não faltaram tentativas de desmantelar este universo virtual. Mas a toxina, de tempos em tempos, retorna. Parece que hoje assistimos a uma nova epidemia: encontramos a ética por todos os lados, os valores por todos os cantos, as virtudes, grandes ou pequenas, em todas as encruzilhadas. Felizmente, há antídotos. Sem dúvida, o principal é a perspectiva histórica. Descobrimos, adotando-a, o essencial que é preciso saber. Ela ensina que os valores não caem do céu. Eles possuem uma data de nascimento. Os próprios sentimentos mudam no correr do tempo. É possível reconstituir o engendrar das doutrinas, começando assim a compreender quando, como e porque tal ou tal tipo de ética foi edificado. Evidentemente, para isso é preciso paciência e estofo, o que é raro de ser encontrado. Para colocar em evidência a emergência de uma nova concepção, é necessário cruzar os séculos. É o que faz, à sua maneira, Jerome B. Scheewind. Sua proposta é, à primeira vista, modesta. Ele se propõe compreender Kant. Ou melhor, ele pretende discernir a maneira como, no detalhe, a moral kantiana rompe com as perspectivas que a precederam. De maneira simples, esta ruptura é bem conhecida: em vez de definir a moral como obediência, submissão a uma lei superior, ditada por Deus ou pela tradição, trata-se, agora, de fundá-la sobre a autonomia do sujeito, sobre a sua vontade livre e sua capacidade de discernir, totalmente só, sobre o que é o dever. As concepções anteriores supunham que os seres humanos tinham atitudes disparatadas: muitos permaneciam cegos e impotentes e somente alguns chegavam à lucidez. Era coisa da graça divina ou de dons singulares. Schneewind sublinha que a partir de Kant, pelo contrário, se impõe a idéia capital da modernidade: a igualdade na autonomia. “Os adultos normais são capazes de ter consciência ou conhecimento, sem ajuda exterior, do que a moral pede ou aprova e são


capazes de decidir viver conseqüentemente sem se preocupar com as ameaças ou as recompensas”. Isto é conhecido. Mas a pergunta é: como Kant chegou a esta compreensão? Encontrar a perspectiva histórica exata é um trabalho longo. Durante muitos anos, Jerome B. Schneewind, professor da Universidade John Hopkins, perscrutou o que Kant leu, as teorias morais que ele conhecia, os debates que lhe eram mais familiares. O historiador, particularmente, se dedicou a reconstruir a maneira pela qual o filósofo de Königsberg compreendia esta herança múltipla, em função do seu tempo e da sua formação. O resultado desta pesquisa é impressionante. Não se trata de um livro sobre Kant, mas um retrospecto da história ocidental das concepções morais, desde a teoria da lei natural em Tomás de Aquino até os filósofos alemães do século XVIII, como Wolff e Crusius. Perscrutando dezenas de autores, muitos dos quais continuam pouco conhecidos, este percurso, impossível de ser resumido em poucas palavras, constitui uma referência que, de agora em diante, é impossível ser ignorada, quer se aprove ou não todas as suas análises. Em todo caso, a lição do livro é límpida: a reflexão moral não persegue, pelos séculos, objetivos que são sempre idênticos. Ela não se atém a questões invariáveis. Conclui-se que falar, sem refletir, ‘da’ moral é um erro ou uma ilusão. ‘A’ virtude, ‘o’ bem’ e outros ideais, que aparentemente são únicos, são, na realidade, representações de geometria variável. Esta maneira de ver parece estar nas antípodas do volumoso livro Histoire raisonnée de la philosophie morale et politique. Seus três autores construíram todo o volume em torno da convicção de que uma única interrogação de fundo guia a reflexão moral: como sermos felizes? O que é a vida boa? O pensamento político, neste sentido, não cessaria de se perguntar sobre o útil, o bem comum, a vantagem prática. O projeto é evidentemente mais nuançado e mais sutil. Ele leva em conta certas mutações históricas e mudanças de perspectivas. Ele não ignora que as questões mudam de sentido e de formulação. Mas ele sustenta, contudo, que existem vastos fios diretores. E aqui, este grosso volume, não convence. Ele permanece como um instrumento de trabalho composto com ardor por uns quarenta professores universitários, que, numa centena de estudos cronológicos, traçam um afresco das principais aventuras da virtude através dos séculos. O que já é algo importante. Permanece, no entanto, uma tarefa: que um dia cheguemos a compreender, se for possível, as razões pelas quais a nossa época, na realidade tão cínica, tão fraca em verdadeira generosidade, se tornou, ao mesmo tempo, tão ávida de reflexões morais, tão faminta de ética. Questões que, alguns anos atrás, suscitavam a hilaridade, no presente, são consideradas como importantes para serem pensadas. Será que falamos mais de virtude quando a praticamos menos? Será que o moralismo é sintoma do imoralismo? É uma possibilidade”.


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O LIBERALISMO Alternatives Économiques, Hors-série no. 51, 1er. Trimestre 2002, dedicado, integralmente, ao tema Le Libéralisme. A primeira parte da revista, intitulada ‘État des lieux. Du mythe à la réalité’ aborda a história da liberalização do mundo, das idéias liberais e uma análise da concorrência, constatando que colocar em ação a lógica liberal leva muito mais à constituição de monopólio do que ao desenvolvimento da concorrência, tornando-se necessária a intervenção do Estado. A revista discute a questão do liberalismo econômico e o desenvolvimento, mostrando que o liberalismo permitiu o desenvolvimento de alguns países do Sul. Mas se trata de um liberalismo muito distante do modelo teórico. Podemos nos proteger das crises do liberalismo? Para a revista, o liberalismo econômico é fundamentalmente instável e não consegue sair delas simplesmente por medidas conjunturais. A instauração de novas instâncias de regulação são fundamentais. Numa segunda parte, a revista discute a economia liberal centrada em dez grandes temas. Na terceira parte, discute-se o liberalismo e a política. Ou seja, o liberalismo econômico está amplamente implicado com o liberalismo político. Mas a liberdade econômica não é sinônimo de democracia e de paz. Após o avanço do liberalismo econômico no final do século XX, um recuo poderá se produzir, deixando lugar à necessária intervenção do político. Aqui destacamos a entrevista de Alain Renaut, professor de filosofia política, com livros traduzidos para o português. Na entrevista, ele aprofunda o debate que opõe neoliberais e os discípulos de John Rawls. A última parte apresenta uma ampla bibliografia de 25 livros sobre: o que é mercado (destaca-se o livro ‘Le liberalisme économique. Histoire de l’idée de marché’, de Pierre Rosanvallon, Ed. Seuil, 1989), a história dos mercados( destaca-se o livro de Karl Polanyi, A grande transformação, cuja segunda edição brasileira foi recentemente publicada pela Editora Campus), o liberalismo em ação( destacamos o livro de Gérard Duménil e Dominique Lévy, Crise et sortie de crise. Ordre et désordres néoliberaux, Éd. PUF, 2000), reflexões contemporâneas (destacamos os livros de Albert Hirschman, especialmente As paixões e os interesses, traduzido para o português) e o liberalismo político(especialmente o livro de Pierre Manent, Les libéraux, 2a ed. Gallimard, 2001).


A leitura e consulta deste número monográfico de Alternatives Économiques pode ser muito produtivo para o setor Ética, Cidadania e Cultura e para o setor Economia Solidária, Trabalho e Cooperativismo do Instituto Humanitas Unisinos. A leitura se torna apaixonante, tendo-se presente a dramática crise argentina.

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SOCIEDADE PÓS-SECULAR. DEPOIS DO 11 DE SETEMBRO

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RELIGIÃO

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RAZÃO MODERNA

O boletim CEPAT Informa, ano 7, nº 79, dezembro de 2001, tem o título acima como tema central. O título se inspira na recente discussão levantada pelo discurso de Habermas, sobre a relação Religião e Razão depois do 11 de setembro e do debate que se seguiu com Richard Rorty. Destaca-se, neste número da revista, a publicação do importante artigo ‘O espírito do terrorismo’, de Jean Baudrillard, publicado originalmente no Le Monde e já referido aqui no boletim IHU On-Line, o artigo de Euclides Mance sobre A Sócioeconomia Solidária, a entrevista de Bronislav Geremek, autor do livro traduzido para o português Os Filhos de Caim. Vagabundos e miseráveis na literatura européia 1400-1700, sobre a emergência dos pobres depois do 11 de setembro. Sobre a conjuntura sócioeconômica e política brasileira, o boletim aborda as mudanças do mundo do trabalho no Brasil e uma instigante entrevista de Plínio de Arruda Sampaio. Artigos de Ulrich Beck, Edgar Morin, Gianni Vattimo, Lester Brown completam este número. A tradução do discurso de Habermas, acima referido e já noticiado no IHU on-line no. 5, acaba de ser traduzido e publicado pelo caderno MAIS da Folha de São Paulo, 6-1-02. Uma tradução do mesmo discurso juntamente com o discurso de Rorty será o tema de um número especial do CEPAT Informa a ser publicado no início do mês de fevereiro de 2002.

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CELSO FURTADO: IDÉIAS PARA O PAÍS Maria da Conceição Tavares e Luiz Gonzaga Belluzzo entrevistaram Celso Furtado, autor do clássico Formação Econômica do Brasil, sobre os impasses do governo FHC. A entrevista está publicada na revista Carta


Capital, edição de Natal e fim de ano, 26-12-01, p. 72-77. Vale a pena conferir!

EDGAR MORIN: A EMERGÊNCIA DO HUMANISMO Edgar Morin concedeu uma longa entrevista ao jornal francês Le Monde, 22 de dezembro de 2001. Dez anos após a queda do comunismo, o sociólogo Edgar Morin analisa o mundo sem a União Soviética, distingue as boas e as más utopias, desenha os contornos do que ele chama de ‘sociedade-mundo’ e explica porque o islã integrista não durará mais do que durou o comunismo staliniano. Na entrevista, Morin afirma: “é um erro chamar de ‘antiglobalização’ tudo o que aconteceu a partir de Seattle ou de Porto Alegre. Trata-se de uma outra forma de globalização. O meu diagnóstico, talvez errado, é que, se a globalização pode ser considerada como o último estágio da época planetária, que começa no século XVI com a conquista, a ação predatória, a escravidão, hoje, a globalização é o primeiro estágio da emergência de uma sociedade-mundo, desigualmente embrionária”.

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No período de 17/01 a 16/02, o funcionamento do Instituto Humanitas Unisinos será das 8h às 17h30min.


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O entrevistado relâmpago desta edição é...

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O Padre Marcelo Fernandes de Aquino, 52 anos, é natural de Florianópolis (SC). Entrou na Companhia de Jesus em fevereiro de 1968 e foi ordenado sacerdote em julho de 1978. Chegou à UNISINOS, em 1996, como professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Em 1998, assumiu a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Marcelo Aquino tem mestrado em Teologia e em Filosofia, Doutorado e Pós-Doutorado em Filosofia. Nos últimos três anos, ele coordenou o núcleo de Humanismo Social Cristão. Atualmente, o Pe. Marcelo é Vice-reitor da UNISINOS. UNISINOS: Eu agradeço a Deus o trabalho feito até agora, pois a partir dele podemos continuar crescendo. Queremos fazer da UNISINOS uma boa Universidade, qualificada para a produção de conhecimento, pelos princípios de solidarismo e por se pautar pelo bem comum. Toda sua beleza natural está pedindo isso. Livros que marcaram: A Ciência da Lógica de Hegel, La métaphysique de l 'ésprit (Claude Bruaire) Os escritos filosóficos do Pe. Vaz. Música: Chopin, Bach, Beethoven e Saulo Laranjeira. Nas horas livres: caminhar, estar com os amigos e ler. Humanismo Social Cristão (HSC): é uma inserção na grande tradição teológica e filosófica da fé cristã e sua tradução em ações por uma humanidade em paz consigo, com a natureza e com as gerações futuras. Núcleo de HSC da UNISINOS: ele surgiu nos últimos três anos e cumpriu um bom serviço. Foi como o botão que agora, com o IHU, floresce.


Ano eleitoral: discutir menos pessoas e mais o que a Nação necessita; discutir mais a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas); viabilizar o crescimento econômico conservando a seriedade fiscal; abrir a economia brasileira para o mercado chinês. Uma grande paixão: Jesus, o Cristo da fé da Igreja. Filosofia: uma forma de vida, uma decisão de liberdade. Ser jesuíta: cultivar a familiaridade com Jesus e com os homens e as mulheres desta época. Inácio de Loyola: um mestre. Um desejo que ainda gostaria de realizar: uma viagem para a Antártica de navio. Vice-Reitor: servir o ideal de excelência acadêmica e da fé que promove a justiça.

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Aniversários Enviamos um grande abraço a todos os nossos colegas que fazem aniversário ao longo do restante mês de janeiro: 18 - Ir. Ivan Carlos Pereira - Ivan trabalha no Setor Religiões, Teologia e Pastoral do IHU 18 - Olga Fresia Collinet Heredia - trabalha no Setor Ética, Cultura e Cidadania. 25 - Pe. José Ivo Follmann - diretor do Centro de Ciências Humanas.


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