Ramos, A., et al (2012) Psychiatric Patient and Co-dependecy. Journal of Aging & Inovation, 1 (6): 15-20
REVISÃO NARRATIVA / NARRATIVE REVIEW
DEZEMBRO, 2012
O DOENTE PSIQUIÁTRICO E A CO-DEPENDÊNCIA PSYCHIATRIC PATIENT AND CO-DEPENDENCY EL PACIENTE PSIQUIÁTRICO Y LA CO-DEPENDENCIA
Autores
Albano Ramos1, Benvinda Pedroso2, Cláudia Campos3, Luís Pato4, Nilton Macedo5, César
Fonseca6, Vítor Santos7, Vítor Santos8 1
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Pós-Graduado em Gestão de Unidades
de Saúde, 2 Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Hospital Júlio de Matos, 3 Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Hospital Fernando da Fonseca, 4 Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Hospital Júlio de Matos, 5 Enfermeiro Coordenador da Unidade Novo Rumo da Casa de Saúde do Telhal, 6 Enfermeiro CHLN, Investigador UI&DE, Mestre em Ciências da Comunicação, Doutorando em Enfermagem Universidade de Lisboa, 7 Enfermeiro Especialista, MsC, Centro Hopitalar Oeste (CHO), 7 Enfermeira Especialista,
Resumo A Co-Dependência é caracterizada por um padrão apreendido de comportamentos, sentimentos e crenças, que tornam dolorosa a vida da pessoa. As relações interpessoais assumem características de dependência, focalizadas num agente agressor que é o dependente de agentes químicos. Apesar de não ser consensual o reconhecimento do conceito de Co-Dependência como fenómeno com etiologia e identidade próprias, vários são os autores que se debruçaram sobre o seu estudo, no âmbito do tratamento das dependências de substâncias psicoactivas, álcool ou outras. Palavras-chave: Co-Dependência; Toxicodependência; Família
Abstract The Co-Dependence phenomenon is characterized by behaviours, feelings and believes that can make the persons’ life very painful. In this process, personal relationships develop the same characteristics as dependence; focus on an aggressive agent that means the person with chemical dependence. Although the concept of CoDependence doesn’t be consensual as a phenomenon with proper identity and aetiology, some authors have been studying it, in order to deal with chemical dependencies. Keywords: Co-Dependence, Chemical Dependency, Family.
O conceito de Co-Dependência é recente,
Foi nos Estados Unidos que começou a ser
encontrando-se associado à dependência de
usado para designar as disfunções observadas
substâncias psicoactivas, onde é,
nos familiares, resultantes do seu envolvimento
essencialmente usado, no âmbito do seu
com alcoólicos. Posteriormente, foi-se
tratamento.
observando que, esse fenómeno, também se
O seu reconhecimento não é consensual. Na verdade, não se encontra sequer mencionado
estendia à dependência de outras substâncias psicoactivas, para além do álcool.
no DSM-IV. Daí, talvez, a recusa em o aceitar
A investigação realizada ao longo dos últimos
como diagnostico “per si”.
anos tem permitido compreender os factores
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envolvidos na origem e desenvolvimento do
álcool ou drogas ilícitas, pois todas produzem
fenómeno, contribuindo para a construção do
alterações sobre o humor, comportamento e a
conceito.
cognição de quem as usa.
No campo da investigação dos comportamentos
CERMARK citado por CARRILHO (1989), define
aditivos, as opiniões dividem-se com
Co-Dependência como “um padrão particular de
divergências quase epistemológicas, existentes
personalidade que, é previsível de encontrar na
entre as diferentes abordagens do fenómeno,
maioria dos membros de famílias de
em que, de um lado se posicionam os que
dependentes de químicos e que, em termos de
consideram o fenómeno uma estratégia de
disfunção, poderão integrar-se nos distúrbios de
“coping”, desadequada para lidar com situações
personalidade conforme descrito no DSM IV”.
indutoras de sofrimento e do outro, os que o encaram como uma doença primária.
Novamente CARRILHO (1991) ao abordar o tema da Co-Dependência, cita entre outros,
De igual modo, as abordagens às perturbações
SMALLEY que refere ser a Co-Dependência “
encontradas, nos que se relacionam com
um padrão aprendido de comportamentos,
adictos, sofrem duma perspectiva clivada. De
sentimentos e crenças as quais tornam a vida
um lado, os que as vêm como
dolorosa e, levam a que as relações
disfuncionalidades que dão origem à
interpessoais apresentem uma característica de
toxicodependência do doente, do outro, os que
dependência, focalizadas num agente agressor
as consideram consequência das alterações de
que é o dependente de químicos”.
comportamento deste.
O mesmo autor (1989), definiu Co-Dependente
NETO (1996), citando o Group for Advancement
como “alguém que num relacionamento
of Psychiatry, afirma que a “disfunção familiar é
interpessoal começa a ser afectado pelo
por vezes circular, tanto podendo situar-se na
comportamento de outra pessoa e que
génese da toxicodependência, como em
concomitantemente se torna obsessivo na
resposta ao comportamento do jovem”. Parece-
tentativa de controlo desse mesmo
nos que, de certa forma, acaba por conciliar
comportamento”.
ambas as perspectivas.
Paralelamente, assiste-se ao desenvolvimento
O presente trabalho resulta da pesquisa
de atitudes e comportamentos de facilitação,
bibliográfica que fizemos em literatura dedicada
das atitudes que conduzem à auto-destruição do
ao tema da Toxicodependência e que aborda a
adicto.
problemática da Co-Dependência numa perspectiva de fenómeno com etiologia e identidade próprias, definindo parâmetros de intervenção adequados.
Talvez o primeiro caso de Co-Dependência registado na História seja o narrado na ode de Narciso e Eco descrita por Ovídio nas Metamorfoses. Nesta história, Eco funcionou
Utilizaremos o termo Toxicodependência de
como espelho de Narciso e, ao contrário do que
forma indistinta do tipo de substância usada,
havia acontecido com outras, conseguiu
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impressionar Narciso, provocando-lhe não uma
individualidade e a do outro, diluídas; assumindo
reacção de afecto mas de repulsa. Repulsa da
uma atitude estática, não crescendo
sua própria imagem que viu reflectida em Eco
emocionalmente. Em consequência desta
(prefiro morrer a ser teu).
diluição de fronteiras, o Co-Dependente
Encontramos naqueles que sofrem de dependência de substâncias psicoactivas
deposita no adicto o poder de definir e determinar os seus humores e reacções.
(adictos), uma dificuldade de se vincularem a
CERMARK (1986), à semelhança dos critérios
outros mas, por outro lado, também
estabelecidos pelo DSM-IV TR para definir
encontramos pessoas que se disponibilizam a
dependência, estabeleceu uma tabela de
querer servir de espelho deles. Este é um
critérios que caracterizariam o fenómeno da Co-
padrão de Co-Dependência.
Dependência. São eles:
De certa forma a Co-Dependência encontra-se
Investimento persistente da auto-estima na
associada a pessoas com baixa auto-estima,
tentativa de controlo de si e dos outros perante
com um deficit de confiança em si mesmos e
consequências adversas intensas.
uma grande necessidade de se afirmarem como imprescindíveis. Como forma de afirmação optam, frequentemente, por assumir como suas, tarefas que são da responsabilidade de outros.
Assumir para si a responsabilidade de encontrar e ser sensível às necessidades dos outros, esquecendo as suas.
Da mesma forma que não acreditam nas suas
Ansiedade e distorções extremas acerca dos
percepções dos fenómenos, buscam a
conceitos de intimidade e separação.
validação das mesmas pelos outros.
Ficar enredado em relacionamentos
Este padrão encontra-se associado a uma
interpessoais com um portador de distúrbios de
ausência de referências internas eficazes,
personalidade por dependência química, outro
necessitando de construir para os outros uma
elemento co-dependente e/ou com indivíduos
imagem que compõem no seu imaginário como
sofrendo de distúrbio impulsivo de
sendo a “ideal”. Em consequência, estão
personalidade.
sempre a tentar exibir um comportamento que fantasiam como sendo “exemplar”, procurando controlar as percepções dos que os rodeiam, numa clara atitude de manipulação, à
Coexistência de três ou mais dos seguintes sinais: 5.1- Confiança excessiva na negação
semelhança do que também encontramos nos adictos.
5.2- Constrangimento emocional
Associado ao deficit de auto-estima e em sua
5.3- Depressão
consequência, o Co-Dependente estabelece uma segurança precária, com um sentimento de que não lhe é possível sobreviver sem a outra
5.4- Hipervigilância 5.5- Compulsões
parte, estando as fronteiras, entre a sua JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951
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5.6- Ansiedade 5.7- Abuso de Substâncias
frequente. Quanto mais caótica a situação se apresenta, maior o seu exercício de controlo. O Evidências da Investigação e Teorias baseadas na evidência
5.8- É ou foi vítima de brutalidades físicas ou sexuais
5.9- Patologia de stress diagnosticada clinicamente
caos funciona como estímulo activador dos esquemas de exercício de controlo que, exerce de forma obsessiva, levando depois a elevados Resultados
níveis de stress e consequente somatização do fenómeno. Quase como se funcionasse em circuito fechado. Para além duma permanente
5.10- Relacionou-se intimamente com um
intromissão na vida e nos problemas dos outros,
abusador de substânciastóxicas, sem solicitar
acaba assumindo como consequência de
ajuda exterior.
alguma acção sua, tudo o que acontece aos que se encontram próximos dele, como se fosse o
Por consequência, é frequente o Co-
centro do Universo. É uma personalização dos
Dependente assumir comportamentos
conflitos e relacionamentos interpessoais dos
característicos como o “papel de mártir”,
que se situam na sua proximidade. Esta atitude
resultante de um esforço em que tenta manter
de assumpção das responsabilidades que
as aparências e a união familiar a qualquer
cabem aos outros, pode ser tão obsessiva e
preço, resultando apenas na facilitação do
generalizada que desencadeia a hostilidade e
comportamento auto-destrutivo do adicto e,
agressividade dos outros. Isto não é entendido
frequentemente, impedindo uma intervenção
pelo Co-Dependente que se considera movido
mais precoce que o conduza a tratamento.
apenas por boas intenções (Sindroma do
Por outro lado, a intensa actividade que o Co-
Calímero).
Dependente desenvolve, cuidando dos outros,
Outra característica habitual do Co-Dependente,
mantendo a funcionalidade do lar e sustentando
consiste na perda progressiva da capacidade de
a sobrevivência, frequentemente precária do
ter os seus próprios sentimentos, resultante da
sistema familiar, origina elevados níveis de
sua preocupação permanente pelos sentimentos
stress que, resultam em distúrbios somáticos
dos outros, distorcendo a sua genuína
como cefaleias, hipertensão arterial e outras
expressividade emocional, de forma a mantê-la
doenças psicossomáticas a nível respiratório,
num nível que considera que será aceitável
cardiovascular e gastrointestinal. Também é
pelos outros.
frequente serem vítimas de processos de adicção como obesidade mórbida (por ingestão
A repressão das suas emoções e a
compulsiva de alimentos), distúrbios obsessivos
incapacidade de as articular com o seu
de jogo ou pelo trabalho (workaholics), ou
pensamento ou a sua distorção com o intuito de
mesmo toxicodependência.
agradar a terceiros, é uma forma de desonestidade própria da doença. À
Na linha dos comportamentos obsessivos, o Co-
semelhança da toxicodependência, existe uma
Dependente torna-se um exímio controlador. A
deterioração moral e espiritual que se
crença que é capaz de tudo controlar é
caracteriza pela repressão das emoções já
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referida, a sua distorção com intuito de
começou a ser encarada também como uma
manipulação e, um aumento de negligência
doença da família. GAMEIRO (1981) refere que
consigo e com aqueles que ama como, por
o alcoolismo de uma pessoa afecta outras cinco
exemplo, os filhos. Por outro lado, o co-
à sua volta. Desta forma o uso de substâncias
dependente possui uma grande capacidade de
psicoactivas pelo adicto, afecta directamente a
acreditar em tudo o que lhe é dito de uma forma
família e esta afecta a sua dependência,
ingénua, particularmente se isso vai de encontro
condicionando-lhe a recuperação. Muitas
aos seus desejos e aspirações. Exemplo típico é
famílias acabavam desmembrando-se durante a
o do conjugue que acredita, na
recuperação.
permanentemente renovada promessa de deixar o uso de substâncias que, o toxicodependente vai fazendo.
A visão sistémica do fenómeno levou à introdução de técnicas de terapia familiar com o objectivo de reestruturar o sistema familiar,
Em consequência da permanente instabilidade
quebrando as regras familiares que as
resultante de viver em estado de temor e receio,
governam e que podem ser sintetizadas pela
de alguma forma, acaba por se instalar uma
fórmula “não falar, não confiar e não sentir”
progressiva rigidez emocional e cognitiva,
BLACK (1981), citado por CUNHA FILHO
associada a uma obsessão pelo controle, mas
(2004):
também um permanente julgamento hipercrítico dos outros. Após o reconhecimento de que o alcoolismo era um fenómeno passível de ser sujeito a tratamento válido e reconhecido como tal, deixando para trás conceitos mais ou menos moralistas sobre a fraqueza moral de quem usava a substância e sobre a origem, mais ou
Não falar: quaisquer tentativas de abordar assuntos dolorosos relacionados com a dependência são reprimidas pela família. Não confiar: a inconsistência do comportamento parental cria, nas crianças, um sentimento de permanente insegurança, condicionando o seu desenvolvimento.
menos maléfica da referida substância; algum
Não sentir: os sentimentos são reprimidos de
tempo depois, iniciaram-se esforços com o
forma a manter a expressão emocional num
objectivo de caracterizar e ajudar as pessoas
nível considerado aceitável e normal pelos
emocionalmente envolvidas com alcoólicos.
outros.
Foi durante a década de 1940 que surgiram os
Deste quadro resultam distúrbios de identidade
primeiros grupos de auto-ajuda para familiares,
e de comportamento nas famílias de
baseados no programa de 12 passos dos
características por vezes semelhantes às do
Alcoólicos Anónimos (Al-Anon).
adicto. É quase um fenómeno em que este
Com o desenvolvimento do conceito de doença para a dependência de substâncias psicoactivas, a aceitação social do mesmo e a implementação do tratamento clínico; esta JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951
apresenta alterações de comportamento e do humor, induzidos pela dependência de substâncias psicoactivas, enquanto o codependente apresenta alterações de
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comportamento e do humor resultantes da
dos mecanismos em que este se desenvolve
dependência daquele. Ambos apresentam um
permitirá, idealmente, desenvolver estratégias
padrão de alteração de comportamento e de
de intervenção que visem desenvolver melhores
humor, diferenciando-se entre si pelo facto de
níveis de saúde mental, bem-estar e qualidade
um usar substâncias e o outro não. Outra
de vida da mesma.
característica é a negação do fenómeno, mecanismo de defesa que o minimiza e desculpabiliza, justificando-o ou pior, culpando outros pela sua existência.
Bibliografia AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION;
B u s c a - s e a s s i m p r o t e g e r, d e f o r m a
DSM – IV – TR; Manual de Diagnóstico e
desadequada, o sistema familiar, acabando por
Estatística das Perturbações Mentais; 4ª Edição
manter-se fora do contacto com a realidade,
– Revisão de Texto; CLIMEPSI Editores; Lisboa,
contribuindo para um isolamento progressivo e
2002; ISBN 972-796-020-0.
afastando-o do contacto com outros sistemas familiares saudáveis. A compreensão da Co-Dependência leva-nos a entender as pessoas que dela sofrem como pessoas frágeis, com dificuldade em expressar os conflitos que sentem, (para elas mesmas e para os outros), sendo, por isso, incapazes de procurar ajuda. Grande resistência à mudança
CARRILHO, J. M.; Novos Avanços na Reabilitação da Dependência Química; TUPAM Editores; Lisboa 1991; ISBN 972-9385-27-0. CARRILHO, J. M.; Manual Prático de Recuperação do Alcoolismo e Uso de Drogas (Modelo Minesota); TEMPO E MEDICINA Editores; Lisboa 1987.
encontra-se, igualmente, presente; não sendo
CERMARK, Timmen I.; Diagnosing and Treating
capazes de levar a cabo as mudanças
CO-DEPENDENCE; Editores: Johnson Institute
necessárias para poderem solucionar a
Books; Minneapolis 1986; ISBN 0-935908-32-3.
situação. FERREIRA-BORGES, Carina: CUNHA FILHO, Por outro lado, apresentam” perturbações de
Hilson et al; Alcoolismo e Toxicodependências,
factores intrapsíquicos entre os sentimentos do
Usos, Abusos e Dependências, Manual
individuo e o seu Ego, mas também deste
Técnico-2; CLIMEPSI Editores; Lisboa, 2004;
individuo com os outros – demonstrando
ISBN 972-796-150-9.
factores interpessoais – o que a caracteriza como uma doença de relacionamentos sociais.”
GAMEIRO, Aires; Alcoolismo na Interacção
CUNHA FILHO (2004).
Sistémica; Edições da Revista HOSPITALIDADE; Casa de Saúde do Telhal,
Uma sociedade onde se desenvolve uma
1981.
cultura de facilitação da circulação e consumo de substâncias psicoactivas, é de certo modo
NETO, Domingos; Tratamento Combinado e por
uma sociedade que enferma de Co-
Etapas de Heroínodependentes; Universitária
Dependência. A compreensão do fenómeno e
Editora; Lisboa 1996. ISBN 972/700/052/5.
JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951
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