Risco idosos SU

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Tavares, J. (2012) Identification of senior at risk in the Emergency room: what reality?. Journal of Aging & Inovation; 1 (4): 14-25

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE

JULHO, 2012

IDENTIFICAÇÃO DAS PESSOAS IDOSAS DE RISCO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA: QUE REALIDADE?

IDENTIFICATION OF SENIOR AT RISK IN THE EMERGENCY ROOM: WHAT REALITY? IDENTIFICACIÓN DEL RIESGO EN PERSONAS MAYORES EN EL DEPARTAMENTO DE EMERGENCIA: QUÉ ES LA REALIDAD?

Autores

João Paulo de Almeida Tavares1

1Doutorando

em Geriatria, Mestre em Gerontologia, Enfermeiro, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Corresponding author: enf.joaotavares@hotmail.com

RESUMO As pessoas idosas que recorrem ao serviço de urgência (SU) têm uma apresentação clínica complexa e muitas vezes manifestam resultados adversos após a vinda ao SU. Intervenções específicas podem ser empreendidas no sentido de identificar as pessoas idosas em risco. Este estudo teve como objectivos traduzir e adaptar para Portugês de Portugal a escala Identifications of Seniors At Risck (ISAR) e analisar o perfil de risco das pessoas idosas admitidas no SU; Metodologia – Realizou-se a tradução e adaptação da ISAR com base nas Normas da International Society for pharmacaeconomics and Outcomes Research (ISPOR) Task force for transation and Cultural Adaptation. Posteriormente, desenvolveu-se um estudo transversal descritivo-correlacional, numa amostra de 195 pessoas com idade superior a 64 anos que recorreram ao SU entre os meses de Março e Maio de 2011 de um hospital central na região centro do país. Estatistica descritiva e inferencial (teste t de student e Qui-Quadrado) foi calculada, considerando-se o intervalo de confiança de 95%. Resultados – No final das etapas do processo de tradução e edaptação alcançou-se a equivalência entre a língua inglesa e a língua portuguesa, bem como, a adaptação para Português. Das pessoas admitidas no SU, 56,4% têm entre 74 e 84 anos, tomam pelo menos 6 medicamentos, são responsáveis pela gestão da terapêutica e têm acompanhante. A média de permanecia no SU é de 11.21 horas (±4.83). A IPIR – positiva (pessoas idosas em situação de risco) foi de 81,5%. As pessoas idosas em situação de risco têm prescrito 6 ou mais medicamentos (X2(2)=28.117; p=. 000), estão mais de 10,38 horas no SU (p=.001) e são responsáveis pela gestão da sua terapêutica (X2(1)=11.998; p=. 001). A diferença entre os scores postivo e negativo da IPIR e o gênero, idade, prioridade na triagem, proveniência e destino após a alta não foi estatisticamente significativa. Conclusão - A tradução e adaptação da ISAR para a população portuguesa é uma primeira abordagem no processo de validação desta escala. A IPIR pode ser utilizada como um instrumento rápido e eficiente de rastreia das pessoas idosas portuguesas nos SU, permitindo desenvolver um cuidado centrado nas necessidades das pessoas em situações de maior risco. Palavras-chave: Idade, serviço de urgência, identificação do risco. ABSTRACT Older adults that go to an emergency room (ER) usually show a complex clinic presentation and often experience adverse events after the ER visit. Specific interventions can be developed to identify the older patient at risk. The aims of this study was ISAR translated and adapted to the Portuguese from Portugal the scale Identifications of Seniors at Risk and analysis the ER admission risk profile. Methods: A translation and adaptation process of ISAR was based in the International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR) Task force for translation and Cultural Adaptation. After, a cross-sectional descriptive and correlational study was carried out with a sample of 195 older adults (>64 years old) that visit ER from March to May 2011, in a hospital at the center of Portugal. Descriptive and inferential statistics (Student's t-test and Chi-square test) were calculated with 95% confidence interval. Results: In the end of translation and adaptation process we reached the equivalence between the English and Portuguese language, as well the adaptation to Portuguese. The older adults presenting to ER, 56.4% have between 74 and 84 years, take at least 6 medicines, take responsibility for medication management and have accompanying persons. Average length of stay in ER was 11.21 yours (±4.83). ISAR was positive (high-risk patients) for 81.5% (n=159). The high-risk older adults has 6 medicines prescribe (X2(2)= 28.117; p=.000), are more than 10,38 hours in ER (p=.001) and are responsible for medication management (X2(1)=11.998; p=.001). The differences between ISAR -positive or negative and gender, age, triage code, provenience and destination after discharged aren't statistically significant. Conclusions: The ISAR translation and adaption for the Portuguese language is the first step in its validation. The positive ISAR can be used as a quick and efficient screening test to identify Portuguese elderly ED patient, allowing developing a centered-care in the needs of older adults with high-risk.

Key Words: Age, Emergency room, risk assessment. JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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Introdução

Dalziel, 2002; Hartford Institute for Geriatric

Os dados dos Censos 2011 (Instituto

Nursing, 2000, Roberts et al., 2008). Acresce a

Nacional de Estastística – INE, 2011) referem o

estas características a polimedicação e reacção

fenómeno do duplo envelhecimento

farcamólogicas adversas comparativamante

caracterizado por um aumento da população

superiores à população geral (Nunes, 2008;

idosa e redução da população jovem,

Samaras, Chevalley,Samaras & Gold, 2010;

representando o grupo etário das pessoas com

Santos & Almeida, 2010).

65 ou mais anos de idade 19% da população total.

Perante esta recente realidade um novo paradigma tem emergido (Stephens, 2006;

Este fenómeno tem-se agravado nas

Tavares, 2010): o paradigma gerontogeriátrico

últimas décadas e terá um impacto significativo

nos SU afirma que o modelo tradicional dos SU

no sistema nacional de saúde, como por

focado na triagem, tratamento e

exemplo nos Serviços de Urgência (SU). Os

encaminhamento rápidos não permite conhecer

últimos dez anos foram marcados por um

todas as necessidades dos idosos, que têm uma

conjunto crescente de alterações no serviço de

apresentação complexa e requerem uma

atendimento urgente, tanto ao nível dos centros

abordagem compreensiva e referenciação

de saúde, como ao nível da rede hospitalar. Os

(Aminzadeh e Dalziel, 2002; Samaras et al.,

estudos têm revelado um incremento do número

2010). Por este facto, quatro revisões

de pessoas idosas (PI) que recorrem ao SU em

sistemáticas (Aminzadeh e Dalziel, 2002;

consequência desta transição (Aminzadeh e

Samaras et al., 2010; Hoogerduijn, Schuurmans,

Dalziel, 2002; Kihlgren, Nilsson & Sorlie, 2005;

Duijnstee, Rooij, & Grypdonck, 2007, Salvi et al.,

McCusker & Verdon, 2006; Robinson e Mercer,

2007) destacam a IPIR como um instrumento de

2007; Roberts, McKay & Shaffer, 2008; Salvi,

rastreio válido para utilização no SU e com valor

Morichi, Giorgi, Tammaso & Fulgheri, 2007;

preditivo bem estabelecido para resultados de

Shanley, Sutherland, Stott, Tumeth &Whitmore,

saúde adversos nas pessoas idosas que

2008). Actualmente, em Portugal, o número de

recorrem ao SU. A identificação de PI com

pessoas idosas que recorrem ao SU é de 21%

elevado risco no SU pode ser fundamental para

(Relatório Final da Fase I do Diagnóstico da

o sistema de gestão hospitalar/antecipação de

Situação Actual, 2005). Este grupo populacional

problemas clínicos (Warburton, Parke, Church &

vai mais vezes à urgência (Salvi et al., 2007;

McCusker, 2004; Samaras et al., 2010).

McCaig & Nawar, 2004) e apresenta problemas

Estudos experimentais não-aleatorizados

médicos e sociais mais complexos, o que

(McCusker, Jacobs, Dendukuri, Latimer,

implica uma maior permanência e utilização de

Tousignant & Verdon, 2003a; Meldon, et al.,

recursos comparativamente aos grupos etários

2003) e aleatorizados (McCusker, Verdon,

mais jovens (Aminzadeh & Dalziel, 2002). É

Tousignant, Poulin de Courval, Dendukuri &

também o grupo que manifesta mais

B e l z i l e , 2 0 0 1 ; M c C u s k e r, D e n d u k u r i ,

“verdadeiras urgências” e de maior gravidade;

Tousingnant, Verdon, Poulin de Courval &

que procura menos o SU de forma inapropriada

Belzile 2003b; Mion, et al., 2003) demonstraram

(devido a queixas não urgentes) (Aminzadeh &

que a IPIR predizia o returno ao SU, a

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hospitalização, o declínio funcional e a

emergência, com alterações do estado de

institucionalização aos 30, 120 ou 180 dias após

consciência, alterações cognitivas ou

a ida ao SU. Contudo,estes estudos têm sido

diagnóstico prévio de demência sem cuidador/

desenvolvidos com base no sistema de saúde

acompanhante. Este projecto (44-10) foi

canadiano. Dois estudos realizados na Europa,

aprovado a 21/12/2010 pela Comissão de Ética

Bélgica (Moons, et al., 2007) e Itália (Salvi, et

e do Conselho de Administração com parecer

al., 2009), revelaram resultados contraditórios,

favorável.

não apresentando valor preditivo na readminisão e hospitalização das pessoas idosas no primeiro estudo, contrariamente aos resultados realizados em Itália.

Instrumento de recolha dos dados Utilizou-se um questionário elaborado pelo autor constituído por duas partes: aspectos

A literatura sobre a identificação das

sócio-demográficos e características das

pessoas idosas no SU releva a importância da

pessoas idosas no serviço de urgência,

aplicação da ISAR. Deste modo, este estudo

elaborado após uma revisão bibliográfica sobre

tem como objectivos: traduzir e adaptar para a

o tema. A segunda parte é a versão portuguesa

população portuguesa a escala - Identification of

da IPIR, um instrumento desenvolvido por

seniors at Risk (ISAR) e analisar o perfil de risco

McCusker et al. (1999).

das pessoas idosas admitidas no SU;

A tradução e adaptação cultural da IPIR para Português de Portugal teve como

Metodologia

referencial os príncipios e boas práticas do

Estudo metodológico (tradução e

Process for Patient-Reported Outcomes (PRO)

adaptação) e de abordagem quantitativa,

Measures: Report of the Internacional Society

transversal descritivo-correlacional.

for Pharmacoeconomics and outcomes Research (ISPOR) Task Force for Translation

Contexto e amostra

and Cultural Adaptation (Wild et al., 2005).

Os participantes que integraram o estudo

A IPIR tem como objectivos: identificar os

foram pessoas idosas com 64 ou mais anos

idosos em risco aquando a sua admissão no SU

admitidos no SU de um hospital central da

e avaliar o risco de declínio funcional. É um

região centro do país. A amostra é não

instrumento constituído por seis itens que

probabilística acidental, tendo sido constituída

avaliam os seguintes domínios: presença de

por 195 PI. Como critérios de inclusão

ajuda em casa, aumento da dependência,

consideraram-se: as pessoas com capacidade

história de hospitalização recente, problemas

para compreender e interpretar as questões do

visuais e de memória e polimedicação (> 3

questionário e a participação voluntária no

medicamentos). A IPIR tem um score total de 6

estudo. Na impossibilidade da pessoa não poder

pontos, pelo que, quando os valores são iguais

ou não conseguir responder solicitou-se a

ou superiores a dois (IPIR ≥ 2), o idoso é

participação do cuidador (critério referido pelos

considerado em situação de risco. Os seis items

autores originais da IPIR). Como critério de

são de resposta dicotómica, em que o sim

exclusão as PI: enviadas para a sala de

corresponde a 1 e o não a 0, com a expção da

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pergunta 4 “Em geral, vê bem” (pontuação

investigador através de entrevista (hetero-

invertida). Warburton et al. (2004) realizaram

preenchimento). Nas situações em que a

uma revisão da IPIR com a finalidade de facilitar

prioridade foi muito urgente ou emergente, o

sua compreensão pelos profissionais de saúde

pedido de consentimento e o preenchimento do

e evitar “mal-entendidos” no preenchimento.

questionário deu-se numa fase posterior, após

Este estudo considerou as alterações sugeridas

estabilização do quadro clínico. A recolha de

para a questão 4 tendo-se optado pela

dados decorreu de Março a Maio de 2011.

reformulação deste item “em geral, você tem problemas graves com a sua visão, que não

Análise dos dados

podem ser corrigidos com o uso de óculos?”.

Para sistematizar e realçar a informação

Nas restantes questões da versão original não

fornecida pelos dados realizou-se uma análise

se verificaram dificuldade de interpretação para

estatística descritiva e inferencial,

os utentes e/ou cuidadores.

nomeadamente: frequências, medidas de

McCusker et al. (1999) identificaram

tendência central, medidas de dispersão ou

outros aspectos que podem e devem ser

variabilidade e teste-t de Student’s e Qui-

incorporados na avaliação das pessoas idosas

Quadrado. No tratamento estatístico recorreu-se

simultaneamente à aplicação da IPIR,

ao programa estatístico SPSS – Statistical

nomeadamente, pacientes com óbvios

Package for the Social Sciences versão 18.0

problemas funcionais; pacientes com história de

para o Windows. O valor de p < .05 foi

quedas e confusão. Quando estamos perante

considerado como

um destes casos, o participante deverá ser

significativo.

estatisticamente

identificado, sendo recomendado não colocar estes critérios na escala IPIR, mas listá-los

Resultados

abaixo dos itens da escala. A IPIR demonstra

A primeira fase deste estudo foi a

elevada sensibilidade e valor preditivo

tradução e adaptação da ISAR. Neste processo

( D e n d u k u r i , M c C u s k e r, B e l z i l e , 2 0 0 4 ;

utilizou-se como referencial os príncipios e boas

McCkusker et al., 1999, 2000; Moons, et al.,

práticas recomendado pela ISPOR. Após prévia

2007; Salvi, et al., 2009).

autorização dos autores originais, procedeu-se à tradução, conciliação e retro-tradução com a

Recolha de dados

colaboração de tradutor profissional de ínglês–

As pessoas foram convidadas a

português. Na revisão da retro-tradução

participar no estudo aquando da sua admissão

verificou-se uma equivalência linguistica.

no posto de triagem. Seguidamente foi fornecido

Durante estas etapas, foi solicitado a revisão da

a informação aos participantes e o

tradução e adaptação da ISAR para português a

consentimento informado às pessoas idosas e/

dois peritos em gerontogeriatria. A revisão dos

ou familiares. Os questionários foram entregues

resultados do debriefing cognitivo e finalização

após a autorização escrita do consentimento

resultou na versão final da escala, que foi

informado. Ainda que questionário seja de auto-

aplicada a 195 PI aquando da ida ao SU.

preenchimento, a maioria foi preenchido pelo JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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A amostra é constituída por 52.8% de PI

e/ou lar (60.4%), pelo que os restantes,

do sexo feminino. A idade média é de 79.94

permaneceram em unidades de saúde

(±6.93) anos, variando entre os 65 aos 99 anos.

(internamentos, Unidade de Cuidados

Mais de metade (56.4%) das pessoas idosas

Continuados (UCC), transferência para outros

que recorreram ao SU têm idades

hospitais).

compreendidas entre 74 e 84 anos. O grupo dos

Considerando a triagem de Manchester,

octogenários com idade superior a 84 anos e

os fluxogramas mais representativos utilizados

nonagenários representou 23,6% das

pelos enfermeiros no processo foram:

admissões, aproximadamente ¼. Relativamente

indisposição do adulto (27.2%); dispneia

a medicação, mais de metade dos participantes

(20.5%); problema nos membros (13.3%);

têm prescrito no mínimo 6 fármacos (variando

queda (6.7%); dor torácica (4.6%); problemas

de 0 a 15 medicamentos/dia) e 47.2% das

oftálmicos e urinários (3.6%); vómitos e dor

pessoas idosas são autónomas e

abdominal (3.1%); traumatismo crânio

independentes na gestão da terapêutica, sendo

encefálico (2.6%); dor lombar e infeções locais e

os familiares, nomeadamente, cônjuge, filho(a),

abcessos (2.1%); hemorragias gastrointestinais

neto(a) e sobrinho(a), responsáveis por 35.3%

e problemas nasais (1.5%); problemas

dessa gestão (Tabela 1).

estomatológicos (1%) e diabetes, dores de

Considerando a gravidade e tempo de

garganta, ferida e doença mental (.5%).

espera recomendado na Triagem de Prioridades

De entre os discriminadores da triagem,

de Manchester, mais de ¾ correspondem a

a dor evidenciou-se (41%), com destaque para a

situações urgentes (cor amarela), muito

dor moderada (30.8%) – 4 a 7 na escala

urgentes (cor laranja) e emergentes (cor

numérica. Quando se associa a dor pleurítica, a

vermelha). As maiorias das PI provieram do

dor torácica e dor dorsal que irradia para a

domicílio (83.1%) as restantes foram

região abdominal, mais de metade dos utentes

referenciadas de lares e outras unidades de

foram triados por um discriminador de dor. O

saúde, respectivamente, 9.7% e 7.2%.

“pulso anormal?Sim” (10.7%), a saturação baixa

A presença de acompanhante no

e instalação súbita (7.7%); a alteração do

momento da aplicação do questionário é

estado de consciência (6.2%), e por último, o

significativa (63.6%), sendo a maioria familiares:

problema recente e hematúria franca (2.6%)

filhos(as), cônjuge, netos(as), sobrinhos(as) e

configuraram-se como os discriminadores mais

irmãos, respectivamente, 58.9%, 23,4%, 4%,

utilizados na amostra em estudo.

3.2% e 1.6%. O tempo de permanência médio

Da análise do risco, com base na IPIR,

na urgência foi de 11.21 horas (±4.83), variando

verificou-se que 81.5% das PI obtiveram um

de 2 a 24 horas. As PI com IPIR ≥ 2

score ≥ 2 (IPIR - positiva), o que é indicativo que

U1

são pessoas em situação de risco aquando a

comparativamente com às pessoas sem risco.

admissão no SU. Os itens com scores mais

No que concerne ao encaminhamento após a

representativos do risco foram a necessidade de

alta do SU constatou-se que mais de metade

ajuda no autocuidado associado à doença e/ou

das pessoas idosas tiveram alta para o domicilio

lesão que originou a ida ao SU, os problema de

permanecem mais tempo no S

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Tabela1. Baseline das características da amostra com base na IPIR M±SD IPIR ≥ 2 Características ou n(%) (n=159) n(%) Género 18(9.2) 92(47.2) Masculino 74(38) Femino 103(52.8) Idade 79.94(±6.93)

IPIR 0-1 (n=36) n(%) 18(9.2) 85(43.6)

113(57.9)

88

25

82(42.1) 6.35(±3.06)

25

11

[0-5]

81(41.5)

53(27.4)

6(3.1)

[6-10]

92(47.2)

86(44.6)

28(14.5)

20(10.3)

20(10.4)

0(0)

Próprios

91(47.2)

64(33.5)

27(14.1)

Familiares

69(35.3)

65(34.0)

4(2.1)

31(15.9)

28(14.7)

3(1.6)

Vermelho

6(3.1)

5(2.6)

1(.5)

Laranja

52(26.7)

45(23.1)

7(3.6)

Amarelo

112(57.4)

89(45.6)

23(11.8)

Verde

21(10.8)

16(8.2)

5(2.6)

Branco

4(2.1)

4(2.0)

0(0)

Domicílio

162(83.1)

130(66.7)

32(16.4)

Lar

19(9.7)

18(9.2)

1(.5)

Centro de saúde

1(.5)

1(.5)

0(0)

UCC

5(2.6)

4(2.1)

1(.5)

Transferido de outro hospital

8(4.1)

6(3.1)

2(1)

124(63.6)

17

19

71(36.4)

105

54

Domicilio

110(56.4)

84(43.3)

26(13.1)

Lar

8(4.1)

8(4.1)

0(0)

Internamento

67(34.3)

58(29.4)

9(4.9)

UCC

3(1.5) 6(3.1)

3(1.5) 6(3.1)

0(0) 0(0)

80(41)

56(28.7)

24(12.3)

≤ 80 >80 Medicamentos

>10 Gestão da terapêutica

Outros1 Prioridade

p

.716a

1.78b

.000b

.001a

.644a

Proveniência

.585a

Acompanhante Sim Não Destino Final

Transferido para outro hospital Tempo de permanência SU2 < 10.38 horas

.179a

.161a

.001b

≥ 10.38 horas 115(59) 103(55.2) 12(3.8) 1 Outros: profissionais de saúde, empregado(a) e colaboradores;2 Valor da mediana; aresultado do t-test, bresultado

do x2

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visão e a toma de três ou mais medicamentos

representativas na admissão no SU, o que deixa

(Tabela 2).

antever o que vários autores têm vindo a

Comparando-se os scores da escala

salientar sobre os reflexos do envelhecimento

com outros critérios de risco (McCusker et al.,

demográfico no SU (Aminzadeh e Dalziel, 2002;

1999), verificou-se que das 69 pessoas com

Kihlgren, et al., 2004; McCusker & Verdon,

estes critérios, apenas 4 apresentaram IPIR

2006; Robinson e Mercer, 2007; Roberts et al.,

0-1(IPIR-negativa), 3 em situação de quedas e 1

2008; Salvi, et al., 2007; Shanley et al., 2008).

numa situação de confusão (1). Todas as

Esta realidade reforça a necessidade de cada

pessoas com incapacidade funcional severa

vez mais existir uma mudança de paradigma

apresentaram IPIR-positiva.

neste contexto de cuidado, no qual os

Verifiou-se uma diferença

profissionais têm de incorporar não só

estatisticamente significativa entre as pessoas

capacidades e competências clínicas para

idosas em situação de risco e o número de

atender a situações agudas, como

medicamanetos superior a 6 (X2 (2)=28.117; p=.

competências gerontogeriátricas (Aminzadeh &

000, o

Dalziel, 2002; Stephens, (2006); Tavares, 2009;

tempo de permanência no serviço de

urgência ≥ 10.38 horas (p=.001) e as pessoas

Samaras et al., 2010).

idosas serem responsáveis pela gestão da

A maioria das pessoas idosas com

terapêutica (X2 (1)=11.998; p=.001). A diferença

prioridade urgente, muito urgente e emergente

entre o grupo de pessoas com IPIR – positiva

apresentaram IPIR ≥ 2. Contudo, esta diferença

ou negativa

e o sexo, idade, prioridade,

não estatisticamente significativa, resultado

proveniência e destino após a alta não foi

similar ao estudo de Salvi et al.(2009). Uma

estatisticamente significativa.

possível explicação pode ser o facto da prioridade atribuída na triagem avaliar a

Discussão

gravidade e o tempo de atendimento, não o

Com base nos resultados verificou-se que as

risco aquando a admissão da PI no SU. Outra

pessoas com mais de 74 anos foram as mais

possível explicação é a falta de especificidade

Tabela 2. Percentagem de pessoas idosas com base nos scores de risco da IPIR IPIR

IPIR≥2

IPIR 0-1

Dependência prévia Dependência actual

39 75.9

61 24.1

História de hospitalização (últimos 6 meses)

39.5

60.5

Problemas de visão*

74.4

26.6

Problemas de memória Mais de 3 medicamentos

28.7 82.1

71.3 17.9

*item invertido JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

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dos fluxogramas de triagem para os idosos, ao

al., 2003; Meldon, et al., 2003, Salvi et al.,2009).

contrário do que acontece para os grupos

No entanto, as diferenças metodológicas são

etários de idades inferiores a 19 anos. Conclui-

um factor revelante a ser considerado, em

se que a triagem não exclui o risco, verificando-

especial, o desenho prospectivo observacional

se situações de risco em pessoas idosas não

de coorte.

urgentes.

Aproximadamente metade das pessoas

Importa, ainda, considerar a

idosas da amostra ficaram no mínimo 10 horas

complexidade das pessoas idosas, a

e meia no SU, particularmente, as pessoas com

cronicidade, as apresentações atípicas e as

IPIR ≥2, tempo próximo do identificado por Salvi

síndromes geriátricos, que muitas vezes podem

et al. (2009), ainda que em Portugal as pessoas

estar na origem (ou associados) a um episódio

idosas tenham permanecido em média mais 2

agudo. A cerca deste facto, Tavares (2009)

horas. Considerando que o ambiente físico que

refere que estes episódios podem ser a ponta

caracteriza os SU é a antítese de tudo que as

do iceberg, deixando imersos outros factores

pessoas idosas precisam, depreende-se que

relevantes. Neste contexto, a avaliação do risco

este período possa contribuir para o

deveria ser incorporada no processo de triagem

agravamento do estado clínico, funcional e

ou num momento posterior mediante o

cognitivo das pessoas idosas.

desenvolvimento de protocolos, permitindo

A dor foi o discriminador mais utilizado

assim uma abordagem mais centrada na

na triagem, revelando que os enfermeiros

complexidade e necessidades das pessoas

avaliam este sinal vital. A dor contribui para

idosas. Para além disso, a IPIR revelou uma

limitações funcionais, o que pode explicar a

grande sensibilidade e especificidade na

elevada percentagem no item dependência

identificação de outras situações consideradas

actual da IPIR. Outros itens da IPIR igualmente

de risco. Das 69 pessoas que apresentaram

relevantes foram: os défices visuais e a

estes critérios, apenas 4 não obtiveram um

prescrição superior a 3 medicamentos.

resultado positivo, sendo incluídas todas as

Considerando estes três factores, juntamente

pessoas idosas com incapacidade funcional

com a a iliteracia em saúde, pode antever-se as

severa, o que é revelador do seu valor preditivo

dificuldades na gestão terapêutica (47.2%

para avaliação da funcionalidade (Dendukur et

assegurada pelos próprios) que poderá colocar

al., 2004).

ou agravar o risco das PI, como demonstram os

A diferença entre a proveniência e o

resultados deste estudo (diferença

destino após a alta demonstrou que um número

estatisticamente significativa entre a IPIR ≥ 2 a

significativo de PI que ficaram internadas.

auto-gestão da terapêutica e o maior número de

Apesar deste aumento a diferença não é

medicamentos prescritos). Este fenómeno pode

estatisticamente significativa entre os scores da

ainda estar associado ao envelhecimento

IPIR e o destino após a alta. Neste estudo, a

secundário em que a pluripatologia e as

IPIR não permitiu predizer o risco de

doenças crónicas são prevalentes, o que implica

hospitalização ao contrário de outros estudos

regimes terapêuticos mais complexo e

(McCusker, et al., 2001, 2003a, 2003b; Mion et

polimedicação (Nunes, 2008; Samaras et al.,

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2010; Santos & Almeida, 2010), pelo que podem

este aspecto, a possibilidade de proporcionar

desenvolver um episódio agudo decorrente da

recursos e um ambiente mais favorável às PI.

descompensação da doença crónica, interação

Futuros estudos com base na IPIR devem

medicamentosa ou reacções farmacológicas

considerar uma metodologia do tipo prospectivo

adversas que justificam 50% das urgências

observacional de coorte no sentido de realizar

hospitalares (Santos & Almeida, 2010).

uma validação preditiva da IPIR para a

O item perda de memória apresentou

população portuguesa. Outro aspecto a

scores relativamente baixos, o que poderá ser

considerar é a necessidade de analisar a

explicado pelo facto de algumas pessoas com

triagem inicial e o diagnóstico de saída para

problemas cognitivos não apresentarem

identificar as convergências e divergências entre

nenhum cuidador para responder ao

estes dois momentos, o que poderá contribuir

questionário. Nestas circunstâncias não

para um maior entendimento do processo de

poderiam ser incluídos no estudo.

saúde-doença das PI que recorrem ao SU. Por

Os resultados da IPIR revelaram ser

fim, desenvolver estudo de follow-up para

independentes da idade e do género (McCusker,

avaliar o impacto da ida ao serviço de urgência

et al.,2001, 2003a, 2003b; Mion et al., 2003;

na qualidade de vida das PI e realizar uma

Meldon et al., 2003, Salvi et al.,2009). Podemos

validação concorrente com diferentes

afirmar que este instrumento contraria alguns

enfermeiros no posto de triagem.

dos estereótipos associados ao idadismo, e que

Este estudo tem limitações.

centra a sua avaliação na idade functional. Para

Primeiramente, o tamanho da amostra não

além disso, a percentagem de pessoas idosas

permitiu a generalizações para as PI que

portuguesas com IPIR ≥2 é muito próxima dos

recorrem ao SU em Portugal. Importa ainda

resultados Europeus (Moons et al., 2007; Salvi

considerar a localização geográfica e o tipo de

et al.,2009).

hospital, uma vez que existem diferenças no

Por último, a escala de risco é um

país. Em segundo, o facto de o estudo ter sido

predictor do tempo de permanência na urgência,

desenvolvido num hospital central pode

uma vez que, as pessoas IPIR ≥2 apresentaram

significar que a transferência de utentes de

um período de permanência superior às

outros hospitais pode constituir um viés nos

pessoas com IPIR < 2 , tal como no estudo de

dados e na interpretação da escala por parte

Salvi et al.(2009). Na revisão sistemática de

das pessoas idosas ou cuidadores. Em terceiro,

Hoogerduijn et al. (2007) a IPIR não tinha na

a avaliação cognitiva rápida (exemplo: Short

sua génese a identificação deste resultado. A

Portable Mental Status Questionnaire) não foi

importância da utilização da IPIR para identificar

realizada, sendo relevante considerar este

as pessoas idosas em risco demonstrar-se pela

aspecto como critério de inclusão ou exclusão

sinalização das pessoas que irão permanecer

na selecção da amostra. Por último, a presença

mais tempo no SU, o que permite planear e

de acompanhante só foi avaliada no momento

desenvolver um cuidado centrado nas

da triagem não tendo sido assinaladas

necessidades destes utentes. Soma-se ainda a

chegadas posteriores.

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