Martins, C. (2018) Fatores Motivacionais dos Enfermeiros: Recensão Crítica, Journal of Aging & Innovation, 7 (2): 26 - 42
RECENSÃO CRÍTICA: Martins, C. (2018) Fatores Motivacionais dos Enfermeiros, Recensão Crítica, Journal of Aging & Innovation, 7 (2): 26 - 42
Recensão Crítica
Fatores Motivacionais dos Enfermeiros: Recensão Crítica Nursing Motivational Factors: Critical Review Factores de motivación de los enfermeros: Recensión crítica
Claudina Martins RN, CNS, MsC Corresponding Author: claudinaismartins@gmail.com Resumo A realização da presente recensão crítica, teve objetivo refletir sobre a importância da motivação dos enfermeiros, bem como dos fatores que a influenciam, evidenciando o papel do enfermeiro gestor na motivação dos referidos profissionais, através da síntese e análise de um artigo científico sobre os fatores preditores de motivação nos enfermeiros. Com a análise dos resultados do artigo percebe-se quais os fatores motivacionais dos enfermeiros em estudo e o papel fundamental que o enfermeiro gestor pode ter sobre os mesmos. Conclui-se que a gestão em enfermagem e mais especificamente a gestão de recursos humanos, representa uma área com impacto e espaço de intervenção para a promoção da motivação dos enfermeiros. Palavras-Chave: Enfermeiro; Gestão em Enfermagem; Motivação; Recensão Crítica
Abstract The purpose of this critical review was to reflect on the importance of nurses' motivation, as well as the factors that influence it, evidencing the role of the nurse manager in the motivation of these professionals, through the synthesis and analysis of a scientific article on the factors predictors of motivation in nurses. The analysis of the results of the article shows the motivational factors of the nurses studied and the fundamental role that the nurse manager can have over them. The conclusion is that nursing management and, more specifically, the management of human resources, represents an area with an impact and space for intervention to promote the motivation of nurses. Key Words: Nurse; Nursing Management; Motivation; Critical Review
Introdução Decorrente das profundas alterações que o setor da saúde tem sido alvo nos últimos anos, verificam-se repercussões não só ao nível dos beneficiários, como também dos
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profissionais que nele trabalham, pelo que o Observatório Português dos Sistemas de Saúde (2012), alerta para a desmotivação dos profissionais quer pela diminuição de remunerações, como pela pressão para formas de racionamento implícito decorrente da intensidade do clima de contenção de gastos, bem como pela gestão de “recursos humanos” que ignora os princípios básicos de uma política para as profissões. Assim, na conjuntura atual, em que os enfermeiros se deparam com desigualdades salaria, inexistência de carreira, sobrecarga de trabalho, é necessário perceber o que os pode motivar, de forma a melhorar não só o seu desempenho e qualidade dos cuidados prestados, como também diminuir a saída dos mesmos das organizações. Esta recensão, tem como objetivo refletir sobre a importância da motivação dos enfermeiros na gestão dos recursos humanos, bem como os fatores que a influenciam. Assim, analisou-se o artigo: “Investigating demographic, work-related and job satisfaction variables as predictors of motivation in Greek nurses” (Gaki, Kontodimopoulos e Niakas, 2013), por se tratar de um artigo que estudou os preditores da motivação em enfermeiros gregos, que tal como os enfermeiros portugueses passaram por uma crise económica que se fez sentir na europa desde 2008. Segundos dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) (2013), países como a Grécia e Portugal, adotaram uma rigorosa austeridade fiscal, sendo que cortes em larga escala e reformas no setor público foram impostas como précondição pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu (sobejamente conhecidos por troika), para financiamento dos pacotes de resgate, resultando na redução dos salários dos profissionais de saúde. Tal como a Grécia, Portugal apresenta um rácio baixo de enfermeiro por habitante. De acordo com os dados divulgados pela OCDE (2017), o número de enfermeiros (6,3 por 1000) em Portugal é inferior à média da União Europeia (8,4 por 1000). O relatório da OCDE (2017), alerta também para o facto das pressões sobre os profissionais de saúde, virem a agravar a escassez de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para além disso, outro desafio apontado, diz respeito aos salários dos profissionais de saúde, sendo que os salários mais elevados praticados no setor privado incentivam os enfermeiros a saírem do SNS, ou a emigrar para outros países.
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Assim, “futuramente o SNS tem como desafio conseguir manter a motivação dos seus profissionais, bem como conter e inverter a sua saída” (OCDE, 2017, p.14). Pelo exposto, considera-se pertinente perceber quais os preditores de motivação dos enfermeiros num país que resultante da crise europeia, passou por dificuldades similares às de Portugal, de modo a que possamos refletir nos mesmos com vista a implementação de planos que visem a melhoria da motivação dos profissionais. Síntese
O artigo de que é alvo esta recensão crítica foi extraído através da plataforma b-on, utilizando na pesquisa o termo “motivation”. Na pesquisa avançada, foi contemplado o periódico em que foi publicado, bem como data da publicação, assim, foi publicado há menos de 5 anos no “Journal of Nursing Management Vol. 21, nº3”, com o título: “Investigating demographic, work-related and job satisfaction variables as predictors of motivation in Greek nurses”. Os autores são: Eleni Gaki, Nick Kontodimopoulos e Dimitris Niakas. Eleni Gaki, no âmbito deste estudo, foi estudante de pós graduação. Nick Kontodimopoulos, atualmente trabalha na Hellenic Open University e faz pesquisa em Economia da Saúde, Tecnologia Médica e Saúde Pública, tendo diversos artigos publicados. Pela análise do currículo de Dimitris Niakas, percebe-se que o mesmo tem um vasto percurso ao nível educacional, experiência académica e experiência profissional, estando envolvido em mais de 20 projetos de pesquisa, com diversas publicações em revistas gregas e internacionais, capítulos de livros gregos e internacionais e livros e outras edições. O estudo foi conduzido no Hospital Universitário Regional de Pratas e teve como objetivo investigar se as variáveis demográficas e os fatores relacionados com trabalho predizem a motivação dos enfermeiros de um Hospital Universitário Regional Grego e explorar a associação entre a satisfação no trabalho e os motivadores. De uma forma sucinta, o artigo aborda os fatores motivacionais dos enfermeiros, a importância da motivação dos referidos profissionais para a qualidade dos cuidados prestados e sistemas de saúde eficazes, bem como o papel dos gestores de recursos humanos na motivação dos enfermeiros. Assim, é dirigido aos enfermeiros em geral e aos gestores em particular, pois é competência do enfermeiro gestor motivar a equipa quando gere os recursos
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humanos, tal como contemplado no Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor, na unidade de competência de gestão de recurso humanos “Promove o empenhamento e a motivação do serviço/unidade e equipa” (Ordem dos Enfermeiros (OE), 2014, p.5). A nível estrutural, os autores começam por apresentar o resumo, onde fazem uma breve referência aos objetivos, “background”, método, instrumentos, resultados, conclusões e implicações para a gestão em enfermagem. Nesta secção, apresentam também as palavras-chave, data em que o artigo foi aceite para publicação, morada e e-mail para contacto. Após o resumo, o artigo é dividido em 12 capítulos. São eles: introdução, “background”, estudo, resultados, discussão, limitações, conclusões, implicações para a gestão em enfermagem, agradecimentos, fonte de financiamento, aprovação ética e as referências. Na introdução os autores referem que apesar dos avanços tecnológicos que diariamente se verificam em todos os setores sociais, os recursos humanos continuam a ser o bem mais importante e decisivo para alcançar os objetivos e as metas das organizações. Citando Bjerneld et al. (2006), apontam a motivação como uma operação administrativa que permite abordar e manter o comportamento humano na direção capaz. Recorrem a Goleman (2000) para definirem o termo motivo, fazendo também referência às teorias de recursos humanos desenvolvidas por Maslow (1943) e Herzberg et al. (1953), que sugerem que os funcionários satisfeitos tendem a ser mais produtivos e criativos. Finalmente, sustentados em Krueger et al. (2002) declaram que o contexto geral do trabalho tem um efeito profundo sobre a qualidade da vida profissional e sobre o ambiente de trabalho satisfatório. No capítulo seguinte, “background”, os autores referem como ponto de partida a teoria da motivação de Herzberg et al. (1953) e a hierarquia das necessidades de Maslow (1943). Mencionam que os enfermeiros são o maior grupo profissional no setor hospitalar, pelo que, a qualidade dos serviços por eles prestados, afeta a eficiência do sistema de saúde e de certo modo determina o grau de satisfação do utente. Assim, os enfermeiros devem ser motivados para alcançarem as metas da organização e esperam-se enfermeiros altamente motivados nos hospitais para melhorar a qualidade dos cuidados.
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Neste capítulo, há ainda referencia ao rácio de enfermeiros na Grécia, que é muito inferior à média da OCDE. Os autores falam também nos impactos da crise financeira mundial sobre a economia grega e do impacto que as severas medidas de austeridade tiveram na área da saúde. Resultante da conjuntura vivida, os gestores dos hospitais públicos estão limitados na atribuição de incentivos financeiros que poderiam motivar os enfermeiros. Assim, os autores consideram importante perceber o que mais pode satisfazer os enfermeiros no local de trabalho e motivá-los a melhorar o seu desempenho. O terceiro capítulo é referente ao estudo. Aqui é apresentado o objetivo do mesmo, subdividindo-se posteriormente em quatro subcapítulos (amostra e configuração, colheita de dados, instrumentação e análise estatística). Na amostra e configuração, os autores fazem referência ao local e ao período em que decorreu o estudo. Há também referência à amostra, sendo a mesma é constituída por 200 enfermeiros de atuação permanente. No subcapítulo colheita de dados, é especificada a forma como foi realizada a colheita de dados. Após aprovação do Conselho Científico do Hospital, os dados foram colhidos através de questionários de resposta anónima ao longo de um período de 3 semanas mediante nomeação de visitas de acompanhamento e contacto pessoal. Quanto à instrumentação, a pesquisa incluiu um instrumento previamente validado desenvolvido para medir a motivação com base nas teorias de Maslow e Herzberg et al.; questões relativas às características demográficas, sociais e de trabalho dos participantes, bem como uma questão relativa à satisfação no trabalho. Os autores fazem também uma descrição do instrumento utilizado para avaliar a motivação, alertando para o facto de na literatura os termos satisfação e motivação serem frequentemente utilizados de forma intercambiável, quando na realidade existe uma fronteira entre eles. No último subcapítulo, os autores enunciam a forma como foi feita a análise estatística. Foram utilizadas estatísticas descritivas para a amostra global, bem como para os subgrupos. Explicam como foram categorizadas as variáveis, fazendo referencia às medidas e aos testes utilizados para testar os subgrupos. Todas as análises foram realizadas com o SPSS 17. Relativamente ao capítulo dos resultados, também se verifica uma subdivisão (análise descritiva, características da amostra e fatores motivacionais e preditores de motivação).
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Na análise descritiva, os autores começam por descrevem os resultados obtidos para as características da amostra, fazendo também referência aos valores obtidos para os fatores de motivação. No segundo subcapítulo os resultados são apresentados tendo em conta as características da amostra e os fatores motivacionais. No subcapítulo dos preditores de motivação os autores explicam que as variáveis previamente identificadas com significância estatística e satisfação no trabalho, foram incorporados no modelo de regressão linear para cada fator de motivação. No capítulo designado “discussão”, atendendo ao contexto atual de constantes mudanças nos cuidados de saúde, começam por explicar a importância de se estudarem os fatores motivacionais nos enfermeiros, uma vez que a mesma está relacionada com a qualidade dos cuidados prestados. Explicitam qual o objetivo do estudo e o plano teórico utilizado e discutem os dados obtidos corroborando-os com outros autores.
No sexto capítulo, os autores fazem referências as limitações do estudo, considerando como limitações o facto de a amostra incluir pessoal de enfermagem de um hospital universitário regional e não a totalidade dos profissionais de saúde que nele trabalham. Salientam também o facto do hospital ser público, bem como os problemas especiais, atribuíveis para cada setor. Alertam para cautela na generalização dos dados devido às diferentes taxas de resposta dos enfermeiros nos três setores de trabalho. Os autores consideram ainda como limitação o caracter do estudo. Na conclusão os autores de forma suscita descrevem os principais resultados. Os enfermeiros deste estudo obtiveram valores elevados para motivadores não estritamente relacionados com recompensas econômicas, que podem ser vistos como intrínsecos. O ganho de respeito e os componentes de realização foram os motivadores mais fortes do estudo. A satisfação no trabalho mostrou ser um preditor significativo de todos os fatores motivacionais. Demonstrou-se também, que o setor de trabalho é um preditor significativo na motivação. Para finalizar este capítulo, os autores deixam a ideia de que, se as características de cada funcionário forem tidas em conta, se forem adotas mudanças
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que oferecem oportunidades para satisfazer as suas necessidades e se providenciar a educação indispensável para facilitar a satisfação dessas necessidades, então a motivação pode tornar-se um objetivo mais viável, o que vai de encontro à ideia inicialmente exposta no capítulo que defende que qualquer tentativa de implementar mudanças nos sistemas de saúde deve enfatizar os recursos humanos e o contexto de trabalho. No capítulo referente as implicações para a gestão de enfermagem, são deixadas algumas ideias chave que têm impacto na motivação dos enfermeiros. A motivação é um fator importante para a eficiência das organizações. Dentro da gestão de enfermagem, a equipa precisa ser motivada para prestar cuidados de qualidade, aumentar a eficiência e reduzir o absenteísmo (Shader et al. 2001). Recorrendo a Edgar (1999), os autores declaram que as necessidades de um indivíduo são motivadores importantes que fazem com que as pessoas trabalhem com mais entusiasmo e interesse. Referem também, de acordo com Dussault & Dubois (2003), que na maioria dos países, a falta de políticas explícitas para a gestão de recursos humanos produziu desequilíbrios que ameaçam a capacidade dos sistemas de saúde alcançarem os seus objetivos. Este capítulo termina com referências às teorias de Maslow (1943) e Herzberg et al. (1953) e de que forma, é que estas podem oferecer ideias à gestão de enfermagem, para a resolução de problemas de motivação, deixando alguns exemplos. Finalizam o artigo, expressando gratidão ao colega George Krommydas, deixando claro que o estudo não foi financiado por nenhuma fonte externa e que em termos éticos o estudo foi aprovado pelo Conselho de Revisão do Hospital e que todos os participantes deram o seu consentimento. Apresentam também, a lista de referências utilizada.
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Análise Crítica Este artigo desenvolve-se em torno dos fatores motivacionais dos enfermeiros e da sua importância para os sistemas de saúde eficazes, no entanto em termos conceptuais, os autores apenas se referem à motivação como uma operação administrativa que permite abordar e manter o comportamento humano na direção capaz, fazendo também distinção entre satisfação no trabalho (resposta emocional à condição de trabalho) e motivação (força motriz para satisfazer as necessidades). Na perspetiva de Cunha, Rego, Cunha e Cardoso (2007, p.155), definir o conceito de motivação não é tarefa fácil, pois trata-se de um constructo invisível, utilizado em diversas áreas das ciências humanas e abordado sob múltiplas perspetivas, sendo que “o conjunto de forças enérgicas que têm origem quer no indivíduo quer fora dele, e que dão origem ao comportamento de trabalho, determinando a sua força, direção, intensidade e duração”, é uma possível definição apontada pelos autores. A partir da Teoria das Relações Humanas, a motivação pode ser definida como a tensão permanente que leva o indivíduo a adotar determinado comportamento, com o objetivo de satisfazer uma ou mais necessidades, emergindo o conceito de ciclo motivacional (Chiavenato, 2000). Segundo Maçães (2017, p.20), no âmbito organizacional, a motivação pode ser definida como “a disponibilidade dos indivíduos para despender níveis elevados de esforço para atingirem os objetivos das organizações” (…) “a motivação é também um processo de satisfação de necessidades. Necessidades não satisfeitas criam tenções e estados de desconforto que motivam comportamentos que fazem as recompensas parecer atrativas”. No que refere à enfermagem, os autores defendem que os enfermeiros devem ser motivados para ativar a sua força e potencial no sentido de alcançar as metas da organização e a melhoria dos cuidados prestados. O mesmo é defendido por
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Oshvandi et al. (2008), citado por Kantek, Yildirim e Kavla (2015), que refere que a motivação é essencial para melhorar o papel dos enfermeiros, fortalecendo a imagem profissional, melhorando o sistema de saúde e aumentando a qualidade dos cuidados de saúde do indivíduo e da comunidade. Kantek, et al. (2015), recorrendo a diferentes estudos, acrescentam ainda, que a motivação dos enfermeiros no trabalho está intimamente relacionado com a intenção de sair, satisfação no trabalho, burnout, capacidade de trabalho e desempenho. Por sua vez, os baixos níveis de motivação estão associados a baixa produtividade, mau desempenho, diminuição de segurança e qualidade dos cuidados prestados, bem como um aumento dos custos desses mesmos cuidados (Chandler et al., 2009, citado por Perreira e Berta, 2016; Kantel et al, 2015). No que refere às teorias da motivação, das diversas teorias existentes, os autores recorreram à teoria da hierarquia das necessidades de Maslow e a teoria da motivação de Herzberg, no entanto não deixam claro o motivo da escolha. Segundo Cunha et al. (2007), as teorias da motivação podem ser divididas em teorias de conteúdo e teorias de processo. As teorias de conteúdo, tentam explicar a motivação através da análise dos motivadores, ou seja, tentam dar resposta ao que motiva as pessoas; por sua vez, as teorias do processo, tentam dar resposta a como se desenvolve o comportamento motivado, analisando desta forma a motivação de uma forma mais dinâmica. Tanto as teorias de conteúdo como as de processo subdividem-se em teorias gerias e teorias organizacionais, sendo que as teorias gerias dizem respeito a aspirações genéricas dos seres humanos, não estando centradas exclusivamente no trabalho e no comportamento organizacional; as teorias organizacionais são direcionadas para o comportamento organizacional, incidindo sobre o conteúdo do trabalho (Cunha et al., 2007). De acordo com divisões apresentadas, a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow pertence ao grupo das teorias de conteúdo gerais, já a teoria bifatorial de Herzberg pertence ao grupo das teorias de conteúdo organizacionais. Como referido pelos autores, de acordo com Maslow, as pessoas têm cinco níveis de necessidades: fisiológicas, segurança, sociais, estima e auto-realização, sendo que as de nível inferior devem ser satisfeitas antes de serem ativadas as de nível superior.
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De acordo com Maçães (2017), no que ao trabalho/organização diz respeito, as necessidades fisiológicas são referentes à necessidade de aquecimento, intervalos para descanso e salário; as de segurança dizem respeito às regalias sociais e segurança no trabalho; as sociais são as que influenciam o bom ambiente no trabalho, participação em grupos de trabalho ou reuniões e um bom relacionamento com os superiores; as de estima referem-se à motivação pelo reconhecimento e status, ampliação da responsabilidade e solicitação pela organização; as de autorrealização abrangem a oportunidade de desenvolvimento e realização pessoal, desafios, criatividade e autonomia. Para Cunha et al. (2007), na prática, a teoria de Maslow propõe que os gestores se preocupem com a identificação do nível de satisfação das necessidades dos colaboradores, para poderem dar resposta a como os motivar. Com base em Herzberg, os autores fazem referência aos fatores motivadores e aos higiénicos. Os fatores motivadores dizem respeito reconhecimento, responsabilidade, conquista e outros aspetos intrínsecos, já os higiénicos são referentes às condições de trabalho, salário e supervisão, que embora não aumentem a satisfação no trabalho, a sua ausência leva à insatisfação. De acordo com a teoria de Herberg, os fatores que levam à motivação no trabalho, são diferentes dos que determinam a insatisfação e desmotivação, pelo que segundo Maçães (2017) os gestores devem ter presente que a satisfação dos fatores higiénicos embora necessária, não é condição suficiente para a motivação dos trabalhadores, assim, numa primeira fase os gestores devem remover os fatores higiénicos para eliminar a insatisfação dos trabalhadores e depois ter em atenção os fatores motivacionais para aumentar a satisfação e a motivação. Sustentados em Krueger et al. (2002), os autores apontam os estilos de liderança, as políticas e os procedimentos que facilitam a realização profissional como fatores importantes na qualidade dos cuidados prestados e na organização em si, pelo que se impõe a questão: qual o impacto da liderança e estilos de liderança na motivação? Fradique e Mendes (2013), referem que a liderança tem constituído uma preocupação por parte dos administradores das organizações de saúde, conscientes de que o processo de liderança deve envolver entre outras coisas um clima de motivação.
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Segundo Cunha et al. (2007, p. 332) a liderança diz respeito à “capacidade de um indivíduo para influenciar, motivar e habilitar outros a contribuírem para a eficácia e sucesso das organizações de que são membros”. Maçães (2017), partilha de opinião semelhante, acrescentando ainda que uma liderança forte faz com que os subordinados estejam altamente motivados o que têm impacto na obtenção de bons resultados. No que refere há enfermagem, Sousa e Barros (2009, p.2) sustentados na obra de James Hunter (2004) dizem que “o líder consiste naquela pessoa que, por meio do diálogo, motiva as pessoas a trabalhar com entusiasmo na busca dos objetivos determinados pela equipa, sendo que estes e o relacionamento interpessoal são considerados e igualmente valorizados por meio do cuidado, que transcende o âmbito assistencial e alcança o universo da liderança”. Para Tetrick (1989), Gardner et al. (2005) e Ilies et al. (2005) citado por Wong e Laschinger (2012), os verdadeiros líderes desenvolvem a motivação e a autodeterminação dos seguidores, criando condições que facilitam a comunicação bidirecional e autonomia. Quando os líderes subestimam o relacionamento entre elementos da equipa e se focalizam apenas na tarefa, levam ao descontentamento e falta de motivação do grupo, promovendo desta forma a saídas de profissionais da equipa (James Hunter 2004, citado por Sousa e Barros, 2009). Quanto aos estilos de liderança, Negussie e Demissie (2013), referem-se a liderança transformacional como o processo em que os líderes e subordinados se alam para níveis mais elevados de motivação e moralidade. De acordo com os resultados de um estudo levado a cabo pelos mesmos autores, os enfermeiros parecem estar mais satisfeitos com estilo de liderança transformacional, especialmente com comportamentos de motivação inspiradora. Líderes que adotam comportamentos de motivação inspiradora tem capacidade para fortalecer as respostas dos seus seguidores. Pelo contrário, quando um enfermeiro exerce a liderança por meio do poder, o relacionamento entre os membros sai prejudicado. Assim, este tipo de liderança não perdura no tempo, pois favorece um ambiente de trabalho hostil e prejudicial aos relacionamentos resultados do trabalho da equipa. Nas equipas onde os relacionamentos não estão fortalecidos pelo laço de compromisso, cumplicidade e respeito, a figura do líder não é reconhecida e, consequentemente, o grupo desvia o foco do objetivo comum e acaba por
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perder a motivação para cumprir tarefas exigidas (James Hunter 2004, citado por Sousa e Barros 2009). Como referido por Sousa e Barros (2009), fazendo alusão a James Hunter (2004), na liderança em enfermagem, é necessário ter sempre presente o cuidado, pois é este o foco central da profissão, no entretanto, é preciso contemplar numa fase inicial as relações entre os profissionais de modo a eliminar obstáculos para os processos assistenciais. Dessa forma, identificar e satisfazer as necessidades dos membros da equipa, com vista à motivação do grupo, constitui um princípio de liderança em enfermagem. Quem lê o artigo percebe como os autores se posicionam face à motivação dos enfermeiros. Estes consideram-na crucial para sistemas de saúde eficazes, sendo que as mudanças contínuas nos cuidados de saúde implicam uma crescente necessidade de inspirar e motivar os funcionários, o que vai de encontro ao ponto de vista de Maçaes (2017, p.19), que diz que “uma organização só será eficaz se os seus membros estiverem motivados para atingirem elevado desempenho. Daí a importância da motivação e dos gestores conhecerem as formas de motivarem os seus funcionários”. Koch, Proynova, Paech e Wetter (2014) acrescentam ainda que os programas de recursos humanos devem centrar-se em enfermeiros cuja motivação esteja em risco e aquando do recrutamento devem privilegiar a contratação de enfermeiros altamente motivados. Os autores dizem também ser espectável, que enfermeiros altamente motivados nos hospitais, melhorem a qualidade dos cuidados prestados. O mesmo é defendido por Kantek et al. (2015) que defende que a motivação dos enfermeiros é de extrema importância para que os pacientes possam receber serviços de enfermagem eficazes e de alta qualidade. Percebe-se igualmente, que os autores partilham da ideia de que se as partes interessadas tiverem em conta as características de cada funcionário, adotarem as mudanças necessárias para que as suas necessidades sejam satisfeitas e facilitarem a educação necessária para a satisfação dessas necessidades, então a motivação pode tornar-se mais viável. Kantek et al. (2015) partilham de ideia semelhante quando defendem que os gestores de enfermagem podem maximizar a potencial de enfermeiros, implementando estratégias de motivação apropriadas, tendo em conta características como a idade, a duração de
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experiência profissional e experiência institucional e mudanças recentes, no entanto, alertam para o facto da motivação ser intrínseca, pelo que os gestores não podem motivar diretamente os subordinados, podendo contudo, maximizar o potencial de seus funcionários com estratégias de motivação apropriadas. Nas implicações de um estudo levado a cabo por Koch (2014) é evidente a ideia de que a motivação dos enfermeiros se correlaciona com o seu local de trabalho e características pessoais. Assim, a administração do hospital deve ter em conta estas características para aumentar a motivação dos enfermeiros. Ao ler o artigo, outra ideia que fica presente é o facto do dinheiro nem sempre ser suficiente como motivador, o que vai de encontro aos resultados obtidos, em que a remuneração foi o fator que apresentou menor valor como fator de motivação. Esta ideia é reforçada por Perreira (2016) quando recorre aos autores para esclarecer que fornecer incentivos financeiros por vezes não é uma opção para motivar, pelo que é imperativo compreender alternativas para satisfazer as necessidades dos funcionários no local de trabalho e motivá-los a melhorar o seu desempenho. Pelo exposto, o artigo escolhido, trata-se de um artigo que recomendaria para leitura, não só pela pertinência do tema, mas também pela forma como está estruturado e apresentado.
Considerações Finais
A gestão de recursos humanos, é algo que acontece necessariamente em todas as organizações e surge como um “processo organizacional intimamente entrelaçado com outros processos organizacionais, sujeito aos processos políticos dentro da organização, sujeito à complexidade dinâmica da interacção entre diversos actores organizacionais em busca de espaço de influência e utilizando, para isso, os mais variados meios.” (Caetano e Vala, 2007, p. 105). Assim, a promoção de um clima de motivação dos colaboradores/equipas representa um espaço de intervenção dos gestores de recursos humanos. A escolha do artigo, sobre o qual foi feita a recensão, deveu-se ao facto do mesmo alertar para a importância de se manterem os enfermeiros motivados e do seu impacto na prestação de cuidados com qualidade, destacando ainda o facto de ter ocorrido num país,
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que tal como Portugal passou por uma crise financeira, da qual resultaram medidas muito semelhantes às adotadas em Portugal. Assim, tendo em conta certas medidas adotadas como: reduções salariais, congelamento das progressões e degradação dos serviços de saúde, torna-se imperativo perceber o que pode motivar os enfermeiros, para melhorar o seu desempenho. A questão da motivação, associada à gestão dos recursos humanos, trás ainda espaço de investigação e de ação para a questão da rotatividade dos enfermeiros, que na atualidade tem um grande impacto nos serviços. Como referido por Poeira (2016, p.2), citando Duffield et al. (2011); Shields e Ward (2001) e Tai et al. (1998) “a questão da rotatividade é fundamental, pois a saída de pessoas da organização traduz-se frequentemente na perda de produtividade, de conhecimento, de capital intelectual e de saúde organizacional, com sério impacto na motivação e satisfação profissionais”. Ruthes e Cunha (2009), defendem que lidar com pessoas implica uma sensibilidade constante e um aperfeiçoamento técnico contínuo. Referem também que há quem considere as pessoas como recursos, no entanto há quem prefira considera-las como talentos. “Talentos humanos são o que temos para ser desenvolvido, aproveitado e incentivado nas organizações (…).Sabe-se que só o ser humano, sem o patrimônio, não constitui uma organização, assim como o patrimônio sem esse elemento humano também não constitui uma organização (…) A pessoa é que dá a vida, é que dá movimento ao patrimônio” (Ruthes e Cunha, 2009, p. 902).
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