Fonseca C., Luz H, Melo R. (2020) Aging and Humanitude Care: Opportunities for the organizational system, Journal of Aging & Innovation, ARTIGO ORIGINAL: Fonseca C., Luz H, Melo R. (2020) 9 (2): 33- 47 Aging and Humanitude Care: Opportunities for the organizational system, Journal of Aging & Innovation, 9 (2): 33-47
Artigo Original
Envelhecimento e Cuidado Humanitude: Oportunidades para o sistema organizacional Cuidado del envejecimiento y la humanidad oportunidades para el sistema organizativo Aging and Humanitude Care: Opportunities for the organizational system Carolina Fonseca1 Helena Luz 2, Rosa Melo3 1
MsC em Serviço Social pela Universidade de Coimbra/Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação Universidade de Coimbra/Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação 3 Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Corresponding Author: carolina_19fonseca@hotmail.com 2
Resumo Objetivo: A intensificação das comorbidades e da dependência com o avanço da idade têm estado na origem da crescente institucionalização de pessoas idosas em estruturas residenciais desafiando-as a perspetivar a abordagem da humanização dos cuidados como um compromisso globalizante, ou seja, abrangendo todo o contexto organizacional. Neste âmbito, o presente artigo analisa as oportunidades da Metodologia de Cuidado Humanitude (MCH) para o sistema organizacional, focalizando os domínios da sua aplicabilidade, os benefícios e dificuldades associadas à sua implementação e o contributo económico potenciado por esta metodologia. Método: Foi realizado um estudo exploratório e descritivo de natureza quantitativa abrangendo três formadores credenciados do Instituto Gineste- Marescotti (IGM) Portugal, com experiência na implementação da MCH em ambiente residencial e desempenho de cargos de gestão em instituições de apoio à população idosa. A recolha de dados foi prosseguida por via de questionários tendo as questões abertas sido sujeitas a análise de conteúdo (Bardin, 2016). Resultados: A aplicabilidade da MCH reverte forte pertinência no campo dos cuidados diretos à pessoa idosa e dinâmica organizacional. Realçam-se benefícios da humanitude para o cuidador formal, pessoa cuidada e sistema/contexto organizacional. Os constrangimentos à adoção desta abordagem são de natureza interna e externa à instituição. Numa vertente económica são apontadas potencialidades avaliando a relação custo-eficácia. Conclusões: A MCH constitui uma abordagem transversal ao cuidado em enquadramento residencial, constituindo-se como uma metodologia aliada das direções técnicas no que diz respeito à mudança na cultura organizacional. O sistema organizacional é o alicerce necessário e essencial para sustentar uma mudança para um cuidado humanizado e que reverte inúmeros benefícios e contributos para todos os agentes que constituem o sistema organizacional, carecendo de se minimizar os constrangimentos à sua implementação. Palavras-chave: Envelhecimento; Pessoas Idosas; Cuidado; Humanitude; Estruturas residenciais; Sistema organizacional
Abstract Objective: The intensification of comorbidities and dependence with advancing age has been at the origin of the growing institutionalization of elderly people in residential structures, challenging them to view the approach of humanization of care as a globalizing commitment, that is, covering the entire context organizational. In this context, this article analyzes the opportunities of the Methodology of Care Humanitude (MCH) for the organizational system, focusing on the domains of its applicability, the benefits and difficulties associated with its implementation and the economic contribution enhanced by this methodology. Method: An exploratory and descriptive study of a quantitative nature was carried out, covering three accredited trainers from the Institute Gineste-Marescotti (IGM) Portugal, with experience in implementing MCH in a residential environment and performing
JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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management positions in institutions that support the elderly population. Data collection was continued through questionnaires and open questions were subjected to content analysis (Bardin, 2016). Results: The applicability of MCH reverts strong relevance in the field of direct care for the elderly and organizational dynamics. Humanity benefits for the formal caregiver, cared person and organizational system / context are highlighted. The constraints to adopting this approach are internal and external to the institution. In an economic aspect, potentialities are pointed out assessing the cost-effectiveness. Conclusions: MCH constitutes a transversal approach to care in a residential setting, constituting itself as a methodology combined with technical directions with regard to changing organizational culture. The organizational system is the necessary and essential foundation to sustain a change to humanized care and that reverses countless benefits and contributions for all the agents that constitute the organizational system, needing to minimize the constraints to its implementation. Keywords: Aging; Old people; Watch out; Humanitude; Residential structures; Organizational system
INTRODUÇÃO
O envelhecimento demográfico constitui o fenómeno mais expressivo do século XXI caracterizando de forma marcante o continente Europeu (EU-28), onde se estima que a população com 65 e mais anos possa vir a aumentar de 101 milhões em 2018 para 149 milhões em 2050. A este respeito a Europa depara-se também com o significativo envelhecimento dos idosos, admitindo-se que as pessoas com 85 e mais anos representem 31,8 milhões em 2050, o que traduz um acréscimo em mais do dobro deste contingente populacional tendo por base o ano de 2018 (13,8 milhões), sendo igualmente de salientar o crescimento da população centenária que se prevê poder alcançar mais de meio milhão em 2050 (EU, 2019). Constituindo o terceiro país mais envelhecido da Europa, Portugal apresenta um registo de híper envelhecimento denunciado pela dimensão da população idosa que ultrapassa já os 21% (Luz, 2019), tendo vindo a evidenciar, a par, um retrato de tendencial longevidade, informado pelo respetivo índice, que dá conta de que 29,4% dos idosos em 2018 possuíam 80 e mais anos, enquanto que em 1990 esta percentagem se situava nos 18,8% (Pordata, 2020). Apesar destas mudanças simbolizarem um patamar de desenvolvimento, associado sobretudo a melhorias várias nos domínios do acesso e informação relativa á saúde/doença e a evoluções a nível dos cuidados de saúde, é sabido que com o envelhecimento se intensificam as comorbidades e acresce a probabilidade de ocorrências em termos de perdas a nível funcional, de que resultam situações de dependência (e.g., Dantas, Bello, Barreto & Lima, 2013; Polaro et al., 2013). Particulares destaques merecem neste âmbito as patologias do foro cognitivo, as quais atendendo à sua complexidade e cariz frequentemente crónico e/ou progressivo tendem a afetar o indivíduo a nível mental, funcional e comportamental (Santana & JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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Duro, 2014). Como a OMS (2017) informa, aproximadamente 20% dos adultos com mais de 60 anos sofre de algum tipo de distúrbio mental, prevalecendo a depressão e a demência. De salientar que no campo das demências a sua incidência tende a duplicar a cada cinco anos, após os 60 anos, reconhecendo-se estarem estas patologias na dianteira, comparativamente aos acidentes vasculares cerebrais (AVC), ou outras formas de cancro, para acentuar a incapacidade de pessoas com mais de 60 anos (Santana et al., 2015). De um modo geral, as doenças incapacitantes (e.g., depressão, demências) têm repercussões ao nível da execução das Atividades de Vida Diária (AVD´s) (Rodrigues, Loureiro, Crespo & Silva, 2014), constituindo a evolução da doença e o grau de dependência decorrente da mesma fatores que limitam a disponibilidade dos cuidados familiares (e.g., Carvalho, 2009; Pimentel & Albuquerque, 2010). Deste modo é frequentemente equacionada a opção pela institucionalização, facultando-se desta forma quer o apoio complementar á família, quer a prevenção de possíveis situações que possam vir a ocorrer e que causam maior dependência às pessoas idosas. Com efeito e tendo por base as Cartas Sociais de 2000 e 2017 (GEP, 2001; 2017), pode constatar-se que as ERPI têm registado um crescimento desde 2000 na ordem dos 70%, ou seja, enquanto que em 2000 existiam 1407 estruturas residenciais para idosos, em 2017, esta resposta social correspondia a cerca de 2500 estabelecimentos, na sua maioria provenientes de IPSS. Nestas respostas socias as equipas profissionais são essenciais para a prestação dos cuidados dignos e humanizados, sendo da responsabilidade das direções técnicas assegurar o trabalho de apoio e coordenação das equipas envolvidas no cuidado e fazer cumprir a missão e os objetivos organizacionais, sejam eles ao nível do cuidado prestado, usufruído ou do equilíbrio organizacional, designadamente de natureza financeira, por forma a proporcionar-se um bom funcionamento dos serviços. Neste âmbito importa, pois, que prevaleçam como centrais na dinâmica das estruturas residenciais as ações vocacionadas para a promoção e manutenção da autonomia das pessoas idosas, carecendo os princípios ancorados na qualidade, eficiência, humanização e respeito pela individualidade de serem assumidos como compromisso globalizante, envolvendo toda a equipa e stakeholders organizacionais, a fim de que possa ser prestado o cuidado humanizado e com qualidade (e.g., GCPAS & CID, 2005, Portaria n.º 67/2012). Sabe-se, contudo, que o trabalho desenvolvido junto de pessoas idosas apresenta acrescida complexidade. Os elevados níveis de dependência que afetam a capacidade de adaptação física e emocional necessária ao autocuidado tornam os JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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cuidados
prestados
pelos
profissionais
em
tarefas
árduas,
despoletando
frequentemente sentimentos de desânimo, insegurança e angústia, da sua parte (Ribeiro et al., 2008). Como se reconhece, face a quadros demenciais intensificam-se as dificuldades associadas à prestação de cuidados, visto que a estas patologias estão associados comportamentos como a agitação, deambulação, discurso repetido e agressões (verbais e físicas), conduzindo a um elevado desgaste emocional, stress e sobrecarga física nos cuidadores formais (Kuske et al., 2009; Rolland et al., 2007). Paralelamente, o desconhecimento da doença, a falta de formação, de tempo, de recursos humanos, são também fatores que constrangem a atividade dos profissionais no campo do cuidado (Barbosa et al., 2011). Frequentemente é a partir deste tipo de dificuldades que se acumulam no dia a dia, que se elevam os níveis de absentismo, os quais aliados à rotatividade de profissionais (admissões e saídas de pessoal) favorecem uma maior instabilidade podendo comprometer a qualidade dos serviços e/ou cuidados prestados (Sousa, 2011). Assim, constitui um imperativo dotar as estruturas de cuidados e respetivos profissionais de ferramentas e métodos que lhes permitam realizar um cuidado digno e humanizado, sendo certo que existem inúmeros fatores que condicionam e/ou dificultam a sua concretização e que importa conhecer e analisar. Sobretudo e tal como sublinham Gineste e Pellissier (2008, p.283) deve perceber-se que para efeito do cuidado gerontológico é essencial a presença de todos, desde “diretores de estabelecimentos, prestadores de cuidados especializados, voluntários e famílias (...)”, pois só através de um trabalho conjunto é possível intervir em contextos de complexidade do cuidado, compreendendo as especificidades das pessoas cuidadas e as mudanças que as mesmas experienciam derivadas dos seus processos de envelhecimento, pelo que importa às instituições rever as suas abordagens do cuidar por forma a tornar este um ato de Humanitude, ou seja, valorizador da pessoa cuidada e do cuidador. Assim, os dirigentes destas instituições confrontam-se com uma exigência ética de implementar estratégias facilitadoras da mudança de cultura de um cuidado rotinizado e centrado na tarefa para um cuidado integral e humanizado. A Metodologia de Cuidado Humanitude, pela evidência cientifica obtida em termos de operacionalização da humanização dos cuidados e mudanças obtidas nas organizações (Melo, Costa, Henriques, Tanaka, Queirós & Araujo, 2019), poderá ser uma dessas estratégias de gestão a implementar. Neste estudo pretendeu-se analisar as oportunidades da Metodologia de Cuidado Humanitude (MCH) para o sistema organizacional, focalizando os domínios da sua
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aplicabilidade, os benefícios e dificuldades associadas à sua implementação e o contributo económico potenciado por esta metodologia.
Método
Foi realizado um estudo exploratório e descritivo de natureza qualitativa abrangendo a partir de uma amostra não probabilística de cariz intencional, três formadores da MCH credenciados pelo IGM Portugal, os quais foram selecionados tendo por base dois critérios: 1) experiência na implementação da MCH em ambiente residencial, e 2) desempenho de cargos de responsabilidade acrescida em instituições de apoio à população idosa, nomeadamente em ERPI. A recolha de dados empíricos realizada em Maio de 2020 foi conduzida por via de questionários autoadministrados, constituídos maioritariamente por questões abertas, destinados a percecionar atitudes e opiniões várias acerca da MCH, entre as quais, a perceção dos interlocutores (I1; I2; I3) face à implementação da MCH sob o ponto de vista dos cuidados e das organizações tendo as questões sido sujeitas a procedimentos de classificação e categorização informados pela metodologia da análise de conteúdo (Bardin, 2016; Vala, 1990) e suportados pela teoria (e.g., Figueiredo, Melo & Ribeiro, 2018).
Resultados
Do trabalho de revisão teórica e da análise de conteúdo emergiram quatro categorias: a aplicabilidade da MCH em contexto ERPI, os benefícios e dificuldades face à implementação da MCH para as organizações e o contributo económico que esta abordagem suscita em termos organizacionais. Da interpretação dos relatos acerca da aplicabilidade da MCH foram suscitadas duas subcategorias: cuidados diretos à pessoa idosa e a dinâmica organizacional. Quanto ao cuidado direto à pessoa idosa, a intervenção em saúde e a promoção da autonomia são destacadas como resultando da implementação da MCH, tal como elucida um dos interlocutores: “Desde a administração terapêutica, um posicionamento, a uma consulta, toda a intervenção em saúde (no seu conceito holístico) tem por base a relação, por isso a Humanitude é aplicável, útil e eficaz em todo o tipo de cuidado a qualquer pessoa” (I1). O auxílio na prestação nas AVD é também uma área onde a MCH se aplica, como esclarece outro participante: “os cuidados de higiene (pe. local onde é prestado o cuidado, quantos cuidadores são necessários (…) como é feita a JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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transferência do utente (…)” (I2), tendo sido também destacada essa aplicabilidade associada à preparação e participação nas atividades: “Mas também a forma como são preparadas as sessões de animação sociocultural, como são planeadas as sessões de fisioterapia, psicologia, terapia da fala (…)” (I2). Quanto à subcategoria dinâmica organizacional, a MCH carece de ser aplicada ao nível de toda a gestão e organização dos cuidados, como informam os seguintes depoimentos: “Na vertente de gestão de cuidados através das ferramentas de supervisão de cuidados e prescrição de cuidados é possível conseguir-se um alinhamento da equipa em função dos objetivos
de
cuidado
personalizados,
promovendo
uma
verdadeira
interdisciplinaridade, centrada na relação e na pessoa (…)” (I1); na “(…) organização dos cuidados (pe. adaptação de horários de higiene, horas de levantes e deitar, horas de refeições, ajuste de horas para atividades (…) na globalidade todos os cuidados podem e devem ser prescritos tendo por base a MCH (…)”(I2). Adicionalmente, esta metodologia também se aplica como promotora da mudança organizacional, no sentido da sua abertura e ligação com o exterior, indo ao encontro das expectativas e satisfação das vontades das pessoas idosas, como referido por um dos inquiridos: “reconhecendo a identidade individual de cada pessoa idosa institucionalizada, promovam relações sociais com o exterior, baseado nos princípios: abertura ao exterior; lugar de vida, lugar de vontades (…)” (I3). Acerca dos benefícios relativos à implementação da MCH estes posicionam-se em três subcategorias concernentes, ao cuidador formal, pessoa cuidada e sistema organizacional. Relativamente ao cuidador formal destacam-se a facilitação no relacionamento e na prestação de cuidados, como se depreende por um dos relatos: “A possibilidade de se envolverem num programas de formação direcionado aos cuidadores de modo a adquirirem competências, nessas áreas com maior dificuldade, contribuindo desta forma para melhorar a qualidade dos cuidados, sendo formaçãoacção, traz o beneficio de poderem ver in loco a indissociabilidade da teoria com a prática”(I3). Verifica-se também uma diminuição dos problemas físicos e do burnout, do absentismo e da rotatividade, como realça um dos discursos: “redução do burnout, do absentismo, da rotatividade, das lesões ocupacionais, da qualidade de vida no trabalho(...)”(I1), sendo igualmente apontados benefícios ancorados à satisfação pessoal e profissional: “promoção de estratégias de coping para os cuidadores que visam a diminuição dos níveis de cansaço psicológico e de maior motivação para o desempenho da actividade profissional”(I3). No âmbito da subcategoria pessoa cuidada, sublinham-se aspetos relacionais: “maior envolvimento das famílias/ cuidadores informais”(I2) e destaca-se o maior bem estar ao nível da pessoa alvo de JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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cuidados, como um dos participantes argumenta, ao referir, “Tudo isto se reflete no bem-estar das pessoas cuidadas, quer ao nível da sua saúde física, quer psicológica”(I3). Quanto aos benefícios face ao sistema organizacional, surge assinalada de forma unanime a mudança na cultura dos cuidados, como demonstram os vários depoimentos: “os stakeholders mais envolvidos promovem consequentemente uma cultura organizacional focada em responder aos princípios e valores da Humanitude”(I3); “mudança das rotinas (…) redução de conflitos na equipa” (I1); “melhor gestão dos tempos nos cuidados (..) redução da rotatividade dos profissionais” (I2); “a cultura organizacional (...) transformada”(I3). A par, advoga-se que o sistema organizacional fica beneficiado por se potenciar com a MCH, uma maior satisfação dos clientes: “(…) valorização das práticas cuidativas pelas partes interessadas (…) organização dos cuidados em função das vontades das pessoas (…) melhoria da satisfação de cliente (…)”, redução do ruído (…)”(I1); maior reconhecimento institucional advindo da MCH: “(…) aumento da procura (…) redução das queixas dos clientes e representantes legais, (…)” (I1); “(…) aumento da qualidade dos cuidados (…) maior reconhecimento da instituição como unidade de referência na prestação de cuidados(I2). São também identificados beneficios a nível económico conforme os seguintes depoimentos: “há instituições que falam em ganhos económico-financeiros, por isso já se está a fazer o estudo do cálculo do impacto social (…)”(I3), “redução dos custos económicos para a instituição (…)”(I2; I1). No que concerne aos constrangimentos face à implementação da MCH foram elencadas duas subcategorias: fatores internos e fatores externos. No domínio dos primeiros, destaca-se consensualmente a rotinização das práticas: “(…) rotinização de práticas
difíceis
de
mudar
(…)”(I1;
I2);
“(re)organização
das
rotinas”(I3).
Complementarmente realça-se como constrangimento à apropriação das técnicas e à adoção de novos hábitos e novos procedimentos: a “resistência à mudança”(I1; I2; I3) e a “resistência a identificar as dificuldades sentidas (“nós já fazemos isso tudo”)(I3). Por seu lado, a nível dos fatores internos, o défice de formação é sublinhado pelos interlocuotres como uma dificuldade na adoção da metodologia: “os cuidadores que receberam a formação não estarem a praticar o que aprenderam, (…)”(I1); “resistência (…) à formação por parte dos cuidadores”(I3). Por referência à subcategoria fatores externos, assinalam-se vários inconvenientes, como a organização dos cuidados centrados na tarefa: “(…) há uma grande inconsciência de gestão de cuidados (…) a discussão centra-se no problema e não na solução, levando à estagnação da melhoria continua e da implementação da JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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Humanitude (…)”(I1) e as limitações a nível de recursos humanos e de profissionais qualificados na área da saúde, como reportam os participantes: “(…) falta de recursos humanos (…) a rotatividade dos recursos humanos (…)”(I2); “falta de apoio da saúde, falta de enfermeiros para acompanhar os cuidados”(I3); “(...) o facto de muitas instituições não terem uma equipa de enfermagem presente que possa acompanhar o processo de implementação, como profissionais qualificados na área da saúde (...), o envolvimento dos enfermeiros na avaliação dos cuidados e prescrição dos cuidados é extremamente importante no processo de apropriação da MCH”(I2). Argumentos adicionais sugerem que a burocracia associada aos cuidados, aliada à exigência da Segurança Social, traduzem dificuldades no processo de implementação da MCH: (...) muita exigência tarefeira da Segurança Social, burocratizando tudo, mas sem preocupação com a relação e a efetividade (...) registos (…) que o Serviço Social (muitas vezes a direcção técnica) não tem competências na área da saúde (...)”(I3). Paralelamente, realça-se, que o fraco envolvimento do líder constitui uma das principais dificuldades na adoção da MCH: “(…) a resistência por parte dos líderes (…)”(I2); “Não entendimento dos seus superiores do que são cuidados de qualidade”(I3), admitindo-se de igual modo que os fatores políticos, constituem uma condicionante uma vez que as medidas politicas nem sempre estão ajustadas à realidade das necessidades das pessoas idosas, desvalorizando-se a qualidade dos cuidados: “medidas políticas que não favorecem as necessidades dos idosos, mas interesses económicos, como aumentar o número de camas, desde que o quarto tenha as medidas certas (…) preocupação económica e não preocupação com o bem-estar relacional das pessoas)”(I3). Em relação ao contributo económico a análise distinguiu uma subcategoria relacionada com o custo-eficácia da MCH, tendo a este nível sido apontadas vantagens em termos de investimento quantificável e não quantificável. Assim e quanto ao investimento quantificável os discursos realçam sobretudo aspetos que se prendem com a redução dos recuros materiais de incontinência, para tratamento à ferida e de medicamentos: “Redução dos custos com material de incontinência (…), de tratamento de lesões por pressão (…)”(I2), “(…) redução dos materiais de pensos (…) a redução da prescrição e administração de medicamentos para contenção química (…) (I1). Foi ainda salientado o impacto social: “Pelos estudos efetuados haverá um retorno de investimento social na casa dos 400% num cuidado com Humanitude, ou seja, por cada 1€ gasto a prestar cuidados em Humanitude a pessoa, os cuidadores, a organização, o estado e a comunidade “ganham” 400€.”(I1). No campo dos investimentos não quantificáveis são apontados benefícios relativos ao JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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bem-estar e à melhoria na qualidade dos cuidados, como elucida o depoimento de um dos interlocutores “(…) redução da agitação e ansiedade resultante da utilização das técnicas relacionais aprendidas no processo de implementação da MCH (…) “melhoria da qualidade do sono, resultante em parte da maior atividade diária do utente e da redução das interrupções do ciclo de sono” (I2). Na tabela 1 são apresentadas as categorias e subcategorias relativas ao contributo da MCH no âmbito organizacional.
Tabela 1 - Categorias e subcategorias relativas ao contributo da MCH no âmbito organizacional Categorias
Subcategorias
Aplicabilidade da MCH nas
Cuidados diretos à pessoa idosa
ERPI Benefícios da implementação da MCH
Dinâmica organizacional Pessoa cuidada Cuidador formal Sistema organizacional
Dificuldades da
Fatores internos
implementação da MCH
Fatores externos Contributo económico
Custo- eficácia
Discussão
A MCH constitui uma abordagem que tem vindo a ser apontada como adquirindo fortes oportunidades para ser replicada em qualquer contexto, adequando-se a qualquer cuidado, demonstrando a par ganhos de efetividade quando aplicada em pessoas vulneráveis, com graus de dependência e situações de fragilidade comprovada (Simões, Salgueiro & Rodrigues, 2012). Neste sentido, carece de ser transversal a sua implementação no ambiente institucional, abrangendo desde cuidados gerais a diretos
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(e.g., cuidados de higiene, alimentação, deambulação,...), ressaltando dos mesmos e como avança a literatura uma melhoria comportamental, a nível da diminuição da agitação e minimização da recusa dos cuidados (Delmas, 2013), sendo facilitada a aceitação dos mesmos (Gineste & Pellisier, 2008; Melo et al., 2017a; Figueiredo et al., 2018).
No
domínio organizacional, a exequibilidade da MCH tem vindo a ser
associada por exemplo à gestão dos cuidados de saúde (Costa, Galvão & Baptista, 2014) e à mudança na cultura organizacional (Tavares, 2019) mostrando-se os resultados obtidos coincidentes com estes estudos ao revelarem que a aplicabilidade da MCH traduz pertinência para a organização e gestão dos cuidados. A auscultação quanto aos benefícios da implementação da MCH para as organizações revelou contributos a diferentes níveis. Para a pessoa cuidada, potencia-se por exemplo, um maior envolvimento da família, benefício este, que também o estudo de Figueiredo et al., (2018, p.60) deu a conhecer, ao sublinhar
a importância dos
“benefícios para as pessoas cuidadas se estenderem às suas famílias”. Para o cuidador formal, os benefícios destacados pelos interlocutores centraram-se na facilitação no relacionamento com a pessoa cuidada e na prestação de cuidados, devido à formação-na ação que permitiu a aquisição de competências relacionais. A este respeito, Simões e a sua equipa (2011) partilham também a opinião de que a implementação da MCH facilita a comunicação com a pessoa cuidada, surtindo daqui uma maior facilidade na prestação de cuidados, apresentando esta abordagem consequências diretas em termos da satisfação profissional (Simões et al., 2012, 2018; Figueiredo et al., 2018; Melo et al., 2019). Os benefícios para o sistema organizacional apresentaram elevado destaque no estudo. Tendo por base os interlocutores inquiridos, são múltiplos os ganhos para o sistema organizacional com a implementação da MCH, valorizando-se a mudança na cultura dos cuidados como benefício alargado a todo o contexto institucional (Simões et al., 2012; Figueiredo et al., 2018; Henriques et al., 2019; Melo et al., 2019). A mudança na cultura dos cuidados representa também um aumento na qualidade dos cuidados, aspeto este que foi referido por um dos interlocutores e apoiado também pelo estudo de Melo et al., (2017a). Ainda ao nível do sistema organizacional salientou-se que a MCH possibilita um maior reconhecimento da instituição, tal como outros estudos também assinalaram (e.g., Figueiredo et al., 2018). De igual modo a redução dos custos económicos decorrentes da implementação da MCH traduziu um resultado apurado indo ao encontro da investigação que vem sendo desenvolvida sobre esta matéria (Figueiredo et al., 2018).
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No âmbito das dificuldades que se colocam à adoção da MCH e da apropriação de novos procedimentos foram relatados constrangimentos a nível interno (i.e.,fatores internos), dos quais se destacaram a rotinização das práticas, a resistência à mudança e o défice de formação, resultados estes também revelados em outros estudos (Figueiredo et al., 2018). No plano dos constrangimentos externos (i.e., fatores externos) à adoção da MCH, a falta de recursos humanos e de profissionais qualificados na área da saúde, nomeadamente de enfermeiros, a focalização no problema e o fraco envolvimento das lideranças traduziram argumentos apontados pelos participantes e igualmente identificados pela investigação, a título de dificuldades externas ou organizacionais (Figueiredo et al., 2018). Em termos do contributo económico produzido pela MCH o estudo revela vantagens ao nível da redução do consumo dos recursos materiais e dos medicamentos. Tal como a investigação vem demonstrado a MCH enquadra-se no âmbito das abordagens não farmacológicas, existindo evidências de que as suas práticas conduzem à redução da agitação e consequentemente à redução de psicofármacos (Araújo, Oliveira & Alves, 2012). Além dos ganhos quantificáveis os interlocutores advogam ganhos não quantificáveis como a melhoria da qualidade do sono e da qualidade de vida da pessoa cuidada, indicadores estes também convergentes com a literatura quem vem sendo desenvolvida sobre a MCH (e.g., Simões et al., 2011, 2012; Melo et al., 2017a; Henriques et al., 2019).
Conclusão
A MCH constitui uma abordagem que pode ser replicável em qualquer contexto e a qualquer cuidado que equacione a sua humanização como a principal meta. Esta metodologia de cuidado, por permitir a operacionalização da humanização dos cuidados,
pode
constituir-se
como
uma
aliada
das
direções
técnicas
e
designadamente do Serviço Social no que diz respeito à mudança na cultura organizacional, necessitando de uma consciencialização de todos os envolvidos no processo de mudança O sistema organizacional é o alicerce necessário e essencial para sustentar uma mudança que se espera humanizada e com inúmeros benefícios para todos os envolvidos. A este nível, a pessoa cuidada (e.g., diminuição dos problemas físicos e do burnout), os cuidadores formais (e.g., facilitação no relacionamento e na prestação de cuidados; diminuição dos problemas físicos, do burnout, do absentismo e da rotatividade; aumento da satisfação profissional) e o sistema organizacional (e.g., JOURNAL OF AGING AND INNOVATION, AGOSTO, 2020, 9 (2) ISSN: 2182-696X http://journalofagingandinnovation.org/ DOI: 10.36957/jai.2182-696X.v9i2-4
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reconhecimento institucional; satisfação dos clientes) constituem os focos que centralizam os beneficios originados pela implementação desta metodologia. Quanto aos constrangimentos identificados para introduzir a MCH em contexto organizacional importa considerar fatores como a resistência à mudança; a falta de recursos humanos e de profissionais qualificados, nomeadamente de enfermeiros; o fraco envolvimento a nível de lideranças e/ou partes interessadas; a exigência de burocracia associada aos cuidados, sendo estes aspetos que podem comprometer a implementação e a adoção da MCH em contexto ERPI. No domínio económico, visumbram-se ganhos evidentes com influência nos custos organizacionais quantificável e não quantificável. Quanto aos custos quantificáveis foram evidenciados sobretudo os relacionados com a redução dos recuros materiais de incontinência e para tratamento às lesões por pressão, e da medicação, nomeadamente de psicotrópicos em consequência de uma abordagem relacional profissionalizada com implicações na prevenção da agitação da pessoa cuidada. Foram também apontados outros ganhos não quantificáveis, como a melhoria da qualidade de vida das pessoas cuidadas e seus cuidadores, sendo todos estes, aspetos, que reforçam a qualidade dos serviços e a prossecução da missão institucional e cujas direçções tecnicas procuram sempre salvaguardar. No essencial importa pois promover uma maior disseminação do cuidado humanitude por forma a melhor diferenciar os cuidados que a população longeva crescentemente carece de beneficiar.
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