AAI em revista - arquitetos Edição 2015

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associação de arquitetos de interiores do brasil / rs aai em revista - arquitetos 2015



Editorial

Como eleger os melhores trabalhos em Arquitetura de Interiores? Esse foi o desafio a que nos propusemos ao lançar um concurso inédito envolvendo os arquitetos e urbanistas associados participantes desta 13ª edição do AAI em revista – arquitetos. Cientes de que a resposta ao questionamento lançado não seria imediata, estabelecemos diferentes etapas, envolvendo outros profissionais nessa votação, alguns deles representantes de instituições de classe parceiras da AAI Brasil/RS. A intenção era garantir uma análise objetiva sobre os ambientes inscritos, avaliando o problema apresentado pelo cliente e a solução adotada para atender às necessidades dele. Ao mesmo tempo, consideramos imprescindível contar com a participação do maior número de pessoas e, por isso, submetemos os trabalhos finalistas, sem a divulgação de seus autores, à apreciação de todos os participantes do seminário “Uma Viagem pela Arquitetura”, que realizamos em outubro passado, em sua maioria arquitetos e urbanistas. A experiência muito nos orgulha e acreditamos que representou a valorização dos associados participantes, potencializou o trabalho da Arquitetura de Interiores do Rio Grande do Sul. Estamos dedicados e envolvidos na missão de promover o crescimento da Associação, tanto em número de associados como em representatividade. Há mais de uma década lançamos a AAI em revista – publicação de referência no setor que já alcança a 70ª edição, sempre buscando a inovação; realizamos anualmente seminários de destaque, viagens técnicas e, mais recentemente, reciclagens sobre os mais variados temas de interesse da classe. Demos início ao programa AAI + Perto de Você, com edição piloto realizada em Novo Hamburgo, o qual se estenderá por outras cidades gaúchas, na busca pela aproximação com os colegas do interior do Estado. Essas e outras ações passarão a figurar com maior regularidade na Imprensa, a partir do investimento feito na contratação de uma empresa de comunicação. Iniciamos, assim, com mais profissionalismo, uma etapa de ampla divulgação de tudo o que é feito pela AAI Brasil/RS. Nas próximas páginas, você confere o trabalho de um seleto grupo de profissionais, associados, que faz questão de fazer parte das iniciativas da nossa entidade. Boa leitura, Arq. e urb. Silvia Barakat Presidente AAI Brasil/RS - 2014-2015

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DIRETORIA - Gestão 2014/2015

Rua Sport Club

AAI em revista arquitetos 2015

Arq. e urb. Silvia Monteiro Barakat

Vice-Presidência

Arq. e urb. Cármen Lila Gonçalves Pires

dir. de exercício profissional

Arq. e urb. Flávia Bastiani

São José, 67/407

dir. de Relações Acadêmicas Arq. e urb. Elisabeth Sant’Anna

Porto Alegre/RS

dir. de comunicação / relacionamento

Arq. e urb. Ana Paula Bardini

dir. de MARKETING

Arq. e urb. Andres Luiz Fonseca Rodrigues

Fone 51 3228.8519

dir. de organização de eventos

Arq. e urb. Flávia Bastiani

Arq. e urb. Elisabeth Sant’Anna

www.aaibrasilrs.com.br

dir. financeira / tesouraria

Arq. e urb. Gislaine Saibro

CEP 91030-510

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Presidência


30

34

38

42

Aclaene

Albert

Alessandra Alves

Ana Lore

de Mello

Wainer

Daniela Zoppas

Miranda

arquitetos e urbanistas

46

50

54

58

Angela

Bebel Grazziotin

Cristiana

Débora S. Noronha

Limberger

Beatriz Cherubini

Brodt Bersano

Maria Alice B. Carvalho

62

66

70

74

78

Gislaine

Karen

Laline

Lisete Jardim

Marcelo

Saibro

Haas

Bittencourt

Carlos Jardim

John

82

86

90

94

Nilza

Paula

Tania Bertolucci

Tina

Colombo

Lino

Delduque de Souza

Zimmermann

CONSELHO EDITORIAL

tratamento de imagens

COMERCIALIZAÇÃO

Arq. e urb. Gislaine Saibro

André Nery

Projetato Assessoria e Comunicação

Jorn. Letícia Wilson Fotógrafo André Nery JORNALISTA RESPONSÁVEL

51 3239.2273 - 51 8858.6556 edição gráfica e publicação digital

André Nery

Letícia Wilson (Reg. 8.757 MTB/RS)

FOTO DE CAPA

leticia@santaeditora.com.br

André Nery

projetato@projetato.com.br tiragem

3.000 exemplares

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. Todos os direitos são reservados. Edição especial da AAI em revista - arquitetos. Distribuição dirigida a arquitetos e urbanistas, entidades de classe, instituições de ensino e empresas do setor. Órgão oficial da AAI Brasil/RS.

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AAI em revista arquitetos 2015


Concurso

O trabalho apresentado pela arq. e urb. Tina Zimmermann, nesta 12ª edição da AAI em revista - arquitetos, foi o vencedor do Concurso “Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores”, promovido pela AAI Brasil/RS, com apoio do CAU/RS. O projeto foi selecionado dentre os seis inscritos, em três etapas classificatórias. Conquistaram o segundo e o terceiro lugares, respectivamente, a arq. e urb. Laline Bittencourt e o arq. e urb. Marcelo John.

foto André Nery

A última etapa de avaliação dos trabalhos ocorreu durante o Seminário“Uma Viagem pela Arquitetura”, realizado pela Associação no dia 16 de outubro, quando todos os participantes indicaram, em voto secreto, os seus preferidos dentre os três finalistas apresentados. Os projetos estiveram expostos para análise durante o evento, sem a identificação de seus autores. Presentes no seminário, os jornalistas convidados pela AAI Brasil/RS Eleone Prestes, do caderno Casa & Cia do jornal Zero Hora; Eduardo Bins Ely, do Jornal do Comércio; Patrícia Castro, dos sites Pauta Social e Palpitadas.com; Lisiani Mottini, da TVCOM; e Marcela Brown, da revista Decor, elegeram, ainda, o Troféu Imprensa, concedido à arq. e urb. Laline Bittencourt. O resultado dessa votação, também secreta, foi divulgado apenas no jantar comemorativo ao Dia do Arquiteto, ocorrido em 9 de dezembro.

Tina Zimmermann 1° Melhor Trabalho - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

Além de conquistar a capa da 12ª edição da AAI em revista – arquitetos, a arq. e urb. Tina Zimmermann ganhou, como prêmios, participação na próxima edição da publicação anual da AAI Brasil/RS e uma entrevista, com imagem pessoal, na primeira edição de 2015 da AAI em revista, revista digital publicada trimestralmente. Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1977, Tina registra três décadas de atuação em planejamento urbano junto à administração pública estadual. Nos últimos anos, vem dedicando-se exclusivamente a projetos de Arquitetura de Interiores, basicamente no segmento residencial.

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AAI em revista arquitetos 2015


foto Carlos Edler

Concurso

Concorreram ao prêmio, 6 dos 17 trabalhos apresentados na publicação, cujos autores declararam interesse em participar da premiação, inscrevendo-se no Concurso. A primeira etapa de seleção aconteceu no dia 3 de setembro, feita pelo Conselho Editorial e pela presidência da AAI Brasil/RS, mantendo todos os inscritos.

Laline Bittencourt 2° Melhor Trabalho - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS Prêmio Imprensa

A segunda etapa foi eliminatória, durante um café da manhã promovido no dia 1 de outubro especialmente para a ocasião. Os projetos foram analisados por um júri formado por arquitetos e urbanistas convidados: Roberto Py, presidente do CAU/RS; André Huyer, vice-presidente do SAERGS; Cláudio Fischer, representando o IAB-RS; Cristina Azevedo, vice-presidente da AsBEA/RS e ex-presidente da AAI Brasil/RS; Cristiana Bersano, professora da FAU/PUCRS e associada AAI Brasil/RS; e Cristina Langer, ex-presidente da AAI Brasil/RS. Considerando a solução técnica adotada a partir do programa de necessidades, das condicionantes de projeto e do problema apresentado pelo cliente, o grupo apontou os três finalistas.

foto Eduardo Liotti

A iniciativa inédita da AAI Brasil/RS teve por objetivos promover os arquitetos e urbanistas associados; incentivar a qualificação geral dos trabalhos apresentados, como forma de valorizar a publicação AAI em revista - arquitetos, a AAI Brasil/RS e a Arquitetura e Urbanismo no Estado, além de fomentar a ampliação do mercado da Arquitetura de Interiores.

Marcelo John 3° Melhor Trabalho - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS 9


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AAI em revista arquitetos 2015


CAU / RS

A Lei que criou o CAU estabeleceu uma relação inequívoca entre o Conselho e as Entidades Nacionais de Arquitetos e Urbanistas e, por consequência, entre os CAUs Estaduais e as Entidades que existam nesse âmbito. O CAU/RS tem o grande privilégio de contar, dentre as entidades que congrega, com a AAI Brasil-RS, Associação de Arquitetos de Interiores, a única do Brasil a reunir exclusivamente arquitetos e urbanistas que se dedicam a esse importante campo de trabalho profissional. O Conselho Gaúcho, com base na legislação e nas Resoluções do CAU/BR, estabeleceu, neste ano de 2014, procedimentos de patrocínio às entidades, visando apoiar e viabilizar financeiramente ações que possibilitem o desenvolvimento dos profissionais registrados no Conselho, estimulando a educação continuada aos que já militam na profissão e propiciando o aprimoramento da formação acadêmica de nossos futuros colegas. Todas as entidades têm sido parceiras do CAU/RS, no entanto, muito especialmente a AAI Brasil-RS tem colaborado intensamente com nosso Conselho na questão da orientação e fiscalização das atividades de arquitetura de interiores, através da postura firme de sua diretoria, no que concerne à utilização de meios como a denominada Reserva Técnica, considerada pelo nosso Código de Ética e Disciplina como incompatível com o comportamento correto e honesto para com seus clientes e com seus colegas de profissão. É entendimento, tanto do CAU/RS como da AAI, que a fiscalização do Conselho é primordial à Arquitetura de Interiores para estabelecer uma ampliação qualificada do nosso campo de trabalho, em condições em que a correção de procedimentos éticos e as responsabilidades técnicas dos profissionais estejam asseguradas, tanto para a defesa da sociedade como para a imagem de nossa profissão que, embora milenar, até hoje apresentam aspectos inaceitáveis. Por ocasião de mais uma edição da AAI em revista - arquitetos, cumprimentamos toda a diretoria da entidade, ressaltando, em especial, a gestão parceira e comprometida com esse importante campo de atuação da Arquitetura e Urbanismo. O CAU/RS parabeniza a Presidente Silvia Barakat e a todos os associados da AAI Brasil/RS. Roberto Py Gomes da Silveira Presidente DO CAU / RS

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Shigeru Ban, vencedor do PRITZKER ARCHITECTURE PRIZE 2014, imprimirá seus inigualáveis traços em projetos no brasil: amazônia é seu destino.

Simples, único O que fazer com toneladas de madeira apreendida na Amazônia pelo Ibama? Fruto do desmatamento ilegal, o material deixará de ser leiloado para tornar-se matéria-prima para a execução de projetos que serão desenvolvidos pelo arquiteto japonês Shigeru Ban, vencedor do Pritzker Architecture Prize 2014. A conquista da maior honraria da arquitetura mundial, no entanto, não foi a motivação do Ministério do Meio Ambiente para firmar essa parceria com o profissional. As tratativas já vinham sendo feitas há dois anos, desde quando Shigeru Ban esteve no Brasil para a Rio + 20. No ano passado ele retornou ao País e esteve na região amazônica para avaliar as possibilidades construtivas. A ideia do governo brasileiro é construir escolas para a comunidade, torres de observação e postos para visitantes e pesquisadores nos parques nacionais. O arquiteto e urbanista Bernardo Jacobsen está cogitado para integrar o time de Ban no Brasil. Ele já conhece bem o trabalho do colega japonês, que o convidou para fazer parte de sua equipe em Paris, na França, em 2005. No ano seguinte, Shigeru Ban o chamou para morar em Tóquio, no Japão, onde fica o seu escritório-sede, e lá ele permaneceu por um ano. A empresa também possui escritório em Nova Iorque, nos Estados Unidos. 12

AAI em revista arquitetos 2015

“naked house”, em saitama, no japão. projetada no ano 2000, tem estrutura de madeira e paredes duplas com folhas de plástico reforçado com fibra de papelão corrugado, de um lado, e tecido de nylon de outro. entre elas, cordas de polietileno expandido para isolamento térmico. os “quartos” estão em grandes cubos com rodízios. “essa casa É resultado da minha visão agradável e flexível de estar”, diz shigeru ban.

foto Hiroyuki Hira / divulgação


Matéria produzida com base no texto original publicado na AAI em revista - ed. 68.

O Centre Pompidou-Metz, na França (2010); o prédio e o

foto Didier Boy De La Tour / divulgação

O diferencial da sua arquitetura está na busca incessante pela leveza, pela valorização da luz e da ventilação naturais e pelo conforto. De residências a sedes de empresas, de museus a abrigos temporários, ele utiliza-se de elementos simples e abre mão da tecnologia a favor da engenhosidade. Madeira e papel são suas principais matérias-primas. As estruturas que ergue com tubos de papelão recicláveis (paper log) são uma marca da sua singularidade. Shigeru Ban é uma força da natureza, como classificou o presidente do júri do Nobel da Arquitetura mundial, Lord Palumbo, de “olho infalível e sensibilidade aguda”.

foto Didier Boy De La Tour / divulgação

foto Didier Boy De La Tour / divulgação

foto Hiroyuki Hira / divulgação

Aos 56 anos, Shigeru Ban é um ícone da arquitetura mundial, tanto pela criatividade e pela inovação de seus projetos, quanto pelo trabalho humanitário que realiza em diversos países. Durante vinte anos, ele viajou para regiões onde ocorreram desastres naturais e guerras civis para trabalhar com os cidadãos locais, voluntários e estudantes, para projetar e construir residências dignas e de baixo custo, abrigos simples, recicláveis e ​​ abrigos comunitários para as vítimas. “Receber este prêmio é uma grande honra e, com isso, devo ser cuidadoso.... Vejo este prêmio como um incentivo para eu continuar o que estou fazendo”, disse ele aos realizadores do Pritzker Architecture Prize.

detalhe da estrutura de madeira da sede da Tamedia em Zurique, na Suíça (2013) e o pavilhão do Japão na Expo 2000 Hannover, na Alemanha. 13


A preservação do patrimônio histórico e o crescimento de Porto Alegre são dois lados da mesma moeda no desenvolvimento do município Em seus 242 anos, a Capital gaúcha passou por uma série de mudanças para se adaptar às novas demandas e problemas que surgiam conforme ela expandia seus horizontes. Alterações que deixaram marcas em seu desenho urbano e também em suas edificações. Daí os diversos estilos arquitetônicos que compõem o mosaico que é Porto Alegre. Nos últimos anos, preparando-se para sediar a Copa do Mundo de 2014, a cidade passou a planejar os rumos de seu futuro, com um olhar no passado, para não deixar passar essa oportunidade para dar um salto de qualidade. Além do debate sobre as obras necessárias, discutiu-se a importância de pensar o legado arquitetônico que ficaria com esse evento e a sua harmonia com os marcos históricos existentes. Referências essas que representam determinados movimentos da arquitetura, como o neoclassicismo e o modernismo, como explica a arquiteta e urbanista Rosane Bauer, professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisinos. “Os traços modernistas podem ser observados no Palácio da Justiça e no Auditório Araújo Vianna”, exemplifica. Cada período possui construções de diferentes influências como o ecletismo das primeiras décadas do século XX, que pode ser notado na Casa de Cultura Mário Quintana e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), complementa a arquiteta e urbanista Nara Helena Machado, docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS. “A Praça da Alfândega, no Centro, abriga, em seu entorno, prédios desse estilo, assim como alguns mais contemporâneos, como o da Caixa Econômica Federal e o Santander”, aponta Nara, uma das coordenadoras da especialização de Arquitetura e Patrimônio Arquitetônico no Brasil da PUCRS. Outra coordenadora deste curso de pós-graduação, a professora Raquel Rodrigues Lima, comenta sobre os sinais culturais e sociais deixados pelos imigrantes na arquitetura local. Os alemães, conta ela, trouxeram para as edificações do Interior do Estado e das áreas rurais a técnica construtiva do enxaimel. 14

AAI em revista arquitetos 2015

A arquitetura dos sobrados ao longo do século XIX, que chamavam a atenção pela altura, e a Art Déco do início do século seguinte são outras características marcantes apontadas pela arquiteta Nara. No entanto, ela frisa que essas influências se sobrepõem; algumas permanecem e agregam novas técnicas e outras acabam sendo desfiguradas. “A evolução da arquitetura não é linear”, enfatiza. Até os anos 1920, segundo ela, Porto Alegre teve um perfil horizontal. A verticalização começou a seguir, com edifícios ecléticos e, mais tarde, com outros com elementos de Art Déco e modernos.

Lições do passado A história ainda tem muito a ensinar no que se trata de pensar a Capital gaúcha. E isso fica claro ao analisar o Plano Geral de Melhoramentos de Porto Alegre de 1914. O assunto foi aprofundado pela arquiteta e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS, Celia Ferraz de Souza, num livro que traz uma análise de como tal Plano orientou a modernização da cidade. De acordo com Celia, a proposta, elaborada pelo engenheiro-arquiteto João Moreira Maciel, foi a primeira do País a ter uma visão global de planejamento e deixou traços na estrutura urbana que traduzem a própria identidade imagem acervo pessoal da arquiteta Celia Ferraz de Souza

Arquitetura é cultura

“Porém, sempre com adaptações às peculiaridades dos lugares onde eram instaladas e aos materiais disponíveis”, reforça. Os italianos, por sua vez, impactaram tanto na região rural como na urbana, com suas casas com adegas localizadas na parte inferior feitas de pedra que serviam, também, para guardar alimentos, revelando o modo de viver dessas pessoas.

No Centro de Porto Alegre verificam-se as transformações decorrentes do Plano Geral de Melhoramentos de 1914. A Av. Borges de Medeiros é um dos marcos arquitetônicos da cidade projetados naquela época.


foto Cibele Reis / divulgação

do município. Alguns dos marcos projetados naquela época são referências até hoje, como as Avenidas Borges de Medeiros, Júlio de Castilhos e Farrapos. Naquele período, a Capital aspirava a modernidade, explica Celia, o que foi traduzido na substituição dos becos e ruas estreitas por avenidas, na criação de parques, na acessibilidade, na instalação de novos equipamentos e no interesse de acabar com o esgoto a céu aberto. A inspiração veio das mudanças que ocorriam em Paris e foi decorrente da qualificação dos engenheiros e dos arquitetos. O Plano de Melhoramentos a presentava três alicerces principais: circulação, saneamento e embelezamento. “Ele trouxe muito para a cidade e seu ideário urbanístico e teve influência durante todo o século XX”, afirma. Ideário urbanístico ligado a uma estética formalista, a uma arquitetura eclética, ao alinhamento. A linha reta passa a ser fundamental, com simetria e perspectiva. “Foi um verdadeiro culto ao eixo”, descreve. Para Celia, conforme Porto Alegre foi se transformando, o plano ia sendo adaptado. As primeiras ações foram implementadas apenas na década seguinte, mas alguns dos pontos pensados em 1914 foram executados muito tempo depois, como a canalização do Arroio Dilúvio, nos anos 1950, e a criação do Parque Farroupilha e da Avenida Perimetral “Foi um planejamento realista e com consciência dos problemas da Capital”, salienta.

Legados de hoje Os marcos que entraram para o imaginário dos gaúchos já são conhecidos. Mas, quais serão os símbolos atuais que resistirão à passagem do tempo? A Casa Boni, transformada em Centro de Cultura; o Shopping Nova Olaria e o Shopping DC Navegantes são apontados pela arquiteta Rosane Bauer, professora da Unisinos. Para ela, essas são iniciativas preservam o patrimônio e revitalizam a paisagem urbana, com novos usos de antigos exemplares significativos da arquitetura local. “No entanto, exceto medidas muito pontuais, a arquitetura de Porto Alegre tem apresentado um desenvolvimento controverso, com falta de investimento em obras públicas que poderiam ser resultados de concursos”, analisa. Ela aponta também uma profusão de edificações que atendem às necessidades do mercado imobiliário sem responder adequadamente às exigências de qualificação da paisagem urbana e dos espaços para os quais são criadas. Baseado nos debates desenvolvidos pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (SAERGS), o arquiteto e urbanista Cicero Alvarez, diretor e ex-presidente, não acredita que os empreendimentos em andamento venham a se tornar legados para a cidade. “São, em sua maioria, construções que daqui a 50 anos não estarão em nenhum livro, nem servirão como exemplo”, avalia. Na mesma linha, Bruno Cesar Euphrasio de Mello, mestre em Planejamento Urbano, acrescenta que grande parte dos planejadores de hoje não consegue atingir o lado humano, o belo, a ideia de um lugar para as pessoas em seus planos. “Quando isso ocorrer, os espaços de Porto Alegre devem se aperfeiçoar. A implantação de ciclovias, parques e praças com manutenção adequada vem ao encontro dessa premissa”, enfatiza. É preciso tempo para que os usuários e os profissionais da arquitetura contemporânea amadureçam suas vivências e posturas críticas, na avaliação da professora Raquel Rodrigues Lima, da PUCRS. Somente então poderá ser feita uma análise quanto

O Multipalco, projetado pelos arqs. Julio Ramos Collares, Dalton Bernardes e Marco Peres em 1998, em anexo ao Theatro São Pedro, desenhado pelo arq. Felipe de Normann em 1852: exemplo bem-sucedido de intervenção em respeito à história.

aos elementos que a representarão. Para ela, a readequação de construções históricas é um dos caminhos a serem seguidos, como ocorreu com a Casa de Cultura Mário Quintana, o Shopping Total e o atual Santander Cultural. A preocupação em prever materiais e soluções mais sustentáveis são peculiaridades de projeto que podem distinguir esse período, considera Nara Helena Machado, também da PUCRS, reconhecendo que não há homogeneidade nos trabalhos dos arquitetos hoje. O arquiteto e consultor em Urbanismo Benamy Turkienicz, professor da Faculdade de Arquitetura da UFRGS, defende que a linguagem arquitetônica adotada depende do compromisso político do governo municipal e do envolvimento da sociedade. Alguns empreendimentos públicos edificados o deixam preocupado com o rumo que essa questão tomará. “O camelódromo, no Centro, é um exemplo do que queremos deixar de legado? Na minha opinião, não. Aquilo é algo negativo tanto no aspecto arquitetônico como urbanístico”, opina. Para ele, os projetos deveriam ser mais contemporâneos, sinalizando o quão avançada está a consciência da Capital sobre a cultura do mundo hoje, empregando novas técnicas e materiais, mas sem deixar de lado a integração com o entorno. Turkienicz cita a intervenção executada no Multipalco ao lado do Theatro São Pedro como um bom case de um contraste harmônico entre o antigo e o contemporâneo. Matéria produzida com base em reportagem divulgada na publicação AAI em revista – ed 54. 15






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AAI em revista arquitetos 2015


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AAI em revista arquitetos 2015


você ainda não é parte da AAI? A primeira e única Entidade do Brasil exclusivamente de arquitetos e urbanistas que atuam em Arquitetura de Interiores. A Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul - AAI-RS foi criada em 1997, em Porto Alegre/RS; o objetivo é a valorização do exercício profissional, divulgando a produção dos associados e esclarecendo o mercado quanto as particularidades da atividade. Em 2009, passou a chamar-se AAI Brasil/RS, Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil - Seccional RS, congregando a entidade nacional também fundada no Estado, a Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil - AAI Brasil.

por que participar? A AAI Brasil/RS promove a troca de experiências entre seu associados, incentiva o aprimoramento profissional, propondo o debate sobre a Arquitetura e Urbanismo; busca o estabelecimento de procedimentos uniformes para os aspectos principais do exercício profissional, promovendo a valorização da Arquitetura de Interiores; com outras entidades, sugere ações de para a regulamentação e fiscalização do exercício profissional da Arquitetura de Interiores nos âmbitos estadual e nacional.

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Aclaene de Mello

arquiteta e urbanista

Av. Lima e Silva, 757 / 410 – Porto Alegre / RS (51) 3232.4700 / 9969.2429 aclaene@aclaene.com.br www.facebook.com/aclaene www.aclaene.com CAU: 370630 / RRT n°: 2086653 e 2086740

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AAI em revista arquitetos 2015


Hora de parar, momento de se desconectar para interiorizar-se e, simplesmente, cuidar de si. Essa foi a proposta defendida pela arquiteta e urbanista Aclaene de Mello no espaço que apresentou na última edição da mostra Casa Cor RS, realizada em Porto Alegre. A “Suíte da Jornalista” reuniu, em 56m2, hall de entrada, dormitório e SPA. Bem sucedida, essa profissional imaginária teria forte conexão com arquitetura, pelo modelo de vida escolhido. A atmosfera luxuosa foi planejada para proporcionar conforto e bem-estar à usuária do espaço. O local destinado a esse ambiente na mostra possuía, inicialmente, 30m2 de área. Aclaene decidiu ampliá-lo especificamente para a criação do espaço do SPA. Para tanto, ocupou parte do pátio, eliminando paredes para promover a ligação. A intervenção resultou, ainda, na instalação de uma janela de vidro fixo, para permitir a entrada de luz natural e proporcionar o visual da paisagem externa. Nesse novo ambiente, a banheira é a protagonista, instalada sob um pórtico que também abriga a área da ducha, executado com revestimento cimentício e

painéis em valchromat em tom cinza. “O desenho foi elaborado especialmente para emoldurar a banheira e a lareira, ícones do prazer na atualidade”, detalha a arquiteta. Para ela, as linhas sinuosas da cuba e dos móveis do SPA “consolidam o melhor do design, fazendo juz a essa profissional de bom gosto”. Porcelanato importado da Itália reveste o piso do espaço. Com aparência similar a do mármore carrara, o produto compõe com outras peças de mármore utilizadas. O carpete marca a área do dormitório, pelo aconchego que confere. O mobiliário foi projetado especialmente para o espaço, considerando o estilo contemporâneo da cliente fictícia. A cama é articulável, favorecendo os momentos de leitura antes do descanso. A marcenaria, com acabamento em laca, apresenta desenho limpo, com puxadores ora em cristal, ora em corte a laser. Vidros e painéis de espelhos completam o projeto, em acordo com a leveza visual pretendida. A iluminação foi planejada para “transformar” os ambientes de acordo com os usos, com luminárias direcionadas, balizadores e embutidos em sancas.

Apoio Madelei

Fotografia Eduardo Liotti

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AAI em revista arquitetos 2015


O espaço principal é antecedido por um hall, projetado para servir de transição entre os demais ambientas da mostra e a “Suíte da Jornalista”. “É para limpar a mente de quem entra e dar boas-vindas ao visitante”, justifica Aclaene, argumentando a decisão de utilizar revestimentos e acabamentos pretos nesse local. Na área do SPA, a banheira, com aplicações de cristais Svarowski enfatiza o conceito luxuoso da proposta, baseado na utilização de materiais nobres, tecnológicos e inovadores.

Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Ulbra, em 1990, Aclaene de Mello tem atuação voltada a projetos de arquitetura de interiores, nas áreas residencial, comercial e de uso público. Com um trabalho de êxito voltado para esse nichos, em duas décadas como profissional, Aclaene conquistou, por três anos consecutivos, o prêmio de “Montagem Nota Dez” da Casa Cor RS. Na edição 2014 da mostra, seu trabalho mereceu o prêmio “Organização Nota Dez”.

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Albert Wainer

arquiteto e urbanista

Rua João Telles 542 / 603 – Porto Alegre / RS (51) 3311.2071 / 9969.5550 awainer@terra.com.br www.facebook.com/albertwainer.emarciadoernte www.estudio5arq.com.br CAU: A7026-2, A7738-0 e 5641-3 / RRT n°: 2760895

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De uma casa de três pavimentos para um apartamento com a metade da área que dispunham, em Caxias do Sul. Apesar do receio de se sentirem “apertados”, o casal e seus três filhos, jovens universitários, decidiram pela mudança. Adquirido ainda em planta, o imóvel sequer apresentava layout condizente com os anseios dos proprietários, um empresário e uma médica. No entanto, eles sabiam que era possível qualificar os espaços. O casal acionou o arquiteto e urbanista Albert Wainer, da Estúdio 5 Arquitetos, que havia executado o projeto do apartamento de praia da família. E o primeiro passo da equipe foi refazer a planta do imóvel, preservando apenas as posições originais das quatro suítes. A ampla área social, de 160m2, foi completamente remodelada para abrigar home-cinema, dois ambientes com lareira, home-office, sala de jantar com 20 lugares, cozinha e gourmeteria com mesa de refeições para oito lugares, adega, despensa e louçaria. Para tal adequação, o reposicionamento da cozinha e da lavanderia foi fundamental. “No projeto original, essas áreas ocupavam uma zona central do apartamento, provocando a compartimentação

das áreas social e íntima. O êxito dessa modificação comprovou-se com a integração dos espaços projetados, provocando uma espécie de ‘simbiose’ entre ambientes: um contribui com o outro, dando a sensação de amplitude desejada”, explica Albert, autor do projeto ao lado da arq. e urb. Márcia Doernte. Os profissionais adotaram o conceito que chamaram de “contemporâneo clássico”. Clássico pelo predomínio da madeira, couros naturais, mármores e porcelanato de tons sóbrios; e contemporâneo pelo design exclusivo de mobiliário e pelas cores fortes empregadas. O ipê foi o material-base das especificações. “Por tratar-se de um lugar de clima bastante frio, utilizamos a madeira natural para conferir conforto e sensação de acolhimento”, complementa o arquiteto. No piso da área social, os arquitetos combinaram taboão e porcelanato acetinado. O imponente volume da lareira recebeu revestimento em mármore marrom imperador, eleito por compor com os tons de madeira adotados e da escultura em ferro oxidado exposta. Na cozinha e gourmeteria, criaram vigas de madeira para configurar uma grelha modulada.

Apoio Coninpel Gobby

Fotografia Ricardo Braescher

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Todos ambientes receberam pinceladas de cor para contrapor com a madeira. Estofados em couro natural “dialogam” com facilidade com tecidos crus e outros de tons vibrantes. “Isso é fundamental para formar o conceito do projeto de Arquitetura de Interiores”, avalia Albert. O projeto luminotécnico tratou cada ambiente separadamente, conferindo a cada um deles uma atmosfera única.

Albert Wainer formou-se em Arquitetura e Urbanismo, em 1981, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 1989 comanda a Estúdio 5 Arquitetos, com sede em Porto Alegre. De porte médio, a empresa possui estrutura para o desenvolvimento de cerca de 20 projetos simultâneamente e caracteriza-se pela personalização no atendimento aos clientes. A equipe objetiva projetos com personalidade, classe e conforto. O foco principal é Arquitetura de Interiores. Com especialização em Design de Produto pela PUCRS, Albert responde pela compatibilização de projetos, pelo detalhamento e pelo design de mobiliário.

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Alessandra Alves Daniela Zoppas

arquitetas e urbanistas

Rua Almirante Barroso, 587/204 – Porto Alegre / RS (51) 3023.5622 / 9559.5622 az.arquitetura@azarquitetura.com.br www.facebook.com/AZ.arquitetura.poa www.azarquitetura.com.br CAU: A36431-2, A36446-0 / RRT n°: 2136903

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Planejado desde o início dos trabalhos de Arquitetura de Interiores na casa adquirida por um casal de médicos, em Porto Alegre, essa suíte levou dois anos para ficar pronta - considerando o período normal de obras e o atraso na entrega das chaves por parte da construtora contratada. “Assim, tivemos tempo para desenvolver o projeto conforme as necessidades deles, e tempo para que pudessem avaliar todas as decisões envolvidas e ficarem seguros sobre o que estávamos projetando”, destaca a arq. e urb. Alessandra Alves, autora do projeto ao lado da colega Daniela Zoppas.

área nas laterais para circulação e para a desejada poltrona de leitura. “A partir daí, estudamos o projeto de interiores com um rebaixo de forro, em gesso, alinhado com painéis de madeira, marcando a posição da cama”, detalha Daniela. A sanca criada esconde fita de LED para iluminação indireta. A parede principal recebeu tratamento acústico, sendo revestida com painéis de lã de rocha. Sobre a proteção acústica, foram instalados painéis de MDF revestidos com lâminas de madeira tonalizada e espelhos colados. Um sistema de piso aquecido completa a atmosfera de conforto.

A principal prerrogativa para o espaço, de 28m2, era a criação de um ambiente de closet separado do dormitório. Cama king size, TV, ventilador, poltrona com apoio para pés e espaços específicos para objetos decorativos foram pedidos feitos à dupla. O casal foi ainda mais específico na definição dos materiais a serem utilizados: papel de parede, madeira e espelhos.

Para a criação do closet, as profissionais apostaram em marcenaria, projetando uma nova “parede” em frente à cama. A porção central apresenta a mesma linguagem adotada na cabeceira da cama, com painel de apoio para TV e nichos para equipamentos. Na lateral junto à janela, utilizaram papel de parede metalizado como acabamento, associando prateleiras e uma cômoda ao “canto da leitura”. Para as arquitetas, o principal desafio vencido foi projetar um espaço visualmente limpo para destacar os diversos objetos decorativos pertencentes à cliente.

No planejamento do layout, as arquitetas decidiram dispor a cama no centro do dormitório, garantindo

Apoio Móveis Teutônia

Fotografia Carlos Edler

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Os tradicionais criados-mudos deram lugar a móveis laterais de grandes proporções para atender a necessidade do casal. O posicionamento das peças é marcado por painéis de espelhos, que emolduram a cabeceira e contribuem para a sensação de amplitude. A porta de acesso ao closet foi revestida com o mesmo papel de parede metalizado aplicado n o o u t r a l a te r a l d o p a i n e l a m a d e i r a d o , incorporando discretamente sua presença.

Com formação em Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS, em 2002, Alessandra Alves e Daniela Zoppas voltam suas atividades profissionais à realização de projetos de Arquitetura de Interiores residencial e, também, comercial e civil para residências unifamiliares. Desenvolver um trabalho de atendimento personalizado aos clientes, criando, para cada um deles, um projeto único é a filosofia que elas buscam tomar por base. Na avaliação das arquitetas, suas obras reforçam conceitos de estética voltados para a valorização de traços e linhas adequados ao estilo e ao desejo de quem as contrata.

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Ana Lore Miranda

arquiteta e urbanista

Travessa Wilhelms, 2470 – Taquara / RS (51) 3542-1192 analore@analore.com.br analorearquiteta.blogspot.com www.analore.com.br CAU: A12286-6 / RRT n°: 2248099 Participante - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

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Quase todos os ambientes deste apartamento, em Taquara, já haviam sido remodelados pela arquiteta e urbanista Ana Lore Burliga Miranda de alguma forma durante os oitos anos de atendimento à sua proprietária. Um, no entanto, fora reservado para o final, pela predileção e pelo envolvimento afetivo: a cozinha. Com um único filho, já adulto, a médica carioca mora sozinha no imóvel e mantém o hobby da culinária, especialmente a francesa. “Uma paixão adquirida nos anos em que morou na França durante uma pós-graduação”, complementa a arquiteta. O uso constante do local exigia uma organização eficiente, espaço adequado para acomodar os diversos equipamentos e acessórios da “chef” e área apropriada para circulação. Era preciso prever, ainda, o aproveitamento de uma pequena cristaleira vertical antiga, a inserção de banquetas de design diferenciado na área de lanches e a inclusão de eletrodomésticos de última geração. Sanar algumas infiltrações, executar forro rebaixado em gesso acartonado, para possibilitar um bom projeto luminotécnico, e substituir os revestimentos existentes também estavam entre as tarefas de Ana Lore. Antigas, as instalações elétricas foram

revisadas e reposicionadas, assim como as hidráulicas e a de gás, para atender ao novo layout. O ambiente longilíneo facilitou o planejamento de uma solução funcional. “Não houve necessidade de intervenção estrutural, tornando o trabalho seguro e mais rápido”, conta Ana Lore. Sua primeira medida foi organizar a área de trabalho em linha reta, iniciando pelo cooktop. A profissional optou pela profundidade de 72cm para garantir um maior espaço. A decisão exigiu a instalação de um painel de sustentação posterior à coifa, para manter o alinhamento adequado entre os dois equipamentos. Nele foi embutida iluminação em LED. Na sequência, posicionou a lavadora de louças e a cuba, aproveitando a localização dos encanamentos. O escorredor de louças suspenso liberou espaço na bancada, executada em granito branco moonlight prime. Para o mobiliário, Ana Lore optou por melamina madeirada carvalho e pintura P.U. de cor branca com acabamento em alto brilho. “Existem detalhes internos em que revestimos o móvel pintado parcialmente pela melamina carvalho, criando um lindo acabamento”, ressalta. Sua meta era criar um ambiente sob medida e com estilo.

Apoio LAM Comércio de Gesso, Forros e Divisórias ARTEMAFE Móveis

Fotografia Carlos Edler

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Na área de trabalho, destaque para os azulejos portugueses aplicados na parede. Um desafio ao azulejista, que teve de inserir os painéis após a conclusão do revestimento geral. “Por uma questão de logística da obra, essas peças foram aplicadas somente após a instalação do mobiliário, para garantir o resultado estético desejado”, explica Ana Lore. Parte das paredes foi coberta por marcenaria, com acabamento em melamina madeirada car valho, o que garantiu uma atmosfera aconchegante, especialmente junto à bancada para lanches, integrados harmonicamente com a cristaleira existente. A solução adotada contribuiu para disfarçar o Centro de Distribuição da iluminação, mantendo-o devidamente acessível.

Com 30 anos de atuação no mercado, Ana Lore Burliga Miranda comanda escritório próprio que atua na região do Paranhana e na Serra gaúcha, com principal atuação na cidade de Gramado. A profissional formou-se em Arquitetura e Urbanismo em 1985, pela UniRitter, e fez pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG. Tem seus fornecedores em constante treinamento, primando pela excelência dos serviços contratados.

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Angela Limberger

arquiteta e urbanista

Praça Júlio de Castilhos, 20 /202 – Porto Alegre / RS (51) 3311.0913 / 9969.5447 arq.angelalimberger@hotmail.com CAU: A 8767-04 / RRT n°: 2875412

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Um prazer para o proprietário deste apartamento, no bairro Bela Vista, em Porto Alegre. Aposentado, ele divertiu-se acompanhando cada etapa de execução do projeto de Arquitetura de Interiores desenvolvido pela arq. e urb. Angela Limberger. No total, foram cinco meses de trabalho na preparação do imóvel para ocupação do cliente, da esposa, médica, e da filha, estudante universitária. Para a área social, com 66,50 m2, a família desejava a integração do living com a cozinha, criando um espaço gourmet com acomodações para oito pessoas. Esse ambiente deveria, ainda, ser prático, de fácil manutenção e contar com fogão em ilha e local para refeições rápidas. Lareira e TV tinham de coexistir com as demais funções programadas. No jantar, era imprescindível prever armários fechados para louças e cristais e cadeiras com apoio para os braços – um pedido feito pela filha do casal à arquiteta. Na composição, Angela precisava aproveitar as mesas de apoio, lateral e de centro, além do aparador, refrigerador, tocheiro, duas poltronas e um sofá de espaldar alto, existentes, que passaria a ser ocupado

pelo cão de estimação. Esses móveis formaram conjunto com o sofá de linhas retas, em camurça, especificado pela arquiteta. Setorizando o estar, ele foi disposto em frente à lareira, cujo volume e base receberam revestimento em mármore marrom imperador. Para as laterais, projetou bancadas em marcenaria, com tampos em melamina branca e portas com perfis de alumínio champagne e frentes em espelho e vidro reflecta. Painéis no padrão Argila cobrem as paredes. Os mesmos materiais e acabamentos foram especificados para o louceiro, localizado na outra extremidade do espaço. “As poltronas de estilo destacadas pela cor vinho representam uma dupla paixão da cliente: forma e cor”, enfatiza Angela. Assim, repetiu o tom nas cadeiras de cabeceira, em veludo, do jantar. Seu objetivo foi “descontrair” e estabelecer unidade visual entre os espaços. Pela localização e importância da cozinha, a profissional adotou o material de acabamento em alta pressão Lávia para o mobiliário, combinando com peças em MDF branco. Os tampos, em granito cygnus, completam o “relacionamento” entre os três ambientes.

Apoio Todeschini Nilo Peçanha Gobby Novelle

Fotografia André Nery


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O projeto luminotécnico, desenvolvido em parceria com a arq. e urb. Elisabeth Sant’Anna, valorizou o lustre de cristal garimpado pela proprietária, instalado no centro do espaço do jantar. No restante da área, a iluminação indireta prevalece, proporcionada por cordas luminosas instaladas no cortineiro, no cortorno da sanca central do forro, em gesso, e sob as bancadas da lareira. Luminárias com focos pontuais pontuais marcam a circulação principal e a mesa de centro. Na definição da proposta cromática, Angela optou por diversas tonalidades neutras em móveis e revestimentos de paredes e estofados para “dar continuidade e reforço” à intensa luz natural incidente no espaço.

Dedicada a projetos de Arquitetura de Interiores residencial, com enfoque no detalhamento de móveis sob medida para marcenaria, Angela Limberger formou-se em 1987 em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos; e em Desenho pela Faculdade de Belas Artes na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Há 27 anos no mercado, sua equipe trabalha para atender a clientes com novas necessidades e exigências no âmbito residencial, em apartamentos ou casas.

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Bebel Grazziotin Beatriz Cherubini

arquitetas e urbanistas

Rua Felipe Neri, 428 /302 – Porto Alegre / RS (51) 3332.0989 / 3061.0189 contato@arquitetandosonhos.com.br www.facebook.com/ArquitetandoSonhos www.arquitetandosonhos.com.br CAU: A5803-3 e A6737-7 / RRT n°: 1978406

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Para as arquitetas e urbanistas Beatriz Cherubini e Bebel Grazziotin, a possibilidade de iniciar o projeto de Arquitetura de Interiores ainda durante as obras desta residência, em Porto Alegre, foi primordial para facilitar a execução do que pretendiam os proprietários do imóvel, um casal de médicos com filhos pré-adolescentes. Com o objetivo de integrar a cozinha e o espaço da churrasqueira, as profissionais eliminaram a parede de alvenaria prevista entre os ambientes, determinaram a abertura lateral da churrasqueira e especificaram os revestimentos de piso e parede mais adequados à proposta planejada. O desafio da dupla foi criar um espaço gourmet integrado, mas prevendo a possibilidade de isolamento, como era desejo dos clientes, “e escolher materiais que criassem essa harmonia com a área social e os ambientes trabalhados”. A solução encontrada foi projetar uma porta divisória com painéis de vidro temperado recolhíveis, permitindo o fechamento da cozinha quando necessário. A pedido do cliente, as arquitetas criaram uma bancada divisória, junto à churrasqueira, com cuba e chopeira. A partir da definição do layout da área, de 22 m2, desenvolveram

o projeto luminotécnico e projetaram o forro, em gesso, rebaixado. A meta era prover iluminação eficiente nas áreas de trabalho das bancadas e permitir diferentes efeitos de luz a partir das luminárias distribuídas em pontos estratégicos. Lâmpadas de LED instaladas no mobiliário garantem iluminação indireta, gerando aconchego. Bebel e Beatriz especificaram porcelanato claro, polido, para o piso de toda a área social, assim como cerâmica e pintura para as paredes. A porta de acesso à lavanderia foi substituída por um modelo de vidro, também recolhível. Chapas de melamina no padrão amadeirado foram utilizadas como revestimento do volume da churrasqueira, integrada à cozinha a partir da abertura lateral. Reforçando a unidade entre os ambientes, esse mesmo material foi adotado no mobiliário, projetado pela dupla. As bancadas têm tampo em granito e gavetas com frentes em alumínio e vidro, materiais utilizados também nas portas do armário aéreo. Para as arquitetas, o resultado é um espaço de convívio familiar e social, atemporal, traduzido com requinte e harmonia através de um layout contemporâneo e aconchegante.

Apoio Centenarte Móveis e Decorações

Fotografia Eduardo Liotti

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No projeto do mobiliário, Bebel e Beatriz precisavam prever lugar para uma grande q u a n ti d a d e d e l o u ç a s , e q u i p a m e n to s e eletrodomésticos. Ao adotarem a melamina no p a d r ã o a m a d e i r a d o c o m o a c a b a m e nto, garantiram a leveza necessária para um espaço integrado à área social. As cores utilizadas foram baseadas no conceito do projeto: cores claras no piso e nas paredes para contrapor com o preto do granito e o amadeirado escuro dos móveis e painéis.

Projetos nas áreas de arquitetura civil, Arquitetura de Interiores, comercial e de paisagismo são parte do trabalho desenvolvido pela dupla Beatriz Cherubini e Bebel Grazziotin, graduadas em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos em 1980 e 1981, respectivamente. Elas também prestam consultorias nesses mesmos segmentos. Segundo as profissionais, seus projetos são elaborados a partir de um “profundo” diálogo com os clientes e uma detalhada observação dos espaços físicos, com foco em objetividade, compromisso e qualidade. “Transformamos ideias em espaços personalizados e sustentáveis”, defendem.

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Cristiana Brodt Bersano

arquiteta e urbanista

Av. Iguassu, 119 /205 – Porto Alegre / RS (51) 3334.4981 / 9991.1341 cbersano@terra.com.br CAU: A26952-2 / RRT n°: 839392

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Prestes a completar 80 anos de idade, o proprietário deste apartamento decidiu presentear-se com a realização de um sonho: a reformulação geral da cobertura do imóvel para qualificar os espaços sociais e, principalmente, para a criação de uma sala de música “profissional”. “Muito disposto, bem humorado, estudioso dos assuntos que lhe interessam, ele é um ‘expert’ em vinhos e em diversos gêneros musicais”, conta a arq. e urb. Cristiana Brodt Bersano. Ocupando o 14 0 andar de um prédio localizado na rua Anita Garibaldi, o apartamento oferece uma vista privilegiada do bairro Mont’Serrat, em Porto Alegre. A cobertura, assim, poderia ser melhor explorada. No entanto, não oferecia estrutura adequada, a começar pelo acesso existente: uma escada helicoidal nada confortável que precisava ser substituída. Nesse espaço, de 100m2, o proprietário desejava a criação de ambientes integrados de estar, jantar e churrasqueira com cozinha e adega climatizada; e de uma sala de som com alta qualidade acústica, que pudesse ser isolada para melhor apreciação de suas músicas favoritas. O piano existente deveria ganhar um local de destaque na composição.

A circulação vertical era uma prioridade, exigindo o rompimento da laje de concreto para instalação de uma plataforma elevatória. O layout foi planejado considerando, também, um novo formato de escadas, ergonômico. Todo o telhado teve de ser revisto para ampliar o pé-direito na área de 30m2 que seria ocupada pela sala de som. “Consideramos as medidas de proporção de Fibonacci na determinação das dimensões da sala, tanto em largura, como altura e profundidade, para a alta qualidade acústica”, explica Cristiana. A substituição das esquadrias externas por modelos em PVC, com atenção especial à vedação, atendeu ao mesmo objetivo. Os materiais utilizados seguiram as especificações adequadas para o melhor desempenho acústico, como a madeira maciça sucupira do piso e os painéis de tecido ortofônico instalados nas paredes e no forro. O mobiliário foi executado em MDF com melamina na cor nogueira alva. O fechamento do espaço se dá por painéis de correr e pivotantes, para garantir “perfeita reflexão e absorção do som no seu interior”. Os demais ambientes receberam porcelanato de acabamento rústico como revestimento de piso.

Apoio Andreatta Ind. e Com. de Móveis Basalto Santo Antônio Nova Prata

Fotografia Marcelo Donadussi

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Dos 100m2 de área interna total da cobertura, a sala de som ocupa 30m2, sendo 4,4m de largura, 7m de profundidade e 2,55m de altura. O cálculo considerou a Proporção Áurea, obtida a partir da sequência de Fibonacci, para proporcionar a alta qualidade acústica do ambiente, como desejado pelo cliente. O posicionamento do sofá, a uma exata distância simétrica das caixas de som frontais, igualmente atende a essa proposta. Os materiais adotados também contribuem para o efeito esperado, como a madeira maciça sucupira escolhida, com tacos colados e aparafusados no contrapiso. As paredes foram cobertas por painéis de tecido ortofônico com lã de vidro aplicada internamente. O mesmo material foi utilizado no forro e no telão retrátil instalado no espaço.

Formada em Arquitetura e Urbanismo em 1998, pela UFRGS, Cristiana Bersano obteve na mesma universidade o título de Mestre em Engenharia Civil, em 2003. Sua atuação tem ênfase em Arquitetura de Interiores residencial (obra civil e ambientação). Nos projetos que assina, busca oferecer serviços com alta qualidade de projeto e de execução da obra. Em seu escritório, prima por um ambiente de cooperação, harmonia e satisfação na relação entre clientes, colaboradores e fornecedores.

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Débora S. Noronha Maria Alice B. Carvalho

arquitetas e urbanistas

Rua Lucas de Oliveira, 505 / 1210 – Porto Alegre / RS (51) 3337.6783 / 8149.5666 / 9976.4204 carvalhonoronha.arq@gmail.com www.facebook.com/Carvalho Noronha Arquitetos CAU: A 3665-0 e A 5830-0 / RRT n°: 2604796

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Área de trabalho eficiente, com espaço para quatro pessoas trabalharem simultaneamente, sala de reuniões e copa. Esse era o programa de necessidades a ser atendido pelo projeto de Arquitetura de Interiores desenvolvido pelas arquitetas e urbanistas Débora Schmitt Noronha e Maria Alice Bojunga Carvalho. Trata-se da nova sede de escritório de arquitetura, instalada em uma sala de 37m2 de um prédio comercial nos altos do bairro Bela Vista, em Porto Alegre. O foco principal era valorizar, ao máximo, a vista deslumbrante e a iluminação natural do imóvel. O projeto foi idealizado visando a praticidade de manutenção e a simplificação no uso de materiais e mobiliário, assim como a neutralidade nas cores. A decisão de utilizar porcelanato como revestimento de piso e de pintar as paredes com tons de cinza esverdeado serviu de base para a especificação do mobiliário branco, com acabamento em pintura fórmica e portas em vidro pintado com perfis de alumínio “invisíveis”. O rodapé adotado, em poliestireno reciclado, apresenta pintura metalizada fosca com aparência similar a do aço escovado. O toque de cor foi dado pelas cadeiras da sala de reuniões, das gravu-

ras e dos acessórios. Painéis em melamínico amadeirado texturizado cobrem boa parte das paredes. “Buscamos um ponto de interesse visual através de linhas contínuas, com o uso de prateleiras, complementadas por faixas de espelho, o que gerou profundidade ao ambiente”, explica Débora. Para criarem a sala de reuniões, as profissionais projetaram paredes, em MDF e vidro, com uma grande porta de correr, que se estende do piso ao teto. “Assim, conferimos privacidade sem bloquear a luz natural e sem impedir o visual da bela paisagem”, complementa Maria Alice. O projeto luminotécnico foi pensado 100% com o uso de LED, objetivando maior eficiência e baixo consumo energético. Para minimizar a incidência dos raios solares durante a tarde, foram instaladas persianas do tipo rolô com proteção térmica e solar. A pequena copa projetada recebeu mobiliário no mesmo padrão adotado no escritório, com bancada em granito. Para a parede, as arquitetas especificaram pastilhas de vidro nacaradas. A intervenção ainda abrangeu a reformulação total do lavabo existente.

Apoio Atrio Conceito Guaibabox

Fotografia Carlos Edler

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As amplas portas de vidro instaladas na sala de reuniões favorecem o conceito de integração desejado e o aproveitamento da luz natural. O transporte das peças, a propósito, foi a maior dificuldade enfrentada durante as obras: cinco homens foram necessários para transportar as portas, pelas escadas, até o 120 andar do prédio, onde está localizada a sala. O lavabo recebeu atenção especial, sendo totalmente remodelado. As cerâmicas das paredes foram substituídas por papel de parede lavável listrado com textura de tecido. A bancada foi executada em nanoglass branco, com cuba sobreposta em louça metalizada e torneira em acabamento preto fosco. Sob ela, uma grande gaveta, em laca branca brilho, armazena os utensílios.

Maria Alice Bojunga Carvalho concluiu a graduação em Arquitetura e Urbanismo na UFRGS em 1980, dois anos depois de Débora Schmitt Noronha formar-se pela mesma instituição. Débora ainda cursou especialização em Arquitetura Paisagística na PUCRS entre 2007 e 2008. Ambas já fizeram parte da diretoria da Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS (AAI Brasil/RS): Maria Alice em 1994 e Débora em 1996. Com uma parceria profissional de 20 anos, a dupla mantém escritório próprio desenvolvendo projetos de Arquitetura de Interiores, design de mobiliário e Arquitetura Paisagística.

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Gislaine Saibro

arquiteta e urbanista

Rua Jacinto Gomes, 657/301 - Porto Alegre / RS (51) 9985.6927 gislainesaibro@uol.com.br CAU: 10690 – 9 / RRTs n°: 1972794 e 1972800

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Um ambiente motivador aos desafios da vida profissional. Essa é a premissa sobre a qual a arq. e urb. Gislaine Saibro planejou o projeto de Arquitetura de Interiores desse espaço de treinamento para uma empresa de perfumes e cosméticos em Porto Alegre. Localizado no Centro, com 115m2, o imóvel teve de ser completamente transformado para a nova função, com atenção ao amplo programa de necessidades. No total, foram dez meses de trabalho, perseguindo as metas de proporcionar amplitude e limpeza, valorizar a iluminação natural, prever alguma vegetação e referenciar elementos femininos, considerando a predominância de mulheres entre os colaboradores. A arquiteta já havia desenvolvido projetos para esses clientes, tanto na empresa quanto na residência deles. A sala comercial apresentava-se sem uso, apesar de estar totalmente montada. Assim, a primeira intervenção foi a demolição completa e a retirada de entulhos e mobiliários, sob o desafio de trabalhar somente à noite e aos finais de semana, conforme as normas do condomínio. As esquadrias existentes nas duas fachadas, em alumínio, foram recuperadas e tiveram os vidros comuns substituídos por laminados.

Na organização do novo layout, Gislaine criou a pequena cozinha o mais próximo das antigas áreas molhadas, para aproveitamento das instalações hidrossanitárias. Os banheiros existentes foram reformulados e atualizados, para atender o maior número de pessoas de forma simultânea. A definição dessas áreas foi determinante para a solução do projeto. Divisórias em gesso acartonado, com isolamento acústico, setorizam os ambientes, sendo que a sala de seleção foi posicionada junto à recepção. Assim, nos dias de grande fluxo, esses espaços podem ser integrados com a abertura das grandes folhas de correr, em melamina amadeirada. Esse mesmo material foi escolhido para o mobiliário, porém no padrão branco liso. A larga circulação, com 1,20m, conduz às salas da coordenação e de reuniões das gerências, ambas fechadas por grandes portas de PVC e vidro duplo, para proteção acústica e para preservar a iluminação natural. A sala de treinamento ganhou mesas componíveis para acomodar até 30 pessoas, bancada para maquiagem e nichos para exposição de produtos. Na parede principal, pintada na cor chocolate, destaque para a frase motivadora adesivada escolhida pelos clientes.

Apoio La Provence Móveis Cortinas Ferrari

Fotografia André Nery

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Os quadros e móveis resgatados da antiga residência dos clientes, uma premissa para o projeto, cumprem a função de conceder o “caráter de casa” ao ambiente empresarial. Gislaine especificou o tom chocolate para a pintura de algumas paredes e elegeu padrão amadeirado para o revestimento de piso, em PVC, e para a melamina aplicada em painéis e nas portas internas. Rompendo com a monocromia, a cor cereja foi destacada em vidros e adesivos, em referência à nova identidade visual da empresa. Persianas em lâminas de alumínio brancas, com os cordões aparentes, controlam a luminosidade natural. O projeto luminotécnico garante luz branca para iluminação geral, complementada por dicróicas em pontos de destaque, ambas em LED. No mesmo sistema, corda luminosa de alta potência, na cor âmbar, foi instalada na ampla bancada para treinamento de maquiagem.

Diplomada em 1984 na UFRGS, Gislaine Saibro atua em Arquitetura de Interiores há mais de 20 anos. Além de dedicar-se à atividade profissional, foi diretora e presidente da AAI Brasil/RS e, atualmente, é conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR. Acredita que “junto à qualidade e competência técnicas, é preciso entender a função da profissão e praticar a coerência na prestação de serviço aos clientes”.

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Karen Haas

arquiteta e urbanista

Rua Luís de Camões , 55/202 – Canoas / RS (51) 3059.4795 / 9979.4795 khaas@terra.com.br www.facebook.com/Karen Haas arqkarenhaas.wordpress.com CAU: A12209-2 / RRT n°: 2842487

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A primeira vez que a arq. e urb. Karen Haas esteve nesta casa, em um condomínio residencial na cidade de Canoas, ela ainda estava sendo construída. A profissional fora contratada pelo proprietário, um jovem empresário solteiro, para desenvolver o projeto de Arquitetura de Interiores e aquela era a etapa de obra mais adequada para iniciar o planejamento. Na área destinada ao espaço do jantar, com churrasqueira integrada, a arquiteta deparou-se com um pilar solto no ambiente e uma grande reentrância na lateral do volume da churrasqueira. Logo percebeu que esses elementos ditariam o layout, respeitando o projeto arquitetônico original, desenvolvido pelo arq. e urb. Vitor Dall´Onder. O cliente manifestou interesse por uma mesa de concreto “abraçando” o pilar. Para ele, tons de cinza deveriam predominar na composição de um ambiente monocromático. Karen projetou um ampla mesa, para comportar até oito pessoas. “O tamanho generoso da mesa demandou um projeto estrutural devido ao balanço do bar ‘tipo caixa’. A base do pilar recebeu muretas de concreto armado ao seu redor para servir de apoio do

tampo e do bar”, detalha a profissional. Como acabamento, foi aplicado apenas impermeabilizante incolor. A proposta de Karen era manter a amplitude do espaço, de 42m2, dispondo somente os poucos móveis de design contemporâneo escolhidos pelo empresário de maneira criteriosa. As cadeiras de material sintético e metal estabelecem o contraponto com a solidez da mesa. Para o revestimento do piso, a arquiteta elegeu porcelanato fosco, em placas grandes, com aparência similar a de cimento alisado. A parede principal, incluindo o volume da churrasqueira, foi totalmente coberta por mármore azul boqueira. Para o local pré-definido, projetou mobiliário em MDF, com melamina branca, pintura micro textura cinza fosco e vidro fumê acidato, prevendo espaço para a futura instalação de uma chopeira, a pedido do cliente. O móvel aéreo possui, na sua parte inferior, iluminação em fita de LED, junto ao espelho de mármore. Pontuada pelas luminárias pendentes adquiridas pelo cliente, a mesa de jantar em madeira, com pintura patinada, forma conjunto com cadeiras de estrutura em madeira ebanizada estofadas em tecido em tons de cinza.

Apoio Unisinos

Fotografia Carlos Edler

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O projeto de forro, em gesso, constituiu-se em um dos principais desafios do trabalho assumido pela arq. e urb. Karen Haas. “Era preciso mantêlo rebaixado até cobrir a viga existente no alinhamento do pilar, onde criamos uma sanca iluminada por fitas de LED. O restante ficou na laje, com plafons de acrílico branco leitoso quadrados”, detalha. Esse foi o recurso adotado para permitir a inserção dos condicionadores de ar do tipo cassete sem comprometer a proporção da altura pelo pé-direito. Luminárias quadradas com lâmpadas PAR20 de LED, em acabamento branco e fundo recuado preto, foram embutidas no forro. Para ela, o projeto resultou em um espaço prático, moderno e confortável para o cliente receber seus amigos e familiares.

Formada há quase 30 anos em Arquitetura e Urbanismo pela Unisinos, Karen Haas fez especialização em Paisagismo e Meio Ambiente na Ulbra, em 1999, e mestrado em Planejamento Urbano e Regional na UFRGS, no ano seguinte. Atuando como profissional liberal com foco no desenvolvimento de projetos de arquitetura, de Arquitetura de Interiores e de paisagismo, Karen comanda escritório próprio há onze anos, quando fundou a empresa HB Arquitetos Associados.

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Laline Bittencourt

arquiteta e urbanista

Rua Marcelo Gama, 1.412 /503 – Porto Alegre / RS (51) 3024.3801 /8444.8058 laline@lalinearquitetura.com www.facebook.com/ Laline Arquitetura www.lalinearquitetura.com CAU: A9589-3 / RRT n°: 01807048 Prêmio Imprensa 2° Melhor Trabalho - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

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Respeito às “impressões digitais” da história da cliente na criação de uma residência confortável e aconchegante. Esse foi o ponto de partida do projeto de Arquitetura de Interiores desenvolvido pela arq. e urb. Laline Bittencourt neste apartamento no bairro Bela Vista, em Porto Alegre. O imóvel pertence a uma médica solteira, sem filhos, que acabara de se mudar de São Paulo, onde exercia carreira acadêmica, para se aproximar da família e dos amigos – especialmente da mãe e do irmão, proprietário de um hotel em Rio Grande, para o qual Laline já havia executado alguns projetos.

Na área social, com 30m2, optou por dispor o mobiliário em torno de um único eixo central, a partir da lareira descentralizada, com circulações para o setor íntimo e para a churrasqueira, de forma paralela. A estrutura da lareira foi estendida com um painel de gesso acartonado, criando nichos para equipamentos e centralizando a televisão. Na lateral, um armário foi projetado, executado em marcenaria, para acomodar livros, CDs e os discos de vinil de coleção. O revestimento de pedra da lareira foi substituído - e ampliado - por mármore marrom imperador.

Como mantém outra residência em Rio Grande, para onde viaja constantemente, a cliente desejava uma estrutura prática e funcional. “Era importante ter espaço para gabinete, acervo de livros e toda a sorte de mimos de viagens”, ressalta a arquiteta. Na área social, fazia-se necessário resolver a coexistência da TV e da lareira, disfarçar o espaço da churrasqueira e prever televisores em todos os ambientes, inclusive para a cozinha. Esse último deveria ser especial; deveria contar com pequena mesa para lanches, e espaço para livros de receitas e muitos utensílios.

Para formar conjunto com a mesa de jantar, Laline criou um móvel para louças e cristais, com bancada para bebidas e objetos decorativos. Por trás do móvel, uma porta de correr isola o pequeno espaço da churrasqueira. Um dos dormitórios foi transformado em gabinete, integrado ao estar através de uma porta dupla de correr, executada sob medida no mesmo padrão das demais aberturas existentes no imóvel. Para o local, a arquiteta especificou um sofá-cama e projetou bancada de trabalho e armário suspenso, em madeira louro-freijó.

Apoio Manjabosco Decor

Fotografia Carlos Edler

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Na área social, foi criado um cortineiro, em gesso, ao longo de toda a grande esquadria. Para controlar a incidência do sol, Laline adotou persianas rolôs com tela solar sobrepostas por cortinas de linho. A solução encontrada para conferir o máximo de funcionalidade à cozinha, de 7 m2, e separála da lavanderia passou pela diminuição da bancada do tanque e pela criação de uma divisória, executada em MDF e gesso. Outra impor tante decisão foi substituir a por ta convencional de acesso ao jantar por um modelo de correr em vidro. “Assim, permitimos a troca da luminosidade natural leste-oeste entre esses ambientes”, enfatiza a arquiteta. Preferiu-se usar materiais em cor e textura similares: silestone cinza e MDF no padrão linho. O contraste é dado pelo painel em laca acetinada na cor amarela que serve de apoio à TV e oculta a fiação.

A arq. e urb. Laline Bittencourt atua desde 1998 na área de Arquitetura e Paisagismo, com destaque para projetos de Arquitetura de Interiores. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS, em 1984,seus trabalhos são desenvolvidos por meio de consultoria, projeto simplificado ou detalhado. A equipe é preparada para dar suporte desde a definição do programa até a implantação e o gerenciamento da obra, atendendo a cronograma préestabelecido.

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Lisete Jardim Carlos Jardim

arquitetos e urbanistas

Rua Mariante, 288 / 1301 – Porto Alegre / RS (51) 3346.5715 / 9966.2287 jardimarquitetura@terra.com.br www.facebook.com/jardimarquitetura www.jardimarquitetura.com.br CAU: A75700-4 e A5719-3 / RRT n°: 2847832

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Quando os proprietários, um casal de médicos com dois filhos pequenos, procuraram os arquitetos e urbanistas Lisete Jardim e Carlos Jardim para desenvolverem o projeto de Arquitetura de Interiores desta casa de veraneio, localizada em um condomínio de casas em Atlântida, Litoral Norte do Estado, já sabiam o que queriam: um ambiente amplo, integrado e sofisticado para receberem amigos e parentes. Com isso em mente, os profissionais setorizaram o amplo living, de 140m2, em cinco ambientes bem distribuídos, qualificando, ao máximo, os espaços de lazer. O projeto foi iniciado junto com a construção da casa, o que permitiu a adequação de alguns elementos ainda durante a obra. Um exemplo é a escada do estar, de acesso à ala íntima da casa, com degraus engastados revestidos de mármore travertino. Nesse mesmo ambiente, a imponente lareira desenvolve-se por toda a extensão do pé-direito duplo, com 6,5m de altura, revestida com mármore marrom imperador e com “madeira ecológica”, fabricada através de um composto de resíduos plásticos industrias variados e fibras. Estabeleceu, assim, contraponto à leveza da escada. A mesma linguagem foi empregada

na gourmeteria, junto da área da piscina, que conta com adega, refrigerador para cerveja, bifeteira, churrasqueira e um amplo bar, com 4m de comprimento, idealizado para confraternizações mais informais. Complementam o estar, a sala de jantar, a mesa de sinuca e o estar da piscina, esse último com vista para o lago que limita o terreno ao fundo. Variados tons de azul e branco foram os eleitos para conferir “sofisticação e frescor” e integrar visualmente o conjunto, cores presentes em tapetes, estofados e objetos de decoração. O destaque, no entanto, fica para a mesa de sinuca, laqueada de branco com feltro azul, em sintonia com a linguagem adotada na composição do espaço de estar. Considerando possibilitar o uso da casa, com todo o conforto, durante todo o ano, os arquitetos também desenvolveram um projeto de climatização. Splits do tipo cassete refrigeram os espaços nos dias de intenso calor e, no inverno, auxiliam a lareira no papel de aquecer os usuários, permitindo, dessa forma, que eles desfrutem da residência em todas as suas possibilidades e nas quatro estações do ano.

Apoio Marcenaria Duda

Fotografia André Bastian

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O projeto de iluminação desenvolvido pelos arquitetos também teve como preocupação a integração, além da promoção do bem-estar e a “sofisticação” dos ambientes. Possibilitar a criação de diferentes cenários, para as mais variadas reuniões, era outro objetivo da dupla. No estar junto à entrada principal, a lareira é valorizada pela luz produzida por lâmpadas AR111 embutidas no forro. Um grande lustre de cristais recepciona os convidados. Já na escada, balizadores embutidos na parede, revestida com mosaico de madeira natural, iluminam o acesso até a área intima da casa. Na gourmeteria, cordas luminosas sob os armários aéreos fornecem luz indireta. Destaque para as luminárias de diferentes formatos pendentes sobre a bancada, enfatizando o caráter descontraído do local.

Carlos Jardim é arquiteto e urbanista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1980. Lisete Jardim obteve a mesma formação pela Uniritter, em 1984. Dedicam-se à concepção e à execução de projetos de Arquitetura de Interiores para espaços comerciais, residenciais e corporativos e ao design. Em 2012, pelo conjunto de seu trabalho, foram homenageados como “Arquitetos Destaque” pela AAI Brasil/RS.

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Marcelo John

arquiteto e urbanista

Rua Guarani, 20 / 202 – Canoas / RS (51) 3463.6077 / 9826.0912 marcelojohn@marcelojohn.com.br www.facebook.com/marcelojohn.john www.marcelojohn.com.br CAU: A 41861-7 / RRTs n°s: 02122140 e 02122200 3° Melhor Trabalho - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

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As linhas retas da arquitetura desta residência, em Canoas, indicaram a linguagem a ser adotada pelo arq. e urb. Marcelo John no projeto de Arquitetura de Interiores. “O estilo contemporâneo, com a mescla de objetos modernos e outros clássicos estão presente nessa composição”, sintetiza. No primeiro contato do profissional com o cliente, um jovem empresário solteiro, a edificação ainda estava sendo erguida, proporcionando a definição dos acabamentos e a conceituação geral do projeto completo. Para a área social, de 200m2, o foco era proporcionar estrutura adequada para a realização de festas e eventos. “Optamos por integrar a cozinha para facilitar o convívio e o uso dos ambientes”, explica Marcelo. Implantou hall e estar no espaço de pé-direito duplo, acrescentou uma sala de TV com lareira em local mais reservado e criou um amplo ambiente de jantar junto à cozinha. Projetou, ainda, o lavabo e um salão de festas com churrasqueira na lateral da casa, acessível através de imponentes portas de correr com vidros. Um amplo lounge estabelece a transição entre os ambientes. Ali, o arquiteto dispôs a preciosa mesa de sinuca, uma herança da família. A peça foi

restaurada durante as obras, recebendo nova pintura e tecidos. Diferentes rebaixos no forro, em gesso, com iluminação pontual e os revestimentos utilizados marcam o zoneamento planejado. Considerando o envidraçamento quase total do pavimento, tornou-se imprescindível a definição de uma proteção adequada. Foi escolhida a tela solar para controlar a luminosidade e proporcionar privacidade sem impedir o visual da área externa. Reposteiros em tecido de veludo prata valorizam os ambientes. O acionamento das cortinas foi automatizado no complexo sistema projetado para a casa, que incluiu, ainda, som e vídeo, condicionadores de ar, caldeiras e iluminação. Uma residência prática e confortável, mas com “personalidade” e características contemporâneas. Esse era o desejo do cliente. “A unidade visual era o ponto mais importante do projeto, para que os ambientes não fossem segmentados e que mantivessem a praticidade do dia-a-dia, sem excessos ou móveis sem uso”, enfatiza o profissional. A escadaria em curva, suspensa, com degraus revestidos em mármore botticino italiano conduz à área íntima.

Apoio Dell Anno Canoas Andréa Feine Cortinados e Persianas

Fotografia Eduardo Liotti

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Na especificação dos materiais, Marcelo priorizou a facilidade de manutenção desejada pelo cliente. A cozinha projetada recebeu acabamento em melamina preta, fosca, com portas de vidro preto, garantindo a “atmosfera contemporânea ao espaço”. Tampos de silestone cinza cobrem as bancadas conjugadas ao acabamento dos eletrodomésticos, em inox. No jantar, dois lustres de cristal marcam a posição da mesa, em laca branca, com tampo de vidro e aparador de espelhos. Cadeiras em laca branca com estofamento na cor berinjela arrematam a composição. A iluminação foi desenvolvida em LED, com circuitos independentes, tanto nos jardins e na piscina, como nas luminárias embutidas no forro em todos os ambientes.

O arq. e urb. Marcelo John atua nas áreas de Arquitetura de Interiores residencial e comercial, desenvolvendo projetos completos, consultoria e gerenciamento de obra. Formado em Arquitetura e Urbanismo em 2004, pela Ulbra, tem pós-graduação em Arquitetura de Interiores pela UniRitter; e Especialização em Arquitetura Hospitalar, pela Feevale. Através de uma infraestrutura informatizada, o escritório está organizado para atender a clientes de diversos portes, e capacitado para elaborar projetos nas mais variadas áreas da arquitetura.

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Nilza Colombo

arquiteta e urbanista

Praça Conde de Porto Alegre, 22 /1401 – Porto Alegre / RS (51) 3226.8689 / 9103.8727 arqnilzacolombo@gmail.com www.facebook.com/arqnilza.colombo CAU: A53831-0 / RRT n°: 1288400 Participante - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

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Uma área social com ambientes mais integrados foi o briefing apresentado à arq. e urb. Nilza Colombo para o desenvolvimento do projeto de Arquitetura de Interiores deste apartamento de cobertura no bairro Rio Branco, em Porto Alegre. Com 118m2, o imóvel seria compartilhado por dois jovens irmãos que recebem muitos amigos com frequência, especialmente em torno do preparo de churrasco. No entanto, a confraternização da turma sempre ficara prejudicada em virtude da segmentação dos ambientes. Logo após a aquisição do apartamento, os irmãos entraram em contato com a arquiteta. Na primeira visita, ela percebeu que o estado de conservação do imóvel exigiria uma reformulação total, com atenção especial às instalações hidráulicas e elétricas. Com o conceito de integração norteando o planejamento, algumas paredes foram eliminadas, resultando na liberdade visual e de fluxos. Assim, criou-se um amplo espaço multiuso, que pode ser utilizado como escritório, sala de tv e, ainda, pode abrigar eventualmente o terceiro irmão em um sofá-cama projetado especialmente. Entre projeto e execução, o trabalho teve duração de um ano em função do cronograma

pessoal dos clientes, que permaneceram morando no imóvel durante as obras. Por solicitação deles, a cozinha anexada ao living comporta uma mesa para seis pessoas e uma cristaleira. A partir dessa premissa, o projeto previu uma ilha com cooktop e a adega voltada para o espaço de estar. Junto a ela, a cristaleira exibe a coleção de garrafas dos irmãos. A intenção projetual adotada partiu do princípio que a linguagem deveria ser contemporânea e jovial. “Na cobertura, a utilização da laca com brilho na cor vermelha em elementos pontuais do mobiliário confere um caráter informal a um espaço tão dinâmico”, avalia Nilza. Para a área externa, a churrasqueira existente foi substituída por um modelo de menor dimensão, acrescentando-se a bifeteira solicitada. A estrutura de madeira existente deu lugar a uma cobertura com laje impermeabilizada com concreto aparente. “Essa decisão visou o aumento do pé-direito e a consolidação de uma linguagem contemporânea ao terraço”, explica a arquiteta. Para reafirmar o espaço como local de descontração, a cor verde foi utilizada em várias situações, como na bancada e na moldura da churrasqueira, ambas executadas em silestone.

Apoio Movelaria Indústria e Comércio de Móveis Pires Weschenfelder Construções

Fotografia Adriana Finger

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O mobiliário foi projetado sob medida, com variação de cores, texturas e acabamentos. Com aproveitamento de todos os ambientes – exigência dos clientes – os móveis deveriam seguir uma linha limpa, sem ornamentos. A diversidade de lâmpadas utilizadas no projeto proporciona uma mescla de ambiência favorável ao bem-estar. Fluorescentes estão presentes onde a iluminação geral é necessária. Já as AR70, halógenas, LED e PAR 20 foram empregadas para destacar locais e objetos especiais. Na cozinha, uma fita de LED foi aplicada sobre o armário que se volta para a sala de estar para reforçar a linearidade do mobiliário. Na área externa, três luminárias com lâmpadas halógenas seguem a mesma proposta. “A iluminação revela o projeto. É um meio de ter vários ambientes dentro de um só”, considera Nilza.

Nilza Colombo formou-se em Arquitetura e Urbanismo na Unisinos em 2007, onde concluiu Pós-Graduação em Arquitetura Comercial em 2010. Em 2012, tornou-se Mestre em Memória Social e Bens Culturais pela Unilasalle. Interessada por Arte, busca agora o bacharelado em História da Arte, na UFRGS. É professora titular dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores da Feevale e é membro do ICOMOS/RS – Conselho Internacional de Monumentos e Sítios. Em escritório próprio, atua em projetos comerciais e residenciais.

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Paula Lino

arquiteta e urbanista

Rua Silva Jardim, 254/306– Porto Alegre / RS (51) 3023.6204/9968.9665 paulalino@terra.com.br www.paulalino.com.br CAU: 46197-0 / RRT n°: 2796439 Participante - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

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O espaço não era bem organizado, sendo muito amplo e sem ambientes definidos. No local, não havia previsão para uma adega e uma cristaleira – equipamentos desejados pelos proprietários deste apartamento, no bairro Bela Vista, em Porto Alegre. Entretanto, o casal de médico e empresária, sem filhos, fazia questão de reunir os amigos com frequência. Decididos a qualificar a área social do imóvel, eles contrataram a arq. e urb. Paula Lino, que, em dois meses, transformou o espaço de 32m2 em um agradável ambiente de convivência e, também, muito prático para o dia-a-dia. No programa de necessidades, as prioridades eram acomodações para oito pessoas, uma nova bancada junto à churrasqueira, proteção na lareira para contenção da fuligem e um móvel para a TV. A inclusão da adega e da cristaleira era, também, imprescindível para degustação de vinhos – um hábito dos moradores. Na avaliação de Paula, a composição do espaço do jantar com uma mesa de formato redondo era a mais adequada, considerando o layout da ampla sala e a possibilidade que a peça oferecia para inclusão de

novos assentos. Porém, a cliente resistiu muito à ideia. “Convencê-la de que esse modelo de mesa era o ideal foi o maior desafio do projeto, pois eles não gostavam. Por final, acabaram adorando”, relembra Paula. Valendo-se da marcenaria, projetou uma nova bancada, com um grande nicho para embutir a adega climatizada. Do mesmo modo, criou um móvel único para integrar lareira, painel para TV e cristaleira, garantindo local adequado para armazenar as bebidas de maneira discreta. O acabamento em laca alto brilho foi o escolhido por atender ao conceito sofisticado proposto para o espaço. Os tons monocromáticos que imperam nos ambientes são os preferidos dos clientes. A intenção era valorizar as telas e esculturas produzidas pela própria empresária. A iluminação indireta é fornecida por fitas de LED instaladas nas prateleiras de vidro da cristaleira e nas sancas do forro, em gesso. Dicróicas embutidas marcam o perímetro e valorizam as obras de arte. O conjunto destaca o lustre pendente sobre a mesa de jantar. Esse ambiente foi demarcado, ainda, pelo amplo espelho com moldura em bisotê.

Apoio Décor Móveis Gama Concepct

Fotografia André Bastian

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O layout do espaço foi definido em função do formato da sala e de elementos já existentes, como a churrasqueira. Assim, para facilitar a circulação, a mesa redonda revelou-se a melhor opção. Apesar da resistência inicial em relação a esse móvel, os clientes entenderam os argumentos técnicos. Na área da churrasqueira, Paula projetou uma bancada, basicamente para servir de apoio ao assador e para embutir a adega climatizada desejada. A porção ripada atende à necessidade de ventilação do equipamento. A arquiteta também criou uma porta de correr para a frente da churrasqueira, com estrutura de alumínio com vidro temperado. A cômoda em estilo bombê, azul turquesa, garante o toque de cor ao espaço monocromático.

Paula Lino formou-se em Arquitetura e Urbanismo em 1987, na Faculdade Ritter dos Reis. Há 15 anos mantém escritório próprio, com atuação na área de Arquitetura de Interiores, desenvolvendo projetos residenciais e comerciais. A profissional registra participação nas últimas sete edições da mostra Casa Cor Rio Grande do Sul.

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Tania Bertolucci Delduque de Souza

arquiteta e urbanista

Av. Taquara, 586/602 – Porto Alegre / RS (51) 3333.3061 tania@tania.arq.br e arquitetos@tania.arq.br www.facebook.com/arquitetura.taniabertolucci www.tania.arq.br CAU: A 3306-5 / RRT n°: 753445

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Ambiente atemporal, leve, livre de adereços desnecessários. Com tempero clássico, mas sem o rigor simétrico; sofisticado sem ser luxuoso, masculino sem ser pesado. Pessoal e cosmopolita, com referências e identidade únicas. É com essas palavras que a arq. e urb. Tania Bertolucci Delduque de Souza define o conceito do projeto de Arquitetura de Interiores do espaço social deste apartamento, no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre. De propriedade de um jovem solteiro, o imóvel foi completamente reformulado. “O cliente desejava modernizar o apartamento, privilegiando a facilidade de manutenção, potencializando a iluminação natural e criando uma atmosfera aconchegante e contemporânea”, resume a arquiteta. Era interesse dele, também, o fechamento da sacada existente, pois, apesar da privilegiada vista da cidade que oferecia, era pouco utilizada. Contudo, não havia pensado em um novo uso para o local. Em sua primeira avaliação, Tania concluiu que os espaços pareciam “soltos” na área de 30m2. “Havia uma nítida falta de conexão na ambientação”, reforça. A grande parede longitudinal não agradava ao cliente

e o piso laminado de madeira apresentava sinais de desgaste e precisava ser trocado. A opção recaiu sobre um porcelanato de padrão travertino navona bianco, 90x90 cm, que proporcionou unidade e “claridade” ao local. Na composição, era imprescindível aproveitar quadros e objetos pessoais e, ainda, valorizar lembranças especiais de viagens, como a delicada e valiosa pintura de origem chinesa. Tania e sua equipe planejaram o zoneamento do local sem romper a unidade espacial. Para melhorar a circulação, a porta de acesso à cozinha foi substituída por um modelo de correr, embutida no painel projetado em MDF, com acabamento em laca branca. A estrutura expõe a pintura chinesa, encaixada em vidro antirreflexo, e se estende até o espaço de leitura criado a partir do fechamento da sacada, marcando o volume da lareira, com base em mármore marrom imperador. Essa ocupa o local da antiga churrasqueira, aproveitando a instalação a gás. Um painel vazado, projetado em marcenaria, configura um pequeno hall para a entrada, sem vedar a iluminação natural, além de servir de apoio a objetos decorativos.

Apoio Classe A Móveis Portobello Shop Nilo Peçanha

Fotografia Carlos Edler

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Para setorizar os ambientes, Tania apostou no projeto de forro, em gesso, e em revestimentos diferenciados. Para o espaço do jantar, especificou porcelanato filetado para as paredes. A textura do material é valorizada pela luz suave fornecida pelas lâmpadas fluorescentes T5 instaladas na sanca criada no forro. Em contraste, escolheu mobiliário de tom escuro, com mesa em madeira e cadeiras em couro sintético. No estar, a sanca especialmente projetada com lâmpadas fluorescentes T5 produz iluminação agradável e econômica. Dicróicas valorizam quadros e objetos de arte. Sofá em couro sintético bege claro com debrum marrom e poltronas em tecido, nos mesmos tons da gravura chinesa exposta na parede adjacente. “Criamos uma unidade de materiais que mantém o ritmo do espaço”, diz Tania. No espaço de leitura criado na área da antiga sacada, poltrona em couro com regulagem de apoio e inclinação, favorecendo momentos de relaxamento.

Com foco na Arquitetura de Interiores, residencial e corporativa, o escritório comandado por Tania Bertolucci também presta assessoria a construtoras e desenvolve projetos de casas para diversos condomínios da cidade. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1977, Tania acredita que sua “marca registrada” é o cuidado e a atenção ao cliente. Atendimento personalizado e busca incansável pela alternativa mais adequada a cada projeto são metas constantes da equipe.

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Tina Zimmermann

arquiteta e urbanista

Rua Carvalho Monteiro, 257/301 – Porto Alegre / RS (51) 3331.2183 / 9969.1823 tina.z@terra.com.br www.facebook.com/TinaZimmermann CAU: A3307-3 / RRT n°: 2457540 1° Melhor Trabalho - Concurso Melhores Trabalhos de Arquitetura de Interiores AAI Brasil/RS

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Um PUB privativo, frequentado apenas pelos amigos e clientes da empresa, um escritório de representação comercial localizado no bairro Boa Vista, em Porto Alegre. Esse é o resultado da intervenção da arq. e urb. Tina Zimmermann na edícula existente no fundo do terreno. Utilizada como área de lazer, a edificação comportava ambientes com churrasqueira e forno a lenha, separados por um banheiro. A intenção do casal de empresários era apenas integrar e atualizar os espaços. Ao longo dos trabalhos, no entanto, a ideia inicial foi sendo modificada e a necessidade passou a ser a criação de um pequeno PUB, aos moldes daqueles frequentados pelos clientes em suas costumeiras viagens internacionais. Assim, esse espaço nasceu após um ano e meio de planejamento e adaptações, personalizado pelos diversos elementos característicos adquiridos pelo casal. A partir do reposicionamento do banheiro, Tina promoveu a integração dos ambientes, pautada pelo uso de formas retas e longilíneas. Duas grandes portas de correr, com esquadrias de alumínio e pintura preta, fosca, propiciam o acesso ao jardim. A chur-

rasqueira e o forno à lenha existentes foram recobertos por um painel de madeira prolongado com o uso de armário e nichos. Uma grande bancada de bar foi disposta em frente a essa estrutura, acomodando a área de trabalho, com tampo em granito preto e cuba de inox, e mesa mais elevada, em madeira, com banquetas de desenho característico. A parede revestida com “tijolo inglês” confere rusticidade, sem sobrecarregar. No ambiente adjacente, mesas foram distribuídas ao longo de um grande banco em “L” que percorre toda a extensão das paredes. Essas foram cobertas, em grande parte, por painéis de madeira, pela sensação de aconchego que o material proporciona. “O amarelo pontua uma faixa, propiciando um fundo luminoso para as placas decorativas do cliente”, ressalta. No complementos, arandelas, barras de apoio, ganchos e outros elementos decorativos adquiridos pelo casal. Para o mobiliário solto, Tina elegeu peças de uma linha clássica para esse tipo de ambiente, priorizando a elegância e a atemporalidade. O piso recebeu revestimento de um mix de porcelanato retrô, imprimindo ainda mais personalidade ao espaço.

Apoio Portobello Shop Moinhos Thonart

Fotografia André Nery

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Deslocado para a lateral do espaço, o banheiro existente na edícula ganhou tratamento de lavabo, seguindo a mesma linguagem atual adotada no projeto. Como nos autênticos PUBs, as embalagens de bebida são exibidas como elementos decorativos. Nesse caso, a evidência está na marca de cerveja preferida pelos clientes. O trabalho de pesquisa para o projeto de Arquitetura de Interiores, para garantir a atmosfera pretendida, foi intenso, passando pelos revestimentos, iluminação, materiais e acessórios.

Depois de quase 30 anos atuando em planejamento urbano junto à administração pública estadual, o foco atual do trabalho de Tina Zimmermann é a Arquitetura de Interiores, basicamente no segmento residencial. A profissional formou-se em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1977. Em seus projetos, em busca personalizar as soluções, atendendo às necessidades apontadas, para a tradução dos sonhos de seus clientes.

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