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Casa do Benin (p

Contextualização Histórica

A casa do Benin é resultado das propostas de intervenção de requalificaçao do centro histórico proposto pelo prefeito Mário Kertész na década de 80 em conjunto com o governo de Benin, país onde foram retirados de forma violenta inumeros negros para serem escravizados durante o século XVIII. A casa localizase no centro histórico de Salvador, conectando o Largo do Pelourinho à Baixa dos Sapateiros, bairro do Comércio e Santo Antônio Além do Carmo.

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O projeto visava um intercâmbio entre os dois países, tendo a Casa do Benin em Salvador e a Casa do Brasil em Benin aproximando as duas culturas.

O caráter cultural do projeto é admirável, pois Lina queria que as pessoas que fossem visitar mergulhassem na cultura africana. Nele foi instalada uma residência diplomática, alojamento estudantil, exposições e restaurante de comidas africanas.

Inserção Urbana

imagens 4.2 e 4.3 Igreja N. Sra. do Rosário dos pretos

A casa do Benin está localizada no Largo do Pelourinho, cujo nome oficial é Praça José Alencar, no bairro do Pelourinho um dos lugares mais antigos de Salvador. Próximo a ele estão implantados, a Portas do Carmo, Terreiro de Jesus e a Igreja N. Sra. do Rosário dos Pretos.

imagem 4.5 - planta térreo

A casa do Benin é composta por dois sobrados implantados na esquina com um jardim interno entre eles. Antes da Lina fazer sua intervenção no edifício em 1988, ele passou por um incêndio na década de 70 passando pelo seu primeiro restauro, tendo suas estruturas de madeiras substituídas pelas de concreto.

Lina mantém a fachada dos edifícios, fazendo sua intervenção apenas em seu interior. Ela mescla componentes da arquitetura moderna e contemporânea com a cultura africana e baiana. No qual cobre os pilares com palha de coqueiro traçada e utiliza pré fabricados para estruturas, paredes e as lajes são isostáticas em módulos de 67x67 fundidas em concretagem in loco e placas duplas corrugadas nas paredes. Esses elementos foram feitos pela Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC), coordenado pelo Lelé.

imagem 4.6 - planta segundo pavimento

imagem 4.7 - planta terceiro pavimento

O sobrado localizado na esquina, ficou responsável pela Casa do Benin. O projeto da casa, unifica os pavimentos desde o térreo ao terceiro pavimento através de uma abertura. No pavimento térreo está implementado as exposições, no segundo pavimento localiza-se a biblioteca, banheiros e administração e no terceiro pavimento alojamentos para estudantes. A fachada, que faz frente com a Rua das Flores, recebeu a residência diplomática do Benin distribuído em dois pavimentos.

O jardim que liga os dois sobrados, foi batizado de Jardim do Benin sendo projetado com as técnicas construtivas africanas, nele está localizado o Restaurante do Benin. O restaurante recebeu uma planta elíptica sendo construído de barro com estrutura de madeira e cobertura de palha.E ao lado do sobrado menor implantouse uma praça de uso público.

imagem 4.8 - planta quarto pavimento

trechos demolidos da estrutura

paredes do edifício original

imagem 4.9 - corte único

estrutura executada na administração precedente

Estrutura por Lelé

O projeto estrutural do restaurante do Benin, foi realizado pelo Lelé e coordenado pela Lina, através de uma forma modular sendo construído pela tecnologia de elementos pré-fabricados executado pela Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC), na qual os módulos foram distribuídos de diferentes sentidos.

Essa forma arquitetônica, possibilita o fechamento da construção tendo como referência os Tata Sombas, construção vernacular originada do povo Batammariba que utilizam matérias primas presente na região como, barro, madeira e palha. A forma oval remete a fortificação que possibilita tanto a habitação como a segurança dos mantimentos durante os conflitos de colonização.

Na imagem ao lado pode-se vê a miniatura estrutural desenvolvida pelos arquitetos para o restaurante e fabricado pela FAEC. A miniatura foi desenvolvida em 2019 na “Oficina-mutirão de arquiteturas impossíveis”.

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