O U T U B R O/ 20 21
A U 62 0 -S53
ZAHA HADID
ÍNDICE Quem foi Zaha Hadid?
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Principais Prêmios/Nomeações
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Obras
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Elementos Básicos
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Elementos Modificadores
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Contextualização
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Elementos que desempenham mais de uma função
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Conceito
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Processo de Criação
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Bibliografia Imagens
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QUEM FOI ZAHA HADID? Zaha Hadid nasceu em Bagdá, Iraque, no ano de 1950. A arquiteta teve formação acadêmica em Matemática, pela Universidade Americana de Beirute, e em Arquitetura, na década de 1970, pela Architectural Association School of Architecture em Londres, Inglaterra. Ao final de sua graduação, Zaha começou a trabalhar no escritório Office for Metropolitan Architecture, do renomado arquiteto holandês Rem Koolhaas, seu Professor. E na década de 1980 a arquiteta abriu seu próprio escritório.
Principais Prêmios/Nomeações - Premiação por Green Building, Gulf Sustainability e CSR na sede da Bee’ah em Sharjah, nos Emirados Árabes. O projeto foi majoritariamente feito por materiais recicláveis; - Em 2015, tornou-se a primeira mulher a receber receber a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects, em 167 anos de história; - Em 2010 e 2011, Bicampeã do Prêmio Riba Stirling, da Evelyn Grace Academy em Brixton; - Em 2004, foi a primeira mulher a receber o Pritzker de Arquitetura; - Zaha foi incluída pela Forbes na Lista World’s Most Powerful Women; - UNESCO nomeou-a como Artist for Peace.
OBRAS
Sua obra tem contexto cultural amplo e heterogêneo, com características contrastantes. Os projetos trazem uma nova forma de utilização do espaço, se libertando dos ângulos retos e trazendo uma arquitetura dinâmica, "flutuante". Embora suas obras fossem significativamente admiradas, eram consideradas radicais demais para a construção. Sem comprometer este estilo arrojado, na década de 1990 Hadid começou a transformar a sua reputação de "arquiteta de papel" para uma "arquiteta de edifício". Busca um espaço arquitetônico livre de condicionamentos. Relação com o tempo na experiência espacial - compreendido como o tempo do percurso de um visitante que descobre os espaços gradualmente, sem ter a visão do conjunto, e não o tempo como a duração do edifício.
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MUSEU RIVERSIDE GLASGOW, ESCÓCIA
O projeto tem como objetivo ligar a cidade de Glasgow com o canal pluvial. O ambiente apresenta um total de 11 mil m² relacionados a história da cidade e da tecnologia das cidades. Esse projeto é considerado o primeiro grande projeto público da arquiteta no Reino Unido (CARVALHO, 2011).
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GALAXY SOHO PEQUIM, CHINA
O prédio composto por quatro volumes orgânicos, seguindo a linha da cultura chinesa, conta com cerca de 328 mil m² blocos rígidos, mas sim por volumes que se aglutinam para criar um mundo de adaptação mútua e contínua e uma Lima (2011) descreve que os volumes do projeto têm um átrio central, que permite entrada da luz natural, e seus andares possuem formas diferentes que se conectam com os andares dos outros volumes. Os edifícios possuem cerca de sessenta metros de altura, sua estrutura é feita de concreto e seu fechamento é feito todo em vidro (LIMA, 2011).
CENTRO HEYDAR ALIYEV BAKU, AZERBAIJÃO
Edifício, destinado a programações culturais, possui 100 mil m2 e é composto por auditório, biblioteca, sala de reuniões, centro de imprensa e visa romper com a rigidez encontrada na arquitetura soviética. A utilização do vidro, uma das principais características da arquiteta e sua marca registrada, também pode ser vista nas fachadas desse projeto.
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ELEMENTOS BÁSICOS
TERRENO
FOCO EXTERNO
COBERTURA
MARCO
PERCURSO
ÁREAS REBAIXADAS
ÁREAS ELEVADAS
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ABERTURAS FECHAMENTO PERCURSO ESTANTE
ESCADAS FECHAMENTO E FOCO
BARREIRA
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A delimitação no terreno também é feita pela cobertura, que assume curvas e elevadas amplitudes, possuindo painéis que ajudam a reforçar as formas fluídas da construção. A sua estrutura pode ser configurada pela combinação de um sistema de treliças espaciais com uma estrutura de concreto.
Realizando uma análise dos elementos básicos seguindo a lógica de Simon Unwin, percebe-se a presença de um grande terreno destinado para a obra, utilizado de maneira que os elementos se mesclem com o ambiente. Há uma criação principal, que também pode ser considerada como marco e foco, podendo ser identificada de longe, devido a sua grandeza, mas também pela diferenciação que possui em relação ao padrão da maior parte das construções ao redor
Na parte externa é possível observar o fluxo criado a partir de áreas rebaixadas e elevadas, acompanhando a topografia do terreno. Há ramificações ao longo da quadra que direcionam o visitante ao caminho principal, onde há a presença de áreas rebaixadas que levam a um espaço mais elevado, de onde, como se emergisse do solo, nasce a construção, com partes altas dando uma impressão de fuga do solo e leveza, acompanhadas por outras que parecem querer fundir-se ao solo.
Há poucas áreas fechadas, como é o caso do auditório, que também acaba se tornando um foco na construção.
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Internamente, a própria arquitetura leva o visitante, com caminhos muito intuitivos. A maior parte do edifício é aberta e bem interligada, o que é evidenciado pela quantidade de aberturas e pela fusão de elementos, como nota-se nas escadas que saem delicadamente das paredes. As barreiras também surgem de forma sutil, com paredes erguidas como uma continuação da estrutura. Também há a presença de rampas por toda a obra, permitindo uma maior acessibilidade no ambiente, além de ser um ponto de contato e podendo ser considerada como uma estante, visto que a combinação dos andares com essas unidades cria uma sensação de continuidade e horizontalidade.
ELEMENTOS MODIFICADORES Diferentemente dos elementos básicos, com ideias abstratas, os elementos modificadores são concretos. O conceito que une os 10 elementos (Luz, Cor, Temperatura, Ventilação, Som, Odor, Textura e Tato, Escala, Tempo) é a identificação do ambiente. Todos esses elementos físicos podem ser manipulados pela arquiteta - ou arquiteto - para caracterizar um ambiente de acordo com o projeto. E foi isso que Zaha Hadid fez em seu projeto do centro cultural Heydar Alievy.
LUZ
TEXTURA
A fachada sudoeste é composta por vidros semi-reflexivos, por refletir a luz solar quem está no lado de fora pode ter alguns vislumbres do que ocorre no interior, mas não consegue ver completamente. Esse jogo com o a luz pode instigar a curiosidade de quem está observando de fora.
O revestimento externo do centro cultural mante a plasticidade de uma estrutura orgânica, quase como uma pele ou um manto que recobre o edifício. O material utilizado foi fibra de vidro com poliéster (PRFV).
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COR
O elemento cor é praticamente inseparável do elemento modificador Luz, já que as cores aparentes são afetadas pela iluminação do ambiente. Pelas fotos, analisamos que a cor predominante no interior e exterior do edifício é branca, o que nos remeteu a um ambiente mais frio. Ao contrario das cores do auditório - que são todas tons terrosos pelo revestimento da madeira – passando uma sensação mais quente a partir das imagens.
SOM
O isolamento acústico é dado por um sistema de treliças junto com uma câmara de ar, além de outros materiais como concreto e vidro. A acústica do auditório se apropriou de formas geométricas de planta baixa que possibilitam a propagação da música por todos os cantos, sendo ouvida com perfeição por toda a extensão do ambiente e tendo seus ruídos dissipados por uma parede espessa.
ESCALA
A escala, foi projetada para atender a população e em sinergia se tornar parte contínua do ambiente ao seu redor. Com um total de oito andares e com geometria irregular, a obra apresenta uma sequência de espaços com bifurcações, ondulações e dobras que têm o intuito de acolher e direcionar as pessoas aos diferentes níveis.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Sobre o conceito do Heydar Aliyev, Zaha explica que tudo começou com uma pesquisa iniciada há 20 anos, na qual buscaram a melhor maneira para alcançar arquiteturas de grande escala, inseridos na topografia e paisagem local. Como resultado de diversas experimentações, chegaram ao resultado apresentado neste projeto. programas computacionais permitiram atingir esse nível espetacular de fluidez nas formas. A ideia de fluidez para esse projeto veio do conceito de como a edificação se funde com o exterior e os elementos da cidade, de uma maneira suave e contínua. O projeto foi pensado para que os programas que o formam, o complexo cultural, o museu, o teatro e a biblioteca, se fundam e façam parte do mesmo universo. Para isso, utilizou-se do mesmo padrão de fluidez, tanto para o ambiente interno quanto para o externo, além de utilizar os mesmos materiais. O objetivo final foi a concepção de uma única forma contínua. Este projeto é uma maneira de pensar a arquitetura desconsiderando os padrões da arquitetura tradicional e conceitos pré existentes.
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ELEMENTOS QUE DESEMPENHAM MAIS DE UMA FUNÇÃO O projeto, que tem a finalidade de funcionar como um museu, uma biblioteca, um centro cultural e um teatro. Os vidros também desempenham um papel importantíssimo. Ao mesmo tempo que trazem toda a luz natural externa para o interior do centro, servem como verdadeiros mirantes para a cidade e para todo o trabalho realizado no entorno do centro. A grande queda topográfica que dividia o terreno em dois, foi reaproveitado no projeto, para isto foi construído um terraço adequado que estabelece conexões e rotas alternativas entre edifício, praça pública e estacionamento subterrâneo.
CONCEITO O projeto do Centro Heydar Aliyev estabelece uma relação contínua e fluida entre sua praça circundante e o interior do edifício. Formações elaboradas, como ondulações, bifurcações, dobras, e inflexões modificam esta superfície da praça em uma paisagem arquitetônica que realiza uma infinidade de funções: acolher, abraçar, direcionar os visitantes através de diferentes níveis do interior. Com este gesto, o edifício dilui a distinção convencional entre o objeto arquitetônico, a paisagem urbana e uma praça urbana. Fluidez na arquitetura não é novidade para a região. Na histórica arquitetura islâmica, linhas, grelhas, ou sequências de colunas fluem para o infinito como as árvores em uma floresta, estabelecendo espaços não-hierárquicos. Padrões e texturas contínuas fluem dos tapetes para as paredes, do chão ao teto, às cúpulas, estabelecendo relações contínuas entre elementos arquitetônicos e da região. Nossa intenção era de se relacionar com essa compreensão histórica da arquitetura e não através do uso de mímica ou uma adesão limitante para a iconografia do passado, mas sim através do desenvolvimento de uma interpretação firmemente contemporânea, refletindo uma compreensão mais matizada.
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PROCESSO DE CRIAÇÃO - 1977, referências das Vanguardas Russas, buscando relacionar arte e arquitetura - repassa o retorno modernista mas sem seu fundamentalismo, imagem futurista, arcaica e geométrica, modo caligráfico distintivo de desenhar; - técnica de explosão de matéria no espaço, agrupamento de linhas, deformação, torção e fusão das formas, explorando diferentes conceitos, espaços internos e externos estão sempre se relacionando e se fundindo; - Para a arquiteta as obras monumentais que caracterizam sua produção arquitetônica não são intencionais, ocorrem devido ao contexto em que são inseridas; - espacialização global do mundo construído entrelaçando o entorno urbano com a circulação, e tornando o edifício projetado com parte de sua dimensão pública com a cidade, redefinem relações do exterior e interior, entre privado e público; - junção entre o suprematismo, o desconstrutivismo e a fluidez da escrita árabe; - Hadid buscava apresentar em todos os seus projetos uma socialidade ativista, conexão com o objetivo de formar um novo tipo de paisagem
- grande liberdade de escolha de design e subjetividadE. essa liberdade que deu a oportunidade de desenvolver o seu próprio suprematismo, caracterizado como abstrato, puro e um estilo que anula os conceitos tradicionais da pintura; - Hadid desenvolveu seu próprio método de projeção, com um desenho extremamente esquemático e analítico. - Seus desenhos foram reconhecidos pela sua precisão e criatividade. - Segundo Hadid, o desenho abstrato é a melhor maneira de explorar o espaço, a forma e a organização espacial das formas; - Hadid foi uma das pioneiras no desconstrutivismo; - Hadid lançou um novo movimento arquitetônico em 2008, o parametricismo; - Hadid define o parametricismo: assume que todos os elementos da arquitetura são parametricamente maleáveis e por isso, podem ser inseridos em qualquer ambiente através de relações específicas.
BIBLIOGRAFIA Baku: O mais recente de arquitetura e notícia. ArchDaily. 2014. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/756107/aeroporto-internacionalheydar-aliyev-em-baku-autoban. Acesso em: 27 out. 2021. Majuriê, Karen. Arquitetando.... Porto Alegre. Disponível em: http://arquitetandomajurie.weebly.com/blogue/exercicio-04. Acesso em: 27 out. 2021. Centro Heydar Aliyev / Zaha Hadid Architects. ArchDaily. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-154169/centro-heydar-aliyevzaha-hadid-architects?ad_medium=gallery. Acesso em: 27 out. 2021. Delaqua, Victor. O impressionante portfólio de Zaha Hadid. ArchDaily. 2017. impressionante-portfolio-de-zaha-hadid. Acesso em: 27 out. 2021.
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Zukowsky, John. Zaha Hadid: British architect. Britannica. 2021. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Zaha-Hadid. Acesso em: 27 out. 2021. Zaha Hadid's style and design philosophy. Engel&Völkers. Disponível em: living/architecture/zaha-hadids-style-and-design-philosophy/. Acesso em: 27 out. 2021.
https://www.engelvoelkers.com/en/blog/luxury-
RODRIGUES, Guilherme Gasques. AMARAL, Cláudio Silveira.. FUNDAMENTOS, ASPECTOS METODOLÓGICOS E NOVOS CENÁRIOS PARA SUSTENTABILIDADE. 165 p. Acesso em: 27 out. 2021. DRABIK, Mariana Melani. FUHRMANN, Francieli. ALMEIDA, Camila Mandelli. SIMONI, Tainã Lopes. ZAHA HADID E SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO. 13º Encontro Científico Cultural Interinstitucional. 2015. Acesso em: 27 out. 2021. Rodrigues, Guilherme Gasgues. ZAHA HADID: PENSAMENTO CRIATIVO E MONTAGEM DE IMAGENS EM DIÁLOGO COM A VANGUARDA RUSSA . Bauru, f. 150, 2018 Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, 2018. Acesso em: 27 out. 2021.
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FONTES E CRÉDITOS DAS IMAGENS Página 1: https://thomortiz.tumblr.com/post/35267608140/rcruznie miec-bobus-contrasts-on-forms-the Página 3: Imagem por Mary McCartney Página 4: Imagem por 2010 Christopher Pillitz Página 5: Imagem por Sophie Mutevelian. Página 6: Imagem por Jeff J Mitchell Imagem por Jason Brown Imagem por J. Simpson Render por Zaha Hadid Architects Página 7: Imagem por Zaha Hadid Architects and SOHO China Imagem por EKATERINA BUSYGINA Imagem por Kevin Holden Platt Página 8: Imagem por Iwan Baan Imagem por Hamed Younesi Imagem por Nikolay Kazakov Imagem por Hufton and Crow Página 9: Imagem por Nigar Orujova http://www.insplosion.com/blog/posts/inside-heydaraliyev-centre-zaha-hadid-architects/ Página 10: Imagem por Hufton+Crow Página 11: Imagem por Hufton+Crow Imagens por Khayrulin Farih
Página 12: Imagens Hufton+Crow Página 13: Imagem por Hélène Binet https://pt.socialdesignmagazine.com/mag/architettura/heydar-aliyev-centerdi-zaha-hadid-design-of-the-year-2014/ Imagem por Iwan Baan Página 14: heydaraliyevcenter.az Imagem por Hufton+Crow Imagem por Hélène Binet Página 15: Imagem por Hufton+Crow Imagem por Iwan Baan Imagem por Khayrulin Farih Página 16: Imagem por Hélène Binet Imagem por Nikolay Kazakov Página 17: Imagem por Iwan Baan Imagens por Hufton+Crow Página 18: Planta por Zaha Hadid Architects Página 19: Imagens por Hufton+Crow Página 20: Imagem por Iwan Baan
OBRIGADO! Bruno Lauffer Pereira Rosa Diego Cesar Zem Fernanda Simioni Gabriela Paal Monteiro Isabella Piffer Jaqueline Silva Custodio Luana Pretto Oening Maria Eduarda Boaventura Mariah de Assis Duarte Wanessa Estevam
Professores Murad Jorge Mussi Vaz e Sílvia Jorge