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CONVERSAS DE HANGAR — Aplicações Efetivas de Baixo Volume
Dr. Diego Martin Oliva | diegomartinoliva@gmail.com Agrônomo
(Continuação da edição de fevereiro de AAU)
Afinal, é possível se obter bons resultados com baixos volumes de aplicação? A resposta está diretamente relacionada com duas variáveis a serem analisadas, já que em teoria, a produção e a orientação das gotas estão garantidas, considerando-se os parâmetros anteriormente descritos:
1. Demanda atmosférica, a qual limitará a estabilidade e a permanência de cada gota produzida.
2. Biomassa entre a unidade formadora de gotas e o alvo a atingir.
Vamos analisar ambos os casos em particular.
Para analisar a demanda atmosférica, devemos saber como incidem tanto a temperatura como a umidade relativa ambiente, sendo esta última muito mais limitante em termos da permanência das gotas produzidas. Hoje sabemos que com menor umidade relativa ambiente, maior a taxa de evaporação, fazendo que estas gotas tenham pouco tempo de vida (se evaporam).
Estudos levados a cabo há alguns anos determinaram que o tempo de vida de uma gota de 100 microns (diâmetro típico em pulverização aérea) está diretamente relacionado com a demanda atmosférica e a densidade aparente da calda. Já esta densidade aparente só é possível modificar com uma adequada química da calda.
No gráfico se pode observar o tempo de evaporação para gotas de 100 microns com diferentes concentrações em volume de aditivos, em uma atmosfera controlada.
Vale dizer, se há limitação de aditivo redutor de evaporação, que seja usado na aplicação aérea, dado que como primeira medida inicialmente deve emulsionar-se corretamente, e portanto deverá modificar a densidade aparente da calda para preservar da demanda atmosférica a maior quantidade possível de gotas pequenas.
Para analisar a biomassa que se encontra entre a unidade formadora de gotas e o alvo, é importante considerar os diferentes cenários que se podem encontrar para cada tratamento, já que não é o mesmo se obter uma boa cobertura existindo pouca ou nenhuma biomassa (como em fungicidas em cereais de inverno – trigo ou cevada), dado que basta atingir a folha da base da espiga; porém é bem mais complicado obter a mesma cobertura com desenvolvimento de biomassa exuberante (como em fungicidas no soja ou no milho).
Finalmente, podemos concluir que:
As aplicações de ultra baixo volumes (5 lts/ha, ou 0,5 galão/acre) são perfeitamente possíveis e altamente eficientes (70 gotas/cm2) se forem considerados os seguintes parâmetros:
1. Configuração e calibração do equipamento de aplicação.
2. Demanda atmosférica, % de umidade relativa ambiente
3. Química da calda, ou capacidade redutora de evaporação. Densidade aparente da calda.
4. Análise dos critérios biológicos da aplicação (quanta biomassa há antes do alvo).