3 minute read

Sindag e Ibravag Buscam Aprimorar Operações Contra Chamas no Brasil

Plano de trabalho das entidades teve seminário e movimentação para apoiar projeto de lei sobre o tema, além de lançamento de curso online

Estabelecer uma doutrina para operações com a aviação agrícola no combate a incêndios em reservas naturais e em lavouras no País. Ao mesmo tempo em que se consolida o treinamento de pilotos para esse tipo de missão e se mantém atualizadas as tecnologias para atuação em cenários de emergência. Esse é o foco do Plano de Trabalho sobre Combate a Incêndios do Ibravag e do Sindag, que começou a ser posto em prática em abril. Os preparativos abrangeram, desde o início do ano, a parceria com o consultor Rodrigo Tadeu de Araújo – diretor técnico da RTC Gestão de Riscos e especialista no tema. Os trabalhos começaram com um levantamento sobre gargalos, tecnologias e pesquisas em andamento sobe o tema.

Conforme o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, ao mesmo tempo, as entidades acompanham a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 4.629/20, que coloca a aviação agrícola na política de governo para combate a incêndios florestais no País. A proposta do senador Carlos Fávaro (PSD-MT) foi aprovada em outubro, por unanimidade, no Senado. Em seguida foi enviada à Câmara dos Deputados, onde começou a tramitar em março na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Na Comissão, o projeto teve parecer favorável de seu relator, o deputado federal Zé Vitor (PL-MG). Uma vez aprovado ali, o PL 4.229/20 deveria ir ainda para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da casa, antes de ser votado em plenário. Para o presidente do Sindag, Thiago Magalhães Silva, a expectativa é de aprovação nas duas comissões. “Na Comissão de Meio Ambiente, o deputado Zé Vitor foi muito feliz em seu relatório, destacando muito bem a importância

da aviação e demonstrando que ela é uma ferramenta viável contra os incêndios”. Magalhães também ressaltou que o Sindag não via nenhum empecilho. “O texto está muito bem escrito e deixa claro que o foco é ajudar a preservar as reservas naturais do País”, destacou.

SEMINÁRIO E CURSOS

O tema também foi debatido durante o Web Seminário Combate a incêndios em cobertura vegetal, promovido no início de abril pelo Sindag e pelo Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag). A programação foi nos dias 8 e 9, com o primeiro dia dedicado à parte política e de planejamento. Com a participação do próprio senador Carlos Fávaro. Já o segundo dia foi dedicado à parte técnica de emprego da ferramenta. Neste caso com participação de fabricantes de aviões e equipamentos embarcados, utilizados nas operações.

Durante a apresentação do Plano de Ação para este ano, o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, destacou a criação de cursos para capacitar profissionais do setor (tanto de solo quanto pilotos) para operações contra incêndios. O projeto do sindicato aeroagrícola e do Ibravag teve inclusive com a abertura de inscrições para o primeiro deles: de introdução a operações desse tipo e no formato ensino à distância (EAD). As aulas serão noturnas e ocorrerão nos dias 3, 4, 10 e 11 de maio, na plataforma da Universidade Corporativa da Aviação Agrícola (UCAA).

DEMANDA E EXPERIÊNCIA

A aviação agrícola brasileira participa desde 1991 de operações de combate a incêndios em reservas naturais, apoiando órgãos oficiais. “Porém, a demanda tem se intensificado muito nos últimos anos”, destaca. Só no ano passado, o setor lançou mais de 10,8 milhões de litros de água contra chamas, em mais de 6,8 mil ataques contra focos de incêndios no Pantanal, Cerrado nordestino e outras áreas, além e lavouras no Centro-Oeste.

Para o consultor Rodrigo Tadeu de Araújo, a proposta é aproveitar a experiência acumulada em 30 anos de missões desse tipo pelo setor aeroagrícola. Juntando os bons exemplos ocorridos no País de cursos e a expertise de profissionais que atuam nesse tipo de operação. “É uma continuidade, não é uma quebra” reforça Araújo. O consultor traz na bagagem a experiência de ter visto de perto o sistema de uso de aeronaves contra chamas nos Estados Unidos e ter ajudado a estruturar a política de parcerias regionais entre seu Estado e as empresas de aviação agrícola para apoio aos bombeiros.

This article is from: