3 minute read
Livre para Voar Gleice Silva
Gleice Silva - gleice.prevencao1@gmail.com
O Que é Transtorno de Pânico?
O Transtorno do Pânico é um distúrbio caracterizado pela ocorrência de frequentes e inesperadas crises de pânico, que duram minutos e costumam ser inesperadas, podendo surpreender o paciente em ocasiões diversas.
O indivíduo se assusta muito com a primeira crise, em função das sensações físicas que esta provoca: alteração nos batimentos cardíacos, sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, palpitações e tremores.
A partir deste susto inicial, tem início um processo de medo e ansiedade que aumenta com a ocorrência das crises seguintes, chegando a tal intensidade que a pessoa se sente em estado de pânico.
Alguns pacientes apresentam o Transtorno do Pânico acompanhado de Agorafobia (estado de ansiedade relacionado a estar em locais ou situações onde escapar ou obter ajuda pode ser difícil no caso de um ataque de pânico, como por exemplo: estar sozinho em casa, andar no meio de uma multidão, dirigir ou andar de carro, andar de metrô ou ônibus, usar elevador, etc.).
O desenvolvimento do transtorno do pânico com agorafobia está relacionado com a ocorrência da crise de pânico após uma situação específica.
Sintomas
O portador de Transtorno do Pânico apresenta durante as crises, quatro ou mais dos sintomas abaixo relacionados:
• Boca seca e perda do foco visual;
• Calafrios ou ondas de calor;
• Despersonalização ou sensação de irrealidade;
• Dor no tórax;
• Formigamentos;
• Fraqueza nas pernas;
• Medo de desmaiar;
• Medo de perder o controle ou de “enlouquecer”;
• Náusea ou desconforto abdominal;
• Palpitações;
• Sensação de pressão na cabeça;
• Sensações de falta de ar ou asfixia;
• Sudorese;
• Taquicardia; Tonturas ou vertigens;
• Tremores.
Tratamento
Os resultados mais eficazes têm sido observados quando o psicólogo trabalha em parceria com o psiquiatra, o que possibilita a combinação de psicoterapia com tratamento medicamentoso, visando o melhor benefício do paciente, o trabalho multidisciplinar é aconselhável. Os tratamentos do Transtorno do Pânico considerados mais eficientes atualmente trabalham com foco em alguns objetivos:
Ensinar o paciente a reconhecer e controlar os sintomas das crises de pânico, utilizando como recursos o tratamento medicamentoso aliado a técnicas comportamentais como: controle da respiração, dessensibilização sistemática das situações que causam ansiedade ao paciente, técnicas de relaxamento;
Trabalhar para que o paciente consiga reconhecer e manejar as sensações corporais relacionadas às crises de pânico e a ansiedade antecipatória, por meio de exercícios com atenção focada nessas sensações;
Ajudar o paciente a mudar suas atitudes, por meio da mudança de pensamentos e crenças irracionais, de forma a ver os problemas com maior objetividade, deixandoos, dessa forma, mais fáceis de serem resolvidos;
Ajudar o paciente a caminhar na compreensão das causas e origens do pânico, pois esta compreensão é terapêutica, tranquilizadora e beneficia as demais etapas do tratamento;
A indicação de esportes, caminhadas ou outro tipo de exercício físico pode auxiliar no tratamento, pois os exercícios físicos liberam endorfinas (antidepressivos naturais) que aumentam o bem estar do paciente e deixam mais disposto para o tratamento.
O transtorno do pânico com ou sem agorafobia pode ter um impacto tão grande na vida cotidiana do portador quantas outras doenças graves, por isso é urgente à realização do diagnóstico e o início do tratamento;
Um passo importante para o início do tratamento do Transtorno do Pânico é conscientizar o paciente de que seu problema é emocional e que tem tratamento, e a colaboração da família e dos amigos é fundamental nesse momento;
Grande número de pessoas portadoras de transtorno do pânico não está onde deveriam estar: nos consultórios dos psicólogos e/ou psiquiatras. É uma multidão de pessoas que não trata adequadamente de sua doença e prolonga o próprio sofrimento.