Bahia Florestal
Informativo Digital
Fevereiro de 2015
Artigo - Elizabeth de Carvalhaes
Árvores plantadas: O outro lado da moeda em 2015
O
e associações estaduais do setor de árvores plantadas, estabeleceu três focos prioritários de atuação em 2015: competitividad e, segurança jurídica e incentivos para a economia ver de . A desoneração tributária dos investimentos é o principal pleito do setor visando incrementar a competitivid ad e. Ao contrário do que ocorre em muitos países que são concorrentes diretos por recursos externos, o Brasil ainda tributa investimentos. No caso de nova fábrica de celulose, as alíquotas chegam a 18% do valor do projeto, percentual elevado e capaz de empurrar o investimento para outra parte do mundo, o que torna o debate sobre a desoneração questão prioritária e imediata. Faz parte dessa discussão a continuidade da desoneração das exportações, que recebeu impulso significativo com o estabelecimento, em caráter permanente, do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra). Considerando-se a forte contribuição da indústria de árvores plantadas para a geração de divisas, nesse momento em Ibá / Carol Carquejeiro
s ajustes que começaram a ser anunciados pela equipe econômica neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff apontam para um ano desafiador a todos os setores produtivos brasileiros. Prováveis elevações de impostos e tarifas públicas, cortes de gastos e baixo crescimento devem, pelo menos temporariamente, fragilizar a economia interna, deixando-a mais exposta a oscilações globais, que incluem o dólar forte e a queda nos preços das commodities. Até que os ajustes surtam o efeito desejado, o país perde competitividade , o que reduz o ímpeto dos investidores. Nesse quadro de incertezas, torna-se fundamental o papel de setores que reúnem condições para atravessar esse período, enfrentar as dificuldades e continuar produzindo resultados satisfatórios e impactos positivos para o país. Entre os setores que surgem como os mais preparados para debelar esse cenário, com base sólida e perspectivas positivas tanto domésticas quanto globais, está a indústria brasileira de árvores plantadas. Para se ter ideia da representatividade dessa agroindústria, em 2013, o setor alcançou receita bruta de R$ 56 bilhões, representando 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) Industrial. As exportações somaram US$ 7,3 bilhões, o que equivale a 3% das vendas brasileiras ao estrangeiro. Além disso, o setor gera 4,5 milhões de empregos no país, cerca de 4,5% da população economicamente ativa. Investimentos programados até 2020, para consolidar a presença do setor nos principais mercados mundiais, estão estimados em R$ 53 bilhões. Para que esses projetos aconteçam e viabilizem a necessária expansão da oferta dos diversos produtos da indústria — celulose, papel, painéis de madeira, pisos laminados e biomassa energética, entre outros —, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que representa as 70 empresas
Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores(Ibá)
que a balança comercial brasileira deixou de ser superavitária, esse detalhe é de especial importância. Incrementar a competitividade também demanda o combate permanente à concorrência desleal e a eliminação de gargalos de infraestrutura e logística, que encarecem custos e operações. O setor atua permanentemente nessas duas áreas, trocando informações e apresentado propostas que buscam ganhos de eficiência e produtivi dade. A retomada do debate sobre a aquisição de terras por empresas de capital estrangeiro é outra questão que vem gerando insegurança jurídica e exige atenção imediata. Desde 2010, restrições impostas pelo governo federal têm inviabilizado importantes investimentos no país. A regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), especialmente quanto aos resíduos pós-consumo de produtos de base florestal, como embalagens de papel e painéis de madeira, também está na agenda prioritária do setor, pois impacta diretamente as operações das empresas. Nessa área, a primazia é a valorização do elevado potencial de absorção de dióxido de carbono (CO2) pelas árvores plantadas, que já é de conhecimento do governo brasileiro. O próximo passo será buscar o reconhecimento dos créditos de carbono na Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) e nas negociações internacionais. O setor vê com otimismo a oportunidade de debater essa agenda com o governo ao longo deste ano, reforçando o potencial das árvores plantadas não só no tocante à economia brasileira, mas também como peça essencial para que o Brasil cumpra o papel como protagonista e referência mundial de desenvolvimento sustentável, no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-21, que, em 2015, será realizada em novembro, em Paris, devendo definir um novo acordo internacional para mitigar os efeitos do aquecimento global.
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Bahia Florestal Informativo Digital Fevereiro de 2015
ABAF lança programa ‘Mais Árvores – Bahia’
A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), em parceria com uma série de entidades ligadas à agricultura, indústria e à formação e qualificação de mão de obra, acaba de lançar o programa ‘Mais Árvores – Bahia’. O programa tem como base o ‘Programa Mais Árvores’ (da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil/CNA) que busca incentivar o produtor rural a investir no plantio e manejo de florestas comerciais para usos múltiplos com tecnologia aplicada. “Este programa alcança vários objetivos: o programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), complementa o programa Madeira Legal (Sinduscon/SP) e contribui com uma demanda nacional que é a integração e a valorização do PME produtor e processador de madeira plantada”, explica Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF. O programa ‘Mais Árvores – Bahia’ será aplicado em quatro polos na Bahia - Litoral Norte, Sul, Sudoeste e Oeste – com duas vertentes. O
Projeto Indústria (conduzido pelo Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia/Moveba e pela Fieb/Senai) visa sensibilizar o público-alvo e formar uma cadeia produtiva estruturada e consolidada nas regiões, através do processamento industrial para uso múltiplo da madeira plantada. Já o Projeto Produção (liderado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia/Faeb e pela CNA) prevê a aplicação imediata do ‘Programa Mais Árvores’. Regionais Ambos projetos do ‘Mais Árvores – Bahia’, contarão com a coordenação local das entidades regionais que agregam os silvicultores: Aspex (Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul Bahia), Assosil (Associação dos Silvicultores do Sudoeste da Bahia), Sineflor (Sindicato das Empresas Florestais da Bahia que atua no Litoral Norte), e Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, no Oeste). Projeto Indústria – workshop O Projeto Indústria inclui um plano de trabalho inicial a ser realizado em 18 e 19 de
março, em Teixeira de Freitas (BA). Faz parte o workshop “Madeira para uso múltiplo – integração de pequenos produtores e processadores”, a visita técnica à Amesul (Associação dos Moveleiros e Artefatos de Madeiras do Extremo Sul da Bahia), à Lyptus e a reunião no Fórum Florestal do Sul e do Extremo Sul da Bahia. O workshop será realizado em 18 de março, a partir das 8h, no auditório do Lord Plaza Hotel. Inclui palestras sobre: demanda por madeira com usos múltiplos; indústria de madeira na Bahia; formação de mão de obra; organização do setor de artesanato; desdobramento industrial do eucalipto; apresentação do pólo moveleiro e experiência Amesul; demanda de peças e partes de madeira na construção civil; empreendedorismo no segmento de madeira; lei geral e incentivos para inovar; certificação, identificação geográfica e internacionalização; e oportunidade de negócios na Bahia. No final, será feito um levantamento de demandas e plano de ação a longo prazo.
destaque na mídia sobre o lançamento da ABAF, programa ‘Mais Árvores – Bahia’
A Tarde – 02/03/2015 Agronegócios – pg B8
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LINK ENTREVISTA DA Emissora: BAND NEWS - Programa BAND NEWS Entrevista com diretor executivo da Associação de Empresa de Base Florestal, Wilson Andrade #Consumo de madeira na Bahia http://mdclipweb.midiaclip.com.br/cliente/clipping.aspx?cd=12015114100&mod=3&cliente=&tok=
Bahia Florestal Informativo Digital Fevereiro de 2015 WorKSHoP
MaDeira Para USo MÚLtiPLo inteGraÇÃo De PeQUenoS ProDUtoreS e ProCeSSaDoreS Dia 18/03/15, no LorD PLaza HoteL rua teixeira de Freitas, 123 - Centro, teixeira de Freitas (Ba) - (73) 3291-9000
Programação 08H00 - Abertura
10H20 - Levantamento de Demandas
08H05 - Demanda por Madeira com Usos Múltiplos
12H00 – Intervalo para Almoço
Wilson Andrade/ABAF
14H00 - Demanda de Peças e Partes de Madeira na Construção Civil
08H25 - Indústria de Madeira – Fernando Barreto/MOVEBA 08H50 - Formação de Mão de Obra – Djalma Henrique Jr./SENAI
SINDUSCON/ACOMAC 14H30 - Sebrae no Pódio e as oportunidades que as Olimpíadas e Paralimpíadas
09H05 - Organização do Setor de Artesanato Oscar Artaza/Fórum Florestal da Bahia 09H30 - Desdobramento Industrial do Eucalipto
estão oferecendo para as MPE no Brasil - Francisco Marins – SEBRAE/RJ 14H50 - Lei Geral e Incentivos para Inovar Fábio Teixeira/Fórum Regional MPE 15H10 - Certificação, Identificação Geográfica e Internacionalização
Nicholas Petter Rogers/Lyptus 10H00 - Apresentação do Pólo Moveleiro - Amanda Gomes e Luiz del Corral (SUDIC)/Experiência AMESUL - Pedro de Jesus
Patrícia Orrico /CIN (FIEB) 15H30 - Levantamento de Demandas e Plano de Ação 17H30 – Conclusões e Encerramento
VaGaS LiMitaDaS!
InscrIções e maIs Informações: av. Professor magalhães neto, 1752 edifício Lena empresarial, sala 207 Pituba, 41810-012 salvador, Bahia
InscrIções devem ser confIrmadas! faça sua InscrIção e
71 3342-6102 | abaf01@terra.com.br
www.abaf.org.br
aguarde a confIrmação.
ParceIros:
Fórum Florestal do sul e extremo sul da bahia
Secretaria de deSenvolvimento econômico
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
aPoIo LocaL:
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Bahia Florestal Informativo Digital Fevereiro de 2015 Artigo – Wilson Andrade
Bioenergia que vem do “deus-eucalipto”
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á um assunto que está cada vez mais presente na agenda do dia: a crise de energia no país. E, apesar de todos estarem falando sobre isso, é preciso fazer mais e se concretizar possíveis soluções, como alternativa a curto, médio ou a longo prazo. Para nós, na Bahia, a busca por alternativas energéticas se torna ainda mais urgente tendo em vista o veto presidencial aos artigos da Medida Provisória de número 656 que autorizava a prorrogação de contratos de fornecimento de energia, existentes há mais de 40 anos, com a Chesf – Companhia Hidroelétrica do São Francisco e as empresas eletrointensivas. Isso impacta profunda e negativamente nestas empresas que consomem muita energia. Só na Bahia, temos quatro empresas eletrointensivas fortes, cada uma no seu setor: a Braskem na área petroquímica, a Caraíba Metais/Paranapanema na área de cobre, a Ferbasa na área de ferro-ligas e a Gerdau – única usina de siderurgia que temos. A presidenta Dilma, que tanto incentivava a indústria, mandou vetar a MP e, com isso, as empresas estão preocupadas. Com toda razão! Se essa energia não for fornecida como vem sendo feito, as empresas terão que ir para o mercado e vão acabar comprando a mesma energia por um preço bem maior. É preciso resolver este problema; caso contrário elas param. E com elas, todas as cadeias industriais, pois elas são estruturantes, cada uma no seu setor. Todavia, as empresas também têm que buscar alternativas. E são várias. Além dos modelos tradicionais, surgem novas
das regiões mais aptas e produtivas do mundo. A Austrália, que é de onde nós trouxemos o eucalipto, tem uma produção de 23 metros cúbicos, por hectare/ano. Na Bahia este número é de 45. Já em algumas regiões mais adequadas este número chega a 60. E tem mais: enquanto que outras árvores em países de alta expertise em florestas plantadas, como é o caso da Finlândia, precisam de 30 anos para o corte, aqui temos árvores prontas para serem usadas para a biomassa em 3 anos e meio. O uso do eucalipto para a geração de biomassa já é fato e já temos, inclusive, alguns exemplos perto de nós, na Bahia. Um deles é o da Dow Química, com a ERB, que inaugurou uma planta de cogeração de vapor e energia gerados a partir de biomassa de eucalipto. O projeto é pioneiro no setor petroquímico e abastece a maior unidade da Dow no Brasil, localizada em Candeias (BA), com energia limpa, substituindo parte do gás natural. Este projeto já atende 25% da demanda de calor e energia que se produz nessa terra. que ela consome. Outro projeto é o do grupo Ático/Tree Florestal que vai investir na construção de uma termelétrica movida a cavaco de eucalipto, com capacidade instalada de 150 megawatts (MW), em São Desidério, no Oeste da Bahia. Outra unidaos produtores desse país. de energética, com a mesma capacidade, será instalada em Vitória da Conquista. Nenhum empresário pode confiar numa única alternativa para garantir o fornecimento de energia para sua empresa. Mas, muito mais que sobrevivência, a aposta em energias renováveis é um compromisso com o meio ambiente, com a sustentabilidade do negócio e também uma prova de visão Wilson Andrade, diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal(Abaf) empresarial. alternativas que são as chamadas energias alternativas ou renováveis, como a energia eólica e a solar. Mas uma novíssima alternativa já está sendo bem promissora, concorrencial e bem próxima de nós, brasileiros. Trata-se da bioenergia, a energia que vem da biomassa do bagaço de cana, do capim, dos resíduos florestais e, principalmente da madeira. E este último caso é o que se apresenta como boa opção, especialmente na Bahia. É a biomassa que vem de uma árvore mágica que dá tudo: o “deus-eucalipto”. Além de seus usos múltiplos já conhecidos – mais de 5 mil produtos -, o eucalipto encontra o ambiente ideal no Brasil e, em especial, na Bahia. Por suas condições edafo-climáticas, a Bahia uma
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