Encruzilhada: como representar o que ainda não sabemos como descrever Encruzilhada: how to represent what we don’t know how to describe yet Lorraine Pinheiro Mendes1 UFRJ - lorraine.artes@gmail.com
RESUMO: Essa proposta trata-se de uma análise das pinturas de Mulambo, com destaque para a obra “Todos os caminhos eu levo comigo” (2021), considerando a agência poética negra como uma saída dos modelos de representação de negritude da história da arte branco-cêntrica. Ao romper com tais modos de representar negritudes, artistas podem criar, coletivamente, soluções ou métodos de autodefinição. Para isso, partimos da memória como ferramenta que contradiz o discurso histórico hegemônico, e vemos a ação desses artistas como evocação de princípios valiosos da Afrocentricidade, dando a rasteira que fará colapsar a visão colonial de mundo e do sistema de arte branco-cêntrico. PALAVRAS-CHAVE: Mulambo; Afrocentricidade; Encruzilhada; Colonialidade. ABSTRACT: This proposal is an analysis of Mulambo’s paintings, most notably the work Todos os caminhos eu levo comigo (2021), considering the black poetic’s agency as a way out of representation models of blackness in the white-centric art history. By breaking with such ways of representing blackness, artists can collectively create solutions or methods of self-definition. Having memory as a tool that contradicts the hegemonic historical discourse, the action of these artists evokes valuable principles to Afrocentricity, striking the blow that will collapse the colonial view of the world and the white-centric art system. KEYWORDS: Mulambo; Afrocentricity; Encruzilhada; Coloniality.
1 Doutoranda em História e Crítica da Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desenvolve pesquisa sobre a representação do negro na história da arte branco-brasileira e a agência poética negra contemporânea. Crítica de arte e curadora independente. É mestra em História pela UFJF e bacharela em Artes e Design pela mesma instituição.
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