Distinção na Apropriação Cultural: Os Modernistas Canibais Distinction and Cultural Appropriation: The Cannibal Modernists Beatriz Arcoverde de Oliveira1 beatriz.arcoverde@gmail.com
RESUMO: Este artigo é uma exploração da história da apropriação cultural nos movimentos artísticos modernistas latino-americanos do século XX, a partir da teoria da distinção, apresentada por Pierre Bourdieu. Argumenta-se que, embora a Distinção seja um modelo/teoria forte e forneça o conjunto mais abarcante de instrumentos disponíveis para compreender o destino dos campos da arte moderna, não leva em conta a apropriação cultural como fator que eleva a estética popular para o pertencimento acatado pelo mundo da arte, ou seja, como um modo de distinção. Exemplos de apropriação cultural por vanguardistas, especialmente em espaços de culturas híbridas como a América Latina, trabalham para expandir o argumento de Bourdieu em favor da Distinção, que tem continuidade como consumo “onívoro” de arte nos tempos contemporâneos. PALAVRAS-CHAVE: Bourdieu; distinção, apropriação cultural; modernismo latino-americano. ABSTRACT: This article is an exploration of the history of cultural appropriation in Latin American modernist movements of the early twentieth century, through the lens of the theory of distinction, put forth by Pierre Bourdieu. It argues that even though distinction is a strong model/theory and provides the most comprehensive set of instruments available to understand the fate of modern art fields, it does not take into account cultural appropriation as a factor which furthers popular aesthetics into the realm of the fine arts, or as a mode of distinction in this field. Examples of cultural appropriation by avant-gardes, especially in spaces of hybrid cultures such as Latin America, work to expand Bourdieu’s argument for Distinction, which gain continuity as “omnivore” consumption in contemporary times. KEYWORDS: Bourdieu; distinction; cultural appropriation; Latin American Modernism.
1 Beatriz Arcoverde de Oliveira é socióloga pela Universidade de British Columbia, no Canadá e historiadora da arte pela Universidade de Lindenwood, nos EUA. Vive em Olinda, Pernambuco, onde trabalha com produção cultural de diversos artistas e pesquisa a apropriação da estética da cultura popular na arte contemporânea.
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