Nesta Edição : -I Congresso do Movimento dos Pequenos Agricultores; -Organizar a luta pela assistência estudan l!; -Nota de repúdio a PEC 215; -Entrevista com Kageyma; -Caravana da UNE;
6 1 0 2 / 5 1 0 2 F E E B A N C Informa vo
outubro, 2015
volume 2, edição 1
I Congresso do Movimento dos pequenos agricultores (MPA) Durante os dias 12 e 17 de Outubro es veram reunidos em São Bernardo do Campo- SP cerca de 3.500 camponeses e camponeses, do Movimento dos pequenos agricultores. Com o tema'' Plano Camponês, aliança camponesa e operária por soberania alimentar '' os e as camponesas discu ram durante toda a semana, desde análise de conjuntura atual do país e a agrária, até a discussão do modelo de organicidade do Movimento. Enquanto ABEEF podemos par cipar desse espaço, acompanhar as discussões sobre juventu-
de camponesa, questão agrária além da importância do vínculo e nt re o s m ov i m e nto s sociais do campo, e o movimento estudan l das agrárias, uma vez que nos comprometemos em aproximar ambas as realidades e contribuir tanto para a formação de profissionais crí cos acerca da realidade de seu lócus de atuação, quanto n a t ra n s fo r m a ç ã o d a educação brasileira. Realizamos ainda uma plenária da ABEEF, onde discu mos sobre a realidade da ABEEF em nossas diferentes universidades, bem como as impressões acerca do con-
gresso.. Em espaços como esse concentram-se camponeses e camponesas, aqueles e aquelas responsáveis por produzir 70% da alimentação do nosso país. País esse em que 220 milhões de hectáres são des nados à produção de commodi es, como Soja, Milho, Eucalipto e Pasto. Enquanto a soma das terras de todos os agricultores não passa dos 70 milhões. »Pequeno em Movimento, gigante na Produção. Unidos na Agricultura. Para alimentar esta nação.»
pagina 4
informa vo CN ABEEF 2015/2016
Entrevista com Kageyma, representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na CTNBIO (Comissão técnica Nacional de BIossegurança) A ABEEF entrevistou Paulo Kageyama, professor da ESALQ formado em agronomia pela USP que possui doutorado em Gené ca e Melhoramento de Plantas pela m e s m a u n i v e rs i d a d e . E l e é o representante do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). A CTNBio é uma i n stâ n c i a d o Ministério de Ciência e Te c n o l o g i a responsável pelo estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à auto-rização para a vidades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde h u m a n a e a o m e i o a m b i e nte . Devido a enorme polêmica envolvendo a liberação para uso comercial do eucalipto transgênico em abril deste ano, a modificação gené ca reduz o ciclo da planta de 7 para 5 anos, o problema é que é que ainda não há estudos aprofundados sobre o impacto que isso causa ao solo e o meio ambiente, alem de trazer inúmeros danos para pequenos produtores trazendo bene cios apenas para a empresa que retem a patente e explora nossos recursos naturais. A ABEEF procurou o professor para saber um pouco mais sobre o assunto, confira a entrevista e fique por dentro: «Gostaríamos de saber a opinião do senhor, como membro tular da CTNBIO, sobre a atuação e
organização da mesma no país. A CTNBIO (Comissão Técnica Nacional de Bioseguranca) é do ministério de Ciência e Teccnologia, tem 27 membros tulares e 27 suplentes, e eu sou um dos membros tulares representando o MDA. Essa comissão, na verdade, era pra ser um espaco de decisao democra co, porém, como o MCT (Ministério de Ci-
comerciais, para o aumento do volume da madeira e redução do tempo de rotação da cultura, esse é o ponto que estamos com o eucalipto transgênico . Tem um processo anterior a este, que não foi aprovado comercialmente, só para pesquisa, que é o eucalipto transgênico para redução de lignina, e o eucalipto
ência e Tecnologia)tem mais do que a metade de seus membros inclusos na CTNBio acaba por hegenonizar as ideias e votacoes, ocasionando que este espaço seja formado pela maioria de pessoas pró-transgênico. Eles acham que a tecnologia é sempre boa, e com isso as empresas não tomam o devido cuidado com os riscos da biossegurança. A CTNBio nunca desaprovou nenhum processo por mais severas que fossem as c r i c a s re c e b i d a s e a s fa l h a s apresentadas. E como foi introduzido a questão do debate do eucalipto transgênico dentro da comissão e quais pesquisas foram feitas? É um dos processos mais recente da CTNBIO. Foi aprovado comercialmente, sendo que há dois pos de processos: o processo pra pesquisa e processo pra liberação comercial. Então o eucalipto transgênico foi liberado para fins
transgênico para o aumento de volume de ma-deira. Da mesma forma que para soja, algodão e mi-lho não to-maramse os devidos cuidados com a biossegurança, por exemplo, não se realizou teste para saber se esse eucalipto transgênico consome mais água, pois o eucalipto sempre foi cri cado pelos ambientalistas e sociedade como uma cultura que consome muita água, para esse processo não colocaram nenhuma pesquisa e resultado para mensurar se consome mais água ou não, essa é uma crí ca que nós fizemos. O pólentransgênico é transportado pelas abelhas e vai para o mel, e sabemos que no Brasil o mel é produzido por pequenos produtores que instalam suas colmeias muitas ao lado do eucalipto, cerca de 1/3 desse mel é produzido por agricultores familiares, então esses produtores estão muito preocupados e foram na audiência publica inclusive dizer que o mel contaminado não pode ser aceito pela cer ficação do mel orgânico, pois uma boa parte desse mel é orgânico e se contaminado por transgênico a regulamentação de produtos orgâni-
volume 2, edição 1
página 5
cos não aceita transgenia, então vai prejudicar os pequenos produtores e principalmente os produtores de mel orgânico, enfim esse processo não foi bem estudado nós cri camos também isso! O eucalipto transgênico pode contaminar outras espécies de eucalipto pra não celulose, como por exemplo produção de madeira, mel, energia e carvão e se esses não querem ser contaminados na verdade tem que haver uma resposta pra isso. Professor de Agronomia da ESALQ, Paulo Dizem que o Brasil só planta clone não Kageyama, representante do MDA na planta semente, mas não é verdade. CTNBio. Por ul mo o FSC que é a que explicar tudo isso. Duvidas e principal cer ficadora dos eucaliptos, cri cas graves que nós fizemos à eles por exemplo, não aceita a transgênia como membro da CTNBIO para cer ficação e a empresa que esta E considerando o modelo de propondo este eucalipto transgênico produção e exploração de madeira é cer ficado, então não sabemos que nós temos nos dias atuais, como como vão resolver isso. No final do o senhor acha que deve se dar a a n o p a s s a d o e m 2 0 1 4 t e v e a posição do engenheiro florestal em assembléia do FSC e eles reafirmaram relação a isso? que não aceitam cer ficar produtos Eu acho que deve ser uma transgênicos, então há uma posição de serem crí cos, entender o contradição pois eles são cer ficados processo, verem quais as crí cas que e estão querendo plantar transgênico estão sendo feitas, quais as falhas que e disseram que são firmes nesse e xistem, quais lacunas do proposito do FSC em não aceitar. A conhecimento e decidirem após isso. gente sente que há muitas dúvidas, muitas questões que não são muito M a s e s t a r e m c o n s c i e n t e s , n a bem explicadas e por isso somos verdade, de qual é o verdadeiro contra, na verdade, a aprovação nesse problema. Acreditamos que a momento, pode ser que depois que transgenia vai diminuir mais ainda a resolverem todos esses problemas diversidade gené ca nas plantações apresentados a gente possa até e, com isso, acarretar fragilidade das aceitar a implantação, mas eles têm . plantações contra pragas e doenças.
Já existe hoje um crescimento muito grande de pragas e doenças novas, grandes ataques acontecendo e tende a aumentar mais ainda. Começou, por exemplo, a ocorrer a pulverização em aérea dos eucaliptais, coisa que até então não exis a na verdade era uma pulverização controlada pelo solo sem contaminar a vizinhos etc. Mas já começou a ser registrado que começa-se a fazer a aplicação aérea aumentando o risco de contaminação de famílias que tenham áreas ao redor dos eucaliptais, portanto ver os estudantes de engenharia florestal de uma forma que os agrônomos também deveriam entender bem o processo, entender quais os riscos que existem, quais as lacunas que existem para então decidir com consciência o melhor na verdade para a silvicultura brasileira. Em relação ao debate do tema dentro das universidades o senhor acha que tem do devida atenção? Ou como a gente poderia introduzir isso. Acabou de ter uma espécie de audiência pública em uma universidade da Bahia e foi um sucesso. A população foi convidada porque todo mundo esta interessado em entender qual o processo, risco e problema. Então, tambem é papel de vocês nos Centros Acadêmicos e espaços do movimento estudan l, promover esse debate, tornando esse conhecimento público. »
Caravana da União Nacional dos estudantes! Ocorreu no dia 06 de outubro de 2015 a Caravana à Brasília da União Nacional dos Estudantes, com cerca de 300 estudantes de todo o país, a caravana teve como obje vo, afirmar que os estudantes não aceitarão retrocessos no que diz respeito à educação brasileira bem como os que a ngem diretamente a classe traba-
lhadora. Com uma marcha que par u da frente da Biblioteca Nacional e foi até o Ministério da Educação, os estudantes reafirmaram a todo momento seu posicionamento contrário ao ajuste fiscal que vem desde o inicio do ano, re rando direitos, e cortando inves mentos da
educação. Tais cortes a ngem diretamente as vidas dos estudantes uma vez que que se materializam em cortes de bolsas, atraso no pagamento de bene cios e custeios de programas como o PET e o PIBID (que correm o risco de terminar), paralização de obras de infra-estrutura, aumento da
«NEM UM CENTAVO A MENOS PARA EDUCAÇÃO, QUE OS RICOS PAGUEM PELA CRISE»
taxa de juros do FIES, etc. Afetam duramente os recursos des nados à Assistência Estudan l, fazendo com que muitos dos e das estudantes que hoje conseguem acessar o ensino superior se vejam forçados a abandonar a universidade por não terem como se manter e arcar com os custos da graduação. Ainda antes do fim da caravana, Aloizio Mercadante recém nomeado ministro da educação, recebeu em uma reunião ampliada a diretoria da UNE, coordenações e direções dos DCE'S e UEE'S ali presentes, bem como membros das coordenações nacionais da FEAB e ABEEF. Nesta reunião manifestamos que somos contrários a esta poli ca econômica que vem sendo aplicada e acreditamos que a saída para a crise é a taxação das grandes fortunas e heranças e não o corte de direitos dos trabalhadores e da juventude. O ministro se comprometeu ainda com a criação de uma comissão paritária, entre MEC, estudantes, e empresários para a apuração no que diz respeito as inúmeras reclamações que estudantes vem fazendo com relação aos 20% da carga horária EAD,
da qual muitas universidades vem se aproveitando e ofertando disciplinas que obrigatoriamente devem ser presenciais e muitas vezes excedendo os 20%, firmou ainda o compromisso em não abrir mão de garan r que parte do fundo social do pré-sal seja inves do em educação, vitória essa ameaçada pelo projeto de lei 131/15 do senador José Serra (PSDB-SP), em tramitação no Senado que prevê que a Petrobras deixe de ser operadora única do pré-sal, se aprovado os recursos des nados à educação serão reduzidos, em contrapar da não houve sinalização de reversão dos
cortes na educação que já a ngem os 10 bilhões de reais. Por fim, nós, estudantes de engenharia florestal de universidades públicas e privadas de todo o país, nos colocamos em luta mais uma vez pela educação brasileira, nossa árdua tarefa em busca de uma educação de qualidade, não cessa ao fim dessa caravana, pelo contrário, reafirma a necessidade do amplo debate construído em cada universidade, que a nja o maior número de estudantes possível. Nossos direitos só a luta faz valer!
Tchê, te liga na atualização dos contatos da galera da CN que está pela sua região!! -Ta no Sul? -Ta no Sudeste? Anna Victoria (Anninha) Marjana Lourenço (Tanjinha) Tim/Whats - 055 81264653 whats - 051 99294765 -Ta no Norte? -Ta no Nordeste? Guilherme A. Pi rini (Pi ) Juliane Salapata whats - 055 96372820 (Mais Linda da América La na) Tim - 091 998125808 Tim/Whats - 055 81145929 -Ta no Centro-Oeste? -Ta no Distrito Federal? Mar n Nocchi (Uruguaio) Andressa Araujo (Rosinha) whats - 055 97213785 Whats - 055 81274387 Tim - 065 81519233 Tim - 061 81972696
www.facebook.com/abeef.Florestal cn@abeef.org.br