Anuário ABHB 2014 Anuário ABHB 2014 DP: Desvio padrão; UTI: Índice de temperatura e umidade; GT: Gradiente de temperatura (°C); TOc: Temperatura ocular (°C); TR: Temperatura retal (°C); Tb: Turbilhonamento (0–5); M: Motilidade (%); Vig: Vigor (0–5) DM: Defeitos Maiores(%); dm: Defeitos menores (%); DT: Defeitos totais (%). Médias seguidas de letras minúsculas diferentes, dentro de uma linha, diferem pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). Concluindo esse 2° experimento pode-se afirmar que a média do ITU no verão de 93.0 (considerado como emergência) durante a espermiogênese determinou que a motilidade diminuísse em touros Brangus no verão, mas não sendo fator de caráter eliminatório de um touro, pois este estava apto ao serviço por não apresentar na morfologia espermática. Do mesmo modo que o experimento anterior a termografia infravermelho também teve a mesma utilidade científica. Nosso 3° Experimento foi realizado no Pantanal do Mato Grosso, na propriedade Tres Marias do grupo Pitangueira, durante a estação de monta 20142015, onde foram pesquisadas as possíveis alterações na qualidade espermáticas em relação ao ambiente da primavera e verão em 12 touros Braford e 9 touros Ne- lore. Nessa pesquisa, além do Índice de Temperatura e Umidade (ITU) usou-se um novo índice climático denominado de Índice de Temperatura Equivalente (ETI), que utiliza, além da temperatura e umidade, a velocidade do vento. Ao incluir o vento, existe o seu efeito sobre os processos evaporativos da pele do animal e pode influenciar a regulação da temperatura corporal numa situação de calor (Tabela 3 e 4). As equivalências entre os dois índices foram estudas por Baeta, em 1985, onde usou como parâmetros para o ITU em relação ao nível de provável estresse térmico, os seguintes valores: <74 = conforto; 74-78 = alerta; 79-84 = perigo;>84 = emergência. O mesmo autor, em 1987, estabeleceu para o ITI valores e níveis de estresse: 18-27°C = sem problemas; 27-32°C = cuidado; 32-38°C = extremo cuidado; 38-44°C = perigo; 44°C = extremo perigo. Tabela 3. Efeito da data de coleta sobre os índices de temperatura e umidade. Mês de coleta Variáveis Setembro Novembro Janeiro Fevereiro Março Média DP ± Pr>F ITU 82.8c 85.7b 87.9ab 90.0a 79.0d 85.1±0.41 <0.001 ITU 18 85.1b 85.7b 89.5a 89.7a 79.6c 85.8±0.49 <0.001 ITU 12 84.3b 84.6b 89.7a 90.0a 80.0c 85.5±0.63 <0.001 ETI 26.5c 27.7b 28.6a 28.7a 26.1c 27.5±0.11 <0.001 ETI 18 27.0cd 27.7bc 28.4ab 29.0a 26.2d 27.7±0.14 <0.001 ETI 12 26.8b 27.1b 28.5a 29.0a 26.5b 27.6±0.17 <0.001 Valores seguidos de letras minúsculas diferentes, dentro de uma linha, diferem significativamente (P ≤ 0,05). 190 - Associação Brasileira de Hereford e Braford - Anuário 2015 - www.abhb.com.br Mês de coleta Variáveis Nelore Braford Setembro Novembro Janeiro Fevereiro Março Média DP ± Pr>F M 72.5 91.8 71.8 74.3 71.2 76.4±2.7 0.073 Vig 3.50b 4.87a 3.37b 3.87ab 3.37b 3.80±0.15 0.003 Turb 3.50b 4.87a 3.37b 3.87ab 3.37b 3.80±0.15 0.003 TR 39.2ab 39.2ab 38.9b 39.1ab 39.6a 39.2±0.06 0.013 TPP 33.6bc 35.0ab 35.2a 33.8bc 33.6c 34.2±0.18B 0.001 TPD 31.4 c 33.4a 32.6ab 31.7bc 31.9bc 32.2±0.16A <0.001 Δ 2.27 1.61 2.72 2.16 1.72 2.10±0.15B 0.164 TO 35.6bc 37.8a 36.6ab 35.2c 35.8bc 36.2±0.20 <0.001 DMa 10.87 7.37 8.12 6.37 6.75 7.90±0.96B 0.861 DM 4.87 4.87 4.87 5.87 3.87 4.87±0.40 0.322 DT 15.75 12.25 13.00 12.25 10.62 12.7±1.09B 0.688 M 80.4a 86.8a 74.5ab 80.0a 60.9b 76.5±2.2 0.001 Vig 4.09ab 4.63a 3.63ab 4.27ab 3.18b 3.96±0.13 0.005 Turb 4.09ab 4.63a 3.63ab 4.27ab 3.18b 3.96±0.13 0.005 TR 39.2 39.3 39.2 39.5 39.6 39.4±0.06A 0.210 TPP 35.1ab 34.8ab 35.6a 35.0ab 34.0b 34.9±0.18 0.065 TPD 30.9c 32.1ab 32.4a 31.4abc 31.1bc 31.6±0.14B <0.001 Δ 4.26 2.65 3.34 3.61 3.01 3.37±0.20A 0.102 TO 34.1c 36.6a 36.2a 35.1b 34.4bc 35.3±0.16 <0.001 DMa 9.81 8.81 12.72 17.27 10.54 11.8±1.03A 0.053 DM 3.81 3.54 7.63 6.09 6.54 5.52±0.55 0.059 DT 13.63ab 12.36b 20.36ab 23.36a 17.09ab 17.3±1.23A 0.020 Valores seguidos de letras minúsculas diferentes, dentro de uma linha, diferem significativamente (P ≤ 0,05). M: Motilidade (%); Vig: Vigor (0-5); Turb: Turbilhamento (0-5); TR: Temperatura Retal (ºC); TPP: Temperatura pólo proximal (ºC); TPD: Temperatura pólo distal (ºC); Δ: Gradiente de temperatura; TO: Temperatura ocular (ºC); DMa: Defeitos maiores (%); DM: Defeitos menores (%); DT: Defeitos totais (%). Valores seguidos de letras minúsculas diferentes, dentro de uma linha, diferem significativamente (P ≤ 0,05). Valores seguidos de letras maísculas diferentes, dentro de uma coluna, diferem significativamente (P ≤ 0,05). Em relação ao ambiente tropical os dados indicam que com os índices ITU e ETI, mesmo diferentes durante a espermiogênese entre os meses de primavera e verão (setembro e novembro x janeiro e fevereiro), foram constatadas diferenças na qualidade do sêmen, mas que não afetaram o desempenho reprodutivo entre os touros da raça Braford e Nelore trabalhando no Pantanal do Mato Grosso. Portanto, esse conjunto de experimentos e vários anos de estudos e pesquisas com touros das raças sintéticas,especialmente o Braford, permite constatar e concluir que esses biotipos mantém a habilidade de executarem a monta a campo, tanto nas regiões sub tropicais como tropicais do Brasil. Assim, é crível afrimar que esses dados foram validados pela academia e, somente agora podem ser divulgados tanto por produtores de touros como técnicos. Vale dizer que anteriormente o faziam por meio de observações com base no achômetro e no empirismo. De outra parte, o grupo de pesquisa segue em busca de novas explicações científicas para o potencial de adaptação dos touros e abrindo fronteiras geográficas no Brasil Tropical para ultrapassar as fronteiras do conhecimento a respeito de um assunto relevante para a pecuária de corte nacional. www.abhb.com.br - Anuário 2015 - Associação Brasileira de Hereford e Braford- 191