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Mensagem/João Scortecci

UUm amigo, falecido nos anos 2000, dizia sempre: “Resoluções são coisas do Céu, de Deus; já as deliberações são coisas da Terra, da natureza humana!” Repetia isso — sempre — e a cada virada de ano novo. Hoje, quase vinte e tantos anos passados, começo a “compreender” o sentido da sua máxima e, sabiamente, a dar voz às suas razões. É fato — no prelo das resoluções — listarmos, no final de cada ano, sonhos, planos, ideias e desejos para o ano vindouro. É praxe. Reza-se, chora-se e comemora-se muito. Faz parte! Aqui, ou no final do editorial, tanto faz, cabe um verso do poema “Receita para fazer um herói”, do poeta português Reinaldo Ferreira: “Depois, perto do fim, / Agite-se um pendão / E toque-se um clarim. / Serve-se morto.” O ano de 2021, o segundo ano da pandemia, não foi fácil. Longe disso. Para muitos, seria um ano bom, e a economia voltaria forte e produtiva. Não foi o que aconteceu. Infelizmente. A falta generalizada de insumos, o desemprego, a inflação de dois dígitos, o câmbio, a crise hídrica e a fragilidade política nos levaram às cordas e, consequentemente, à estagnação. A “insegurança” colocou o País no mapa das deliberações — e não das resoluções — urgentes e emergenciais. Levou-nos ao impasse, ao negacionismo, ao descontrole e, mais, ao colapso. O ano de 2022 será também “amargo”, até mais do que o de 2021. Os números frios e reais não mentem. Estamos iniciando o que penso ser a fase três, a fase do descontrole generalizado e dos ajustes necessários e tantos outros, cruéis e oportunistas. Isso — também — passa!

Das Resoluções para 2022 e das Deliberações humanas Resoluções ou deliberações? Seja qual for a escolha, vamos precisar da força das ideias, da coragem ímpar e da determinação plena. Para 2023 e 2024, anos das fases quatro e cinco, voltaremos ao jogo virtuoso do crescimento sustentável. Nossas fragilidades reconhecidas, conscientes ou não, mostram o caminho da retomada, do recomeço, mostram o quanto somos fortes e guerreiros e como, juntos, somos capazes de mover, com trabalho e suor, o pêndulo da sorte, mais uma vez.As escolhas, certas ou erradas, justas ou injustas, serão sempre do instante. Da decisão. Do momento e do agora. Resoluções ou deliberações? Para tanto, seja qual for a escolha, vamos precisar da força das ideias, da coragem ímpar, da determinação plena e do esforço dos verdadeiros heróis de carne e osso. “Depois, perto do fim, / Agite-se um pendão / E toque-se um clarim.” Mas, dessa vez, serve-se vivo. Esperança é algo que também se constrói. Que venha o ano de 2022!Na sorte, ao trabalho, com alma de Gutenberg. Esperança é algo que também se constrói. Que venha o ano de 2022! scortecci@gmail.com João Scortecci Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional São Paulo (Abigraf-SP)

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