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Tractorave entrega 3 automotrizes

A empresa de Vila do Conde, representante exclusivo em Portugal, continental e ilhas, da Faresin - fabricante italiano de unifeeds e carregadores telescópicosentregou em abril três dos mais avançados unifeeds automotrizes a chegarem ao nosso mercado. Para se perceber a importância do acontecimento, até Sante Faresin, proprietário da empresa, se deslocou ao nosso país para acompanhar in loco as entregas. A revista abolsamia também marcou presença e aproveitou para conhecer estes equipamentos e as explorações que os adquiriram.

por Sebastião Marques fotografia abolsamia

Foram três as máquinas a chegar aos seus destinos no mês de abril, todas da gama Leader PF, a linha de unifeeds de mistura vertical da Faresin, com capacidades que vão dos 11 aos 36 metros cúbicos e um, dois ou três sem-fins. Neste caso, foram dois PF 2.22 Plus Ecomix (dois sem-fins e 22 m3, e um PF 2.20 Plus Ecomix (também com dois sem-fins, mas de 20 m3 de capacidade).

Leader PF: foco no bem-estar animal

“Desenvolvemos todos os nossos produtos com um propósito: o bem-estar do animal porque sabemos que se o animal estiver bem vai produzir mais e melhor e, assim, também o produtor estará bem. Para o conseguirmos, temos grande atenção a dois fatores: a homogeneidade da mistura e do corte da fibra”, explicou Sante Faresin sobre o desenvolvimento destas máquinas.

A cuba é fabricada em aço S355 com paredes de 8 mm de espessura e 15-25 mm no fundo (opcionalmente pode ser forrada a inox AISI304-tolva/sem-fins e fundo). A homogeneidade da mistura é garantida pela forma particular do sem-fim e da cuba, que facilita o fluxo do produto, e acelera o movimento ascendente, mantendo a mistura suave. O perfil cónico com um fundo de diâmetro reduzido, contra-facas hidráulicas, e uma velocidade variável do sem-fim de 5 a 50 rpm, são outros pontos fortes da cuba montada nos Leader PF.

O moinho picador é uma das principais vantagens apontadas pelos responsáveis da marca que asseguram uma redução dos tempos de corte da fibra de até 80% quando comparado com sistemas sem moinho. Tal como explicou Sante Faresin, “o unifeed destina-se a alimentar animais ruminantes, e o moinho permite respeitar a sua essência, criando uma mistura semelhante à pastagem que tinham à sua disposição em tempos ancestrais”

Aproveitando ainda a sua presença no nosso país, Sante Faresin entregou também um carregador-telescópico, modelo 626, à empresa dedicada à produção de leite Rogério Amorim, Lda, de Junqueira – Vila do Conde. Na foto: Sante Faresin com Joaquim Martins e Rogério Amorim.

Na fresa, são três as velocidades de rotação (150, 250 e 315 rpm) que permitem ao operador escolher, em qualquer altura, a que melhor se adequa de forma a manter sempre a qualidade e quantidade de fibra necessária. Outras características importantes são a reversão automática, bem como o diâmetro de 600/700 mm (opcional), 2040 mm de largura da fresa, e altura máxima de trabalho de até 6.1 m.

Finalmente, o motor é um FPT de quatro ou seis cilindros, de 170 a 260 cv, Stage V, com intervalos de manutenção a cada 500 horas, ou 1000 horas (opcional).

NiR na cuba: medições reais e precisas

O posicionamento do NiR na cuba nos unifeeds da Faresin foi um dos principais temas de discussão: porquê na cuba e não na fresa? De forma simples, Sante Faresin explicou que “é a diferença entre ter uma medição real ou uma virtual.”

“Com a nossa solução medimos de um modo científico porque a velocidade e a homogeneidade com que o material passa pelo sensor permitem uma leitura fidedigna. Na fase de testes experimentámos outras soluções que outros fabricantes utilizam, mas verificámos que não é possível chegar a leituras fiáveis e fidedignas, nomeadamente porque o volume de material que passa pelo sensor é demasiado heterogéneo. Por isso, preferimos dar aos nossos clientes leituras reais. Um erro de medição, mesmo que pequeno, se feito muitas vezes, em volumes tão grandes como aqueles que se verificam num unifeed, acaba por resultar num grande erro, tendo um impacto significativo nos animais”, sintetizou.

(Da esquerda para a direita: José Reis (fundador da Tractorave), Sante Faresin (Presidente Faresin Industries), Manuel Martins (fundador e Presidente do Grupo Campicarn), Edgar Vasconcelos (Gerente da Tractorave) e Paola Bettiol (Responsável Comercial da Faresin Industries).

Para já dois… mas podem ser dez!

Os dois Leader PF 2.22 Plus Ecomix tiveram como destino o Grupo Campicarn. Sediado no concelho de Vila Nova de Famalicão, o Grupo iniciou a sua atividade em 1987 inspirado na visão de Manuel Ferreira Martins, que desde sempre esteve ligado ao comércio de carne e gado vivo. A empresa opera essencialmente no mercado nacional, através do comércio tradicional e da moderna distribuição, mas tem sobretudo como grande objetivo: alcançar o mercado internacional que tem vindo a dinamizar e a apostar, pretendendo passar a barreira do mercado europeu e africano, onde já trabalha ativamente.

Como parte da estratégia, o grupo empresarial opta por produzir grande parte da alimentação dos animais das suas explorações agropecuárias, contando com unidades produtivas e industriais localizadas em Barcelos, Braga, Vila Nova de Famalicão, Torres Novas, Sabugal, Águeda e Beja.

Como explicou Manuel Martins, Presidente do Grupo Campicarn, o seu plano estratégico tem prevista a ampliação e renovação das instalações agropecuárias e aquisição de equipamentos, prevendo a aposta na produção nacional. “Neste momento temos quatro explorações, duas já em trabalho, duas começarão ainda em 2023, uma em Barcelos, a outra em Águeda. Uma destas duas máquinas irá para a nossa exploração no Sabugal, a outra para a de Águeda. Até 2025 temos previsto chegar às 10 explorações, num total de 20.000 cabeças de gado bovino. Isto quer dizer que queremos ter um automotriz em cada uma destas dez explorações” Quanto à opção pela Faresin, além da qualidade das máquinas, o Presidente do Grupo Campicarn apontou a confiança na Tractorave. “Adquirimos estas duas máquinas por duas razões: a empresa que representa a Faresin em Portugal, a Tractorave, que nos inspira toda a confiança naquilo que é a assistência pós-venda, e, em segundo lugar, aquilo em que acredito que é a qualidade destes unifeeds. Temos unifeeds Faresin há muito tempo, mas todos rebocados. Estes são os dois primeiros automotrizes, e também os maiores, com 22m3 que já adquirimos”, finalizou.

Sante Faresin, Presidente da Faresin

Trabalhamos com a Tractorave há quase 17 anos. É um parceiro que desde o primeiro momento percebemos que seria um distribuidor importante. Hoje, no centro de tudo, está o bem-estar animal. Se o animal está bem, vai produzir mais e com maior qualidade. E, se assim for, nós estamos bem. Na Faresin, o mais importante é o bem-estar dos colaboradores, que depois resulta nas melhores máquinas do mundo”.

De rebocável para automotriz, da fresa para o moinho picador

A terceira máquina entregue do dia foi uma versão ligeiramente mais pequena do que as duas anteriores, um PF 2.20 Plus Ecomix (também com dois sem-fins, mas de 20 m3 de capacidade). Desta feita, a máquina seguiu para a Sociedade Agrícola Silva Ferreira, Lda, em Rio Mau – Vila do Conde. Propriedade de Pedro Ferreira, esta exploração dedica-se à produção de leite, tendo um efetivo de 425 bovinos, com 200 em lactação. “Precisávamos de substituir o nosso unifeed rebocável com fresa, também Faresin, por uma máquina com moinho picador, de forma a processar a fibra, e com uma maior produtividade e eficiência”, explicou Pedro Ferreira.

A terceira máquina entregue foi para Rio Mau, Vila do Conde, onde Sante Faresin (à direita) entregou o PF 2.20 Plus Ecomix a Pedro Ferreira.

Primeiro automotriz Faresin entregue em Portugal

Sante Faresin visitou também Luís Pereira, gerente da SAG Fonseca Pereira, empresa que, em 2007, comprou o primeiro automotriz Leader vendido em Portugal. A exploração de vacas de leite de Vila do Conde, com um efetivo de 325 bovinos - 160 em lactação – vai hoje na terceira geração de automotrizes Faresin.

(Da esquerda para a direita): Adelino Viso (técnico comercial Tractorave), Edgar Vasconcelos, Paola Bettiol, Luís Pereira (gerente, SAG Fonseca Pereira), e Sante Faresin.

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