Boletim ABORL-CCF - Nº 130

BOLETIM

ABORL CCF

W W W . A B O R L C C F. O R G . B R BOLETIM@ABORLCCF.ORG.BR ANO XVIII - Nº- 130 - JUL/AGO 2012

Uma história viva... e eternizada

Associação inaugura galeria de ex-presidentes

E MAIS:

TEMPORADA DE BONS INVESTIMENTOS PÁG. 4

RELAÇÃO DE INSCRITOS PARA AS ELEIÇÕES GERAIS PÁG. 22

A HISTÓRIA DA DISCIPLINA DE ORL NO BRASIL PÁG. 28

PÁG. 10 a 12

EDITORIAL COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES DIRETORIA 2012

VALORIZANDO O PASSADO E

INVESTINDO NO FUTURO

ARQUIVO PESSOAL

P

MARCELO RIBEIRO DE TOLEDO PIZA

DIRETOR PRESIDENTE DA C OMISSÃO DE C OMUNICAÇÕES MARCELO @TOLEDOPIZA . MED . BR

ara os mais tradicionais, a versão impressa. Para os que estão sempre ligados em nosso site, a plataforma virtual. E para aqueles que não abrem mão das facilidades tecnológicas, o novo aplicativo da ABORL-CCF para tablets com sistema operacional Android ou iOS. A partir desta edição, temos a honra de apresentar esta novidade da Associação para aprimorar nossa comunicação com você e oferecer cada vez mais vantagens por ser um associado ABORL-CCF. Mas modernidade não é tudo. Também é preciso valorizar a história da especialidade e a trajetória da nossa Associação Brasileira. Neste sentido, inauguramos no mês de junho, a galeria de ex-presidentes da ABORL-CCF. Confira os detalhes deste encontro que reuniu e homenageou os ilustres presidentes que conduziram a entidade nestes anos de atividades. Ainda falando de história, a edição de nº 130 conta o início da especialidade de otorrinolaringologia no Brasil e a fundação da Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira do país.

Novidades também sobre a campanha Caminhos da ORL, que já percorreu mais de quatro mil quilômetros e passou por 10 cidades nestes três primeiros meses. A ação é um dos principais investimentos da ABORL-CCF neste ano e já gerou um retorno em mídia muito maior do que se esperava. O diretor tesoureiro da Associação, Dr. Fabrízio Romano, detalha esses números em entrevista especial.

E não paramos por aí, os últimos meses foram marcados por duas importantes reuniões que definiram estratégias de ações conjuntas da ABORL-CCF com as sociedades estaduais. Confira esses e outros assuntos a seguir.

Boa leitura!

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Dr. Marcelo Miguel Hueb – Uberaba/ MG PRESIDENTE Dr. Agrício Nubiato Crespo – Campinas/SP DIRETOR PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE Dr. Fernando de Freitas Ganança – São Paulo/SP DIRETOR SEGUNDO VICE-PRESIDENTE Dr. Fábio Tadeu Moura Lorenzetti – Sorocaba/SP DIRETOR SECRETÁRIO GERAL Dr. Allex Itar Ogawa – São Paulo/SP ASSESSOR DO DIRETOR SECRETÁRIO GERAL Dra. Fernanda Louise Martinho Haddad – São Paulo/SP DIRETORA SECRETÁRIA ADJUNTA Dr. Fabrízio Ricci Romano – São Paulo/SP DIRETOR TESOUREIRO Dr. Ali Mahmoud – São Paulo/SP ASSESSOR DO DIRETOR TESOUREIRO Dr. Godofredo Campos Borges – Sorocaba/SP DIRETOR TESOUREIRO ADJUNTO Dr. Marcelo Sessim – Rio de Janeiro/RJ ASSESSOR DO PRESIDENTE PARA ASSUNTOS GOVERNAMENTAIS Alexandre Felippu Neto – São Paulo/SP PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RESIDÊNCIA E TREINAMENTO Dr. Hélio Andrade Lessa – Salvador/BA PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA E DISCIPLINA Dra. Mara Edwirges Rocha Gândara – São Paulo/SP PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DEFESA PROFISSIONAL Dr. Marcelo Ribeiro de Toledo Piza – Ribeirão Preto/SP PRESIDENTE DA COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES Dr. Marco César Jorge dos Santos – Curitiba/PR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE EVENTOS E CURSOS Dr. Reginaldo Raimundo Fujita – São Paulo/SP PRESIDENTE DA COMISSÃO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA Dra. Renata Cantisani Di Francesco – São Paulo/SP PRESIDENTE DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA Dra. Wilma Terezinha Anselmo-Lima – Ribeirão Preto/SP PRESIDENTE DA COMISSÃO DO BJORL

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL BOLETIM ABORL-CCF DIRETOR DE COMUNICAÇÕES: MARCELO R. DE TOLEDO PIZA JORNALISTA RESPONSÁVEL: ANTONIO JOSÉ CANJANI / MTB: 21.826 REPORTAGEM: DANIELLA PINA FOTOS DA CAPA: ACERVO ABORL-CCF / PAULO VARGAS REVISÃO: GABRIEL MIRANDA COORDENAÇÃO DE PUBLICAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: ERIC BARIONI PRODUÇÃO: SINTONIA COMUNICAÇÃO IMPRESSÃO: ESKENAZI INDÚSTRIA GRÁFICA PERIODICIDADE: BIMESTRAL TIRAGEM: 6.000 EXEMPLARES SEDE: AV. INDIANÓPOLIS, 1287 – CEP 04063-002 – SÃO PAULO/SP FONE: (11) 5053-7500 – FAX: (11) 5053-7512 OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES E NÃO REFLETEM, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DA ABORL-CCF.

RODRIGO SODRÉ

EDITORIAL MENSAGEM DO PRESIDENTE

A

estabilidade política vem permitindo gestões mais próximas e coesas, possibilitando o entrosamento e planejamento em longo prazo. A maturidade e imparcialidade do nosso processo eleitoral chancelam e asseguram isto. Vejam nesta edição do Boletim ABORL-CCF e em nossa página da internet, os candidatos aos cargos de 2º vice-presidente, da renovação das comissões permanentes e dos representantes distritais. A valorização deste processo e a responsabilidade e compromisso no exercício dos cargos a serem assumidos são a resposta esperada pelos quase 4.800 associados aptos a votar em nossas eleições.

Responsabilidade e compromisso - esta é a maneira com que a nossa Diretoria vem trabalhando, em uma gestão comprometida e com um trabalho responsável, na busca de resultados de interesse coletivo, atuando com parcerias e iniciativas inéditas, seja nas esferas associativas, de defesa profissional, de educação médica, eventos, social, pública e política, de comunicações, de ética, entre tantas.

Neste sentido, ressalto as recentes e importantes iniciativas de uniformização estatutária e de defesa profissional com as nossas sociedades estaduais, vislumbrando em um horizonte próximo uma atuação conjunta e organizada na unificação das reivindicações da ORL, capitaneada pela ABORL-CCF, com força e representatividade.

MARCELO HUEB

PRESIDENTE DA ABORL- CCF MMHUEB @ ABORLCCF . ORG . BR

Além disto, em recente reunião da Comissão Nacional de Residência Médica, obtivemos um importante acordo para que o nosso sistema de avaliação de serviços de formação de especialistas em ORL e os nossos avaliadores atuem oficialmente em nome do MEC. Este é mais um passo na aproximação com os poderes públicos, vislumbrando inclusive uma futura unificação nos exames de título de especialista do MEC e da ABORL-CCF. O alcance disto reforça os laços de unidade da ORL em todo o país; o caminho é o da unidade e da inovação!

Por fim, acessem as páginas da Associação na internet, acompanhem os nossos passos, a conclusão da segunda fase da campanha Caminhos da ORL, a terceira etapa do Projeto Epidemiológico e as importantes informações obtidas nas respostas ao Censo do Associado 2012.

Tenham uma ótima leitura do nosso Boletim e curtam também esta possibilidade nos tablets ou smartphones, através do inédito aplicativo ABORL-CCF. Continuem contando conosco!

SUMÁRIO JUL /AGO 2012 4 A BOA SAÚDE FINANCEIRA

DA ABORL-CCF Conversamos com o diretor tesoureiro da Associação, Dr. Fabrízio Romano, sobre a atual situação econômica da entidade.

10 HOMENAGEM AO PASSADO

ABORL-CCF inaugura galeria de ex-presidentes.

Confira detalhes deste momento histórico.

14 DISFONIA

Artigo escrito pelo Dr. Allex Itar Ogawa.

16 CAMPANHA CAMINHOS DA

OTORRINOLARINGOLOGIA Fique por dentro desta jornada que já passou por 10 cidades brasileiras.

20 MONITORIZAÇÃO TRANSOPERATÓRIA

DE NERVOS CRANIANOS Artigo escrito pelo Dr. Luiz Carlos Alves de Sousa.

28 HISTÓRIA DA ORL

Conheça a história da disciplina de otorrinolaringologia no Brasil e da Faculdade de Medicina da Bahia, no artigo do Dr. Hélio Lessa.

31 POR DENTRO DA ABORL-CCF Saiba mais sobre o trabalho do setor jurídico da Associação.

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ENTREVISTA BA: Qual é a atual situação econômica da Associação?

RODRIGO SODRÉ

FR: A saúde financeira da ABORL-CCF tem sido muito

Dr. Fabrízio Ricci Romano O diretor tesoureiro da ABORL-CCF fala da boa saúde financeira da Associação, dos investimentos feitos neste ano e das novidades que vêm por aí!

BOLETIM ABORL-CCF: Como é o seu dia-a-dia

como diretor tesoureiro da ABORL-CCF? FABRÍZIO ROMANO: Meu trabalho está focado na

parte de definição estratégica e de alocação dos recursos, promovendo investimentos que beneficiem nossos associados, sem descuidar do equilíbrio financeiro das contas. Na parte financeira da ABORL-CCF, contamos com o apoio do Carlos Roberto, nosso diretor financeiro, que nos dá uma grande ajuda no controle operacional das finanças.

BA: Você já faz parte do setor administrativo da

ABORL-CCF há algum tempo. Como sua experiência nas últimas gestões tem ajudado no cargo que exerce atualmente?

FR: Com certeza o fato de ter sido diretor administra-

tivo adjunto durante a gestão do presidente Richard Voegels me deu bastante experiência, tanto no dia-a-dia da Associação, quanto na organização de congressos, relacionamento com os parceiros da indústria farmacêutica e de materiais, etc. Considero essa experiência fundamental para poder ocupar hoje este cargo de grande responsabilidade. Conhecer a estrutura da ABORL-CCF e seus departamentos nos dá confiança nas tomadas de decisões, juntamente com a diretoria executiva. Confesso que não são poucas no dia-a-dia de nossa Associação, que conquistou um patamar de destaque entre as especialidades. Manter este equilíbrio exige conhecimento dentro e fora da Associação.

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boa nestas últimas gestões. Em seis anos, conseguimos aumentar os investimentos da Associação ano após ano, por meio de uma contenção de custos, da priorização de algumas aplicações e do aumento da receita. Essa estabilidade financeira tem permitido ampliar ainda mais os nossos investimentos, principalmente, em ações de educação médica continuada, aqui na “Casa do Otorrino” e em vários outros projetos que têm acontecido. No início desta gestão, encontramos a Associação com uma saúde financeira muito boa, e isso possibilitou que a gente aumentasse ainda mais estes investimentos.

BA: A que se deve esta boa saúde financeira?

FR: O principal fator responsável é a política das anui-

dades. Uma das metas desta política, iniciada na gestão do Dr. Richard Voegels - e na qual nosso atual presidente, Dr. Marcelo Hueb, e eu atuamos no setor administrativo - é aumentar ao máximo possível o número de associados, garantindo a representatividade da Associação para os otorrinos brasileiros. Nestes últimos anos, mantivemos o valor da anuidade praticamente inalterado, somente com a correção de inflação, e oferecemos cada vez mais vantagens para os associados, tais como descontos em congressos, programas de educação médica continuada, o novo Boletim ABORL-CCF, descontos por meio do cartão de identidade, o novo aplicativo para tablet que estamos lançando, e uma série de outros benefícios.

Seguindo este modelo, garantimos que seja interessante participar e se manter como nosso associado.

Como consequência, tivemos um grande aumento no quadro associativo e hoje já estamos próximos dos 4.800 associados quites.

BA: Além desta política de descontos, existem outros

fatores responsáveis pelo aumento da receita da Associação?

FR: Este ano, outra ação importante que fizemos para o aumento desta receita foi a política com o patrocinador. Ela nos ajuda a melhorar a entrada de patrocínio na ABORL-CCF e, consequentemente, ampliar nossos investimentos. Nosso diretor administrativo e o setor de captação fazem visitas aos nossos parceiros e realizam reuniões nas empresas para apresentar os produtos que a Associação tem para oferecer, melhorando cada vez mais essas parcerias. E nós não paramos de pensar em novos projetos para oferecer sempre mais benefícios para os nossos associados.

BA: Quais foram os principais investimentos da

ABORL-CCF neste ano?

FR: Este ano temos investido muito na campanha “Ca-

minhos da ORL”, que está sendo um grande sucesso em várias cidades do Brasil. Este é um investimento totalmente da ABORL-CCF, com o intuito de promover a visibilidade do nome do otorrino perante a população, para que ela entenda e saiba porque procurar um especialista. É uma campanha realizada sem nenhum auxílio das indústrias farmacêuticas e de equipamentos, somente com recursos originados nestes anos de boa gestão financeira. No futuro, queremos buscar um apoio ainda maior do Ministério da Saúde e, por isso, optamos por fazer essa ação sem nenhum tipo de patrocínio. O retorno que temos tido de mídia é impressionante. O nosso gasto é equivalente a 5% do valor que teremos em divulgação do trabalho do otorrinolaringologista, até o final da campanha. Retorno garantido já logo nos primeiros meses.

Além deste investimento, também aplicamos recursos na melhoria do nosso espaço físico na “Casa do Otorrino”. Fizemos a cobertura retrátil da área externa, e com isso, conseguimos utilizar nosso teatro e o espaço externo para realizar eventos, sejam almoços, jantares, e até como área de estande. Economizamos por não ter que locar espaços para os nossos eventos e também conseguimos lucrar locando nossa área. Por exemplo: se uma indústria farmacêutica deseja realizar um evento aqui, nós alugamos o espaço. Também estamos implementando o Museu do Otorrino, acabamos de inaugurar a galeria de ex-presidentes, faremos a reforma da fachada externa para adequação da legislação e uma série de melhorias físicas na casa, possíveis em razão deste bom capital, além do estudo para viabilidade de reaproveitamento da água de reuso, para utilização na lavagem dos ladrilhos e para regar as áreas ajardinadas. Desta forma, expandimos nosso compromisso com a sustentabilidade, já iniciada nesta edição do Boletim ABORL-CCF, com papel produzido a partir de fontes responsáveis.

BA: Podemos dizer que a campanha “Caminhos da ORL” foi o principal captador de recursos para a ABORL-CCF em 2012?

FR: A campanha não é um captador de recursos. Ape-

sar do anseio de alguns parceiros para investir e ter a sua marca vinculada à campanha, seu idealizador, Dr. Marcelo Hueb, priorizou, neste momento, a valorização dos médicos otorrinolaringologistas. Ela é, na verdade, o maior retorno em projeto de investimento registrado na otorrinolaringologia. A maioria dos outros investimentos, como por exemplo, os programas de

educação médica continuada e os cursos itinerantes são atrelados aos nossos patrocinadores. Eles não geram custos, porque a gente faz o projeto, mas têm o aporte financeiro dos nossos parceiros para cobrir. Ou seja, são entrada de dinheiro e não saídas. A campanha, como disse, está sendo feita sem nenhum atrelamento com as indústrias farmacêuticas, e o retorno em divulgação da ORL para o público tem sido espetacular.

BA: Como está a perspectiva para o congresso de Recife?

FR: Esta edição do congresso está sendo planejada para

que seja uma das maiores que a ORL brasileira já viu.

Nosso orçamento, tanto na grade científica, como números de convidados internacionais, tradução simultânea, festas e jantares, está bem grande. Estamos fazendo um investimento muito pesado para este evento, para que seja inesquecível em sua grandiosidade, e ao mesmo tempo, temos tido uma resposta excelente dos patrocinadores, que têm nos dado uma perspectiva de lucro muito boa. Pela experiência que adquiri por ter participado da comissão organizadora de todos os congressos brasileiros desde 2006, posso dizer que estou muito confiante com a organização deste evento. Todas as propostas de custos são analisadas criteriosamente, de forma a obtermos o melhor serviço/produto por um preço justo, além das importantes parcerias que viabilizam a participação de nossos associados, como convênio com agência de viagens, propondo os melhores preços de passagens aéreas, locais para hospedagem e também a logística de transporte: hotel/centro de convenções e atividades sociais. Estamos conseguindo equilibrar um ótimo resultado financeiro com um congresso bem organizado e com muitos atrativos para os congressistas.

BA: Para finalizar, poderia nos contar um pouco

mais sobre este projeto do tablet? O que ele oferece aos associados?

FR: O aplicativo para tablets que está prestes a ser lançado é um dos projetos mais interessantes da ABORL-CCF neste ano. Englobará todas as áreas da otorrinolaringologia, com imagens explicativas que os associados poderão utilizar para dar explicações aos pacientes ou mesmo usar em aulas e palestras. Terá inúmeras funcionalidades como poder imprimir, mandar por e-mail, entre outras. Além disso, dentro do aplicativo teremos sempre os boletins atualizados, a programação do congresso, tabela CBHPM, tabela TUSS, CID, além do P.R. Vade-Mécum, já disponível em nosso site. Será realmente algo revolucionário. Procuramos devolver com benefícios o investimento feito por nossos associados, além de sua contribuição, a confiança na gestão da ABORL-CCF, que é o que nos impulsiona a trabalhar cada vez com mais afinco em prol dos amigos otorrinolaringologistas.

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NOTÍCIAS

ABORL-CCF

ABORL-CCF E SOCIEDADES ESTADUAIS ESTÃO AINDA MAIS PRÓXIMAS D DANIELLA PINA

urante os dias 17 e 18 de junho, membros da Diretoria Executiva, comissão de Defesa Profissional e o setor jurídico da ABORL-CCF se reuniram com presidentes e representantes de doze sociedades estaduais para discutir a unificação de seus estatutos e ações conjuntas do movimento médico. O encontro, realizado na sede da Associação, pautou reivindicações específicas da especialidade e traçou estratégias de fortalecimento de luta da classe.

IDiretoria da ABORL-CCF e sociedades estaduais discutem ações conjuntas

UNIFICAÇÃO ESTATUTÁRIA No primeiro dia, 17, a pauta de reunião discutiu a adequação dos estatutos das sociedades estaduais e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. De acordo com o idealizador da iniciativa, Dr. Marcelo Hueb, a unificação estatutária e uma efetiva participação das sociedades aumentarão significativamente a força de representação da classe, para buscar maior apoio da esfera pública.

Para a Dra. Mara Gândara, presidente da Comissão de Defesa Profissional da ABORL-CCF, conhecer a realidade local das sociedades é muito importante para que a Defesa Profissional fale como um todo.

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Com os dados apurados na reunião, o setor jurídico da ABORL-CCF analisará os estatutos, e, em seguida, sugerirá um modelo padrão do documento, respeitando as peculiaridades de cada Estado.

Os presentes na reunião demonstraram entusiasmo e elogiaram a iniciativa do presidente, que acredita na ação para promover a valorização das sociedades estaduais e o fortalecimento da associação nacional como legítima representante do otorrinolaringologista. “Esta é uma via de duas mãos, que favorece a todos nós. Juntos seremos sempre mais fortes”, exclamou Hueb.

DANIELLA PINA

DANIELLA PINA

IDr. Marcelo Hueb apresenta objetivos da reunião

IEncontro reuniu representantes de 12 sociedades estaduais

DANIELLA PINA

Ações conjuntas do Movimento Médico Na manhã seguinte, 18, uma nova reunião deu sequência ao encontro de presidentes das sociedades estaduais com os membros da diretoria da ABORL-CCF. Na ocasião, foram discutidas ações conjuntas do Movimento Médico e traçadas estratégias para a união da classe médica, com a ABORL-CCF à frente desta luta, por sua força de representatividade nas negociações. “Com as sociedades estaduais integradas, mostramos que nossas reivindicações refletem o desejo de uma unidade”, disse a Dra. Mara Gândara.

Os presidentes apresentaram suas sociedades, apontaram as dificuldades encontradas em cada região, as ações nos Estados e deram sugestões para ações conjuntas. A ata da reunião será passada aos participantes para que a discussão seja levada aos membros das sociedades estaduais, demonstrando o apoio da entidade nacional.

DANIELLA PINA

IDrs. Marcelo Hueb, Mara Gândara e Márcio Fortini

IDra. Mara Gândara, presidente da Comissão de Defesa Profissional da ABORL-CCF

“Este foi apenas o primeiro passo. Hoje lançamos a semente para que isto possa funcionar, com uma verdadeira luta unificada de defesa profissional em prol das necessidades dos nossos associados”, finalizou o presidente da ABORLCCF, Dr. Marcelo Hueb.

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DIVULGAÇÃO

NOTÍCIAS

ABORL-CCF

DIVULGADA A

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA DO 42º CBO Desde o início dos seus preparativos, a programação científica do 42º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial está sendo planejada para fazer desta edição uma das maiores que a ORL brasileira já viu.

Divulgada recentemente, a grade do congresso trará um programação variada, contemplando todas as áreas da especialidade, tais como cirurgia de cabeça e pescoço, crânio-maxilo-facial, foniatria, laringologia, otorrino pediatria, bucofaringologia, otologia, plástica da face, rinologia, otoneurologia, medicina do sono, ORL ocupacional, além de temas em defesa profissional e medicina do trabalho.

Novidades no BOLETIM ABORL-CCF

TODO CONTEÚDO EM TABLET Agora você pode navegar pelo Boletim ABORL-CCF com apenas um toque. A partir desta edição, além da versão impressa, os associados quites da Associação contam com o conteúdo do Boletim disponível em dispositivos móveis. O aplicativo deve ser baixado através da senha enviada por e-mail.

Ele proporciona diferenciais como recursos interativos, vídeos incorporados às matérias e galeria de fotos navegável com os dedos. Durante a leitura, os usuários podem acessar qualquer página da edição ou trocar de seção apenas com um toque, realizando uma navegação muito mais intuitiva.

Essa é mais uma vantagem da ABORL-CCF para você!

PHOTOXPRESS.COM

O primeiro dia de evento, 14 de novembro, será destinado aos cursos pré-congresso da Academia Brasileira de

Cirurgia Plástica da Face, Academia Brasileira de Laringologia, Medicina do Sono, Otites Médias e Otoneurologia. E nos dias 15, 16 e 17, serão realizadas as palestras magnas, conferências, simpósios, mesas redondas, painéis e cursos. Enriquecendo a discussão dos principais temas em ORL, o evento receberá 15 conferencistas estrangeiros, renomados no cenário internacional. Além deles, presença confirmada dos maiores otorrinos brasileiros e dos parceiros da indústria farmacêutica e de equipamentos.

IMPRESSÃO SUSTENTÁVEL Zelando pelo compromisso ambiental, o Boletim ABORL-CCF passa a ser impresso com papel produzido a partir de fontes responsáveis.

Nesta edição, você perceberá na página 2 o selo FSC. Ele significa que a ABORL-CCF está associada à causa ambiental e que nossa impressão preza pela sustentabilidade.

De 3 a 14 de setembro acontece a terceira etapa de coleta de dados do Projeto Epidemiológico ABORL-CCF 2012. A inserção de informações se dá por meio do preenchimento do formulário padrão, exclusivamente para os associados e serviços que participaram das duas primeiras etapas. Basta abrir o banner do projeto no site da Associação (www.aborlccf.org.br) e clicar em “CADASTRAR PACIENTES”.

Acompanhe os perfis oficiais da ABORL-CCF no Twitter e Facebook. Eles são os canais sociais que a Associação utiliza pra se corresponder de forma rápida e prática com você.

twitter.com/aborlccfoficial

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facebook.com/aborlccf

AGENDA

DO

OTORRINO

AGO/SET

15 a 17 de Agosto de 2012 2 Curso de Tireoplastia com Dissecção de Peças – São Paulo (SP) 16 a 18 de Agosto de 2012 2 Narigão V – Curitiba (PR) 16 a 18 de Agosto de 2012 2 VI Gauchão – Santana do Livramento (RS) 17 e 18 de Agosto de 2012 2 10ª Jornada de Estomatologia – São Paulo (SP) 17 e 18 de Agosto de 2012 2 IV Congresso Paulista de Otorrinolaringologia – São Paulo (SP) 20 de Agosto de 2012 a 4 de Fevereiro de 2013 2 Otomaster – São Paulo (SP) 22 a 24 de Agosto de 2012 2 83º Curso Teórico-Prático de Cirurgia Micro-Endoscópica Naso-Sinusal e XII Curso de Dissecção em “S.I.M.O.N.T.” (Sinus Model Otorhino Neuro Trainer) – São Paulo (SP)

22 e 23 de Agosto de 2012 2 XXVIII Curso de Micronatomia Cirúrgica do Osso Temporal – Curso de Técnicas Cirúrgicas: da Otite Média à Cirurgia de Base do Crânio e Soluções Eletrônicas para a Perda Auditiva – Curso Teórico-Prático – São Paulo (SP)

23 e 24 de Agosto de 2012 2 Curso Disfagia Teórico e Prático - São Paulo (SP) 23 a 25 de Agosto de 2012 2 VIII Workshop de Rinoplastia – Lajeado (RS) 24 e 25 de Agosto de 2012 2 VII Curso Potenciais Evocados Auditivos: Curso Teórico-Prático – São Paulo (SP) 25 de Agosto de 2012 2 PPA – Projeto Próteses Auditivas – Aspectos Práticos para o Otorrinolaringologista – Belo Horizonte (MG)

25 de Agosto de 2012 2 PROar – Programa de Atualização em Rinossinusite – Santo André (SP) 27 e 28 de Agosto de 2012 2 VI Curso de Otoneurologia Básica – Princípios e Prática – São Paulo (SP) 27 de Agosto a 1º de Setembro de 2012 2 X World Congress on Sleep Apnea – Roma (Itália) 28 de Agosto de 2012 2 OTOWEB – Brasil 29 a 31 de Agosto de 2012 2 VI Curso de Interpretação da Eletronistagmografia: Teórica – São Paulo (SP) 30 de Agosto de 2012 2 Educação Continuada em Cirurgia Crânio Maxilo-Facial – Curitiba (PR) 30 de Agosto a 1º de Setembro de 2012 2 Potenciais Evocados Auditivos – Santa Maria (RS) 14 e 15 de Setembro de 2012 2 IV Curso de Atualização de Próteses Auditivas da Teoria à Prática da FMUSP – São Paulo (SP) 19 e 20 de Setembro de 2012 2 I NOSE – Cirurgias Endoscópicas Endonasais Ao Vivo – São Paulo (SP) 20 e 21 de Setembro de 2012 2 IX Curso Teórico Prático de Distúrbios da Deglutição e Refluxo Laringofaríngeo – São Paulo (SP) 20 a 22 de Setembro de 2012 2 6º Curso Prático de Rinoplastia – Curitiba (PR) 21 e 22 de Setembro de 2012 2 XXII Jornada de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e VIII Jornada de Otorrinolaringologia da FORL-MG – Uberaba (MG)

21 e 22 de Setembro de 2012 2 Curso de Cirurgia Endoscópica Nasal e dos Seios Paranasais do HCFMRP-USP – Ribeirão Preto (SP)

Mais informações você pode conferir no site www.aborlccf.org.br/conteudo/eventos

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MATÉRIA

DE CAPA

Uma história viva e...

Eternizada U

Albernaz (1982-1984); Eduardo Lang, representando seu pai, o Dr. Rudolf Lang (1984-1986), in memorian; Dr. Nelson Cruz Filho, representando o Dr. Nelson Álvares Cruz (1986-1988), in memorian; Dr. Roberto Martinho da Rocha (1988-1990); Dr. José Antônio A. de Oliveira (1990-1992); Dr. Paulo Augusto de Lima Pontes (1992-1994 e 1994-1996); Dr. Marcos Mocellin (1996-1998); Dr. José Victor Maniglia (2002-2005); Dr. Richard Louis Voegels (2005-2008); Dr. Ricardo Ferreira Bento (2008-2010) e Dr. José Eduardo Lutaif Dolci (2011).

PAULO VARGAS

m encontro histórico. Assim pode ser resumido o evento realizado no dia 29 de junho, na sede da ABORL-CCF. A inauguração da galeria de ex-presidentes recebeu as ilustres presenças daqueles que conduziram a Associação ao longo de 33 anos, homenageando o passado e eternizando nas paredes da casa o trabalho de todos aqueles que já presidiram a ABORL-CCF. Compareceram à cerimônia o Dr. Gabriel Kuhl, representando seu pai, o Dr. Ivo Adolpho Kuhl (1981-1982), in memorian; Dr. Pedro Luiz Mangabeira

ABORL-CCF inaugura galeria de ex-presidentes para homenagear os grandes nomes da otorrinolaringologia que já estiveram à frente da Associação

I Ex-presidentes e familiares representantes

Os Drs. Hélio Hungria Hoffbauer (1979-1980), in memorian, e Luc Louis Maurice Weckx (1999-2000 e 2000-2002), também foram lembrados e homenageados pelos presentes.

Além dos convidados especiais, presença do atual presidente da ABORL-CCF, Dr. Marcelo Hueb - idealizador e responsável pela inauguração da galeria, e de membros da atual diretoria, funcionários da ABORL-CCF, amigos e familiares dos presentes.

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CERIMÔNIA DE INAUGURAÇÃO

PAULO VARGAS

O coordenador do Comitê de História da ORL da ABORL-CCF, Dr. Roberto Meirelles, foi o mestre de cerimônias, e, mesmo disfônico, não deixou de elogiar a iniciativa de homenagear todos aqueles que dedicaram parte de sua vida em prol da otorrino. “É com muito prazer que estamos recebendo todos vocês aqui hoje: a essência da sociedade brasileira de otorrino”, disse.

I Drs. Roberto Meirelles e Marcelo Hueb durante abertura da cerimônia

os Drs. Agricio Crespo (2013) e Fernando Ganança (2014) para estarem ao seu lado durante a cerimônia, representando a continuidade da Associação.

Marcelo Hueb falou sobre a criação do Comitê de História da ORL na gestão do presidente Ricardo Bento, as ricas publicações da história da otorrinolaringologia, e também sobre a criação do Comitê de Planejamento Estratégico e Estatutário, para homenagear os eternos presidentes da ABORL-CCF.

PAULO VARGAS

Na sequência, o presidente da ABORL-CCF teve a palavra, falando da enorme satisfação de receber os amigos na sede da Associação. O Dr. Marcelo Hueb falou da honra e responsabilidade de representar a entidade. “O peso de sucedê-los é muito grande, e a nossa gestão espera fazer honrar tudo o que vocês fizeram até aqui por nós. O caminho que está sendo criado hoje é espelho e fruto do trabalho de todos os presentes neste encontro”, disse. Ele convidou

IPresidente da ABORL-CCF mostra publicações sobre história da ORL

Antes de passar a palavra ao Dr. Ricardo Bento (20082010), Hueb terminou seu discurso dizendo que tudo o que foi feito para trás e tudo o que será feito para frente, só foi e será possível graças ao trabalho de uma unidade. “Esta unidade foi conquistada com sofrimento, luta e dificuldades, que foram totalmente superadas. Trabalhamos e discutimos todos os assuntos juntos, com o intuito de mostrar que a nossa Associação é isso: cada um fazendo o caminho do próximo”, terminou emocionado.

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PAULO VARGAS

Em seguida, Bento complementou o discurso de Hueb, dizendo que o espírito de trabalho da Associação é exatamente o de continuidade. “Pude acompanhar a sociedade desde a gestão do Dr. Ivo Kuhl, e sou testemunha de como ela cresceu. Hoje somos, sem dúvida, a mais forte Associação dentre as Associações médicas brasileiras”, disse. E completou: “A força da nossa sociedade veio de vocês, aqueles que nos antecederam e estruturaram a sociedade para que culminasse no que somos hoje”.

PAULO VARGAS

IDiscurso do ex-presidente da ABORL-CCF, Dr. Ricardo Bento

O Dr. Marcelo Tepedino, presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) foi chamado à frente para convidar a todos para a cerimônia de entrega do prêmio Rudolf Lang, que será concedido ao Dr. Roberto Martinho da Rocha durante o pré-congresso de Otites Médias, em Recife.

Encerrando a abertura do evento, o Dr. Marcelo Hueb agradeceu a todos, lendo um famoso poema:

PAULO VARGAS

“O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”

IDr. Marcelo Hueb declama poema

Por fim, os convidados se direcionaram até a galeria de fotos, na qual o Dr. Marcelo Hueb foi acompanhado pelos Drs. Roberto Martinho e José Antonio de Oliveira para descerrar a cortina de fotografias.

IDr. Roberto Martinho descerra a cortina da galeria de ex-presidentes

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HUMORL

O bêbado

eo Guarda D

e tanto ouvir esta história, às vezes acredito ter conhecido os personagens. Mas não os conheci. O fato passou-se antes de eu ter nascido, ou algum tempo após, quando então eu ainda tinha muito pouca idade.

Havia um bêbado em Santa Maria que era uma figura, assim, meio folclórica. Aparecia em muitos lugares, participava como figurante em cenas importantes, paradas, festas de casamento, comícios, coisas deste tipo.

E sempre estava “bebum”.

Não lembro jamais de ter ouvido qualquer coisa a seu respeito que começasse pela expressão: “estando sóbrio...”

No velório, muita gente compareceu. O guardinha era também uma figura popular e muito querido pelas gentes da então “Cidade Ferroviária”.

Por outro lado, havia um guarda noturno, daquelas polícias municipais de antigamente, que fazia a ronda da cidade armado, unicamente, com um cassetete de borracha.

Eis que durante a cerimônia de encomendação quem aparece no velório?

Bons tempos aqueles. Os bandidos santamarienses ainda não tinham acesso a esta parafernália tecnológica usada em guerras ao redor do mundo e pelos meliantes das favelas, especialmente as do Rio de Janeiro.

Pois o guarda, sempre que encontrava o bêbado, prometia que, numa dessas, ia lhe dar um corretivo com o cassetete.

Ameaçava-o brandindo a borracha embora eu não tenha conhecimento de que alguma vez chegasse às vias de fato.

O tempo foi passando e o guarda morreu. De morte morrida. Teve lá um enfarte ou coisa que valha e bateu as botas.

Ele, o bêbado. Vestido com um casaco surrado, uma gravata velha da qual não se sabia a procedência, sobraçando um ramalhete de flores possivelmente colhido de forma fraudulenta em algum jardim da redondeza, chegou à capela na maior elegância que poderia demonstrar.

Bêbado, naturalmente.

Foi se chegando, se chegando, passou por amigos, familiares e conhecidos do sempre lembrado, até que alcançou o caixão.

E foi aí que pronunciou a frase que ficou para sempre nos anais de Santa Maria: - Tu me prometeste borracha e não me deste. Eu te prometo estas flores e não te dou.

Girou nos calcanhares e, tal como outro importante gaúcho, saiu airosamente da capela, para entrar na história.

JOSÉ SELIGMAN

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ARTIGO

MÉDICO

ARQUIVO PESSOAL

Disfonia

o que altera o prognóstico do tratamento da doença.

Torna-se, por isso, muito importante que, na ausência de infecções do trato respiratório superior, qualquer paciente com disfonia persistente por mais de 2 semanas passe por uma avaliação minuciosa.

As disfonias orgânicas são aquelas cuja a lesão responsável pela disfonia tem causa que independe da produção vocal, por exemplo: paralisias laríngeas, carcinoma laríngeo, papilomatose. As disfonias funcionais ocorrem quando há o uso abusivo ou inadequado da voz gerando a disfonia (desequilíbrios funcionais do aparelho fonador, causados por distúrbios comportamentais). As disfonias orgânico-funcionais incluem as lesões geradas no aparelho fonador decorrentes do uso inadequado da voz, por exemplo: nódulos, pólipos, granulomas (Figura 1).

ARQUIVO PESSOAL

Por Allex Itar Ogawa

DEFINIÇÃO A disfonia é definida como qualquer perturbação da voz manifesta por rouquidão ou outros defeitos da fonação devido a causas orgânicas, funcionais ou psíquicas. O termo disfonia não pode ser utilizado como sinônimo de alteração da voz, diferenciando-se, dessa forma, dos distúrbios de ressonância (relativos à cavidade nasal e à função velofaríngea), de respiração (incoordenação ou falta de suporte respiratório), de articulação (língua, lábio, músculos da mandíbula) e de variação de intensidade.

As disfonias podem ser classificadas de acordo com a sua intensidade em leve, moderada, grave e afonia ou, mais comumente, pela sua etiologia em orgânicas, funcionais e orgânico-funcionais.

EPIDEMIOLOGIA A prevalência de disfonia varia de acordo com a idade, profissão, origem dos indivíduos (institucionalizados ou não), etc. Estudos epidemiológicos sobre disfonia na população adulta geral são raros. Os estudos mostram, de uma forma geral, que: 29,9% já apresentaram disfonia em algum momento da vida e 6,6% no momento da pesquisa; 20% dos pacientes institucionalizados tem a queixa de disfonia; 6% das crianças em idade escolar apresentam disfonia; comparandose professores com profissionais de outras categorias encontram-se valores de 51,4% e 25,9%, respectivamente, para disfonia.

Os principais fatores associados nos estudos foram de IVAS, alta demanda vocal e refluxo gastroesofágico.

ETIOLOGIA As causas de disfonia são muitas e variam desde um simples resfriado comum até tumores malignos. A importância dessa queixa se deve à possibilidade do diagnóstico precoce de tumores malignos da laringe,

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IFigura 1. Classificação Etiológica das Disfonias

QUADRO CLÍNICO A visibilização clara da lesão laríngea nem sempre é fácil no exame físico. É essencial, portanto, que o exame laríngeo seja complementado pela análise vocal e pelo histórico médico.

Dentro da análise vocal, o instrumento de avaliação vocal perceptivo-auditivo mais amplamente utilizado, é a escala GRBASH. A partir desta escala abre-se a possibilidade de se focar em algumas doenças.

• Grade (grau); • Rough (rouquidão): nódulos, doença do refluxo gastroesofágico; • Breath (soprosidade): paralisias laríngeas, disfonia funcional; • Asthenia (astenia): miastenia, disfonia functional, presbifonia; • Strain (tensão): disfonia espasmódica, disfonia por tensão muscular; • Harsh (aspereza): alterações estruturais mínimas (AEM).

O histórico médico aumenta o grau de suspeição clínica pela ocorrência aumentada de determinadas patologias nas diferentes situações clínicas:

GRUPO DE VOZ/HCFMUSP

• Criança com abuso vocal e disfonia intermitente: nódulos vocais; • Criança com disfonia não progressiva e desde o nascimento: AEM; • Criança com disfonia progressiva: papilomatose laríngea (Figura 2); • Tabagismo: Edema de Reinke ou lesões neoplásicas; • Cirurgias prévias (tireóide, esôfago, traquéia, mediastino): paralisias laríngeas; • Hemoptise: aumenta a probabilidade no disfônico de lesão neoplásica.

GRUPO DE VOZ/HCFMUSP

IFigura 3. Laringoestroboscopia: cisto na corda vocal direita e sulco vocal à esquerda

TRATAMENTO

IFigura 2. Papilomatose laríngea infantil

VIDEOENDOSCOPIA DA LARINGE A visualização da laringe, em especial a das cordas vocais, é fundamental no algoritmo de atendimento ao paciente disfônico. Há uma grande variedade de exames: do espelho de Garcia à câmera ultra-rápida (highspeed). As ferramentas mais comuns e relevantes para a avaliação da laringe incluem a nasofibrolaringoscopia para análise dinâmica das cordas vocais e a laringoestroboscopia para análise da vibração das cordas vocais.

Os parâmetros da laringoestroboscopia são (Figura 3):

• Periodicidade: avalia o sincronismo entre o ciclo e os pulsos luminosos. Na ausência de periodicidade, a avaliação da onda mucosa fica comprometida; • Onda mucosa: avalia a propagação (de baixo para cima) das cordas vocais; • Simetria de fase: avalia a simetria da propagação da onda mucosa entre as cordas vocais; • Simetria de amplitude: avalia a simetria da extensão da excursão lateral da corda vocal durante o seu movimento; • Rigidez: avalia a área com comprometimento da mucosa (fibrose, radioterapia, infecção, sulco vocal, tumores ou edema); • Fechamento glótico: avalia a presença de fenda glótica.

A prevenção da disfonia é alcançada com o repouso vocal, hidratação, posicionamento corporal e fonação em ambientes não ruidosos. Para os profissionais da voz, técnicas de aquecimento e desaquecimento são imprescindíveis.

Muitas vezes, os problemas de voz requerem tempo e dedicação dos profissionais que lidam diretamente com esse tipo de alteração, normalmente otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos. Algumas vezes, o auxílio de outros profissionais como pediatras, psicólogos, neurologistas e odontólogos, entre outros, faz-se indispensável. Logo, para cada diferente diagnóstico, o tratamento deve ser individualizado. Como linhas gerais temos:

• Nódulos vocais: fonoterapia; • Pólipos vocais: cirurgia, seguido de fonoterapia; • Edema de Reinke: cessação do tabagismo e cirurgia; • Papilomatose laríngea: cirurgia; • Granulomas vocais: tratamento anti-refluxo, aplicação de toxina botulínica e/ou cirurgia; • Cistos epidérmicos vocais: cirurgia, seguido de fonoterapia; • Sulcos vocais: fonoterapia; • Doença do refluxo gastroesofágicos: comportamental e medicamentoso; • Disfonia funcional: fonoterapia; • Paralisias laríngeas: fonoterapia e/ou cirurgia.

Como podemos observar, é fundamental que o otorrinolaringologista busque a causa etiológica favorecendo o diagnóstico e atribuindo ao achado de seu exame causas funcionais, orgânicas ou orgânico-funcionais, devendo o mesmo ter habilidade para integrar suas dimensões perceptivas, acústicas, fisiológicas e psicológicas durante a sua avaliação.

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ESPECIAL CAMINHOS DA ORL

AVANÇANDO FORTE PELO CAMINHO...

Sucesso absoluto de público e mídia, a campanha “Caminhos da ORL” já recebeu mais de 80 mil visitações pelas 10 cidades por onde passou. Confira os últimos passos desta grande ação de conscientização popular!

E

m pouco mais de três meses de estrada, a campanha “Caminhos da ORL” já registra números surpreendentes, sob todos os aspectos. Desde a primeira etapa, no Rio de Janeiro, foram 4.138 quilômetros percorridos, mais de 80 mil assinaturas contabilizadas nos livros de presença e cerca de 3 mil matérias veiculadas nos maiores e mais concorridos canais de imprensa do país.

Para o idealizador e coordenador do evento, Dr. Marcelo Hueb, presidente da ABORL-CCF, atingir este patamar é uma conquista não só para a classe otorrinolaringológica, representada pela Associação brasileira, mas

para toda a população. “Desde já, agradeço aos colegas otorrinolaringologistas que nos prestigiaram, aos residentes e acadêmicos que nos prestaram apoio, a toda nossa equipe e aos visitantes dos eventos, que estão fazendo dessa iniciativa um grande marco para a especialidade”, disse.

Até o seu encerramento, em novembro, a campanha “Caminhos da ORL” ainda passará por sete cidades brasileiras. E o comandante da expedição é otimista: “Estamos cada vez mais perto de alcançar nosso objetivo, que é realizar uma das maiores campanhas de conscientização popular que já existiram”, finalizou Hueb.

MARTA LANZONI

MARTA LANZONI

CAMPINAS (SP)

IInfláveis gigantes

instalados na Praça Arautos da Paz

IEquipe de coordenadores e residentes da etapa de Campinas (SP)

Abrindo a segunda fase da campanha “Caminhos da ORL”, Campinas recebeu os gigantes mais famosos do Brasil durante a emenda do feriado de Corpus Christi. Entre os dias 8 a 10 de junho, o evento da ABORL-CCF esteve na praça Arautos da Paz e, mesmo diante de um clima instável, recebeu cerca de 4 mil visitações. Além dos coordenadores nacionais - Dr. Marcelo Hueb, presidente da ABORL-CCF e Dr. Fábio Lorenzetti, assessor de coordenação, a ação teve coordenação local do vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Agricio Crespo. A sexta etapa da Campanha também contou com o apoio de 15 médicos residentes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e foi assunto na mídia em veículos de grande repercussão, como a TV Band, o jornal Correio Popular e os portais Terra e G1 (Globo).

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Depois de passar por sete locais, a campanha “Caminhos da ORL” finalmente chegou a Uberaba, cidade do seu idealizador e coordenador, Dr. Marcelo Hueb, presidente da ABORL-CCF. Entre os dias 22 a 24 de junho, os gigantes incrementaram a bela paisagem do parque Fernando Costa - ABCZ, conhecido nacionalmente. Um dia antes do início da etapa, a carreta da ORL percorreu as principais avenidas de Uberaba, convidando a população para conhecer a exposição. A passagem pela cidade do Triângulo Mineiro recebeu cerca de 4.500 visitações, dentre elas muitas crianças e idosos, mostrando que a campanha encanta os públicos de todas as idades. A mídia local deu grande destaque à ação, com matérias na TV Globo (Integração), TV Band, Jornal de Uberaba, Jornal da Manhã e Radio Vitoriosa.

MARTA LANZONI

MARTA LANZONI

UBERABA (MG)

CAROLINE BORGES

IDrs. Godofredo Borges, Fabrízio Romano e Fábio Lorenzetti

ICarreta da campanha “Caminhos da ORL” percorre Uberaba convidando a população

IColégio visita a campanha MARTA LANZONI

em Sorocaba

SOROCABA (SP) A sétima etapa da “Caminhos da ORL” aconteceu em Sorocaba, interior de São Paulo, nos dias 15 e 16 de junho. O evento realizado na praça do Campolim teve a coordenação do diretor secretário geral da ABORL-CCF, Dr. Fábio Lorenzetti, que também é assistente de coordenação em âmbito nacional. Nos dois dias de campanha foram cerca de 3.500 visitações. O Diário de Sorocaba, um dos principais veículos da cidade, deu destaque na capa sobre a exposição, que também foi noticiada no SBT, nas rádios Jovem Pan e Bandeirantes, nos jornais Cruzeiro do Sul e Ipanema e no portal Globo.com (G1).

IA equipe do asilo Santo Antônio também prestigiou o evento na ABCZ

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RIBEIRÃO PRETO (SP)

IPopulação recebe medição acústica na etapa de Goiânia

MARTA LANZONI

MARTA LANZONI

A passagem da “Caminhos da ORL” por Ribeirão Preto reuniu o maior público desta segunda fase da campanha. Entre os dias 6 a 8 de junho, a praça XV de Novembro recebeu o ouvido, o nariz e a boca gigantes, e cerca de 8 mil visitantes, sendo 3 mil pessoas somente no primeiro dia de evento.

Além dos coordenadores nacionais, a etapa teve a coordenação local do Dr. Marcelo Piza e da Dra. Wilma Terezinha Anselmo-Lima. Assim como nos outros eventos, a exposição ganhou espaço na mídia local, sendo noticiada na TV Globo, TVRP, TV Clube, TV Thati, jornal A Cidade e rádio 79 FM.

GOIÂNIA (GO)

MARTA LANZONI

ESPECIAL CAMINHOS DA ORL

ICrianças testam o olfato no parque Flamboyant

MARTA LANZONI

IRibeirão Preto recebeu a Campanha “Caminhos da ORL” com um final de semana de muito sol

Goiânia foi mais uma etapa muito bem sucedida da campanha da ABORL-CCF, que aconteceu entre os dias 20 a 22 de junho. Durante o mês de férias estudantis, o público da etapa foi predominante de crianças, que ficaram maravilhadas com o evento e suas atrações. Na décima parada da campanha, os infláveis gigantes movimentaram o parque Flamboyant, registrando cerca de 6 mil visitações. A campanha foi coordenada pela Dra. Melissa Ameloti e também chamou a atenção da mídia local, com duas entradas ao vivo na TV Globo (Rede Anhanguera), nos programas “Bom Dia GO” e “JA 1ª Edição”, no SBT, TV Band, TV Cultura, jornal Diário da Manhã e nas rádios Jornal e CBN.

I Coordenador nacional da campanha, Dr. Marcelo Hueb em entrevista à rede Globo

REDES SOCIAIS PRÓXIMOS DESTINOS A campanha “Caminhos da ORL” ainda viajará por sete cidades, de seis estados e o Distrito Federal: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PE), onde encerrará suas atividades na ocasião do 42º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial da ABORL-CCF. Confira roteiro e datas das exposições no site oficial da Campanha: caminhosdaorl.org.br/roteiro.asp

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Siga os perfis da Campanha no FB e TT, e confira os vídeos no canal oficial da ABORL-CCF no YouTube: facebook.com/caminhosdaorl youtube.com/aborlccf

Assista ao resumo das duas primeiras fases da “Caminhos da ORL”!

twitter.com/caminhosorl

*Para tratamento dos sintomas nasais da rinite alérgica.

Para adultos e crianças a partir de 2 anos de idade.*1

Dispositivo inovador 2 Fácil de usar 2 Bem tolerado em pacientes a partir de 2 anos *2,3

Avamys® furoato de fluticasona Apresentação: Avamys® é apresentado em spray nasal contendo 120 doses. Avamys® é um corticosteroide com potente ação anti-inflamatória. Composição: cada dose (1 jato) contém: furoato de fluticasona 27,5 mcg, excipiente q.s.p. 1 dose. Excipientes: glicose anidra, celulose dispersível, polissorbato 80, solução de cloreto de benzalcônio, edetato dissódico e água purificada. Indicações: Adultos e Adolescentes (a partir de 12 anos de idade): tratamento dos sintomas nasais (rinorreia, congestão nasal, prurido nasal e espirros) e sintomas oculares (prurido/ardência, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos) de rinite alérgica sazonal.

Tratamento dos sintomas nasais (rinorreia, congestão nasal, prurido nasal e espirros) de rinite alérgica crônica. Crianças (2 a 11 anos): tratamento dos sintomas nasais (rinorreia, congestão nasal, prurido nasal e espirros) de rinite alérgica sazonal e crônica. Posologia: Avamys® somente deve ser administrado por via nasal.

Para benefício terapêutico completo, recomenda-se o uso regular. Podem ser necessários vários dias de tratamento para benefício máximo. O início de ação foi observado 8 horas após a administração inicial. Uma ausência de efeito imediato deve ser explicada ao paciente. Adultos e Adolescentes (a partir de 12 anos de idade): dose inicial recomendada: dois jatos em cada narina, uma vez ao dia. Alcançado o controle adequado dos sintomas, a redução da dose para um jato em cada narina uma vez ao dia pode ser eficaz para manutenção. Crianças (2 a 11 anos de idade): dose inicial recomendada: um jato em cada narina, uma vez ao dia. Os pacientes que não reagirem adequadamente à dose inicial podem usar dois jatos em cada narina uma vez ao dia. Atingido o controle dos sintomas, a redução da dose para um jato em cada narina uma vez ao dia é recomendada. Precauções: não é necessário qualquer ajuste da dose em pacientes idosos, com insuficiência renal ou insuficiência hepática leve a moderada. Pacientes com doença hepática grave devem ser controlados cuidadosamente quando em uso de furoato de fluticasona. O furoato de fluticasona é metabolizado pela enzima CYP3A4. A coadministração com ritonavir não é recomendada, devido ao risco potencial de aumento da exposição sistêmica ao furoato de fluticasona. Efeitos sistêmicos com corticosteroides nasais foram relatados, particularmente em doses elevadas prescritas por períodos prolongados. Esses efeitos são muito menos prováveis de ocorrer com corticosteroides nasais do que com corticosteroides orais e podem variar em cada indivíduo e entre diferentes formulações de corticosteroides. Redução na velocidade de crescimento foi observada em crianças tratadas com 110 mcg de furoato de fluticasona por dia, durante um ano. Portanto, crianças devem ser tratadas com a menor dose necessária para o controle adequado dos sintomas. Como com outros corticosteroides intranasais, os médicos devem estar alertas para seus potenciais efeitos sistêmicos, incluindo alterações oculares. Gravidez e lactação: não estão disponíveis dados adequados com relação ao uso de Avamys® durante a gravidez e a lactação em seres humanos. Avamys® somente deve ser usado na gravidez se os benefícios para a mãe forem superiores aos riscos potenciais para o feto. Após a administração intranasal de Avamys® na dose humana máxima recomendada (110 mcg/dia), as concentrações plasmáticas de furoato de fluticasona foram tipicamente não quantificáveis e, portanto, prevê-se que o potencial para toxicidade reprodutiva seja muito baixo. A excreção de furoato de fluticasona no leite materno humano não foi investigada. Capacidade de dirigir/operar máquinas: não há razões para prever um efeito sobre a capacidade de dirigir ou operar máquinas com Avamys®. Contraindicações: é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos ingredientes do produto.

Interações medicamentosas: não foram observadas interações entre Avamys® e outros medicamentos nos estudos realizados. Reações adversas: Muito comuns: epistaxe. Em adultos e adolescentes, a incidência de epistaxe foi mais alta no uso de longa duração (mais de 6 semanas) do que no uso de curta duração (até 6 semanas). Em estudos clínicos pediátricos de até 12 semanas de duração, a incidência de epistaxe foi similar entre Avamys® e placebo. Comuns: ulceração nasal, cefaleia. Incomuns: rinalgia, desconforto nasal (incluindo queimação, irritação e dor nasal), ressecamento nasal. Raras: reações de hipersensibilidade que incluem anafilaxia, angioedema, rash e urticária. Não conhecidas: retardo no crescimento em crianças. Em um estudo clínico de um ano avaliando-se o crescimento de crianças pré-púberes que receberam 110 mcg de furoato de fluticasona uma vez/dia, uma diferença média de -0,27 cm por ano na velocidade de crescimento foi observada em comparação com placebo. Superdosagem: em um estudo de biodisponibilidade, doses intranasais de até 24 vezes a dose diária recomendada para adultos foram estudadas durante três dias, sem que nenhum efeito sistêmico adverso fosse observado. É improvável que a superdosagem aguda exija qualquer tratamento além de observação. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Reg. MS: 1.0107.0271. mBL_Avamys_spr_GDS08_IPI07_v7.

A bula completa do medicamento e outras informações estão à disposição, sob solicitação ao Serviço de Informação Médica (0800 701 2233 ou sim.brasil@gsk.com).

Referências bibliográficas: 1. AVAMYS® (furoato de fluticasona). Bula do produto. 2. BERGER, WE. et al. Intranasal corticosteroids: the development of a drug delivery device for fluticasone furoate as a potential step toward improved compliance. Expert Opin Drug Deliv, 4(6): 689-701, 2007. 3. SCADDING, GK. et al.

Fluticasone furoate nasal spray consistently and significantly improves both the nasal and ocular symptoms of seasonal allergic rhinitis: a review of the clinical data. Expert Opin Pharmacother, 9(15): 2707-15, 2008.

Avamys® spray nasal é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos ingredientes do produto.

Os dados disponíveis sobre indução e inibição de enzimas indicam que não há base teórica para prever interações metabólicas entre Avamys® e o metabolismo mediado pelo citocromo P450 de outros compostos, em doses intranasais clinicamente relevantes. Portanto, nenhum estudo clínico foi conduzido para investigar interações entre Avamys® e outros fármacos.

Material de divulgação exclusiva para profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos. Recomenda-se a leitura da bula e da monografia do produto antes da prescrição de qualquer medicamento. Mais informações à disposição, sob solicitação ao Serviço de Informação Médica (DDG 0800 701 2233 ou http://www.sim-gsk.com.br).

REPENSE BR/FF/0004/12 – FEV/12

SERVIÇO DE INFORMAÇÃO MÉDICA 0800 701 2233 www.sim-gsk.com.br

www.gsk.com.br Estrada dos Bandeirantes, 8.464 • Jacarepaguá Rio de Janeiro • RJ • CEP 22783-110 CNPJ: 33247743/0001-10 BOLETIM ABORL-CCF JUL_AGO 2012

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ARTIGO

MÉDICO

São os seguintes os objetivos do monitoramento de nervos cranianos:

• Identificar o nervo; • Mapear seu contorno; • Prognóstico sobre a função do nervo no pós-operatório (estímulos de 0.5 mA; identificar possíveis estímulos lesivos deve evocar PA de 800 µV); • Reajustar no trans-operatório a técnica de dissecção; • Refletir sobre a remoção parcial do tumor.

Monitorização Transoperatória de Nervos Cranianos

A

s sequelas decorrentes das lesões dos nervos cranianos por ocasião de cirurgias otorrinolaringológicas, de cabeça e pescoço e de base do crânio, se constituem de complexos infortúnios. Os nervos mais comumente afetados são o facial (VII), o vestíbulococlear (VIII) e os nervos cranianos caudais (IX, X, XI e XII), cujas lesões provocam alteração grotesca da aparência facial e consequente degradação da autoimagem, surdez, zumbido, desequilíbrio e distúrbios da fonação e da deglutição.

Os equipamentos de monitoramento de nervos cranianos disponíveis no mercado nos permitem monitorar os nervos oculomotores (III, IV e VI), trigêmeo (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII). O monitoramento neurofisiológico desses nervos avalia continuamente a atividade eletromiográfica dos músculos inervados por eles através de um sinal gráfico (ociloscópio) e de um sinal acústico. O nervo vestibulococlear (VIII) é monitorado por meio dos equipamentos de BERA. A indicação do monitoramento de nervos passa pelo aspecto médico legal no amparo ao médico, hospital e convênio de saúde, mas ela é realmente importante no que se refere à proteção ao nosso paciente, minimizando, ou mesmo evitando sequelas que comprometeriam sobremaneira a sua qualidade de vida.

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ARQUIVO PESSOAL

Por Luiz Carlos Alves de Sousa

CIRURGIAS QUE DEMANDAM O MONITORAMENTO DO NERVO FACIAL (VII): • Cirurgias da base do crânio • Cirurgia da estenose do CAE • Cirurgias da mastoide • Timpanotomia posterior (implante coclear) • Cirurgia da descompressão do nervo facial • Cirurgia da descompressão do saco endolinfático • Parotidectomia • Cirurgias de trauma da face • Cirurgia da anquilose da ATM

CIRURGIAS QUE DEMANDAM O MONITORAMENTO DO NERVO LARÍNGEO RECORRENTE (X): • Tireoidectomia • Reoperação de tireoidectomia • Bocio mergulhante • Tumores do pescoço

OUTRAS CIRURGIAS QUE REQUEREM MONITORAMENTO DE NERVOS CRANIANOS: • Remoção de neurinomas do foramen jugular (IX, X, XI e XII) • Shunt ventrículo-peritoneal para hidrocéfalo de pressão normal (IV) • Clamp de aneurismas intracerebrais (III) • Exérese de aneurisma de aorta torácica (X)

Provavelmente a mais devastante complicação em uma cirurgia otológica é a injúria inadvertida do nervo facial. O cirurgião otológico deve estar sempre alerta e familiarizado com o percurso do nervo facial e consciente do potencial de injúria sobre ele, mesmo em uma cirurgia trans-canal.

Em 22 pacientes portadores de paralisia facial iatrogênica, que procuraram a clínica Mayo, as lesões ocorreram após timpanoplastia em 3 destes pacientes (14%), também em 3 deles (14%) a paralisia ocorreu após cirurgia para a correção de exostose, o que foi uma surpresa, segundo os autores.

• Em 67 ouvidos submetidos à cirurgia do colesteatoma: 33% (22 ouvidos) apresentaram deiscência do nervo facial. Na vasta maioria das vezes a deiscência estava no segmento timpânico. Estes autores preconizam o monitoramento do facial em cirurgias do colesteatoma.

Fonte: Department of Otorhinolaryngology, Weill College of Medicine of Cornell University, New York 10021, USA. Otol Neurotol. 2001 Mar; 22(2): 129-32.

O monitoramento do nervo facial tem sido de grande importância e preconizado por vários autores em cirurgias da mastoide, sobretudo aquelas realizadas por residentes durante seu período de treinamento. Cabe aqui lembrar que de forma nenhuma o monitoramento do nervo facial substitui o conhecimento da anatomia cirúrgica do osso temporal, daí a importância de frequentar o laboratório de dissecção do osso temporal.

DADOS QUE REFORÇAM A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO DE NERVOS CRANIANOS:

• Em 500 pacientes submetidos à tireoidectomia (213 unilateral e 287 bilateral, com 787 nervos com risco de lesões) 6.6% (33 pacientes) apresentaram paralisia de corda vocal unilateral no pós-operatório.

Fonte: Department of Surgery, University of Hong Kong Medical Centre, Queen Mary Hospital, Pokfulam, People’s Republic of China. Arch Surg. 2000 Feb;135(2):204-7.

Fonte: Department of Otolaryngology--Head and Neck Surgery, Johns Hopkins Medical Institutions, Baltimore, Maryland 21287, USA. Otolaryngol Head Neck Surg. 2012 Mar; 146(3):419-25. Epub 2011 Nov 18.

Nesses últimos 10 anos temos feito de rotina o monitoramento do nervo facial em nossas cirurgias otológicas que demandam esta prática. Não precisamos mais pedir para o paciente ainda torporoso após a reversão anestésica, exibir seu esfíncter oral ou ocular depois da realização de uma cavidade aberta ou timpanotomia posterior. Temos tido ainda a grata oportunidade de colaborar de maneira decisiva com nossos colegas por ocasião de cirurgias da tireoide, parótida e do ângulo ponto-cerebelar com o intuito de preservar os nervos cranianos envolvidos.

• 14 de 128 pacientes (10.9%) apresentaram a síndrome da lágrima de crocodilo, relacionada à lesão do facial (VII), no pósoperatório de cirurgia para remoção de schwannoma vestibular.

Estamos convictos de que o monitoramento dos nervos cranianos deva pertencer ao rol de procedimentos do otorrinolaringologista, sobretudo aquele com prática na otologia e que milita na área da eletrofisiologia da audição.

• 57 de 181 pacientes (31%) apresentaram disfagia no pós-operatório imediato de cirurgias para o tratamento de patologias do ângulo pontocerebelar. 91% desses pacientes disfágicos apresentavam paresia facial (HB 4) 43% dos pacientes sem disfagia apresentaram paresia facial (HB)

Fonte: Department of Neurosurgery, Graduate School of Medical Sciences, Kyushu University, Fukuoka, Japan. J Neurosurg. 2012 May;116(5):1121-5. Epub 2012 Feb 3.

• Em 22 pacientes portadores de paralisia facial iatrogênica as lesões ocorreram após: Mastoidectomia (55%), Timpanoplastia (14%), Correção de Exostose (14%). Em 79% dos pacientes a lesão não foi detectada durante a cirurgia. O local mais frequente de lesão foi o segmento timpânico.

ABORL-CCF recomenda a utilização deste recurso para fins médico-legais e, principalmente, para a proteção dos pacientes e aconselha que o monitoramento dos nervos cranianos deva ficar sob a responsabilidade do médico otorrinolaringologista.

Fonte: Department of Otolaryngology-Head and Neck Surgery, Mayo Clinic Jacksonville, Fla. Laryngoscope. 1994 Aug;104 (8 Pt 1):922-6.

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NOTÍCIAS

ABORL-CCF

RELAÇÃO DOS INSCRITOS PARA AS

ELEIÇÕES GERAIS DA ABORL-CCF

D

e acordo com o Edital das Eleições Gerais da ABORL-CCF, foi realizada na manhã de 20 de julho, uma reunião com o Colégio Eleitoral para definição da ordem dos candidatos inscritos para as próximas eleições da Associação.

O processo eleitoral acontecerá de 22 de outubro a 5 de novembro, por meio de voto eletrônico. As eleições definirão o Diretor Segundo Vice-Presidente para o ano de 2013, Membros das Comissões Permanentes (Renovação de 1/3 das Comissões Atuais), além de um Representante Distrital para cada uma das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nas Comissões Permanentes.

Os resultados serão proclamados e referendados na Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 15 de novembro de 2012, na ocasião do 42º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, em Recife. Confira a ordem dos inscritos, definida mediante sorteio público, na presença da auditoria externa, colégio eleitoral e setor jurídico da ABORL-CCF:

DIRETOR SEGUNDO VICE-PRESIDENTE 2013

Sady Selaimen da Costa

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Carlos Augusto Costa Pires Oliveira

Renovação de 1/3 dos Membros das Comissões Permanentes EVENTOS E CURSOS:

Lucas Gomes Patrocínio

Carlos Augusto Correia de Campos

José Eduardo de Sá Pedroso

Thais Knoll Ribeiro

Fabrízio Ricci Romano

Ronaldo Frizzarini

ÉTICA E DISCIPLINA:

Ulisses José Ribeiro

RESIDÊNCIA E TREINAMENTO:

Eduardo Landini Lutaif Dolci

Ektor Tsuneo Onishi

Ali Mahmoud

Eduardo Macoto Kosugi

Fábio Tadeu Moura Lorenzetti

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Tร TULO DE ESPECIALISTA:

Fernando Danelon Leonhardt

Rodrigo de Paiva Tangerina

Luiz Antonio Prata de Figueiredo

Graziela de Souza Queiroz Martins

Tatiana Regina Teles Abdo

Rodolfo Alexander Scalia

Christiano de Giacomo Carneiro

Paula Angelica Lorenzon Silveira

Daniel Mochida Okada

Renata Ribeiro de Mendonรงa Pilan

Rita de Cassia Soler

Fernando Veiga Angelico Jr.

Ana Cristina Kfouri Camargo

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DEFESA PROFISSIONAL:

Carlos Augusto Ferreira de Araujo

Eduardo Baptistella

Jorge da Cunha Barbosa Leite

Braz Nicodemo Neto

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA:

Arnaldo Guilherme Braga Tamiso

Marcos Luiz Antunes

Diderot Rodrigues Parreira

COMUNICAÇÕES:

Maria Dantas Costa Lima Godoy

Allex Itar Ogawa

Marco Antonio dos Anjos Corvo

Adriano Sérgio Freire Meira

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COMISSÃO DO BRAZILIAN JOURNAL OF OTORHINOLARYNGOLOGY:

Eulalia Sakano

Fayez Bahmad Jr

Representante Distrital para Comissões Permanentes EVENTOS E CURSOS:

Eduardo Santos dos Santos (Região Norte)

Regiões Nordeste/Sul/Sudeste/Centro-Oeste não houve inscritos

ÉTICA E DISCIPLINA: Não houve inscritos para nenhuma das regiões

RESIDÊNCIA E TREINAMENTO: Não houve inscritos para nenhuma das regiões

TÍTULO DE ESPECIALISTA: Não houve inscritos para nenhuma das regiões

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DEFESA PROFISSIONAL:

Bruno Almeida Antunes Rossini (Região Sudeste)

Maria Cristina Cento Fanti (Região Centro-Oeste)

Regiões Norte/Nordeste/Sul não houve inscritos

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA:

Rodrigo de Paula Santos (Região Sudeste)

Melissa Ameloti Gomes Avelino (Região Centro-Oeste)

Regiões Norte/Nordeste/Sul não houve inscritos

COMUNICAÇÕES:

Vinicius Magalhaes Suguri (Região Sudeste)

Renato Marinho Correia (Região Centro-Oeste)

Regiões Norte/Nordeste/Sul não houve inscritos

COMISSÃO DO BRAZILIAN JOURNAL OF OTORHINOLARYNGOLOGY: De acordo com o Estatuto, para esta comissão não há representantes distritais.

Os minicurrículos e plataformas dos candidatos estão disponíveis no site da ABORL-CCF: http://www.aborlccf.org.br/conteudo/secao.asp?s=139

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HISTÓRIA DA ORL

A história da ORL e da Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA PAULO VARGAS

O texto original foi escrito em conjunto com Eduardo Moraes Baleeiro.

Por Hélio Andrade Lessa

A

criação da Faculdade de Medicina da Bahia em 1808, inicialmente denominada Escola de Cirurgia, funcionou no antigo Colégio dos Jesuítas, a partir de 1816, sendo denominada de Faculdade de Medicina da Bahia, em 1832. Nesta época, funcionava não mais no Terreiro de Jesus, mas no Hospital São Cristóvão (da Caridade), pertencente à Santa Casa de Misericórdia.

As cadeiras básicas voltaram com o tempo ao prédio do Terreiro de Jesus, porém, as clínico-cirúrgicas permaneceram no Hospital Santa Izabel da Santa Casa de Misericórdia até 1949, inauguração do Hospital das Clínicas. A história da disciplina de Otorrinolaringologia tem como marco inicial a criação dessa cadeira em 1912 e a aprovação do Prof. Eduardo de Moraes como professor catedrático. A disciplina teve três ciclos bem distintos, marcados pelos seus chefes, os professores Eduardo de Moraes, Carlos de Moraes e Hélio Lessa.

O Prof. Eduardo de Moraes, formado na Faculdade de Medicina da Bahia, especializou-se em otorrinolaringologia na Europa. Seu longo treinamento profissional o capacitou a dominar a prática dos diversos setores da especialidade, sendo o pioneiro no Brasil em inúmeras técnicas e procedimentos.

Como professor, notabilizou-se por sua capacidade didática na disciplina e nos inúmeros cursos e congressos que par-

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ticipava. Assim, se tornou um dos maiores vultos da especialidade na América do Sul e logo se projetaria como chefe de uma escola que seria consagrada como a Escola Baiana de Otorrinolaringologia. Além de pioneira no ensino da ORL, também passou a projetar seus discípulos por todo o país.

Em 1943, foi criada a Associação Bahiana de Medicina, que escolheu o Prof. Eduardo de Moraes como seu primeiro presidente. Meses depois, no apogeu da cátedra e no exercício dessa presidência, o professor veio a falecer, encerrando o primeiro ciclo da história da Otorrinolaringologia.

Com a vacância da cátedra, houve um período de conflito dentro da então unida e coesa Escola Bahiana de Otorrinolaringologia, com o concurso para a escolha do novo catedrático. Os dois disputantes mais competentes eram os Profs.

Carlos Rodrigues de Moraes e Orlando Castro Lima, que tinham grande prestígio e experiência didática. O que decidiu a vitória do Prof. Carlos Moraes foi a prova cirúrgica no cadáver.

O antigo serviço do Prof. Eduardo de Moraes sofreu uma grande cisão e, a partir de 1947, teve início o 2º ciclo da história da Clínica de Otorrinolaringologia da Faculdade. O marco deste período foi a transferência do serviço para o Hospital das Clínicas, hoje Hospital Universitário Professor Edgar Santos, em 1949. A enfermaria funcionaria até a reforma que o hospital sofreria, dando lugar à nova UTI. Sob a regência do Prof. Carlos Moraes, a Clínica de Otorrinolaringologia teve uma grande produção, sendo, durante anos, o segundo ambulatório que mais realizava atendimentos e a disciplina que tinha o maior número de cirurgias naquele hospital. Até a morte de seu pai, o Prof. Eduardo de Moraes, a Clínica Otorrinolaringológica gozava de grande prestígio nacional, porém, o Prof. Carlos Moraes, não conseguiu manter este mesmo conceito. A produção de trabalhos e a participação em congressos científicos foram minguando e, nas décadas de 60 e 70, quando o ensino da especialidade no

Brasil mais evoluía, o ensino na Bahia perdia cada vez mais prestígio. Com a aposentadoria e morte do Prof. Carlos Moraes, durante anos a disciplina continuou na mesma apatia científica.

Na década de 70, passei a frequentar a disciplina, do qual seria coordenador, a partir de 1988. Formado na Faculdade de Medicina da Bahia, realizei especialização fora do estado, sendo aprovado em concurso para residência no serviço de ORL da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e permanecendo até 1969. Realizei bolsa de estudo no final do período, como professor da Universidade de Chicago.

Em 1973 retornei à Bahia, ingressando inicialmente como professor voluntário no Serviço de Otorrinolaringologia da UFBA. Em 1975, realizei concurso para professor auxiliar de ensino e, uma vez empossado, pude dar início ao 3º ciclo da história da Clínica de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFBa, tornando-se seu coordenador a partir de 1988, por indicação dos colegas de clínica e, em especial, do coordenador do serviço na época, Prof.

Carlos Germano Tim do Prado Monte.

Em recente visita da Comissão Nacional de Residência Médica da ABORL-CCF, o Programa de Residência Médica da UFBA foi classificado entre as oito melhores residências do país. Também em levantamento das cirurgias realizadas no Complexo Hospital Prof. Edgard Santos, a Otorrinolaringologia, em 2006, voltou a ser o serviço que mais operou no centro cirúrgico geral.

Contando apenas com um pequeno quadro docente e com a permanente ajuda do quadro voluntário, a disciplina voltou a gozar do respeito e merecimento científico, reconhecido dentro da Faculdade e no âmbito da otorrinolaringologia nacional como a mais importante do nordeste e uma das mais respeitadas do país.

Com minha aposentadoria pela compulsória, o Prof. Marcus Miranda Lessa assumiu a Coordenadoria da Residência Médica; o Prof. Edson Bastos, a Chefia da Disciplina da Faculdade e o Dr. Álvaro Muiños Andrade, a Chefia da Clínica no Hospital Universitário Prof. Edgard Santos. A disciplina de Otorrinolaringologia na Bahia continua progredindo sob a liderança dos professores citados, consolidando cada vez mais o seu prestígio.

UFBA QUIVO FMBCREDITO AR

Por meio de reuniões oficiais da disciplina, lutei para conseguir novos leitos, e, em 1992, incrementei a pós-graduação, com a criação do Programa de Residência Médica em Otorrinolaringologia, voltando ao prestígio nacional, como a mais importante do nordeste e referência na Bahia, escolhida pelos primeiros colocados no concurso para residência médica do COREME e reconhecida pelo MEC.

A produção de trabalhos e a participação em cursos e congressos regionais e nacionais também voltaram a crescer.

Nossa luta constante permitiu o reaparelhamento progressivo na área de material cirúrgico, e, fruto desse esforço, a disciplina passou a contar também com material audiovisual para as atividades de graduação e pós-graduação.

Terreiro Medicina no I A Escola de

de Jesus

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NOTÍCIAS

ABORL-CCF

EVENTOS CIENTÍFICOS

marcam os meses de junho e julho A cidade de Caldas Novas (GO) sediou de 15 a 17 de junho o III Congresso Goiano de ORL. O evento recebeu muitos convidados do próprio estado, Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A comissão científica trouxe abordagens em otologia, cirurgias endoscópicas naso-sinusais, otorrinopediatria, estética cérvico-facial, ronco e apneia do sono, avaliação endoscópica ambulatorial em ORL, refluxo gastroesofágico, entre outros. De acordo com a coordenadora geral do congresso, Dra. Maria Cristina Cento Fanti, as palestras tiveram elevado nível científico: “Nossos convidados se desdobraram para nos trazer o melhor, enriquecendo muito o nosso evento”, disse.

Para a coordenadora, os convidados foram fundamentais para o sucesso do congresso. Maria Cristina agradeceu ao presidente da ABORL-CCF pelo apoio desde o primeiro evento da Associação Goiana, mencionando que o mesmo é praticamente um membro das comissões organizadoras destas reuniões. A palestra de abertura do evento foi feita pelo Dr. Marcelo Hueb, que falou sobre as perspectivas futuras da ORL nacional.

Na ocasião, os Drs. Paulo Humberto de Siqueira, Rui da Paixão e Souza e João Batista Ferreira foram homenageados pelos 25 anos de dedicação à formação de médicos especialistas pelo serviço de ORL do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.

II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE OTOLOGIA STARKEY No dia 14 de junho, o renomado Prof. Michael Paparella, dos EUA, prestigiou o II Simpósio Internacional de Otologia Starkey. O encontro realizado no Hotel Unique, em São Paulo, também recebeu os Drs. Oleg Froymovich e Hamed Sajjadi como convidados internacionais, assim como otorrinos de diversos estados brasileiros. Celebrando os 10 anos de atividades da Starkey no país, o simpósio compartilhou conhecimentos na área de otologia e promoveu a integração entre seus participantes.

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A programação científica, sob a responsabilidade dos Drs. Marcelo Hueb, presidente da ABORL-CCF e Marcelo Piza, presidente da Comissão de Comunicações da entidade, apresentou painéis e mesas redondas, abrangendo temas como otite média, timpanomastoidectomias, tratamentos de perfusão transtimpânica, doença de Ménière, avaliação eletrofisiológica e perda auditiva neurossensorial.

Especialista na área de otologia, o Prof. Paparella expôs suas experiências no tratamento de otite média, doença de Ménière e perda auditiva sensorioneural. O americano, que teve vários alunos brasileiros, falou que a coisa mais recompensadora desta vida é ensinar pessoas. “Estes amigos que estão aqui são como meus filhos, que cresceram e viraram líderes. Eu tenho muito orgulho dos otorrinos do Brasil”, disse. Ele também agradeceu e parabenizou a ótima reunião com amigos brasileiros e estrangeiros.

VAGNER MEDEIROS

III CONGRESSO GOIANO DE OTORRINOLARINGOLOGIA

I II Simpósio Internacional de Otologia Starkey

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE OTORRINOLARINGOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL Entre os dias 13 a 15 de junho, aconteceu o Simpósio Internacional de Otorrinolaringologia do Distrito Federal, na sede da Associação Médica de Brasília. O evento da Associação de Otorrinolaringologia do Distrito Federal recebeu otorrinos de todo o Brasil, além da presença especial do Dr. Michael Paparella, acompanhado dos seus ex-alunos Marcelo Piza, Sady Selaimen e Marcelo Hueb, sendo todos recebidos e ciceroneados pelo também ex-aluno Carlos Augusto Oliveira.

De acordo com o Dr. Fayez Mahmad Jr, diretor científico da AORL-DF, os três dias de evento tiveram uma rica programação, com painéis que envolveram os principais temas da ORL. O Prof. Paparella falou sobre cirurgia do estribo e síndrome de Ménière.

Durante a cerimônia de encerramento do simpósio, na presença de ex-alunos, o professor foi homenageado pelos anos de dedicação à otorrinolaringologia e pelo ensino de médicos brasileiros que se tornaram verdadeiros líderes da especialidade.

POR DENTRO DA ABORL-CCF

Conheça o setor jurídico da

ABORL-CCF

A advogada Vania Moraes apresenta o trabalho realizado na Associação

O setor jurídico tem como responsável a advogada Vania Rosa Moraes, formada em Direito em 1998, pela Universidade Cidade de São Paulo, tendo ingressado em 2001 na SBORL, como assistente da diretoria, na gestão do Dr. Luc Weckx, e posteriormente promovida à gerente administrativa, exercendo esta função até a gestão do Dr. José Victor Maniglia. Em 2006, na gestão do Dr. Richard Voegels, o setor jurídico foi criado e assumi as funções de advogada. O reconhecimento profissional e apoio ao desenvolvimento do setor estiveram presentes nas gestões que sucederam sua criação, com o Dr. Ricardo Ferreira Bento e depois Dr. José Eduardo Lutaif Dolci. Em 2012, a exemplo dos presidentes que o antecederam, o atual presidente tem destacado a eficiência e importância da equipe para o fortalecimento da Associação.

O foco de atuação do setor jurídico está voltado ao âmbito consultivo e proporciona aos associados, que estão em dia com suas obrigações estatutárias, orientação e consultoria jurídica. As consultas podem ser formuladas por e-mail, telefone ou Skype. A atuação do setor não se limita apenas aos associados, abrangendo ainda às Comissões/Departamentos e Diretoria Executiva na defesa e prevenção dos direitos e interesses da Associação.

Por fim, aproveitarei este espaço para, a pedido do presidente da ABORL-CCF, comentar a respeito das eleições gerais da Associação. Historicamente, o processo eleitoral passou por grandes modificações, principalmente na forma de votar, evoluindo da escolha dos representantes pelo voto do Conselho Diretor, pela Assembleia Geral, durante os congressos, por meio de correspondência via correios, e desde 2010, acompanhando a evolução da tecnologia, as eleições passaram a ser realizadas por meio eletrônico, via internet, mantendo a integridade do voto secreto. Essa experi-

ência alcançou tamanho sucesso que tem despertado o interesse de outras entidades para adoção de votação via internet.

Este meio de votação eletrônica é seguro e tem por fim facilitar e propiciar aos associados, quites com suas obrigações estatutárias, votar de qualquer lugar onde esteja, bastando conectar a internet, acessar o site da Associação e, por meio de um login e senha, escolherem os candidatos que representem seus anseios.

As eleições são realizadas em nível nacional, anualmente, para eleger o Diretor Segundo Vice-Presidente com mandato de um ano, que se tornará no ano seguinte Diretor Primeiro Vice-Presidente e no ano subsequente Diretor Presidente. A cada dois anos temos também eleições para renovação de 1/3 das Comissões Permanentes e para Representantes Distritais destas mesmas comissões. Neste contexto de modernizar ainda mais os atos inerentes ao processo eleitoral, a partir deste ano as inscrições também passam a ser feitas eletronicamente pelo site da associação.

Zelar pela normalidade, transparência e legitimidade das eleições é tarefa que compete ao Colégio Eleitoral constituído por cinco conselheiros escolhidos pela Diretoria Executiva, que atuam em conjunto com a auditoria externa e setor jurídico, para garantir a lisura do processo e o cumprimento das normas estatutárias e eleitorais. Destacando, por fim, que a participação de todos no processo eleitoral é de fundamental importância para uma Associação cada vez mais forte em prol de seus associados.

Agradeço a todos os presidentes, diretores e associados pelo reconhecimento profissional e oportunidade de ter acompanhado a evolução da Associação nestes últimos 11 anos. Concluo registrando meu orgulho por ter contribuído com esse progresso e hoje poder fazer parte desta história.

PAULO VARGAS

E

is mais uma importante missão a nós atribuída pelo presidente, Dr. Marcelo Miguel Hueb: escrever nesta coluna do Boletim ABORL-CCF com o firme propósito de levar ao conhecimento dos associados a relevante participação da equipe na crescente evolução e fortalecimento da ABORL-CCF.

VANIA ROSA MORAES E-MAIL: JURIDICO@ABORLCCF.ORG.BR TEL: (11) 5053-7501 SKYPE: ABORLCCF JURIDICO

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7º Congresso Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia

Realização Secretaria Executiva

Agência de Turismo Oficial

Tel.: (71) 2104.3477 eventus@eventussystem.com.br

Tel.: (21) 3212.1300 42cbo@fkviagens.com www.aborlccf.org.br Av. Indianópolis,1.287 - São Paulo/SP Tel.: (11) 5053.7500