VOX Otorrino #156

Mensagem do

PRESIDENTE Domingos Hiroshi Tsuji

Caro (a) associado (a), É hora de colher os frutos de um período repleto de muito trabalho!

Em minha posse como presidente, prometi que cuidaria de nossa Associação com o mesmo cuidado e carinho dedicados à minha vida profissional, agindo com responsabilidade e imparcialidade em prol dos associados. No entanto, o que alcançamos em 2016 não é mérito exclusivamente meu, ou de minha gestão. Se hoje a ABORL-CCF é uma entidade forte, de valor e que preza pela defesa da especialidade, é graças ao empenho de todos os que trabalharam incansavelmente ao longo de toda história. É preciso destacar os esforços de nossos antecessores para entendermos o alcance e a importância de todas as conquistas.

Encerro este ciclo confiante que todos os projetos iniciados nas gestões prévias e conduzidos por nós serão continuados com responsabilidade e atenção. Mantivemos o controle financeiro, gerindo as contas com austeridade. Fortalecemos nossa participação na AMB, conquistando uma cadeira no Conselho Deliberativo, e solicitamos ao CFM a criação de uma Câmara Técnica de Otorrinolaringologia. Agora, podemos colaborar em questões que essas instituições enfrentam e defender os interesses dos mais de 6 mil colegas. Fortalecemos o trabalho do Comitê de Defesa Profissional, incentivando o cooperativismo regional e dando chance a todos que desejam lutar por honorários justos.

E o que falar da realização do Melhor Congresso de Todos os Tempos? Palavras não são suficientes para expressar o sentimento de dever cumprido. Muito obrigado aos que participaram desse grandioso evento, que entra para a história da ABORL-CCF por sua programação científica, feira diversificada, salas concorridas e profissionais interessados na troca de conhecimento.

Deixo aqui os meus sinceros agradecimentos e votos de sucesso à Dra. Wilma Anselmo Lima!

Um grande abraço para todos,

Dr. Domingos Hiroshi Tsuji Presidente ABORL-CCF

Diretoria 2016 Presidente Dr. Domingos Tsuji - São Paulo (SP) Primeira Vice-Presidente Dra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP) Segundo Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP) Diretor Tesoureiro Dr. Fabrizio Ricci Romano - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Adjunto Dr. Edwin Tamashiro - Ribeirão Preto (SP) Diretora Tesoureira Adjunta Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP)

Diretor Executivo Carlos Roberto da Silva - São Paulo (SP) Assessor Dr. Paulo Sergio Lins Perazzo - Salvador (BA) Assessor Dr. Thiago F. Pinto Bezerra - Recife (PE) Assessora Dra. Roberta B. Noer Pilla - São Paulo (SP)

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Dr. Jose Antonio Patrocinio - Uberlândia (MG) Comitê de Comunicação Dr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

Comitê BJORL Dra. Mariana de Carvalho Leal Gouveia - Recife (PE) Comitê de Educação Médica Continuada Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Ivan Dieb Miziara - São Paulo (SP) Comitê de Residência e Treinamento Dr. Geraldo Pereira Jotz - Porto Alegre (RS) Comitê de Título de Especialista Dr. Fernando Veiga Angelico Jr. - São Paulo (SP) Comitê Defesa Profissional Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba (PR)

5 Carta ao leitor 6 Páginas azuis: Cooperativismo: otorrinos brasileiros unidos por uma causa comum 12 Especial: Missão cumprida com sucesso 15 Agenda de eventos 16 Gestão e carreira: Otorrinolaringologia brasileira que inspira estrangeiros 20 Capa: Um sucesso marcado por inovação e satisfação

26 Conquistas: As conquistas do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology 29 VOX News 32 Gestão em prática: Hospital Geral de Pirajussara: modelo em atendimento público de qualidade 34 Conduta médica: Sob a luz da ética e do bom senso 37 Qualidade de vida: Uma longa caminhada rumo ao topo 38 Educação Continuada: Seção traz artigo sobre automedicação e informações sobre o Projeto Graduação 41 Internacional: Uma conquista em prol da ORL do Brasil 42 HumORL

EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Um novo ano para a Otorrinolaringologia

Allex Ogawa Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Domingos Tsuji

Comitê de Comunicações:

Allex Itar Ogawa Edilson Zancanella Gustavo Polacow Korn Ingrid Helena Lopes de Oliveira João Vianney Brito de Oliveira Marcelo Ribeiro de T. Piza Marco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy Ricardo Landini Lutaif Dolci

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Editora-chefe:

Mariana Moreira (MTB: 35.038-RJ)

Chefe de Reportagem: Carol Herling

Reportagem: Andre Klojda, Bruno Bernardino, Carol Herling, Luan Sicchierolli e Paula Netto

Revisores: Adriano Bastos e Leonardo de Paula

Fotos:

Divulgação, José Guertzenstein, Samuel Peloso Siqueira/Sênica Coberturas Fotográficas e Vicent Sobrinho

Diagramação:

Douglas Almeida, Monica Mendes e Tatiana Couto

Produção:

DOC Content Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:

6.500 exemplares

E

is que chegamos à última edição da VOX Otorrino de 2016. E a proximidade do final de ano nos remete a uma reflexão do que deu certo (ou errado) nos últimos 12 meses. Questionamos onde poderíamos ter investido mais energia e onde deveríamos ter poupado. “Por que não arriscamos lá e cá?”, “Quais são os novos projetos para 2017?” e “Quais foram os projetos deixados para trás?” também são perguntas tão naturais quanto oportunas nesse momento de retrospectiva.

Seguindo esse contexto, apresentamos, nesta edição, um balanço da gestão do Dr. Domingos Tsuji, pautada – entre outras importantes ações – na defesa profissional, que também é tema do nosso Páginas Azuis. Para esta seção, conversamos com o Presidente do Comitê de Defesa Profissional, o Dr. Eduardo Baptistella. Nunca é demais recordar o aumento de porte em 88 procedimentos da CBHPM, do incentivo ao cooperativismo local ou da representação contrária ao “Mais Especialista” ou ao “Dr. Orelha”, não é verdade?

Tão importante quanto nossas vitórias ao longo de 2016 é destacar nossa festa de fim de ano – ou, simplesmente, o Melhor Congresso de Todos os Tempos. Ao longo de quatro dias, participamos de importantes discussões científicas, de palestras internacionais, reencontramos velhos amigos, compramos materiais e, ainda, realizamos passeios na cidade de Goiânia. O 46° CBO será para sempre lembrado como um evento enriquecedor, sob todas as óticas.

Sabemos que não somos perfeitos. E, por isso mesmo, a ABORL-CCF segue melhorando ano a ano. Você pode até imaginar que muitos estão ali abrindo mão de um tempo precioso com a família, no consultório ou em momentos de lazer, mas tem ideia de que tudo isso faz parte da luta que travamos por você?

Por isso, convido-o a participar dessa complexa, séria e competente instituição que é a ABORL-CCF. É muito importante que novas ideias surjam. Somente assim será possível dar prosseguimento ao nosso trabalho. Finalizo com os parabéns ao Bira pela eleição, um agradecimento ao Dr. Domingos pela brilhante gestão em 2016, os votos de boas-vindas à Dra. Wilma e o desejo sincero de um Feliz Natal e um próspero Ano Novo a todos. Que venha 2017!

Boa leitura a todos!

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios?

Fale conosco: voxotorrino@aborlccf.org.br (11) 95266-1614

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PÁGINAS A ZU IS

Cooperativismo: otorrinos brasileiros unidos por uma causa comum Modelo de negócios consolida-se como alternativa para quem busca mais autonomia e é uma das principais bandeiras da ABORL-CCF

Por Luan Sicchierolli | Foto: divulgação

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e você ainda não ouviu falar sobre o tema, leia esta entrevista com muita atenção, pois o cooperativismo ainda poderá fazer parte da sua vida. Este modelo de negócios – que, na prática, nada mais é que uma empresa onde todos associados são donos –, agrega pessoas de uma mesma classe ou especialidade que buscam, com esta união, o fortalecimento da categoria por meio de um propósito comum, que vai desde maior poder de

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negociação junto às operadoras de Saúde, autonomia no exercício da profissão até métricas de reduções de recursos e aumento de performance em amplo aspecto.

Em outras palavras, é a cooperativa que atua (trabalha) em prol do cooperado, viabilizando diversas questões, inclusive contratos, melhores condições de trabalho, maior valorização profissional e remunerações mais justas.

Entre as especialidades médicas, a Otorrinolaringologia firma-se como uma das que mais aderem à tendência, graças às ações de divulgação e de esclarecimento realizadas pelo Comitê de Defesa Profissional e pelo Departamento Jurídico da ABORL-CCF junto a seus associados. Atualmente, estão constituídas as cooperativas de Campo Grande, Goiás, Fortaleza e Salvador, além de parcerias com as Sociedades Regionais da Especialidade que igualmente trazem resultados positivos.

Para esclarecer ainda mais sobre o tema, a revista VOX Otorrino reuniu o presidente do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, Dr. Eduardo Baptistella, e os advogados Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da Associação, para uma entrevista em nossas Páginas Azuis.

Revista VOX: Quais são as vantagens do médico ao aderir ao cooperativismo? Existe algum requisito de admissão para fazer parte de uma cooperativa?

Dr. Eduardo Baptistella: A maior vantagem de trabalhar no sistema é a força adquirida para realizar negociações e contratos com operadoras e planos de saúde. Embora tenha sido aprovada a lei de contratualização, que coloca o IPCA como fator mínimo e estabelece o reajuste de honorários anualmente, o profissional ainda não consegue se prevalecer em seus direitos pois sempre existe o medo do descredenciamento. Ingressando em uma cooperativa, o profissional deixa de negociar individualmente e passa a negociar de forma coletiva. Quanto aos requisitos para se cooperar, cada cooperativa estabelece os seus, individualmente.

VOX: Como as cooperativas podem ajudar o médico a se reinventar em tempos de crise?

Departamento Jurídico ABORL-CCF: Primeiramente, não podemos tratar o cooperativismo como a “salvação” da crise na saúde brasileira, tampouco falar em se “reinventar” o médico. O médico, como guardião da saúde, exerce sua profissão de acordo com o que há de melhor do seu conhecimento em prol da saúde do ser humano, independentemente da cooperativa, do plano ou operadora de saúde. As cooperativas podem e devem ser vistas como um modo de se agregar profissionais médicos para fortalecer as tratativas e negociações junto aos planos e operadoras de saúde.

“As cooperativas podem e devem ser vistas como um modo de se agregar profissionais médicos para fortalecer as tratativas e negociações junto aos planos e operadoras de saúde” Departamento Jurídico ABORL-CCF

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PÁGINAS A ZU IS

VOX: Quais as perspectivas da Otorrinolaringologia no Brasil com as ações voltadas ao cooperativismo? Este modelo de negócio poderá influenciar no futuro da especialidade?

“

Temos um exemplo muito bem-sucedido em

EB: O Brasil, por ser um país continental, tem características diferentes, as quais estão menos ou mais presentes em cada região. Assim sendo, hoje os contratos e a forma de negociação com os planos de saúde seguem características locais também, como prevalência de determinada doença, exames específicos e cirurgias. O cooperativismo é uma das soluções a longo prazo, e para nós da ABORL-CCF, o sistema traz a perspectiva de que o nosso associado estará mais seguro no que diz respeito à remuneração em seu próprio estado ou cidade. É importante destacar que as operadoras de saúde detêm grande conhecimento administrativo e um alto poder financeiro, o que torna uma negociação “médico individual” x “plano de saúde” totalmente desequilibrada e nociva, prejudicando, ao fim da equação, ao paciente. A união em cooperativas corrige esta desigualdade e traz benefícios a todos os envolvidos.

VOX: Poderia traçar um panorama do cooperativismo em Otorrinolaringologia no Brasil?

EB: A inserção de cooperativas de especialidades no âmbito nacional, principalmente dentro da Otorrinolaringologia, é algo bem recente. No entanto, temos um exemplo muito bem-sucedido em Fortaleza, que apresenta resultados significativos quando comparados a outras regiões. Este case de sucesso mostra a viabilidade de se ter uma cooperativa em nossa área.

Fortaleza, que apresenta resultados significativos e mostra a viabilidade de se ter uma cooperativa em nossa área Dr. Eduardo Baptistella

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”

Medidas da ABORL-CCF para promover o cooperativismo • Participação em Fóruns de Defesa Profissional em várias cidades, discutindo e esclarecendo o tema; • Emissão de pareceres aos associados; • Publicação de matérias nos meios de comunicação da ABORL-CCF; • Participação em eventos da área e aproximação com órgãos que atuam frente ao cooperativismo; • Participação em palestras durante o Congresso Brasileiro da Especialidade; • Realização do Plantão Jurídico e de Defesa Profissional, pelo terceiro ano consecutivo, para consultoria jurídica aos associados, durante o Congresso Brasileiro.

ABORL-CCF oferece cartilha especial sobre o assunto Com a finalidade de esclarecer as dúvidas dos associados da ABORL-CCF relacionadas ao cooperativismo, os advogados Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF, desenvolveram a cartilha Cooperativismo – Aspectos Práticos e Legais. O documento foi distribuído aos associados nas diversas reuniões itinerantes feitas ao longo de 2016.

Na publicação, o otorrinolaringologista interessado em formar uma cooperativa encontra informações importantes, tais como: • Histórico; • Perspectivas da ABORL-CCF em relação ao cooperativismo; • Perguntas & respostas; • Definição de cooperativa; • Princípios legais cooperativistas definidos por lei; • Principais vantagens e dificuldades de se criar uma cooperativa médica (de acordo com os princípios legais); • Necessidade de integralizar pessoas de um estado, das regiões de um estado ou dentro de uma única cidade; • Número mínimo de pessoas para se formar uma cooperativa; • Possibilidade de limitação do número de cooperados após a constituição de uma cooperativa; • Valor da quota inicial para composição do capital de uma cooperativa; • Como é formado o capital social de uma cooperativa; • Necessidade de composição de um fundo de reserva para a cooperativa; • Os principais passos para se organizar uma cooperativa médica; • Impostos que incidem sobre a cooperativa; • Custo inicial para se constituir uma cooperativa; • Documentos necessários para o registro da cooperativa; • Como se dá a gestão da cooperativa; • Os direitos e deveres dos cooperados; • As penalidades aplicadas aos cooperados que descumprem o estatuto da cooperativa; • Quando e como ocorre a demonstração do resultado financeiro da cooperativa; • Como são divididas as despesas da cooperativa; • Quais recursos são utilizados para cobrir eventuais prejuízos; • Quem toma as decisões da cooperativa – e quem tem essa prerrogativa; • Existência de vínculo empregatício entre a cooperativa e seus cooperados; • O que o cooperado deve fazer caso discorde dos atos deliberados pela cooperativa; • Possibilidade de consulta ao Departamento Jurídico em caso de dúvidas.

Baixe o material através do link <http://www.aborlccf.org.br/imageBank/CARTILHAJURIDICO_SITE.PDF> ou pelo QR Code.

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CAPTA MAIS SOM QUE OS OUTROS APARELHOS AUDITIVOS Com o UNIQUE, consegue-se lidar com uma grande variedade de sons, dos mais fracos aos mais fortes, de forma linear.

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De perfil discreto e com forte atuação em prol do cooperativismo, o Dr. Domingos Tsuji encerra sua gestão com a sensação de dever cumprido e um saldo positivo em prol da Otorrinolaringologia brasileira

Por Carol Herling | Foto: Divulgação

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ma sociedade médica bem estruturada pode, em princípio, não demandar grandes esforços, nem apresentar desafios a quem assume a sua gestão. Contudo, um olhar atento do novo presidente pode revelar possibilidades de transformação e evolução. Foi o que fez o Dr. Domingos Tsuji que, ao longo deste ano, conduziu uma administração vitoriosa, repleta de conquistas e boas notícias para todos os otorrinolaringologistas brasileiros. “Ao assumir a presidência da ABORL-CCF em 2016, me propus a trabalhar em várias frentes. De todas as minhas propostas, a que mais enfatizei foi a necessidade de reforço das atividades do Comitê de Defesa Profissional. Nessa esfera, podemos rapidamente citar a vitória na elevação dos portes da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que significou um ganho real nos honorários médicos aprovados pela AMB. E isso em mais de 82 procedimentos. Trata-se de um feito inédito, que provocou uma mudança efetiva na perspectiva dos ganhos dos otorrinos. Nossa gestão foi uma das que mais focou na defesa profissional”, afirma.

Seria injusto afirmar que esta foi a única realização do Dr. Tsuji. Também podemos citar a verdadeira batalha empreendida, em toda sua gestão, em prol do cooperativismo. A ABORL-CCF atuou, nas palavras do Dr. Tsuji, como uma catalisadora do cooperativismo regional: “Essa foi a nossa contribuição real aos associados. Agora, a ABORL-CCF está estruturada para ajudar quem quiser, em qualquer parte do Brasil, a formar a 12 | VOX Otorrino

sua cooperativa. Temos, hoje, uma infraestrutura jurídica voltada para essa questão.

Produzimos uma cartilha sobre o assunto e promovemos discussões efetivas sobre o tema em todo o Brasil. Discutimos localmente, de maneira séria, e hoje quem desejar pode formar a sua cooperativa”, assegura.

46° CBO coroa uma atuação impecável e certeira A ABORL-CCF é, hoje, uma das maiores sociedades do Brasil e essa posição privilegiada, segundo o Dr. Domingos Tsuji, é fruto de um trabalho contínuo. “Se somos detentores de uma ISO 9001 e uma das maiores e melhores associações médicas do Brasil e da América Latina, isso se dá graças aos esforços de todos os que passaram por nossos quadros até hoje. Nosso diferencial é que todos os que trabalharam na ABORL-CCF o fizeram pensando no bem da entidade. E todos os méritos que obtivemos agora são resultado do empenho de todos os que trabalharam até aqui, não só nesta gestão, como também nas passadas”, afirma. O Dr. Tsuji também dá uma dica preciosa a seus sucessores: “Engana-se quem pensa que ao assumir este cargo poderá mudar drasticamente as coisas. O segredo é dar continuidade aos bons projetos. Algumas das conquistas que a minha

gestão consolidou, como as tratativas com a AMB, por exemplo, são resultado de um longo e árduo trabalho que agora gerou frutos. Nada é de um dia para o outro”.

A saúde das finanças da Associação sempre esteve em pauta – mais um compromisso honrado pelo Dr. Domingos. “Esse foi o primeiro dos pontos que propus, pois sabia que 2016 seria um ano difícil, como de fato foi. Batalhei para entregar o ano com a mesma reserva financeira que havia quando eu assumi. E consegui”, declara. E foi assim, com o controle total das contas, que foi possível realizar o 46° CBO. O Melhor Congresso de Todos os Tempos, que demandou intensos preparativos ao longo de 2016, coroa a atuação do Dr. Domingos Tsuji frente à ABORL-CCF e lhe dá a sensação de dever cumprido. “O evento ocorreu de acordo com as projeções que fizemos. Atingimos as metas de patrocínios e de inscritos, com uma programação bem diversificada

e uma feira de equipamentos que fez toda a diferença.

Além disso, despertamos o interesse dos participantes para Goiânia, uma cidade que tem em suas belezas naturais, em sua cultura e em sua rica gastronomia atrativos que cativaram a todos”, pontua.

Para o Dr. Tsuji, a continuidade da Associação está no interesse dos novos otorrinos por seu funcionamento. “Não existe sociedade sem participação efetiva dos jovens, pois eles têm energia, inovação e paixão em fazer.

Temos as portas escancaradas para os jovens, e desejamos que todos participem, pois há muitos projetos que ainda estão em andamento. Peço a todos que deem suas contribuições e não deixem a ABORL-CCF envelhecer, mantendo-a ativa e atuante”, finaliza.

Confira, a seguir, um resumo das conquistas da ABORL-CCF ao longo de 2016, comentadas pelo Dr. Domingos Tsuji:

DEFESA PROFISSIONAL Grande quantidade de acessos mensais ao banco de pareceres, além de demandas específicas; Mais de 100 atendimentos jurídicos do consultivo ao contencioso, sem custo para os associados; Aumento de 82 portes de procedimentos CBHPM; 6 cursos itinerantes de apoio ao cooperativismo.

“Todos os associados estão expostos a eventuais infortúnios profissionais, tanto na assistência médica, quanto na relação com os convênios. E o departamento jurídico, capitaneado pelos advogados Carlos Michaelis Jr. e Vania Rosa Morais, juntamente com o Comitê de Defesa Profissional, tem dado esse suporte de maneira rápida e eficaz. Quem tem problemas e precisa de assessoria, a ABORL-CCF ajuda em forma de pareceres e orientações”.

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA Disponibilizamos gratuitamente aos nossos associados mais de 20 cursos na internet, além de mais de 12 cursos itinerantes e diversos cursos participativos através da Plataforma Ology.

As novidades não param: Projeto Graduação, aulas do congresso brasileiro, aulas de Foniatria, Otoneurologia, Cirurgia Plástica da Face, Otologia e muito mais.

“E acredito no potencial da educação médica continuada, inclusive ao longo das próximas gestões. Um dos papéis da ABORL-CCF, hoje, é garantir a boa formação dos novos otorrinolaringologistas”.

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ESPECIAL

TÍTULO DE ESPECIALISTA São mais de 20 participantes, entre membros e colaboradores, empenhados em preparar uma das mais conceituadas provas de Títulos de Especialidade Médica.

Trabalhamos em um ambiente totalmente informatizado, com total segurança e isonomia.

Também desenvolvemos provas e testes para os residentes do primeiro e do segundo ano, totalmente informatizados.

“Antes de ser presidente, conferi in loco o trabalho das duas gestões anteriores para ver como era a prova de título. Já a considerava em um nível elevado, então batalhei para manter o processo, pois não havia muita coisa, a meu ver, a ser aperfeiçoada. Trata-se de um departamento que está indo muito bem, e desejo que continue assim”.

BJORL O periódico tem mais de 50% dos seus artigos internacionais e este ano aumentou seu fator de impacto de 0,653 para 0,730, elevando sua procura como fonte de pesquisa e de citações.

Ano 2012 2013 2014 2015

Fator de impacto 0.428 0.623 0.653 0.730

0.730 0.653

“O BJORL é um exemplo claro de dedicação contínua e de acúmulo de vitórias. Tivemos um avanço substancial com o Comitê atual, que trabalhou arduamente para cumprir as metas traçadas em relação à quantidade e qualidade das publicações. As publicações em inglês ajudam a aumentar o fator de impacto. Trata-se de um mérito de todos os que já se empenharam nisso”.

COMUNICAÇÃO Nosso site possui mais de 15 mil acessos mensais e estamos presentes nas principais redes sociais, contribuindo e informando tanto nossos associados quanto o público leigo.

Nos próximos dias, disponibilizaremos, nas redes sociais e também para os associados que solicitarem, o nosso mais novo colaborador.

“Como disse, a melhoria sempre vem graças a alguém que quer modificar algo. Reciclar a comunicação fez com que cada um trouxesse a sua criatividade, gerando inovações vantajosas. Aliás, a ABORL-CCF sempre está preocupada em fazer uma comunicação honesta aos associados. Outra ação importante de ser citada é a criação do Dr. Otorrino, que foi a maneira que encontramos para transmitir as informações para o público em geral. Ele é inspirado no Dr. Luc Weckx, que foi um grande entusiasta da ABORL-CCF. Trata-se de uma homenagem”.

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AG E N DA DE EVEN T OS

AGENDA Janeiro 9 a 20 de janeiro de 2017 Pré-Santa Casa BH - Janeiro Coordenação: Dra. Fernanda Sanches Local: Instituto de Ensino e Pesquisa Santa Casa BH. Rua Domingos Vieira, 590 – Santa Efigênia, Belo Horizonte (MG) Website: www.santacasabh.org.br/ver/pre-santa-casa-bh.html E-mail: formularesidencia@santacasabh.org.br Informações: (31) 3238-8741 – procurar por Angelo Gustavo

Fevereiro 18 de fevereiro de 2017 Avaliação Periódica dos Residentes e Especializandos de 1º e 2º ano em Otorrinolaringologia Coordenação: Dr. Fernando Veiga Angelico Jr e Dr. Fernando Danelon Leonhardt Local: avaliacaor1r2e1e2.aborlccf.org.br (prova on-line) Website: avaliacaor1r2e1e2.aborlccf.org.br E-mail: expediente@aborlccf.org.br Informações: (11) 5053-7505 – procurar por Rosângela

Março 4 de março a 30 de setembro de 2017 Curso Preparatório para Residência Médica - Intensivo Coordenação: Dra. Fernanda Sanches Local: Instituto de Ensino e Pesquisa Santa Casa BH. Rua Domingos Vieira, 590 – Santa Efigênia, Belo Horizonte (MG) Website: www.santacasabh.org.br/ver/programa-intensivo.html E-mail: formularesidencia@santacasabh.org.br Informações: (31) 3238-8758 – procurar por Angelo Gustavo 8 a 10 de março de 2017 Potenciais Evocados Auditivos: BERA, ECoG, cVEMP, oVEMP, MLR, LLR, P300 Coordenação: Dr. Pedro Luis Cóser Local: Rua Duque de Caxias, 1.668, 4º andar, 403 – Centro, Santa Maria (RS) Website: www.cursos.clinicacoser.com/inscricao

E-mail: cursos@clinicacoser.com Informações: (55) 3221-9784, (55) 3027-3656, (55) 3223-7850, (55) 3223-7850, ou fax: (55)3221-9784 – procurar por Pedro Luis Coser 13 a 15 de março de 2017 Vectonistagmografia, Videonistagmoscopia e videoHIT Coordenação: Dr. Pedro Luis Cóser Local: Rua Duque de Caxias, 1.668, 4º andar, 403 – Centro, Santa Maria (RS) Website: www.cursos.clinicacoser.com/inscricao E-mail: cursos@clinicacoser.com Informações: (55) 3221-9784, (55) 3223-7850, (55) 3027-3656, ou fax: (55) 3221-9784 – procurar por Marlise 26 de março de 2017 Exame de Suficiência para Obtenção do Título de Especialista em Otorrinolaringologia Coordenação: Dr. Fernando Veiga Angelico Jr e Dr. Fernando Danelon Leonhardt Local: Fecomércio – Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo Website: www.aborlccf.org.br E-mail: expediente@aborlccf.org.br Informações: (11) 5053-7505 – procurar por Rosângela

47º Congresso Brasileiro DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL

1º a 4 de novembro de 2017 Coordenação: Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) Local: Centro Sul. Av. Governador Gustavo Richard, 850 – Centro, Florianópolis (SC) Website: www.aborlccf.org.br E-mail: eventos@aborlccf.org.br Informações: (11) 5053-7503 – procurar por Mônica Lira VOX Otorrino | 15

GESTÃO E CA RRE IRA

Otorrinolaringologia

brasileira inspira estrangeiros Como o Brasil tem se tornado um destino científico para médicos e estudantes de outros países Por Bruno Bernardino | Fotos: Divulgação, José Guertzenstein, Samuel Peloso Siqueira/Sênica Coberturas Fotográficas e Vicent Sobrinho

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Brasil é reconhecido internacionalmente como um país exótico, de natureza exuberante e com uma população cordial e receptiva.

Mas, para otorrinolaringologistas do mundo inteiro, nosso país é muito mais que isso. Cada vez mais estrangeiros – residentes e médicos já formados – vêm se especializar ou se aprofundar na área com o auxílio de profissionais brasileiros. Estes, por sua vez, compartilham suas experiências e acabam por agregar em sua própria carreira nesse processo.

O Dr. José Antônio Patrocínio, docente da Universidade Federal de Uberlândia, é um dos otorrinolaringologistas experientes que recebe estrangeiros em suas salas de aula e de cirurgia, tendo recebido, inclusive, um médico espanhol na semana em que a revista VOX Otorrino o entrevistou para esta matéria. “São muitos residentes do Peru, que vêm, ficam por um ou dois meses comigo, acompanhando meus casos e aprendendo”, revela. “Como o ensino em seus países de origem está deficitário, eles procuram outro país para fazer sua especialização, em especial, um que tenha língua similar ou parecida”.

Além de peruanos e de nativos da América do Sul em geral, o Dr. Patrocínio tem recebido, principalmente, muitos médicos de Portugal e da Espanha. “O que eu vejo é que eles ficam impressionados com o Brasil.

Quando é sua primeira vez no país, eles se surpreendem ao encontrar tamanha pujança, movimento e tudo funcionando rápido. Não é essa a informação que eles têm do Brasil lá fora”, declara o especialista.

Já o Dr. Aldo Stamm recebe médicos já formados, que vêm visitá-lo por períodos curtos de tempo, de uma semana a dois meses, no máximo, com o objetivo de se aperfeiçoarem em tipos específicos de cirurgia, como a dos cistos nasais, a rinoplastia e a cirurgia de base de crânio. “São estágios observacionais para ver nossa conduta e como realizamos nossos trabalhos”, explica. “Recebemos muitos australianos, ingleses, asiáticos, portugueses, neozelandeses, latinos e um número pequeno de

“Eles ficam impressionados com o Brasil. Quando é sua primeira vez no país, eles se surpreendem ao encontrar tamanha pujança, movimento e tudo funcionando rápido. Não é essa a informação que eles têm do Brasil lá fora” Dr. José Antônio Patrocínio

americanos, e gosto muito da experiência, pois há uma forte troca de informações entre nós. Não só eles vêm descobrir conhecimentos que eles não encontram em seus países, como, por outro lado, nós recebemos informações às quais não teríamos acesso caso não houvesse esse intercâmbio cultural que engrandece nosso conhecimento”.

Estrangeiros escolhem professores que conhecem em palestras Outro médico que tem recebido estrangeiros, professor na Universidade de São Paulo (USP), é o Dr. Domingos Tsuji. Para o atual Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, as palestras em eventos internacionais servem como chamariz para que estrangeiros conheçam o trabalho de médicos brasileiros e desejem aprender com eles. “Eles escolhem o professor e não o país em questão, pela pessoa que ensinará e pela facilidade da língua”, pontua. “Exatamente por isso, tenho recebido muitos

“Recebo muitos australianos, ingleses, asiáticos, portugueses, neozelandeses, latinos e um número pequeno de americanos, e gosto muito da experiência, pois há uma forte troca de informações entre nós” Dr. Aldo Stamm VOX Otorrino | 17

GESTÃO E CA RRE IRA

Proximidade

entre alunos e professores encanta intercambista italiano

O italiano Beniamino Bortoli, de 21 anos, veio de Lucca, na Toscana (Itália) para fazer um intercâmbio em Londrina (PR) entre os dias 7 de novembro e 2 de dezembro. Nesses quase 30 dias em que passou no Brasil, o estudante – que está no quarto ano de Medicina na Universidade de Pisa –, Bortoli conheceu paisagens de cartão-postal, trocou experiências com especialistas e pôde vivenciar a prática médica. Confira suas impressões sobre a experiência: “Escolhi o Brasil porque o país tem uma realidade bem distante da minha. Vim impulsionado pelo desejo de saber como é o sistema de Saúde do país, e como ele é vivenciado pelos estudantes de Medicina e médicos. Somado a isso, sempre quis visitar o Brasil, um lugar de imensa beleza e oportunidades. Quando me disseram que o Brasil estava entre os destinos possíveis, eu agarrei a chance sem hesitar.

A escola médica na Itália é considerada uma das mais desafiadoras. Possui uma forte carga de estudos e exige um compromisso diário. Mais de metade dos alunos que se matriculam em Medicina se formam com um atraso de alguns anos. Ao longo de seis anos de estudos, os alunos realizam estágios e, ao mesmo tempo, se preparam para os exames. São anos de experiência dedicados ao

Dr. Allex Ogawa, Beniamino Bortoli e Dr. Marco Aurélio Fornazieri

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hospital e, por isso, é comum que um estudante passe o dia no hospital e só depois se prepare para um próximo exame.

Não é fácil, na Itália, estabelecer uma relação pessoal com um professor. As aulas, muitas vezes, são numerosas, e os professores – que são muito ocupados com a vida acadêmica e com a rotina do consultório – geralmente passam as matérias sem criar um contato direto com os alunos. Mesmo durante os estágios curriculares no hospital não é fácil manter contato estreito com o professor. É comum que, durante uma avaliação (que geralmente consiste em um exame oral), o professor não saiba a cara dos que foram examinados. Diferentemente do Brasil, onde os estudantes são próximos dos professores, e os próprios docentes tentam estabelecer esse relacionamento íntimo com os alunos, pedindo-lhes para executar tarefas durante todo o ano. Isso é bom, pois o aluno pode verificar sua aprendizagem ao longo do tempo.

Gosto de viajar e de descobrir novos mundos.

Então, o que mais gostei nesta experiência foi conhecer lugares magníficos como o Rio de Janeiro, o Pantanal e as Cataratas do Iguaçu. Quanto ao estágio médico, agradeço ao Dr. Marco Aurelio Fornazieri e ao Dr. Allex Ogawa, que foram muito amáveis e dedicaram muito do seu tempo. As dificuldades de linguagem não comprometeram a experiência, que achei muito útil, interessante e educacional – afinal, não é fácil encontrar na Itália médicos disponíveis para ensinar a prática médica aos alunos.”

Leia mais sobre a IFMSA: www.ifmsa.org

“A Medicina do Brasil está um degrau acima da dos países latinoamericanos. Esses médicos encontram aqui uma estrutura mais bem organizada.

Ajudá-los é ajudar, também, aos seus países, evoluindo-os” Dr. Domingos Tsuji

latinos: argentinos, paraguaios, bolivianos, peruanos, colombianos, venezuelanos, portugueses, equatorianos e mexicanos”.

O Dr. Tsuji acredita que a experiência de receber esses profissionais agrega ao tornar possível a criação de uma rede internacional de relações, o que reflete em maiores oportunidades para divulgação de seus trabalhos, maior participação em congressos e em atividades científicas em diversos países, além de levar o nome do Brasil e das universidades brasileiras ao conhecimento de outras pessoas e nações. “A Medicina do Brasil está um degrau acima da dos países latino-americanos. Esses médicos encontram aqui uma estrutura mais bem organizada. Ajudá-los é ajudar, também, aos seus países, evoluindo-os”, declara.

Federação Internacional tem papel importante no ensino de estrangeiros Fundada em 1951, a International Federation of Medical Students’ Associations (IFMSA) hoje é formada por 129 organizações oriundas de 121 países. Seu lema “Estudantes de Medicina pelo mundo” diz ao que vem.

Espalhada pelo Brasil inteiro, é pela instituição que a Pontifícia Universidade Católica de Londrina (que mantém convênio com a IFMSA Brasil) tem recebido muitos latino-americanos e estudantes de países africanos de língua portuguesa (como Angola), além de otorrinolaringologistas prestigiados da Europa, Estados Unidos e Japão.

“Além do contato com o pensamento de outras culturas, é uma ótima oportunidade para afinar o inglês, fundamental para internacionalizar os conhecimentos técnicos e científicos que obtemos no Brasil”, explica o Dr. Marco Aurélio Fornazieri, professor da PUC Londrina. “Recebemos recentemente, por exemplo, a visita de um turco que ficou muito feliz pela experiência em cirurgias, atendimentos e diferentes hospitais que teve no Brasil. Admirou o desenvolvimento do país e comentou que aqui é tudo muito diferente e alegre. Esse contato com estrangeiros ajuda, também, a divulgar a qualidade que a Otorrinolaringologia alcançou em nosso país”.

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Um sucesso marcado POR INOVAÇÃO E SATISFAÇÃO

Associados comparecem em peso ao 46° CBO e se surpreendem com a organização, com a programação científica e com a feira de expositores. Confira neste especial tudo o que aconteceu no evento que entrou para a história da ABORL-CCF como “O Melhor Congresso de Todos os Tempos”

Por Carol Herling | Fotos: Samuel Peloso Siqueira/Sênica Coberturas Fotográficas

U

m evento pensado nos mínimos detalhes para surpreender e encantar.

Sem dúvida alguma, o 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial entra para a história da ABORL-CCF como “O Melhor Congresso de Todos os Tempos”. Graças ao empenho de toda a Associação na organização, os associados que ajudaram a lotar o Centro de Convenções de Goiânia entre 2 e 5 de novembro foram brindados com um congresso de nível internacional: programação científica cuidadosamente planejada, feira de equipamentos repleta de novidades e salas lotadas todos os dias. A programação social, pensada para proporcionar aos participantes momentos de lazer e descontração, promoveu novas amizades e ajudou a unir ainda mais os colegas da especialidade.

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RECORDE ABSOLUTO O 46° CBO em números:

12

352

países

palestrantes nacionais

11

Mais de

palestrantes internacionais

2.500

participantes inscritos

Sala do pré-congresso com ótimo número de participantes

Homenagens emocionam na cerimônia de abertura A grande atração da cerimônia de abertura foi a apresentação do ex-judoca Flávio Canto. O atleta, apresentador e idealizador do Instituto Reação, projeto de inclusão social por meio do esporte e da educação em comunidades carentes do Rio de Janeiro, encantou a todos que compareceram ao Teatro Vermelho, no Centro de Convenções de Goiânia, ao relembrar momentos marcantes de sua trajetória profissional e pessoal e ao dar exemplos lúdicos sobre a superação de limites. Mas os momentos de emoção, no entanto, ficaram a cargo da celebração a três grandes nomes da Otorrinolaringologia brasileira. “É maravilhoso poder homenagear três grandes mestres. Dois deles foram professores da Universidade Federal de Goiás, onde hoje sou professora e chefe de serviço. É importante reconhecer que essas pessoas iniciaram isso, e lembrar que, se algo hoje funciona, é porque alguém lá atrás lutou para que isso acontecesse”, disse a Dra. Melissa Avelino, presidente de honra do 46° CBO. Coube a ela entregar a homenagem ao Dr. Paulo Humberto Siqueira, reconhecido pela marcante atuação em alguns dos maiores serviços de residência em Otorrinolaringologia do Brasil. Já o Dr. Domingos Tsuji, presidente da ABORL-CCF, entregou a homenagem ao fundador da residência médica na Universidade Federal de Goiás, Dr. João Batista Ferreira. E a Dra. Wilma Anselmo Lima, próxima presidente da ABORL-CCF, entregou a homenagem ao Dr. José Antonio Pinto, que atua no Hospital Israelita Albert Einstein, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e chefia o serviço de Otorrinolaringologia do Hospital e Maternidade São Camilo.

Residentes de todo o país marcaram presença

Flávio Canto na cerimônia de abertura

Médicos veteranos recebem homenagem

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Os números antes do congresso refletiam o otimismo da ABORL-CCF em relação ao número de inscritos, “Estamos felizes com o reconhecimento dos participantes quanto à qualidade do 46°. E, também, reconhecemos que a gestão do Dr. Domingos Tsuji ficará marcada pela inovação. As propostas de aulas com professores que mostraram as dificuldades ao montar um consultório e a palestra do Flávio Canto na cerimônia de abertura foram apenas duas das inúmeras inovações que o Dr. Domingos quis deixar como marca, e o resultado foi fantástico”, afirma o Dr. Allex Itar Ogawa, presidente do Comitê de Comunicações.

Para o Dr. Allex, o que chamou a atenção foi o alto número de residentes que desembarcaram em Goiás em busca de conhecimento e novidades. “O congresso é a oportunidade que os futuros otorrinolaringologistas têm para reforçar sua rede de contatos. Se os residentes ficam atrelados apenas

ao conhecimento dos seus professores, não terão asas para voar. O congresso é uma oportunidade que eles têm para fazer networking, conhecer novos serviços, viajar para o exterior, conhecer e mesmo admirar novas pessoas”, ressalta.

Na opinião do Dr. Murilo Carlos Gimenez, R1 da Universidade Estadual de Londrina e novato em congressos, o 46° CBO superou suas expectativas. “É o meu primeiro congresso. A organização, a parte científica e a programação social foram muito boas. A escolha dos temas trazidos foi acertada, e a participação dos chefes de serviço falando um pouco sobre suas experiências também foi bem interessante. Achei bem legal, para os iniciantes como eu, ter contato com essas pessoas”, declara. Ele também considera importante os estudantes participarem, desde cedo, dos congressos brasileiros: “É ótimo para conhecer a ABORL-CCF, saber as opiniões sobre os serviços e a ciência que praticamos. As aulas a que assisti e os eventos dos quais participei me darão segurança no dia a dia. E saber como meus chefes atuam no cotidiano também foi agregador. Prestarei a prova de título só em 2019, e até lá pretendo ir aos congressos e ler a VOX Otorrino para me manter atualizado”.

A presença dos residentes chamou a atenção do Dr. Bruno Borges de Carvalho Barros, colaborador do Comitê de Título de Especialista. “Vi uma boa adesão dos futuros colegas, todos com o intuito de aprender e apreciar o congresso.

Isso faz a diferença”, acredita. Ele também destaca a qualidade do pré-congresso: “Fiquei positivamente surpreso. Participei do pré-congresso de Rinologia e gostei da discussão de casos clínicos, com uma visão mais prática de consultório”.

Programação científica foi diferencial Grata surpresa entre os organizadores, o pré-congresso reuniu cerca de 700 congressistas, que disputavam espaço para acompanhar as aulas especialmente preparadas pelas Academias da ABORL-CCF. “Só tivemos surpresas positivas neste congresso. O pré-congresso não tinha uma única sala que não estivesse lotada, e eu passei em todas. O nível das palestras foi excelente, todas muito caprichadas. Eu fiquei muito surpreso. O apelo científico do congresso foi muito forte”, comentou o Dr. Márcio Abrahão, segundo vice-presidente da associação.

Na avaliação da Dra. Wilma Anselmo Lima, os resultados positivos são consequência de um trabalho intenso, forte e que conseguiu organizar o Melhor Congresso de Todos os Tempos. “A programação diversificada chamou a atenção dos associados, que compareceram e prestigiaram o evento. A diretoria do Dr. Domingos está de parabéns, eles foram muito inovadores, valeu a pena o trabalho. Tivemos palestras e cursos espetaculares, pessoas mais velhas compartilhando suas experiências de vida com os mais jovens. Estamos muito felizes”, comemora.

Dra. Wilma Anselmo Lima é empossada presidente da ABORL-CCF

Na avaliação da Dra. Wilma Anselmo Lima, os resultados positivos são consequência de um trabalho intenso, forte e que conseguiu organizar o Melhor Congresso de Todos os Tempos.

O diretor-executivo da ABORL-CCF, Carlos Roberto da Silva, destaca o sucesso da feira de expositores e ressalta o alto grau de satisfação dos expositores e dos associados com a organização. “Conseguimos agradar aos associados e aos nossos parceiros, com ótimos negócios realizados. Ficamos bem satisfeitos”, conta. Dr. Domingos concorda, e acredita que o nível de satisfação ajudou a solidificar ainda mais a parceria: “Preparamos a feira com muito cuidado. E houve uma frequência muito grande ao longo da exposição, com os médicos presentes que aproveitaram para reforçar o networking. Isso gerou uma grande alegria a todos, e reforça ainda mais essa parceria com nossos apoiadores.

Cooperativismo, um dos temas de maior relevância As reuniões do Comitê de Defesa Profissional estiveram entre as mais aguardadas e concorridas do começo ao final do congresso. Entre os temas debatidos, Marketing Médico, Gestão de Consultórios e Cooperativismo foram os mais procurados não só pelos iniciantes, mas também por profissionais mais experientes e já estabelecidos no mercado.

Para os otorrinolaringologistas veteranos, a discussão desses assuntos não poderia vir em melhor hora, e essa também é a opinião do Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, ex-presidente da ABORL-CCF, membro do Comitê de Ética e do Colegiado de ex-presidentes. “É uma excelente iniciativa, que VOX Otorrino | 23

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tem o meu total apoio. Espero que nunca mais deixemos de abordar esses temas em nossos congressos. O médico não sabe o que ele pode e o que ele não pode em termos de marketing e propaganda, e tem muita coisa que a ética médica e os Conselhos proíbem. Também precisamos ensinar ao médico o que é gestão em Saúde e, ainda, orientar os colegas sob o ponto de vista financeiro”, aponta.

Membro do Comitê de Defesa Profissional, o Dr. Jamal Azzam ressalta que o congresso teve a gestão como um dos assuntos predominantes – e que a recepção foi boa. “Foram inúmeros painéis e palestras. Falei sobre os limites do marketing, que foi útil porque as redes sociais, hoje, são amplamente utilizadas por todos. É importante ressaltar que esse assunto ainda é mal visto por alguns médicos, que não entendem que este é um instrumento poderoso para se chegar ao mercado consumidor, entendê-lo e vender serviços”, explica. Segundo o Dr. Bruno Rossini, que secretaria o Comitê, a grande procura por essas reuniões foi o reflexo de uma conduta cada vez mais assertiva. “Tivemos uma sala praticamente full time para as atividades da Defesa Profissional, e para a nossa surpresa, essa sala se manteve lotada. Nem sempre foi assim, até porque antes não tínhamos tanto espaço nos congressos.

Isso é um mérito que vai além do nosso Comitê; é uma conquista do Dr. Domingos Tsuji, da Dra. Melissa Avelino e de toda a organização do congresso”, explica.

Uma das grandes bandeiras da gestão do Dr. Domingos Tsuji foi o cooperativismo. Se no congresso de Fortaleza a sala dedicada ao tema reuniu poucos congressistas, este ano bateu recorde de público e de procura, com participantes em pé, ansiosos e atentos para conhecer e debater o assunto. E para o presidente da ABORL-CCF, a sensação é de missão cumprida. “Quando fizemos a programação, elaboramos uma grade que desse a chance aos mais jovens de ouvir os colegas mais experientes sobre como construir uma carreira de sucesso. Já temos grupos que querem efetivamente montar cooperativas, e nosso departamento jurídico vai ajudá-los no que for necessário”, declara. Para o Dr. Bruno Rossini, a atuação do Dr. Domingos foi crucial: “Ele nos ajudou muito nas questões relativas ao empoderamento do médico e a mostrar que existe, sim, uma luz ao fim do túnel, apesar de toda essa crise”.

De acordo com o Dr. Eduardo Baptistella, presidente do Comitê de Defesa Profissional, o cooperativismo é a saída para o médico que busca o futuro. “Trata-se da única arma que a gente tem nessa balança desequilibrada entre os planos, médicos e pacientes. Para 2017 vamos continuar a trabalhar da mesma forma, buscando a valorização do médico, a remuneração justa e a união entre os colegas. Onde a palavra ‘otorrino’ for citada, estaremos lá para defender e falar que a nossa especialidade é reconhecida pela AMB, merece 24 | VOX Otorrino

Experientes e novatos: Dr. Fabio Kitahara e residentes Dr. Denis Ueda, Dr. Murilo Gimenez e Dr. Rafael Kanashiro

Salas lotadas: do primeiro ao último dia, os participantes movimentaram reuniões e palestras

respeito e precisa ser valorizada”, defende. E com o objetivo de ajudar os interessados pelo assunto, o Departamento Jurídico manteve um esquema de plantão para tirar as dúvidas dos associados sobre este e outros temas. “O cooperativismo médico, dentro das sociedades de especialidade, é um fenômeno recente. E, por isso mesmo, sempre surgem muitas dúvidas. Quem foi às palestras pôde levar suas dúvidas e se inteirar sobre exemplos positivos e experiências bem-sucedidas”, afirma a advogada Vania Rosa Moraes.

Próxima parada: Ilha da Magia Após a grata surpresa que foi a realização do 46° CBO em Goiânia, os associados da ABORL-CCF aguardam, com ansiedade, a chegada da 47ª edição do congresso, que acontecerá em Florianópolis entre 1 e 4 de novembro de 2017.

Segundo o Dr. Fabio Zanini, que será o presidente de honra do evento, a grande missão é superar as inovações apresentadas este ano e, ainda, promover a troca de experiências dos médicos catarinenses com os colegas do restante do Brasil.

“Para tornar o congresso ainda mais interessante, estamos trabalhando para viabilizar a transmissão ao vivo de cirurgias realizadas no Hospital Baía Sul. Além disso, realizaremos simultaneamente ao 47° CBO o Congresso Luso-Brasileiro e o IV Congresso da Academia Ibero-Americana”, destaca.

Para os responsáveis por este evento, a organização será um desafio. “Temos que melhorar sempre. Além das cirurgias ao vivo mencionadas pelo Dr. Fabio Zanini, teremos entre 30 e 40 convidados internacionais que nos ajudarão a promover o intercâmbio de experiências e, ainda, buscaremos a atualização de conteúdos científicos e dos assuntos que a faculdade não ensina”, afirma a Dra. Wilma Anselmo Lima.

DURANTE O 46° CONGRESSO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL, FORAM PREMIADOS CINCO TRABALHOS DA CATEGORIA “E-PÔSTER” E TRÊS TRABALHOS NA CATEGORIA "APRESENTAÇÃO ORAL". CONFIRA OS TRABALHOS PREMIADOS: TEMAS LIVRES (APRESENTAÇÃO ORAL): 1º LUGAR: TL 013 DESCOBERTA DE VARIAÇÃO GENÉTICA NO CROMOSSOMO 6 EM 458 CAMUNDONGOS COMO PRIMEIRA EVIDÊNCIA DE INTERAÇÃO GENE-AMBIENTE NA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO Joel Lavinsky / Lavinsky J / Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Rick A. Friedman / Friedman RA / University of Southern California.

2º LUGAR: TL 001 DOUBLE-BLIND PLACEBO-CONTROLLED RANDOMIZED CLINICAL TRIAL OF VERAPAMIL FOR CHRONIC RHINOSINUSITIS WITH NASAL POLYPS Marcel Menon Miyake / Miyake MM / Faculdade de Ciencias Médicas da Santa Casa de São Paulo; Stacey Gray / Gray ST / Massachusetts Eye and Ear Infirmary; Eric Holbrook / Holbrook EH / Massachusetts Eye and Ear Infirmary; Nicolas Busaba / Busaba NY / Massachusetts Eye and Ear Infirmary; Jose Eduardo L. Dolci / Dolci JEL / Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Benjamin S. Bleier / Bleier BS / Massachusetts Eye and Ear Infirmary.

3º LUGAR: TL 036 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO DE PRESBILARINGE Tatiana Maria Gonçalves / Gonçalves TM / Unesp-Botucatu; Regina Helena Garcia Martins / Martins RHG / Unesp-Botucatu; Norimar Hernandes Dias / Dias NH / Unesp-Botucatu; Daniela Carvalho dos Santos / dos Santos DC / UNESP BOTUCATU; Theresa Queiroga / Queiroga T / Unesp-Botucatu.

5 MELHORES E-PÔSTERES: P-038 - HOARSENESS AND VOCAL TRACT DISCOMFORT AND ASSOCIATED RISK FACTORS IN AIR TRAFFIC CONTROLLER Gustavo Polacow Korn / Korn GP / UNIFESP; Anna Carolina NWB Villar / Villar ACNWB / UNIFESP; Renata R. Azevedo / Azevedo RR / UNIFESP. P-055 - ESTUDO DA CRISTA FENESTRA E SUAS IMPLICAÇÕES NO ACESSO CIRÚRGICO À RAMPA TIMPÂNICA NA CIRURGIA DO IMPLANTE COCLEAR Roberto D. Angeli / Angeli RD / UFRGS; Joel Lavinsky / Lavinsky J / UFRGS; Enio T. Setogutti / Setogutti ET / UFRGS; Luiz Lavinsky / Lavinsky L / UFRGS. P-067 - EQUILÍBRIO CORPORAL EM PACIENTES COM APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E SINTOMAS VESTIBULARES Juliana Antoniolli Duarte / Duarte JA / UNIFESP; Adriana Marques da Silva / da Silva AM / UNIFESP; Fernanda Louise Martinho Haddad / Haddad FLM / UNIFESP; Fernando Freitas Ganança / Ganança FF / UNIFESP. P-087 - IMPACT OF ENDOSCOPIC DACRYOCYSTORHINOSTOMY ON SINONASAL QUALITY OF LIFE Marcel Menon Miyake / Miyake MM / Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Luciano Gregorio / Gregorio LL / Escola Paulista de Medicina; Stacey Gray / Gray ST / Massachusetts Eye and Ear Infirmary; Eric Holbrook / Holbrook EH / Massachusetts Eye and Ear Infirmary; Benjamin S Bleier / Bleier BS / Massachusetts Eye and Ear Infirmary.

P-099 - TÉCNICA PARA REUTILIZAÇÃO DE CABEÇAS HUMANAS CONSERVADAS EM FORMALDEÍDO NA DISSECÇÃO DA BASE DO CRÂNIO Davi Sousa Garcia / Garcia DS / FCMSCSP; Ricardo Landini Lutaif Dolci / Dolci RLL / FCMSCSP; Rodolfo Alexander Scalia / Scalia RA / FCMSCSP; Alexandre Bossi Todeschini / Todeschini AB / FCMSCSP; Mirna Duarte Barros / Barros MD / FCMSCSP; Américo Rubens Leite dos Santos / dos Santos ARL / FCMSCSP; Paulo Roberto Lazarini / Lazarini PR / FCMSCSP. VOX Otorrino | 25

CONQUISTA S

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As conquistas do

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology

Revista científica da ABORL-CCF chega aos 83 anos como a mais importante da especialidade na América Latina e, de quebra, tem ganhado espaço entre as publicações mais influentes do mundo

Por Luan Sicchierolli | Fotos: Divulgação

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evistas científicas são de suma importância para a sociedade médica, pois elas são um dos principais meios de atualização dos médicos que buscam, gradativamente, ficar informados sobre os mais recentes estudos e artigos que envolvem suas respectivas especialidades médicas.

Outro fator essencial deste tipo de publicação é servir como uma plataforma de divulgação de conteúdos científicos, não só para os médicos de um determinado país, mas para todos ao redor do mundo. A medida de espalhar o conhecimento não só ajuda a classe médica como um todo, como torna a especialidade cada vez mais relevante nesse cenário.

A revista científica oficial da ABORL-CCF é o Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, também conhecido pela sigla BJORL. A publicação sucedeu a antiga Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (RBOLR), fundada em 1933, da qual é a versão em inglês, criada e indexada no MEDLINE desde 2005. Em 2016, o periódico completou 83 anos de existência. Destinada à Otorrinolaringologia e às áreas de atuação correlatas – como cirurgia buco-maxilo-facial, cirurgia de cabeça e pescoço e foniatria –, a publicação tem por objetivo divulgar, tanto nacional quanto internacionalmente, a produção científica de interesse da especialidade, assim como a discussão, em editoriais de temas de importância científica, acadêmica e profissional.

“Além da questão da atualização, é importante que a gente tenha na própria Associação um meio onde os pesquisadores possam publicar suas pesquisas e achados” Dra. Mariana de Carvalho Leal Gouveia

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CONQUISTA S

“O BJORL é considerado hoje o periódico mais importante da especialidade na América Latina, e a cada novo ano conquista mais espaço entre as revistas internacionais do mundo todo” Dra. Shirley Shizue Nagata Pignatari

Este ano, a Comissão do BJORL virou um Departamento dentro da ABORL-CCF. De acordo com a presidente, Dra. Mariana Leal, a internacionalização do BJORL contribui para o grande alcance de leitores, pois a indexação internacional facilita a procura por artigos científicos publicados na revista.

A médica também reforça a importância da revista científica para os pesquisadores. “Além da questão da atualização, é importante que a gente tenha na própria Associação um meio onde os pesquisadores possam publicar suas pesquisas e achados”, afirma.

Atualmente sob a chancela da editora de publicações científicas Elsevier, o BJORL está indexado ao MEDLINE, Excerpta Medica, Lilacs, SciELO Brazil e ISI. Hoje, seu fator de impacto corresponde a 0,730 e cresce a cada avaliação, mostrando que a revista está no caminho certo. Para a Dra. Mariana, a principal meta no momento é o crescimento internacional da revista por meio da qualidade dos artigos publicados. Isto, por sua vez, poderá aumentar o fator de impacto do periódico, índice criado em 1955 nos Estados Unidos que permite calcular a qualidade das publicações. O cálculo é feito anualmente pelo Institute for Scientific Information (ISI) para as revistas indexadas em sua base de dados. São considerados nesta conta o número de citações recebidas pelos artigos publicados no periódico no período de 28 | VOX Otorrino

dois anos (anteriores), dividido pelo número de artigos publicados. Segundo a especialista, o objetivo do BJORL para os próximos anos é chegar ao fator de impacto 1,000. “Em 2012, o BJORL estava com 0,545, em 2013 passou para 0,623, depois para 0,653 em 2014 e, no ano passado, chegou a 0,730.

Estamos buscando o fator de impacto 1,000, que colocará a revista em uma posição de maior visibilidade e importância internacional”, avalia.

De acordo com a Dra. Shirley Pignatari, editora-chefe do BJORL, o número de submissões de artigos científicos de outros países é expressivo e continua crescendo. O periódico recebeu, somente em 2015, cerca de 600 submissões – das quais 50% eram de outros países. Neste ano, os números são ainda mais impressionantes: “Em 2016, o número de submissões praticamente dobrou, e a porcentagem de submissões internacionais já superou a de submissões provenientes do nosso próprio país”.

A Dra. Shirley reafirma a relevância do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology no cenário internacional. “O BJORL é considerado hoje o periódico mais importante da especialidade na América Latina, e a cada novo ano conquista mais espaço entre as revistas internacionais do mundo todo”, conclui.

VOX NEWS

Por Paula Netto | Fotos: Divulgação e Samuel Peloso Siqueira/Sênica Coberturas Fotográficas

DR. JOTZ É O NOVO MEMBRO BRASILEIRO DO CORLAS Médico se junta a um renomado grupo de otorrinolaringologistas que integram o Collegium

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presidente do Comitê de Residência e Treinamento da ABORL-CCF, Dr. Geraldo Pereira Jotz, é o mais novo membro da sociedade a ser aceito em uma das mais prestigiosas academias de Otorrinolaringologia do mundo, o Collegium Oto-Rhino-Laryngologicum Amicitiae Sacrum (CORLAS). O médico tomou posse no dia 26 de agosto de 2016 durante o Annual Meeting da entidade realizado em Bordeaux, na França. Com a admissão, Dr. Jotz se junta a um time de peso de otorrinolaringologistas brasileiros que integram o CORLAS, como o Dr. Pedro Luiz Mangabeira Albernaz – tendo sido, inclusive, presidente do CORLAS entre 2004 e 2006 –, Dr. Mauricio Malavassi Ganança, Dr. Ricardo Ferreira Bento, Dr. Marcelo Miguel Hueb, Dr. Sady Selaimen da Costa e Dr. Richard Louis Voegels.

Para ser selecionado, Dr. Jotz explica que teve seus trabalhos científicos dos últimos cinco anos analisados por uma comissão do Collegium conhecida como Board. “O ingresso é árduo, pois a produção científica deve ser intensa nos anos que antecedem a proposição para entrar no CORLAS. O Board leva em conta os trabalhos de pesquisa translacional, ou seja, pesquisa básica aplicada. Assim, precisamos destacar e enviar os cinco artigos que julgamos de maior relevância na nossa publicação”, relata.

A aceitação de Dr. Jotz tem grande valor devido ao exclusivismo característico do CORLAS. De acordo com o otorrinolaringologista, o Anual Meeting é fechado para apenas 250 convidados, das quais somente os membros titulares e eméritos têm assento. Aqueles que não fazem parte do Collegium e desejam participar do evento precisam ser convidados por algum dos integrantes.

Contente com o ingresso na academia, Dr. Jotz afirma ter expectativas positivas para a Otorrinolaringologia brasileira. “Com esta nova experiência há um horizonte favorável na busca pela contribuição com as pesquisas que aqui fazemos. Essa relação com pesquisadores otorrinolaringologistas de outras nações também é importante no processo terapêutico dos nossos pacientes, colocando o Brasil na ‘vitrine’ dos países que participam da geração de conhecimento científico na área otorrinolaringológica”, finaliza.

Dr. Geraldo Jotz em encontro do CORLAS

Com o Prof. Michael Paparella, da Universidade de Minnesota, que apoiou sua candidatura ao CORLAS

Com o Prof. Ricardo Bento, da USP, que indicou o Dr. Jotz ao CORLAS

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VOXNEWS

NOVA PRESIDENTE DA ABORL-CCF É EMPOSSADA DURANTE O 46º CBO À frente da associação em 2017, Dra. Wilma Anselmo Lima planeja ampliar a atuação da instituição e investir em educação continuada, entre outras ações

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m meio à intensa programação científica, o 46º CBO foi marcado, também, pela passagem de bastão do atual presidente da ABORL-CCF, Dr. Domingos Tsuji, para a presidente eleita para a gestão 2017, Dra. Wilma Anselmo Lima. Na ocasião, a médica adiantou que, no decorrer de sua administração, uma das prioridades será a consolidação dos ganhos obtidos, ao longo dos anos, pelo Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF. “Este comitê será subdividido em grupos específicos com foco de trabalho nas seguintes frentes: fomentar a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) por meio de reuniões com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e representantes de planos de saúde; manter a cadeira da ABORL-CCF dentro da Associação Médica Brasileira (AMB), garantindo nosso direito ao voto; e concluir a atualização de 28 procedimentos presentes na tabela da CBHPM”, afirmou.

Outra ação prevista pela nova diretoria é o esforço para manter um curso único de educação continuada, com níveis que irão do básico ao avançado, e de caráter on-line, de modo a disponibilizá-lo a todos os associados. “Pretendemos participar de assuntos relacionados à Otorrinolaringologia junto à Frente Parlamentar de Saúde. Com o Conselho Federal de Medicina, queremos a valorização e defesa da especialidade frente a avanços de ‘não médicos’ e mesmo de outros médicos não especialistas”, resumiu.

Além da mudança na presidência, outros setores da ABORL-CCF tiveram novos representantes definidos para o próximo ano. Confira os resultados das eleições:

RESULTADOS DAS ELEIÇÕES Diretor Segundo Vice-Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes Comitê de Título de Especialista Dra. Ana Cristina Kfouri Camargo Dr. Bruno de Rezende Pinna Dr. Jose Fernando Polanski Dra. Paula Angelica Lorenzon Silveira Dra. Rita de Cassia Soler Comitê de Ética e Disciplina Dr. Arnaldo Guilherme Dr. Roberto Campos Meirelles Comitê de Defesa Profissional Dr. Bruno Almeida Antunes Rossini Dr. Casimiro Villella Junqueira Filho Dr. Geraldo Pereira Jotz Comitê de Eventos e Cursos Dr. Arthur Menino Castilho Dra. Camila de Giacomo Carneiro Barros Comitê BJORL Dr. Carlos Takahiro Chone Comitê de Comunicações Dr. Fabrizio Ricci Romano Dr. Alexandre Beraldo Ordones Dra. Renata Dutra De Moricz Comitê de Residência e Treinamento Dr. Fernando Kaoru Yonamine Dr. Pablo Pinillos Marambaia Dr. Paulo Tinoco Dra. Rebecca Christina Kathleen Maunsell Dr. Eduardo Tanaka

A nova presidente, Dra. Wilma Anselmo, com os ex-presidentes, Dr. Domingos Tsuji e Dr. Sady Selaimen

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Comitê de Educação Médica Continuada Dr. Joel Lavinsky Dra. Juliana Antoniolli Duarte Dra. Roberta Boeck Noer Pilla

REVISTA VOX OTORRINO GANHA NOVAS SEÇÕES Mudanças definidas pelo Comitê de Comunicações visam aprimorar a qualidade da informação difundida pela publicação

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revista VOX Otorrino, uma das principais publicações da ABORL-CCF, ganhará novas seções em 2017. As mudanças foram definidas em reunião do Comitê de Comunicações da entidade realizada durante o 46º CBO. Com o objetivo de difundir e democratizar ainda mais a informação judicial na área, ficou definido que a revista terá um espaço intitulado O que diz a Lei, no qual otorrinolaringologistas poderão enviar dúvidas e questionamentos ao Departamento Jurídico da ABORL-CCF. Com isso, a entidade espera abrir mais um canal de apoio aos associados a fim de evitar ou solucionar problemas legais.

Outra novidade será a seção ABORL-CCF em ação, cujo objetivo será mostrar as atividades realizadas pelos diferentes departamentos da Associação em prol dos sócios e a sua importância. Atualmente, a ABORL-CCF possui 12 departamentos divididos por subáreas relacionadas à Otorrinolaringologia. Por meio do espaço, os associados se sentirão mais próximos do trabalho realizado internamente na instituição.

Para quem quiser elogiar o conteúdo da revista, enviar sugestões e até mesmo fazer críticas, a VOX Otorrino terá o Espaço ao Leitor, no qual todos terão a oportunidade de contribuir para a contínua qualidade da publicação. E, por fim, a seção HumORL será reforçada com a publicação dos quadrinhos Meus Nervos, que têm o cotidiano dos médicos e da Saúde como temas.

Reunião do Comitê de Comunicações decidiu novas seções e pautas para 2017

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GESTÃO E M P RÁ TICA

Hospital Geral de Pirajussara:

modelo em atendimento público de qualidade

Há 17 anos, HGP oferece assistência hospitalar de média e alta complexidade referenciada pelo SUS e reconhecida internacionalmente

Por Paula Netto | Fotos: Divulgação

A

busca contínua por serviço público digno e de excelência é o eixo norteador do trabalho realizado no Hospital Geral de Pirajussara (HGP).

Inaugurada em 1999, a instituição integra uma rede de unidades hospitalares administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), uma das maiores entidades filantrópicas do país no setor da Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). O hospital, localizado no Jardim Pirajussara, em Taboão da Serra (SP), surgiu em uma época em que a região era carente de serviços de saúde. Em 17 anos de existência, o HGP vem mudando essa realidade por meio de assistência hospitalar de média e alta complexidade referenciada pelo Sistema 32 | VOX Otorrino

Único de Saúde (SUS). Atualmente, conta com uma ampla gama de serviços clínicos e cirúrgicos em diversas especialidades, sendo uma referência para trauma, neurocirurgia, cirurgia cardíaca (adulta e infantil) e gestação de alto risco.

O compromisso em ser um modelo de prestação de serviços na área pública rendeu ao hospital importantes certificações, como o nível 3 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), e também o QMentum International, concedido pela Accreditation Canada. Ambos atestam a qualidade da assistência prestada aos pacientes e da gestão das instituições. Boa parte desse reconhecimento vem do esforço para adequação do espaço físico e modernização do aparato tecnológico do hospital. De

acordo com Dr. Jorge Salomão, diretor do HGP, nos últimos anos houve a implantação do prontuário eletrônico e reformas em algumas unidades, além da revitalização do centro obstétrico e inauguração do serviço de hemodinâmica, entre outras ações.

A qualidade dos profissionais que atuam no HGP também merece atenção. O hospital incentiva a realização de cursos de capacitação das equipes (ministrados na própria unidade) – como, por exemplo, o Curso de Reanimação Neonatal ou Suporte Básico de Vida –, ou em parceria com outras entidades, como as Secretarias de Saúde dos municípios de Taboão da Serra e Embu das Artes. A estrutura é outro fator importante. “O hospital oferece recursos estruturais a todos os profissionais, contando ainda com uma equipe multiprofissional, recursos para diagnóstico de imagem, UTI e centro cirúrgico, além de protocolos institucionais apoiados na prática da Medicina baseada em evidências”, explica.

Serviço de Otorrinolaringologia e preparação de futuros especialistas No setor de Otorrinolaringologia do hospital, o atendimento aos pacientes é feito em praticamente todas as subespecialidades da área, com foco em Otorrinopediatria, Otologia e Rinologia. Segundo o coordenador do serviço, Dr. Luiz César Iha, a humanização é um valor trabalhado diariamente. “Sempre tentamos fazer o atendimento mais humanizado possível, acompanhando não só a queixa otorrinolaringológica, mas também o paciente como um todo. Essa é sempre uma preocupação muito grande no nosso dia a dia”, afirma.

Desde a sua inauguração, o HGP participa do Programa de Residência Médica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) nas especialidades de Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica, Neurocirurgia, Neonatologia e Ortopedia. Um dos preceptores de Otorrinolaringologia, Dr. Iha acredita que a experiência é imprescindível para a formação dos médicos, principalmente para os otorrinolaringologistas. “A residência permite que o jovem, em sua formação, atenda e realize procedimentos com um grande número de pacientes e consiga atuar tanto na parte ambulatorial quanto cirúrgica”, diz. De acordo com o coordenador, aproximadamente 150 residentes do setor de Otorrinolaringologia da UNIFESP tiveram parte de sua formação

praticada nas dependências do hospital sob supervisão da equipe médica contratada.

A experiência como residente é relatada com entusiasmo por Bárbara Belmont. Cursando o terceiro e último ano da residência médica em Otorrinolaringologia na EPM, a médica afirma que o período vivido no hospital tem sido de grande importância para sua formação. “Tive a chance de realizar grande número de procedimentos cirúrgicos e também aprimorar o aprendizado sobre anamnese, exame físico, raciocínio clínico e terapêutico”, pontua. Bárbara também destaca a qualidade dos preceptores e o ambiente do hospital para a consolidação do conhecimento. “Todos os preceptores possuem formação com nível de excelência e demonstram preocupação e compromisso em transmitirem seus conhecimentos aos residentes. Em sua abordagem, enfatizam não só a aquisição de habilidades cirúrgicas, mas também o conhecimento acerca das patologias, de seu diagnóstico, da solicitação e interpretação de exames complementares e do arsenal terapêutico disponível”, declara. “Ao estarmos inseridos no HGP, temos contato com um número elevado de pacientes portadores das patologias mais prevalentes em Otorrinolaringologia. Isto viabiliza a aquisição de uma vivência na abordagem diagnóstica e terapêutica de tais afecções, preparando-nos para a realidade futura no mercado de trabalho”, reitera. A residente ressalta ainda que, embora o HGP apresente dificuldades como a maioria dos hospitais do Estado, cumpre sua missão. “Graças à dedicação e qualidade dos profissionais que lá trabalham, é possível prestar uma assistência médica de qualidade à população local”, finaliza.

O HGP possui 18.368,19m2 de área construída e conta com 267 leitos operacionais, 8 salas cirúrgicas, 2 salas de cirurgia ambulatorial e 3 salas de centro obstétrico, UTI adulta, neonatal e pediátrica, 15 consultórios de ambulatório, setor de hemodinâmica, endoscopia, fonoaudiologia e setor de reabilitação.

O hospital atende, por mês, uma média de 15.000 pacientes ambulatoriais e 2.500 pacientes no pronto atendimento, realizando 1.500 internações, 300 partos e 600 cirurgias.

No Setor de Otorrinolaringologia, são realizados mais de 3.000 atendimentos ambulatoriais por ano, contabilizados entre atendimentos ambulatoriais e procedimentos cirúrgicos.

Dr. Luiz Cesar Iha

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CONDUTA M É D ICA

Sob a luz da ética

E DO BOM SENSO

A compreensão de princípios éticos desde a infância ajuda o médico não só a ter sucesso na relação com seus pacientes, mas também a traçar uma carreira livre de infortúnios e de dilemas Por Carol Herling | Foto: Divulgação

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ondutas pautadas pela falta de postura ética e moral, que ferem princípios basilares reconhecidos e praticados pela coletividade, inflamam os debates sobre o assunto. Cada vez mais a população exige o regaste da boa conduta e da postura ética não só dos entes governamentais, mas também da sociedade como um todo (incluindo nessa conta os profissionais médicos), com a consequente punição àqueles que praticarem atos ilegais ou ilícitos. Contudo, antes de iniciar qualquer discussão, é preciso lembrar que a ética é construída a partir de valores históricos e culturais, existe desde os primórdios da humanidade e é fundamental na convivência em sociedade e nas relações pessoais e interpessoais. Especificamente na Medicina e na vida profissional do médico, o percurso ético tem início na faculdade. “É através da compreensão e da assimilação das regras que o futuro médico construirá os alicerces de sua vida profissional. Será exigido deste indivíduo, durante a faculdade e a especialização, condutas zelosas e éticas em prol do exercício regular da Medicina e, por consequência, do bom atendimento ao paciente. Recusar-se à adoção de postura ética durante sua formação e exercício 34 | VOX Otorrino

profissional médico resultará em condutas passíveis de penalidades pelo Conselho Regional de Medicina, Sociedades de Especialidades Médicas, respondendo ainda pelos atos praticados no âmbito da Justiça Civil e Penal”, afirmam Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF. Para que haja equilíbrio e bom funcionamento social e profissional, interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens não podem interferir, em hipótese alguma, na vida profissional do médico – caso contrário, ele poderá sofrer sanções. “O médico deve manter transparência e lisura durante toda sua existência profissional, distanciando-se de condutas que possam macular sua carreira, pois se isso acontecer certamente terá que responder legalmente perante o Conselho Regional de Medicina e Justiça”, pontua.

Para o otorrinolaringologista Dr. Ivan Dieb Miziara, que leciona em três universidades, atua como legista e como diretor do Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo e é autor de livros sobre o assunto, a questão deve ser encarada com otimismo e, ao mesmo tempo, cautela. “Encaro os médicos que abraçaram a profissão

como pessoas boas. E não vejo as infrações porventura cometidas, na sua grande maioria, de forma dolosa. Contudo, não podemos negar que as infrações acontecem por puro desconhecimento”, afirma. Para o Dr. Miziara, o próprio Código de Ética Médica pode deixar o médico em dúvida: “Às vezes, a própria letra do código deixa o médico em dúvida. É preciso deixar claro que nem sempre os problemas são resolvidos ao se ler o Código. Por exemplo, no capítulo IX, artigo 73, o Código de Ética Médica determina que a revelação do sigilo médico – em outras palavras, a quebra do segredo confiado pelo paciente ao médico durante a consulta –, somente pode ser considerada em três situações: motivo justo, dever legal ou consentimento, expresso e por escrito, do paciente. E aí, pairam dúvidas para os mais desavisados: o que seria ‘motivo justo’ e o que seria ‘dever legal’? Muitos entendem que ‘dever legal’ é uma ordem judicial, quando não é – aqui, o artigo se refere às doenças de notificação compulsória que o médico tem o dever legal de informar às autoridades sanitárias. Quanto ao ‘motivo justo’, trata-se de algo mais vago, mas que, em geral, refere-se à possibilidade de danos a terceiros se o segredo for mantido. Ou seja, nem tudo é preto e branco, e são nas áreas cinzas que tudo se torna complicado. A vida tem muitas nuances e possibilidades”.

Denúncias contra otorrinos estão abaixo da média O Conselho Federal de Medicina (CFM), bem como os seus subordinados Conselhos Regionais de Medicina, foram regulamentados durante o governo do Presidente Juscelino Kubitschek (que também era médico) para regulamentar e fiscalizar a atuação ética dos profissionais brasileiros. O principal objetivo dessa ação foi o de proteger a população dos maus médicos. Cabe a essas instituições desempenhar funções cartoriais, normatizadoras, fiscalizadoras, judicantes e políticas, e receber eventuais denúncias. Para o Dr. Carlos Alberto Herrerias de Campos, ex-integrante da Comissão de Ética Médica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e que há oito anos atua como

Uma carreira sólida se constrói com pilares fortes sustentados pela ética, pela moral e pela transparência, que começam a ser cimentados ainda na infância. Confira:

Estágio 1 | infância Cabe aos pais ou responsáveis ensinar ao filho noções e conceitos de ética.

Estágio 2 | vida escolar Nesse estágio, o indivíduo é conduzido e movido por regras que aprende na escola, e que ajudarão a determinar uma futura carreira profissional. Ao mesmo tempo, se vê confrontado frente às noções de ética de seus colegas e professores. É necessário que os pais ou responsáveis redobrem a atenção.

Estágio 3 | vida universitária Aqui, o estudante de Medicina tem contato com o Código de Ética Médica, e aprende que em sua futura profissão serão exigidas condutas zelosas, além das éticas, para o exercício regular da Medicina em prol da saúde do paciente – que é o alvo de toda sua atenção.

Estágio 4 | residência O médico especialista passa a ser confrontado constantemente com questões de ordem ética. Ele deverá guardar absoluto respeito e agir com boa conduta durante seu exercício profissional, seja durante o atendimento ao paciente ou ao longo das atividades de ensino.

Estágio 5 | profissional Ao se estabelecer no mercado, o médico passa a lidar com as Sociedades de Especialidades, com Conselho Regional de Medicina, com Entidades da área da Saúde, com as indústrias farmacêuticas e de produtos da Saúde. Tais relacionamentos não podem contrariar os ditames éticos e morais, pois o médico não pode, em nenhuma circunstância, renunciar sua liberdade profissional e ética.

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CONDUTA M É D ICA

“Deixe claro que não há conflito de interesses” Muitos médicos pensam em diversificar suas atividades profissionais. Uma opção é se tornar palestrante – ou speaker – atendendo principalmente aos laboratórios interessados em divulgar um novo produto. Geralmente, quem é escolhido para esta tarefa se destaca em determinada área específica dentro da especialidade, e muitas vezes indicado pelos próprios colegas.

Para ter sucesso nesse meio, é necessário estudar em detalhes os medicamentos a serem discutidos. Abordar os benefícios, efeitos colaterais, as possibilidades de interação medicamentosa e fazer uma comparação com outros fármacos são alguns pontos que o speaker tem que fazer em sua apresentação.

No caso do otorrinolaringologista e alergologista/ imunologista Dr. João Vianney Brito de Oliveira, suas palestras são aulas científicas, muitas delas com enfoque no tratamento semelhante às aulas apresentadas em congressos, simpósios e jornadas. Nesses encontros, preza por apresentar o conteúdo científico com toda ética, baseado em evidências e de forma imparcial. “Quando da apresentação de novos fármacos ou de medicamentos já consolidados, em minha opinião é sempre importante discutir a patologia

conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, existem dados de desvios de conduta ou falhas éticas Dr. João Vianney por parte de otorrinolaringologistas – assim como em todas as especialidades médicas.

“O que posso afirmar é que a porcentagem de sindicâncias e processos ético-profissionais envolvendo otorrinos é muito pequena, bem abaixo da média”, relata.

Tendo como base sua experiência pessoal, o Dr. Campos acredita não ser complicado agir com ética.

“Ao contrário, é muito gratificante, especialmente nas decisões mais difíceis. Se queremos, podemos e devemos, nós nos sentimos muito bem quando optamos por agir dentro de nossos princípios e valores. Complicado 36 | VOX Otorrino

para o fármaco em questão, citando epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico e prevenção. A maioria dos palestrantes sempre cita o nome dos fármacos a serem apresentados pelo nome da substância ou associação e não pela apresentação comercial, independente que colegas ouvintes façam perguntas utilizando a marca”, explica.

Para o Dr. Vianney – que começou a palestrar na Sociedade Médica de Petrópolis e na Sociedade de Otorrinolaringologia do Rio de Janeiro e foi indicado por colegas para apresentar palestras para a indústria farmacêutica –, é importante que o speaker tenha um conhecimento profundo e específico do tema. É importantíssimo gostar de falar em público e se preparar para isso, dando aula para alunos da graduação ou pós-graduação ou mesmo fazer cursos de oratória caso tenha oportunidade”, defende.

Quem quer iniciar nesse meio, segundo o Dr. Vianney, precisa deixar claro que não há conflito de interesses, ser ético, referir se é speaker de outros laboratórios, se trabalha em instituições públicas ou se participa de consultorias e estudos clínicos destes ou de outros fármacos. Outra preocupação que o médico precisa ter, segundo o especialista, é ter contratos somente com laboratórios éticos e, ainda, procurar discutir alternativas de tratamento: “Mesmo que haja um enfoque em determinados fármacos, o médico jamais deve impor ou fazer apologias”.

é quando deixamos isso de lado, pois nossa consciência nos mostra que agimos de forma imoral”, explica. Por causa de suas funções junto ao Cremesp e à Santa Casa de São Paulo, costuma observar as posturas e atitudes de seus colegas. “Considero a maioria bem preparada tecnicamente, mesmo quando comparada aos médicos de países do primeiro mundo. Esses profissionais possuem nobres valores e princípios inerentes ao povo brasileiro, como, por exemplo, um alto grau de humanismo, e agem quase sempre dentro das normas morais esperadas. É claro que alguns colegas chegam a cometer infrações calamitosas e que são amplamente divulgadas pela imprensa, mas, nesses casos, esses médicos têm o seu exercício profissional cassado e deixam de ser médicos”, diz.

Q UAL I DADE DE VI DA

Uma longa caminhada

RUMO AO TOPO Conheça o que motiva o médico a dividir seu tempo entre o consultório e a altura das montanhas Por Bruno Bernardino | Fotos: Divulgação

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udo começou como uma forma de relaxar em meio à natureza. Contudo, o prazer de estar em regiões montanhosas, geralmente com a família, perdeu a ocasionalidade, e logo tomou maiores proporções até se tornar um hábito. Hoje, o otorrinolaringologista Ricardo Dorigueto, 42, pratica três modalidades de esportes na montanha: o hiking (que consiste em uma caminhada de um dia), o trekking (trilhas mais longas com duração superior a um dia) e o trail running (a corrida de montanha).

A seriedade com que o Dr. Ricardo encara tais esportes, atualmente, em nada se assemelha com a primeira experiência que teve, quando fez um trekking ao cume do Pico da Bandeira, terceira maior montanha do Brasil. Sem nenhum planejamento, o médico classifica essa experiência como desastrosa. “Foram dois dias nas montanhas. Faltou água, comida, condicionamento físico e abrigo adequado, mas cheguei ao cume”, relembra. “Do que poderia ser considerada uma tragédia ou comédia, nasceu uma prática gradual de condicionamento físico, o que já me fez planejar as próximas viagens”.

De lá para cá, o Dr. Ricardo já subiu algumas das dez maiores montanhas do Brasil: Pico do Calçado, Pedra da Mina, Pico das Agulhas Negras, Pico do Cristal, Morro do Couto e Pedra do Sino, esta última localizada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. A trilha que ele considera mais marcante, porém, foi a travessia da Serra Fina, na Serra da Mantiqueira, que o surpreendeu pelo alto grau de dificuldade e beleza. “Foram três dias de caminhada e escaladas, totalizando 40 quilômetros em montanhas que dividem os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais”, recorda.

Como vencer os medos Segundo o Dr. Ricardo, cooperação, determinação, superação e espírito de equipe são os maiores desafios no trekking em altas montanhas. Por ser uma aventura com imprevistos, é exigido do praticante um planejamento prévio do trajeto e condicionamento físico adequado. O médico destaca que é importante lembrar, porém, que não é porque se está escalando uma montanha com um grau de dificuldade elevado, que se é obrigado a transpor todas suas limitações. “O medo é calculado e dosado pelo próprio praticante e cada um sabe das possibilidades internas”, pontua. “Além disso, bons equipamentos e bons amigos fazem a diferença na hora do perrengue e, em momentos de dificuldade, lesão ou acidentes, estar em grupo faz a diferença”.

Exercitar-se sempre é importante. Ricardo treina corrida seis vezes por semana, sendo uma dessas praticada especialmente na montanha, em geral aos finais de semana. Três ou quatro vezes ao ano ele realiza as travessias maiores, geralmente em períodos de menor incidência de chuvas e raios. Este hábito traz benefícios que excedem a saúde física, classifica o otorrino, pois é também fundamental para seu bem-estar psicológico, deixando-o feliz e relaxado, o que auxilia em todos os aspectos de sua vida, inclusive na prática da Medicina.

Para quem pensa em se iniciar nos esportes, Ricardo destaca que é essencial dar o primeiro passo e sair da zona de conforto. “Muitas vezes, o que leva as pessoas a não praticar o esporte é o medo do desconhecido. É uma questão de escolha, mas o trekking e a escalada contribuem em muito para uma vida mais saudável e uma mente mais tranquila”.

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EDUCAÇÃO CO NTINU A D A

OS PERIGOS DA

AUTOMEDICAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE DOS PACIENTES Dr. Ali Mahmoud

Médico assistente do HCFMUSP e da Clínica Otorhinus e Chefe do Ambulatório de Estomatologia da ORL/HCFMUSP

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automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelo paciente, sem a avaliação médica prévia.

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Trata-se de um fenômeno crescente no Brasil e em outros países, e é considerado por muitos como forma de complementação ao sistema de saúde. A OMS considera que as medicações que poderão ser utilizadas na automedicação devem ser: eficazes, confiáveis, seguras e de fácil utilização.

Muitas medicações que podem ser utilizadas pelos pacientes são de fácil acesso nos balcões das farmácias e até em supermercados, porém não há nenhuma regulamentação sobre orientar o paciente sobre o uso correto das mesmas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem regulado a venda e a propaganda dessas substâncias. Essa propaganda maciça, associada ao uso prévio de alguma medicação, dificuldade e/ou custo de opinião médica e a angústia gerada pelos sintomas levam o paciente a se automedicar.

Os principais riscos que devemos observar na automedicação são: alergias, intoxicação, efeitos colaterais e interações medicamentosas. Muitos medicamentos podem gerar alergias e, infelizmente, não temos como detectar isso sem uso prévio da medicação. Essas reações alérgicas podem se apresentar como rash cutâneo, edema palpebral, prurido e, em casos mais graves, como edema de glote ou eritema multiforme (síndrome de Stevens-Johnson).

Os medicamentos são os principais agentes que levam a atendimento médico por intoxicação no país.

Duas das principais medicações com maior índice de intoxicação têm relação com a prática otorrinolaringológica: descongestionantes nasais tópicos e sistêmicos. Os descongestionantes nasais tópicos são medicações de baixo custo e fácil acesso que levam à melhora rápida na obstrução nasal. A nafazolina foi a medicação mais vendida no Brasil em 2015. A intoxicação ocorre com o uso de altas doses para alívio sintomático e a rápida absorção da medicação. O quadro clínico da intoxicação é de náuseas, vômitos, cefaleia, hiperemia cutânea, sudorese, irritabilidade, aumento da pressão arterial, distúrbios cardíacos como extra-sístoles e outras arritmias podem aparecer. Em casos graves, depressão do SNC, hipotermia, bradicardia, dilatação pupilar, sonolência e coma; distúrbios respiratórios com respiração irregular ou bradipneia com períodos de apneia. O tratamento é de suporte e nos casos graves, pode ser necessária internação em UTI. Os descongestionantes sistêmicos estão presentes em antigripais vendidos sem receita médica e de fácil acesso. Normalmente, essas medicações são vendidas em associações com outras substâncias, como analgésicos e anti-histamínicos, que podem levar a variados quadros clínicos de intoxicação, mas os principais sintomas são sonolência, cefaleia, tonturas, vômitos, taquicardia ou bradicardia, palpitação, bloqueio A-V, hipertensão arterial, tremores, distúrbios neuropsíquicos incluindo inquietude, irritabilidade, agressividade, confusão mental, convulsões, alucinações e até quadros paranoides.

Os efeitos colaterais das medicações utilizadas em automedicação podem ser graves e fatais. Os analgésicos e anti-inflamatórios são muito utilizados pelos pacientes, e podem apresentar geralmente epigastralgia, azia e queimação retroesternal. O uso crônico e abusivo pode levar a quadros de insuficiência renal ou hepática. No caso dos anti-histamínicos, devemos atentar para os quadros de sonolência associados e orientar o paciente a não utilizar estas medicações em associação com álcool. Algumas medicações que são prescritas como fitoterápicos – tais como o ginkgo biloba e o ginseng – tem propriedades de antiagregação plaquetária, que podem levar a sangramentos importantes nos pacientes que utilizam tais remédios.

Em pacientes que serão submetidos à cirurgia, é importante a suspensão dessas drogas e de AAS de sete a dez dias antes do procedimento.

Muitas substâncias apresentam interação com outras medicações que são de uso crônico do paciente.

Os inibidores de bomba de prótons – muito utilizados para o tratamento do refluxo faringolaríngeo, apresentam interação importante com medicações anticonvulsivantes. Os medicamentos que contêm descongestionantes nasais não devem ser utilizados em pacientes hipertensos e em pacientes com alterações tireoidianas.

A automedicação com antibióticos pode levar ao aumento da resistência bacteriana e, em uso prolongado, pode levar a aparecimento de infecções fúngicas.

Esse uso vem diminuindo após a obrigatoriedade da receita no momento da compra, mas muitos pacientes acabam utilizando antibiótico prescrito em outra ocasião para tratamento de possível infecção que nem sempre é confirmada.

A automedicação está em evidência e vem crescendo com o aumento da dificuldade em acessar o sistema de saúde. Devemos orientar os nossos pacientes sobre os riscos desta prática e o que ela pode representar, principalmente em pacientes com doenças que demandam o uso crônico de medicações.

Bibliografia • Anvisa: www.anvisa.gov.br • Arrais PSD. Perfil da Automedicação no Brasil. Rev. Saude Pública. 1997;31(1):71-7.

• Automedicação. Editorial da Rev. Assoc. Med. Bras. 2001;47(4).

• FDA: www.fda.gov • OMS: www.who.org

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EDUCAÇÃO CO NTINU A D A

PROJETO GRADUAÇÃO: APROXIMANDO A ABORL-CCF DAS FACULDADES DE MEDICINA Programa visa levar conhecimentos de Otorrinolaringologia a alunos de graduação

Por André Klojda e Carol Herling

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estinado a estudantes de Medicina, o Projeto Graduação foi oficialmente lançado em setembro deste ano. Capitaneado pela Dra. Renata Dutra de Moricz, Presidente do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF, e pelo Dr. Sady Selaimen, o projeto tem como objetivo levar aos estudantes de Medicina uma série de fundamentos teóricos da Otorrinolaringologia que, muitas vezes, não são devidamente abordados durante a formação universitária. O Projeto Graduação envolve um curso completo de Otorrinolaringologia com 15 aulas primorosamente elaboradas e que, no conjunto, contempla (quase) tudo aquilo que, a juízo da ABORL-CCF, um aluno de graduação deveria saber sobre a especialidade. Para o Dr. Selaimen, quanto maior e mais qualificado for o contato com a Otorrinolaringologia durante o curso de graduação, melhor.

“Primeiro, ao divulgarmos conhecimentos de qualidade, certamente estaremos despertando a atenção e o interesse dos jovens estudantes para a nossa ciência. Segundo, é importante que os acadêmicos entendam a dimensão da Otorrinolaringologia moderna assim como as suas inúmeras interfaces. Por fim, o aprofundamento teórico no manejo de doenças da nossa especialidade é muito importante para o médico generalista dada a sua enorme prevalência na prática médica ambulatorial!”, destaca. Ele ainda salienta que o conteúdo programático foi criteriosamente selecionado e que as aulas “foram ministradas por brilhantes jovens colegas recrutados pelo Comitê”.

Quanto aos próximos passos, o Dr. Selaimen entende que a qualidade e impacto do projeto devem ser constantemente aferidos através de ferramentas específicas a fim de detectar imperfeições e proceder os necessários ajustes de rotas. “As análises devem ser periódicas e as 40 | VOX Otorrino

atualizações constantes. Afinal, a Otorrinolaringologia, assim como a Medicina como um todo, é uma ciência dinâmica e em constante expansão”, diz.

As aulas estão disponíveis no site da ABORL-CCF, no link <http://www.aborlccf.org.br/projetograduacao>.

Confira a lista completa dos temas e dos palestrantes: Surdez

Dra. Letícia Rosito

Voz e disfonias

Dra. Marilia Ribeiro Brum

Otites

Dr. Maurício Noschang

Urgências em ORL

Dra. Renata Santos Bittencourt Silva

Epistaxe

Dr. Marco Antônio Ferraz de Barros Baptista

Ronco e apneia do sono

Dr. Bruno Bernardo Duarte

Massas cervicais

Dr. Marcelo das Neves Palumbo

Vertigem

Dra. Paula Ribeiro Lopes

IVAS e adenotonsilite

Dra. Alessandra Loli

Neoplasias em ORL

Dra. Isamara Simas

Rinites

Dr. Flavio Massao Mizoguchi

Zumbidos

Dr. Ektor Onishi

Paralisia facial periférica

Dr. Raul Zanini

Rinossinusites

Dra. Milena Lopes

I N T ER NA C I ON A L

UMA CONQUISTA em prol da ORL do Brasil Eleição do Dr. Sady Selaimen para o International Board da AAO-HNSF irá aproximar ainda mais as entidades dos Estados Unidos e do Brasil

Por Carol Herling

Reconhecido por sua atuação como Presidente da ABORL-CCF em 2015 – em uma gestão marcada pelos investimentos em tecnologia como ferramenta de democratização, pela certificação dos processos internos, pela contundência na defesa profissional e pela manutenção da ética médica –, o Dr. Sady Selaimen da Costa encara mais um desafio. Recentemente eleito para o International Board da Academia Americana de Otorrinolaringologia (AAO-HNSF), ele terá a missão de ajudar a criar, promover e expandir canais de internacionalização da entidade norte-americana.

Após lançar a ideia da criação do International Board, a AAO-HNSF buscou por otorrinolaringologistas no cenário mundial que pudessem colaborar com a proposta. Acolhendo indicações de várias sociedades do mundo – o Dr. Sady foi uma recomendação pessoal do Dr. Domingos Tsuji como representante da ABORL-CCF –, a cúpula da AAO-HNSF em eleição direta escolheu o brasileiro para o cargo de Vice Chair. Nomeado durante o congresso da Academia, em setembro de 2016, o Dr. Sady já começou a desempenhar suas funções.

“Minha gestão será de dois anos. A próxima reunião

será em março, nos Estados Unidos e, enquanto isso manteremos contatos constantes via e-mail e conference calls. Entre as atribuições do Board incluem-se a montagem e execução de um planejamento estratégico, a proposição de um conjunto de ações que objetivam o aumento do contingente internacional nos meetings da Academia e o aumento do número de sócios internacionais”, detalha.

Também caberá ao Board incrementar atividades de difusão de conhecimento e promover o intercâmbio científico e assistencial entre as nações.

Na prática, quais os potenciais dividendos que a ABORL-CCF poderá extrair destas ações? Sem dúvida, a principal vantagem será a maior aproximação e afinidade entre a ABORL e a AAO-HNSF. “Dentro desse contexto, o meu principal objetivo é tentar facilitar e expandir a troca de experiências entre essas duas grandes instituições e os seus quadros de associados. Certamente, o estreitamento das relações será bilateralmente profícuo com um retorno garantido em know-how técnico-administrativo, educacional e assistencial”, afirma.

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HumORL

Perigo de vida O

grupo de seniors sempre se reunia ao final da tarde no café da esquina, em frente à praça. Batiam longos papos, tratavam com cuidado as condições do país, tinham soluções para os grandes temas nacionais, mas o tema que mais caracterizava o grupo era a permanente discussão sobre o estado de saúde de cada um deles e, como consequência, participar de um emocionante jogo para saber quem estava em piores condições. O assunto era de tal forma importante que foi apelidado por um familiar não pertencente ao grupo de “anamnese coletiva”.

– Marquei o cardiologista para terça feira. Andei sentindo umas dores no peito que respondiam nas costas. Achei que ia passar, mas, ao contrário, estão mais fortes...

– Estranho, eu também tenho dores, mas não fui ao médico. Na última vez, ele me disse que estava tudo bem e eu relaxei. Agora piorou. E ainda estou com uma tosse que não me deixa dormir.

– Há quanto tempo que não voltas lá?

– Vai bem uns quarenta dias.

Bah, intromete-se um terceiro jogador: – Eu, se deixar para consultar a cada dois meses, acho que não acordarei mais.

– Pois eu – arrematou um outro que estava no círculo –, ando constrangido porque não sustento a urina. Por cá, dá aquela palha e eu mijo as cuecas.

Iam, assim, organizando as doenças, quando um deles aparentemente acordou após algum tempo de letargia: – Vocês falam de doenças, mas quem tem hora para consultar sou eu. Vou agora falar com o otorrino. Tenho um caso sério para ele resolver.

Dito isto, levantou-se com auxílio de terceiros, saiu claudicando, atravessou a praça e entrou em casa.

Os velhinhos comentaram obviamente.

– Algo grave?

– Não sei, mas o médico está estudando o caso. Não deve ser coisa simples.

O idoso entrou em casa, mudou de roupa e voltou para a porta. Deu uma olhada rápida nos companheiros, seguiu até a parada de ônibus, desceu nas proximidades da clínica e entrou.

Atendido pela secretária, já foi confessando: – Tenho uma hora com o médico. Ele vai remover cerume dos meus ouvidos.

Saiu da clínica sorrindo. Podia ser pouca coisa, mas – por algum tempo – ninguém lhe ganharia no quesito morbidade.

Por José Seligman 42 | VOX Otorrino