Revista Vox #154

Edição 154 | Ano XXII | www.aborlccf.org.br

46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial O que esperar da melhor programação de todos os tempos VOX News I Combined Meeting é sucesso de público em São Paulo

USANDO A REDE como ferramenta de relacionamento Inspire-se nas histórias de sucesso de quem aprendeu a surfar na onda da internet e descubra que o céu é o limite

Gestão e carreira: Os segredos de quem domina os veículos de comunicação

Conquistas: As vitórias da ABORL-CCF em prol de seus associados

Mensagem do

PRESIDENTE Domingos Hiroshi Tsuji

Caro (a) associado (a), Você já está na rede?

Em tempos de comunicação cada vez mais dinâmica, é compreensível que surja a vontade de usar a internet e as redes sociais para divulgar o seu trabalho e conquistar mais pacientes. Se você já colocou em prática esta ideia, sabe como é preciso ter bom senso e até mesmo paciência para administrar sua presença on-line. Se pretende começar a exposição virtual, precisa saber como alguns dos profissionais que são considerados referências na internet usam essas importantes ferramentas de comunicação e divulgação. Na matéria de capa desta edição, você conhecerá cases de médicos que sabem explorar ao máximo o potencial das redes sociais – e, com isso, alavancar sua credibilidade não só junto aos pacientes, como também em meio aos seus pares. E não deixe de ler e se inspirar nos exemplos de quem entende o poder da (boa) exposição na mídia, sobretudo na televisão.

Aproveito a oportunidade para reforçar o quão importante é a sua presença no 46° CBO, em Goiânia. Este evento sem dúvida marcará a história da Otorrinolaringologia no Brasil, não só pela escolha do local (que tem diversos atrativos naturais e uma infraestrutura fantástica), mas também pelo formato das palestras seniores, inspirado no modelo TED (o maior disseminador de inovações do planeta). Não fique de fora deste que será “O melhor Congresso de todos os tempos”.

Um grande abraço para todos.

Dr. Domingos Hiroshi Tsuji Presidente ABORL-CCF

Diretoria 2016 Presidente Dr. Domingos Tsuji - São Paulo (SP)

Diretora Tesoureira Adjunta Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP)

Comitê de Comunicação Dr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

Primeiro Vice-Presidente Dra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP)

Diretor Executivo Carlos Roberto da Silva - São Paulo (SP)

Comitê BJORL Dra. Mariana de Carvalho Leal Gouveia - Recife (PE)

Assessor Dr. Paulo Sergio Lins Perazzo - Salvador (BA)

Comitê de Educação Médica Continuada Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP)

Assessor Dr. Thiago F. Pinto Bezerra - Recife (PE)

Comitê de Ética e Disciplina Dr. Ivan Dieb Miziara - São Paulo (SP)

Assessora Dra. Roberta B. Noer Pilla - São Paulo (SP)

Comitê de Residência e Treinamento Dr. Geraldo Pereira Jotz - Porto Alegre (RS)

Segundo Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP) Diretor Tesoureiro Dr. Fabrizio Ricci Romano - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Adjunto Dr. Edwin Tamashiro - Ribeirão Preto (SP)

PRESIDENTES DOS COMITÊS

Comitê de Título de Especialista Dr. Fernando Veiga Angelico Jr - São Paulo (SP)

Comitê de Eventos e Cursos Dr. Jose Antonio Patrocinio - Uberlândia (MG)

Comitê Defesa Profissional Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba (PR)

5 Carta ao leitor 6 Páginas azuis: Contratualização: como ela transformará o vínculo entre médicos e operadoras de planos de saúde 10 Agenda de eventos 12 O melhor de todos os tempos: A melhor programação de todos os tempos 14 Pré-congresso: União para desenvolver e promover o conhecimento 16 Gestão e carreira: Dos consultórios para os veículos de comunicação 19 Homenagem: Dr. Aroldo Miniti 20 Capa: Usando a rede como ferramenta de relacionamento

26 Conquistas: Trajetória de sucesso 30 Gestão em prática: Hospital no Norte do país é referência em gestão e ensino 32 Conduta médica: Consentimento informado em Medicina 36 VOX News 38 Educação continuada: A halitose e o otorrinolaringologista 41 Qualidade de vida: O doutor metaleiro 42 HumORL

EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Um novo ano para a Otorrinolaringologia

Allex Ogawa Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Domingos Tsuji

Comitê de Comunicações:

Allex Itar Ogawa Edilson Zancanella Gustavo Polacow Korn Ingrid Helena Lopes de Oliveira João Vianney Brito de Oliveira Marcelo Ribeiro de T. Piza Marco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy Ricardo Landini Lutaif Dolci

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Editora-chefe: Mariana Moreira (MTB: 35.038-RJ)

Reportagem:

Bruno Bernardino, Carol Herling e Paula Netto

Revisores Adriano Bastos e Leonardo de Paula

Fotos:

Alexandre Guzanshe, arquivo pessoal, Ascom - Ana Negreiros e Joab Ferreira, divulgação, Gislaine Miyono, Juan Cogo, Fundação Otorrinolaringologia (FORL), Thiago Freitas - TF FIlmes

C

omeçamos a contagem regressiva para o nosso 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia. Para muitos, um momento único para se atualizar e reencontrar amigos para a troca de experiências. Trouxemos desde a primeira edição de 2016 reportagens sobre o “melhor de todos os tempos”. É claro que o destaque sempre será a programação científica com os convidados internacionais e com os assuntos controversos do nosso dia a dia. Uma das novidades será abordar temas fora do âmbito científico como gestão, marketing e carreira médica sob a ótica do “como eu faço”. Nesta edição da VOX, apresentamos o aplicativo do 46º CBO que terá uma interface intuitiva e de fácil uso para que você possa acompanhar todas as aulas de seu interesse.

Sobre a matéria principal, o tema abordado é o das Redes Sociais. Você pode até não gostar de se expor nas redes sociais, mas esse tem sido o caminho cada vez mais trilhado para educação e esclarecimento de dúvidas dos pacientes. A eterna dúvida: qual é o limite de exposição de um médico nas redes sociais? Na sequência, um artigo sobre a participação de médicos em programas de televisão com dicas para quem tem interesse em se enveredar nessa área.

Recentemente, o e-mail sobre o aumento dos portes da CBHPM nas cirurgias de amígdala e adenoide causou um grande alvoroço. Trata-se de um grande ganho a todos os otorrinolaringologistas. A implementação dessa tabela requer tempo, obviamente, mas servirá como base durante o processo de contratualização entre as operadoras de saúde e os prestadores de serviço, assunto esse abordado nas Páginas Azuis.

Diagramação:

Danielle V. Cardoso, Douglas Almeida, Monica Mendes e Tatiana Couto

Gerente de relacionamento:

Boa leitura!

Valeska Vidal

Produção:

DOC Content Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:

6.500 exemplares

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios?

Fale conosco: voxotorrino@aborlccf.org.br

VOX Otorrino | 5

PÁGINAS AZUIS

CONTRATUALIZAÇÃO: como ela transformará o vínculo entre médicos e operadoras de planos de saúde O Dr. Lincoln Lopes Ferreira explica por que é importante regular esse relacionamento por meio de contratos – e o que muda na sua vida com a aplicação dessas regras

Por Carol Herling | Fotos: Alexandre Guzanshe

E

m vigor desde o final de 2015, a lei nº 13.003/2014 estabeleceu a obrigatoriedade de existência de contratos por escrito – e detalhados – entre médicos e operadoras de planos de saúde. No documento, deverão constar os direitos, obrigações e responsabilidades específicas das partes, e o não cumprimento prevê penalidades para o prestador de serviços e para a operadora de planos de saúde. É importante estar atento às normas, pois só assim os seus direitos estarão garantidos. Para saber o que mudou com as novas regras, qual o papel da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos processos e, ainda, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) encaram a questão, entrevistamos com exclusividade o Dr. Lincoln Lopes Ferreira, 2º vice-presidente nacional da AMB e presidente da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG).

6 | VOX Otorrino

VOX – Por que a regulamentação só aconteceu agora?

Lincoln Lopes Ferreira – Desde a lei nº 9.656/98 (também conhecida como Lei dos Planos de Saúde) que a classe médica reivindicava a obrigatoriedade de contratos de trabalho escritos entre os médicos e as operadoras de saúde.

Apesar de ser uma reivindicação antiga da classe, o pleito só foi atendido com a publicação da lei nº 13.003/14. A nova legislação trouxe outras novidades, como a participação da ANS como reguladora da relação entre médicos e operadoras. Anteriormente, a agência limitava-se a atuar apenas sobre as relações entre os planos de saúde e os hospitais. Antes da regulamentação até existiam contratos entre médicos e operadoras, porém eram aleatórios e não seguiam diretrizes regulamentadas.

VOX – O que de fato muda com a regulamentação da contratualização?

LLF – Ainda que as particularidades tenham que ser contempladas, já que o Brasil é muito vasto e apresenta múltiplas peculiaridades regionais, o estabelecimento de determinados parâmetros básicos é indispensável e faz com que as relações entre a classe médica e os planos de saúde mudem de patamar, tornando-se muito mais claras, estáveis e com benefícios para ambas as partes. A contratualização contribui para dirimir um dos maiores problemas da relação entre médicos e operadoras que é a desigualdade de forças, que quase sempre gera prejuízos aos médicos.

VOX – Quais os requisitos mínimos para a contratualização com os planos de saúde?

LLF – Primeiramente, a existência de um contrato de prestação de serviços é a condição básica em qualquer relação comercial, pois este é o documento que define o rol dos serviços a serem prestados, as condições da prestação destes serviços e as bases em que eles serão remunerados, além de trazer com clareza as responsabilidades e direitos das partes. Também é necessário definir a previsão de periodicidade de reajustes e o índice de referência que será utilizado para a aplicação do reajuste.

VOX – Pelas novas regras, quais obrigações e responsabilidades específicas devem estar explícitas nos contratos?

LLF – Existem obrigações para ambas as partes, tais como a troca de informações sobre os dados dos pacientes com VOX Otorrino | 7

PÁGINAS AZUIS

base no padrão TISS, forma de pagamento, multa por descumprimento, periodicidade de reajuste, índice a ser adotado como referência de reajuste, prazos para contestação e pagamentos das glosas. É importante destacar que o prazo acordado para a contestação por parte do prestador (médico) deve ser igual ao prazo definido para resposta por parte da operadora, e que o foro de discussão deve ser sempre o de atuação do médico.

VOX – Como o processo não existia anteriormente, é provável que haja imperfeições. O que ainda precisa ser revisto para a efetividade da contratualização?

LLF – Primeiramente, deve-se garantir a aplicação da lei nº 13.003/14 para todos os médicos que atuam na Saúde suplementar. E, também, da resolução normativa nº 364/14 da ANS, que se refere ao “fator de qualidade” e que servirá como parâmetro de reajuste para os contratos firmados entre as partes, limitando-se ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A AMB e a ANS já promoveram dois encontros com as sociedades de especialidades para discutir e determinar os parâmetros que irão balizar o “fator de qualidade”.

Acredito que esse fator deverá ser regulamentado e entrar em vigor em 2017. É importante dizer, contudo, que existe uma grande preocupação das entidades médicas em relação aos critérios que serão utilizados para mensurar a qualidade dos serviços prestados pelo médico. Será uma avaliação complexa, com diversas variáveis.

VOX – Isso significa que o “fator de qualidade” pode prejudicar a classe médica brasileira?

LLF – A AMB e as Sociedades mantêm um diálogo permanente com a ANS no intuito de estabelecer critérios de avaliação compatíveis com a realidade brasileira. Não podemos aceitar que o “fator de qualidade” seja utilizado, por exemplo, para reduzir o honorário médico.

A AMB e o CFM estão atentos a esta questão, tanto que promoveram em março um fórum para discussão do assunto.

VOX – Fala-se em promover a discussão dos procedimentos após o pagamento dos mesmos. Como se dariam essas discussões? Isso evitaria as glosas?

LLF – Este assunto não está explicitado na lei. A glosa ainda não foi objeto de regulamentação, apesar de ser um grande problema para os médicos. Muitos procedimentos são autorizados e não são pagos. Esta continua sendo uma grande reivindicação da classe 8 | VOX Otorrino

“A existência de um contrato de prestação de serviços é condição básica em qualquer relação comercial, pois define o rol dos serviços a serem prestados e traz com clareza as responsabilidades e direitos das partes”

médica e defendida pela AMB, que a manterá em pauta até que consigamos nossos objetivos.

VOX – Por falar em objetivos, quais são as atribuições da AMB com a nova legislação?

LLF – A AMB vem trabalhando no sentido de orientar os médicos quanto aos aspectos legais, tendo como objetivo evitar que sejam assinados contratos abusivos, que estejam à margem da legislação.

VOX – Quais as principais orientações que a AMB dá aos médicos?

LLF – A AMB tem feito um trabalho de esclarecimento dos aspectos presentes na lei, regulamentada por resoluções normativas da ANS. A AMB, juntamente com o CFM, publicou no início de 2016 uma cartilha com orientações aos médicos sobre os requisitos mínimos para a contratualização com operadoras de planos de

saúde. Esse material deve ser observado pelos médicos no momento de análise e assinatura do contrato. O médico deve procurar a AMB e o CFM caso os contratos estejam fora das diretrizes estabelecidas pela legislação vigente.

VOX – E quais as penalidades para quem não cumprir as regras?

LLF – Conforme cartilha de orientação aos médicos publicada pela AMB e CFM, tanto para o contratante, quanto para o contratado, o não cumprimento de obrigações pecuniárias deve implicar em penalidades pecuniárias. Indícios de infrações éticas por parte da operadora ou do prestador de serviços devem ser encaminhados ao Conselho Regional de Medicina. Sanções de advertência, suspensão ou rescisão do contrato só poderão ser aplicadas pela operadora, após o processo administrativo, garantida a ampla defesa.

VOX Otorrino | 9

AGENDA DE EVE NTO S

AGENDA Setembro

De 29 a 30 de setembro de 2016

De 1º a 2 de setembro de 2016

18º Curso Teórico-Prático de Ronco e Apneia Obstrutiva do Sono

XXIII Workshop em Estroboscopia

Coordenação: Dr. Michel Burihan Cahali

Coordenação: Dra. Adriana Hachiya e Dra. Saramira Bohadana

Local: Hospital das Clínicas. Av. Doutor Enéas Carvalho de

Local: Anfiteatro do Hospital Paulista. Rua Dr. Diogo de Faria,

Aguiar, 255, 6º andar, 6.172 – São Paulo (SP)

780, 1º andar – São Paulo (SP)

Website: www.forl.org.br

Website: www.voicecentercursos.com.br

E-mail: cursosforl@forl.org.br

E-mail: cursos@voicecenter.com.br

Informações: (11) 3068-9855

Informações: (11) 3083-7009 – procurar por Juliana Kato

De 2 a 3 de setembro de 2016 I Curso de Atualização em Otorrinolaringologia da FMRP-USP

De 30 de setembro a 1º de outubro de 2016 2º Curso de Distúrbios da Deglutição: Aspectos Diagnósticos e Terapêuticos Coordenação: Dr. Geraldo Pereira Jotz

Coordenação: Dra. Camila de Giacomo Carneiro Barros, Dr.

Local: Hospital Beneficiência Portuguesa de Poa, Av. Indepen-

Eduardo Tanaka Massuda, Dr. Daniel Salgado Kupper, Dr. Edwin

dência, 270, Centro – Porto Alegre (RS)

Tamashiro, Dra. Fabiana Valera, Dr. Miguel Angelo Hyppolito,

Website: www.forl.org.br

Dra. Miriam de Lima Isaac, Dra. Wilma Anselmo Lima

E-mail: cursosforl@forl.org.br

Local: Anfiteatro do Bloco Didático da FMRP-USP. Av. Bandei-

Informações: (11) 3068-9855

rantes, 3.900 – Ribeirão Preto (SP) Website: www.fmrp.usp.br E-mail: ramancio@fmrp.usp.br Informações: (16) 3602-2836 – procurar por Rita Diegues

De 9 a 10 de setembro de 2016 14ª Jornada de Estomatologia Coordenação: Dr. Ivan Dieb Miziara e Dr. Ali Mahmoud Local: Hospital das Clínicas. Av. Doutor Enéas Carvalho de Aguiar, 255, 6º andar, 6.172 – São Paulo (SP) Website: www.forl.org.br

De 30 de setembro a 1º de outubro 1st Endoscopic Ear Surgery – Brazil Coordenação: Dr. Agrício Nubiato Crespo e Dr. Arthur Menino Castilho Local: Anfiteatro da Pós Graduação, Faculdade de Ciências Médicas, Unicamp – Campinas (SP) Website: www.otorrinounicamp.org.br/eventos/ E-mail: otorrino.unicamp@gmail.com Informações: (19) 3521-7523

E-mail: cursosforl@forl.org.br Informações: (11) 3068-9855

Outubro

De 14 a 16 de setembro de 2016

De 6 a 7 de outubro de 2016

Curso Teórico-Prático de Endoscopia Dirigida ao ORL – Módulo I e II

5º Curso Internacional de Cirurgia Plástica Ocular

Coordenação: Dr. Domingos Hiroshi Tsuji e Dr. Luiz Ubira-

do Maniglia

jara Sennes

Local: Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia, Av. Repúbli-

Local: Hospital das Clínicas. Av. Doutor Enéas Carvalho de

ca Argentina, 2.069 – Curitiba (PR)

Aguiar, 255, 6º andar, 6.172 – São Paulo (SP)

Website: www.ipo.com.br/ipo/nep/agenda.php

Website: www.forl.org.br

E-mail: agenda@ipo.com.br

E-mail: cursosforl@forl.org.br

Informações: (41) 3314-1500 ou (41) 3314-1590 – procurar por

Informações: (11) 3068-9855

Thais, Camila ou Xaiane

10 | VOX Otorrino

Coordenação: Dr. João Maniglia, Dr. Fabio Maniglia e Dr. Ricar-

Dia 7 de outubro de 2016

De 13 a 15 de outubro de 2016

Curso Otoplastia

Curso de Cirurgia Endoscópica do Nariz e Seios Paranasais - módulo básico

Coordenação: Dr. Fernando de Andrade Quintanilha Ribeiro Local: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Rua Dr. Cesário Mota Junior, 112 – São Paulo (SP) Website: www.otorrinosantacasa.com.br/ E-mail: otorrino@santacasasp.org.br Informações: (11) 2176-7235 ou, fax: (11) 3222-8405 – procurar por Telma Vieira

De 10 a 12 de outubro de 2016 XIII Curso Teórico-Prático de Anatomia e Dissecção do Osso Temporal Coordenação: Dr. Iulo Barauna e Dr. Aldo Satamm Local: Complexo Hospitalar Professor Edmundo Vasconcelos, Rua Borges Lagoa, 1.450, Anfiteatro – São Paulo (SP) Website: www.centrodeorl.com.br E-mail: cursos@centrodeorl.com.br Informações: (11) 5080-4357, ou fax: (11) 5080-4097 – procurar por Yone Heiss

De 10 a 14 de outubro de 2016 VI Curso de Radiologia em Otorrinolaringologia à Distância Coordenação: Dr. Luiz Carlos de Melo Barboza Junior e Dr. Felipe Sartor Guimarães Fortes Local: On-line Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl@forl.org.br Informações: (11) 3068-9855

De 10 a 14 de outubro de 2016 VI Curso de Dissecção do Osso Temporal, Eletrofisiologia da Audição e Emissões Otoacústicas da Clínica Paparella Coordenação: Prof. Dr. Luiz Carlos Alves de Sousa Local: Clínica Paparella de Ribeirão Preto, Rua Bernardino de Campos, 1.503, Vila Seixas, Ribeirão Preto (SP) Website: www.clinicapaparella.com.br E-mail: lcarlos@clinicapaparella.com.br Informações: (16) 99217-4818 – procurar por Luiz Carlos Alves de Sousa

De 12 a 14 de outubro de 2016 93o. Curso Teórico-Prático de Cirurgia Endoscópica Naso-Sinusal e XXII de Dissecção em S.I.M.O.N.T. (Sinus Model Otorhino Neuro Trainer) Coordenação: Dr. Aldo Stamm e Dr. Leonardo Balsalobre Local: Complexo Hospitalar Professor Edmundo Vasconcelos Rua Borges Lagoa, 1450, Anfiteatro – São Paulo (SP) Website: www.centrodeorl.com.br E-mail: cursos@centrodeorl.com.br Informações: (11) 5080-4357 e (11) 5080-4097 – procurar por Yone Heiss

De 13 a 15 de outubro de 2016 II Workshop de Cirurgia Plástica Facial Coordenação: Dr. Wilson Dewes Local: Clínica Dr. Wilson Dewes, Rua Oscar Chaves Garcia, 72, Centro – Lajeado (RS) Website: www.clinicadewes.com.br E-mail: wilson@clinicadewes.com.br Informações: (51) 3714-1765, (51) 9128-7912 ou (51) 9128-7912

Coordenação: Dra. Wilma T. Anselmo-Lima, Dra. Fabiana C. P. Valera, Dr. Edwin Tamashiro, Dr. Ricardo C. Demarco, Dr. Ricardo Miranda Lessa, Dr. Marcelo G. J. Leite Local: Depto. de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Av. Bandeirantes, 390 – Ribeirão Preto (SP) Website: http://roo.fmrp.usp.br/ E-mail: ramancio@fmrp.usp.br Informações: (16) 3602-2863 ou pelo fax: (16) 3602-2860

De 13 a 15 de outubro de 2016 2nd EAR Brazil - II Reunião Ibero-Americana de Neurotologia Coordenação: Dr. Oswaldo Laércio M. Cruz, Dr. Sady S. da Costa, Dr. Silvio Caldas Neto, Dr. Ektor Onishi, Dr. Pedro Luiz M. Albernaz, Dr. Fernando Ganança, Dra. Rosangela Ramos, Dr. Francisco Carlos Z. Maia, Dr. André Luis S. Silva e Dra. Heloisa H. Caovilla Local: Maksoud Plaza Hotel, Alameda Campinas, 150 – São Paulo (SP) Website: www.iocp.org.br E-mail: administrativo@stelamariseventos.com.br Informações: (11) 5080-4933 e (11) 5080-4934 – procurar por Maria Izabel ou Silvana

De 17 a 19 de outubro de 2016 27º Orelhão Coordenação: Dr. Ricardo Ferreira Bento Local: Hospital das Clínicas, Av. Doutor Enéas Carvalho de Aguiar, 255, ICHC, 6º andar, 6172 – São Paulo (SP) Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl@forl.org.br Informações: Telefone: (11)30689855

De 20 a 21 de outubro de 2016 Curso de Endoscopia em ORL de Sergipe Coordenação: Dr. Jeferson Sampaio D’Avila Local: Universidade Tiradentes, Avenida Murilo Dantas, 300 – Aracaju (SE) Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl@forl.org.br Informações: Telefone: (11)30689855

46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial 2 a 5 de novembro de 2016 Coordenação: ABORL-CCF Local: Centro de Convenções de Goiânia – Goiânia/ GO Informações: (11) 5053-7503 Site: <www.46cbo.com.br> E-mail: <eventos@aborlccf.org.br>

VOX Otorrino | 11

O MELHOR DE TO D O S O S TE M P O S

A melhor programação

de todos os tempos O que esperar do 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Por Bruno Bernardino

D

esde a edição 151 da revista VOX Otorrino trazemos para você, leitor, todos os aspectos do congresso que vem sendo chamado de “O melhor de todos os tempos”, o 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia-Cérvico-Facial. Mostramos as opções de diversão em Goiânia, a cultura e a gastronomia da cidade, quais parques conhecer e o que esperar do Congresso. Já neste número da revista, trazemos o melhor da programação do evento.

12 | VOX Otorrino

De acordo com o Dr. José Antonio Patrocinio, presidente do Comitê de Eventos, o programa deste ano foi bem trabalhado, procurando atender a todos os níveis de carreira na Otorrinolaringologia, desde quem está iniciando a quem é experiente. “Buscamos um enfoque prático para atender a todos os profissionais e, principalmente, ao otorrino que mora em uma cidade sem muito acesso às novidades e que terá toda

a atualização necessária da área no Congresso. Lá ele poderá esclarecer dúvidas, aprender mais e embasar sua prática com as palestras que teremos”, afirma.

Para que os participantes se organizem melhor, a ABORL-CCF disponibilizará, até a data do evento, um aplicativo que facilitará o acompanhamento das atividades. “Os congressistas terão acesso a uma agenda com toda a programação do 46° CBO e poderão marcar a quais palestras desejam assistir, além de acessar os nomes de todos os integrantes dos Comitês, convidados, informações sobre

os trabalhos, notícias, promoção e organização, entre outras funcionalidades, o que simplificará a vida de todos. O aplicativo terá todas as informações do caderno de programação, com um alarme que avisará quando a palestra desejada está próxima (em intervalos de 1h, 15 minutos e 5 minutos), para que a aula não seja perdida. Além disso, quem enviou trabalhos científicos para avaliação poderá acompanhar o status desses trabalhos e o que foi decidido sobre eles”, afirma o Dr. Allex Ogawa, presidente do Comitê de Comunicações da ABORL-CCF.

Confira tudo o que você precisa saber, e quais novidades encontrará nos quatro dias de Congresso: Inversão dos horários das palestras internacionais: Será mais fácil acompanhar e participar de diversas palestras.

Horário de encerramento: O congresso encerrará no sábado (dia 5 de novembro) às 14h, para que os participantes possam administrar seu tempo livre como desejarem. A festa de encerramento será mantida nesse dia, à noite, no Centro de Convenções.

“Apesar dessa mudança no horário, nada será perdido, graças ao maior número de salas disponibilizadas e ajuste que fez com que todo o programa fosse encaixado de maneira a não se perder nenhuma palestra da grade”, afirma o Dr. Patrocinio.

Sessões de vídeo para cada especialidade: Pela primeira vez haverá um bloco de sessões de vídeos para cada especialidade, das 16 às 17h de cada dia do Congresso (exceto sábado).

“Teremos 10 professores expondo vídeos de cerca de três minutos, mostrando o que eles fazem de interessante em uma cirurgia”, exemplifica o Dr. Patrocinio.

Momento tira dúvidas: Três otorrinolaringologistas e professores, reconhecidamente experientes nas áreas da

especialidade, ficarão a postos em salas específicas para discutir casos, sanar dúvidas e oferecer ajuda sobre como proceder em cada situação. “É comum ver participantes com radiografias e exames debaixo do braço, procurando um professor pelos corredores que possa sanar dúvidas. Agora, teremos salas destinadas exclusivamente para esses esclarecimentos”, sustenta o Dr. Patrocínio.

Salas de aula para residentes: Os residentes terão acesso a aulas de matérias específicas para a prova de Título de Especialista, além de sessões com palestras de professores reconhecidos na área, que compartilharão suas experiências de vida e seus segredos de sucesso.

Gestão e empreendedorismo: O evento oferecerá palestras com profissionais que dirigem hospitais referência na área, que darão dicas para quem está iniciando as atividades de seu consultório ou clínica.

Serviço gratuito de apoio a pediatras: A exemplo da edição anterior, o Congresso disponibilizará um serviço gratuito de apoio e orientação a pediatras sobre casos da Otorrinolaringologia.

VOX Otorrino | 13

PRÉ- CONGRESS O

União para desenvolver e promover o conhecimento Com o intuito de incentivar o aprendizado e fomentar a produção científica, o Grupo de Estudos da Disfagia conduzirá o Pré-Congresso da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) no 46° CBO

Por Carol Herling

A

disfagia é uma enfermidade que acomete uma das funções mais importantes para o ser humano, a deglutição. E que pode, além de diminuir consideravelmente a qualidade de vida de quem sofre com o problema, levar a graves consequências tais como a desnutrição, desidratação e ser a precursora de pneumonias recidivantes. Como o diagnóstico e o tratamento ainda são pouco efetuados pelos otorrinolaringologistas no Brasil, a Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) criou o Grupo de Estudos de Disfagia (GED), cuja principal proposta é desenvolver, sistematizar e difundir o conhecimento nessa área. Segundo o Dr. Luciano Neves, presidente da ABLV e idealizador do grupo, o assunto parece ser complicado, mas não é. “Como é um tema em que poucos otorrinos tiveram acesso durante a formação, é 14 | VOX Otorrino

natural que tenham dificuldades no manejo dos pacientes e até uma certa antipatia ao assunto. Conversando com colegas de Academia, percebemos que a disfagia é um tema prevalente na prática clínica com altas taxas de morbidade e mortalidade, no entanto, é pouco ensinado e praticado nos serviços de residência. Temos certeza de que vários colegas lidam com pacientes disfágicos no seu dia a dia, que gostariam de aprender mais sobre o assunto e oferecer um tratamento adequado. Por isso, criou-se o Grupo de Estudos da Disfagia”, afirma.

O GED iniciou-se em 2015, e seus integrantes são otorrinolaringologistas associados à ABORL-CCF, ligados a instituições que formam os futuros otorrinolaringologistas e com expertise em disfagia. O objetivo do Grupo é desmistificar a disfagia e desenvolver o que o Dr. Luciano chama

de “os três pilares que sustentam o GED”: desenvolver a ciência com a realização de protocolos e pesquisas; promover a educação associada ao constante aprimoramento; e tornar o atendimento ao paciente disfágico em consultório viável financeiramente. “Por questões logísticas, em um primeiro momento foram convidados todos os otorrinos da capital paulista que atuam na área a participar do Grupo. Mas queremos a participação dos colegas de todo o país. Quem tiver interesse pelo tema e quiser participar das discussões pode entrar em contato pelo email academias@aborlccf.org.br”, convida. Atualmente o GED está avançando em assuntos técnicos da área, como a confecção dos protocolos de atendimento, e o próximo desafio será levar essa ideia aos colegas de todo o país durante o 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, que contará com um pré-congresso da especialidade.

“Intensivão da Disfagia” tem como meta desmistificar a doença As características dos sistemas de Saúde dos Estados Unidos e dos países europeus fazem com que existam tratamentos específicos para a disfagia. O que não acontece no Brasil. “Infelizmente essa não é a nossa realidade. Aliás, temos poucos especialistas, e ninguém se dedica exclusivamente ao assunto”, conta o Dr. Luciano. Além de criar protocolos de atendimento para facilitar e normatizar o atendimento (dessa forma, qualquer otorrino poderá fazê-lo com segurança e conhecimento), outro objetivo do GED é agrupar os estudos científicos e a produção de projetos multicêntricos. “Todos esses aspectos do grupo serão mostrados durante o Pré-Congresso da ABLV. O evento será uma espécie de ‘intensivão da disfagia’ e dará ao participante a oportunidade de compreender a disfagia sobre todos os seus aspectos. A iniciativa tem o intuito de fomentar o conhecimento entre essas pessoas e estabelecer laços. Vamos explicar como são os exames e como fazê-los, apresentar perspectivas de tratamento e como manejar o paciente disfágico, como também orientar como se estrutura um consultório dedicado à disfagia, desde dicas até como torná-lo financeiramente viável”, detalha. O ‘intensivão’ será ministrado por expoentes na área, com linguagem didática e muitos casos clínicos. “Será uma grande oportunidade para aprender e reciclar conhecimentos”, acredita.

Para o Dr. Domingos Tsuji, presidente da ABORL-CCF, as iniciativas da ABLV em criar o grupo e a programação do pré-congresso são chances para fortalecer a especialidade. “A disfagia é pouco explorada pelos otorrinos. Com este grupo multicêntrico, ficará cada vez mais evidente que o otorrinolaringologista é o profissional que deve ser solicitado para o tratamento. E o pré-congresso servirá para atrair mais gente para a área”, defende.

Programação do PréCongresso de Laringologia 02/11/2016 08h – 08h10 Abertura do Pré-Congresso – Luciano Neves 08h10 – 08h50 Anatomofisiologia aplicada à deglutição – Eliézia Alvarenga 08h50 – 09h30 Disfagia: Quais os sinais de alerta? – Patrícia Santoro 09h30 – 10h00 Videoendoscopia da deglutição, como eu faço? – Leonardo Haddad 10h30 – 11h Videodeglutograma – Elza Lemos 11h – 11h30 Esofagomanometria de alta precisão - Bruno Pinna 11h30 – 12h Demais exames: quando solicitar?? – Roberta Garcia 12h – 12h30 Sialorreia: diagnóstico e tratamento – Alessandro Murano 14h – 14h30 Síndrome faringolaríngea do refluxo gastroesofágico – Claudia Eckley 14h30 – 15h Disfagia na população infantil – Carolina S. Miura 15h – 15h30 Disfagia na população geriátrica – Giovana Piovesan Dall'Oglio 15h30 – 16h Tratamento clínico das disfagias – Evaldo Daucheaux 16h30 – 17h Existe tratamento cirúrgico para as disfagias? – Dayse Manrique 17h – 17h30 Como iniciar um consultório voltado à disfagia? – Luciano R. Neves 17h30 – 18h Discussão com os palestrantes

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GESTÃO E CARRE IRA

Dos consultórios para os

veículos de comunicação Cada vez mais a imprensa conta com médicos e especialistas para levar ao público dicas e assuntos relacionados à saúde. Tornar-se uma fonte não é impossível, desde que você siga algumas dicas Por Carol Herling | Fotos: divulgação

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m qualquer empresa jornalística que se preze, todos os dias são uma verdadeira correria. A busca por pautas quentes, assuntos que “rendam” e pelo tão sonhado “furo” (quando o veículo consegue apurar uma notícia e a publica sem que seus concorrentes tenham acesso) move redações nos quatro cantos do planeta. Para que o jornalista consiga fazer bem o seu trabalho, invariavelmente conta com a ajuda de fontes, já que raramente tem condições de assistir a um acontecimento em primeira mão – mesmo quando está presente, ele precisa de auxílio para se certificar do que será dito. As fontes são de extrema importância em um programa de TV. Se este é ao vivo, a preocupação dos produtores é maior, pois não basta ter domínio sobre um assunto: é preciso saber falar, e bem.

A saúde sempre gera um grande volume de reportagens, já que é de interesse geral a demanda por esse tema. Nessas horas, o jornalista busca se valer de profissionais da área que sejam de confiança e tenham credibilidade junto ao público e aos pacientes. Mas, como ele encontra essas pes-

soas? “Muitas vezes ao acaso. Ele consegue o contato junto a um amigo, na própria redação ou por indicação de um colega, convida o médico para uma entrevista, a pauta flui e o jornalista acaba se lembrando desse profissional quando precisa”, resume José Roberto Luchetti, jornalista especializado em Assessoria de Imprensa Empresarial no segmento de Saúde, com vivência nas redações dos principais veículos de comunicação do Brasil e que acaba de lançar o livro O Médico e o Jornalista. Segundo o especialista, qualquer médico (inclusive você) pode receber o telefonema de um jornalista solicitando uma entrevista sobre questões médicas, temas atuais relacionados à saúde ou ainda em busca de uma boa história de superação. Contudo, o que determinará a continuidade do vínculo é a forma como o médico se porta nesse primeiro contato. “Enquanto alguns médicos conseguem lidar com jornalistas com naturalidade, outros podem ter complicações ao tentar contar ou explicar algo.

Se ele se sai bem, é um forte candidato a se tornar uma fonte”, explica.

“O jornalista muitas vezes encontra suas fontes ao acaso. Se a pauta flui, ele passa a se lembrar do entrevistado com frequência e o solicita quando precisa” José Roberto Luchetti

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G EST ÃO E C AR R E I RA

Mais dicas para quem quer se tornar uma fonte • Humanize seu assunto: a produção pode encontrar um caso com uma história interessante e você pode ser chamado para opinar e interagir com o paciente. De acordo com o Dr. Jamal, é importante consultar o paciente antes. “Peça autorização para usar sua imagem e seus depoimentos”, afirma. Se a entrevista ocorrer em seu local de trabalho, e você for apenas um funcionário, informe ao seu gestor e peça a aprovação da empresa. Segundo Luchetti, “Deixe tudo sempre documentado. Essa é a única forma de evitar problemas”, diz.

• Não diga algo em “off”: Luchetti ensina que “Não há garantias de que a sua declaração não será usada. Na dúvida, não diga aquilo que você não quer que seja publicado”.

• Seja grato e expanda sua rede de contatos: se você for citado em uma reportagem, agradeça ao jornalista, seja por telefone, mensagem ou e-mail.

“Isto é muito gentil, todo mundo gosta de receber um elogio sincero”, garante Luchetti. E jamais, aponta o Dr. Jamal, dê preferência a algum repórter ou veículo.

“Não dou entrevista a veículos ou emissoras de TV que exigem exclusividade. Se você estiver envolvido em uma importante notícia, é melhor divulgar um comunicado à imprensa ou uma nota aberta. Abra uma exceção para reportagens exclusivas, mas sem jamais fechar portas”, defende.

• Não se sinta superior: o repórter não é obrigado a saber de antemão questões que para você são corriqueiras e banais. “Seja natural e amigável, não seja grosseiro nem condescendente”, afirma Luchetti. Evite utilizar um “idioma próprio”, com gírias e jargões médicos, pois o jornalista não é médico – e precisará da sua ajuda para entender e traduzir palavras e expressões comuns à Saúde. A exceção são as mídias especializadas: “Para essas publicações, o uso de termos específicos poderá e deverá ser utilizado. Procure conhecer de antemão a linha editorial do veículo e qual tipo de público atinge”.

Foi o que aconteceu com o otorrinolaringologista Jamal Sobhi Azzam, que concedeu mais de 150 entrevistas ao vivo nos últimos 15 anos – isso só para televisão, onde, aliás, tudo começou. “Minha primeira entrevista foi em um programa na TV Bandeirantes com a Ivete Sangalo, logo que ela começou a carreira solo. Me chamaram para ensiná-la a preservar a audição em cima do trio elétrico. Nós interagimos ao vivo”, lembra. Segundo o Dr. Jamal, ele sentiu a responsabilidade e a tensão do momento (“Afinal, televisão ao vivo não dá para voltar atrás”), mas isso não o impediu de gostar da experiência e a pegar gosto pela coisa.

A produção do programa também, já que ele tornou a ser convidado – com o tempo, os concorrentes, inclusive de outras emissoras, tiveram conhecimento de sua desenvoltura no ar e passaram a solicitar a sua presença. Mas nem tudo são flores. Uma entrevista que levou horas para ser gravada pode “cair” (não ir ao ar) ou render uma aparição de poucos segundos. Ou um jornalista inexperiente se confundir quanto aos assuntos e as abordagens, principalmente nos programas ao vivo. “Por outro lado, eu não busco a mídia, e, sim, recebo demandas e dou suporte. Me divirto muito com os jornalistas, e esse trabalho não é pesado para mim. Mas o relacionamento com a imprensa pode tornar-se bastante difícil, pois as pautas são geralmente urgentes e mudam com frequência, até mesmo em cima da hora. É necessário muita paciência e conhecimento da fonte de demanda para amenizar estas dificuldades”, ensina.

Vida pessoal deve ficar em segundo plano – ou nem vir à tona Afinal, o que o público quer saber sobre saúde quando compra um jornal, acessa um site, ouve rádio ou liga a TV? Segundo Luchetti, “Saúde é um tema de extremo e constante interesse da mídia, porque todo mundo quer se informar sobre o que está acontecendo com as doenças, os novos exames e tratamentos disponíveis. Em minha opinião, o público procura informações sobre problemas de saúde dele ou de familiares e amigos. As doenças mais comuns, evidentemente, despertam mais interesse porque atingem mais pessoas”, esclarece. Por isso, ele procura sempre posicionar-se com conhecimento e segurança sobre o assunto que irá tratar – aliás, isto é o que o jornalista busca. De acordo com Luchetti, “É necessário ter informações precisas daquilo que for apresentar, como os nomes de pesquisas e de estudos, de quem os fez e em qual universidade, hospital ou centro de pesquisa elas foram desenvolvidas. O médico precisa ter essas informações antes de dar a entrevista e mantê-las perto de si em caso de eventualidade”, orienta.

Apesar de ser figurinha fácil em quase todas as emissoras de TV, o otorrinolaringologista é bem firme sobre qual

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de suas facetas deseja expor. “Entendo que minha missão como médico não é só do atendimento ao meu paciente, individualmente. Acredito que devemos sempre divulgar informações ao público leigo para que este possa aplicar as orientações na sua vida diária, de forma imediata. Continuo firme em meu trabalho, e a forte demanda de entrevistas me obriga a abdicar de vários dias de atendimento ou mesmo remanejar cirurgias eletivas para conseguir dar conta das solicitações. Por isso, não acho que posso agregar ao público expondo minha vida pessoal. Meu objetivo único é divulgar ao público leigo informações importantes sobre saúde e que eu possa modificar o comportamento das pessoas para melhor”, justifica. Para o jornalista José Roberto Luchetti, a decisão do Dr. Jamal é acertada: “O médico que quer ser referência para a imprensa em sua especialidade precisa saber separar bem as coisas. Senão, poderá ter problemas, e o menor deles é uma exposição indesejada”.

Para quem quer começar, são necessários alguns requisitos. O primeiro deles é a paciência. O segundo, a capacidade de adaptação instantânea. Segundo o Dr. Jamal, “Tudo na mídia muda muito rápido. Mesmo que você se prepare para um assunto, pode acontecer de o tema ser modificado. E num programa ao vivo”, explica. Outro ponto que deve ser observado, de acordo com Luchetti, é a linguagem a ser utilizada. “Não adianta rebuscar a fala com termos técnicos ou de difícil compreensão para parecer expert em um assunto. O que o público precisa é de médicos que falem a linguagem comum”, afirma. Ao mesmo tempo, é preciso ter muito cuidado com o que se diz.

Lembra o Dr. Jamal: “A população acredita muito no que falamos. Um pequeno deslize pode render problemas graves.

Também é importante conhecer todas as normas regulatórias dos conselhos de Medicina regionais e do CFM. E jamais prescrever medicamentos, pois a entrevista não pode, jamais, transformar-se em uma consulta à distância”, lista. Ter disponibilidade também deve ser qualidade do médico-fonte, segundo Luchetti. “Uma aparição de dez minutos em programa de TV ao vivo, na maioria das vezes, ocupa a manhã ou tarde inteiras. Não adianta ter pressa e marcar compromissos logo após o programa”, diz.

E, acima de tudo, encarar a tarefa com bom humor, conforme lembra o Dr. Jamal: “Lidar com a imprensa deve ser algo agradável e descontraído, nunca um sofrimento. Eu mesmo me divirto muito”, encerra.

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“Tudo na mídia muda muito rápido. O tema de uma entrevista pode ser mudado na hora.

E é preciso estar preparado”

Dr. Jamal Sobhi Azzam

H O M E N AGEM

Falece Prof. Aroldo Miniti, professor titular da disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP de 1990 a 2006 Professor contribuiu com a formação de médicos de todo o país ao longo de sua atuação docente por Dr. Ricardo Ferreira Bento, com a colaboração do Dr. Domingos Tsuji | Foto: Fundação Otorrinolaringologia (FORL)

F

aleceu em São Paulo, no dia 14 de julho, o Prof.

Aroldo Miniti, Professor titular da disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP durante o período de 1990 a 2006.

O Prof. Aroldo deixa muitas saudades em todos os colegas de profissão e pessoas que atuaram junto com ele ao longo de sua carreira. Em sua atuação docente, o Prof.

Aroldo deixou centenas de especialistas formados e espalhados por todo Brasil.

Nascido em 29 de dezembro de 1935, em São Paulo, Prof. Aroldo era filho de Alfredo Miniti e Irma Donati Miniti. Casado com a Drª. Sílvia de Aguiar Miniti, Prof.

Aroldo deixa uma filha, Isabel de Aguiar Miniti, e o neto Antônio. Realizou seus estudos no Colégio Rio Branco de São Paulo e se graduou como médico na Faculdade de Medicina da USP em 1960, fazendo residência médica de Otorrinolaringologia no HCFMUSP. Defendeu tese de doutoramento com o título Fechamento de perfurações da membrana do tímpano com dura-máter: estudo experimental em ratos, sendo que a técnica de uso da dura-máter foi utilizada por anos no Brasil.

Em 1970, Prof. Aroldo fez concurso para Professor Livre-Docente. Fez estágio nos Estados Unidos, em Chicago, com David Austin, um dos mais destacados otologistas

de sua época. Nesse período, Prof. Aroldo desenvolveu as técnicas de cirurgia da orelha média e tornou-se referência nacional na realização do procedimento.

Exímio cirurgião de ouvido, deixou escola no HC e em todo o Brasil, ensinando e formando cirurgiões de todo o país. Prof. Aroldo também publicou centenas de trabalhos científicos e pesquisas para indústria farmacêutica. Ministrou inúmeras conferências e sempre teve grande atuação nos eventos e congressos no Brasil.

Disciplinador e dono de um enorme coração, o Prof. Aroldo recebeu várias homenagens dos residentes e assistentes. Querido pelos outros professores da Faculdade, sempre com muita habilidade conseguia inúmeras conquistas para a Disciplina. Participou do Conselho Diretor do ICHC (Instituto Central do Hospital das Clínicas).

Com sua generosidade, Prof. Aroldo sempre impôs rígida disciplina no serviço, sem, contudo, deixar de apaziguar as desavenças e manter a harmonia na Clínica que, sem dúvida, foi o eixo propulsor do desenvolvimento que atingimos atualmente.

Tratava igualmente todas as pessoas, desde as mais simples até as mais importantes, e era conhecido por sua generosidade com os funcionários da Clínica.

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USANDO A REDE como ferramenta de relacionamento Inspire-se nas histórias de sucesso de quem aprendeu a surfar na onda da internet e descubra que o céu é o limite

Por Carol Herling e Paula Netto | Fotos: arquivo pessoal, Gislaine Miyono, Juan Cogo e Thiago Freitas - TF FIlmes

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m tempos de comunicação instantânea – e de alcance inimaginável –, os médicos estão descobrindo o poder da internet para mostrar suas técnicas e seu trabalho e usando a rede como uma importante ferramenta de divulgação. Mas, para ter êxito é preciso equilibrar bom senso, talento e carisma. E, é claro, ter pleno domínio sobre o que se expõe. Esse é o caso do Dr. Drauzio Varella, reconhecido nacionalmente por sua presença nos veículos de comunicação e empatia junto ao grande público.

No universo virtual, o Dr. Drauzio tem seus domínios bem estabelecidos – ao todo, mantém um site (www.drauziovarella.com.br) e perfis no Twitter, Facebook e YouTube, além de um aplicativo sobre primeiros socorros. Os números refletem o sucesso: atualmente, são mais de 200 mil inscritos no canal de vídeos e mais de 5 milhões de visitas por mês ao site. E qual é a receita do sucesso? No caso do Dr. Drauzio, uma estrutura profissional, que garante não só a postagem regular de conteúdo, mas também a execução das tarefas dentro de uma rigorosa estratégia. “Antes de nos contratar, o Dr. Drauzio já tinha um sucesso relativo na internet com uma estrutura bem pequena, dentro da própria clínica, com 70 mil visitantes por mês. Sugeri um portal de saúde, que levasse o nome dele, e, em última instância, tivesse sua curadoria (e a dos especialistas de sua indicação), mais uma redação formada por jornalistas especializados em Saúde, para fazer uma cobertura em tempo real e com cara de internet.

Ele topou o projeto, e fomos atrás dos recursos para bancar

o investimento, porque produzir conteúdo custa”, explica Jefferson Peixoto, sócio da Uzamaki, a empresa responsável pela presença do Dr. Drauzio na rede.

Segundo Jefferson, a equipe de redatores procura usar uma linguagem acessível, falando dos grandes temas da área da Saúde, com uma análise mais distanciada do que a grande imprensa tenta fazer. “Investimos em pessoas especializadas, e, como não precisamos dar a notícia primeiro, procuramos trazer uma opinião respeitada. Temos oito pessoas fixas, e eventualmente reunimos mais de 20 profissionais em certos projetos”, afirma. Além de atender ao Dr. Drauzio, a Uzamaki faz o conteúdo para os sites Coração Alerta (da Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista), Vencer o Câncer (dos médicos Antonio Carlos Buzaid e Fernando Maluf) e da Clínica de Cirurgia Torácica do Hospital Albert Einstein (Intor) e vídeos para o Governo Federal (como os da campanha de combate ao Zika vírus).

Para entrar nas redes basta querer O pediatra e homeopata, Dr. Moises Chencinski, começou sua trajetória virtual com um site que funcionava como uma espécie de depósito de textos. Hoje, ele soma mais de 2 milhões de views em seu canal do YouTube. Presente em diversas mídias, o médico conta com a ajuda de uma assessoria de imprensa focada em produção de conteúdo para internet. Para ele, o maior desafio é estar nas redes sem ser “engolido”. “Enxergo as redes sociais como aliadas VOX Otorrino | 21

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que, em alguns casos, precisariam ser melhor filtradas e direcionadas. Talvez o mais importante seja o profissional entender qual é a meta dele ao entrar na rede social. A pergunta é: qual é a finalidade daquilo para ele?”, questiona.

Para o Dr. Chencinski, o profissional de Saúde recisa agir de maneira ética, alinhando a disponibilidade de tempo com o que quer atingir. “No caso do YouTube, a única coisa que o médico precisa é de um computador, gravar um vídeo e colocar lá. Não tem custo. Lembrando que é melhor fazer 10 vídeos de 3 minutos do que um de 30, entendendo o perfil de cada rede e as habilidades do médico. Se ele tem dificuldade para escrever, mas é bom em falar, então o YouTube vai ser muito melhor para ele. Se não há muito dinheiro ou conhecimento sobre o

assunto, o ideal é procurar alguém que dê orientação adequada de como atingir o objetivo. Para entrar nas redes basta querer e ter isso como proposta”, ensina.

Além dos textos e vídeos, o Dr. Chencinski aproveita o tempo entre as consultas para responder e-mails e mensagens no Facebook. E também usa as aulas que ministra para convidar os profissionais da Saúde a participarem das redes sociais e entrarem em grupos. “Temos dois grandes concorrentes em termos de informação médica: um é o ‘Dr. Google’, que não tem consultório, não atende telefone e não responde e-mail, e o outro é o ‘Dr. House’, que se aposentou há pouco tempo. É importante ter a possibilidade de se atualizar com outros profissionais de saúde, com aquilo que as próprias

Moises Chencinski

Dr. Fernando Carbonieri Médico generalista e dono do site Academia Médica

A internet é um espaço onde todos têm importância e podem criar conteúdos. Isso é uma maneira de engajar pacientes, a sociedade e seus pares para firmar a sua posição no mundo. O que acontece no mundo virtual não fica no mundo virtual. Na verdade, hoje a internet é o mundo real. Comecei o site Academia Médica não pela paixão por escrever, mas pela necessidade de compartilhar o que via na iniciação científica. Trabalhei em 2012 com um professor que tinha um programa que ia além da Ciência. Discutíamos conhecimentos que tangenciam a Medicina de alguma forma, como Comunicação, Direito, Marketing, Empreendedorismo e Administração. Saía de lá com vontade de falar para mais gente. Para as redes sociais foi um pulo. Hoje temos mais de 200 mil likes no Facebook, pelo menos um post por dia e sempre com conteúdo nosso. O “Academia Médica”, atualmente, são as pessoas que querem entrar na discussão da Medicina brasileira. Quando enxergamos que a pessoa tem a mesma necessidade de falar que nós, vou até ela. Temos muita gente que nos escreve.

Recebemos e-mails todos os dias solicitando a publicação de um texto, pois o internauta também quer conversar com seus pares. Temos 1.900 seguidores no YouTube. Penso que o virtual não é alheio ao real, e que as pessoas te seguem pelo que você representa, e não pelo que aparenta. Nenhum profissional de sucesso se define por uma persona. Ao contrário: tem empatia, e expõe essa empatia de forma muito clara, sabe ouvir e fala pouco, e tudo o que ele fala ele se faz entender.

www.academiamedica.com.br www.facebook.com/AcademiaMedica www.youtube.com/academiamedicabr www.instagram.com/academiamedica

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redes sociais oferecem, e nós temos excelentes colegas de profissão atuando nelas”, resume.

Observe as regras do CFM O Conselho Federal de Medicina (CFM) esclarece, através da resolução 1.974/2011, critérios norteadores da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as proibições referentes à matéria. Conheça a regra na íntegra em <http://goo.gl/RwTp2>.

E não deixe de acessar a resolução nº 2.133/2015, que contém esclarecimentos sobre a divulgação e publicidade de assuntos médicos em canais das redes sociais (acesse em <http://goo.gl/lt3jI1>).

Drauzio Varella e Jefferson Peixoto, parceria na rede social

Dr. Rodrigo Correa Primeiro-tenente médico do Exército e dono da página Medicina Militar

A intenção da página é divulgar ao máximo as atividades dessa área desconhecida da Medicina, até com o intuito de despertar em alguns colegas a vontade de servir às Forças Armadas e, quem sabe, seguir carreira. No “Medicina Militar”, os assuntos abordados são os diversos temas relacionados à Medicina de Combate, ou seja, todas as patologias relacionadas à atividade militar e que influenciam na aptidão da tropa. Costumo esclarecer alguns temas polêmicos – como suicídio nas Forças Armadas – e até casos clínicos. Tento mostrar como é esse mundo, de certa forma, restrito. Além da conta no Facebook, os textos são publicados na área de Medicina Militar existente no site Academia Médica. Na maioria dos textos utilizo a linguagem científica, principalmente quando o tema é mais restrito a áreas médicas. No entanto, em tópicos que possam gerar algum tipo de discussão, costumo generalizar mais a linguagem, já que profissionais não médicos também acessam a página. As redes sociais são uma faca de dois gumes: o lado positivo desta moderna relação médico-paciente embasa-se na facilidade de encontrar o profissional, assim como tirar certas dúvidas. O lado negativo é a falta de privacidade, além de o paciente por vezes solicitar receitas e até consultas via internet. Há um grande potencial das redes sociais em favor da Medicina se essas forem usadas e direcionadas do modo adequado. Minha dica é não se exceder em assuntos polêmicos e evitar divulgar dados e comentários pessoais. Não pretendo deixar de divulgar informações e atualizações na área. Além de ser proveitoso e prazeroso, provoco interesse e debates entre os diversos profissionais de saúde.

www.academiamedica.com.br www.facebook.com/AcademiaMedica www.youtube.com/academiamedicabr www.instagram.com/academiamedica

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CAPA Arquivo pessoal

Dr. Carlos Eduardo dos Santos Anestesiologista, cartunista e dono do site Crônicas de Anestesia

No início, o conteúdo era voltado para anestesiologistas. Depois, o público começou a se expandir à medida que o número de pessoas que curtiam a página e compartilhavam o conteúdo foi aumentando. Meu objetivo é fazer rir. Se demoro a postar, o pessoal já começa a pedir. Recebo muitos pedidos, e sempre estou aberto a sugestões. O pessoal compartilha bastante, eventualmente amigos que moram em outros estados contam que receberam uma tirinha em algum grupo do WhatsApp. Não me preocupo se algo que eu publico vai gerar polêmica. Desenho de maneira livre. Tenho diferentes fontes que me inspiram, de um simples desenho animado ao que eu vivo na prática diária. Há uns dois anos, fiz produtos relacionados à especialidade com a marca, e surgiu a loja virtual do Crônicas. Recebo pedidos até de outros países. O maior desafio é lidar com a controvérsia e com as opiniões previamente formadas. É preciso bastante parcimônia – caso contrário, isso pode acabar com a página. Alguns amigos brincam que, com o Crônicas e a venda dos produtos, vou largar a Medicina, mas se eu largar a Medicina, o Crônicas acaba, pois de onde vou tirar minhas ideias? Minha dica é: não se leve muito a sério. Como médicos, somos treinados de forma robótica para cuidar das vidas de outras pessoas, mas nas redes sociais podemos agir com mais tranquilidade e aproveitar, seja fazendo uma página de humor ou aprendendo com outros perfis. As redes sociais são uma grande ferramenta. Nas muitas páginas de Medicina podemos aprender e interagir com outros colegas e isso é muito positivo.

www.cronicasdeanestesia.com.br www.facebook.com/CronicasDeAnestesia www.instagram.com/cronicasdeanestesia

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Arquivo pessoal

Dr. Solon Maia Médico residente de Anestesiologia, cartunista e dono do site Meus Nervos

Me formei na UFRN em 2007. Desde então, enfrentei anos de problemas em diversas unidades de saúde, tanto na rede pública quanto na privada. Em 2011, resolvi utilizar minha paixão por quadrinhos para criar um blog que me permitisse contar minha história, extravasar meus sentimentos e sair um pouco da rotina. Foi a forma que encontrei de levar humor às pessoas e de fazer algo de bom em favor da classe médica. Fui amadurecendo quanto à arte e conteúdo, passando de um tom de desabafo e revolta para uma pegada crítica, construtiva e de militância a favor da Medicina. Já que todo humor criticava a figura do médico, resolvi balancear essa questão mostrando o nosso lado da questão. São vários os assuntos abordados nas minhas tiras, mas o principal é a fragilidade da relação médico-paciente. Outros médicos se identificaram tanto, que logo começou o sucesso nas redes sociais, e o meu maior desafio passou a ser conciliar a vida de médico com a de cartunista. Vez ou outra minhas tiras e textos trazem alguma dor de cabeça, mas até hoje, nada sério. Minha dica para os colegas é que tentem evitar a todo custo o envolvimento em polêmicas e brigas na rede. Um print fora do contexto, uma imagem aparentemente inocente, uma palavra dita sem pensar, e pode ser o fim da sua reputação ou o começo de uma grande dor de cabeça. Mas não se isolem! Existe a parte boa das redes sociais: a visibilidade! Elas irão te conectar a pacientes, colegas e empresas, e podem abrir ótimas portas! O segredo é utilizar com prudência!

www.facebook.com/MeusNervos www.twitter.com/MeusNervos www.instagram.com/meusnervos

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CONQUISTAS

Trajetória de sucesso ABORL-CCF acumula ao longo de sua história vitórias em prol de seus associados

Por Paula Netto | Foto: divulgação

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Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) tem como missão contribuir para o desenvolvimento da Otorrinolaringologia no Brasil. Pautada em valores como ética, transparência, qualidade e responsabilidade social, a ABORL-CCF tem sido um modelo de associação no país por meio de sua gestão de qualidade e promovendo ações de educação, atualização e defesa dos seus associados. O constante trabalho em prol dos otorrinolaringologistas é tão reconhecido que a ABORL-CCF 26 | VOX Otorrino

figura entre as 10 maiores e bem estruturadas associações de especialidades médicas do Brasil, e é uma das três com a certificação ISO 9001.

A atuação institucional da ABORL-CCF visa dar suporte constante aos seus associados. Os investimentos em educação médica continuada, defesa profissional, publicações científicas e a realização de congressos e cursos na área são apenas algumas das atividades oferecidas pela entidade aos seus membros. De acordo com o diretor executivo da ABORL-CCF, Carlos Roberto da Silva, seria

difícil enxergar a especialidade sem a presença da associação e suas conquistas em diversas áreas nos últimos anos.

“Grandes foram as mudanças desde o seu início atuando em conjunto com a Oftalmologia, passando por Federação, transformada em Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, em 1978, e, finalmente, Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

Mudanças estas que somaram ainda mais às atuações da ABORL-CCF, expandindo suas fronteiras no cenário nacional e internacional”, afirma.

Atualmente, a ABORL-CCF possui em seu quadro mais de 6.500 associados, inclusive estrangeiros (estes figuram na categoria “associado correspondente”). “São mais de 200 associados que trabalham voluntariamente nos Comitês, Comissões e Departamentos da Associação, empenhados em dedicar seu tempo e conhecimento em benefício do desenvolvimento da Otorrinolaringologia”, ressalta.

Dividida em diversos Comitês, Comissões e Departamentos, a associação busca, por meio destes, a capacitação e empenho necessários para a elaboração, fiscalização e execução de ações que valorizem os médicos da área. A preocupação com a qualidade dos profissionais se reflete no rigor do Exame de Suficiência para Obtenção do Título de Especialista. “Elaboramos o exame de maneira 100% digital e com total segurança, transparência e agilidade”, diz. Segundo ele, a ABORL-CCF possui ainda o Programa de Residência e Treinamento, que avalia e fiscaliza a formação de especialistas para atender a demanda de reconhecimentos de estágios em vários locais do país. “Trabalhamos com afinco para que a qualidade de ensino oferecida pelos serviços de residência e especialização reconhecidos seja compatível com o mínimo exigido pela ABORL-CCF, de acordo com o programa de avaliação, bem como promovendo vistorias periódicas com o mesmo intuito”, conclui.

Defesa profissional, regulamentação e fiscalização como bases Um dos pilares da associação é a defesa, regulamentação e fiscalização do exercício da profissão. Uma das últimas conquistas da ABORL-CCF nesse sentido foi a recente complementação da mudança de porte de 80 procedimentos realizados pela Otorrinolaringologia – agora com a alteração da adenoidectomia e amigdalectomia na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). O processo, que teve início em 2015, foi fruto de uma ação conjunta entre o Comitê de Defesa Profissional, a Diretoria Executiva e o Conselho Administrativo e Fiscal. Remunerações justas e melhores condições de trabalho continuam em voga na agenda. Sobre os próximos passos, Carlos adianta: “A nossa luta continua, e para os próximos dias apresentaremos, junto às Academias de Especialidades, a inclusão de novos procedimentos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar”.

Aos associados, a ABORL-CCF oferece ainda amparo técnico de pareceres, consultoria jurídica e disponibilidade de Termos de Ciência e Consentimento personalizado, ações essas que visam auxiliar seus membros em caso de necessidade.

Investimentos em ensino e pesquisa na área Como associação que representa a classe médica brasileira, a ABORL-CCF investe no aperfeiçoamento do Ensino e da Pesquisa na Otorrinolaringologia e nas suas subespecialidades. Com frequência, a entidade promove cursos de atualização, ciclos de palestras com temas diversos e orientação de carreira, através de artigos e vídeo-aulas de gestão de consultório e aspectos legais da profissão.

Quando não atua coordenando, a ABORL-CCF apoia capacitações e congressos em todo território nacional e a nível internacional – como foi o caso da 8ª edição do

“A ABORL-CCF é uma das maiores associações de especialidades médicas do Brasil, com representatividade internacional, que atua na defesa profissional, na disseminação do conhecimento e na valorização da especialidade” Carlos Roberto da Silva

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CONQUISTAS

Congresso Mundial de Cirurgia Plástica Facial, sediado pela primeira vez no Brasil – oferecendo descontos de até 50% para os seus associados.

O fomento à educação médica continuada também é marca forte por meio de projetos como o Pro ORL – Programa de Atualização em Otorrinolaringologia dirigido a otorrinolaringologistas, cirurgiões cérvico-faciais, residentes, mestrandos, doutorandos e profissionais da área. “Trabalhamos em conjunto com os poderes públicos e outras instituições para fins de contribuir com melhorias em assuntos médico-sociais e educacionais referentes à Otorrinolaringologia. Agimos em parceria e por meio de um benchmarking colaborativo”, salienta.

Parcerias regionais e volta da representatividade na AMB Uma linha forte de atuação institucional da ABORL-CCF gira em torno do atendimento aos otorrinolaringologistas de todo o Brasil por meio de parcerias com as Sociedades Regionais. Prova disso é o convênio inédito firmado recentemente com a Associação Gaúcha de Otorrinolaringologia (ASSOGOT-CCF). O foco no fortalecimento da classe por meio da regionalização é uma ambição real para a Associação, que vem investindo no apoio a cooperativas e fóruns regionais de Cooperativismos. Para o futuro, o desejo é estabelecer convênios com as demais Sociedades Regionais da Otorrinolaringologia espalhadas pelo país. A representatividade da ABORL-CCF perante as demais entidades também é motivo de comemoração. O retorno ao Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB) deu à associação o direito de voto em questões decisivas para a classe médica brasileira. Mais um passo na já vitoriosa trajetória da entidade.

FAÇA PARTE DA

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Disseminação do conhecimento e comunicação eficiente Promover informação relevante e atualização dos associados são premissas da ABORL-CCF. Para cumprir esse papel, a entidade disponibiliza diversos canais de comunicação para facilitar a relação com os membros e o público leigo. A associação disponibiliza livros e periódicos, como o Brazilian Journal of Otorhinolaringology (principal revista da área, sendo reconhecida internacionalmente e aumentando, a cada ano, seu fator de impacto), a revista VOX Otorrino (buscando manter o associado informado sobre tudo que acontece na especialidade e servindo como porta-voz para alguns membros que participam escrevendo em colunas), além do Tratado de Otorrinolaringologia (publicação referência para todas as áreas da Otorrinolaringologia disponível em 4 volumes).

Mantendo vivo o passado A ABORL-CCF cultiva, ainda, seu passado composto por grandes nomes da Otorrinolaringologia, que contribuíram para que a área se desenvolvesse mais e mais.

A entidade busca prestar homenagem a seus membros de destaque, além de manter registros de suas ações. A galeria de ex-presidentes, o memorial de campanhas e, recentemente, o livro Memórias da ABORL são exemplos dessas ações.

Após tantas conquistas, a certeza que fica é a de nunca parar. A ABORL-CCF segue expandindo seu raio de ação com o objetivo de proporcionar a melhor experiência possível aos seus associados e de consolidar-se cada vez mais. “Ser associado da ABORL-CCF é fazer parte de uma das maiores associações de especialidades médicas do Brasil, com representatividade internacional, que atua na defesa profissional, na disseminação do conhecimento e na valorização da especialidade”, declara.

GESTÃO EM PR Á TICA

HOSPITAL NO NORTE DO PAÍS É REFERÊNCIA EM GESTÃO E ENSINO Como único Hospital Ensino de uma cidade no interior do Norte do país, o HRBA já realizou mais de 4 milhões de atendimentos desde sua inauguração

Por Bruno Bernardino | Fotos: Ascom - Ana Negreiros e Joab Ferreira

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Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado na cidade de Santarém, no Oeste do Pará, é uma unidade de saúde pública construída para atender casos de alta e média complexidade em toda a região. Referência para mais de 1,1 milhão de pessoas localizadas nos 20 municípios da região, o hospital possui 128 leitos, centro cirúrgico com cinco salas e é o único do Norte do país, localizado em uma cidade do interior, a ter o título de Hospital Ensino. Desde sua inauguração, em maio de 2008 – quando o Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar assumiu a gestão da unidade – até dezembro de 2015, foram realizados 4.126.770 atendimentos (sendo 27.801 cirurgias). Das pessoas atendidas, 64% eram de Santarém, 5,9% Itaituba; 4,6% Monte Alegre; 2,9% Alenquer; e 2,5% de Oriximiná.

Visando a profissionalização da gestão hospitalar do HRBA, foi implantada uma metodologia voltada 30 | VOX Otorrino

para resultados, com foco nos pacientes. “Nesse sistema de gestão, todos os aspectos da assistência estão envolvidos”, pontua o diretor-geral e administrador hospitalar, Hebert Moreschi. “Qualidade, segurança, resolutividade e, principalmente, humanização. É impossível pensarmos em uma assistência de qualidade sem que o paciente seja visto como ser humano, pois ele é a nossa razão de existir e de todos os processos implantados no hospital. Então, esse foco no paciente e o profissionalismo de nossa equipe garantem que os resultados sejam excelentes”, diz.

Para isso, há um contínuo trabalho dos recursos humanos: a equipe, extremamente qualificada, recebe treinamentos internos e externos constantemente. Além disso, a cada três meses, 60% do quadro recebe algum tipo de formação, o que é um item de controle que possui, como meta específica, a garantia de que o paciente receba sempre uma assistência qualificada.

Hospital é referência em Ensino e Pesquisa, com auxílio da Pró-Saúde Como único hospital de uma cidade no interior do Norte do país a oferecer ensino a residentes, o HRBA destaca-se na região por deter o título de Hospital Ensino. Em 2015, mais de 1.700 estudantes cumpriram estágio curricular no hospital, o que vem garantindo publicações de pesquisas e materiais científicos. Na área de Oncologia, por exemplo, a instituição tem trabalhado fortemente em congressos e revistas nacionais e internacionais. “Sempre temos trabalho publicado em congressos de Oncologia”, comemora. “Nos últimos três anos, em todas as áreas da Medicina, 134 projetos de pesquisa foram produzidos e publicados pelo HRBA”, contabiliza.

O Governo do Estado do Pará é o mantenedor do hospital. E, também, há recursos federais envolvidos. “Esses valores são gerados pelos atendimentos realizados, que são repassados ao Governo do Estado, que complementa e aplica o valor na unidade”, detalha. Já a Pró-Saúde, pontua o diretor-geral, “é a responsável pela execução dos serviços e aplicação de recursos, sob a fiscalização do grupo técnico de gestão da Secretaria de Estado de Saúde e do Governo do Estado, com seus órgãos de controle”.

O HRBA possui 128 leitos e centro cirúrgico, com cinco salas, e oferece serviço em 30 especialidades, sendo algumas delas: • Otorrinolaringologia • Oncologia • Neurocirurgia • Ortopedia • Traumatologia

Diretor-geral do HRBA, Hebert Moreschi

Possui: • Unidade de Alta Complexidade (Unacon) com serviço de Radioterapia; • Unidade de atenção especializada em Traumato-Ortopedia; • Unidade de assistência de alta complexidade em Nefrologia; • Unidade de assistência de alta complexidade em Terapia Nutricional; • UTI II – Adulto, UTI II – Neonatologia, UTI II – Pediátrica; • Hospital Ensino.

Para Otorrinolaringologia, o HRBA oferece: ambulatório, centro cirúrgico e unidades de internação.

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CONDUTA MÉD ICA

Consentimento

informado em Medicina Entenda por que a elaboração do termo é tão importante para a prática médica

Por Paula Netto | Fotos: divulgação

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er médico é lidar com vidas o tempo inteiro. Diante de tamanho desafio, o exercício da Medicina deve ter como premissa a preservação da vida humana em sua integridade, cabendo ao médico fazer uso de todos os meios disponíveis para ajudar o paciente. Neste contexto, um tema bastante atual é o estabelecimento do consentimento informado na prática médica. O documento preconiza que todo ser humano tem de ser informado sobre o que será feito no seu corpo e com sua vida. Portanto, o médico precisa informar o paciente sobre os possíveis riscos ou consequências do tratamento pelo qual ele passará. A partir daí, ele terá a liberdade para decidir se quer ou não seguir o que foi recomendado pelo médico. Em outras palavras, o consentimento informado garante ao paciente a autonomia, liberdade e o direito de decisão sobre seu destino.

Os deveres legais de informar (por parte do médico) e de ser informado (por parte dos pacientes) têm sido tratados em diversas esferas legais. Segundo o Código de Ética Médica, o médico deve respeitar o princípio da autonomia da vontade do paciente, reconhecendo como infração ética aquela conduta que incorre em executar um ato sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal.

O Código Civil Brasileiro também trata da questão, especificamente em seu artigo 15, no qual ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Já o Código de Defesa do Consumidor tem como um de seus enfoques a prestação do serviço médico de forma empresarial, tratando como direito básico do paciente a informação adequada, clara, com detalhamento dos riscos que este serviço pode acarretar ao “consumidor”.

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O valor do consentimento De acordo com Vania Rosa Moraes, advogada do Departamento Jurídico da ABORL-CCF, tem-se observado no país o aumento exponencial de demandas judiciais contra os profissionais médicos. O documento pode, então, ser utilizado como segurança jurídica. “Neste contexto, o termo de ciência e consentimento tem um valor

Dr. Cid Carvalhaes

Cabe ao médico • Buscar o bem-estar e o melhor relacionamento com o paciente, já que o alvo de toda sua atenção é a saúde do ser humano; • Dever de informar, esclarecer, explicar de forma clara e objetiva a condição física do paciente, opções de tratamento, risco, entre outras informações necessárias; • Adotar o termo de ciência e consentimento e obter assinatura do paciente ou representante legal; • Anexar no prontuário o termo de ciência e consentimento assinado; • Anotar detalhadamente a recusa do paciente em realizar o tratamento ou procedimento.

Cabe ao paciente • Direito de ser informado e esclarecido; • Direito de exercer o princípio da autonomia da vontade; • Consentir com o proposto pelo médico e assinar o termo de ciência e consentimento; • Dissentir/Recusar com o proposto pelo médico e não assinar o termo de ciência e consentimento.

muito grande, pois pode ser utilizado como documento probatório para comprovar que o médico cumpriu com o dever legal e ético de informar o paciente”, afirma. Segundo Carlos Michaelis Jr., também do Departamento Jurídico, o ideal é que o consentimento informado seja entregue ao paciente antes da realização do procedimento, no momento em que o médico esclarecerá qual a conduta que será adotada para o caso. Isso deve acontecer dias antes da cirurgia e exclusivamente pelo médico, não podendo transferir esta obrigação a outro profissional. Após esse diálogo, o paciente, ciente de tudo que foi falado, assina o termo ou nega-se a realizar o tratamento, não assinando o documento. “No caso de recusa, por parte do paciente, o médico deve respeitar sua decisão, desde que não haja perigo de vida, e descrever detalhadamente no prontuário médico que, após ter exercido seu dever de informar e esclarecer, o paciente exerceu seu direito da autonomia da vontade e recusou-se em fazer o tratamento ou procedimento”, explica.

Uma Resolução do CFM (nº 10/96) indica não ser considerada obrigatória a fixação do termo escrito, mas admite que tal consentimento possa ser registrado pelo médico no prontuário. Acerca disso, Michaelis argumenta que inexiste, até o momento, regulamentação específica da possibilidade de o consentimento poder ser acomodado via prontuário médico. “Levando-se em conta que o termo, mesmo devidamente preenchido e adequado, não exime a responsabilidade do médico ou da instituição que abriga aquele paciente, de outra banda, o prontuário médico é documento inarredável à discussão da culpa. Nesse sentido, os dois documentos, em minha opinião, devem coexistir, cada qual com sua finalidade precípua, sendo preenchido de maneira acumulativa em suas informações, distanciando-se disso somente nas excepcionalidades”, declara.

O médico e advogado especialista em Direito da Saúde, Dr. Cid Carvalhaes, alerta para o fato de o consentimento médico não ser confundido como plena isenção dos atos, reforçando a responsabilidade do médico pelos

“O termo de ciência e consentimento tem um valor muito grande, pois pode ser utilizado como documento probatório para comprovar que o médico cumpriu com o dever legal e ético de informar o paciente” Vania Rosa Moraes VOX Otorrino | 33

CONDUTA MÉD ICA

“O ideal é entregar o consentimento informado ao paciente antes do procedimento, e aproveitar para esclarecer a conduta que será adotada” Carlos Michaelis Jr.

se explica, sendo esse um dos principais desafios. “É grande a quantidade de informações que se deve transmitir ao paciente e/ou responsável. E no meio médico, eu diria que a questão é muito mais complexa, pois trata da vida e saúde, que é o alvo de atenção do profissional médico”, salienta.

A informação é um requisito primordial a ser passado pelo médico ao paciente para que este firme seu consentimento. Ainda assim, Michaelis defende que o termo não pode ser visto como mais um ato administrativo-burocrático submetido ao médico. “É um instrumento de fundamental importância na relação médico-paciente, em que se viabiliza o esclarecimento e entendimento de todo o procedimento e conduta a ser adotada no tratamento e mola mestra legalista em todas as repercussões supervenientes”, diz. Para o Dr. Carvalhaes, trata-se de uma realidade cada vez mais sólida que contribui positivamente para a relação entre as partes envolvidas. “O médico é detentor do conhecimento, jamais do domínio, e o enfermo é dono do seu corpo, não do seu inexorável destino. Assim, firmeza, clareza, consciência e confiança recíprocas são essenciais para uma relação médico-paciente sadia”, finaliza.

Fique atento

procedimentos. “O consentimento médico informado não é um salvo-conduto para o exercício de atividades irregulares, periculosas ou culposas. Em se caracterizando eventuais ilicitudes ético-administrativas, civis, penais ou administrativas, o médico denunciado deve ser investigado através dos legítimos mecanismos legais”, informa. Para ele, o consentimento informado, quando elaborado de forma correta, comprova o cumprimento do dever do médico, sua boa-fé e esclarece possíveis situações de risco.

O consentimento informado envolve diversos pontos. Vania destaca que o ato de informar exige amplo conhecimento do assunto e didática para que o paciente consiga entender, de forma clara e objetiva, o que 34 | VOX Otorrino

• A ABORL-CCF disponibiliza em seu site 11 tipos de termos de ciência e consentimento dos principais procedimentos cirúrgicos da especialidade: tímpano; mastoidectomia; timpanoplastia; estapedectomia; adenoidectomia com ou sem amigdalectomia e colocação de tubo de ventilação; adenoidectomia; amigdalectomia com ou sem adenoidectomia; cirurgia nasal, do septo e cornetos; polipectomia e sinusectomia; uvulopalatofaringoplastia; microcirurgia da laringe e cirurgias da cabeça e do pescoço. Os termos podem ser acessados pelos associados quites, no campo “Termos de Consentimento” da aba “Associados” do site da ABORL-CCF. • Em caso de eventual demanda decorrente do exercício profissional médico, a ABORL-CCF oferece aos associados adimplentes seu departamento jurídico formado de profissionais especializados em Direito da Saúde. Neste caso, os honorários advocatícios são subsidiados pela ABORL-CCF, cabendo aos associados os custos e taxas processuais.

VOX NEWS

Por Carol Herling e Paula Netto | Fotos: divulgação e Juan Cogo ABORL-CCF PROMOVE I COMBINED MEETING Evento reuniu profissionais das áreas de Otologia, Otoneurologia e Foniatria a fim de discutir temas pertinentes a cada subespecialidade

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ntre os dias 3 e 5 de junho, cerca de 500 especialistas das áreas de Otologia, Otoneurologia e Foniatria reuniram-se num único local para o I Combined Meeting, evento promovido pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Realizado no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, o encontro contou com uma vasta programação científica simultânea dedicada à cada subespecialidade. Além de palestras, foram realizados painéis, mesas-redondas e discussões de casos. Durante a cerimônia de abertura do evento, otorrinolaringologistas que se destacaram e contribuíram para a Otologia brasileira foram agraciados com o Prêmio Rudolf Lang. O professor emérito da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), Dr. Pedro Luiz Mangabeira, recebeu menção honrosa concedida pela ABORL e pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) por suas excelentes contribuições à especialidade. “Eu acredito que realmente contribuí para a área e por isso algumas homenagens começam a ser feitas. Todos os homenageados mereceram e muitos outros merecem esse tipo de homenagem na nossa

Dr. Domingos Hiroshi Tsuji

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área também”, diz. Os melhores trabalhos científicos apresentados durante o evento foram premiados de acordo com cada subespecialidade.

O presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) e membro da Comissão Científica do evento, Dr. José Ricardo Testa, elogiou a associação proposta pelo encontro, citando que as subespecialidades caminham lado a lado. “A Otologia e a Otoneurologia são irmãs. Quem faz uma área acaba exercendo a outra, pois tudo está relacionado ao ouvido. Já a Foniatria é uma junção da parte auditiva com a fala, que usa a estrutura cerebral para o desenvolvimento da linguagem da criança ou do adulto que tenha alguma dificuldade”, explica. De acordo com o Dr. Sady Selaimen, ex-presidente da ABORL, o Combined é importante por ‘resgatar uma data do primeiro semestre para a Associação’. “Ele também organiza o calendário, o que é um pleito antigo nosso. Ao reunir numa só data determinadas especialidades, o evento racionaliza os investimentos tanto da Associação quanto dos patrocinadores. Espero que ele se torne um encontro tradicional”, afirma.

Para enriquecer a grade científica, especialistas internacionais marcaram presença no Combined Meeting. A presidente

Dr. Andy Vicente e Dr. Pedro Luiz Mangabeira

Diretoria reunida para a abertura do evento

da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (AAO-HNS, na sigla em inglês), Dra. Sujana Chandrasekhar, trouxe novidades no tratamento da tuba auditiva e aspectos relacionados aos traumas cranianos no esporte. O Dr. Mario Zernotti, professor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Córdoba, na Argentina, apresentou novidades no implante coclear em pacientes com surdez parcial. Já o

otorrinolaringologista colombiano Dr. Jaime Gustavo Hernández Uribe palestrou sobre o implante Bonebridge como solução efetiva para indivíduos com perda auditiva. Para o Dr. Testa, o contato direto com esses renomados profissionais ajuda a estreitar relações. “Com a internet, temos conhecimento sobre os avanços rapidamente, mas não o contato pessoal, que possibilita ver onde estão os detalhes que muitas vezes não aparecem nos artigos científicos”, complementa.

ABORL-CCF E ABR LANÇAM CAMPANHA RESPIRE PELO NARIZ E VIVA MELHOR Edição de 2016 conta com a participação do judoca Flávio Canto como embaixador

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erca de 50 otorrinolaringologistas compareceram à sede da ABORL-CCF em São Paulo, no dia 30 de junho, para prestigiar o lançamento da campanha Respire pelo Nariz e Viva Melhor, organizada pela Academia Brasileira de Rinologia (ABR) e que este ano tem o judoca Flávio Canto como embaixador. A maioria dos profissionais que estiveram no lançamento já participou em outras oportunidades. Aberta a todos os otorrinos, a campanha entra em seu décimo-sexto ano com o objetivo de sensibilizar a população sobre os problemas de respiração nasal. “Na verdade, é mais que isso: é sobre qualquer problema nasal. Respirar pela boca é o que mais atrapalha os pacientes, e isso leva a uma queda da qualidade de vida.

As doenças que provocam a obstrução nasal são as mais comuns, e afetam a população como um todo”, explica o Dr. Olavo de Godoy Mion, presidente da Academia Brasileira de Rinologia (ABR) e coordenador da iniciativa.

O ponto alto da campanha – 100% virtual e com um importante viés social – é o Desafio do Pregador. Idealizado

Palestra com o judoca Flávio Canto

Flávio Canto fala sobre respiração no esporte

pelo Dr. Mion, o Desafio do Pregador teve como inspiração o desafio do balde de gelo. “A ideia é fazer com que a pessoa se sinta com uma obstrução nasal enquanto pratica alguma atividade com o pregador no nariz. Atividades esportivas chamam a atenção, sobretudo neste ano de Olimpíada, e por isso mesmo ter a participação do Flávio Canto faz com que tudo case perfeitamente”, explica.

A cada 10 postagens de vídeos nas redes sociais com a hashtag #Desafiodopregador, otorrinos, médicos membros da ABORL-CCF e da ABR vão oferecer uma hora de consulta grátis para pessoas em dezenas de cidades brasileiras. Para que os vídeos sejam válidos é preciso que a pessoa esteja praticando uma atividade física como pular corda, fazer flexões, dar um pique sem sair do lugar, ou cantar, tocar um instrumento musical, com um pregador no nariz por 30 segundos. Ao final do vídeo, o participante deve convidar dois amigos a fazer o mesmo. Os locais das consultas serão divulgados ao final da campanha, no final do mês de setembro.

Flávio Canto e membros da ABORL-CCF

Participante do #Desafiodopregador

Aula com o Dr. Olavo de Godoy Mion

Participantes durante a abertura do evento

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EDUCAÇÃO CONTINU A D A

A HALITOSE E O OTORRINOLARINGOLOGISTA Dr. Regis S. Dewes Otorrinolaringologista; médico assistente do serviço de ORL do Hospital Beneficência Portuguesa de Porto Alegre (RS); autor do livro Halitose: fundamentos, diagnóstico e tratamento

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halitose é um mau odor endógeno e crônico detectado durante a fala e/ou respiração. Indivíduos com esse distúrbio, na maioria dos casos, não percebem o próprio odor. A exposição contínua a moléculas odoríferas produz uma adaptação do epitélio olfatório, dificultando julgarmos o nosso próprio hálito.

Nesse sentido, somente questionar os pacientes se sofrem de halitose não é um método confiável para atestar este problema1.

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o passado, acreditava-se que o hálito desagraexcessiva e contínua sobre a língua pode evoluir para hidável era devido às tonsilas palatinas, alterações perplasia reparativa e até mesmo para carcinoma de células gástricas ou pulmonares. Atualmente, a halitose escamosas. Além disso, o uso de raspadores linguais tamé vista como um processo altamente complexo oriundo em bém foi associado à bacteremia e consequente endocardite diferentes locais do corpo humano- principalmente na caem determinados indivíduos8. Dessa maneira, não parece vidade oral, que serve de habitat para um grande número haver justificativa para limparmos a língua regularmente de bactérias produtoras de metabólitos voláteis repulsivos2. (inclusive o simples ato de escovar da língua, que pode cauUm raciocínio lógico na condução dos pacientes com halisar pequenos sangramentos e aumentar o aporte de aminotose crônica objetiva é a identificação do local da gênese dos gaácidos para bactérias produtoras de odores) em indivíduos ses odoríferos: intraoral, extraoral ou nasal. Odores percebidos sem mau odor intraoral9. exclusivamente no ar exalado pela boca traduzem uma produO uso isolado de raspadores pode não ser suficiente no ção de metabólitos somente dentro da cavidade oral. Ocorrencontrole da halitose de origem intraoral10. Diante disso, redo a formação dos metabólitos acima da orofaringe, o odor será comenda-se enxaguantes bucais, como o dióxido de cloro. detectado somente no ar expirado pelo nariz. Já as moléculas Devemos lembrar que a microbiota oral contribui direta e voláteis originadas fora da cavidade oral são percebidas tanto indiretamente para o desenvolvimento normal da fisiolopela boca como pelo nariz3. Neste caso, a halitose pode estar gia, nutrição e defesa de nosso organismo. Em indivíduos acompanhada por odor corporal, pois os gases são transportasaudáveis, esta microbiota apresenta-se em harmonia com dos na corrente sanguínea e chegam a outros fluídos do corpo1. o seu hospedeiro, contribuindo para o equilíbrio de todo o Nos últimos anos, organismo. Esse equiapesar dos inúmeros líbrio pode ser afetado esforços, ainda não há pelo uso contínuo dos um consenso sobre a enxaguantes, produO uso isolado de raspadores pode bioquímica do mau zindo efeitos locais não ser suficiente no controle da odor, assim como não e sistêmicos adverdispomos de um prosos11,12. Portanto, não halitose de origem intraoral tocolo fixo para acessar é prudente o uso conseus compostos4. Existínuo de determinados tem várias ferramentas antissépticos bucais, disponíveis para se detectar gases relacionados à halitose. como clorexidina. Uma opção para diminuir efeitos locais Algumas técnicas analisam os compostos presentes na rese sistêmicos é aplicá-los somente nos sítios geradores do piração, e outras na saliva. Não obstante, o uso do epitélio odor (como terço posterior da língua)13. olfatório ainda é considerado o método de referência, uma O controle da halitose crônica, geralmente, necessita 5 vez que reflete a percepção humana . Uma técnica simples de uma contínua abordagem, exigindo diferentes modapara identificar o local de produção do mau odor é o uso lidades de tratamento e uma atenção especial do paciente. de um antisséptico de amplo espectro, como a clorexidiSegundo Iida et al.14, pode-se utilizar o metronidazol na na, por alguns dias. Durante esse período, o hálito do padose de 200mg, 3 vezes ao dia, por 7 dias, quando não se ciente deve ser monitorado por pessoas de seu convívio. identifica o sítio da infecção anaeróbica, ou em casos recalSe obtivermos a eliminação ou a redução do mau cheiro, citrantes. Outras alternativas têm sido preconizadas como estaremos frente a uma etiologia intraoral. Não ocorrendo vacina contra o Fusobacterium nucleatum, materiais denmelhora, possivelmente o quadro é sistêmico3. tários que liberam íons bactericidas, terapia fotodinâmica Uma vez determinado o local de produção do mau sobre a língua, probióticos (principalmente a cepa K12/ odor, direcionamos nosso foco para essa região. Sabe-se Streptococcus salivarius), fitoquímicos, enzimas proteolítique cerca de 90% dos casos de halitose se originam na cacas e correção da hipossalivação15. Concomitantemente, vidade oral, principalmente nas regiões mais posteriores da devemos reforçar orientações sobre higiene oral e evitar língua, que pode ser prevenida pela redução do número períodos prolongados de jejum. de determinadas bactérias ou controlando a composição Vários estudos têm associado às tonsilas palatinas a microbiana na cavidade oral. Em pacientes com saburra emissão de gases repulsivos, principalmente devido a prolingual, utilizamos raspadores linguais de maneira critecessos infecciosos crônicos e ao cáseo. Estabelecer as tonsi6 riosa . Não existem evidências científicas suficientes para las palatinas e principalmente o cáseo como o responsável recomendar a frequência, duração e método de remoção da da halitose pode ser um desafio. As tonsilas emitem gases saburra. Segundo estudos em modelos animais7, a irritação voláteis que são percebidos no nariz e boca. Sua presença

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EDUCAÇÃO CONTINU A D A

pode desencadear alterações gustativas desagradáveis, não ser percebido pelos outros e ser interpretada como halitose16. Talebian e colegas17 referem que quase 10% dos pacientes que buscaram atendimento em clínica especializada em halitose já haviam realizado tonsilectomia. Pelo risco do insucesso desse procedimento cirúrgico, é fundamental verificar se o mau odor se reduz a níveis socialmente aceitáveis, através de um tratamento químico ou mecânico.

A queixa de halitose também tem sido incluída em pacientes com refluxo laringofaríngeo. Recentes estudos apontam a elevação de gases sulforosos nestes indivíduos18.

Entretanto, o mau odor é influenciado por uma combinação de vários fatores e incluir o refluxo como um desses fatores, ainda é uma questão em aberto.

Em contraste com a bem pesquisada e compreendida halitose intraoral, os odores originados fora da boca têm recebido muito pouca atenção ao longo da história19. Em

Referências 1. Aydin M, Harvey-Woodworth CN. Halitosis: a new definition and classification. Br. Dent. J. 2014;217:E1.

2. Bollen CM, Beikler T. Halitosis: the multidisciplinary approach.

Int. J. Oral Sci. 2012;4:55-63.

3. Tangerman A, Winkel EG. Extra-oral halitosis: an overview. J. Breath. Res. 2010;4:017003.

4. Calenic B, Amann A. Detection of volatile malodorous compounds in breath: current analytical techniques and implications in human disease. Bioanalysi. 2014;6:357-76.

5. Laleman I, Dadamio J, De Geest S, Dekeyser C, Quirynen M. Instrumental assessment of halitosis for the general dental practitioner. J. Breath. Res. 2014;8:017103.

6. Amano K, Miyake K, Borke JL, McNeil PL. Breaking biological barriers with a toothbrush. J. Dental Res. 2007;86:769-74.

7. Eveson JW, MacDonald DG. Hamster tongue carcinogenesis.

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1981;10:322-31.

8. Redmond AM, Meiklejohn C, Kidd TJ, Horvath R, Coulter C. Endocarditis after use of tongue scraper. Emerg. Infect. Dis. 2007;13:1440-1.

9. Danser MM, Gómez SM, Van der Weijden GA. Tongue coating and tongue brushing: a literature review. Int. J. Dent. Hyg. 2003;1:151-8.

10. Outhouse TL, Al-Alawi R, Fedorowicz Z, Keenan JV. WITHDRAWN: Tongue scraping for treating halitosis. Cochrane Database Syst. Ver. 2016;5:CD005519.

11. Bondonno CP, Liu AH, Croft KD et al. Antibacterial mouthwash blunts oral nitrate reduction and increases blood pressure in

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alguns casos, sinalizam a manifestação de uma séria doença, o que representa um desafio ainda maior tanto para o seu diagnóstico, quanto para o seu tratamento. Lamentavelmente, a maioria dos gases da halitose extraoral são neutros, o que dificulta a sua remoção. Entre as poucas estratégias terapêuticas disponíveis, destacamos o uso de antibióticos, carvão ativado, clorofilina de cobre e restrições dietéticas, entre outras.

A halitose não pode ser considerada somente como um fenômeno oral. Nesse sentido, torna-se fundamental que o otorrinolaringologista desenvolva uma “relação simbiótica” com outras especialidades médicas, dentistas, nutricionistas e de outros profissionais da Saúde, para a resolução ou controle desse distúrbio.

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Q UAL I DADE DE V I DA

O DOUTOR METALEIRO

Conheça a história do Dr. Leonardo Rueda, que atende no Amazonas e já foi a 200 apresentações de suas bandas favoritas Por Carol Herling | Foto: arquivo pessoal

Q

uem olha para o Dr. Leonardo Victor España Rueda Silva jamais vai imaginar que embaixo de seu jaleco branco bate um coração apaixonado pela música. E não é por qualquer ritmo, não. Suas batidas se aceleram de verdade ao ouvir um bom heavy metal. “Formado na faculdade do Rock in Rio e pós-graduado no programa Fúria Metal, da MTV”, o Dr. Leonardo não usa cabelos compridos, tampouco anda de preto ou tem tatuagens. Ele lembra perfeitamente a música e onde estava quando ouviu heavy metal pela primeira vez.

“Foi a Hell Bent for Leather, do Judas Priest, no Rock in Rio 2 em 1991”, afirma. Também pudera: a entrada do vocalista Rob Halford no palco, a bordo de uma possante moto, “causou”. E, desde então, a vida do Dr. Leonardo passou a ter mais sentido.

Eram poucos os amigos na escola – “fora eu, só mais dois” – que curtiam heavy metal. Mas, em casa, o irmão Guilherme também sempre gostou de ouvir metal e, juntos, sonhavam com os shows e esperavam ansiosamente os lançamentos de seus artistas favoritos. “Era só entrar um dinheirinho que eu corria para comprar um CD ou um LP”, lembra. O primeiro show, após economizar bastante, foi da banda Hammerfall, aos 17 anos. “Os ingressos para os shows geralmente são caros, e meus pais não podiam bancar. Então, fui juntando dinheiro. E depois, quando entrei para a faculdade de Medicina, comecei a fazer bicos e iniciação científica, o que me permitiu ter condições de comprar ingressos para os grandes shows”, conta.

Por grandes shows entenda-se apresentações de Iron Maiden, Judas Priest, Slayer, Metallica e Sepultura – bandas que, aliás, o Dr. Leonardo cita como “formação básica para qualquer roqueiro”. Em 17 anos, ele calcula ter assistido a pelo menos 200 shows, de mais de cem bandas de todo o planeta. E não só no Brasil. O Dr. Leonardo “baterá cabeça” em breve na Espanha, e guarda momentos inesquecíveis de shows na Alemanha e nos Estados Unidos. No país europeu, participou do Wacken Open Air (“o maior e mais tradicional festival de heavy metal do mundo”) e, em Los Angeles e Las Vegas, curtiu três apresentações da banda King Diamond. “Aproveitei a viagem a L.A. e visitei o Rainbow Bar, que é o point de quem curte rock na cidade. Nesse dia eu tive a honra de encontrar o Lemmy Kilmister, lendário voca-

lista do Motörhead, que morreria um mês depois. Tive a sensação de que estava diante de uma lenda e, ao mesmo tempo, sabia que nunca mais o veria em um palco”, recorda.

Amizades e cuidados nos shows O Dr. Leonardo, que é de São Paulo, mas que atualmente mora em Manaus (AM), costuma fazer amigos nos shows e festivais que frequenta. Tanto é que irá com uma turma, formada por apaixonados pelo metal de todo o Brasil, para o Rock Fest, na Espanha. Nessas ocasiões, usa uma de suas diversas camisas de bandas. Apesar do agito, jamais testemunhou uma briga sequer e cuida, como qualquer otorrinolaringologista, da sua audição. “Não fico próximo às caixas de som, aliás, nem no carro ou em casa ouço as músicas em volume alto. Coloco num volume normal, que me permita ouvir e curtir o som. Garanto que a experiência e a ‘curtição’ são as mesmas”, detalha.

Um de seus maiores sonhos é conhecer pessoalmente o vocalista Bruce Dickinson, frontman do Iron Maiden. Além da curiosidade de fã, o lado otorrino também fala alto nessa escolha. “Bruce teve um câncer na língua, teve uma recuperação fantástica e voltou a cantar praticamente como antes. É claro que ele teve que fazer algumas adaptações para poder manter o ritmo, mas o seu caso é a maior prova de que a força de vontade do paciente e as técnicas mais avançadas da Otorrinolaringologia podem, sim, dar esperança aos pacientes, mesmo nos casos mais complicados”, afirma.

VOX Otorrino | 41

HumORL

Uma boa cabeça

N

os tempos do SAMDU (quem tem mais de duzentos anos deve lembrar), o atendimento emergencial na residência do paciente, em casos em que não seria possível transportá-lo até o posto médico mais próximo, era bastante satisfatório.

O serviço de atendimento médico domiciliar de urgência possuía - pelo menos na minha terra - viaturas especializadas e um pessoal muito bem treinado, capaz de solucionar a grande maioria dos casos no local do atendimento ou transportar o paciente para o hospital.

A diversidade dos casos encontrados proporcionava igualmente algumas histórias saborosas que, lamentavelmente, estão se perdendo.

Como aquela do plantonista que, à noite, foi chamado para atender uma senhora com uma forte dor de garganta. O estudante que acompanhava os casos – era norma o procedimento contar com médico, estudante, enfermeiro e motorista - passou-me a história alguns dias depois.

Chamada numa vila da periferia da cidade, a ambulância deslocou-se rapidamente para o local do atendimento.

Meu colega examinou o caso e verificou tratar-se de uma amigdalite aguda. O médico confirmou o diagnóstico, fez a receita, preencheu os formulários, fechou a maleta e tentou sair da casa.

No marco da porta, o marido da paciente que, em razão de seu tamanho, tomava conta de todo o espaço disponível, falou assim: 42 | VOX Otorrino

- Doutor, eu preciso de mais um favor seu. Quero um atestado de uma semana.

O médico tentou argumentar: - Mas o senhor me parece em boas condições de saúde.

Por que quer o atestado?

- Ah doutor, o senhor tem boa cabeça e sabe por que vai me dar este atestado.

O médico, sem alternativa, abriu outra vez a maleta, pegou um receituário, pediu o nome do marido e lascou: “Atesto, sob coação, que o senhor (escreveu o nome completo do vigarista) necessita de repouso por uma semana a contar de hoje”.

Fechou tudo outra vez foi até a ambulância e mandou o motorista botar sebo nas canelas. Passou-se o dia e nada no horizonte. No final da tarde, porém, o telefone do consultório tocou e chamaram o doutor.

Era o delegado de polícia solicitando que o médico fosse até a delegacia. Queria detalhes do caso para saber que atitude legal tomaria a seguir. Lá chegando, a primeira coisa que viu, foi o “paciente” sentado na sala de espera tendo ao seu lado um soldado da Brigada.

Quando seus olhares se cruzaram, o marido da paciente falou: - Eu não disse que o senhor tinha boa cabeça?

Por José Seligman