Revista Vox Otorrino - Nº 138

Edição 138 | Ano XIX | novembro/dezembro 2013 www.aborlccf.org.br

Especial 43º Congresso Brasileiro Saiba o que aconteceu durante o principal evento da especialidade no Brasil

Honorários Médicos

Soluções e direitos para garantir uma remuneração mais justa

Corrente do bem

Conheça as histórias de médicos que se dedicam exclusivamente a trabalhos voluntários e outros que doam parte de seu tempo para melhorar a vida do próximo

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Páginas Azuis Dr. Ricardo Bento, prazer em trabalhar

Guia 2014 Programe-se e ganhe descontos

Painel de Honorários Saiba mais sobre direitos e remuneração

Opinião Entrevista com Dr. Márcio Abrahão

Medicina Solidária As emocionantes histórias de quem se dedica a ajudar o próximo

Curso de Polissonografia Curso encerra sua sexta edição com sucesso

Perfil Dr. Marcos Rogério, brilhante também no tatame

Novo BJORL Revista passa a ser editada pela conceituada editora científica Elsevier

Especial Congresso

Os principais acontecimentos do 43o Congresso Brasileiro de ORL-CCF

Carta ao Leitor

ESPAÇO LEITOR

Inspiração para 2014

Sugestões de pauta, críticas ou elogios?

Fale conosco. voxotorrino@aborlccf.org.br

Chegamos ao final de 2013, um ano de intenso trabalho! Muitas novidades com a chegada da VOX Otorrino, a reestruturação no nosso site, o sucesso da Campanha Ouvido Nariz e Garganta e a certeza de muito ainda por fazer! O desafio de melhorar a comunicação e a interação com a comunidade otorrino continua sendo uma meta a ser aprimorada.

Prezada Adriana Hachiya, Quero cumprimentá-la pelo seu artigo a respeito do “Tratamento das Disfonias em Crianças” na “Vox Otorrino”, edição 137, em que você o aborda com muita propriedade de maneira sucinta e muito clara.

Dr. Edilson Zancanella Presidente da Comissão de Comunicações

Dr. Evaldo J.B. Rodrigues

Edição 138 | Ano XIX | novembro/dezembro 2013 www.aborlccf.org.br

Especial 43º Congresso Brasileiro

Nesta edição da VOX Otorrino trazemos o Guia 2014 para o planejamento dos eventos para o Ano Novo: desde a renovação da anuidade, inscrição de cursos e congressos nacionais e internacionais.

Vale a pena preparar a agenda em função das intensas atividades já previstas para 2014, já que a Copa do Mundo e as eleições trarão momentos intensos! O painel de honorários médicos durante o Congresso Brasileiro foi um importante fórum que apenas deu início à discussão desse grande anseio a todos os otorrinos, vala a pena nosso envolvimento cada vez maior com esse tema.

Nas Páginas Azuis, o Ricardo Bento nos traz um pouco de sua brilhante história. Em nosso conturbado momento profissional, somado com as dificuldades cada vez maiores do dia a dia, falar em solidariedade parece utopia, mas trazemos a emocionante história de colegas que usam a medicina como ferramenta para melhorar vida de pessoas nos mais longínquos lugares e que destinam parte de seu tempo em atividades visando à coletividade, a melhora das condições de vida de outras pessoas. Um belo exemplo a ser experimentado.

Nos despedimos de 2013 agradecendo ao Agricio pelo excelente trabalho e desejamos ao Fernando um 2014 pleno de realizações!

Saiba o que aconteceu durante o principal evento da especialidade no Brasil

Honorários Médicos Soluções e direitos para garantir uma remuneração mais justa

Ótimo Natal a todos! 2014 com muita prosperidade e serenidade!

Corrente do bem

Conheça as histórias de médicos que se dedicam exclusivamente a trabalhos voluntários e outros que doam parte de seu tempo para melhorar a vida do próximo

Boletim ABORL-CCF

ETNEIDEPXE

EXPEDIENTE

Um grande abraço!

Diretor de Comunicação: Edilson Zancanella Jornalista Responsável: Eliana Antiqueira / MTB: 26.733 Reportagem: Sheila Godoi Fotos: Vicent Sobrinho / Dreamstime / Acervo Revisão: Gabriel Miranda Coordenação de Publicação e Diagramação: Julia Candido

4 | Revista VOX OTORRINO

Produção: Estação Brasil Produção Editorial Fone: 11 3542-5264/0472 Impressão: Eskenazi Indústria Gráfica Periodicidade: Bimestral Tiragem: 6.000 exemplares Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Av. Indianópolis, 1.287 CEP 04063-002 | São Paulo/SP Fone: 11 5053-7500 Fax: 11 5053-7512

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Mensagem do Presidente

Obrigado. Valeu cada minuto!

Final de ano é um período propício aos balanços, aos acertos de contas com nossa agenda pessoal de propósitos, de avaliar erros e acertos e, principalmente, de agradecer.

E é assim que quero começar esta mensagem: agradecendo.

Meus agradecimentos a você que confiou a mim e à nossa diretoria a missão de presidir a ABORL-CCF e de decidir, no último ano, os rumos desta entidade que nos orgulha e representa a nossa vida profissional. Esteja convicto de cada decisão tomada foi em seu benefício.

Dr. Agrício Crespo Presidente da ABORL-CCF

Buscamos nesta gestão lançar bases para um futuro cada vez mais sólido da nossa Associação, visando ao seu crescimento não apenas local, mas também no exterior.

Somos uma força em progressão, a segunda maior entidade da especialidade do Ocidente, nossa vocação é liderar e assim procuramos, dia a dia, pavimentar o caminho deste crescimento.

O trabalho é contínuo, outros o fizeram antes e muitos o farão daqui para frente.

A mim, cabe refletir sobre a contribuição nesse processo, e saio satisfeito. Realizei projetos, ganhei mais amigos e me despeço da presidência com a consciência de ter dado meu melhor. Nessa jornada, tive a colaboração dos incríveis funcionários da ABORL-CCF, o comprometimento intenso da diretoria, a compreensão dos parceiros, a contribuição de velhos e novos patrocinadores e seu inestimável apoio.

Esta não é, em absoluto, uma despedida, no máximo, um até logo. Somos parte de uma grande família que busca um bem comum: o fortalecimento da nossa profissão e das nossas amizades. Nesta trajetória, nossos caminhos continuarão se cruzando.

Boas amizades nunca se desfazem, mesmo quando os caminhos se afastam. E, assim, deixo a presidência em mãos de outro grande amigo, Fernando Ganança. A ele, desejo boa sorte e bom trabalho. A você, meu muito obrigado. Foi uma honra servi-lo como presidente da ABORL neste ano.

Forte abraço!

Agrício

DIRETORIA 2013 Dr. Agrício Nubiato Crespo - Campinas/SP Presidente

Dr. Godofredo Campos Borges - Sorocaba/SP Diretor Tesoureiro

Dr. José Alexandre Medicis da Silveira - São Paulo/SP Presidente da Comissão de Residência e Treinamento

Dr. Fernando Ganança - São Paulo/SP Diretor Primeiro Vice-Presidente

Dr. José Eduardo de Sá Pedroso - São Paulo/SP Diretor Tesoureiro Adjunto

Dr. Leonardo Haddad - São Paulo/SP Presidente da Comissão de Título de Especialista

Dr. Sady Selaimen Costa - Porto Alegre/RS Diretor Segundo Vice-Presidente

Dr. Edilson Zancanella - Indaiatuba/SP Presidente da Comissão de Comunicações

Dr. Márcio Fortini – Belo Horizonte/MG Presidente da Comissão de Defesa Profissional

Dra. Fernanda Haddad - São Paulo/SP Diretora Secretária Geral

Dra. Eulália Sakano - Campinas/SP Presidente da Comissão do BJORL

Dr. Otavio Marambaia Santos - Salvador/BA Presidente da Comissão de Ética e Disciplina

Dra. Francini Grecco de M. Pádua - São Paulo/SP Diretora Secretária Adjunta

Dr. Fabrízio Ricci Romano - São Paulo/SP Presidente da Comissão de Eventos e Cursos

Dr. Renato Roithmann - Porto Alegre/RS Presidente da Comissão de Educação Médica Continuada

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Páginas Azuis

Líder involuntário Chefe de um dos mais importantes serviços de otorrinolaringologia do país, professor por vocação, um dos pioneiros do implante coclear, Dr. Ricardo Bento é também santista roxo e o maior criador de peixe saint peter do Brasil. Um homem com muitos interesses e histórias interessantes.

Por Eliana Antiqueira

A otorrinolaringologia foi a sua primeira opção como especialidade médica?

Formado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, Dr. Ricardo Bento viu sua carreira deslanchar na Faculdade de Medicina da USP, onde amealha a admiração de colegas e alunos.

Ex-presidente da ABORL-CCF tem no caráter conciliador sua maior habilidade.

Não, isso veio durante a faculdade. Tive um professor que dava um curso muito interessante de otorrino e isso despertou em mim esse interesse. Esse professor é o Clemente Ribeiro de Almeida, que continua na ativa.

Sempre gostei muito de mexer com coisinha pequena, de montar navio, essas coisas. Aí comecei a me interessar por ouvido, cirurgia otológica, que exige essa habilidade manual.

O senhor ainda tem esse hobby de montar coisas?

Não. Não tenho mais tempo. Mas fiz isso durante muito tempo. Quando era moleque, adolescente, passava horas entretido com essas coisas.

Hoje o senhor chefia um dos mais importantes serviços de otorrinolaringologia do Brasil. Ao que o senhor atribui a sua ascensão profissional?

Existem em qualquer profissão várias pessoas que se destacam, não acredito nessa história de melhor do Brasil, não. A especialidade está cheia de médicos brilhantes.

Acho que isso acontece mais porque eu optei por uma carreira acadêmica. Atendo em consultório particular, em clínica, até por uma questão financeira, preciso pagar as contas, e, no Brasil, carreira acadêmica é muito mal remunerada, embora seja gostoso de fazer.

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Gosto muito de dar aula, de aglutinar as pessoas, de ver as pessoas crescerem em volta de mim. Tenho muitos alunos, tenho mais de dois mil otorrinos atuando no Brasil que já passaram por meus cursos. Talvez por isso, acabei assumindo um papel de liderança meio involuntário.

No aspecto institucional da otorrinolaringologia, o senhor participou de um grupo que teve um papel fundamental para fazer da ABORL-CCF a entidade sólida que é hoje, ao consolidar e apaziguar as oposições.

Eu acho salutar que haja oposição, faz parte do processo democrático, do jogo. O que não pode é ter radicais dos dois lados. E, no final, todo mundo era amigo. E num lugar desses em que ninguém ganha nada, porque os médicos que trabalham na associação estão lá de graça, é um trabalho voluntário, não tem sentido ficar brigando. Se for para brigar, vamos brigar pela gente, contra o que está errado lá fora. Brigar dentro de casa não tem sentido e acaba enfraquecendo nossa luta. E foi isso que tentamos naquela época: mudar o sistema administrativo da associação, que era muito presidencialista, para decisões mais colegiadas, com participação da diretoria. Mas o pessoal ainda não assimilou isso muito bem, mas aí acho até que é uma questão de cultura, porque o Brasil é presidencialista e o cara que senta naquela cadeira tem essa mentalidade de

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Páginas Azuis querer fazer as vezes do diretor executivo, de não saber delegar, mas, com o tempo, as pessoas vão se adaptando e entendendo a mecânica. A Associação tem de ter continuidade. Quando um presidente sai, não pode entrar outro e fazer tudo de novo, “quero fazer uma coisa que eu que bolei”. Isso não existe. Por isso tem de ter um diretor administrativo forte, que seja perene entre as administrações e, é claro, com experiência, contratado do mercado.

(N.E Dr. Ricardo Bento foi presidente da ABORL-CCF de 2008 a 2010) Existe uma unanimidade sobre sua pessoa de que o senhor trabalha porque gosta. É o primeiro a chegar e o último a sair. Essa percepção é correta?

Sempre falo para meus alunos, meus filhos: trabalhe no que você gosta, não para ficar rico. Se fizer a coisa bem, vai estar feliz, não adianta ficar a vida inteira frustrado por não ter seguido o que queria por causa de grana. O retorno financeiro é consequência do que é bem feito. Eu trabalho porque gosto mesmo.

Acordo de manhã e vou feliz para a faculdade, gosto de estar lá. Não tenho o sentimento de “ai, meu Deus, tenho que ir para a faculdade, que saco.” Gosto de estar lá, gosto de ensinar, gosto do contato com os alunos, gosto do ambiente acadêmico e gosto de aprender, o que acontece diariamente.

Seus alunos têm essa percepção do prazer que o senhor tem em dar aulas?

Alunos de graduação nem tanto, porque as especialidades têm um espaço muito pequeno neste período, mas os residentes, estagiários, sim. Porque a gente está lá se dedicando, trabalho de porta aberta. Comi-

go não tem que marcar hora pra falar. O cara entra e sai na hora que quiser.

O senhor foi um dos pioneiros a fazer o implante coclear no Brasil e chegou a desenvolver um aparelho para ser fabricado no Brasil. Por que esse projeto não foi adiante? Falta de investimento?

Desenvolvemos um aparelho aqui na época em que havia muita restrição à importação, recebemos verba do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para tocar o projeto. As universidades no Brasil produzem uma série de trabalhos, mas, a maioria das coisas que produz não consegue devolver à sociedade, fica ali uma coisa intramuros da academia. Aconteceu isso com o nosso implante coclear. Fizemos a patente e tudo, mas competimos com grandes empresas internacionais, que investem milhões de dólares continuamente em pesquisa e desenvolvimento, e não conseguimos repassar a patente para uma empresa brasileira, ninguém se interessou, na verdade, em produzir o implante aqui. Só tem quatro empresas no mundo que fabricam implante. Mas, pouco tempo atrás conseguimos desenvolver uma prótese auditiva, que tem um mercado muito maior. Só o governo brasileiro consome 270 milhões de dólares por ano na compra de aparelhos auditivos. E não há nenhuma empresa no Brasil que fabrique esses aparelhos. São todos importados, com alíquota zero porque são equipamentos de saúde sem similar nacional. Na faculdade tenho um departamento de engenharia dentro da otorrino e desenvolvemos uma prótese genérica de baixo custo, de configuração genérica, 1/10 do que custa por aí. Verbas públicas para pesquisas são muito escassas no Brasil, por isso nosso país está atrás de muitos países em pesquisa e desenvolvimento. Então conseguimos que todo o projeto fosse

Gosto muito de dar aula, de aglutinar as pessoas, de ver as pessoas crescerem em volta de mim.

Tenho muitos alunos, tenho mais de dois mil otorrinos atuando no Brasil que já passaram por meus cursos. Talvez por isso acabei assumindo um papel de liderança meio involuntário.

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financiado por uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, a Fundação Otorrinolaringologia, que tem entre seus objetivos o suporte `a ciência e tecnologia. O produto patenteado foi oferecido para investidores privados em uma feira pública de equipamentos para deficiências, promovida pela Secretaria de Estado da Pessoa com Deficiência e a patente foi comprada por uma empresa privada, porque viu uma oportunidade de negócio. O Ministério da Saúde vai comprar os aparelhos dessa fábrica. É o mesmo que ocorreu com o Projeto de remédios genéricos que mudou o acesso das pessoas aos tratamentos médicos no Brasil e no mundo. Fiquei muito feliz porque conseguimos devolver para a sociedade parte do que é investido em nós. E não é só pela economia que o governo vai ter, mas tudo que representa em geração de emprego, de renda. Aquela experiência com o implante coclear foi muito importante porque aprendemos muita coisa. Hoje, nossa equipe já fez mais de mil implantes cocleares, é uma das maiores do mundo, mas ela se solidificou a partir dessa experiência.

O senhor também coordenou programas de saúde auditiva no Ministério da Saúde para crianças em idade escolar. Como foi essa experiência? (N.E.: Programa Quem ouve bem aprende melhor) Esse foi um programa maravilhoso! Na época, todo ano entrava no primeiro ano do sistema público de educação fundamental seis milhões de crianças. O BID precisava repassar uma verba ao Ministério da Educação, mas era preciso que ele atendesse algumas metas. E uma das metas era a acuidade visual e auditiva dessas crianças.

Aí o governo saiu correndo atrás de programas que atendessem essas metas e vieram nos procurar para que pudéssemos desenvolver algum projeto. Mas você imagina ter profissionais, otorrinos, fonoaudiólogos, sendo que tem criança no meio da Amazônia! Aí desenvolvemos um teste que a professora aplicava e fazia uma pré-triagem.

Aquelas com suspeita de deficiência eram encaminhadas para exame. Tirava uns 20% da classe. Desses, a maioria não tinha nenhum problema, mas era melhor pecar por excesso. Mas não conseguimos fazer em todas as seis milhões de crianças, todo ano, porque a gente dependia de uma estrutura que a escola tinha de ter. Energia elétrica,

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Páginas Azuis um aparelho de vídeo, uma TV. Quando a escola não tinha, às vezes algum aluno da comunidade emprestava, mas era precário.

Diante disso, em conjunto com o Ministério da Educação, passamos a atender cidades com mais de 50 mil habitantes, porque nessas cidades as escolas contavam com essa estrutura básica. Por isso, atendemos três milhões de crianças. Fizemos isso por três anos. Mas não apenas identificávamos o problema. O Ministério da Saúde fechou um convênio com a gente e essas crianças eram tratadas. Desde uma coisa mais simples, como tirar cera de ouvido, até mais complexa, como uma cirurgia, era paga pelo SUS. Era um negócio maravilhoso, mas aí entra de novo o negócio da democracia. Quando saiu o Fernando Henrique e entrou o PT, os caras extinguiram o programa, porque não iam dar continuidade a um negócio que, apesar de dar certo, não era deles. Aí, recomeça tudo do zero, gasta o dobro e não sai do lugar!

talvez um dos mais avançados do mundo, baseado no sistema inglês. A saúde é uma pirâmide. Na base, estão os médicos de atenção básica: os clínicos gerais, pediatras, ginecologia e obstetrícia; depois vêm os de atenção secundária, terciária e que vão se contra referindo. Por exemplo, na Inglaterra você não consegue marcar uma consulta direto com o especialista pelo sistema público. Primeiro o paciente passa pelo clínico geral do bairro e, se ele não conseguir resolver, aí encaminha. Assim, 80% dos casos acabam sendo resolvidos na atenção básica mesmo. Para levar o médico para o interior, além de se criar faculdades de medicina locais, porque as pessoas estudam e ficam por sua região, tem que estimular que o cara faça carreira nesses lugares. Porque levar a família para um lugar que não tem nada, não tem escola para os filhos, nenhuma diversão, desestimula o profissional. Nem ganhando muito, porque o dinheiro não é tudo!

O senhor citou que um dos obstáculos à implantação desse programa era a falta de profissionais fora dos grandes centros. Como se equaliza esse problema?

Uma coisa é ter médico de atenção básica, que tem de estar em todos os lugares.

Na essência, o programa Mais Médicos é muito bom e necessário, porém infelizmente da maneira como foi feito tem um caráter eleitoreiro. Vamos resolver o problema da saúde trazendo mais médicos, quando o problema da saúde não tem a ver só com a quantidade de médicos? É a mesma coisa que contratar um monte de cozinheiros para combater a fome! Mas o cara chega, não tem panela, não tem comida pra fazer...

O Mais Médicos é mais ou menos isso.

Não há estrutura adequada, investimento e principalmente gestão na saúde pública no Brasil. Quando esses médicos que vierem tiverem que pedir exames ou encaminhar para serviços secundários e terciários que atendem as doenças mais graves não terão onde fazê-lo. Enormes filas para cirurgias e tratamentos complexos ocorrem nos principais hospitais públicos do país. Na nossa área, por exemplo, por uma simples amigdalectomia, as crianças tem que esperar anos para serem operadas, cirurgias oftalmológicas, hérnias, enfim todas as áreas.

O SUS é um sistema maravilhoso no papel,

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Sempre falo para meus alunos, meus filhos: trabalhe no que você gosta, não para ficar rico... O retorno financeiro é consequência do que é bem feito. Eu trabalho porque gosto mesmo. Acordo de manhã e vou feliz para a faculdade, gosto de estar lá. Não tenho o sentimento de “ai, meu Deus, tenho que ir para a faculdade, que saco.”

A qualidade da formação médica hoje é bastante sofrível. O senhor, como acadêmico, observa isso?

Sem dúvida. Uma coisa é a formação técnica/científica e outra é a formação cultural, da vida profissional. E isso é bem perceptível nas residências, porque tem poucas residências de otorrino mesmo no Brasil. Porque a maioria desses 90, mais ou menos isso, serviços de otorrino que têm por aí não são de residência médica. É um trabalho em escravo que colocam lá o moleque para trabalhar sem supervisão nem nada e falam que estão dando um estágio. O foco não é formar um especialista, mas ter uma mão de obra barata.

Tem de aumentar o número de boas residências. No Brasil, você conta nos dez dedos as residências que valem.

Além de médico o senhor também é empresário. Dá para conciliar as duas profissões?

Tenho uma companhia de peixes, a Royal Fish. Sou produtor de saint peter. Sempre gostei de pescar, tinha uma fazenda, comecei a criar há uns 25 anos, aí a coisa foi se profissionalizando, aumentando e hoje temos uma produção de quase cinco mil toneladas/ano de filé de peixe. Fornecemos para supermercados, hipermercados, restaurantes... É a maior empresa brasileira de peixe produzido em cativeiro.

Mas este é um universo muito diferente da medicina.

Não. Não. Eu consegui aliar a medicina ao peixe. Eu mexo com genética e, num trabalho financiado pela FAPESP, desenvolvi um peixe vermelho que só eu sei como fazer. É como o xarope da Coca-Cola, os concorrentes podem tentar, mas não sabem fazer igual. Temos a genética, a reprodução, a engorda, o frigorífico, comercialização e distribuição; a cadeia vertical inteira. Como eu não tinha tempo de me dedicar integralmente ao negócio, que exige muita dedicação, vendi 50% da empresa para um banco de investimentos que colocou uma administração profissional e hoje eu dou pitaco só nessa parte de genética. De alguma forma, a medicina está presente em todos os aspectos da minha vida.

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Guia 2014

Pre-pa-ra!

O final do ano chegou e, entre brindes e férias, arranje um tempinho para organizar o próximo ano, aproveitar descontos, oportunidades e programar sua agenda para os principais eventos de 2014.

Por Eliana Antiqueira

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Guia 2014

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44º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial 12 a 15 de novembro de 2014 Centro de Convenções FIERGS Av. Assis Brasil, 8787 – Porto Alegre/RS Four Otology 2014 16ª Reunião da Sociedade Brasileira de Otologia – Edição Dr. Hélio Lessa 10 a 12 de abril de 2014 Salvador/Bahia

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R$ 170,00

R$ 300,00

R$ 150,00

R$ 210,00

R$ 255,00

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R$ 200,00

R$ 280,00

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Um ano após a conclusão da Residência/Especialização Dois anos após a conclusão da Residência/Especialização

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Guia 2014

Anote na agenda!

16/jan

Renove o passaporte!

15 a 17/jan

Minifórum ABORL-CCF Local: Sede da ABORL-CCF Contará com a presença de: membros da diretoria, comissões permanentes e departamentos da ABORL-CCF

3rd Arab & GCC Otology & Audiology Conference 2nd Advanced Arab Academy of Audio-Vestibular Conference 4th Emirates Rhinology & Otology Conference Dubai, UAE

17/jan

17 a 20/fev

Cerimônia de posse da nova diretoria e do presidente Dr. Fernando Freitas Ganança Local: Sede da ABORL-CCF

8/fev

Prova R1 e R2 Local: aplicadas simultaneamente em Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Salvador e São Paulo

22/mar

Provas de Título de Especialista Local: Fecomércio/SP

Mar a dez/2014

7º Curso de Polissonografia Local: Sede da ABORL-CCF

Set/2014

2º Curso de Extensão em Foniatria Local: Sede da ABORL-CCF As inscrições serão abertas por meio de edital divulgado no site e enviado por e-mail.

Nossos parceiros 3º Congresso Online de Otorrinolaringologia - ABORL-CCF Período: 5 de Abril de 2014 Coordenação: Dr. Renato Roithmann Local: São Paulo Site: www.aborlccf.org.br E-mail: eventos@aborlccf.org.br Informações: (11) 5053-7500

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38th UIC Midwinter Symposium on Practical Surgical Challenges in Otolaryngology Snowmass/Aspen Colorado, USA

21 a 24/set

AAO-HNSF Annual Meeting & OTO EXPOSM Orlando/Flórida http://www.entannualmeeting. org/14/?q=submit-abstract

26 a 29/out

XXXIV Congreso Panamericanode Otorrinolaringología y Cirurgía de Cabeza y Cuello – Cartagena/Colômbia http://www.panamorl2014.com/ seccion/inicio.html

27/fev a 3/mar

7th Annual Transoral Surgery for Head and Neck Cancer Mayo Clinic Education Center Phoenix, Arizona, USA ,

Participação da ABORL-CCF em eventos nacionais: I Congresso Goiano Brasiliense de Otorrinolaringologia

Período: 4 a 6 de Abril de 2014 Coordenação: AGORL-CCF e AORLDF Local: Hotel Mercure Cidade: Goiânia-GO Site: www.agorl.com.br/congresso E-mail: congresso@agorl.com.br Informações: (62) 3095-1344

XII Congresso Norte e Nordeste de Otorrinolaringologia

Período: 1 a 3 de Maio de 2014 Coordenação: Dr. Marcos Melo / Dra. Maria Eliete Inacio Local: Hotel Radisson Maceió - Av. Dr. Antonio Gouveia, 925 - Pajuçara - 57030-170 Cidade: Maceió/AL Site: http://www.comuniceventos. com.br/index.php/evento/255/ xii-congresso-nortenordeste-deotorrinolarin E-mail: diretoria@comuniceventos. com.br Informações: (82) 3325.3468

III Conesul e VIII Gauchão de Otorrinolaringologia

Período: 16 a 17 de Maio de 2014 Coordenação: Dr. Marcelo Zanini Local: Conrad Punta Del Este Resort e Cassino Cidade: Punta Del Leste / Uruguai Site: www.assogot.com.br/ congresso E-mail: plenarium@terra. com / secretariageral@ plenariumcongressos.com.br Informações: (51) 3311-8969

CARIOCÃO 2014 VIII Congresso da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro Período: 15 a 17 de Maio de 2014 Coordenação: Dr. Geraldo Augusto Gomes Local: Hotel Atlantico Búzios Cidade: Armação dos Búzios/RJ Site: www.cariocao2014.com.br E-mail: contato@gapcongressos. com.br Informações: (21) 2215-4476

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Honorários Médicos

Saiba mais e

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Atualmente, o conhecimento do médico precisa ir além do que exige a especialidade para garantir o crescimento profissional e financeiro.

Por Eliana Antiqueira

O

tema é árduo, burocrático e absolutamente indispensável ao otorrino que começa a dar seus primeiros passos em consultório próprio. O emaranhado de termos técnicos, tabelas de referência e índices de reajuste trazem mais dúvidas do que respostas, e a tendência natural dos médicos é delegar esses trâmites às secretárias, o que é um equívoco. “O consultório é do médico. Cabe a ele saber como funcionam as burocracias inerentes ao trabalho. As secretárias são funcionárias valiosas, mas o médico deve ensiná-las e não o contrário”, afirma Dr. Bruno Rossini, representante distrital sudeste da Comissão de Defesa Profissional da ABORL-CCF.

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Honorários Médicos

“O consultório é do médico. Cabe a ele saber como funcionam as burocracias inerentes ao trabalho.”

Dr. Bruno Rossini

Para decifrar as dúvidas referentes à remuneração, é preciso compreender como se chegou à defasagem atual de honorários. Um estudo realizado pela Comissão de Defesa Profissional apontou que, de 2000 a 2011, as operadoras de planos de saúde reajustaram as mensalidades em 151%, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 119,8%, enquanto os honorários médicos sofreram reajustes inferiores a 60%. “A classe médica não é unida. Esta é uma realidade que precisamos encarar. Enquanto não houver um esforço conjunto para a reivindicação de direitos, teremos apenas vitórias isoladas e pontuais de alguns grupos que se dispõem a brigar”, explica Dr. Casimiro Villela Junqueira, membro da comissão. O levantamento também revela que o orçamento que seria direcionado ao pagamento de honorários médicos por parte dos convênios foi deslocado, em grande parte, para o pagamento de órteses e próteses e à incorporação de novas tecnologias.

Além da falta de união, também são atribuídas à essa defasagem o pouco poder político da classe junto as operadoras, a falta de formação em gestão dos líderes de entidades médicas, o que os colocaria, no mínimo, em pé de igualdade técnica em uma mesa de negociação, e a dependência do convênio para a captação de

novos clientes. A consequência é o aumento de carga horária e de número de pacientes atendidos por hora, diminuição na qualidade do serviço, insatisfação profissional e, em casos mais extremos, até mesmo o abandono da especialidade.

Também não existe obediência às determinações da Federação Nacional de Medicina (FENAM) no que diz respeito ao piso salarial. Segundo a entidade, o salário inicial de um médico deveria ser de 10.412 reais por 20 horas de trabalho. Em 2013, um concurso da Prefeitura de São Paulo oferecia remuneração de 3.500 reais pelas mesmas 20 horas.

Existe solução

Resta assim pouca opção ao médico a não ser ceder às regras impostas pelos planos de saúde para constituir seu consultório. Será? “Planos de saúde são empresas que visam lucro, não é economia solidária. Um médico sozinho não muda a regra do jogo, mas, em conjunto, a coisa muda de figura”, alerta Dr. Francisco de Assis dos Santos Filho.

O especialista discorre sobre a boa experiência vivida no Ceará, que registra a melhor remuneração nos vinte principais procedimentos em otorrinolaringologia. A solução local foi o cooperativismo, um sistema

“A classe médica não é unida... Enquanto não houver um esforço conjunto para a reivindicação de direitos, teremos apenas vitórias isoladas e pontuais de alguns grupos que se dispõem a brigar.”

Dr. Casimiro Junqueira

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Honorários Médicos

“Planos de saúde são empresas que visam lucro, não é economia solidária. Um médico sozinho não muda a regra do jogo, mas, em conjunto, a coisa muda de figura.”

Dr. Francisco de Assis dos Santos Filho

bastante democrático de divisão de lucros e despesas, que confere à classe poder de fogo. Atualmente, Dr. Francisco compõe a diretoria de duas cooperativas – Coopend (Cooperativa de Endoscopia do Ceará) e Coorlece (Cooperativa de ORL do Ceará), e conta que o sistema empodera o médico ao dar a ele o controle sobre seu trabalho. “Quem se organiza menos, ganha menos. Se for preciso, cruzamos os braços e paramos o atendimento se os planos não chegarem ao índice que propusemos.

Fizemos isso com um plano regional do Nordeste e, durante três meses, atendemos apenas as emergências.

No fim das contas, alcançamos o que queríamos”, conta.

As cooperativas são compostas por pessoas físicas e tem por objetivo a regulação de preços, abertura de mercado, combater a concorrência desleal, melhorar as condições de trabalho e proteger o cooperado do descredenciamento arbitrário por parte dos planos. A organização de uma cooperativa, porém, exige estudo, dedicação e comprometimento.

“Nas duas cooperativas a que pertenço, a diretoria é estimulada a fazer cursos e treinamento em gestão financeira e administrativa”, esclarece Dr. Francisco.

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Outra ação bem-sucedida é o associativismo, uma experiência vitoriosa vivida pela Associação Paranaense de ORL. “O médico não pode negociar direto com o plano de saúde, mas a Sociedade, como entidade representativa, pode”, diz Dr. Eduardo Baptistella, presidente da ASPO. A diferença básica entre o cooperativismo e o associativismo é que, o primeiro modelo preconiza a colaboração de pessoas ou grupos com os mesmos interesses a fim de obter vantagens econômicas, já o associativismo, consiste basicamente na união de pessoas em prol das mesmas metas, de forma organizada, sem fins lucrativos, embora as conquistas possam reverter em benefícios financeiros. Ou seja, ambos formatos reforçam o velho ditado o qual afirma que a união faz a força.

Reembolso: relação ganha-ganha

O reembolso do valor de consultas e procedimentos para o paciente reside no fato de que ele pode utilizar o médico de sua confiança e cobrar o plano de saúde posteriormente. Mas, o que ganha o médico com este sistema?

Um artigo publicado pelo Dr. Drauzio

Varella em seu site, em julho deste ano, expõe dados alarmantes sobre a realidade do médico que depende, quase integralmente, dos planos de saúde. Mais de 97% prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$ 8 a R$ 32 por consulta. Em média, R$ 20. “Em princípio, cada consulta pode gerar de zero a um ou mais retornos para trazer os resultados dos exames pedidos. Os técnicos calculam que 50% a 60% das consultas médicas geram retornos pelos quais os convênios e planos de saúde não desembolsam um centavo sequer”.

Uma resolução do Conselho Federal de Medicina, de janeiro de 2011, prevê que uma consulta possui diversas etapas: a anamnese, o exame físico, a elaboração de hipóteses, a solicitação de exames complementares e a prescrição terapêutica. Por isso, quando o paciente não puder apresentar os resultados dos exames na própria consulta, ela terá continuidade em um segundo encontro, que ocorre dentro de um prazo a ser determinado pelo médico. Nessa hipótese, diz a resolução, não há cobrança de novos honorários. No entanto, casos de doenças que exigem tratamento prolongado, com reavaliações e modificações terapêuticas, as consultas poderão ser cobradas, a critério do médico. “A resolução regulamenta o ato da consulta médica e a possibilidade de sua complementação em um segundo momento, no retorno. Ela estabelece que cabe ao médico indicar livremente os prazos de retorno. A determinação do tempo necessário para avaliação do paciente e de seus exames segue critérios técnicos e médicos, e não administrativos”, explica o conselheiro federal Antônio Pinheiro, relator do documento.

A norma diz ainda que instituições de assistência hospitalar ou ambulatorial, empresas que atuam na saúde suplementar e operadoras de planos de saúde não podem interferir na autonomia do médico e na relação do médico com o paciente, nem estabelecer prazo de intervalo entre consultas.

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Honorários Médicos

Dentro deste cenário, o reembolso é um artificio lucrativo para o médico, que estabelece o valor da sua consulta e repassa ao paciente a obrigação de cobrar de seu respectivo plano de saúde. A maioria dos planos, aliás, têm uma política de reembolso, o chamado Sistema de Livre Escolha.

A opção pela livre escolha é obrigatória em caso de seguros de saúde, mas não nos planos de saúde.

O valor do reembolso varia de acordo com a operadora e a categoria do plano de saúde contratado.

Ao optar por este método de cobrança, cabe ao médico orientar o paciente a verificar se seu plano de saúde oferece essa opção. Também é obrigação do médico oferecer toda documentação exigida pelo plano para assegurar o reembolso ao paciente, como recibos, relatório médico, laudo e exames que comprovem os diagnósticos e cópia da descrição da cirurgia, quando for o caso.

Fuja das glosas

A glosa médica se refere ao não pagamento, por parte dos planos de saúde, dos valores referentes aos atendimentos, medicamentos, materiais ou taxas cobradas pelas empresas prestadoras (hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros) e médicos. É uma prática cada vez mais comum e representa um problema crescente em toda a rede particular de saúde, gerando prejuízos aos profissionais e empresas que prestam atendimento aos pacientes de convênio.

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Sua ocorrência está condicionada a uma série de questões que variam desde a falta de documentação adequada até a incorreção dos valores cobrados, mas a principal causadora de glosas é mesmo a falta de informação. Todos os meses, o médico deve organizar as contas para enviar aos convênios a fim de receber o valor devido no período determinado pelo convênio, normalmente de um mês. Após reunidas e divididas, as contas são enviadas juntamente com uma planilha TISS (Troca de Informação em Saúde Suplementar, disponível no site da ANS), que discrimina todos os itens pelos quais espera-se receber e os valores de cada procedimento realizado, material ou medicamento utilizado.

Quando o convênio realiza o pagamento por determinada competência, devolve ao médico suas contas acompanhadas pelo demonstrativo de retorno (a lista completa de todos os itens pelos quais pagou). As contas que estão fora desta lista são os itens glosados, ou seja, pelos quais o convênio optou por não pagar ou pagar parcialmente.

Ao reconhecer um item glosado, o médico tem um prazo determinado para recorrer da decisão do convênio. Por isso, identificar essas glosas com agilidade é essencial. Para conferir tal agilidade, já existem sistemas específicos para ajudar os médicos nas auditorias das contas, como o Zero Glosa, que se integra aos sistemas de gestão de sites e de convênios e assim colhe dados, confronta informações e apresenta as glosas em relatórios detalhados, e o Relatório Especial Glosa Zero, que define técnicas e procedimentos a fim de evitar a ocorrência das glosas. “Mas, aparentemente, médicos não gostam de ganhar dinheiro”, provoca Dr. Francisco de Assis, “porque é muito comum que não verifiquem a lista de glosas ou o façam quando o prazo para recorrer já se esgotou. Esta é uma rotina que precisa ser incorporada pelo médico, é como verificar o extrato do banco. Você precisa saber quanto tem a receber e está em suas mãos aumentar seu rendimento”, conclui.

“O médico não pode negociar direto com o plano de saúde, mas a Associação (Paranaense de ORL), como entidade representativa, pode.”

Dr. Eduardo Baptistella

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Educação Continuada

O que há de novo?

C

aros colegas, Aprende-se muito cedo na residência médica: “diante de um paciente, em especial, do sexo feminino, adulto jovem, com queixa de perda auditiva de condução uni ou bilateral, e otoscopia normal, você deve pensar fortemente em Otoesclerose”. Estapedectomia, certamente uma das cirurgias mais fascinantes da Otorrinolaringologia, especialmente pelos excelentes resultados quando realizada por mãos experientes. A seguir uma atualização sobre o tema escrita por um de nossos grandes otologistas, Sady Selaimen da Costa. No outro artigo, Resultados da Cirurgia Endoscópica Nasossinusal, trabalho dos colegas Fabrizio Romano e Maria Dantas Costa Lima Godoy.

Boa leitura.

Dr. Renato Roithmann

Atualização no manejo clínico e cirúrgico da Otosclerose O tratamento cirúrgico da otosclerose representa uma das páginas mais fascinantes da otorrinolaringologia constituindo, sem dúvida alguma, um dos nossos maiores triunfos. O roteiro desta brilhante conquista remonta a décadas de desenvolvimento e envolve todos os principais ingredientes de uma grande história: inconformidade, inovação, rivalidade, genialidade, frustração e sucesso.

Sendo assim, é impossível revisá-la em poucos parágrafos sem que se incorra em inevitáveis (e indesculpáveis) crimes de omissão!

1. Diagnóstico & diagnóstico diferencial Dr. Sady Selaimen da Costa Professor associado IV Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia Famed – Universidade Federal do Rio Grande do Sul Vice-presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) Gestor do Serviço de Otorrinolaringologia do sistema de saúde Mãe de Deus – Rio Grande do Sul

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O fato do perfil clínico da otosclerose estar muito bem estabelecido e não oferecer maiores dificuldades não impediu o desenvolvimento de novas e potentes ferramentas diagnósticas. Insere-se neste contexto o refinamento das técnicas de imagem em especial a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) que hoje é largamente empregada nos períodos pré e transoperatórios. Virk, Singh e Lingan (2013) analisando criticamente o papel da TCAR na otosclerose reuniram os dados de 37 artigos em língua inglesa elencando uma série de situações em que este exame trazia informações valiosas: ele oferece uma sensibilidade de 90% na detecção da doença (identificada como áreas translucentes principalmente na região anterior à janela oval – fissula ante fenestra) e uma especificidade de quase

100%! A TCAR hoje apresenta tal sensibilidade que Quesnel e cols. (2013) compararam os achados tomográficos de um grupo de ossos temporais com o seu perfil histopatógico demonstrando incrível concordância. Somente pequenos focos minúsculos não eram identificados nos exames de imagem que também se mostrou errático na análise do envolvimento das margens endosteais (Quesnel e cols.

2013). A TCAR também se mostra valiosa na mensuração da extensão dos focos na cápsula ótica, na correlação com os limiares auditivos, na antecipação de dificuldades cirúrgicas (focos obliterativos, aqueduto vestibular alargado), e na avaliação de complicações pós-operatórias (posição da prótese na janela, erosão do processo longo da bigorna, presença de granuloma de reparação entre outras).

Paralelamente, a TCAR é fundamental na formulação do diagnóstico diferencial da otosclerose sendo imprescindível na análise de situações bem conhecidas (fixação da cabeça do martelo na parede lateral do ático, malformações da cadeia ossicular, sequelas de otite média crônica e demais osteodistrofias: doença de Paget e osteneogênse imperfeita); e outras nem tanto (síndrome do aqueduto vestibular alargado – SAVA – e deiscência do canal semicircular superior – DCSS).

Já a Ressonância Nuclear Magnética (RNM) tem sua maior indicação na análise da patência coclear nos casos avançados de otosclerose e com indicação de implante coclear. Também é muito útil na investigação de complicações

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Educação Continuada inflamatórias das estapedotomias e principia-se a investigar o seu papel no diagnóstico precoce da doença na fase conhecida como otoespongiose assim como no acompanhamento e mensuração dos efeitos das terapias clínicas (Virk, Singh e Lingan. 2013).

2. Tratamento Clínico

Em excelente artigo de 2013, Liktor e cols.

(2013) revisaram as opções farmacológicas no tratamento clínico da otosclerose. Paralelamente aos compostos tradicionais (fluoreto de sódio, bifosfonados de segunda geração – alendronatos –, vitamina D) os autores discutem um leque de novas possibilidades. Entre elas, os bioflavonoides, a vitamina A e anti-inflamatórios esteroides e não esteroides. Estes últimos baseados em algumas teorias que discutem a possibilidade de, nas fases iniciais da doença, a inflamação funcionar como gatilho de desarranjos do metabolismo ósseo (Liktor e cols.2013).

3. Tratamento Cirúrgico 3.1. Próteses & Trabalho na Janela

Ao longo dos seus mais de cinquenta anos de história, as próteses empregadas para substituição do estribo variaram largamente em forma e composição. Neste sentido, vale salientar que todos os compostos não compatíveis com a realização de ressonância magnética (platina, aço, ouro) foram completamente abandonados e substituídos pelo titânio, teflon e, mais recentemente, uma liga de níquel e titânio (nitinol) cuja característica é sua capacidade de retornar a uma forma pré-determinada quando aquecida a determinadas temperaturas. Um dos passos mais críticos da estapedectomia sempre foi o da crimpagem (fechamento da alça da prótese em torno do delicado processo longo da bigorna). A aplicação de uma força exagerada neste momento pode repercutir dramaticamente sobre as estruturas da orelha interna em curto prazo e com o passar do tempo pode comprometer a vascularização do ramo longo gerando fratura da sua porção mais distal e recorrência da perda auditiva.

Por outro lado, uma força menor pode ser insuficiente para corretamente adaptar a alça em torno PLB criando uma “folga” que pode comprometer o resultado pós-operatório. A fim de equacionar este problema, algumas soluções foram propostas: uso de próteses de teflon com memória, uso do clip de titânio, a prótese em alça de “balde” e a prótese de uma liga de titânio e níquel (nitinol). Como comentado anteriormente, esta liga tem como característica retomar a sua forma original e para isto ela deve ser aquecida com o auxílio de um feixe de laser. nos resultados audiológicos pós-operatórios. Nas estapedotomias, muitas ferramentas foram empregadas para produzir a micro-fenestra: a agulha reta, uma micro-broca manual ou elétrica (micro-skeeter)

e o laser isoladamente ou em combinações (laser + micro-skeeter). O laser de argônio foi utilizado pela primeira vez por Perkins na década de 80 (Perkins, 1980). Desde então uma série de dispositivos vem sendo testados incluindo CO2, KTP, Érbio e Túlio acoplados ao microscópio ou em micro manipuladores. A vantagem teórica do laser sobre a estapedectomia “mecânica” seria também a de diminuir a transmissão de energia para as delicadas estruturas labirínticas e, desta forma, manter os limiares de via óssea no pós-operatório. Os feixes de laser são úteis não somente para realizar as fenestras, mas também para auxiliar outros passos da cirurgia como a secção do tendão do estribo, nas crurotomias e como gerador da energia necessária para o fechamento das próteses de nitinol. Por outro lado, o emprego do laser envolve alguns riscos. Entre eles uma lesão por aquecimento no segmento timpânico do nervo facial.

3.2. Variações de Técnica

Duas variações técnicas que merecem ser comentadas são as estapedectomias com fixação da prótese no manúbrio do martelo (máleo-estapedectomia) e a cirurgia assistida por laser e manutenção do estribo (estapedoplastia ou STAMP). A primeira é uma variação proposta por Fisch sempre que ele encontra paralelamente ao foco fenestral uma fixação adicional da cadeia ossicular por calcificação do ligamento maleolar anterior. Nestas situações, a bigorna e a cabeça do martelo são também removidas, o ligamento seccionado e uma prótese angulada de titânio é inserida do cabo do martelo à janela oval (Huber e cols.

2003).

A segunda é uma técnica empregada por Silverstein e cols. (2011) nos casos onde o foco de otosclerose é diminuto e limitado à fissula ante-fenestra. Segundo estes autores, estapedoplastia configura um procedimento minimamente invasivo e que oferece bons resultados em longo prazo inclusive nas altas frequências. Nesta técnica, a crura anterior é vaporizada e a porção anterior da platina separada dos 2/3 posteriores com uma série de disparos lineares do laser de argônio. Desta forma, consegue-se mobilizar completamente o estribo com manutenção do seu tendão. Caso isto não ocorra, o procedimento é convertido em uma técnica tradicional.

4. Amplificação, resgate e substituição

Um dos tópicos mais contemporâneos no tratamento da otosclerose é a possibilidade de maximizar os resultados auditivos com a associação de ferramentas implantáveis e semi-implantáveis. Insere-se neste contexto procedimentos que podem ser indicados para hipoacusias puramente condutivas ou mistas e com graus variados de severidade. Como

exemplo, vale lembrarmos as próteses ancoradas no osso que necessitam de osteo-integração (Baha® e Ponto®) ou não (Bone Bridge®) que podem ser indicadas em pacientes com otosclerose e perdas condutivas ou mistas em um ouvido único. Alternativa, de potencialização sonora é a associação da estapedotomia tradicional ao Vibrant Sound-Bridge® (VSB) compondo o chamado powered stapes. O VSB é um implante de orelha média que utiliza energia eletromagnética e é constituído de duas partes: um processador externo de áudio (PA – que abriga a bateria e o microfone) e uma unidade interna composta pelo VORP (prótese ossicular vibratória) que consiste do receptor/ estimulador conectado por um cabo condutor ao transdutor de massa flutuante (TMF). A informação sonora é captada e processada no PA e enviada transcutaneamente para o VORP deflagrando a vibração do TMF. Nesta situação, o TMF é adaptado no processo longo da bigorna (por via transmastoidea através de uma timpanotomia posterior ou endaural por um sulco criado no soalho do conduto auditivo externo) maximizando a transmissão sonora para a orelha interna através da prótese convencional de estapedectomia. Uma questão interessante a ser discutida é pertinente aos casos conhecidos como otosclerose muito avançada (FAO far advanced Otosclerosis) definida como limiares de via aérea maiores que 85 dB e de óssea não detectáveis. Nestas situações duas possibilidades se apresentam: a realização de uma estapedectomia de “resgate” e posterior protetização convencional (AASI) ou a indicação de um implante coclear. Ambas as atitudes devem considerar seus prós e contras: se em um extremo a estapedectomia (mesmo bem sucedida) pode não oferecer limiares suficientes para que se obtenha uma audição social; no outro, o implante coclear neste grupo de pacientes pode ser tecnicamente mais difícil de ser realizado pela possibilidade real de ossificação das espiras cocleares e pela necessidade do paciente se engajar no pós-operatório em um programa de reeducação auditiva. Por fim os implantes cocleares já são largamente empregados nos pacientes com otosclerose avançada e que não recebem benefícios da amplificação convencional combinada ou não a outros procedimentos (estapedotomias, VSB, etc...). Vários estudos demonstram excelentes resultados do implante coclear em pacientes com otosclerose avançada. Ainda assim, alguns cuidados adicionais devem ser observados. Entre eles o estudo minucioso de imagem a fim de excluir ossificações importantes das rampas cocleares. Nestas situações, a introdução de um eletrodo mais delgado ou a implantação através da rampa vestibular são alternativas viáveis. Uma questão que merece ser mencionada neste grupo de pacientes é a incidência de estimulação facial aumentada, Quando isto ocorre, estratégias de programação alternativas devem ser utilizadas.

Referências Veja a bibliografia completa no site www.aborl.org.br

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Educação Continuada

Resultados da Cirurgia Endoscópica Nasossinusal rinossinusite é uma doença crônica com prevalência estimada em São Paulo de 5.51%, o que representa mais de 500.000 indivíduos acometidos (Pilan 2012). Os reais fatores de risco e patológicos ainda não são bem esclarecidos, mas sabe-se que há uma associação com asma, presença de biofilme, intolerância ao ácido acetilsalicílico e exposição à fumaça de cigarro (EPOS 2012). A rinossinusite crônica (RSC) também é uma razão comum para sinusectomia, com mais de 200.000 realizadas a cada ano nos EUA. (Bezerra, 2012). A cirurgia endoscópica nasossinusal (Endoscopic sinus surgery - ESS) é uma cirurgia minimamente invasiva (Boonmak 2013) e é o tratamento de escolha para os pacientes com RSC sem resposta ao tratamento clínico (Bezerra 2012, Khosla 2013).

A

Dr. Fabrízio Ricci Romano Doutor em Ciências pelo HC-FMUSP

Nos últimos anos novas perspectivas têm surgido no campo da cirurgia endoscópica nasal.

Sinuplastia com Balão

Dra. Maria Dantas Costa Lima Godoy Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

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Estudos recentes demonstram que a dilatação sinusal com balão (sinusoplastia) é semelhante à FESS na melhora dos sintomas e superior a ESS na necessidade de menos debridamentos pós-operatórios em pacientes com doença maxiloetmoidal.

(Cutler 2013) Trata-se de um tratamento eficaz em pacientes com RSC não-complicados que preenchem os critérios para indicação cirúrgica de ESS. (Cutler 2013) Nesse mesmo raciocínio, foi observada a segurança da sinusoplastia em 175 pacientes, num estudo multicêntrico e prospetivo, com melhora persistente dos sintomas num seguimento de um ano. (Brodner, 2013) Estes estudos devem ser observados com cuidado,

pois temos alguns autores que afirmam pouca eficácia com o procedimento, inclusive interrompendo trials duplo-cegos randomizados, pois os resultados eram muito díspares. A impressão mais aceita atualmente é que a sinuplastia com balão tem sua grande indicação nos casos de sinusopatia frontal isolada, ou em procedimentos híbridos.

Microdebridador

Foi observada segurança, eficácia e boa tolerabilidade na utilização do microdebridador até mesmo no consultório. (Gan 2013) Quando comparado ao instrumental cirúrgico habitual da ESS, o microdebridador apresentou um tempo cirúrgico 37% menor, com sangramento intra-operatório semelhante. (Cornet 2012). O microdebridador já é uma ferramenta totalmente estabelecida como auxiliar na realização da ESS. Nos últimos anos, principalmente nos EUA vem surgindo os aparelhos para uso ambulatorial. Não podemos esquecer, porém, que ele deve ser utilizado com cautela e por cirurgiões experientes, pois em casos de complicações cirúrgicas as mesmas podem ser mais graves.

Asma a FESS

Uma revisão sistemática observou que, em pacientes com asma e RSC concomitantes, a FESS melhora os parâmetros clínicos da asma, mas não os testes de função pulmonar.

Os pacientes relataram melhora o controle total da asma em 76,1%, queda de 84% na frequência das crises asmáticas e redução de 64% das hospitalizações. Nessa revisão foram incluídos 22 estudos, com um total de 891 pacientes. (Vashishta 2013)

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Educação Continuada

Anestesia em FESS

Revisão recente da Cochrane avaliou a hipotensão induzida por propofol para minimizar o sangramento no leito cirúrgico. Foi observada uma pequena melhora no campo operatório, porem não houve diminuiçao na perda sanguínea total e tempo cirúrgico. Os autores sugerem, entretanto, a realização de estudos com amostra mais representativa para melhores conclusões. (Boonmark 2013) Outros autores realizaram um metanálise e observaram menor sangramento intra-operatório com utilização de anestesia venosa total e uso de esteroides no pré-operatório. (Khosla 2013)

Stent nasal

Nos últimos anos um stent farmacológico bioabsorvível foi avaliado na ESS para liberação controlada de esteroides na mucosa sinusal. Não foram observados efeitos adversos e houve redução no processo inflamatório, formação de sinéquias e preservação da potência do óstio sinusal nos casos acompanhados.

(Murr 2011)

Cirurgia Revisional

De acordo com o EPOS, cirurgia endonasal revisional só este indi-

cada caso ocorra falha no tratamento clínico otimizado. A melhora é observada na RSC crônica com ou sem pólipos, embora seja um pouco menor que a melhora observada na primeira cirurgia. As taxas de complicação e em particular o risco de recorrência da doença são maiores do que após a cirurgia primária. Alguns pacientes ainda sofrem com sintomas da RSC depois de vários procedimentos cirúrgicos extensos. Alterações de mucosa e osteíte são achados comuns na tomografia desses pacientes. (EPOS 2012)

Referências Veja a bibliografia completa no site www.aborl.org.br

VEM AÍ!

NOVO BJORL Agora editado pela Elsevier

BRAZILIAN JOURNAL OF OTORHINOLARYNGOLOGY VOLUME 79, NUMBER 6 – NOV/DEC, 2013

IMPACT FACTOR 2012: 0.545 © THOMSON REUTERS JOURNAL CITATION REPORTS, SCIENCE EDITION (2012)

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Opinião

Entrevista com Dr. Márcio Abrahão A otorrinolaringologia e a cirurgia de cabeça e pescoço são especialidades conjuntas na Escola Paulista de Medicina?

Sempre. A otorrinolaringologia e a cirurgia de cabeça e pescoço são especialidades irmãs. Dentro da Escola, desde o início, há mais de vinte anos, sempre caminharam juntas, ao contrário de outras instituições onde a Cabeça e Pescoço faz parte do departamento de cirurgia. Nosso departamento engloba quatro disciplinas: uma de otologia/otoneurologia, rinolaringologia, otorrino pediátrica e a cirurgia de cabeça e pescoço.

Chefe do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

A sua plataforma à frente do departamento é trabalhar a integração dessas especialidades. Qual o diferencial, então, uma vez que já existe um trabalho conjunto?

Sim, essa integração tem como objetivo principal o seguinte: penso que o profissional médico tem que ser bem formado e, dentro dessa formação, ele não pode ser só um rinologista, um otologista, uma laringologista, ele

pode depois se especializar, mas, no período de formação, na residência, tem de ter uma formação abrangente onde possa fazer diagnósticos de um processo inflamatório e de um processo tumoral também.

Mas isso é possível hoje, com a qualidade do ensino oferecido nas faculdades de medicina?

Aqui na Escola, nosso residente sai completamente formado, capaz de fazer otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço.

Sim, mas isso aqui na Escola Paulista, que é um centro de excelência, mas, e no resto do país, isso é viável?

Esta é minha bandeira: de fazer com que os outros serviços também tenham a ideia de associar essas duas especialidades que têm o mesmo sítio anatômico de atuação. Por exemplo, um caso de câncer de amigdala pode chegar primeiro no otorrino e não num cabeça e pescoço. Então o otorrino precisa saber conduzir a situação. Não tem sentido um otorrino

“... eu gosto muito de trabalhar e resolvi, nesta fase da vida, dedicar boa parte do meu tempo para a instituição. Os desafios principais são agregar o time, fazer com que todo mundo possa trabalhar junto, e fazer com que meu departamento seja, como sempre foi, um motivo de orgulho para a instituição e para o país.”

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Opinião

“A prática privada traz mais retorno financeiro, sem dúvida, mas, nos aspectos de formação, de satisfação em compartilhar, de discutir com um residente, com um aluno, isso não tem preço! Não tem como precificar os ganhos que a gente tem dentro da instituição universitária.” dizer “não, eu só trato da infecção, da amigdalite”. E ficar tratando um câncer como uma infecção. O que eu penso é que é preciso fomentar, estimular que as duas especialidades andem juntas sempre. Isso é bom para a qualidade do médico que está sendo formado, é bom para a medicina e para o paciente, afinal, nosso objetivo final é a qualidade de vida do paciente.

Qual o maior desafio em chefiar esse departamento?

O principal desafio hoje, da Universidade e do nosso departamento, é contemplar a área de ensino, pesquisa – fomos a primeira escola do Brasil a ter curso de pós-graduação em stricto sensu, vários chefes de serviços espalhados pelo país fizeram mestrado e doutorado aqui com a gente -, atividades extramuros e a parte assistencial. Fazemos atendimento ambulatorial, centro cirúrgico para casos dos simples ao mais complexo, como de base de crânio, cirurgias endoscópicas, e nosso atendimento básico é SUS. Mas a verdade é que eu gosto muito de trabalhar e resolvi, nesta fase da vida, dedicar boa parte do meu tempo para a instituição. Os desafios principais são agregar o time, fazer com que todo mundo possa trabalhar junto, e fazer com que meu departamento seja, como sempre foi, um motivo de orgulho para a instituição e para o país.

Mas, em termos práticos, qual a dificuldade em se tocar um departamento desta grandeza e importância e para implantar os projetos que tem em mente?

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Nós pertencemos a um sistema público, a universidade é federal, então ela está sob dois pilares: MEC e Ministério da Saúde. Apesar da maneira que eles estão tentando ajudar, a minha principal dificuldade é financeira.

Ela impede o departamento de crescer porque a gente não tem a verba necessária para comprar tudo. Medicina cresceu muito com instrumento, com tecnologia, e a gente não tem dinheiro para comprar isso. Aí, temos que fazer o que? Pedir. A gente pede donativo daqui, dali, se vira, e aí compra. Mas, e a manutenção? Estragou, quem conserta? Então não basta ter, tem que manter. Objetivamente: minha principal dificuldade é ter verba para comprar todos os progressos que a medicina oferece.

As verbas não chegam por que não existem ou por causa da burocracia?

A burocracia é tão impeditiva que chega a ser difícil de entender. Para você ter uma ideia, nós ganhamos uma verba do MEC apresentando um projeto de reabilitação da cavidade oral no começo do ano de 2013. Nós, até agora, não conseguimos usá-la, tivemos de pedir prorrogação por causa da parte da burocracia. Muitas verbas da universidade são devolvidas por questões burocráticas. Elas vêm carimbadas pra isso, aquilo, aquilo outro e você não pode dispor. Mas, nós aqui, temos um time de profissionais, professores, técnicos administrativos... De primeira linha. Nosso time é um time campeão! E isso nos motiva, porque não é um prédio que faz a instituição, são as pessoas. E por isso o trabalho segue e alcançamos sucesso no que nos propomos.

Mas, com todos esses percalços, como reter esses talentos?

Esse é outro problema. A universidade perde mentes iluminadas porque não tem as ferramentas para manter essas pessoas aqui.

Pra você ter uma ideia, eu diria que metade do meu departamento é de voluntários níveis AAA. E isso não causa uma frustração ao senhor por saber que pode perder essas mentes a qualquer momento?

Sem dúvida! Esta semana mesmo fui atrás de duas vagas de técnico administrativo (N.E. entrevista realizada em 6 de dezembro). E eu agarro com unhas e dentes, por que os outros também querem! Eu sou colado no RH! Tem gente que tá aqui há 12, 15 anos como voluntário, porque ama isso aqui.

O amor é ao trabalho ou à instituição?

Aos dois! A pessoa quando entre na faculdade de medicina, sabe que vai se dedicar a isso full time. Passa a ser vida dele. Depois de formado, não consegue largar a casa dele.

Aí vai para a residência. Aqui, no caso, residente da instituição onde fez a graduação. Acaba a residência, faz mestrado, doutorado, e ele ama a casa dele como ama a casa dos pais dele. Por isso faz o serviço voluntário. É amor! Eu estou aqui há 31 anos e não consigo largar a Escola! Só que chega um tempo, depois de 10, 15 anos, que o cara que é voluntária cansa. Aí é que eu fico frustrado por não poder contratar de forma efetiva, pelas leis trabalhistas, como docente, técnico administrativo, médico contratado. A prática privada traz mais retorno financeiro, sem dúvida, mas, nos aspectos de formação, de satisfação em compartilhar, de discutir com um residente, com um aluno, isso não tem preço!

Não tem como precificar os ganhos que a gente tem dentro da instituição universitária.

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Foto: Julie Remy

Medicina Solidária

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Medicina Solidária

Fazer o bem faz bem A solidariedade é uma das mais nobres experiências humanas. Conheça a história de médicos que abdicaram do conforto do consultório para atender pessoas carentes em rincões longínquos do planeta e de outros que doam parte de seu tempo a ajudar os que estão próximos. Gestos de amor que enriquecem ainda mais a quem dá do que a quem recebe.

Por Sheila Godoi

Por Sheila Godoi

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Medicina Solidária

F

alar de medicina solidária remete à ideia de expedições voluntárias para países subdesenvolvidos em continentes distantes, com campos de refugiados, vítimas de desastres naturais ou de uma epidemia... E é, de fato, esse o cenário. Mas essa realidade – com um fim triste, em muitos casos – pode estar muito mais próxima do que se imagina. Apesar de não passar por guerras civis, onde há muitas vítimas, por exemplo, o Brasil ainda é muito carente de assistência médica, seja nas regiões periféricas de São Paulo ou em comunidades ribeirinhas do Rio Solimões, na Amazônia.

Se o juramento ético do médico ao se formar foi zelar pela saúde da população, eles optaram ir a fundo nesse conceito. Salvar vidas é o dom e a missão dos médicos que escolheram para vida a prática da medicina solidária, humanitária. Aqui, o acúmulo de capital não é o objetivo, mas, sim, o acúmulo de sorrisos.

“Tenho forte aderência à colcha social amazônica.

A minha opção está contida na universidade, tendo a docência contínua como agente de modificação social”, Dr. João Bosco Botelho

Mundo afora

Não é fácil abdicar do convívio em família, a carreira em um consultório privado, o conforto e o lazer nas grandes cidades para prestar atendimento médico em um novo ambiente, longe de casa, por alguns meses ou anos, mas esta foi a escolha da Dra. Raquel Soeiro.

organização Médicos Sem Fronteiras, ao Níger, no norte da África. Ela conta que a organização havia construído um hospital no país, com mais de cem leitos. Lá, os principais casos eram de crianças desnutridas – cerca de cem por semana –, casos esses determinantes para a alta da mortalidade infantil.

Durante dois anos, ela atendeu a população carente da cidade de Jundiaí, em São Paulo, como médica da família. E o convite chegou em 2011, quando fez a primeira viagem pela

O tratamento a essa população é feito com uma pasta especial para ajudar na nutrição do organismo. “As crianças mais graves chegam ‘pele e osso’ e em duas semanas já têm

Dr. João Bosco, acima, à direita, `a bordo do avião da FAB rumo a um atendimento em região ribeirinha.

Ao lado, foto histórica do início de seus trabalhos.

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Medicina Solidária Fotos: Alessandra Vilas Boas/MSF

bochechinhas. É um trabalho lindo!

Depois, têm acompanhamento ambulatorial e um trabalho de promoção de saúde. Explicamos para mãe quais recursos ela tem para evitar que criança caia de novo em desnutrição”, relata.

A médica realizou outras duas viagens internacionais: ao Sudão do Sul, em 2012, com foco em capacitação dos profissionais locais, e à República Democrática do Congo, neste ano, onde os casos de AIDS e violência sexual contra jovens na faixa dos 12 aos 15 anos são elevados.

Apesar dos avanços que instituições como a MSF conquistaram, Dra. Raquel avalia que o acesso a determinados países ainda é um desafio. É o caso da Síria, onde ainda estão em

“O médico que só de medicina sabe, nem medicina sabe”, Dr. Rogério Panhoca

Dra. Raquel, ao lado e em atendimento a crianças desnutridas no Níger negociações a realização de um trabalho de auxílio às vítimas da guerra civil. É para lá que ela pretende ir em sua próxima missão.

Presente em 70 países, a instituição leva cuidados médicos às populações vítimas de desastres naturais, conflitos armados, epidemias, doenças negligenciadas e da exclusão do acesso à saúde. De acordo com a diretora executiva de MSF-Brasil, Susana de Deus, a instituição mantém 34 mil profissionais no mundo, dos quais 100 profissionais – todos remunerados – em projetos como os que a Dra. Raquel participou. E querer ajudar é o princípio fundamental para realizar uma ação humanitária: “A escolha por atuar em locais inóspitos, longe de casa e da família por longos períodos não é fácil, a pessoa tem mesmo que estar interessada em trabalhar com ajuda humanitária para fazê-la”.

Carências nacionais

Na região Norte, a Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Expedicionários da Saúde realiza intervenções há dez anos.

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Filho e neto de médicos, Dr. Ricardo Affonso Ferreira teve em casa o exemplo do cuidado com a população, independente de raça ou classe social. Durante uma viagem ao Pico da Neblina, o médico passou por comunidades indígenas e sentiu que ali começava a sua missão profissional e pessoal. Em 2003, convidou amigos a apoiar a criação da OSCIP, que já gerou 27 mil atendimentos, 4 mil cirurgias e incontáveis sorrisos.

“Nossa missão é levar atendimento cirúrgico para populações indígenas isoladas”, informa o idealizador.

Dr. Ricardo explica que o processo é extenso e trabalhoso e, como a Amazônia é dividida em 34 distritos sanitários indígenas, a instituição entra em contato com esses grupos e estabelece parcerias. “Aí, então, enviamos médicos e cirurgiões para capacitar os indivíduos a diagnosticar hérnias e cataratas. Recebemos três ou quatro pontos para a expedição, escolhemos o local e colocamos água, luz, vemos transporte, alimentação... É uma olimpíada!”, descreve.

Uma das decepções do médico foi

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Medicina Solidária a interrupção dos projetos no Haiti, onde a OSCIP iniciou atividades.

“Fizemos sete expedições em 2010.

Havia planos de montar um hospital na região de Porto Príncipe, mas precisávamos de US$ 2 milhões e o projeto não avançou. Rico gosta de comprar roupa, automóveis e sapatos, é hiperegoísta. Mas bola pra frente”, desabafa.

mente nas proximidades do município de Coari, no médio Rio Solimões, e no entorno do Rio Copeá. Em muitas dessas comunidades, só é possível chegar de barco, como a viagem que fez ao lado de religiosos do Movimento Educacional de Base, da CNBB, e alunos da Universidade Federal do Amazonas, levando atendimento médico por onde passavam.

Dr. João Bosco Botelho é um ponto fora da curva. Nascido na Amazonas, veio ao sudeste para estudar medicina, mas não estacionou na região. Depois de se especializar em otorrinolaringologia e estudar na França, voltou ao estado onde nasceu e, desde então, desenvolve um trabalho humanitário nas regiões de difícil acesso, principal-

Acadêmico, ele vê a docência como agente de modificação social. “Eu tenho absoluta convicção de que, agora, com 65 anos de idade e quarenta de vida acadêmica, me aproximei ainda mais dessa meta médico-social”, avalia. Vencer “resistências irresponsáveis e maliciosas restritas aos que pensam ser possível manter reserva

de mercado”, nas palavras do especialista, foi uma das etapas difíceis, mas superadas, para a abertura dos três programas de residência médica em ORL, no norte do país: “Aqui poderia construir mais pessoal e profissionalmente, interferir no processo social, formar novos especialistas como agentes multiplicadores”, diz.

Mas não é preciso ir tão longe para identificar demandas médicas. Entre 2002 e 2004, a ABORL-CCF protagonizou um projeto social com o objetivo de mapear a incidência de doenças atendidas pela ORL na população infantil, propor intervenções e influenciar em políticas de saúde pública, a OSO, ONG Saúde Otorrino, atendeu cerca de 2,5 mil crianças

“Nós queremos aumentar a parceria com Estado e nos tornarmos um modelo referencial para que ele ocupe o nosso lugar”, Dr. Ricardo Affonso

Dr. Ricardo Affonso e sua ONG: atendimento cirúrgico para populações indígenas isoladas

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Medicina Solidária

Dr. Rogério Panhoca, ajuda às crianças através do esportes nas regiões do Jardim Ângela, Carapicuíba e centro, na capital paulista.

Para Dr. Oswaldo Laércio, o prazer de ajudar é imensurável: “É muito gratificante ver como as pessoas menos favorecidas ficam agradecidas com um gesto de solidariedade, mesmo que pequeno. Um abraço de uma criança ou um aperto de mão sincero dos pais é algo que recompensa plenamente a atividade do médico.”

Solução com o esporte

O projeto Colorado Esporte Clube existe desde 1977, na cidade de Americana, e já levou muitos jovens à vida profissional no futebol. Mas há oito anos, ele começou a tomar rumos diferentes. O otorrino Dr. Rogério Panhoca sempre foi profissionalmente satisfeito, mas sentia necessidade de fazer mais pelas pessoas. Há 15 anos, desde que se tornou presidente do projeto, abriu portas para o que deveria ser apenas uma escola de futebol infantil de qualidade se tornasse um modelo de integração social.

Se antes, o projeto no interior paulista recebia 50 crianças de sete a 16 anos, hoje são 250, principalmente de classes econômicas desfavorecidas. E o primeiro passo administrativo de Dr. Rogério – que oito anos atrás matriculava o filho na instituição – foi abolir todos os custos e a busca de parcerias. “Conquistamos o títu-

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lo de entidade de utilidade pública, que é um título dado para projetos sociais que têm reconhecimento de notoriedade para a cidade. Isso nos permitirá conseguir mais recursos no próximo ano”, comemora.

Apesar da atuação direcionada para integração social pelo esporte, o médico também desenvolve um trabalho de atenção à saúde no projeto.

Ele é enfático: “O médico que só de medicina sabe, nem medicina sabe!

Esse é um jeito de explicar que a responsabilidade vai muito além do consultório. O médico tem um dever com a saúde de maneira global, e saúde é o bem-estar físico, mental e social. A participação em atividades sociais é uma forma de exercer uma medicina ainda maior que o consultório”.

Dr. Oswaldo Laércio, um dos fundadores da ONG Saúde Otorrino

O trabalho social é bonito, mas revela um déficit quase imensurável na saúde pública. Dr. Oswaldo Laércio frisa que o estado de São Paulo não é exceção nesse cenário de falta de incentivo. “Falta a definição de um projeto bem elaborado cientificamente e que seja seguido por várias administrações para que um objetivo maior seja atingido futuramente. Infelizmente, a assistência médica, assim como educação e segurança, tidas como atividades essenciais, são tratadas com desprezo pelo poder público há muito tempo”, revela.

Dr. Ricardo, da Expedicionários da Saúde, critica a ausência do governo.

“Nós queremos aumentar a parceria com Estado e nos tornarmos um modelo referencial para que ele ocupe o nosso lugar”, pontua. “O Estado precisa criar condições para que os profissionais executem um trabalho de bom nível. Programas como ‘Mais Médicos’ – lançado recentemente pelo governo brasileiro, importando médicos para suprir as demandas no interior do país – não adiantam”, complementa.

Entre tantas misérias humanas, falta de dinheiro, de incentivo, de apoio, algumas coisas são abundantes: amor, esperança, entrega e humildade. “Aprendemos que não precisamos de tanta coisa para apreciar a vida”, conclui Dra. Raquel Soeiro.

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Editoria

18 a 22 de fevereiro 103º Curso de Dissecção Osso Temporal Coordenação: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Prof. Dr. Rubens Brito, Dr. Rinson Koji Tsuji, Dra. Mariana Hausen Pinna e Dra. Anna Carolina Fonseca Local: FMUSP - São Paulo/SP Informações: (11) 3068-9855 13 a 14 de março 2º Curso de Rinoplastia 2014 Coordenação: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento e Dr. José Roberto Parisi Jurado Local: FMUSP - São Paulo/SP Informações: (11) 3068-9855 14 a 15 de março 3ª Imersão em ORL Pediátrica Coordenação: Dra Shirley Pignatari, Dra Claudia Figueiredo, Dra Francini Pádua e Dra Juliana Sato Local: Maksoud Plaza Hotel - São Paulo/SP Informações: (11) 5080-4933 14 de março Curso Otoplastia - Correção Cirúrgica em Orelha de Abano Coordenação: Prof. Dr. Fernando de A. Quintanilha Ribeiro e Prof. Dr. Ivo Bussoloti Filho Local: Santa Casa de São Paulo - São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235 4 a 6 de abril 1º Congresso Goiano Brasiliense de Otorrinolaringologia Coordenação: AGORL-CCF e AORL-DF Local: Hotel Mercure - Goiânia/GO Informações: (62) 3095-1344 5 de abril 3º Congresso On-line de Otorrinolaringologia - ABORL-CCF Coordenação: Dr. Renato Roithmann Local: São Paulo/SP Informações: (11) 5053-7500

10 a 12 de abril 43º Curso de Cirurgia Funcional e Estética do Nariz Coordenação: Prof. Dr. José Eduardo Lutaif Dolci e Prof. Dr. Ivo Bussoloti Filho Local: Santa Casa de São Paulo - São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235 25 de abril 2ª Jornada de Imersão em Otorrinolaringologia da Bahia Coordenação: Dr. Otávio Marambaia, Dr. Amaury Gomes e Dr. Pablo Marambaia Local: Centro de Convenções do Pestana Bahia Hotel - Salvador/BA Informações: (71) 3270-8011 / 3270-8027 1 a 3 de maio 12º Congresso Norte e Nordeste de Otorrinolaringologia Coordenação: Dr. Marcos Melo e Dra. Maria Eliete Inacio Local: Hotel Radisson Maceió - Maceió/AL Informações: (82) 3325-3468 / 3325-7590 6 a 9 de maio 104º Curso de Dissecção Osso Temporal Coordenação: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Prof. Dr. Rubens Brito, Dr. Rinson Koji Tsuji, Dra. Mariana Hausen Pinna e Dra. Anna Carolina Fonseca Local: FMUSP - São Paulo/SP Informações: (11) 3068-9855 8 a 9 de maio Exame Laringoscopico - Técnica e Laudo da Videonasofobro Coordenação: Prof. Dra. Claudia Alessandra Eckley Local: Santa Casa de São Paulo - São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235 15 a 17 de maio Cariocão 2014 – 8º Congresso da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro Coordenação: Dr. Geraldo Augusto Gomes Local: Hotel Atlantico Búzios - Armação dos Búzios/RJ Informações: (21) 2215-4476

16 a 17 de maio 3º Conesul e 8º Gauchão de Otorrinolaringologia Coordenação: Dr. Marcelo Zanini Local: Conrad Punta Del Este Resort e Cassino - Punta Del Leste/Uruguai Informações: (51) 3311-8969 / 3311-9456 19 a 21 de maio 25º Orelhão Coordenação: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento, Dr. Rubens Brito, Dr. Robinson Koji Tsuji e Dra. Mariana Hausen Pinna Local: FMUSP - São Paulo/SP Informações: (11) 3068-9855 7 a 9 de agosto Rhinoplasty 2014 Coordenação: José Antonio Patrocinio, Lucas G. Patrocinio, Tomas G. Patrocinio Local: OTOFACE - Uberlândia/MG Informações: (34) 3215-1143 7 a 9 de agosto Dissecção do Osso Temporal Coordenação: Prof. Dr. Paulo Roberto Lazarini Local: Santa Casa de São Paulo - São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235 11 a 15 de agosto 4º Curso de Dissecção do Osso Temporal, Eletrofisiologia da Audição e Monitoramento de Nervos Cranianos da Clinica Paparella Coordenação: Prof. Dr. Luiz Carlos Alves de Sousa Local: Clinica Paparella de Ribeirão Preto Ribeirão Preto/SP Informações: (16) 3610-8459 / (16) 991595321 28 a 30 de agosto 44º Curso de Cirurgia Funcional e Estética do Nariz Coordenação: Prof. Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, Prof. Dr. Ivo Bussoloti Filho Local: Santa Casa de São Paulo - São Paulo/SP Informações: (11) 2176-7235

44º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial 12 a 15 de novembro de 2014 Centro de Convenções FIERGS Av. Assis Brasil, 8787 – Porto Alegre/RS 30 | Revista VOX OTORRINO

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Cursos

6º Curso de Polissonografia:

mais um ano de sucesso Edital para inscrições do curso de 2014 será lançado em janeiro

M

ais uma edição bem-sucedida do Curso de Polissonografia encerrou-se no final de dezembro.

Depois de um ano de trabalho intenso, o balanço é positivo e cerca de 40 otorrinolaringologistas terminam o ano com habilidade para produzir um diagnóstico diferencial de distúrbios do sono e habilidade para ler, interpretar e formatar um laudo polissonográfico.

Idealizado pelo Departamento de Medicina do Sono da ABORL-CCF sob a coordenação dos doutores Edilson Zancanella, Michel Cahali, Fabio Lorenzetti, Fernanda Haddad e José Antônio Pinto, o curso é multidisciplinar e oferece aulas com neurologistas, pneumologistas, psiquiatras e dentistas que colaboram com informações complementares para a boa formação do aluno. “Este curso é um marco no posicionamento da Associação em atender os interesses dos associados”, afirma Dr. Edilson Zancanella, opinião corroborada pela Dra. Erika Fabiano Okada.

Otorrino em Santa Cruz do Rio Pardo, cidade a 340 quilômetros da capital paulista, Dra. Erika começou a receber um grande número de casos de ronco e apneia, e foi em busca de informação. “Na faculdade não tive aulas de medicina do sono e percebi que precisava de formação complementar. O curso de polissonografia é indispensável para quem quer entender o tema. As aulas são objetivas, práticas e, mesmo quem chega cru como eu, sem conhecimento prévio, sai apto a fazer um diagnóstico. O curso também estimula a aprofundar o conhecimento, a estudar mais, a se aprimorar. Eu mesma estou ansiosa para me especializar no tema, que é muito interessante”.

Dr. Edilson aponta que a medicina do sono vem, cada vez mais, se aproximando do cotidiano no consultório do otorrino e aponta um importante dado estatístico. Neste ano, na segunda prova de Certificação em Especialista de Medicina do Sono, dos 59 inscritos, trinta eram otorrinolaringologistas.

O 7º Curso de Polissonografia terá início em 28 de março e se estenderá até 14 de dezembro, ocorrendo sempre em um final de semana de cada mês. Há ainda o projeto de criar um método de ensino à distância para atrair alunos de outras localidades do país. “Nosso objetivo é ampliar a possibilidade de oferecer conhecimento aos nossos associados de forma eficiente e pouco onerosa”, conclui Dr. Zancanella.

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Formandos: mais de 40 alunos formados na sexta edição do curso Dr. Edilson Zancanella: Medicina do Sono faz parte do cotidiano de trabalho do otorrino Dra. Erika Fabiano Okada: curso estimula a aprofundar o conhecimento

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Panorama ORL

De olho no cenário médico Novo canal de comunicação com associados traz um panorama da especialidade no país e ações institucionais Por Sheila Godoi

N

a área de comunicação social, há um termo em inglês que explica fundamentalmente a notícia: o chamado lead. É ele quem determina as seis pincipais perguntas para que uma mensagem seja emitida de forma explicativa e completa ao receptor: o quê, quem, onde, quando, como, por quê. Com a proposta de responder a essas perguntas, a ABORL-CCF acaba de lançar o Panorama ORL, um painel de notícias do setor de saúde, da otorrinolaringologia e de ações da instituição.

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A newsletter enviada quinzenalmente por e-mail aos mais de 5 mil associados traz cerca de dez notas e, entre elas, reportagens em que a ABORL-CCF foi destacada como fonte de informação.

A ideia é apresentar os rumos da especialidade no Brasil e no mundo, além de apontar os direcionamentos que a instituição tem tomado em prol de seus membros.

Para Dr. Agrício Crespo, o novo canal de comunicação com os associados estabelece uma proximidade entre a diretoria da ABORL-CCF e o otorrinolaringologista.

“A revista VOX Otorrino é bimestral e o site tem aspectos mais abrangentes. O Panorama ORL nasceu para suprir a agilidade que a notícia de última hora exige”.

Informação demais também é desinformação. De acordo com o presidente da Comissão de Comunicações, Dr. Edilson Zancanella, outro objetivo do Panorama ORL é centralizar as principais notícias do período em um único comunicado, para não saturar os associados.

Dr. Agrício reforça o argumento do colega: “Nossa meta é comunicar. De forma única, simples e objetiva.”

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História da ORL

Otorrinos e escritores

C

urioso é o gosto do médico pela literatura. De simples a vorazes leitores, alguns passam a escrever por prazer, necessidade ou até terapia. Depois, mantendo o hábito, chegam a publicar seus livros. Alguns colegas têm este hobbie e destacamos a sinopse dessa produção literária. Pedimos desculpas aos não citados, que poderão enviar seus trabalhos para futura divulgação.

Antonio Cyrillo Gomes

Otorrinolaringologista e nutrólogo. Professor aposentado da UFRJ. Membro da Academia Brasileira e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Ex-articulista do Jornal Luta Democrática.

Autor dos seguintes livros:

Por Dr. Roberto Campos Meirelles

“O médico vê na palavra um recurso terapêutico, o escritor parte dela para a criação artística.

Há momentos, porém, em que a literatura e medicina se superpõem.

Escritores escrevem sobre doença. Médicos procuram dar uma forma literária a seu trabalho.”

Moacyr Scliar, escritor e médico curitibano (1937-2011)

2.“História da Otorrinolaringologia Brasileira.

Editora Age, 2010

Ivan Dieb Miziara

1. Como conviver com a deficiência auditiva.

Editora Tecnoprint, 1984

Jornalista e médico, otorrino e estomatologista na USP, estreou em poesia em 1981, possuindo extensa obra1, que inclui:

2. O que você pode fazer para tratar os males do nariz e da garganta. Editora Tecnoprint, 1985

1. Cotidiário, em parceria com Bruno Caramelli.

Editora Massao Ohno, 1981

3. Filosofia do Envelhecimento - 150 frases relacionadas à velhice. Editora Evangrafe, 1966

2. Vestígios e Resíduos, 1999

4. Da Defesa de Tese na Universidade. Gráfica e Editora Ltda., 2002

4. Pela água, 2006

5. O que você deve saber sobre Cirurgia plástica, de parceria com Luis Moreira da Costa Lima. Editora Tecnoprint, 1984. Incluído na antologia Médicos e Poesias sob o Sol dos Tempos. Gráfica e Editora Santa Rita Ltda., 2000

Aziz Lasmar José Seligman

Inseparável, a famosa dupla publicou três livros sobre humor, abordando histórias e cenas do cotidiano médico, com a colaboração de diversos colegas. Pela ordem:

1. Humor Em Pílulas. Editora Revinter, 2001 2. Gostei Mais do Primeiro - Humor Em Pílulas II. Editora Age, 2004 3. Nem Pensar! - Humor Em Pílulas III. Falat editora, 2006 Com ampla e minuciosa pesquisa, elaboraram duas obras de relevância, que são:

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1. História e Histórias da Otologia do Brasil. Editora Revinter, 2004

3. Inventário da Luz, 1999 5. Elegias, 2006 6. Poemas Dispersos 2000-2007, 2007 Todos publicados pela BMGV Editora.

Tem um poema chamado Lágrima, publicado na Folha de São Paulo, que ganhou o mundo via internet2. Participa de antologias, como Cem Poemas Brasileiros (1979), editora Escrita, SP. No exterior, em New Brazilian poets (2000), pela University Press e em Poèsie du Monde (2001), pela Fouché.

Na Mostra Literária da USP recebeu o primeiro prêmio literário. Contemplado com a Menção honrosa no Prêmio Fernando Chinaglia da Academia Brasileira de Letras, com o romance O Beijo é um Símbolo Fatal (1980), ainda inédito.

José A. de Carvalho Kós Plinio de Mattos Barreto

Expoentes em suas áreas, nos brinda-

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História da ORL ram com o relato histórico da especialidade, o livro:

5. Canoa de Vidro, em duas edições, 2007 e 2010, com ilustrações de Ailton Lima.

2. O Vinho, a Vinha e a Vida. Editora L&pm, 1995

Primórdios da Otorrinolaringologia e Broncoesofagologia no Brasil. Salamandra Consultoria Editorial SA, 1988.

Todos pela Editora Contemp. Tem letras de músicas gravadas.

3. Os caminhos de Baco: mistérios e realidades do vinho. Editora T. A. Queiroz, 1984

Paulo Mangabeira Albernaz

4. Vinho e Cultura. Editora Melhoramentos, 1990

Laura C. de Luca França

Mestre em ORL pela UFRJ. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, sendo Presidente no período 2000-2003. No IASERJ, coordenou os projetos Movimentando, Infocrescendo e SaúdePlasma democratizando a cultura e a saúde. Publicou três livros de poesias:

1. Ópera Solitária, 1996 2. Horas Vivas, 2001 Ambos pela Editora Litteris.

3. Partitura do tempo. Multiação Editorial, 2006.

Escreveu as peças teatrais A confidente (2003), Assim fala Zaratustra (2005) e Padime (2009). Alguns prêmios literários: Auta de Souza de 1995, organizado pela União Brasileira de Escritores (poesia); Vencedora do concurso literário do servidor do Estado em 1995-2003 (poesia) e em 2005 (poesia/contos); Premiada no concurso APPERJ-2012 (Biblioteca Nacional), em poesia3.

Lily Lages

Professora da UFRJ e 1ª deputada estadual de Alagoas publicou três obras:

Um dos pioneiros da ORL em São Paulo, publicou quatro livros:

1. De Que Morreu Napoleão. Editora Campinas, 1967 2. Francisco Mangabeira Sonhos e Aventuras.

Editora Livraria M. Teixeira, (s/d) 3. Questões de Linguagem Médica (várias edições). Editora Instituto Químico Campinas 4. Episódios da Revolução Federalista no Paraná 1893-1894. Editora Brasiliensia Documenta, 1979

Pedro Luiz Mangabeira Albernaz

Filho de Paulo Mangabeira Albernaz, ex-professor titular da UNIFESP. Livros publicados:

1. Em Busca de Deus - uma Visão Pessoal do Judaísmo. Editora Ágora, 2005.

2. Durma Bem, Viva Melhor. Mg Editores, 2007.

3. Quem Ouve Bem Vive Melhor. Mg Editores, 2008.

Perboyre Lacerda Sampaio

1. Arthur Ramos e sua luta contra a discriminação social, 1997

Médico do HC da Faculdade de Medicina da USP. Tem um livro publicado sobre filosofia:

2. Olhos e Olhares, (s/d)

Felicidade, medicamento controlado para a alma

3. Beethoven no mundo do silêncio, 1994 Todos pela Folha Carioca Editora Ltda.

Neste último presta homenagem ao Prof.

Wullstein, com quem estagiou em Würzburg, Alemanha4.

Nilvano Alves de Andrade

Mora em Salvador, ORL muito querido e conhecido. Publicou livros de poesia, versos e prosa:

1. Palavra por Palavra, (s/d) 2. Cristâdor 1981 3. Pássaro Silente, 1987 4. Olhos de prata, 1989

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Raul David de Sanson

5. Os Primórdios da Cerveja no Brasil. Editora Ateliê Editorial, 2004 6. Vinhos, a Mesa e o Copo. Editora LePM, 1992 7. O Vinho e Suas Circunstâncias. Editora SENAC-SP, 4 edições 8. O Vinho nosso de cada Dia. Editora Queiroz, 1990 9. Vinho e História. Editora DBA, 1998 10. Memórias de Adega e Cozinha. Editora SENAC, 2007 11. Comer e beber como Deus manda. Editora UNESP, 20115

Walter Benevides

Trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro. Colaborou na Revista Sousa Cruz publicando a coluna Ficção e Crítica. Em parceria com o escritor Marques Rebelo, edita o jornal de literatura O Atlântico. Publica Poemas Concêntricos, em edição limitada, mas contendo um verdadeiro tesouro, seis desenhos originais de Candido Portinari. Colaborou por anos na revista O Cruzeiro e no O Jornal. Elaborou os verbetes sobre Anatomia e Medicina do dicionário de Aurélio Buarque de Holanda. Livros publicados:

1. Raul de Leoni no Cinquentenário da Luz Mediterrânea. Editora São Jose, 1973

Ex-professor catedrático de ORL da UFRJ e UERJ. Publicação póstuma:

2. Molière e a Medicina. Editora Livraria São José, 1974

Alocuções Crônicas e Perfis. Editora O Cruzeiro, 1963

3. Rilke ou a Convivência Com a Morte e Outros Ensaios. Editora Cátedra, 1976

Sergio de Paula Santos

4. Visitas de Médico. Editora Catedra, 1978

Trabalhou no corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Enólogo reconhecido, escreveu sobre vinhos no jornal O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Diário do Comércio. Publicou 11 livros sobre vinhos e gastronomia:

1. Vinhos. Editora T. A. Queiroz, com 4 edições

5. Compositores Surdos e Outros Estudos. Editora Cátedra/pró-memória, 19854 Nossos sinceros agradecimentos pelas informações prestadas pelos próprios colegas atuantes e pelos familiares dos inativos ou falecidos.

Este texto estará publicado brevemente em versão completa no site4.

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Perfil

Equilíbrio na luta Dr. Marcos Rogério Leal de Almeida é faixa preta e 7º DAN em Taekwondo.

Primeiro médico da família, de origem humilde, une a prática esportiva à medicina. E sonha ir além!

Por Sheila Godoi

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arioca “com orgulho”, ele corre na praia diariamente, treina taekwondo há 36 anos e é católico praticante, embora valorize cultura e filosofia orientais. Dr. Marcos Rogério Leal de Almeida é o último dos seis filhos de seu Altevo e dona Maria do Carmo – ferroviário e dona de casa – e o primeiro médico da família.

Aluno da escola pública, sentiu na pele a dificuldade e as dúvidas de se conseguiria seguir com os estudos, apesar de todo o apoio da família, sabia dos desafios que teria pela frente para manter os estudos. Foram quase três anos de intensos estudos preparatórios para ingressar na faculdade. “Pensava comigo: se um menino numa escola top do Rio estuda duas horas por dia, então vou estudar sete, e em uma semana são 49 horas! Então, criava um método de estudo. Isso, por conta da disciplina da luta. E eu acho que deu certo”, recorda. Concluiu a graduação em medicina, em 1994, e a especialização em otorrinolaringologia em 1996, pela Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Atleta desde cedo, confessa que estava inclinado a fazer ortope-

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dia, para tratar traumas, mas acabou mudando de ideia quando se aproximou da otorrinolaringologia e se tornou monitor do serviço na Unirio. “Na época, a monitoria pagava um ‘dinheirinho’ e o chefe, Dr. Fernando Portinho, me encantou”. Portinho o convidou para a abertura de uma clínica privada e Marcos começou a firmar os primeiros passos na carreira. “Temos uma parceria de longa data que, apesar do trabalho não mais em conjunto hoje, ainda perdura”, conta.

Desde então, já foi presidente da Associação Médica de Duque de Caxias e, hoje, é secretário da seccional do CREMERJ local, e representante da região metropolitana da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro, além de comandar a Sinus Center, clínica que fundou em 1997. Há quatro anos, divide a diretoria com a sócia e esposa, a farmacêutica Márcia Cruz.

A “patroa” é responsável por toda a gestão da instituição, enquanto Dr. Marcos se preocupa com a área médica e a direção técnica.

“Minha esposa é fundamental na estrutura da clínica hoje. Como médico, não tenho tempo de cuidar da parte financeira – são mais de 35 convênios. No momento em que eu deleguei a gestão para

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ela – que tem no currículo a gerência nacional de uma gigante farmacêutica – e passei a fazer o que eu sei fazer, a coisa ganhou outra dinâmica”, assume.

Com o trabalho em Duque de Caxias, a meta é fornecer à população da região tratamento completo na área da ORL. “Meu foco é fazer com que o paciente da Baixada Fluminense não precise ir ao Rio para se tratar, porque o custo (de deslocamento e perda de um dia ou mais de trabalho, por exemplo) é muito alto”, diz. “Me sinto orgulhoso por ter aberto um mercado de trabalho. Vinte e duas pessoas tiram o seu sustento da clínica, desde médicos, anestesista, fonoaudiólogo, psicólogo, secretária... E são essas pessoas que fazem o serviço andar”, acrescenta.

Na luta

Com a proliferação dos cinemas na década de 1970, as indústrias chinesa e italiana ganhavam força. Bruce Lee, clássico astro das artes marciais, foi um dos personagens que inspiraram o embarque do médico no esporte. “Meu sonho e do meu irmão era aprender aquilo, chutar igual, voar igual... Fomos aprendendo algumas lutas e, aos dez anos, me identifiquei com o taekwondo”.

Os anos iniciais no esporte foram de aprendizado com coreanos recém-chegados ao Brasil e os sonhos cresciam a cada etapa vencida. Primeiro, a conquista da faixa preta aos 15 anos, depois campeonatos estaduais e nacionais até chegar à seletiva de Indianápolis para os Jogos Panamericanos, em 1987. “Taekwondo é uma paixão, uma filosofia de vida. É um esporte barato, que não precisa de muita coisa”, ressalta. Em 1988, a categoria entrou nos Jogos Olímpicos de forma demonstrativa e o Brasil não enviou representante. Entre 1989 e 1990, com foco voltado para a medicina, parou de competir, mas sem deixar o esporte de lado.

Pouco tempo depois assumiu a diretoria médica da Confederação Brasileira de Taekwondo, que é filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro.

“Trabalhei muito em campo... Hoje, mando médicos para viajar, porque não tenho tempo de ir para o Azerbaijão, por exemplo... Não disponho de dez dias para isso.

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Durante as seletivas dos Jogos Panamericanos de Indianápolis, em 1987

“Fui a Seul para o Mundial de Otorrino e recebi uma comenda do esporte mais importante da Coreia” Minha mulher me fala: ‘você vai ficar dez dias fora? ’. Então, envio colegas”, brinca.

Neste ano, durante o Congresso Mundial de Otorrinolaringologia, realizado na Coreia do Sul, foi agraciado com uma grata surpresa. “Quando cheguei ao país e visitei o Kukkwion – órgão de Seul que controla mundialmente o taekwondo –, recebi uma comenda. Havia 50 pessoas trabalhando e todas se levantaram para me receber. ‘Você é o Dr. Marcos, do Brasil? ’, eles me perguntaram, porque já estavam me esperando. Foi supergratificante” conta com satisfação.

Dr. Marcos demonstra gratidão quando fala de pessoas que o ajudaram a crescer. Entre eles está o mestre Yong Min Kin, aos 70 anos e 9º DAN no esporte.

“Meu mestre coreano e amigo até hoje me prestigia, almoça comigo todo mês.

Recebi o título de cidadão de Caxias e ele foi assistir”. Alguns anos atrás, o mestre Kin, que tanto ensinou ao médico, foi operado de colesteatoma, um tumor no ouvido, pelo aluno.

Medicina preventiva

Para o otorrino, a fusão da medicina tradicional com o taekwondo resulta em me-

dicina preventiva. “Quando a gente chega numa sala de labirintopatia, uma das causas principais é alteração metabólica, a curva glicêmica... Qual é a melhor forma de tratamento? Atividade física. Se há crise labiríntica, a luta estimula o labirinto, pois você está o tempo inteiro fazendo movimentos”, exemplifica.

No período de faculdade, os colegas saíam da aula para praticar o esporte. “Organizamos o primeiro campeonato universitário de taekwondo, em 1990”, recorda. Ele já ensinou o esporte às crianças do subúrbio fluminense, participou de projetos em escolas e, atualmente, dá aulas às segundas-feiras à noite e consultoria de chutes para alunos de outras modalidades.

Entre tantos sonhos ao longo da carreira, Dr. Marcos diz que não imaginava chegar até aqui com o mérito que conquistou.

Mas existe ainda sonho não realizado?

“Eu queria fazer um trabalho totalmente social, unindo taekwondo e medicina”, adianta. Mas também pensa em seguir para a área de comunicação. Ele, que valoriza muito a cultura oriental, gostaria de contribuir com a sua disseminação na comunidade médica ocidental. Acordar cedo, meditar e relaxar são alguns processos integrantes de uma filosofia que, na avaliação do especialista, ajudam a trabalhar os problemas do dia a dia e as adversidades. “Nós precisamos disso, porque estamos muito presos a consumo, compras... A arte marcial tem uma filosofia muito grande e o médico explora pouco isso”, aponta. “Temos que aprender com os orientais o respeito à história.

Todo mundo tem a sua”, concluiu.

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Novo BJORL

BJORL de casa nova A revista científica da ABORL-CCF passa a ser editada pela Elsevier, uma das mais importantes editoras científicas do mundo.

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o ano em que completa oito décadas de existência, o Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, a publicação alça novos voos com o objetivo alcançar mais visibilidade internacional e progressão bibliométrica. Para atingir esses objetivos, a primeira mudança foi a migração para uma nova editora, a Elsevier. De origem holandesa e estabelecida desde 1880, esta é uma das mais antigas e conceituadas casas editoriais do mundo nas áreas de ciência, tecnologia e áreas da saúde.

“Os ganhos com essa decisão são inúmeros, como a inserção da revista na coleção eletrônica ScienceDirect, agilidade na publicação e produção de artigos já na linguagem XML, compatível com diferentes bases indexadores”, explica Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, editora-chefe do BJORL.

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Outras vantagens são um novo sistema de submissão eletrônica de manuscritos,internacionalmente reconhecido e utilizado por todas as revistas publicadas pela Elsevier, provas dos autores já com DOI para inserção da publicação na Plataforma Lattes e Artigos em ahead of print (publicação antecipada dos artigos aprovados pela Comissão Editorial e contribui para a difusão mais rápida das pesquisas) no site da revista, no PubMed e no ScienceDirect. Além disso, a página do BJORL também estará disponível no site da editora

(www.elsevier.com.br) ao lado das prestigiadas publicações da editora.

Dra. Wilma ressalta ainda que a Comissão do BJORL procurará manter um processo de peer-review de alta qualidade, melhorando de modo contínuo a qualidade da publicação, aplicando mais rigor na seleção e retenção de um conjunto de revisores de alto nível e comprometidos com o projeto gráfico e científico. A editora-chefe também adianta que um novo site do Brazilian Journal está em produção e deve estar no ar, no mais tardar, em abril de 2014.

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ESSOESPECIAL CONGRESSOESPECIAL CONGRESSOESPECIAL CONGRE

Brasileiro de ORL Há mais de quatro décadas privilegiando a evolução científica, a troca de experiências e a dedicação de mestres, nacionais e estrangeiros, professores e estudantes e que buscam aperfeiçoar a especialidade.

Veja os melhores momentos da edição que aconteceu de 20 a 23 de novembro, em São Paulo.

Por: Eliana Antiqueira, Daniella Pina e Sheila Godoi Fotos: Henry Lopes e Celina Germer

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Noite de celebração A Sala São Paulo foi o cenário escolhido para uma noite inesquecível de emoção e homenagens. A noite de 20 de novembro celebrou não apenas a abertura do 43º Congresso Brasileiro, mas a própria existência da ABORL-CCF, que completou 65 anos de existência em 2013. O Brazilian Journal of Otorhinolaryngology também foi lembrado por seus 80 anos de excelentes serviços prestados ao meio científico. Grandes nomes da otorrinolaringologia nacional e internacional foram laureados. Os editores que conduziram o BJORL ao reconhecimento internacional foram lembrados, assim como os brasileiros que difundem a otorrino brasileira no exterior receberam o prêmio Mérito ABORL-CCF, além do prêmio especial conferido ao Dr. Marcos Sarvat por sua contribuição à campanha “Ouvido, nariz e garganta: cuide e viva melhor”.

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1. Dr. Agrício Crespo agradeceu todo o apoio e colaboração recebidos durante sua gestão. Aos colegas otorrinos, aos diretores e membros das comissões e comitês, aos funcionários da ABORL-CCF e aos colaboradores anônimos que sustentaram seu trabalho ao longo do ano, e ressaltou o quanto se sentiu honrado por ocupar este cargo.

2. Dr. José Eduardo Lutaif Dolci é agraciado com placa de agradecimento pela excelência do serviço prestado na presidência do 43º Congresso Brasileiro de ORL 3.Homenagem aos editores do BJORL: Dr. Arthur Kós, Dr. Fernando Portinho, Dr. Ricardo Bento, Dr. Paulo Pontes, Dr. Carlos Alberto de Campos, Dr. Henrique Olival, Dr. João Ferreira de Mello Júnior, Dr. Silvio Caldas Neto e Dra. Wilma Terezinha.

4. Honra ao mérito aos brasileiros que contribuem para a difusão internacional da otorrino nacional: Dr. Aldo Stamm, Dra. Tania Sih, Dr. Ricardo Bento e Dr. Paulo Pontes.

5. O Prof. Dr. Jean Pierre Bebear, autointitulado “franco-brasileiro”, recebeu o título de Sócio-Emérito da ABORL-CCF

O maestro João Carlos Martins embeveceu a plateia e arrancou gritos de “Bravo!” ao executar peças de Beethoven, Mozart e Astor Piazzolla.

Ao piano, executou o tema do filme “Cinema Paradiso” emocionando os presentes com o visível esforço de suas mãos e, mais uma vez, arrebatou a audiência.

Pré-Congresso Além das conferências magnas e mesas redondas, neste ano o Pré-Congresso contou com um concorrido workshop, coordenado pelo Dr. Diego May, de gestão que abordou temas como marketing, controle financeiro de consultório, conceitos básicos de negociação e relacionamento com hospitais e fontes pagadoras.

Outra novidade foi o Painel Nacional de Honorários Médicos que trouxe luz à discussão sobre a defasagem na remuneração aos profissionais e as boas experiências com sistemas cooperativistas e associativistas.

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1. Dr. Marcio Fortini , presidente da Comissão de Defesa Profissional, mediou os debates 2. Dr. Casimiro Vilella : operadoras de saúde e implantação de reajustes e glosas 3. Dr. Francisco Assis dos Santos Filho: boas experiências cooperativistas 1

4. Dr. Francisco Assis, Dr. André Arararipe Nunes e Dr. Eduardo Baptistella: troca de informações 5. O Encontro Nacional das Ligas de ORL, comandado pelo Dr. Otávio Piltcher, formalizou um canal de comunicação entre as ligas acadêmicas e a instituição, oferecendo apoio e divulgação à elas 6. Dr. Diego May, coordenador do Workshop de gestão

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Palestrantes internacionais Oferecer informação de qualidade, com as recentes descobertas em todas as áreas da otorinolaringologia, com uma programação científica variada e abrangente, apresentada por alguns dos mais renomados profissionais estrangeiros de cada especialidade.

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1. Dr. George Lawson 2. Dr. Guillermo Campos 3. Dr. Lars Nielsen 4. Dr. Martin Desrosiers 5. Dra. Sharon Cushing 6. Dr. Richard Harvey 7. Dr. Wolfgang Gubisch 2

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8. Dr. Craig Derkay 9. Dr. Jean Pierre Bebear 10. Dr. Thomas Robbins 11. Dr. Guillermo San Juan 12. Dr. Richard Cole 13. Dr. Ofer Jacobowitz

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Novos presidentes Como tradicionalmente acontece nos congressos, os novos presidentes das academias e sociedades tomaram posse de seus cargos. Para a Academia Brasileira de Rinologia, assume o cargo Dr. João Teles Junior; Dra. Renata Di Francesco é a nova presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica; Dr. Paulo Lazarini está à frente da Sociedade Brasileira de Otologia e Dr. Antônio Lobo presidirá a Associação Brasileira de Laringologia e Voz. Dr. José Roberto Parisi Jurado se mantém no cargo na Associação Brasileira de Cirurgia Plástica da Face até 2014.

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ABORL-CCF sob nova direção Durante a Assembleia Geral da Associação, Dr. Agricio Crespo reforçou os agradecimentos ao seus companheiros de diretoria, aos funcionários da Associação e repassou a medalha de presidente ao Dr. Fernando Ganança, que assumirá o posto em 1º de janeiro de 2014.

1. Dr. José Roberto Parisi Jurado, presidente Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face 2. Diretoria da Academia Brasileira de ORL Pediátrica que passa a ser presidida pela Dra. Renata Di Francesco 3. Dr. João Teles Junior é o novo presidente da Academia Brasileira de Rinologia 5

4. Dr. Paulo Lazarini é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Otologia 5. Dr. Fernando Ganança é o novo presidente da ABORL-CCF 6. Dr. José Eduardo Pedroso, anunciou o novo presidente da Associação Brasileira de Laringolologia e Voz, Dr. Antônio Lobo de Rezende Neto, de Minas Gerais.

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Comitê de Planejamento Estratégico O Comitê de Planejamento Estratégico é formado por oito ex-presidentes da entidade que têm o compromisso discutir ideias e projetos que fortaleçam a entidade e garantir uma gestão cada vez mais democrática à ABORL-CCF. Na reunião realizada em 22 de novembro, também estiveram presentes Dr. Agrício Crespo e Dr. Fernando Ganança foram convidados a participar, estabelecendo uma praxe a ser seguida de se convidar o atual e futuro presidentes. Estiveram ausentes do encontro Dr. José Antônio Apparecido de Oliveira e Dr. Roberto Martinho da Rocha.

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Festa de encerramento O Espaço das Américas foi o local escolhido para celebrar o fim de mais um Congresso Brasileiro bem-sucedido. O decano grupo Demônios da Garoa lembrou sucessos do samba paulistano e a banda Frank Elvis e Los Sinatras fez todo mundo dançar.

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Fórum dos residentes Dezenas de residentes participaram do fórum que se propôs a discutir desde os rumos da carreira, como estágio no exterior e fellowship, até o que priorizar na montagem de consultório. Dr. Agrício Crespo, Dr. Arthur Castilho, Dr. Fabrizio Romano, Dr. Luiz Ubirajara Sennes, Dr. Rogério Panhoca, Dr. Reginaldo Fujita, Dr. Edson Mitre e Dr. Godofredo Borges trocaram ideias, experiências e histórias que divertiram e inspiraram os futuros médicos.

1. Dr. Agricio Crespo e Dr. Guillermo Campos assinam acordo para realização do VI Congresso Latino-Americano de Laringologia e Fonocirurgia. Dr. Paulo Perazzo foi um importante interlocutor para a realização deste evento.

2. Dra. Raquel Salomone e Dr. Guilherme Webster recebem prêmio em dinheiro pelos melhores trabalhos apresentados durante o Congresso.

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HumORL

Teste de gravidez

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colega José Arnaldo Montanari é um velho perdigueiro de histórias médicas com bom humor.

Nascido e criado numa pequena cidade gaúcha de colonização italiana, de lá tira a maioria de seus “causos” e, volta e meia, aparece com novidades mesmo que tenham ocorrido há milênios. Por algum tempo, depois de formar-se, trabalhou lá, onde amealhou tantas histórias que daria, seguramente, um livro.

Pois antes de voltar à terra natal de onde só saíra para cursar a Faculdade de Medicina, tinha outro colega que por lá ancorou durante uns dez anos. Como era comum nessas pequenas comunidades, fazia de tudo.

Tratava desde unha encravada até perebas no couro cabeludo. Mas a especialidade onde mais atuava era a obstetrícia, que os gringos nunca foram de perder tempo.

Naquela época, o mundo era outro. Para o diagnóstico da gravidez, nenhum dos métodos modernos já estava em voga. Gonadotrofina coriônica humana era palavrão.

Ultrassonografia, amniocentese, ecografia, faziam parte de uma inatingível ficção científica. A pesquisa mais confiável para confirmar ou não uma gravidez chamava-se de Prova de Galli Mainini e consistia em injetar

cinco centímetros cúbicos de urina da paciente no saco linfático de um sapo macho.

Em caso positivo, a partir de quarenta minutos e até vinte e quatro horas depois, haveria um significativo aparecimento de espermatozóides na urina do batráquio.

O colega tinha um ranário ligado ao hospital pois não passava dia em que não necessitasse fazer o tal do teste.

O hospitalzinho era comandado por uma irmã de caridade, misto de atendente, secretária, enfermeira, parteira e mais o que fosse necessário. Esta religiosa tinha opinião formada a respeito de praticamente tudo e, lá um dia, resolveu bater de frente no teste em questão. Volta e meia retornava ao assunto alegando que conhecia uma reação melhor, mais rápida, mais fácil, mais barata.

Bastava misturar a urina da mulher supostamente grávida com ácido acético e sei lá mais o quê. A reação permitia uma leitura rápida e bastante eficiente.

Tanto encheu que o doutor resolveu sacanear. Escondido no consultório, fez pipi num

penico, passou para um tubo de ensaio e saiu atrás da freira. Encontrou-a num corredor, entregou o material e recomendou: – Irmã, acabo de atender uma senhora e suspeito que esteja grávida. Colhi o material e estou lhe trazendo para que a senhora experimente aquele seu método. Por favor, assim que possível, me avise do resultado.

Isto posto, rodou nos calcanhares e voltou para o trabalho. Não encontrou mais a religiosa naquele dia.

No dia seguinte saiu atrás dela. Lá pelas tantas, deparou com a freira arrumando algumas coisas na farmácia.

– E daí, irmãzinha. Qual foi o resultado daquele teste de ontem? A paciente está grávida?

– Sabe, doutor, eu ia lhe falar, mas não o encontrei. Estou ainda com alguma dúvida.

O que eu achei não pareceu muito correto.

Alguma coisa não está fechando. Mas estou inclinada a lhe dizer que está mais para sim do que para não.

Texto extraído do livro “O canto do marreco: histórias médicas bem-humoradas”, de autoria de Aziz Lasmar e José Seligman (Editora Ideograf, 120 páginas)

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GESTÃO DA SAÚDE

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GESTÃO HOSPITALAR E SISTEMAS DE SAÚDE Pela importância de suas tarefas e de sua responsabilidade social, hospitais, clínicas, laboratórios e sistemas de saúde necessitam de uma gestão empresarial absolutamente exemplar e especializada.

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