Vox Otorrino 161

Edição 161 | Ano XXIII | www.aborlccf.org.br

Conduta médica

• Atestado médico: entenda o que é preciso saber e como agir

Conquistas

• O importante papel das cooperativas frente às conquistas da CBHPM

WHATSAPP: Relação médico-paciente à distância de um toque

Páginas azuis: Saiba mais sobre a técnica que utiliza cabeças de carneiro no aprendizado de habilidades cirúrgicas na Otorrinolaringologia

Mensagem da

PRESIDENTE Wilma Terezinha Anselmo Lima

Divulgação ABORL-CCF

Equipe ABORL-CCF - Outubro Rosa

Caro associado, É com imensa expectativa que chegamos ao período mais esperado do ano: o Congresso Brasileiro. Desde o ano passado, temos trabalhado para elaborar uma programação de qualidade e que permita a todos os nossos associados conhecer tudo o que está acontecendo na Otorrinolaringologia mundial. Por isso, não poupamos esforços para trazer palestrantes internacionais, assim como conjugar nosso evento com o Congresso Luso-Brasileiro e o Congresso da Academia Iberoamericana, fazendo jus ao slogan “Sem Fronteiras”, que norteou toda a preparação deste evento importantíssimo.

E não é só essa novidade que temos no CBO: as cirurgias ao vivo, que acontecem nos dias 2 e 3 de novembro, são um importante destaque desta edição e uma oportunidade única de discutir assuntos científicos em seus aspectos teóricos e práticos. Não deixe de conferir a programação completa em nosso site e elaborar seu cronograma de atividades.

O aplicativo da ABORL-CCF, lançando neste mês, contém todas as informações sobre o congresso e permite que você crie sua própria agenda, facilitando sua organização e deixando sua rotina no evento ainda mais prática.

Não deixe de visitar nosso estande e conferir as novidades que oferecemos para você. Além da demonstração do prontuário eletrônico do paciente, teremos, em primeira mão, a venda da terceira edição do Tratado de Otorrinolaringologia, uma obra inovadora e de grande qualidade, com o que há de mais novo no meio acadêmico e a contribuição de grandes nomes da Otorrinolaringologia de nosso país.

Haverá, também, o lançamento do novo Consenso de Rinites, além da abertura da campanha que iniciaremos sobre o uso inadequado de antibióticos. Lançaremos: Como evitar o uso inadequado de antibióticos nas infecções de vias aéreas superiores.

Mas não é só o Congresso Brasileiro que se destaca. Realizamos, em nossa sede, o encerramento do IV Curso Extensivo de Foniatria da ABORL-CCF, formando mais uma turma. Além disso, promovemos o I Fórum Médico Jurídico Profissional, que congregou mais de 50 profissionais da Medicina e do Direito para discutir temas importantes dos segmentos legislativo e ético de nossa carreira.

Um abraço a todos e um excelente evento!

Dra. Wilma Anselmo Lima Presidente da ABORL-CCF

Diretoria 2017 Presidente Dra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP) Primeiro Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP) Segundo Vice-Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Dr. Edwin Tamashiro - Ribeirão Preto (SP) Diretora-Tesoureira Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP) Diretor-Secretário Adjunto Dr. Edson Ibrahim Mitre - São Paulo (SP)

Diretor Tesoureiro Adjunto Dr. Leonardo Haddad - São Paulo (SP) Assessores Dr. Eduardo Landini Dolci - São Paulo (SP) Dr. Márcio Fortini - Belo Horizonte (MG) Dr. Geraldo Druck Sant’Anna - Porto Alegre (RS)

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Dra. Thais Knoll Ribeiro - São Paulo (SP) Comitê de Comunicação Dr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

Comitê de Educação Médica Continuada Dr. Thiago Freire Pinto Bezerra - Recife (PE) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Marcelo Miguel Hueb - Uberaba (MG) Comitê de Residência e Treinamento Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP) Comitê de Título de Especialista Dr. Fernando Danelon Leonhardt - São Paulo (SP) Comitê de Defesa Profissional Dr. Bruno Almeida A. Rossini - São Paulo (SP)

5 Carta ao leitor 6 Páginas azuis: Aprendizado com cabeças de carneiros 9 Agenda de eventos 10 Conquistas: O papel das cooperativas frente às conquistas da CBHPM 12 47º CBO sem fronteiras: 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia já está aí!

16 Gestão em carreira: O aumento da procura por cursos de gestão em Saúde 20 Capa: WhatsApp - Relação médico-paciente à distância de um toque

26 ABORL-CCF em ação: Conheça mais sobre o Comitê de Eventos da ABORL-CCF 28 Internacional: ABORL-CCF irá receber o IV Congresso da Academia IberoAmericana e o Congresso Luso-Brasileiro 30 Vox news 32 Qualidade de vida: Surfe: esporte sobre as águas 34 Especial: Algumas ações da ABORL-CCF em 2017 36 Conduta médica: Atestado médico: o que devo saber?

38 Educação médica continuada: Síndrome da Terceira Janela 41 O que diz a lei: A responsabilidade civil nas questões cirúrgicas (parte II) 42 HumORL

EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Um novo ano para a Otorrinolaringologia

Allex Ogawa Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Wilma Anselmo Lima

Comitê de Comunicações:

Alexandre Beraldo Ordones Allex Itar Ogawa Fabrizio Ricci Romano Gustavo Polacow Korn Ingrid Helena Lopes de Oliveira Marco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy Renata Dutra Moricz Ricardo Landini Lutaif Dolci

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Editora-chefe:

Gabriela Rezende

Revisão: Leonardo de Paula

Reportagem:

Allan Borba, Bárbara Mello, Bruno Bernardino e Clara Magalhães

Fotos: Divulgação, divulgação ABORL-CCF

Diagramação:

Douglas Almeida, Monica Mendes e Tatiana Couto

Produção:

DOC Content Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:

6.500 exemplares

E

nfim, o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia (CBO)! São muitas as novidades que estão sendo cuidadosamente preparadas para o maior evento da Otorrinolaringologia brasileira. Pela primeira vez, teremos cirurgias ao vivo, cursos hands-on, a maior quantidade de palestrantes internacionais em um CBO e uma grande festa no entardecer (Sunset Party). Os eventos de grande sucesso de outras edições foram mantidos, como o plantão jurídico e uma sala dedicada à área de Gestão e Cooperativismo.

Agora imaginem cinco possíveis cenários para quem vai ao CBO com dúvida acerca de um tema: 1) O palestrante toca no assunto durante a aula e resolve seu problema; 2) Você opta por sua dúvida durante ou logo ao término da palestra; 3) Você decide abordar o palestrante após a aula; 4) Você acaba tirando sua dúvida com algum colega; e 5) Você volta com a dúvida para casa. Então, qual cenário lhe parece o mais provável? Se a opção 5 foi cogitada, nós teremos falhado. Para este ano, o aplicativo da ABORL-CCF dispõe de uma funcionalidade incrível: você pode fazer perguntas por meio do aplicativo e suas dúvidas vão ser transmitidas ao palestrante pelo secretário de mesa durante a palestra. Para o uso dessa funcionalidade, não é necessário se identificar!

Na feira de equipamentos do CBO, será realizado o lançamento do novo Tratado de Otorrinolaringologia da ABORL-CCF, que terá volume único! E não podemos esquecer do Plantão Jurídico, excelente momento para esclarecer dúvidas com os especialistas do Departamento Jurídico da ABORL-CCF. Caro associado, prepare-se para desfrutar de uma programação científica de alta qualidade e, agora, mais interativa. Por isso, não esqueça de baixar nosso aplicativo. Encerro, aqui, relembrando meu editorial da primeira edição de 2017, em que falei do sonho de nosso colega otorrinolaringologista Raul, de tocar em nosso CBO. Será que ele conseguiu?

Boa leitura a todos! Um grande abraço e um excelente congresso!

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios?

Fale conosco: comunicacao@aborlccf.org.br (11) 95266-1614

PÁGINAS AZUIS

Aprendizado com cabeças de

CARNEIROS Entenda como funciona a técnica que permite a aquisição de habilidades cirúrgicas por meio de cabeças de carneiros na Otorrinolaringologia Por Bárbara Mello

U

m procedimento que utiliza cabeças de carneiros como ferramenta de educação e pesquisa cirúrgica vem sendo utilizado com o objetivo de desenvolver habilidades cirúrgicas na realização de cirurgia endoscópica nasal. O modelo de treinamento

proporciona benefícios não apenas aos residentes, que possuem pouca experiência em procedimentos cirúrgicos, mas também aos profissionais mais experientes na especialidade. A técnica será apresentada no 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, na palestra magna Aquisição de habilidade cirúrgica em cirurgia endoscópica endonasal, que será ministrada por Márcio Nakanishi, pesquisador associado do Programa de Pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB), e Henrique Fernandes de Oliveira, doutorando em Ciências Médicas pela UnB, no dia 4 de novembro. Confira, a seguir, a entrevista com os dois médicos, que fornecem mais detalhes sobre o procedimento.

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VOX: Onde e quando a técnica de aprendizado com cabeças de carneiro teve início?

Márcio Nakanishi: Em 1996, Gardiner foi o primeiro a descrever a anatomia comparada nasal do carneiro em relação à humana, no Reino Unido. Tal estudo foi aprofundado por Ranko Mladina, em Zagreb, na Croácia, no ano de 2011. Já em 2015, o modelo foi validado por Awad, em Londres. O primeiro contato que tivemos com o modelo de treinamento em cabeças de carneiro ocorreu em Toulouse, em 2012, no Congresso Europeu de Rinologia. Na ocasião, o professor croata ministrou um curso teórico-prático nesse modelo. Impressionou a semelhança da textura, consistência e coloração da mucosa, bem como a relação do septo com os cornetos e células etmoidais.

VOX: E no Brasil, desde quando a técnica é utilizada? Esse é um procedimento comum no país?

MN: Em 2012, foi iniciado, na Universidade de Brasília, o projeto chamado Aquisição de Habilidade Cirúrgica em Modelo de Treinamento em Cabeça de Carneiro, tema de doutorado do otorrinolaringologista Henrique Fernandes de Oliveira. O objetivo era utilizar tal modelo no aprendizado cirúrgico. A proposta surgiu em resposta à necessidade de treinamento dos residentes, visto que enfrentávamos (e continuamos enfrentando)

muitas limitações legais e técnicas para dissecção em espécime humano.

VOX: De que maneira a aquisição de habilidades cirúrgicas pode ser feita por meio do aprendizado com cabeças de carneiro?

MN: A cabeça de carneiro oferece condições endoscópicas que simulam várias situações e dificuldades técnicas encontradas na cirurgia. Podemos treinar e aprender como segurar a ótica, como posicionar e utilizar os instrumentos cirúrgicos, como fazer uma turbinectomia e como remover uma célula etmoidal, por exemplo. Nós observamos que a repetição de uma tarefa em busca da maestria habilita o cirurgião e promove o aprendizado.

VOX: Qual é o motivo da escolha do carneiro?

Em que aspectos a anatomia do nariz do carneiro é semelhante à do ser humano?

Henrique Fernandes: A cabeça do carneiro é material de descarte, sendo, por esse motivo, de baixo custo, além de permitir fácil manuseio. Existe uma semelhança de textura, consistência e

Haruo Mikami Fotografia

“A Otorrinolaringologia, em geral, pode utilizar o modelo para aquisição de habilidades cirúrgicas nas respectivas áreas de atuação. Inclusive, há diversos estudos com o mesmo modelo para treinamento de cirurgia otológica”

Divulgação

Márcio Nakanishi

“Pela simplicidade, o baixo custo, a semelhança e a consistência do método, ele pode ser expandido para outros serviços de treinamento de residentes.

Sem dúvida, é muito viável”

Henrique Fernandes

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PÁGINAS AZUIS

coloração, além de estruturas e relações anatômicas similares, especialmente corneto inferior, seio maxilar e seio etmoidal.

VOX: Outros animais também podem ser utilizados?

HF: Há descrições da tentativa de uso de suínos e caninos. Contudo, pela superioridade por parte dos carneiros, outros animais não têm sido utilizados.

VOX: Existe uma facilidade para encontrar o material? Como acontece esse processo?

HF: Abatedouros de carneiros geralmente descartam a cabeça do animal pela inexistência de valor comercial.

Além disso, o carneiro é facilmente encontrado em diversas regiões do Brasil, podendo as peças serem congeladas para uso quando for conveniente.

VOX: Quais benefícios o aprendizado desse tipo de procedimento pode proporcionar aos residentes que têm pouca experiência em procedimentos cirúrgicos e, também, para a Otorrinolaringologia, em geral?

MN: Estamos na quinta geração de residentes que passaram pelo treinamento e 100% deles recomendam e aprovam o método. Os residentes podem adquirir familiaridade com o endoscópio e instrumentos, pois o treinamento otimiza a performance cirúrgica, reduz trauma tecidual e melhora a orientação espacial, além de ser ético para com os pacientes.

A Otorrinolaringologia, em geral, pode utilizar o modelo para aquisição de habilidades cirúrgicas nas respectivas áreas de atuação. Inclusive, há diversos estudos com o mesmo modelo para treinamento de cirurgia otológica.

VOX: Esse procedimento já é muito conhecido na especialidade ou ainda deve ser expandido futuramente?

HF: Na Rinologia brasileira, o professor Otavio Piltcher, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), publicou um trabalho sobre esse tema, desenvolvido em 2016. Pela simplicidade, o baixo custo, a semelhança e a consistência do método, ele pode ser expandido para outros serviços de treinamento de residentes. Sem dúvida, é muito viável.

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VOX: Quais são suas expectativas para o futuro da técnica? O senhor considera que ela deva ser utilizada com mais frequência?

MN: O padrão ouro para ensino-aprendizagem é o espécime humano. Contudo, seu uso está cada vez mais restrito. Por essa razão, consideramos o modelo em cabeça de carneiro um meio importante para treinamento e aquisição de habilidades cirúrgicas. Sabemos que o modelo não substitui o treinamento em espécime humano; trata-se de uma alternativa de baixo custo e complementar às outras formas de simulação existentes. Nossa expectativa é que o modelo em carneiro seja utilizado de forma híbrida com outras tecnologias de aprendizado e, portanto, associado à simulação em realidade virtual e à impressão 3D de tomografia humana, por exemplo.

VOX: A palestra magna Aquisição de habilidade cirúrgica em cirurgia endoscópica endonasal, que acontecerá no 47º CBO, terá como palestrantes o senhor e dr. Henrique Fernandes. O que o público pode esperar dessa palestra? Quais são os principais tópicos a serem abordados?

MN: Iremos compartilhar nossa experiência de cinco anos trabalhando com o modelo. Apresentaremos os detalhes da técnica, as impressões dos residentes e a curva de evolução do aprendizado. Em relação à pesquisa, nosso projeto foi desenhado para conhecer o número mínimo de dissecções, para atingir a destreza técnica.

Esses resultados poderão ser vistos no 47º CBO.

AG EN DA DE E V E NT OS

AGENDA Novembro

24 a 25 de novembro de 2017 4º Curso Teórico-Prático de Distúrbios da Deglutição: Avaliação Endoscópica Funcional da Deglutição e Endoscopia Digestiva Coordenação: Dr. Geraldo Pereira Jotz Local: Hospital Beneficência Portuguesa de Poa, Porto Alegre (RS) Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl2@forl.org.br Informações: (11) 3068-9855 (Camila - Secretaria Executiva) Organização: Fundação Otorrinolaringologia Apresentar aspectos básicos e clinicos que envolvem os distúrbios da deglutição, com discussão de temas específicos da área.

24 a 25 de novembro de 2017 Curso Internacional de Rinoplastia “Hands On” 2017 Coordenação: Drs. Artur Grinfeld e Washington Almeida Local: Hospital Otorrinos de Feira de Santana, Feira de Santana (BA) Website: www.hotorrinos.com.br E-mail: otorrinos@hotorrinos.com.br Informações: Curso teórico-prático em rinosseptoplastia.

Na parte teórica, vamos trazer um conteúdo especial, com as mais utilizadas técnicas de refinamento da plástica do nariz. Na parte prática, o inscrito vai ter a oportunidade de operar sob supervisão enquanto os demais poderão assistir às cirurgias realizadas por renomados professores, com transmissão interativa para o auditório.

30 de novembro a 1º de dezembro de 2017 101º Curso de Cirurgias Endoscópicas Endonasais FORL-BA

E-mail: cursos@voicecenter.com.br Informações: Telefone: (11) 5085-0189 (Luciana) Reciclar e aprimorar os conhecimentos do otorrinolaringologista sobre os exames endoscópicos em consultório (telescopia de laringe, telescopia rígida nasal e nasofibroscopia flexível), buscando os recursos diagnósticos e terapêuticos.

Dezembro 2 de dezembro de 2017 III Curso Clínico-Cirúrgico do IOCP: Doenças das Paratireoides e Tireoide Coordenação: Drs. Rodrigo Oliveira Santos e Fernando Danelon Leonhardt Local: Hotel Travel Inn Ibirapuera - Live & Lodge, São Paulo Website: www.iocp.org.br E-mail: administrativo@stelamariseventos.com.br Informações: Telefone: (11) 5080-4933

4 a 6 de dezembro de 2017 115° Curso de Dissecção do Osso Temporal Coordenação: Dr. Ricardo Ferreira Bento Local: Faculdade de Medicina de São Paulo, São Paulo Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl3@forl.org.br Informações: Telefone: (11) 3068-9855 (Camila - Secretaria Executiva) / Organização: Fundação Otorrinolaringologia Atualmente, é o curso mais completo de dissecção do osso temporal. Trata-se de um curso teórico-prático, totalmente dinâmico e imperdível.

Coordenação: Dr. Marcus Lessa Local: Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, Salvador (BA) Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl2@forl.org.br Informações: Telefone: (11) 3068-9855 (Camila - Secretaria Executiva) / Organização: Fundação Otorrinolaringologia Curso teórico-prático de cirurgia endoscópica dos seios paranasais. Além das aulas teóricas, cada aluno realiza, na prática, todos os fundamentos teóricos da cirurgia endoscópica nasossinusal.

30 de novembro a 1º de dezembro de 2017 XVII Workshop em Exames Endoscópicos Ambulatoriais em Otorrinolaringologia Coordenação: Dra. Adriana Hachiya Local: Voice Center - anfiteatro do Hospital Paulista, São Paulo Website: http://www.voicecentercursos.com.br

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CONQUISTAS

O papel das

COOPERATIVAS frente às conquistas da CBHPM Como a cooperativa de Ribeirão Preto tem atuado auxiliando seus associados frente aos convênios

Por Bruno Bernardino

A

Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) norteia o trabalho do médico que atende pacientes da saúde suplementar no que tange à remuneração, uma vez que é definida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como um “padrão mínimo e ético de remuneração dos procedimentos médicos”. Há várias operadoras de saúde que possuem tabelas de pagamentos próprias, sem relação com a CBHPM. Outras, ainda, utilizam tabelas obsoletas, como a AMB 92. No entanto, ao comparar todas com a CBHPM, nota-se que os valores praticados são sempre inferiores.

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Dessa forma, cabe aos médicos encontrar meios de equilibrar essa balança, elevando os valores das remunerações oferecidas pelos convênios, e a CBHPM se oferece como uma ferramenta importante, na medida em que é suportada pelo CFM e que classifica os procedimentos da saúde suplementar em portes, remunerando de maneira mais equilibrada o profissional, pelo nível de complexidade de cada intervenção médica.

Conforme Dr. Lucas Carenzi, diretor presidente da cooperativa de Otorrinolaringologia de Ribeirão Preto, o maior poder de uma classe é traduzido pelo simples

fato de todos se conhecerem. “Aqui em nossa região, há, pelo menos, oito residentes formados, todos os anos, em Otorrinolaringologia (em uma cidade com pouco mais de 600 mil habitantes). Isso é um prato cheio para as operadoras, pois sempre há novos especialistas, que, para ganhar algum dinheiro enquanto fazem pós-graduação, aceitam os subempregos oferecidos pelos convênios. Pois bem: o simples fato de criarmos um grupo no WhatsApp, em que todos os profissionais da região estão presentes, incluindo os residentes, possibilitou-nos negar esses postos de trabalhos com honorários pífios, pois percebemos que, ao aceitar condições ultrajantes, mesmo que por pouco tempo, perpetuamos esse esquema montado pelos convênios”, relata Dr. Lucas.

Para o especialista, na medida em que em uma regional há um número restrito de pessoas e todos reconhecem as condições de trabalho a que são submetidos e atuam de maneira alinhada, todos podem perceber os problemas mais claramente e de um modo mais rápido, facilitando ações resolutivas, como a discussão de valores por meio do uso da CBHPM.

A relação entre as cooperativas e a ABORL-CCF fortalece a carreira dos médicos A cooperativa é o local de apresentação dos problemas entre médico e convênio e de discussão sobre essas questões. O médico participante deixa de pensar em si e em seu consultório para pensar na classe. É onde as ideias surgem e podem ser colocadas em prática. “É na regional que podemos chegar à conclusão de que a operadora ‘X’, ao ameaçar a dignidade financeira dos médicos, pode sofrer descredenciamentos de profissionais, caso se negue a negociar”, destaca o especialista.

As principais funções da ABORL-CCF frente às questões de honorários médicos e os convênios são as de suporte e orientação.

“Como uma ‘mãe’ das regionais, esse auxílio pode vir em vários formatos, como: informações sobre assuntos jurídicos polêmicos (descredenciamento em massa, por exemplo), troca de experiências na montagem de cooperativas de otorrinolaringologistas, fóruns, salas de debates sobre o assunto em congressos e, exibição de exemplos de sucesso em negociações com operadoras, entre outros”, acrescenta.

Iniciada há dois anos, a experiência de união em Ribeirão Preto se deu focada no cooperativismo. Desde então, os credenciados conseguiram algo que, até então, nunca havia acontecido: as operadoras estão chamando-os para conversar. “Perceberam que os postos de subempregos estão ficando vazios”, conclui Dr. Lucas.

A experiência da

cooperativa do Ceará O associado da cooperativa do Ceará, Dr. Davi Garcia, relata que fazer parte de uma cooperativa forte e ter suporte no começo de sua carreira foi essencial para entrar no mercado de trabalho e conseguir uma remuneração digna dos convênios. “Em vez de negociar individualmente com cada um, em condições desfavoráveis, entrar em uma cooperativa na qual a remuneração é fruto de uma negociação coletiva, e que é igual para todos os cooperados, facilita muito a inserção no mercado de trabalho, além de tornar mais justa a remuneração para todos”.

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47º CBO SEM FRO N T E IRAS

47º

CONGRESSO BRASILEIRO

DE OTORRINOLARINGOLOGIA JÁ ESTÁ AÍ!

Descubra o que esperar do evento, que será o mais internacional de todos os tempos Por Bruno Bernardino

Colegas convidam todos para o 47º CBO

E

m vídeos publicados no site do 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, os médicos Dr. Dennis Poe, Dr. Robson Capasso e Dr. Rodolfo Lugo convidam seus colegas para participarem do evento. Confira, a seguir, um resumo sobre o que os três falaram nos pronunciamentos.

O americano Dr. Dennis iniciou seu vídeo convidando todos a participarem do 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia (CBO), agradecendo por ter sido convidado pela ABORL-CCF para falar no Congresso e declarou estar muito honrado com o convite. O médico é especialista em Neurotologia e professor de Otorrinolaringologia no Boston Children’s Hospital e na Universidade de Harvard, ambos nos Estados Unidos. Em sua participação, Dr. Dennis vai abordar um procedimento, desenvolvido por sua equipe, de dilatação do balão da trompa de Eustáquio para disfunção tubária.

“Estou feliz em compartilhar os resultados dessa pesquisa de que fui líder e que acaba de ser aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA)”, completou.

Dr. Robson Capasso, que trabalha na Faculdade de Medicina da Universidade de Standford, nos Estados Unidos, também fez seu convite, brincando: “A todos os amigos, os antigos e os novos, espero vê-los em breve, em Florianópolis, para conversarmos, batermos um papo e, se sobrar tempo, falarmos sobre o tratamento cirúrgico da apneia do sono. Até logo”.

Em Espanhol, Dr. Rodolfo Lugo incentivou todos os brasileiros a participarem: “Olá, amigos profissionais do Brasil! Estou muito grato por ter sido chamado para participar do 47º congresso da ABORL-CCF. O congresso acontecerá em Florianópolis, de 1º a 4 de novembro. A programação está excelente e estaremos todos lá para compartilhar experiências e nos conhecermos nesse belo país. Nos vemos lá”.

12 | VOX Otorrino

Divulgação

Programação social

Camerata Após a solenidade de abertura, a Camerata Florianópolis, uma orquestra que encanta o público há 23 anos, fará uma apresentação no congresso. Com produção executiva de Maria Elita Pereira e regida pelo maestro titular Jeferson Della Rocca (fundador da orquestra), a Camerata vem atuando, desde 1994, ininterruptamente, sempre com significativa participação e relevância na agenda cultural de Santa Catarina.

Durante sua trajetória, foram lançados doze CDs e dois DVDs, entre os quais: Clássicos com Energia, O Amante do Girassol (de Daniel Lobo), Tributo à Música Popular Brasileira, Edino Krieger (Prêmio Natura Musical), Santa Catarina (composições de Alberto Heller e Kleber Alexandre), A Arte do Improviso "In Jazz" e Rock’n Camerata – ao vivo. A orquestra também gravou trilhas para vídeos institucionais e para o filme Ensaio, de Tânia Lamarca.

Além do repertório camerístico, que trouxe grande reconhecimento à orquestra, a Camerata Florianópolis vem se destacando, também, nos últimos anos, pelo trabalho sinfônico, interpretando obras de peso, como a integral das sinfonias e concertos para piano e violino de Beethoven, A Criação, de Haydn, concertos e sinfonias de Mozart, bem como seu Requiem (em

Confira a mensagem do

Presidente de Honra do CBO: “Caros colegas, estamos, agora, na contagem regressiva para o maior evento nacional da especialidade, o Congresso Brasileiro, que será realizado em nossa cidade, Florianópolis. Uma vasta programação científica, palestrantes de reconhecida bagagem, novidades tecnológicas, cirurgias ao vivo, rica gastronomia, povo hospitaleiro, locais encantadores e tantos outros aspectos positivos se juntam em Florianópolis neste novembro, para recebê-los de braços abertos. Venham logo, para podermos viver juntos mais um evento que ficará marcado na história da especialidade. E que, ao final, o objetivo de nosso encontro seja alcançado, que saiamos mais enriquecidos tecnicamente e que nossos laços de amizade se fortaleçam para que possamos nos apaixonar e lutar cada vez mais por essa especialidade que não para de expandir seus horizontes, a Otorrinolaringologia.

Aguardamos vocês!”

Dr. Fábio Zanini

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47 º CBO SEM F RO NTE IRA S

uma das parcerias com o Polyphonia Khoros), missas, árias, aberturas de ópera e diversos concertos. Paralelamente, estreou mais de trinta obras compostas e dedicadas especialmente para a orquestra (com destaque para o concerto Aurora Consurgens e a Sinfonia Terra, de Alberto Heller), incentivando, assim, a composição erudita contemporânea brasileira. Do repertório operístico, participou da montagem das óperas Carmen, de Bizet, Cavalleria Rusticana, de Mascagni, A Flauta Mágica, As Bodas de Fígaro e O Empresário, de Mozart, Rigoletto e La Traviata, de Verdi, L’elisir D’Amore, de Donizzetti, La Serva Padrona, de Pergolesi e O Barbeiro de Sevilha, de Rossini.

Entre várias honras, destacam-se o Prêmio Franklin Cascaes de Cultura, da Prefeitura Municipal de Florianópolis (2011), a Medalha do Mérito Cultural Cruz e Souza, do Governo do Estado de Santa Catarina (2012), e o Prêmio Edino Krieger, como “Destaque Musical do Ano”, da Academia Catarinense de Letras e Artes (2015).

Festa de Encerramento do CBO Pela primeira vez, a festa de encerramento do congresso da ABORL-CCF vai começar mais cedo, às 17h, na badalada praia de Jurerê. À beira da praia ou

da piscina, os congressistas poderão se reunir para um coquetel no beach club que funciona no Posto 12, localização especial no coração de Florianópolis. Quem participa do congresso ganha convite para a festa, mas pode adquirir ingressos extras, se assim desejar. Durante a sunset party, a banda Conceitual, com o músico BJ, receberá convidados, enquanto anima todos com suas canções. Não perca a abertura da festa: atendendo a pedidos, teremos o momento especial “Toca, Raul”.

Serviço Festa de Encerramento Local: P12 - Jurerê Internacional Data: 04/11/2017 Horário: 17h Show com a banda Conceitual, com momento especial “Toca, Raul”.

Noite Alumni Será publicada, no site do 47º CBO, a relação de restaurantes que participam da Noite Alumni do congresso, na sexta-feira, 3 de novembro. Não deixe de conferir o horário e local do seu!

CONFIRA A LISTA DE EXPOSITORES CONFIRMADOS NO EVENTO: AD Instrumentos Cirúrgicos Ltda Me; Artmed Panamericana Editora Ltda; Biolitec Biotecnologia Comércio, Importação, Exportação Ltda; Celera Tecnologia em Equipamentos Médicos Ltda Me; Centro Auditivo Audibel Imp. e Exp. Ltda; Centro Auditivo Microsom Ltda; Centro Auditivo Oto-Sonic Comércio Exp. Imp. Ltda; Contronic Sistemas Automáticos Ltda; Digsom Clinica de Realibitação Auditiva Ltda; Doctus Equipamentos Medicos Ltda; EFE Consultoria e Importação Ltda; EMS S.A; Eurofarma Laboratórios Ltda; Factory Instrumental Cirurgico Industria e Comércio Ltda EPP; Farmoquímica S/A; Ferrari Indústria e Comercio de Aparelhos Médicos Ltda; Glenmark; Farmacêutica Ltda; H. Strattner & Cia. Ltda; Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia Ltda; Hypermarcas S/A; Kíron - Edimara Modesti Equipamentos Medicos Me; Libbs Farmacêutica Ltda; Libra Hospitalar; Livro Médico - S. Maria Goi de Camilo Me; Meda Pharma Importação e Exportação de Produtos Farmacêuticos Ltda; MZ Produtos Médicos Ltda Me; Oticon do Brasil Comércio e Distribuição de Equipamentos Médicos Ltda; OTT Medical Eireli Me; Politec Importação e Comércio Ltda; Practical Desenvolvimento e Comércio de Produtos de Saúde Ltda; Progmed Equipamentos Hospitalares; Revinter - Livraria e Editora Revinter Ltda; Richards do Brasil Produtos Cirúrgicos Ltda; Sanofi Aventis; Sivantos Soluções Auditivas Ltda; SM Surgery; Produtos Hospitalares Ltda; Supri Artigos Médico-Hospitalares Ltda; Tvmed – Instituto de Vídeo e Com. Ltda; Zydus Nikkho Farmacêutica Ltda; Zydus Nikkho.

Apoio:

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GESTÃO E CARRE IRA

16 | VOX Otorrino

O aumento da procura por

cursos de gestão em

Entenda as razões para o fenômeno que faz com que médicos procurem maior qualificação administrativa

Por Bárbara Mello

O

s hospitais e instituições de saúde são, em geral, administrados por médicos. Para exercer esse cargo, porém, é necessário que o profissional tenha algumas características que o classifiquem como um bom candidato ao cargo. Para o otorrinolaringologista Dr. Jamal Azzam, a gestão hospitalar e de instituições de saúde exige um perfil de personalidade muito dinâmico e atualizado. “A estabilidade e a inteligência emocional são fundamentais, uma vez que é praticamente rotina ‘apagar incêndios administrativos’. Além disso, quando o assunto é com um médico do corpo clínico, o gestor deve se comportar de modo muito cuidadoso”, avalia.

Eduardo Regonha, doutor em Ciências da Saúde e especialista em Administração Hospitalar, considera que o médico possui algumas características que ajudam muito na administração da empresa.

“Ser um profissional treinado para tomar decisões rápidas, muitas vezes, pode ajudar a instituição a sair na frente”, define. No entanto, Regonha lembra que é necessário analisar dados internos e externos antes de tomar qualquer decisão.

Habilidades e conhecimentos necessários O mundo dos negócios está em constante transformação. Por esse motivo, acompanhar as mudanças e torná-las realidade nas instituições deve ser meta de qualquer gestor. “Os desafios são inúmeros e crescem o tempo todo. O verdadeiro gestor consegue levar para sua instituição todas essas mudanças on time, pois o timing das decisões é fundamental”, declara Azzam. A demora nas decisões pode provocar, como consequência, perdas irreparáveis.

Se a instituição é pequena, o médico consegue administrar bem o local. Porém, com o crescimento da instituição do negócio, muitas decisões precisam ser tomadas com base em informações confiáveis e dinâmicas, pois propostas de negociações irão surgir. “Nesse caso, é extremamente importante conhecer os aspectos financeiros, os resultados da empresa e os custos. Além disso, é preciso divulgar a instituição e desenvolver ações de marketing para fazer frente à concorrência”, acrescenta Regonha.

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GESTÃO E CARRE IRA

Os cursos de Gestão em Saúde oferecem uma formação básica e introdutória para o mundo dos negócios. Ultimamente, o aumento da procura dos médicos por esses cursos pode ser justificado pelo fato de que os profissionais da área compreendem, cada vez mais, que a excelência na Medicina não é suficiente para administrar uma instituição. É preciso que, paralelamente, exista a mesma eficiência na área administrativa. “O sucesso da carreira não depende somente da qualidade do atendimento e conhecimento do médico, mas também de como ele utiliza esse conhecimento para alavancar sua carreira”, explica Azzam.

Para Regonha, o aumento da procura por cursos de gestão é consequência de um mercado pressionado, em que instituições buscam, constantemente, o profissionalismo. “Muitos médicos administravam suas empresas de forma empírica, sem muitos controles ou informações. Com a forte concorrência e a pressão por negociações mais apertada por parte dos financiadores, o mercado está se abrindo para grupos internacionais, fusões e aquisições de forma acelerada”, relata. Neste contexto, a necessidade de profissionalismo se tornou proeminente. “Ou a instituição se atualiza, trabalhando em prol da busca por produtividade, ou corre grande risco de se sucumbir”, pondera o especialista.

Com a entrada dos novos médicos formados em Gestão no mercado, o setor deve experimentar uma grande melhoria na prestação final de serviços, o que beneficia, de modo direto, os pacientes. “Maior eficácia do setor, com melhores equipamentos e tecnologias, aliados à eficiência administrativa, econômica e financeira, certamente vão levar o setor ao desenvolvimento exponencial e à transposição dos enormes gargalos existentes”, esclarece Azzam.

Com esse fenômeno, Regonha acredita que os profissionais administrativos da área da Saúde finalmente passaram a ser valorizados e procurados no mercado. “Diante dos novos desafios da saúde, a necessidade de médicos formados em Administração está crescendo de forma exponencial, pois esse é o profissional mais indicado para lidar com outros médicos”, define o especialista.

Preparação das instituições de ensino Para Regonha, como em todos os segmentos, existem bons e maus cursos. “Acredito que sempre temos algo para melhorar, mas, em minha opinião, há escassez de cursos mais especializados, como pós-graduação em Finanças e Controladoria em Saúde, Marketing em Saúde etc. A maioria dos cursos são genéricos de Administração como um todo”, avalia. O especialista sugere, ainda, a existência de cursos ministrados por médicos administradores, que, por meio de orientações para o administrador não médico, podem criar mais harmonia e sinergia entre médicos e administradores.

Nesse cenário, as instituições de ensino administrativo devem estar cada vez mais atentas a seu papel, tornando realidade a entrada de grandes gestores em saúde no mercado de trabalho. Contudo, os desafios estão sempre presentes. Por isso, é preciso que as instituições estejam preparadas para superá-los. Azzam considera que um desses desafios é reforçar a importância das aulas presenciais. “Apesar do aumento dos ensinos à distância, nada supera a sala de aula, com a interação dos colegas e professores”, acredita.

“Administrar bem é fundamental, até mesmo para Divulgação

proporcionar melhorias na Medicina. A gestão eficiente é saudável e, também, um forte impulso para melhorar a saúde da população” Dr. Jamal Azzam 18 | VOX Otorrino

Juan Cogo

Orientações para a qualificação adequada

“Diante dos novos desafios da saúde, a necessidade de médicos formados em Administração está crescendo de forma exponencial, pois esse é o profissional mais indicado para lidar com outros médicos” Dr. Eduardo Regonha

Para que o médico desempenhe a função de gestor de maneira eficaz, Regonha destaca que é necessário avaliar, antes de tudo, sua disposição e vontade de administrar. Quando o profissional tem interesse em enfrentar a condução do negócio, é recomendável que faça um curso generalista de Administração. “Dependendo do tamanho da empresa, cada médico sócio pode focar no segmento que mais lhe agrada, como Financeiro, Marketing ou Recursos Humanos”, acrescenta.

Ao mesmo tempo, é importante que o profissional apresente um perfil de sensibilidade e percepção do ambiente em que trabalha. “Conhecer as pessoas apenas em seu desempenho profissional não basta: é necessário conhecer todos os colaboradores em seus aspectos pessoais, também, pois a amizade e a integração fortalecem os vínculos de modo consistente”, considera Azzam. O otorrinolaringologista relata, ainda, que o estudo administrativo é fundamental em todas as suas esferas. Para Azzam, apenas uma formação acadêmica administrativa poderá fornecer uma visão sólida e integrada das disciplinas. “Administrar bem é fundamental, até mesmo para proporcionar melhorias na Medicina. A gestão eficiente é saudável e, também, um forte impulso para melhorar a saúde da população”, resume.

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CAPA

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WHATSAPP:

Relação médico-paciente à distância de um toque O uso de aplicativos de mensagem instantânea como ferramenta na relação médico-paciente: como os médicos podem lidar com isso?

Por Bruno Bernardino

N

ão há dúvidas de que vivemos em uma era digital, em um cenário no qual o WhatsApp se tornou um dos programas de troca de mensagens mais utilizados nos últimos tempos.

Segundo estimativas, mais de 1,2 bilhão de pessoas usam o aplicativo, e mais de 100 milhões são brasileiros. Portanto, tem se tornado comum a utilização desse meio de comunicação na relação médico-paciente, o que abre questões importantes quanto ao que pode ou não ser falado e a quais limites os médicos devem estar atentos.

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CAPA

Para o terceiro vice-presidente do CFM, o psiquiatra Dr. Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, a recomendação aos médicos é que o WhatsApp seja, naturalmente, usado para o contato com o paciente. Ou seja, não é proibido. É, sim, vedado que sejam feitas consultas pelo aplicativo – primeira consulta e retornos têm de ser presenciais. “Entre a consulta e o retorno, o paciente pode se dirigir ao médico por meio do aplicativo para tirar dúvidas, falar sobre a evolução do caso, mandar alguma imagem relativa ao que for necessário. Entretanto, a recomendação expressa é que isso jamais dispense a consulta e os retornos. Além disso, qualquer orientação relevante que o médico der ao paciente, via WhatsApp, deve ser registrada na ficha do paciente assim que o profissional chegar ao consultório”, enfatiza.

De acordo com o otorrinolaringologista Dr. Marcelo Hueb, essa é uma das mais brilhantes tecnologias de comunicação instantânea atuais, dentre as várias plataformas no mercado. Hueb destaca a praticidade de envio e recebimento de mensagens em tempo real, incluindo texto, imagens e vídeos, além de ligações de voz e videochamadas. “A Medicina, e os próprios médicos, como qualquer outra atividade ou profissão, integram-se e utilizam largamente essa modernidade altamente difundida”, pontua.

Segundo Hueb, a comunicação entre médicos e pacientes, apesar da praticidade e da difusão das novas plataformas de comunicação, ainda é feita por vários colegas pelo contato telefônico tradicional, secretária eletrônica, recados com a secretária ou e-mail, por exemplo.

Não há como fugir disso, em virtude da pessoalidade da relação médico-paciente e da relação deste com toda a equipe de cada clínica.

“Eu utilizo a ferramenta, quando necessário, sempre atento à resolução 1.958 do CFM, publicada em 2010, que normatiza a consulta médica como um ato médico completo, podendo ser concluída ou não em

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Oi doutor

Oi Emma Posso fazer uma pergunta?

então...

Palavra do Jurídico da

ABORL-CCF

um único momento. Por ser um ato médico, a consulta é pessoal, presencial e intransferível, e outra forma de comunicação deve ser complementar a esse ato médico, ou seja, em um segundo ou em outros momentos”, declara o especialista.

Usando o aplicativo O envio de resultados de exames, esclarecimentos de dúvidas ou pedido de informações sobre a evolução do quadro clínico ou pós-operatório são as situações em que os pacientes mais comumente se comunicam com Hueb via WhatsApp. O especialista destaca que, em casos de questões médicas ou pessoais mais peculiares, a atitude médica pró-ativa de entrar em contato com o paciente ajuda bastante no tratamento e na sustentação de uma relação médico-paciente mais forte e saudável. Caso julgue necessário, Hueb solicita ao paciente que o procure para uma nova avaliação presencial. É preciso estar atento, entretanto, pois a praticidade da comunicação por meio do WhatsApp pode levar o paciente a julgar que esse é o método pelo qual deve, preferencialmente, se comunicar com o médico, seja no agravamento da doença em questão ou em novas situações, em detrimento da relação presencial. “A insistência nessa abordagem por parte do paciente pode levar o médico a situações que desagradem ao paciente ‘mal acostumado’ e gerar conflitos. Além disso, qualquer extrapolação, de ambas as partes, na privacidade desses contatos pode ser um elemento gerador de problemas na relação”, avalia.

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De acordo com Dra. Vania Moraes, no entendimento do Departamento Jurídico da ABORL-CCF, é vedado o uso de aplicativos de bate-papo para consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância.

Fique atento Procure fazer um backup de todas as mensagens trocadas com os pacientes por meio de registro na nuvem, para, assim, ter a possibilidade de verificá-las em caso de eventual roubo ou perda do celular; Tenha a consciência de que uma mensagem de WhatsApp e todo o teor da conversa podem ser utilizados em juízo contra você, caso o paciente abra um processo judicial; Evite usar o aplicativo se estiver em uma situação de estresse, de discussão ou de relacionamento ruim com o paciente. Se estiver com raiva, é melhor não responder às mensagens; O médico não é obrigado a ter ou a disponibilizar seu WhatsApp – isso é uma decisão individual de cada um –, bem como não há a obrigatoriedade de atender à mensagem, mas uma vez respondido o contato, o médico não deve interrompê-lo, sob pena de poder ser acusado de negligência. Já cobrar pelo atendimento via aplicativo é vedado ao médico por norma expressa do CRM.

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Disponibilidade 24 horas por dia?

Como tudo que envolve o uso da tecnologia, há aspectos positivos e negativos. Se, por um lado, as distâncias são encurtadas e o tempo otimizado, por outro, há perda da liberdade e, principalmente, privacidade. Para o advogado, ex-consultor jurídico do CRM-SP e autor dos livros Manual do direito médico e Testamento vital: o direito à dignidade, Ernesto Lippmann, o maior malefício do WhatsApp está na perda da divisão do tempo entre o trabalho e a vida particular do médico. “Se o profissional administra mal a ferramenta, acaba permanecendo em plantão 24 horas por dia, durante 365 dias por ano, sem qualquer remuneração adicional. E, por uma questão cultural, os pacientes ainda se sentem um pouco constrangidos em ligar para o celular do médico, mas acreditam que o contato por WhatsApp pode ser feito a qualquer hora, como se o profissional fosse ‘obrigado’ a responder prontamente à mensagem”, destaca.

Segundo Lippmann, o equilíbrio passa, em primeiro lugar, pelo entendimento de que ninguém deve ser escravo da tecnologia. “Nós a dominamos e, portanto, devemos decidir como e quando utilizá-la.

Cada médico pode e deve determinar como vai usar o WhatsApp em suas relações com os pacientes, estabelecendo horários para responder as mensagens, por exemplo, e deixando claro que não estará disponível para atender em um momento distinto, em razão de outros compromissos”, aconselha.

O advogado sugere que regras de contato pelo aplicativo sejam estabelecidas já em uma primeira consulta e com o aval do paciente, que deve estar ciente dos limites entre trabalho e lazer e compreender que “o médico não tem obrigação ética ou legal de estar disponível 24 horas por dia”.

“Por ser um ato médico, a consulta é pessoal, presencial e intransferível, e qualquer outra forma de comunicação deve ser complementar a esse ato médico, ou seja, em um segundo ou em outros momentos” Dr. Marcelo Hueb

Divulgação

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CFM

Normas e Resoluções Divulgação

Resolução CFM nº 1958/2010 “A consulta médica compreende a anamnese, o exame físico e a elaboração de hipóteses ou conclusões diagnósticas, solicitação de exames complementares, quando necessários, e prescrição terapêutica como ato médico completo e que pode ser concluído ou não em um único momento”.

Resolução CFM nº 1974/2011 “É vedado ao médico, na relação com a imprensa, na participação em eventos e no uso das redes sociais: consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância”.

Entre a consulta e o retorno, o paciente pode dirigir-se ao médico por meio do aplicativo para tirar dúvidas, falar sobre a evolução do caso ou mandar alguma imagem relativa ao que for necessário. Entretanto, a recomendação expressa é que isso jamais dispense a consulta e os retornos presenciais” Dr. Emmanuel Cavalcanti

Código de Ética Médica, artigo 37 É proibido ao médico: “prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento”.

Parecer CFM nº 14, de 27 de abril de 2017: “É permitido o uso do WhatsApp e plataformas similares para comunicação entre médicos e seus pacientes, bem como entre médicos e médicos, em caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas, bem como em grupos fechados de especialistas ou do corpo clínico de uma instituição ou cátedra, com a ressalva de que todas as informações passadas tem absoluto caráter confidencial e não podem extrapolar os limites do próprio grupo, nem tampouco podem circular em grupos recreativos, mesmo que composto apenas por médicos”.

O conselheiro Emmanuel Fortes afirma que dúvidas, intercorrências e emergências podem continuar sendo reportadas aos médicos por WhatsApp ou Facebook. “Todos os médicos que têm algum grau de responsabilidade passam seu telefone pessoal para o paciente, não só o do consultório”, afirma. As consultas, no entanto, devem ser obrigatoriamente presenciais. “À distância não pode e nem por Skype”, completa.

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ABORL- CCF EM A ÇÃ O

Conheça mais sobre o Comitê de Eventos da

ABORL-CCF A Associação organiza congressos que são um verdadeiro sucesso

Por Clara Magalhães

I

nicialmente com o objetivo de centralizar a organização dos principais eventos da Associação – o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e, posteriormente, o Combined Meeting –, foi criado o Comitê de Eventos da ABORL-CCF. O comitê é integrado por membros que foram votados durante eleições diretas pelos membros da Associação. Os componentes atuais são: a presidente, Dra. Thais Knoll Ribeiro, o secretário, Dr. André Alencar Araripe Nunes, e os membros Dr. Arthur Menino Castilho, Luciano Rodrigues Neves, Vitor Guo Chen, Camila de Giacomo Carneiro Barros e Dr. Rafael Pontes Ribeiro, além das duas funcionárias locadas na ABORL-CCF, Mônica Lira e Danielle Basstiglia, que auxiliam diretamente os membros nas atividades diárias do comitê. De acordo com Dra. Thais, as principais funções dos membros do comitê são atuar na organização de cursos e congressos da especialidade, com enfoque no Combined Meeting e no Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia (CBO).

Segundo a especialista, por ser presidente do comitê, sua principal atribuição é coordenar a organização dos principais eventos da especialidade, o Combined Meeting, no primeiro semestre, e o CBO no segundo, desde o lado operacional, que inclui o lugar onde será realizado, o número de dias de evento, as datas escolhidas, a disposição e a locação dos estandes, à parte social dos eventos e o auxílio na elaboração da grade científica. “Também atuo na aprovação de eventos que pedem o auxílio da ABORL-CCF para serem executados em todo Brasil, sempre de acordo com normas previstas no estatuto da Associação”, completa.

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Últimas conquistas do Comitê O Manual do Congresso Brasileiro foi aprovado pelo ISO 9000, na versão 2015, e acaba de ser recertificado. Trata-se de uma forma de ter um guia a ser seguido, tornando o evento ainda mais profissional, do ponto de vista operacional.

Dra. Thais afirma que, a cada ano, aumenta o sucesso dos congressos organizados pela ABORL-CCF. “Levamos a Goiânia quase 3 mil participantes em três dias de congresso e um dia de pré-congresso. Em Florianópolis, a perspectiva é de superar esses números e estamos contando com centenas de palestrantes nacionais e internacionais para tornar a grade científica ainda mais atrativa, e desejamos inovar, apresentando cirurgias ao vivo durante o congresso, algo que nunca foi realizado antes pela Associação”, relata.

Planejando o sucesso Para que um evento seja bem-sucedido, a presidente do comitê ressalta que é fundamental haver uma organização eficaz. “Um evento mal organizado e de má qualidade não vai só refletir no próprio evento, como também nos seguintes, implicando, assim, a perda de credibilidade por parte dos organizadores. Ao contrário, um evento bem estruturado vai aumentar a confiabilidade da instituição que o está organizando, irá trazer maior número de participantes aos eventos futuros e, portanto, será considerado bem-sucedido”, define.

Para alcançar o sucesso de qualquer projeto são necessários diversos fatores, e um deles é ter uma equipe aplicada e qualificada. Conforme Dra. Thais, as habilidades necessárias aos membros do comitê são a agilidade nos processos operacionais e nas tomadas de decisão, uma comunicação eficiente, praticidade e, acima de tudo, criatividade para agregar inovações para que os eventos sejam cada vez mais atrativos.

Questionada sobre a possibilidade de garantia de que as atividades planejadas aconteçam conforme o estabelecido inicialmente, durante e após o evento, a presidente do comitê afirma que é um processo longo e complexo. “Quando pensamos na execução de um congresso do porte do CBO, estamos falando de planejamento

“Levamos a Goiânia quase 3 mil participantes em três dias de congresso e um dia de pré-congresso. Em Florianópolis, a perspectiva é de superar esses números” Dra. Thais Knoll Ribeiro

estratégico feito com mais de um ano de antecedência.

Tudo se inicia na escolha da cidade-sede, na garantia de que existam um centro de convenções, malha aérea e hotéis que comportem o tamanho do evento. Checamos a estrutura física – que permita a execução de atividades sociais – e iniciamos o planejamento científico, estabelecendo contato direto com os presidentes das academias e dos departamentos”, descreve.

De acordo com Dra. Thaís, todos os detalhes são checados diversas vezes para que nada saia do cronograma inicial. Segundo a dirigente, trata-se de um trabalho árduo, mas que conta com ajuda profissional de uma empresa terceirizada, em reuniões mensais com o comitê e os membros da diretoria executiva para alinhar todos os ajustes. “Após o evento é hora de colocar na balança os pontos de acerto e de erro e já iniciamos o planejamento do congresso do ano seguinte”, resume.

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INT ERNACIONAL

ABORL-CCF irá receber o IV Congresso da Academia Ibero-Americana e o Congresso Luso-Brasileiro Eventos serão realizados simultaneamente ao 47° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia Por Luan Sicchierolli

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A

cidade de Florianópolis vai sediar, este ano, três grandes eventos da Otorrinolaringologia. A Ilha da Magia irá receber o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, o Congresso Luso-Brasileiro e o IV Congresso da Academia Ibero-Americana. Todos esses eventos vão acontecer simultaneamente no Centrosul, entre os dias 1º e 4 de novembro. Os especialistas brasileiros já estão bastante familiarizados com dois desses eventos: o CBO, que ocorre anualmente e chega a sua 47ª edição, e o IV Congresso Luso-Brasileiro, realizado a cada dois anos e ora é sediado no Brasil, ora em Portugal. No entanto, a grande novidade da programação deste ano é o IV Congresso da Academia-Ibero Americana de Otorrinolaringologia, que acontecerá pela primeira vez no Brasil.

O que difere a Academia Ibero-Americana das outras instituições é o fato de esta ter sido fundada pelas próprias Sociedades que a compõem. A entidade tem por objetivo auxiliar na formação e na complementação educacional dos jovens profissionais, ou seja, os residentes e recém-formados, favorecendo, inclusive, intercâmbios entre os países associados. A realização desse evento simultaneamente ao 47° CBO vai proporcionar uma excelente oportunidade de intercâmbio e de contatos com profissionais, formadores, escolas e educadores dos países europeus da Península Ibérica e dos demais países da América Latina.

Para Dr. Jorge Luiz Roig, professor adjunto da Cátedra de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Asunción (Paraguai), essa troca de conhecimento é muito importante para o crescimento da especialidade. Roig também frisa que as áreas científica e acadêmica devem receber bastante atenção. “Considero muito importante a organização de eventos internacionais e com a mais ampla participação possível de países, mas conservando a qualidade científica e acadêmica como objetivo principal”, salienta o especialista.

Durante o evento, também vai acontecer, pela primeira vez, o fórum Ibero-Latino-Americano, que irá tratar especificamente de assuntos de interesses multilaterais. Em outras palavras, essa será uma oportunidade de divulgação das ações da ABORL-CFF para os países ibéricos e os latino-americanos, fazendo com que o CBO seja atraente para os latino-americanos – e que estes participem de futuras edições –, além de ser um passo importante rumo à internacionalização da ABORL-CFF.

IV Congresso da Academia Ibero-Americana

de Otorrinolaringologia DATA:

de 1º a 4 de novembro de 2017 LOCAL:

Centrosul – Centro de Convenções de Florianópolis ENDEREÇO:

Av. Gov. Gustavo Richard, 850 – Centro, Florianópolis (SC) MAIS INFORMAÇÕES:

<www.aborlccf.org.br>

Tudo isso acontecerá no Centro de Convenções de Florianópolis, o Centrosul. “Optamos por realizar os eventos em Florianópolis, pois achamos que o cenário ideal para atrair o público seria uma cidade praiana, que agrada tanto aos europeus quanto aos latino-americanos. É uma cidade moderna, que tem uma estrutura de turismo estabelecida, além de ser extremamente acolhedora e um destino turístico tradicional no Brasil, principalmente para as populações mais jovens”, avalia Dr. Agrício Crespo, presidente da Academia Ibero-Americana.

Para a presidente da ABORL-CFF, Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, esta é a chance de participar de três eventos imperdíveis. “A grade científica será de alta qualidade, com prestigiados representantes estrangeiros, trazendo atualizações nos tratamentos clínicos e cirúrgicos das várias doenças tratadas pelos especialistas da área e discussões alimentadas pelas controvérsias nos temas mais polêmicos, além do debate sobre aspectos importantes do dia a dia do otorrinolaringologista, como gestão, marketing e cooperativismo. Finalmente, porém não menos importante, peço que aguardem até que revelemos as surpresas que nós, da Associação, juntamente com a Comissão local, presidida por Dr. Fábio Zanini, estamos planejando para recebê-los em Florianópolis”, informa.

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VOX NEWS

VOX NEWS

I FÓRUM MÉDICO JURÍDICO PROFISSIONAL REÚNE A MEDICINA E O DIREITO Evento abordou temas que são pontos de encontro entre as profissões Por Allan Borba

N

o dia 28 de setembro, a Associação Brasileira Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) promoveu o I Fórum Médico Jurídico Profissional, que teve como intuito reunir profissionais das áreas de Medicina e de Direito para discutir a interface de ambos os segmentos e apresentar temas de interesse comuns.

A programação abordou nove temas: Termo de Ciência e Consentimento; Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP); Responsabilidade Civil e Seguro de Responsabilidade; Valorização do Especialista e Fortalecimento das Sociedades de Especialidades; Perícia Médica; Defesa Profissional Médica, nos Âmbitos Cível e Ético-Profissional; Publicidade Médica; Visão Institucional nas

Divulgação ABORL-CCF

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Sociedades de Especialidade Médica; e A Importância Ética Jurídica e Proteção do Ato Médico.

Um dos destaques foi a grande participação dos associados, que gerou embates interessantes. “O Fórum superou nossas expectativas. A sala estava cheia e a plateia participou ativamente. Inclusive, no próximo fórum, deixaremos mais tempo para discussão com o público. Com certeza, foi um evento memorável”, celebrou o presidente do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CFF, Dr. Bruno Rossini.

O principal tópico discutido pelos participantes diz respeito aos riscos trazidos pelas demandas judiciais que os médicos precisam enfrentar no dia a dia da prática clínica. A relevância do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, prontuário eletrônico do paciente, responsabilidade civil médica, publicidade médica e a importância da valorização das sociedades de especialidade foram alguns assuntos tratados durante as discussões.

Interação Direito x Medicina Para Rossini, o diálogo entre as duas áreas é necessário, principalmente pelo recente aumento do

número de médicos processados. “O aumento exponencial da judicialização da Medicina é alarmante.

O número de médicos processados, tanto no âmbito ético-administrativo quanto em demandas judiciais civis e criminais, vem crescendo de forma vertiginosa”, alertou.

O especialista ressaltou, também, a importância de os profissionais da área aprenderem a trabalhar com maior segurança e a lidar com as demandas legais – fatores essenciais para a carreira médica.

ABORL-CFF pós-fórum Rossini afirma que diversos projetos da entidade já estão em andamento. “Pensamos em revisar os termos de consentimento, mostrar a importância do seguro de responsabilidade civil médica para os associados, fomentar a educação quanto à segurança do atendimento e buscar uma conscientização maior dos associados para temas correlatos ao direito médico. São ações que julgo serem fundamentais”, comentou.

ABORL-CCF FINALIZA PRIMEIRO CONSENSO E Recomendações Nacionais em Crianças Traqueostomizadas Documento foi apresentado em evento organizado pela Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica Por Allan Borba

N

o dia 18 de fevereiro, a sede da ABORL-CCF recebeu um evento que marcou a finalização do Primeiro Consenso e Recomendações Nacionais em Crianças Traqueostomizadas. A ocasião foi uma iniciativa da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O documento será publicado no volume 83, número 5, de setembro/outubro de 2017, do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL).

O documento, visto como de grande importância para orientar o acompanhamento dos pacientes que passaram pela traqueostomia, surge motivado pelo aumento do número de crianças traqueostomizadas e a falta de orientação adequada quanto aos riscos e cuidados necessários. A participação de profissionais de diversas áreas no processo também é uma barreira. “Não é infrequente depararmos, no Brasil, com crianças utilizando cânulas

de metais e cirurgiões que realizam traqueostomias e desconhecem, por exemplo, a utilidade da válvula fonatória. Isso precisa ser mudado”, adverte Dra. Melissa Avelino, otorrinolaringologista e professora adjunta da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Documento interdisciplinar A abordagem é objetiva e engloba desde as orientações aos pais do paciente até a prevenção de complicações técnicas, como rolhas e a decanulação acidental. De acordo com Dra. Melissa, o conteúdo interdisciplinar do Consenso fez com que se pensasse em um material mais conciso. “Procuramos deixar o documento mais enxuto para facilitar a leitura não só do médico, mas também de outros profissionais envolvidos no manejo das crianças traqueostomizadas”.

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QUALIDADE DE V ID A

SURFE: esporte sobre as águas A história do otorrinolaringologista que já viajou o mundo com sua prancha Por Bruno Bernardino

O

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também é uma boa desculpa para conhecer lugares diferentes pelo mundo, com cultura e costumes variados”, define. O especialista já esteve em locais como as ilhas de Bali, Java e Sumatra, na Indonésia; Equador, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Perú e México, na América Central e do Sul; e, claro, em diferentes localidades do Brasil.

“Já presenciei até mesmo pessoas surfando em um rio no centro de Munique, mas acho que o lugar mais diferente que visitei para surfar foi o Marrocos”, completa.

A Medicina e o surfe Atualmente, o Brasil tem profissionais de alta performance, que conquistam títulos mundiais. São duas gerações de atletas que encantam o mundo e comprovam que essa é uma atividade forte e séria no país. Crianças, adolescentes, adultos e idosos dividem espaço no mar em suas pranchas por todo o litoral brasileiro. “Gente normal, que trabalha, estuda e que gosta de ficar na água e pegar umas ondas, diferentemente daquela imagem antiga de que o surfista não gostava de trabalhar. Quando conto que sou surfista, meus pacientes entendem que tenho outras atividades além da Medicina, que gosto da natureza e do mar, de praticar esportes e ter uma vida saudável.

E tudo isso tem muito a ver com a Medicina”, define.”

Arquivo pessoal

otorrino Dr. Osmar Neto sempre gostou do mar.

Muito pequeno, levado pelo pai, brincava na água, pegando onda “de peito” e deitado em pranchas pequenas. Nessa época, residia, com a família, na capital de São Paulo, mas escapavam para o litoral por três a quatro meses, todos os anos, o que fortaleceu, no otorrinolaringologista, esse amor pela praia.

Aos 9 anos de idade, após ver um menino um pouco mais velho em pé sobre uma prancha, Dr. Osmar foi desafiado pelo pai a surfar de pé. “Lembro que pensei um pouco e, rápido, vi que a prancha do menino era bem maior que a minha e que aquilo, provavelmente, seria importante para que eu também conseguisse. Era uma prancha de isopor, bem mais comprida que a minha. Disse para meu pai que eu poderia conseguir ficar de pé com uma prancha parecida. No mesmo dia, já estávamos com informações sobre onde conseguir uma daquelas e como transformá-la para ficar mais adequada ao surfe”, relembra.

A familiaridade com o mar e o costume com o movimento das ondas tornaram o aprender a surfar algo muito natural. Por ser o mais velho de quatro irmãos, Dr. Osmar foi o responsável por ensinar e repassar tudo o que havia aprendido aos mais novos e, por isso, destaca que o surfe é um esporte inclusivo, pois qualquer um pode tentar. “É um esporte muito interessante. É saudável e desenvolve o condicionamento físico, tanto em relação ao desempenho aeróbico, quanto ao preparo muscular. Exige equilíbrio e estimula a propriocepção, bem como elasticidade e ritmo. Além disso, põe o praticante em contato com a natureza e permite que você interaja e se preocupe em entender o movimento das marés, das ondulações, dos ventos e até o movimento da areia no fundo da praia, das pedras e recifes de coral. Surfar

Chegou o aplicativo Diário de Alergia!

Oriente seus pacientes a monitorarem o controle dos sintomas da rinite alérgica com este inovador aplicativo.

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JUNHO/2017

MACVIA LR

contre les MAladies Chroniques pour un VIeillissement Actif en LANGUEDOC-ROUSSILLON

ESPECIAL

ALGUMAS AÇÕES DA ABORL-CCF EM

2017

Com o esforço incessante da Diretoria Executiva, dos conselhos Administrativo e Fiscal, dos Comitês, Comissões e Departamentos, com mais de 200 colaboradores, que doam parte de seu tempo para contribuir voluntariamente para a valorização da especialidade, buscamos, com afinco, remunerações justas, melhores condições de trabalho, atualização do conhecimento e a defesa da especialidade.

Você sabia?

BJORL O periódico tem mais de 50% de seus artigos internacionais e, este ano, teve aumento em seu fator de impacto, de 0,730 para 0,822, elevando sua procura como fonte de pesquisa e de citações.

Dados para gráfico:

Ano

Fator de impacto

2013

0,623

2014

0,653

2015

0,730

2016

0,822

COMUNICAÇÃO O número de visitas mensais a nosso site dobrou, saltando para mais de 30 mil acessos. Estamos presentes nas principais redes sociais e, agora, também no Instagram.

Aproveite para nos seguir por lá, também!

O aplicativo da ABORL-CCF agora contempla todo o conteúdo do site, levando informação para nossos associados e para o público leigo em seus dispositivos móveis.

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DEFESA PROFISSIONAL Consultoria contenciosa a todos os associados, além do banco de pareceres; Cursos de orientação e planejamento de carreiras médicas para os associados da ABORL-CCF, com cerca de 5 mil acessos; Criação da Comissão Legislativa, por parte da diretoria, para tratar de projetos de lei referentes a assuntos da área da Saúde.

TÍTULO DE ESPECIALISTA São mais de 30 membros e colaboradores focados na organização de uma das mais conceituadas provas de Títulos de Especialidade Médica; Trabalhamos em um ambiente totalmente informatizado, garantindo total segurança e isonomia.

RESIDÊNCIA E TREINAMENTO Avaliamos, em 2017, diversos serviços de residencia médica. Todas as provas são feitas com as despesas totalmente subsidiadas pela ABORL-CCF, garantindo um padrão aos serviços credenciados; Avaliações em plataforma totalmente informatizada e com critérios rigorosos dos avaliadores.

EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA O portal Educação Médica Continuada é um site que reúne todo o nosso conteúdo referente ao assunto. O associado tem acesso a arquivos e links importantes para a formação médica; O curso UP!, que traz um conteúdo completo sobre os principais assuntos da Otorrinolaringologia, passou dos 600 inscritos. As inscrições encerram no dia 1/12.

EVENTOS E CURSO O Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial vai contar com mais de 2 mil inscritos!

Promovemos o IV Curso Extensivo de Foniatria da ABORL-CCF 2017, com 23 participantes; também tivemos o 1º Curso de Capacitação em Avanço Maxilo-Mandibular para Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, com 63 inscritos.

Além disso, rodamos o Brasil com diversos cursos itinerantes, e tivemos sucesso de público no II Combined Meeting.

ÉTICA E DISCIPLINA Celebramos mais um ano atuando na orientação e prevenção de danos aos associados, em conjunto com a Defesa Profissional e o Departamento Jurídico. Buscamos, sempre, garantir o total sigilo e trabalhar com responsabilidade e disciplina, investigando infrações éticas no exercício da especialidade e indicando e sugerindo medidas cabíveis.

TRATADO A terceira edição do Tratado da ORL será lançada durante o CBO. Serão 185 capítulos atualizados e sintetizados por mais de 250 colaboradores, além de um e-book com informações complementares. Um tratado ainda mais moderno e dinâmico.

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CONDUTA MÉD ICA

Atestado médico:

o que devo saber?

Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

O

atestado médico é regulamentado pelas resoluções CFM nº 1658/2002 e nº 1851/2008, as quais determinam que o médico é o profissional habilitado legalmente para emissão do atestado médico e estabelecem os procedimentos que devem ser observados na elaboração desse documento. Trata-se de um ato médico e tem por finalidade justificar a ausência do empregado ao trabalho ou para fins previdenciários, devendo representar eticamente o atendimento médico prestado ao paciente, pois goza de presunção de veracidade, devendo ser acatado por quem de direito.

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ESQUEMA REPRESENTATIVO DAS FINALIDADES DOS ATESTADOS

ATESTADO MÉDICO

Portador de doença

Atestado de saúde

Falta ao trabalho

Atividade esportiva

Falta à escola

Viagem aérea

Deficiência física

Saúde ocupacional

Atestado de óbito

Viagem aérea

Isenção de IR e outros benefícios

Ao falar de presunção de veracidade, destacamos o trecho do Processo Consulta CFM nº 3222/86: “O atestado médico, portanto, não deve ‘a priori’ ter sua validade recusada porquanto estarão sempre presentes no procedimento do médico que o forneceu a presunção de lisura e perícia técnica, exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na sua elaboração quando então, além da recusa, é acertado requisitar a instauração do competente inquérito policial e, também, a representação ao Conselho Regional de Medicina para instauração do indispensável procedimento administrativo disciplinar”.

O ATESTADO DEVE, OBRIGATORIAMENTE: • Ser emitido por profissional médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina;

• Em receituário próprio; • Sem rasuras; • Em letra legível; • Com data do efetivo atendimento; • Atestar o ato médico, respeitando os princípios éticos e sigilo profissional; • Ter nome e assinatura do médico.

Em síntese, o atestado é parte do ato médico, direito inalienável do paciente, dever do profissional da área e documento dotado de fé pública e presunção de veracidade. Portanto, o Departamento Jurídico da ABORL-CCF recomenda que o atestado médico seja tratado como documento de extrema importância, ainda que possa representar prática corriqueira no exercício profissional.

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EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

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SÍNDROME da Terceira Janela Por Dr. Roberto D. Angeli Médico otorrinolaringologista da Clínica Lavinsky, em Porto Alegre (RS); mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); professor-assistente do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) em Canoas (RS)

A

síndrome da deiscência do canal semicircular superior (SDCSS), ou síndrome da terceira janela, caracteriza-se por uma constelação de sintomas vestibulares e auditivos decorrentes dos efeitos da variação da pressão intracraniana ou da orelha média na mecânica dos fluídos labirínticos. Pacientes com essa condição apresentam uma falha na cobertura óssea do canal semicircular superior junto à fossa crânica média. Desde a descrição original da doença, em 1998, por Minor et al.1, a fisiopatologia da SDCSS tem sido elucidada e o manejo cirúrgico tornou-se uma realidade em centros de referência.

Sua prevalência na população ainda é desconhecida. Contudo, em uma amostra de mil ossos temporais, Crane et al. identificaram a deiscência do canal semicircular superior em 0,5% das peças2, fornecendo uma possível estimativa.

A presença das janelas oval e redonda limita a movimentação da perilinfa em resposta ao som apenas no

nível do labirinto coclear. A existência da terceira janela dissipa parte dessa onda mecânica ao labirinto vestibular. Assim, os indivíduos acometidos apresentam vertigem de curta duração e nistagmo em resposta a sons intensos (fenômeno de Túlio) ou por pressão no conduto auditivo externo (sinal de Hennebert). Sintomas vestibulares também podem ocorrer por tosse ou qualquer esforço que altere a pressão intracraniana.

Os sintomas auditivos incluem zumbido pulsátil, autofonia e hiperacusia para sons transmissíveis pela via óssea, como o próprio pulso, o impacto do pé no solo e, mesmo, movimentos oculares. A audiometria tonal revela uma perda condutiva em baixas frequentes. Os limiares de condução óssea frequentemente são menores que 0dB. A pesquisa dos potenciais miogênicos vestibulares evocados (VEMP) geralmente demonstra uma diminuição dos limiares, que se encontram entre 80dBNPS ou 90dBNPS, ou seja, de 20dB a 30dB menos que em orelhas normais3.

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EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

O principal diagnóstico diferencial da SDCSS é a otosclerose. Ambas as condições apresentam perda auditiva condutiva em graves em indivíduos adultos com otoscopia normal4. Pacientes com SDCSS, entretanto, incluem hiperacusia condutiva e, geralmente, têm o reflexo acústico presente, ao contrário do que se observa na otosclerose. Além disso, sintomas vestibulares são muito mais prevalentes na SDCSS. A tomografia computadorizada (TC) costuma esclarecer o diagnóstico nesses casos5. Já na doença de Menière, a vertigem costuma ser severa e duradoura, e uma boa história clínica é suficiente para distinguir as duas condições. Pacientes com tuba auditiva patente desenvolvem autofonia a sons da própria respiração; uma história clínica bem coletada e exames subsidiários também conseguem estabelecer o diagnóstico. Já a perda auditiva vista nas fístulas perilinfáticas tem características sensorioneurais.

O diagnóstico diferencial mais difícil talvez seja a migrânea vestibular, principalmente em indivíduos com deiscência pouco aparente na TC e sintomas pouco específicos. Ambas as situações podem apresentar hipersensibilidade a sons e instabilidade contínua.

A indicação cirúrgica deve ser proposta individualmente, considerando-se a intensidade das queixas e as taxas previstas de resolução. A técnica cirúrgica padrão é o fechamento da deiscência por meio de uma abordagem pela fossa crânica média. Vários estudos têm

demonstrado taxas elevadas de melhora ou resolução da maioria dos sintomas auditivos e vestibulares, como autofonia, zumbido e vertigem induzida por som ou pressão na orelha média6,7. Esse procedimento pode causar, entretanto, potenciais complicações, como fístula liquórica e hematoma intracraniano ou, mesmo, perda auditiva sensorioneural3,6.

Recentemente, uma nova técnica cirúrgica foi proposta e envolve o reforço do nicho ósseo da janela redonda com materiais como fáscia temporal, pericôndrio e cartilagem tragal ou gordura, entre outros8. O objetivo é reduzir o efeito das variações de pressão intracraniana nos fluídos vestibulares. Apenas 19 pacientes foram avaliados, o que dificulta uma análise definitiva. Entretanto, respostas positivas e estatisticamente significativas foram registradas em praticamente todos os desfechos: autofonia, hiperacusia condutiva, zumbido pulsátil, tontura desencadeada por esforço ou sons elevados e instabilidade. Apenas a perda auditiva não foi significativamente modificada após a intervenção.

Por ser um procedimento de menor complexidade, com a exposição tecnicamente acessível à maioria dos otologistas e com resultados promissores, é possível que o reforço da janela redonda possa, em pouco tempo, assumir uma posição de protagonismo na cirurgia da síndrome da terceira janela.

Referências 1. Minor LB, Solomon D, Zinreich JS et al. Sound- and/or pressure-induced vertigo due to bone dehiscence of the superior semicircular canal. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1998;124:249-58.

2. Carly JP, Minor LB, Nager GT. Dehiscence or thinning of bone overlying the superior semicircular canal in a temporal bone survey. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2000;126:137-47.

3. Crane BT, Carey JP, Minor LB. Superior semicircular canal dehiscence syndrome. In: Brackmann DE, Shelton C, Arriaga MA. Otologic Surgery. 3 ed. Philadelphia (PA): Saunders; 2010.

4. Halmagyi GM, Aw ST, McGarvie LA et al. Superior semicircular canal dehiscence simulating otosclerosis. J Laryngol Otol.

2003;117:553-7.

5. Teszler CB, Daval M, Altabaa K et al. Computed tomography-based workup of conductive hearing loss with normal middle ear: don’t forget superior semicircular canal dehiscence. Int Tinnitus J. 2008;14:53-6.

6. Chung LK, Ung N, Spasic M et al. Clinical outcomes of middle fossa craniotomy for superior semicircular canal dehiscence repair. J Neurosurg. 2016;125:1187-93.

7. Thomeer H, Bonnard D, Castetbon V et al. Long-term results of middle fossa plugging of superior semicircular canal dehiscences: clinically and instrumentally demonstrated efficiency in a retrospective series of 16 ears. Eur Arch Otorhinolaryngol.

2016;273:1689-96.

8. Silverstein H, Kartush JM, Parnes LS et al. Round window reinforcement for superior semicircular canal dehiscence: a retrospective multi-center case series. Am J Otolaryngol. 2014;35:286-93.

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O Q UE DI Z A LEI

A responsabilidade civil

nas questões cirúrgicas (parte II) O papel da perícia, empresas de proteção à responsabilidade médica e orientação legal Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

N

ão obstante a relevância da figura e da condução do advogado nas questões ligadas à responsabilidade médica e sua orientação legal, outras figuras significativas devem ser pronunciadas, como os peritos assistente e judicial e as empresas de proteção à responsabilidade médica.

O papel da perícia é incontroverso. Não há como prosperar a tradução de um cenário altamente técnico e científico ao magistrado e assessores sem a justa discussão entre os corpos clínico e técnico, por meio de peritos designados e apresentados pelas partes envolvidas para esclarecer questões fundamentais ao desenvolvimento e à busca da culpa ou da inocência.

O Direito é uma ciência humana, então, precisa que seus profissionais tenham um bom conhecimento do que é o ser humano em sua totalidade. Logo, não lhes é necessário possuir o saber de um profissional da área médica, mas é preciso que conheçam as bases daquela unidade. Justamente por essa razão, o Direito não é um campo de estudo autossuficiente, então, seu estudioso tem que deter conhecimentos, pelo menos superficiais, acerca das Ciências que o influenciam e nele se refletem.

Por ser a perícia meio de prova, tanto no processo judicial como no administrativo, o advogado deve buscar auxílios mínimos acerca de tal matéria, a fim de compreender o espírito das normas e bem gerir sua aplicação, o que justifica a importância da figura do perito em Medicina Legal e perícias médicas.

Empresas de proteção à responsabilidade médica As empresas de proteção pecuniária de responsabilidade civil médica têm seu mérito. Não quando exprimem pesquisas de condenações e demografia judicial nefastas ao médico, mas quando desempenham o papel de uma das engrenagens do conjunto que protege o médico associado, e, antes de qualquer pagamento em juízo, por causa de decisões de culpa ou dolo contra o

profissional da Medicina, tentam mitigar, via equipe jurídica qualificada, as chances de livrar de uma condenação o médico, nas esferas administrativa ou judicial.

Assim, as empresas de proteção e responsabilidade civil para médicos exercem papel técnico com conhecimento acima da média, preparando um cenário de segurança maior para o exercício da atividade cirúrgica, valorizando o papel do médico com título de especialista e contribuindo para a diminuição dos julgados contra a comunidade médica.

O médico, portanto, deve discernir que, na atividade cirúrgica, as chances de resultados inesperados ou que levem à inflexão de resultado entre médico-paciente existem na esfera legal, mas sem embargos a outras esferas, como o escrutínio que o profissional pode sofrer junto aos conselhos regionais de Medicina ou dentro de sua área de especialidade via departamento de ética e valorização profissional.

Orientação legal A existência do profissional de Direito especialista ou de mecanismos que possam evitar prejuízos profissionais e pecuniários aos médicos é bem-vinda e cria um cenário protetivo de caráter consultivo. Por isso, as orientações legais e paralegais são indispensáveis para a segurança jurídica do médico associado, gerando um ambiente de consulta e prevenção, por meio do Programa de Extensão Jurídica ao Associado, que tem relação com os mecanismos de manuseio dos documentos e vivências protagonistas da relação médico-paciente.

Estamos certos de que a correta utilização desse modal oferecido pela ABORL-CCF aumenta as possibilidades de sucesso do médico que precisar responder na esfera administrativa ou na judicial.

Convidamos você a conhecer o Programa de Extensão Jurídica ao Associado ABORL-CCF e a beneficiar-se dessa importante ferramenta associativa. O Departamento Jurídico está à total disposição do associado.

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HumORL

Sangramento

E

m serviços de urgência otorrinolaringológica, nos quadros de sangramento nasal, é comum utilizar-se, sob pressão, pequenos balonetes de borracha preenchidos com gaze ou com algodão colocados na narina que está em piores condições, para, com isso, diminuir ou suspender a hemorragia, enquanto é providenciado um tratamento específico mais condizente para o quadro. Trata-se de uma rápida atitude que proporciona soluções imediatas no auxílio a tratamentos mais complexos.

Em locais de difícil acesso ou quando há movimento em ambulatórios de emergência, uma solução óbvia seria o uso do preservativo masculino, a conhecida “camisinha”, que se encaixa com facilidade quando preenchida com algodão.

Pois vai que um gauchão, daqueles que usam botas de cano longo e lenço colorado no pescoço, que são mais grossos que dedão destroncado, foi surpreendido por uma epistaxe no andamento de uma hipertensão arterial e foi obrigado a encaminhar-se a um serviço de urgência. O colega plantonista examinou e resolveu estancar a hemorragia na base do preservativo. Cumpridos os trâmites, encaminhou o paciente ao serviço de Cardiologia da clínica. Quando se viu frente ao segundo médico, o paciente soltou o verbo: - Que vergonha doutor. Nunca mais voltarei aqui!

- Mas, por quê? - o médico não estava entendendo...

- O senhor não viu nada?

- Não.

Cheio de lamúrias, o paciente desabafou: - Estou com 60 anos e nunca havia passado por uma situação dessas...

- Mas... - balbuciou o colega - Qual situação?

- O senhor não viu? Colocaram-me uma camisinha, doutor! E o que é pior: para maltratar, colocaram no nariz!

Por José Seligman 42 | VOX Otorrino

Florianópolis

01 a 04 de Novembro de 2017

9º Congresso Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia

IV Congresso da Academia Iberoamericana de Otorrinolaringologia

Transmissão de Cirurgias ao Vivo e outros Procedimentos durante o

47º CBO! Plástica

Medicina do Sono

Rinoplastia José Juan Montes Brachinni

Sonoendoscopia Daniel Salgado Kupper

ORL Pediátrica

Rinologia Polipose Nasossinusal Aldo Cassol Stamm

Otologia Timpanoplatia Endoscópica José Ricardo Gurgel Testa

Endoscopias de Vias Aéreas: Laringotraqueoscopias Flexíveis e Rígidas Melissa Amelotti Gomes Avelino Rebecca Christina K. Maunsell

Laringologia Microcirurgia de laringe Domingos Hiroshi Tsuji

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