Revista Vox Otorrino Nº 152

Edição 152 | Ano XXII | www.aborlccf.org.br

I Combined Meeting traz, de forma inédita, Otologia, Otoneurologia e Foniatria no mesmo evento Confira porquê o 46º CBO será o mais internacional de todos os tempos

Quando ser otorrino

vai além da prática e da vocação e rima com o toque feminino Desvendamos as trajetórias e ouvimos as histórias de quatro doutoras que nos revelaram seus sonhos, aptidões e de onde, afinal, veio a vocação para a Otorrinolaringologia Gestão e Carreira: os desafios do médico ao estar no lugar do paciente

Conquistas: ABORL-CCF: firma sua posição de zeladora dos interesses da classe médica

Informações e Inscrições

www.aborlccf.org.br/ICombined

Mensagem do

PRESIDENTE Domingos Hiroshi Tsuji

Caro (a) associado (a), O mês de março marca uma ocasião importante, que celebra os direitos e conquistas das mulheres de todo o mundo. Com isso, nada mais natural do que dedicar a matéria de capa desta edição àquelas que, com sua sensibilidade e dinamismo, dão à Otorrinolaringologia um toque literalmente feminino.

Você irá conhecer um pouco da vida pessoal e das trajetórias de quatro profissionais que fazem a diferença no dia a dia da ABORL-CCF. Apaixonadas pelo que fazem, e com uma dedicação digna de mérito, elas representam, com propriedade e brilhantismo, não só as associadas da ABORL-CCF, mas também todas as mulheres que optaram pelos desafios que a carreira médica proporciona.

Suas inspiradoras histórias nos mostram que é possível conciliar família e trabalho, sobretudo quando a Medicina e a maternidade estão em pauta. Cada uma delas, à sua maneira, deu o melhor de si em todos os campos, o que mostra não seus diferenciais como seres humanos, mas também uma capacidade que é inata à mulher: a versatilidade.

Parabéns a você, mulher, que fez e faz da nossa especialidade a sua razão profissional. E parabéns em dobro a você que faz com que a Medicina praticada no Brasil tenha brilho e reconhecimento nos quatro cantos do mundo.

A Otorrinolaringologia brasileira agradece e aplaude de pé a você, mulher!

Um grande abraço para todos.

Dr. Domingos Hiroshi Tsuji Presidente ABORL-CCF

Diretoria 2016

100 95 75

Presidente Dr. Domingos Tsuji - São Paulo (SP)

Diretora Tesoureira Adjunta Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP)

Comitê de Comunicação Dr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

Primeiro Vice-Presidente Dra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP)

Diretor Executivo Carlos Roberto da Silva - São Paulo (SP)

Comitê BJORL Dra. Mariana de Carvalho Leal Gouveia - Recife (PE)

Assessor Dr. Paulo Sergio Lins Perazzo - Salvador (BA)

Comitê de Educação Médica Continuada Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP)

Assessor Dr. Thiago F. Pinto Bezerra - Recife (PE)

Comitê de Ética e Disciplina Dr. Ivan Dieb Miziara - São Paulo (SP)

Assessora Dra. Roberta B. Noer Pilla - São Paulo (SP)

Comitê de Residência e Treinamento Dr. Geraldo Pereira Jotz - Porto Alegre (RS)

Segunda Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP)

25

Diretor Tesoureiro Dr. Fabrizio Ricci Romano - São Paulo (SP)

5

Diretor-Secretário Adjunto Dr. Edwin Tamashiro - São Paulo (SP)

0

PRESIDENTES DOS COMITÊS

Comitê de Título de Especialista Dr. Fernando Veiga Angelico Jr - São Paulo (SP)

Comitê de Eventos e Cursos Dr. Jose Antonio Patrocinio - Uberlândia (MG)

Comitê Defesa Profissional Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba (PR)

5 Carta ao leitor 6 Páginas azuis: Empreendedorismo na carreira médica: como ter sucesso?

10 Agenda de eventos 12 O melhor de todos os tempos: O mais internacional de todos os tempos 16 Gestão e carreira: Quando o médico se torna paciente 20 Capa: Quando ser otorrino vai além da prática e da vocação e rima com o toque feminino

26 Conquistas: ABORL-CCF se consolida como o braço político dos otorrinos brasileiros 30 Gestão em prática: Hospital de Câncer de Barretos: um exemplo de excelência, inovação e de amor ao próximo 32 VOX News 34 Conduta médica: Médicos x operadoras de saúde: uma queda de braço histórica 37 Qualidade de vida: Qual o próximo destino?

38 Educação continuada: Válvula nasal 41 Internacional: Rio de Janeiro é palco do 8º Congresso Mundial de Cirurgia Plástica Facial 42 HumORL

EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Um novo ano para a Otorrinolaringologia

Allex Ogawa Presidente da Comissão de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Domingos Tsuji

Comissão de Comunicações: Allex Itar Ogawa Edilson Zancanella Gustavo Polacow Korn Ingrid Helena Lopes de Oliveira João Vianney Brito de Oliveira Marcelo Ribeiro de T. Piza Marco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy Ricardo Landini Lutaif Dolci

Assessora de Mídia da ABORL-CCF: Adriana Santos/MTB: 33.813-SP

Editora-chefe: Mariana Moreira/MTB: 35.038-RJ

Reportagem:

Bruno Bernardino, Carol Herling e Paula Netto

Revisores Adriano Bastos e Leonardo de Paula

Fotos:

ABORL-CCF, arquivo pessoal, divulgação e Juan Cogo

Diagramação:

Danielle V. Cardoso e Douglas Almeida

Gerente de relacionamento: Valeska Vidal

Produção:

M

uitos leitores foram surpreendidos na primeira edição da VOX Otorrino 2016 com a reportagem sobre o aumento de porte em 80 procedimentos da CBHPM. Recebemos um feedback muito positivo que mostra o interesse dos nossos associados pela luta de melhores honorários.

Trata-se de um caminho árduo e que vem sendo percorrido pelo Comitê de Defesa Profissional de forma muito competente. Nesta edição, serão retratados os últimos passos dados pela ABORL-CCF: a representação no Conselho Deliberativo da AMB e a filiação das entidades regionais junto à ABORL-CCF – a união faz a força!

Apresentamos o segundo episódio da série O melhor de todos os tempos, com as novidades da programação científica do nosso 46º Congresso Brasileiro. Serão sete convidados internacionais para o evento! Entre no site <www.46cbo.com. br>, inscreva-se antecipadamente com desconto e programe-se (hotéis e turismo local) para viajar com sua família. Destaque também para a nossa matéria principal que homenageia todas as otorrinolaringologistas brasileiras, apresentando a trajetória de quatro delas.

Na área de gestão, as dicas de gerenciamento de consultório são dadas nas Páginas azuis pelo anestesiologista Roberto Rocha e, na seção Gestão em prática, o sucesso administrativo do Hospital de Câncer de Barretos, que encontrou a solução para os gastos de R$17 milhões mensais através da busca ativa de doações para o hospital.

Chegamos à segunda edição da VOX Otorrino 2016 com várias novidades para os associados. Recebi muitas sugestões e críticas nesse pequeno espaço de tempo. Volto a reiterar que o Comitê de Comunicações está aberto para sugestões e críticas. Mande a sua história para gente!

Boa leitura!

DOC Content Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade: Bimestral

Tiragem: 6.500 exemplares

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios?

Fale conosco: voxotorrino@aborlccf.org.br

PÁGINAS AZUIS

Empreendedorismo

na carreira médica: como ter sucesso?

O Dr. Roberto Rocha, anestesiologista, dá dicas de como gerenciar o próprio consultório a fim de alavancar a carreira

Por Paula Netto | Foto:

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mpreender faz parte do dia a dia de diversas profissões. No caso da Medicina, não é diferente. Se antes, ser médico se restringia ao papel de salvar vidas e pacientes eram tratados como doentes em busca de cura, hoje a situação é outra. O médico atua 6 | VOX Otorrino

também como um prestador de serviço para pacientes-clientes cada vez mais exigentes. Diante disso, como empreender e lidar com as necessidades do mercado?

Para esclarecer o tema, entrevistamos o Dr. Roberto Rocha, anestesiologista e especialista no tratamento de

dores e dono de um site onde apresenta ao público informações sobre a especialidade. Com mais de 15 anos de estrada, o doutor dá dicas de como usar o empreendedorismo na carreira médica.

VOX - Como surgiu a ideia de criar um site para apresentar informações sobre tratamento de dores ao público?

Roberto Rocha – O objetivo era divulgar uma especialidade pouco conhecida até então, que é o tratamento das dores, sintomas vitais para o ser humano. Quando eu o criei, não se sabia muito sobre o assunto. Inclusive vários pacientes me relatavam no consultório que não tinham noção de que existia um médico especialista em dor. Minha intenção foi alertar para a existência e a importância da especialidade. O site é bastante informativo, didático, instrutivo. Através das informações disponíveis lá, procuro favorecer os pacientes, seus familiares e outras pessoas em geral, levando-os a entender um pouco mais suas próprias dores e procurar atendimento na região em que vivem, tendo a consciência de que a especialidade existe em todo lugar.

“É preciso entender que não estamos ali no consultório só para receitar remédios baseados em sintomas, e que existem aspectos emocionais envolvidos. É preciso investir no paciente e sentir o que ele necessita, para, aí, sim, fazer a “posologia” mais apropriada, que muitas vezes não depende somente da medicação”

Dr. Roberto Rocha

VOX - Há quanto tempo o senhor empreende na área médica?

RR - Eu acho que desde quando saímos da faculdade e começamos a trabalhar, de forma mais discreta ou não, existe o objetivo de empreendedorismo, qualquer que seja o ambiente em que o médico vá trabalhar. Desde que eu terminei minha residência, já tinha interesse em atuar em centros cirúrgicos, pesquisas e também consultório. Então eu procurei os meios para desenvolver esse lado de atendimento, assistência e pesquisa, para que minha carreira alavancasse a partir daí.

VOX - Qual é o primeiro passo para um médico empreender na carreira?

RR - Acredito que o principal é investir numa formação sólida. A partir daí, tudo o que acontece depois é consequência. A formação sólida nos permite desenvolver qualquer aspecto da Medicina, inclusive do ponto de vista comercial. Investir na carreira médica por meio dos estudos e atualização constante é importante. Assim, é VOX Otorrino | 7

PÁGINAS AZUIS

possível ter competência para atender bem os clientes. Fazer contatos também é outro fator. Isso ajuda a manter um consultório movimentado e faz com que ele cresça.

VOX - Quais cuidados o médico deve ter na hora de empreender?

RR - O principal cuidado ao iniciar a carreira empreendedora é controlar a ansiedade. É normal que o médico sinta vontade de atender ao maior número de pacientes, mas é preciso ter cautela. Um dos pontos centrais é atender os pacientes de maneira mais próxima, entendendo o que ele precisa. Muitas vezes, a pessoa vai ao consultório não só para encontrar a solução das suas queixas, mas também procurando outro tipo de conforto. O alívio da dor não é o suficiente neste caso. O paciente tem um problema muito maior e nós, médicos, devemos ter essa percepção. É claro que, para observar isso, é necessário que o profissional tenha uma experiência maior. Pode parecer contraditório, mas o médico precisa trabalhar essa percepção desde o início, tendo um cuidado especial com o paciente. É preciso entender que não estamos ali no consultório só para receitar remédios baseados em sintomas, e que existem aspectos emocionais envolvidos. É preciso investir no paciente e sentir o que ele necessita, para, aí, sim, fazer 8 | VOX Otorrino

a “posologia” mais apropriada, que muitas vezes não depende somente da medicação.

VOX - Ao empreender, o médico também assume a função de administrador de um negócio. Como é possível conciliar as duas funções?

RR - Não é fácil conciliar. O médico precisa se desdobrar, estudar sobre o assunto, entender um pouco de economia, finanças, mercado, entre outras coisas. As coisas ficam muito mais difíceis porque, infelizmente, não temos nenhuma matéria na faculdade que aborde aspectos como gerenciar o próprio consultório, a carreira e como lidar com o paciente para tê-lo, no futuro, como um cliente buscando um serviço. Não temos esse tipo de informação, mas é importante correr atrás.

A gente carece desse tipo de abordagem cada vez mais, pois o mercado exige isso. Essa formação é necessária.

Só ter ideais e boas intenções não são o suficiente para manter um consultório. Isso precisa ser mais conceituado durante a formação dos médicos.

VOX - O que é necessário para a boa gestão de um consultório?

RR - A gestão envolve diversos aspectos, desde o momento em que o paciente estaciona o carro para entrar no consultório, por exemplo, até o momento em que

ele vai embora, e assim por diante. O paciente torna-se um cliente que procura por serviço de qualidade.

Ele quer não só uma consulta de excelência, mas também todas as etapas do serviço, já que está pagando por isso. Por isso é importante escolher uma secretária com boa postura profissional e que seja agradável com o paciente. O consultório também precisa ter uma boa imagem, higiene, um espaço confortável para a espera e boa sala de atendimento. Tudo precisa ser pensado de maneira cuidadosa para propiciar a melhor experiência possível ao paciente.

VOX - De que forma o médico pode identificar novas oportunidades no mercado?

RR - As oportunidades aparecem à medida que o médico tem contato mais próximo com os pacientes e identifica suas necessidades. Envolve, mais uma vez, a formação sólida, pois quanto mais conhecedor da área em que atua, melhor o médico entenderá as necessidades do paciente e as alternativas para tratá-lo. É preciso estar antenado ao dia a dia dele e da sociedade como um todo, identificando o que eles precisam. O médico precisa se adaptar a cada cenário que surge.

Fazer parcerias com outros consultórios é interessante também porque traz a oportunidade de se especializar em outras áreas. Por exemplo, se o médico da área de

Anestesiologia estabelece parceria com um consultório oncológico, vai ter mais pacientes com dores oncológicas, então é bom, para o médico e para o paciente, que aquele se especialize nessa área.

VOX - Os médicos estão empreendendo mais atualmente?

RR – Sim. O mercado está cada vez mais competitivo.

Atualmente é quase uma obrigação empreender. Ou o médico faz isso ou acaba não tendo sucesso na carreira.

Se o médico planeja desenvolver um consultório particular, tem que buscar um atendimento diferenciado, caso contrário, não sobrevive dentro do mercado competitivo. Sem dúvida, empreender é uma forma de alavancar a carreira e, futuramente, talvez seja a única opção de sobrevivência. Entretanto, se não houver visão profissional desde o início, simplesmente não terá sucesso. O médico não vai conseguir ser visto no mercado, logo o cliente não chegará até ele. Não é possível menosprezar o lado empreendedor da profissão. Muitos médicos acham que isso não é necessário, que nosso papel é salvar vidas e aprender sobre doenças, mas a visão empreendedora é tão importante quanto a formação em Medicina. Não adianta ter uma formação excelente se o médico não consegue criar o ambiente para transmitir isso. Sem uma visão associada ao empreendedorismo, o médico não conseguirá espaço para desenvolver sua profissão.

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AGENDA DE EVE NTO S

RIO DE JANEIRO 8th World Congress of Facial Plastic Surgery – Faces of the World

2016

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m sua oitava edição, o Congresso Mundial de Cirurgia Plástica Facial (World Congress of Facial Plastic Surgery) terá como sede a cidade do Rio de Janeiro e será realizado entre os dias 11 a 14 de maio. Por estar marcado para dois meses antes dos Jogos Olímpicos, a cidade estará bastante movimentada. Para o presidente do Congresso, Dr. Jose Antonio Patrocínio, essa é a oportunidade para fazer o melhor evento que já houve de Plástica da Face.

Com a cara do Brasil, o congresso traz o lema Faces of the World (Faces do Mundo, em tradução livre), traduzindo a multiplicidade étnica do país, com faces do mundo inteiro circulando pelo Rio de Janeiro.

Dentre os principais tópicos a serem abordados no evento, estão: rinoplastia; envelhecimento facial cirúrgico; envelhecimento facial não cirúrgico; reconstrução; lifting; laser; fillers; lipoinjection; implantes; fraturas faciais; e cirurgia ortognática.

ANOTE NA AGENDA! 11 a 14 de maio de 2016 8th World Congress of Facial Plastic Surgery – Faces of the World Coordenação: Dr. José Antonio Patrocínio Local: Hotel Sheraton Rio – Rio de Janeiro/ RJ Informações: (11) 5053-7502 Site: <www.aborlccf.org.br/facialplastic2016>

“Nossa meta é suplantar o sucesso que foram os eventos de Roma e Nova Iorque. Vai ser difícil, mas imbuídos do nosso melhor propósito, estamos todos de mãos dadas, trabalhando com essa finalidade” Dr. Jose Antonio Patrocínio 10 | VOX Otorrino

SÃO PAULO Combined Meeting ABORL-CCF/ Four Otology

2016

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ão Paulo sediará, entre os dias 3 e 5 de junho, o I Combined Meeting da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

De acordo com o presidente da ABORL-CCF, Dr. Domingos Hiroshi Tsuji, essa é a primeira vez que eles promovem um evento que reúne três subespecialidades da Otorrinolaringologia em um único local, com programação científica altamente qualificada. São elas: Otologia, Otoneurologia e Foniatria.

O evento terá temas como: a otosclerose, colesteatoma, paralisia de Bell, otite externa necrotizante, implantes cocleares, próteses auditivas (como próteses ancoradas do osso, bone bridge, Carina sound bridge vibrant e próteses auditivas em bebês, crianças e idosos), cirurgia otológica endoscópica, surdez, otite crônica não colesteatomatosa, tumores e doenças congênitas.

Os palestrantes internacionais já confirmados são o Dr. Thomas Lenarz, da Alemanha e Sujana S. Chandrasekhar, dos Estados Unidos.

ANOTE NA AGENDA! 3 a 5 de junho de 2016 Combined Meeting ABORL-CCF/ Four Otology 2016 Coordenação: ABORL-CCF Local: Centro Fecomércio de Eventos – São Paulo/ SP Informações: (11) 5053-7503 Site: <http://aborlccf.org.br/ ICombined/> E-mail: <eventos@aborlccf.org.br>

GOIÂNIA 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

2016

ANOTE NA AGENDA! 2 a 5 de novembro de 2016 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial Coordenação: ABORL-CCF Local: Centro de Convenções de Goiânia – Goiânia/ GO Informações: (11) 5053-7503 Site: <www.aborlccf.org.br/46cbo> E-mail: <eventos@aborlccf.org.br>

Acesse o QR Code para conferir a lista completa de eventos no site da ABORL-CFF

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O MELHOR DE TO D O S O S TE M P O S

O mais internacional de todos os tempos O que esperar do 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial

Por Bruno Bernardino

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torrinolaringologistas de todo o mundo vão se reunir, entre os dias 2 e 5 de novembro, na região conhecida como o coração do Brasil, Goiânia (GO), para o 46º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Em março, no dia 11, os presidentes e representantes das cinco academias da ABORL-CCF se reuniram na sede da instituição e finalizaram a grade científica do evento. O encontro presencial e inédito recebeu o nome de Dia do Programa. Segundo o presidente da ABORL-CCF, o Dr. Domingos Hiroshi Tsuji, é atribuição das diferentes academias que formam a Associação, dentro 12 | VOX Otorrino

dos respectivos conhecimentos das subespecialidades, gerar a grade científica do congresso.

O 46º CBO foi dividido em diferentes sessões, com temáticas de relevância para os médicos da área. Criadas e desenvolvidas pela ABORL-CCF, as sessões terão como convidados especiais: três expoentes da Otorrinolaringologia brasileira, que apresentarão palestras sobre carreira, e três painéis com renomados otorrinolaringologistas que apresentarão e debaterão sobre gestão, marketing e carreira médica. Veja abaixo os palestrantes e as temáticas abordadas e também os painéis em que ocorrerão debates:

Destaques nacionais

Hospital São Carlos de Fortaleza: Wilson Meirelles Hospital Flávio Santos/Teresina: Flávio Carvalho Santos

Dr. Aldo Eden Cassol Stamm Desafios que enfrentei para ser reconhecido como cirurgião de base de crânio / Histórias de Sucesso Empresarial

Destaques internacionais

Dr. Ricardo Ferreira Bento Quais conselhos daria se meu filho fosse um jovem otorrino?

Para o 46º CBO, a ABORL-CCF convidou palestrantes internacionais que abordarão assuntos pertinentes à área, sendo eles:

Dr. Paulo Augusto de Lima Pontes O que foi importante na minha vida para ter êxito na profissão? O que faria e não faria de novo?

Painéis: O que fazer após o Título de Especialista?

Moderador: Ronaldo Frizzarini Será que vale a pena fazer: fellow de Especialização?

Fabrizio Ricci Romano Pós-Graduação?

Luiz Ubirajara Sennes Estágio no exterior?

Edwin Tamashiro Estágio no exterior como observador?

Geraldo Druck Sant'anna Preceptoria de residentes?

Henrique Faria Ramos Opções de Emprego Moderadora: Eulália Sakano Será que vale a pena investir em: consultório com convênio?

Jamal Sobhi Azzam Consultório só de particulares?

Silvio da Silva Caldas Neto Emprego em Indústria Farmacêutica?

Daniela Carlini Carreira 100% acadêmico-universitária?

Wilma Terezinha Anselmo Lima Clínica privada com outros colegas?

Alexandre Médicis da Silveira Projetos de hospitais e clínicas otorrinolaringológicas que deram certo Hospital Otorrinus de Feira de Santana Washington Luiz de Cerqueira Almeida

Dr. Markus Hess - formado pela Universidade de Meinz, na Alemanha, é membro de sociedades europeias de Otorrinolaringologia. Ele falará sobre a biomecânica da cartilagem aritenoide, dará dicas e truques para aumento da prega vocal e apresentará um novo conceito para medialização da prega vocal simples.

Dr. Koichiro Saitoh - abordará a fonocirurgia em consultório e a papilomatose laríngea.

Segundo o Dr. Luciano Rodrigues Neves, que participou do convite ao Dr. Markus, ambos foram escolhidos por serem formadores de opinião e produtores de pesquisas importantes na área. Segundo o Dr. Neves, eles ficaram lisonjeados em participar do evento, em especial pela importância da ABORL-CCF. Dr. Miguel Arístegui - formado pela Universidade Complutense de Madri, discorrerá sobre o manejo cirúrgico de Schwannomas Vestibular. Abordará a técnica, indicações e resultados da petrosectomia subtotal, falará sobre implantes cocleares em casos difíceis e colesteatoma petroso. Segundo o Dr. Ricardo Gurgel Testa, que o convidou, o Dr. Arístegui, que mora e trabalha em Madri, possui um extenso currículo em Otologia.

Dr. Diego Preciado – irá tratar de vários assuntos da Otorrino-Pediatria, como hipoacusia congênita: avanços genéticos, implantes cocleares em crianças, técnicas de reconstrução laringotraqueal, além de participar de mesas como otite média crônica colesteatomatosa na população pediátrica. Ele foi convidado pela Dra. Melissa Avelino e é um otorrino-pediatra, professor associado da Universidade de George Washington, com atuação ativa em desordens das vias aéreas pediátricas, perdas auditivas congênitas, doenças da orelha média, rinossinusites crônicas e insuficiência velofaríngea.

VOX Otorrino | 13

Pror

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O MELHOR DE TO D O S O S TE M P O S

Categoria

31 deogado ate maio

Até 31/03/2016

Médico-Associado ABORL-CCF quite 2016

550,00

Residente /Especializando Associado ABORL-CCF Quite2016

70,00

Médico / Residente /Especializando- Não Sócio ou Sócio Não Quite

Médico-Associado ABORL - CCF Remido

1.250,00

0,00

Acompanhante de Associado ABORL - CCF Quite 2016

330,00

Acompanhante de Associado ABORL - CCF- Não Quite 2016 ou Não Sócio

400,00

Acadêmico de Medicina

190,00

Para visualizar a grade científica, acesse: http://www.46cbo.com.br/programacao/index.php#topo

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Otorrino, seja

ABORL-CCF em 2016!

Assessoria Jurídica Atualização Profissional Educação Médica Continuada Valorização do ORL Descontos em Congressos e Cursos

www.aborlccf.org.br

Anuidade

2016

GESTÃO E CARRE IRA

Quando o médico se torna paciente

Vestidos de branco, muitos médicos têm dificuldades em lidar com doenças, criando obstáculos para o próprio tratamento

Por Bruno Bernardino

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xiste um antigo provérbio que diz “Duas coisas me custa crer: religioso pecar e médico adoecer”. Não há realidade em tal afirmação, uma vez que religiosos pecam e médicos, como humanos que são, não estão isentos de adoecerem. Para o Dr. Daniel Sócrates, psiquiatra especialista em comportamento humano, drogas e sexualidade, há uma fantasia 16 | VOX Otorrino

no imaginário do médico de que o conhecimento o protege; que ao saber a respeito do funcionamento do próprio corpo, sobre o processo do adoecimento e seus tratamentos, ele cria uma falsa ideia de segurança e proteção contra doenças.

Trabalhos apresentados no 153º Encontro Anual da American Psychiatric Association, em 2000, revelaram

que os profissionais da área da Saúde têm maiores riscos de desenvolverem doenças como: depressão, alcoolismo, abuso de substâncias, distúrbios alimentares (anorexia, principalmente em estudantes e residentes do sexo feminino), quadros demenciais e de delirium. Entre as doenças físicas, as de maior risco são as cardiocirculatórias, relacionadas ao abuso de álcool, nicotina e outras drogas, e neoplasias. Em outra pesquisa divulgada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), em 2012, as principais causas apontadas de morte de médicos do estado, entre 2000 e 2009, foram os acidentes automobilísticos e o suicídio.

Aceitar adoecer é preciso De acordo com artigo publicado pela Dra. Alexandrina Medeiro, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro O médico como paciente, frequentemente o médico dedica-se a tratar de seus pacientes, mas ignora sua própria dor, desconforto e exaustão. Quando se encontra doente, muitas vezes opta por automedicar-se com remédios para doenças autodiagnosticadas, algo que tem dificuldade em admitir a um colega especialista. Quando aceita sua patologia e vai procurar um profissional, o médico pode ficar envergonhado, com sentimento de que está falhando. Por outro lado, há também a culpa em ter de deixar suas tarefas para outro colega de profissão, sem aviso prévio. “O mito e a crença de que

médicos são imunes a doenças está por toda parte”, escreve a Dra. Alexandrina.

Quando adoentado, o médico costuma adiar sua visita ao colega, hesitando buscar auxílio adequado, mais que a maioria da população. Isso ocorre por dois motivos básicos: o saber das implicações de seus sintomas, que o leva a negar sua significação ou depreciá-los, e o orgulho profissional que faz com que se julgue capaz de diagnosticar a própria enfermidade e dela tratar. É a idealização do superprofissional da Saúde, onipotente, que não depende de ninguém para auxiliá-lo.

De acordo com o Dr. Sócrates, “Frequentemente, o médico utiliza seu conhecimento para medicar-se. Mas é também comum, diante de sintomas, que faça consultas com amigos especialistas, pessoalmente, por telefone ou WhatsApp, sem mencionar que o paciente dos sintomas descritos é ele mesmo. Assim, medica-se por orientações ou sugestões de colegas que desconhecem estar diante do próprio paciente”.

Segundo o médico psiquiatra, os médicos costumam resistir em assumir o papel de paciente, sendo comum inclusive que, ao iniciarem o processo terapêutico, queiram conduzir seu próprio tratamento ou questionem as decisões da equipe que o está tratando. “Acredito que é mais desafiador para o médico que atende um colega do que para aquele que é atendido. É preciso despir o sujeito que busca tratamento do papel de médico para que consigamos ter a neutralidade suficiente e, então, tratá-lo como paciente”, assegura.

“Acredito que é mais desafiador para o médico que atende um colega do que para aquele que é atendido. É preciso despir o sujeito que busca tratamento do papel de médico para que consigamos ter a neutralidade suficiente e, então, tratá-lo como paciente” Dr. Daniel Sócrates, psiquiatra

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GESTÃO E CARRE IRA

Aceitar ser cuidado, também...

Os colegas que tratam de pacientes-médicos tendem a acreditar que estes sabem como lidar com a doença em si mesmos. Essa ideia de que o médico é capaz de lidar melhor com a própria patologia, em decorrência de sua profissão, pode levar o colega consultante a ter comportamentos errôneos como: fazer uma discussão intelectual sobre a doença, como se os sintomas não fossem da pessoa que está à sua frente; fazer comentários sobre outros pacientes com o enfermo, solicitando sua opinião e tirando dúvidas sobre a especialidade deste; não assessorar a família, por acreditar que o próprio paciente sabe fazê-lo. A Dra. Alexandrina escreve que o profissional, quando enfermo, necessita de amparo. “A demonstração arrogante de conhecimentos técnicos e científicos por parte do colega consultante amplia a aflição e a ansiedade no médico acamado, geradas pela impotência diante da doença”, explica.

Riscos ocupacionais para a saúde do médico • Relações de trabalho (“proletarização”, perda da autonomia, competição “selvagem”); • Riscos biológicos (exposição a fluidos orgânicos, como sangue e secreções); • Físicos (radiações); • Químicos (gases anestésicos); • Ergonômicos (condições de trabalho: iluminação, conforto térmico e acústico, alimentação); • Psicossociais (desgaste emocional associado ao atendimento de pessoas com doenças graves, dilemas e frustrações relacionadas ao atendimento de pacientes de difícil manejo).

Fonte: Nogueira-Martins LA. Cuidando da saúde dos médicos.

In: Bloise P (org.). Saúde integral: a Medicina do corpo, da mente e o papel da espiritualidade. São Paulo: Editora Senac; 2011. p. 67-83.

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“A demonstração arrogante de conhecimentos técnicos e científicos por parte do colega consultante amplia a aflição e a ansiedade no médico enfermo, geradas pela impotência diante da doença” Dra. Alexandrina Meleiro

O médico-paciente precisa ser tratado pela equipe de saúde de forma indiferenciada, como alguém que está lidando com o fato de estar doente. Cuidar de um médico apresenta diferentes desafios, sendo o principal deles o de tratá-lo como paciente, apesar de seus conhecimentos científicos. Assim, deve-se procurar melhorar o moral e a autoestima do paciente, deixando-o extravasar seus sentimentos. “Acredito que é mais desafiador para o médico que atende um colega do que para aquele que é atendido. É preciso despir o sujeito que busca tratamento do papel de médico para que consigamos ter a neutralidade suficiente e, então, consigamos tratá-lo como paciente”, pontua.

Para o psiquiatra, é preciso que um bom vínculo seja desenvolvido nessa relação para que o paciente-médico se sinta acolhido e cuidado, além da confiança na competência do profissional que conduz o tratamento. Há também regras que precisam ser respeitadas pelo paciente, como: não tomar decisões sobre a terapêutica sem antes consultar seu médico, não trocar de medicação e não utilizar o seu próprio receituário para prescrever medicamentos para si mesmo.

O Dr. Dario Birolini, membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo, escreveu, em 1993, a seguinte reflexão: “Talvez algum dia o médico venha a ser dispensável. Haverá ‘inteligência artificial’ capaz de ser mais elástica, mais discriminativa, mais paciente e mais persistente que a mente humana. E, principalmente, menos exigente, por não precisar dormir, alimentar-se, vestir-se, criar família, educar filhos, enfim, viver”. Por isso, é preciso que o médico se dispa do manto intocável que a Medicina o fez crer vestir e aceitar sua própria humanidade; alguém que, como qualquer outro ser humano, pode vir a necessitar de cuidados.

Histórias para contar Quando a filha da otorrinolaringologista, Dra. Carla Bellizzi, nasceu, em 2013, com uma síndrome genética rara após um pré-natal normal, houve uma hesitação no atendimento dado pelas enfermeiras à médica. “A criança é filha de médica, que por sua vez tem uma família composta por médicos! Atenção!”, foi o comentário ouvido na UTI. A equipe logo imaginou que o tratamento seria mais complicado e estressante, por achar que pacientes da área da Saúde costumam querer dar mais palpites ou ter atendimento preferencial. A Dra. Carla conta que nunca pediu para ter privilégios ou descumprir quaisquer normas, construindo com o tempo uma relação de amizade com a equipe que cuidou dela e de sua filha. “Nesse período, eu era apenas mãe”, conta a profissional.

Com sua visão diferente por ser médica, a Dra. Carla foi à procura de especialistas no exterior, sempre com o consentimento da equipe que as tratava, no intuito de ajudar sua recém-nascida o máximo que pudesse. “Minha filha faleceu, mas tenho certeza de que auxiliei no que podia em seu diagnóstico, e que fui uma paciente ou mãe de paciente exemplar. Os médicos que faziam atendimento, inicialmente poderiam demonstrar algum receio em dizer ‘não temos diagnóstico’, mas acredito que no trato médico-médico, a transparência seja fundamental para que nós possamos nos ajudar no seguimento do quadro”, explicita a otorrinolaringologista, mãe novamente em 2016.

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CAPA

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Quando ser otorrino

vai além da prática e da vocação e rima com o toque feminino Desvendamos as trajetórias e ouvimos as histórias de quatro doutoras que nos revelaram seus sonhos, aptidões e de onde, afinal, veio a vocação para a Otorrinolaringologia

Por Carol Herling e Paula Netto | Fotos: Juan Cogo e divulgação

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e as projeções históricas e estatísticas dos institutos de pesquisa e dos conselhos estaduais e federal de Medicina se confirmarem, teremos – muito em breve – uma presença maciça das mulheres na Otorrinolaringologia. Também, pudera, a especialidade permite planejar não só a carreira, mas também a vida familiar e o desejo que muitas médicas possuem de serem mães de forma racional e equilibrada. Ainda, possibilita à mulher exercer algumas qualidades inatas: saber ouvir, acolher e agir com delicadeza.

Em lembrança ao Dia Internacional da Mulher, ouvimos quatro profissionais dignas de representar a classe médica – a propósito, em qualquer especialidade. Quis o destino, a aptidão natural ou o histórico familiar que essas brilhantes otorrinolaringologistas enveredassem pela área e fizessem, cada qual ao seu modo, a diferença nas vidas de milhares de pacientes. Através dos seus depoimentos, conheça as trajetórias, as histórias e as opiniões de quem dá um toque feminino à profissão e celebre com elas a felicidade de quem fez da Otorrinolaringologia uma verdadeira missão de vida.

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CAPA

Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima Otorrinolaringologista Professora Titular e Chefe do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Vice-Presidente da ABORL-CCF Sou otorrinolaringologista há 30 anos. Costumo dizer que a Medicina me escolheu, ainda criança, assim como a Otorrinolaringologia, no início da graduação. Acho que já nasci com o idealismo de ter a Medicina como meio e o ser humano como finalidade é razão de minha existência.

Ainda mais quando percebi que a Otorrinolaringologia me permitiria conciliar as áreas clínica e cirúrgica. Já trabalhando na FMRP-USP fiz mestrado, doutorado e a livre-docência. Em 2013 participei de um concurso para Professor Titular – cargo que ocupo até hoje.

Conciliar a prática médica e a carreira acadêmica, para mim, é uma relação de complementariedade entre as duas atividades. Foi algo muito natural e fiz isso a minha vida toda. Para crescer na carreira, precisei desenvolver a pesquisa, o que foi muito gratificante e enriquecedor. Da clínica para a bancada, a partir das doenças dos meus pacientes que não apresentavam respostas satisfatórias aos tratamentos, desenvolvi minhas linhas de pesquisa.

No início da carreira sofri preconceito. Precisava trabalhar o dobro para mostrar que era capaz. Dentro do consultório já ouvi um paciente (homem) dizer que “gostou” da consulta, mas não operaria comigo pelo fato de ser mulher. Acredito que situações como essas, estejam diminuindo, mas muitas mulheres ainda sofrem vários tipos de preconceito na Medicina.

Meu dia a dia é exaustivo e prazeroso – e em tempo integral. Meus dias são dedicados às aulas, à orientação dos alunos do terceiro ao sexto ano da graduação, à orientação específica (tanto clínica quanto cirúrgica dos nossos 18 médicos residentes), e às muitas horas em laboratórios dedicadas às pesquisas com os pós-graduandos. Somado a isso tudo, temos ainda algumas horas em atividades administrativas do departamento. Parece muito. E ainda consigo fazer sobrar tempo para ser mãe, esposa e dona de casa.

Sem querer contrapor o universo e a prática masculina, acho que é a sensibilidade feminina (ou maternal) o principal diferencial para algumas especialidades, como a Pediatria, por exemplo.

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“Meu dia a dia é exaustivo e prazeroso. Sem querer contrapor o universo e a prática masculina, acho que é a sensibilidade feminina (ou maternal) o principal diferencial para algumas especialidades, como a Pediatria, por exemplo” Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima Nossa profissão tem dilemas conexos e causais. Embora o país apresente uma ascensão quantitativa de profissionais, ainda é um número insuficiente. Sob o prisma da densidade, há 1 profissional para cada 27.500 habitantes. Somos pouco mais de 7 mil otorrinos no país inteiro, para atender quase 5.500 municípios. E só 12% desses municípios possuem o profissional. Essa concentração reproduz uma concentração histórica, econômica e social, no país. Por isso, quando ponderamos a importância da ABORL-CCF no cenário nacional, sobressai a nossa responsabilidade em contribuir com a mudança desse quadro. Simplesmente esqueço as dificuldades e concilio minhas atividades, sem ônus, como um diferencial gratificante para a pessoa e para o profissional.

Dra. Ingrid Lopes Otorrinolaringologista com especialização em Cirurgia Plástica. Membro do Comitê de Comunicação da ABORL-CCF Segundo minha mãe, desde que eu me entendia por gente dizia que iria fazer Medicina, sem ter um porquê.

Meus pais não eram médicos – mas tinham amigos que eram. Eu até procurei outras áreas de interesse, como a Arquitetura, mas a Medicina era algo maior para mim.

No terceiro ano da faculdade fiz um estágio em Ginecologia e Obstetrícia porque achava a especialidade muito bonita. Mas descobri a tempo que não era o que eu queria para a minha vida: percebi, mesmo, que gostava muito de cirurgia.

Passei a acompanhar um amigo do meu pai que era cirurgião plástico. Ele me orientou a optar pela Otorrinolaringologia, que era “uma especialidade flexível para mulher”, pois um dia eu iria querer casar e ter filhos. Além disso, eu tinha (e tenho) bastante habilidade manual para coisas pequenas. Também levei em consideração o fato de ser uma área que proporciona qualidade de vida para a mulher, já que não precisamos viver só de cirurgias: hoje a Otorrinolaringologia tem uma importância grande e conta com uma diversidade enorme na área.

Estou voltando agora de licença-maternidade. É um período difícil para a mulher, mas por conta da flexibilidade, consigo voltar aos poucos, organizando meus horários de maneira tranquila e vindo para o consultório

um dia sim, outro não. Durante minha ausência, pude ficar fora um tempo e deixar uma colega de confiança cuidando dos pacientes. Tenho dias certos para fazer cirurgias e me dedicar à parte acadêmica, além da atuação no serviço público, o que me ajuda bastante a ter segurança no trabalho.

Podemos fazer de tudo dentro da Otorrinolaringologia, pois a área abre um leque muito grande. Como os nossos pacientes geralmente não têm um grau de complexidade tão alto, não é uma especialidade pesada – acho que as mulheres levam isso em consideração na hora da escolha. Percebo que algumas práticas cirúrgicas mais pesadas acabam tendo uma presença masculina maior, talvez porque sejam cirurgias mais longas.

Mas isso está mudando, e a mulher está colocando aos poucos o pé lá.

Acho que a mulher tem um contato mais acessível e humanizado com o paciente. Mulher gosta mais de conversar. Eu sou muito detalhista e delicada e acho que isso faz diferença. Temos esse feeling de prestar mais atenção às coisas, ter a mão mais leve do que o homem. Colocamos mais sentimentos nas coisas, damos um toque feminino. Acho que esse é o nosso diferencial. Para mim é uma honra representar a mulher na área. Se as pessoas puderem ter uma visão positiva de mim e se eu puder ser um exemplo para outras mulheres, que eu consiga atraí-las cada vez mais para a Otorrinolaringologia. Há muitos pontos positivos dentro da especialidade, e a mulher pode fazer a diferença com sua sensibilidade.

“Levei em consideração o fato de ser uma área que proporciona qualidade de vida para a mulher, já que não precisamos viver só de cirurgias. Hoje a Otorrinolaringologia tem uma importância grande e conta com uma diversidade enorme na área” Dra. Ingrid Lopes

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CAPA

Dra. Priscila Bogar Otorrinolaringologista. Professora titular da Faculdade de Medicina do ABC Desde o quinto ano da faculdade, comecei a frequentar o laboratório de Otorrinolaringologia. Apaixonei-me pela objetividade da área: acho incrível como só de examinar o paciente já é possível entender o que ele tem. Os resultados das cirurgias são muito gratificantes e é possível curar a maioria dos pacientes que procuram ajuda.

Trabalho o dia inteiro, desde quando meus filhos eram pequenos. Voltei a trabalhar quando cada um tinha apenas um mês de idade, levando eles para o consultório e deixando-os com uma babá enquanto eu atendia.

Quem gosta de trabalhar não consegue ficar em casa, né? Sou professora titular da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), então procuro mostrar para os meus alunos a qualidade de vida que a área proporciona, o tipo de paciente que a gente atende, a variedade de coisas que é possível fazer dentro da Otorrinolaringologia.

“Hoje não vejo mulheres sofrendo preconceito na área, mas logo que me formei isso existia, sim.

Principalmente quando o assunto era cirurgia. O mais gostoso da profissão é ver que o que estamos fazendo está realmente dando certo” Dra. Priscila Bogar

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É uma especialidade muito completa, o que permite que a pessoa escolha dentre várias subespecialidades.

Hoje em dia percebo cada vez mais mulheres trabalhando na área – diferentemente de antes. Apesar de ser uma atividade cirúrgica (as mulheres não faziam nada cirúrgico antigamente), noto que agora elas estão procurando bastante a área, porque realmente existe qualidade de vida. Não precisamos fazer plantões, nem ficar o tempo todo à disposição do paciente, por exemplo. O mais gostoso da profissão é ver que o que estamos fazendo está realmente dando certo.

Com 27 anos de formada, não vejo mulheres sofrendo preconceito na área hoje em dia, mas logo que me formei isso existia, sim, principalmente quando o assunto era cirurgia. Naquela época, normalmente só os homens operavam. Acho que fui a primeira professora titular de otorrino do Brasil: comecei a lecionar nova, com apenas 34 anos, e vejo que isso é algo que faz as pessoas me admirarem. Acho que a mulher é muito mais sensível do que o homem na profissão. Nos damos muito bem no atendimento ao paciente por conta da nossa humanização, por exemplo.

Dra. Maria Dantas Godoy Otorrinolaringologista. Especialista em Cirurgia Endoscópica Endonasal. Membro do Comitê de Comunicação da ABORL-CCF A Medicina foi uma escolha natural, já que meu pai é psiquiatra e minha mãe, pediatra. Quis ser médica para ajudar as pessoas. E foi o meu pai quem me sugeriu a área de Otorrinolaringologia, pois demonstrei interesse em conciliar a parte clínica com a atuação cirúrgica.

Gosto da profissão, pois sinto que é algo que possibilita melhora aos pacientes.

Creio que as mulheres escolham a nossa área pelos mesmos motivos que eu. E, também, pela rapidez nas cirurgias. Simplesmente acho que a Otorrinolaringologia é uma área gratificante não só para o médico, como também para o paciente, pois nós os ajudamos a ter mais qualidade de vida.

Fui mãe há menos de um ano e esse acontecimento especial mudou radicalmente a minha rotina de trabalho. Antes do parto, eu fazia de 15 a 20 cirurgias por mês, e cheguei a trabalhar 14 horas todos os dias. Agora, realizo entre 5 e 10 procedimentos. Além disso, atuo no Hospital do Servidor (Iamspe), na Prefeitura de Taboão da Serra e em meu consultório particular. Sem contar as minhas atividades junto à Comissão de Comunicação da ABORL-CCF, onde cuido da divulgação dos congressos e ajudo no site e na Revista VOX Otorrino (na revisão dos textos e seleção das pautas). Por isso, acredito que ter escolhido a área facilitou muito a minha vida, pois pude reorganizar o meu tempo para dar atenção ao bebê. Amigas minhas, que atuam em outras especialidades e também tiveram filhos, voltaram no mesmo ritmo após a licença. Eu, não.

Fiz doutorado na USP. E foi dureza conciliar estudo, trabalho e gestação. Achar um ponto de equilíbrio foi bem difícil. A solução foi reduzir a carga de trabalho e montar uma “rede de apoio”, com uma babá e uma empregada, que foram indicadas por amigos – aliás, a ajuda deles foi fundamental. Até porque meu marido é radiologista (trabalha cerca de 12 horas todos os dias) e não tenho parentes por perto.

A família precisa estar bem estruturada, sobretudo quando os dois são médicos. Uma das partes do casal precisa estar sempre mais disponível para os filhos. Pelo menos, foi assim com os meus pais. Meu pai tinha empregos públicos e abdicou da rotina no consultório, visando a flexibilidade nos horários, já que minha mãe vivia no

plantão. Para ajudar, minha tia e minha avó moravam pertinho – logo, as crianças nunca estavam sozinhas.

Acredito que teremos cada vez mais mulheres na Otorrinolaringologia. Isso porque é possível planejar melhor a carreira, já que a mulher mais idosa pode tranquilamente ficar apenas na parte clínica. Na minha opinião, a mulher concilia como ninguém cirurgia e clínica, já que somos dinâmicas, sabemos fazer várias coisas ao mesmo tempo – e, ainda, sabemos naturalmente ouvir. Fazemos cirurgias que, embora mais rápidas que em outras especialidades, são extremamente delicadas. Acho que a minha sensibilidade e cuidado ao conversar são os meus diferenciais.

“A Otorrinolaringologia é uma área gratificante não só para o médico, como também para o paciente, pois nós o ajudamos a ter mais qualidade de vida. E podemos planejar melhor nossa carreira” Dra. Maria Dantas Godoy

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CONQUISTAS

ABORL-CCF

se consolida como o braço político dos otorrinos brasileiros Otorrinolaringologia passa a ser representada junto a outras 26 especialidades, no Conselho Deliberativo da AMB. Entidade também firma sua posição de zeladora dos interesses da classe médica ao realizar o II Fórum de Defesa Profissional

Por Carol Herling | Fotos: divulgação

A

cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, sediou uma reunião que marca uma importante conquista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF): a volta ao conselho deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB). Agora, os representantes da especialidade estarão mais integrados a 26 | VOX Otorrino

assuntos importantes para a classe médica brasileira e, ainda, passarão a ter direito a voto em questões que podem ser decisivas para seus profissionais.

Com a reforma do estatuto da AMB, a entidade passou a contar com a participação de 27 especialidades – antes da mudança, eram apenas 14 federadas. A participação das sociedades médicas no Conselho Deliberativo

da AMB é no desenho de rodízio – a ABORL-CCF já teve um assento em outra ocasião. Mas, na verdade, a Otorrinolaringologia nunca deixou de ser representada, ou mesmo de estar atuante junto ao grupo. Uma prova disso é a luta contra a mudança nas regras para a formação de especialistas. A AMB, juntamente com o CFM, Sociedade de Especialidades e outras entidades ligada à saúde atuaram em conjunto e conseguiram derrubar o Decreto inicial do Ministério da Saúde).

“Nosso voto dentro da AMB será exercido sempre em favor de medidas que estejam voltadas para o bem de nossa especialidade e para a classe médica”, afirma o Dr. Eduardo Baptistella, presidente do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF e representante da Sociedade no Conselho Deliberativo da AMB. A ideia é unir forças, garantindo o fortalecimento das Entidades Médicas e Sociedades na defesa do trabalho e do título de especialista. “A Associação Médica Brasileira é a casa de todas as especialidades, onde todas se abrigam e, ao mesmo tempo, são responsáveis pela própria existência da AMB”, explica.

Filiação das Sociedades Regionais em pauta O II Fórum de Defesa Profissional da ABORL-CCF, realizado na sede da associação no último dia 3 de março, contou com a participação de 16 regionais. Um recorde absoluto de presença, já que alguns grupos não participavam das reuniões da ABORL-CCF há mais de 10 anos. Na ocasião, quatro pontos foram postos em debate, e as resoluções irão nortear as ações do Comitê de Defesa Profissional – e da própria ABORL-CCF nos próximos tempos. “A função do Fórum é dar voz ao médico do interior”, afirma o Dr. Eduardo Baptistella, que destaca a homenagem ao deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) como um dos pontos altos do evento. “Foi ele quem propôs a PEC que visa a regulamentação da carreira médica. Trata-se de uma questão crucial, já que é necessário instituir direitos e criar regras para a atuação dos médicos, sobretudo àqueles que trabalham no funcionalismo público”, comenta o Dr. Baptistella. Outro

II Forum de Defesa Profissional homenageou o deputado federal Luiz Henrique Mandetta

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CONQUISTAS

HOMENAGEM A DEPUTADO

assunto importante em pauta foi o apoio à filiação das Sociedades Regionais junto à ABORL-CCF. “Engajar os médicos do interior fará com que as sociedades regionais se fortaleçam e, ainda, ajudem na negociação de preços”, explica.

A ABORL-CCF considera importante apoiar ações que visem melhorias na remuneração dos profissionais médicos. Por isso, também foi discutido no Fórum a sugestão de um aumento linear, tendo como base uma proposta da Associação Paulista de Medicina (de 20,54% regulados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo + inflação), bem como representatividade nas entidades médicas (como o CFM e a AMB) em apoio ao uso do índice CBHPM.

ABORL-CCF apoia ação da WASM A Associação Mundial do Dia do Sono (World Association of Sleep Medicine – WASM) promoveu mais uma iniciativa pela passagem do Dia Mundial do Sono, celebrado em 18 de março. A ação alertou sobre os riscos à saúde por conta de noites mal dormidas, bem como destacou o fato de haver prevenção e tratamento para a maioria dos casos identificados.

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O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) foi o responsável por propor a PEC que visa a regulamentação da carreira médica.

A questão é crucial, já que se faz necessário instituir direitos e criar regras para a atuação dos médicos, sobretudo àqueles que trabalham no funcionalismo público.

Neste ano, a campanha teve como tema Uma boa noite de sono é um sonho acessível. “Esse é o desejo de todos, porém ele só se torna realidade para um terço da população mundial. O bom sono é uma das funções definidas entre os pilares da saúde, juntamente com uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos.

Quando o sono falha, a saúde declina”, afirmou o otorrinolaringologista Dr. Edilson Zancanella, membro da ABORL-CCF. Segundo o Dr. Zancanella, menos de um terço dos portadores de algum tipo de distúrbio do sono chega a procurar a ajuda de um profissional.

“Outros problemas associados à qualidade ruim das noites de sono são falta de atenção, concentração reduzida e diminuição da produtividade física e intelectual e o aumento no risco de acidentes”, aponta.

A M A R PROG

S E T N E D I S RE

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F C C L R ABO

Cadastre-se no Ology, a rede profissional exclusiva para médicos, e participe do Programa Residentes ABORL CCF 2016. Todo mês uma discussão de caso online para ampliar o seu conhecimento.

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O PROGRAMA

l Confira a programação das discussões de casos via Videomeeting:



Maio

Junho

Julho

Agosto

24 de maio Laringologia

21 de junho Otoneurologia

19 de julho Medicina do Sono

23 de agosto Cirurgia de CrânioMaxilo-Facial

Setembro

Outubro

Novembro

20 de setembro Estomatologia

18 de outubro Plástica Facial

22 de novembro Otologia

Como participar: entre no Ology (www.ology.com.br), procure nas associações a ABORL-CCF e entre no grupo dos residentes. Nesse grupo, você encontrará todos os eventos para confirmar sua participação. www.ology.com.br

GESTÃO EM PR Á TICA

HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS: UM EXEMPLO DE EXCELÊNCIA, INOVAÇÃO E DE AMOR AO PRÓXIMO Com 100% de atendimentos realizados via Sistema Único de Saúde (SUS), instituição fechou 2015 com mais de dois milhões de procedimentos realizados

Por Carol Herling | Fotos: divulgação

“

Um hospital diferente”. É assim que o agropecuarista Henrique Duarte Prata, diretor do Hospital de Câncer de Barretos (HCB), define a instituição. Isso se deve ao conceito de humanização, presente na mentalidade de todos os funcionários – e não apenas do corpo médico. “Todas as pessoas que vêm trabalhar aqui sentem que não há uma outra forma de as pessoas sobreviverem, ou desenvolverem um trabalho, sem amor. Depois vem todo o resto”, afirma. Segundo o empresário, esta é a filosofia da instituição desde que ela foi fundada. “Isso impregna a todos, as pessoas veem que não é uma conversa para uns ou para outros. No hospital, todas as pessoas são tratadas por igual”. Os funcionários, segundo Henrique, são orientados a tratar a todos sem distinção.

O empenho para manter as atividades da instituição é enorme. Todos os meses, a conta fecha negativa em mais de R$17 milhões. Mesmo assim, o atendimento aos pacientes segue a linha de excelência que tem desde a fundação. “Se o governo paga mal, que culpa tem o paciente? O erro está em tratar as pessoas como um número, e não como um irmão.

Os médicos que trabalham conosco recebem muito além do 30 | VOX Otorrino

valor de mercado, pois assim são reconhecidos e trabalham com a dignidade que merecem”, afirma. “Oferecer uma consulta por R$10 ou R$15 a um profissional que está há 9 ou 12 anos no mercado é uma falta de respeito, é ferir sua dignidade. Nunca acreditei que essa responsabilidade seja do governo, até porque o nosso governo nunca priorizou a Saúde. Para se ter uma ideia, este ano completamos 12 anos da tabela SUS sem um único reajuste. Mas o salário dos colaboradores aumentou mais de 150%, tivemos reajuste no preço dos remédios...”, enumera. Por isso, Henrique Prata segue um modelo de arrecadação que chama de “modelo cristão”, buscando doações junto à sociedade.

Percebendo a necessidade dos doentes que residem em locais distantes, como Rondônia, Bahia e Mato Grosso do Sul, Prata lançou unidades do Hospital de Câncer de Barretos nesses estados, e ainda investe forte no serviço de unidades móveis, que percorrem de Norte a Sul do país prestando atendimento à população. “Nossa meta para os próximos 10 anos é aumentar a área de prevenção e construir em Porto Velho um centro que englobará prevenção, tratamento e pesquisa. Nosso objetivo é levar um tratamento de qualidade

à região amazônica, e o meu desejo é que ninguém tenha que se deslocar de lá para vir ser atendido aqui”, afirma.

O HCB possui 3.500 colaboradores. Destes, 380 são médicos, com dedicação exclusiva O hospital realiza 4.100 atendimentos por dia De olho em modelos consolidados no exterior Uma das inovações que otimizaram e modernizaram o HCB é bem simples, mas fez toda a diferença: separar a área de diagnóstico do centro de tratamento. Inspirado em um modelo japonês, o hospital reduziu drasticamente a taxa de pessoas que não voltavam para se tratar após passar pelo rastreamento – isso acontecia porque os novos pacientes tinham contato com os outros, mais debilitados. Cerca de 30% não retornavam porque ficavam impressionados com o que viam – e hoje, isso não mais acontece.

Outro diferencial, que também foi observado em outros países e adotado com sucesso, é o tratamento personalizado.

“Só damos um remédio para um paciente após uma longa análise e quando temos certeza de que aquela terapia fará bem a ele”, explica. “E se o câncer dessa pessoa tem um traço hereditário, vamos monitorar toda a sua família em tempo, para poder rastrear e oferecer ajuda em termos de prevenção”.

Tais soluções casam perfeitamente com o modelo criado pelo Dr. Paulo Prata, pai de Henrique e fundador da instituição – no HCB, os médicos atendem em regime de dedicação exclusiva e integram um sistema multidisciplinar. “Isso chamou a atenção das instituições situadas fora do Brasil, e possibilitou a realização de parcerias, fazendo com que chegássemos ao mesmo nível que outros hospitais que tratam o câncer no exterior”, explica. Para os pacientes adultos, o hospital segue as orientações do MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas. Para as crianças, são parceiros do St. Jude’s Children’s Research Hospital, sediado em Memphis, nos Estados Unidos, e considerado o melhor serviço de tratamento do câncer infantil no mundo. “Mantemos nossa qualidade de acordo com os protocolos desses hospitais, que estão uns 10 anos à nossa frente em pesquisa. Adotamos os protocolos para oferecer qualidade e reforçar nossa credibilidade”, afirma.

O banco de tumores, mantido pelo hospital, é outra marca de inovação. “Esse é o mais importante viés da nossa área de pesquisa. Quando o MCI de Washington pesquisou

toda a América Latina, nós tínhamos a maior quantidade – e com qualidade – de tumores. Estamos muito próximos ao nível de qualidade das instituições dos Estados Unidos, pois descobrimos o pré-sal do câncer já em 2007”, conta.

A maioria das metas do Centro de Ensino e Pesquisa – outro braço importante do HCB – está atrelada aos interesses de instituições internacionais e parceiros nos Estados Unidos e na Europa. Ao todo, 15 projetos estão em andamento. “Os projetos atrelados ao governo aqui no Brasil ainda são muito tímidos”, declara.

Hospital de Câncer de Barretos* 12 unidades móveis 97.928km percorridos pelo país Exames preventivos de cânceres de colo de útero, mama, odontológicos, pele e próstata

9 unidades fixas Unidades de prevenção, internação e tratamento com equipamentos de alto desempenho localizadas em Barretos (SP), Jales (SP), Fernandópolis (SP), Nova Andradina (MS), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Juazeiro (BA), diminuindo a distância percorrida pelos pacientes.

R$17.407.000

Déficit Operacional Mensal

2.281.217 procedimentos 785.480 atendimentos 80.700 quimioterapias 17.759 internações 1.889 municípios 27 estados 135.219 pacientes 100% via SUS 14.200 casos novos de câncer *Números em 2015 Fonte: Hospital de Câncer de Barretos

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VOX NEWS

EXAME PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA DA ABORL-CCF MANTÉM SUA MÉDIA DE APROVAÇÃO Aplicada no final de março, a prova reuniu médicos de todo o país e consolidou sua lisura e transparência entre os candidatos Por Carol Herling | Foto: ABORL-CCF e Juan Cogo

O

s médicos inscritos para o Exame de Suficiência para Obtenção do Título de Especialista em Otorrinolaringologia (organizado e aplicado pelo Comitê de Título de Especialista da ABORL-CCF) chegaram cedo ao Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo. A avaliação, que foi aplicada no dia 20 de março, reuniu 286 profissionais – de um total de 300 inscritos – que responderam às 80 questões teóricas e cinco questões práticas. Além das duas avaliações, todos os candidatos foram submetidos à avaliação curricular.

Pelo terceiro ano consecutivo, a avaliação dos candidatos foi feita através de computadores. Do total de inscritos, pouco mais de 78% (ou seja, 224 inscritos) conseguiu o grau mínimo para a obtenção do título. Esse percentual ficou ligeiramente abaixo do índice dos anos anteriores (quando a aprovação girou em torno dos 80%). Dos 16 candidatos que conseguimos entrevistar – muitos não quiseram falar com a VOX Otorrino por estarem nervosos –, cinco não foram aprovados. Muitos relataram que o ritmo de estudos foi intenso, e que a quantidade e diversidade de assuntos trouxe um pouco de nervosismo na reta final da preparação. É o caso de Erica Carla Figueiredo de Souza, que estudou na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), fez a residência em São Paulo e, nos últimos três anos, preparou-se para o teste. O empenho valeu a pena, pois foi uma das médicas aprovadas. O nervosismo também tomou conta de Livia de Vasconcellos Gonzaga, Leonardo Antonio Dias Soares e Igor Amorim Coutinho, que saíram do Rio de Janeiro especialmente para a prova. Os três são amigos e estudaram e fizeram residência juntos na Universidade Estadual do Rio de Janeiro 32 | VOX Otorrino

(UERJ). “Queremos que acabe logo”, afirmaram, em uníssono.

Apesar de terem “estudado bastante para passar” (como, de fato, passaram), os três médicos acharam a prova prática bem mais complicada do que a teórica. Alguns candidatos, no entanto, estavam tranquilos, como Marcos Gerhardinger Jacob, residente da UNIFESP. “Tive um ótimo preparo, tanto na parte clínica quanto na parte cirúrgica. Foquei na prova ao longo do meu último ano de estudos. Sinto que estou preparado e que não terei grandes dificuldades”, afirmou. E ele estava certo – tanto que, após a prova teórica, disse que o exame transcorreu dentro das suas expectativas. “Apesar da parte de Rinologia estar mais ‘puxada’, achei a prova direta, sem pegadinhas”, disse.

“Nem o presidente tem acesso à prova” O exame de suficiência para obtenção do título de Especialista foi elaborado por 20 profissionais distribuídos pelos diversos serviços de residência existentes no Brasil, entre os meses de março e novembro de 2015. Somente eles tiveram acesso às questões. A ABORL-CCF faz questão de manter a transparência do processo, tanto que nem o Dr. Domingos Tsuji, que preside a Associação, pôde ver a prova. “O Comitê responsável garante a lisura do processo. Nem eu vi a prova.

Ela é trabalho exclusivo dessas 20 pessoas”, comentou. Para o Dr. Tsuji, o nível dos candidatos é bom graças ao empenho do Comitê de Residência e Treinamento, que periodicamente assegura a qualidade das residências médicas. “A cada dois anos é feito um ranking das instituições. Tenho certeza que os serviços vêm formando bons residentes”, pontuou.

Em reuniões mensais, os membros do Comitê responsável pela prova discutiram não só a avaliação em si, mas também todos os trâmites para a sua realização. Esses mesmos especialistas corrigiram as provas práticas – as questões teóricas são corrigidas através do computador. Para a Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, vice-presidente da ABORL-CCF, os responsáveis pelo exame trabalham de forma intensa e contínua para melhorar a avaliação da especialidade. “Fiz parte da primeira Comissão que começou a fazer esta prova, quando se iniciou a padronização e a regularização, e percebo um avanço muito grande nos últimos anos para melhorar esse exame”, disse.

Com experiência nas avaliações desde 2004, o Dr. Fernando Veiga Angélico Jr., que preside o Comitê de Título de Especialista da ABORL-CCF no biênio 2015-2017, destaca a importância da rápida correção dos exames. Pelo edital, a Associação teria que apresentar até o dia 30 de abril a lista com os aprovados, mas já no dia primeiro foi possível saber quem havia obtido êxito. “Procuramos dar uma resposta a todos o mais rápido possível, pois a espera pelo resultado envolve não só o aspecto emocional e de ansiedade, mas também questões trabalhistas. Muitos precisam dar uma satisfação a seus empregadores”, afirmou. Para o Dr. Angélico Jr., o objetivo do teste de especialista é diferente do exame para a residência, que é classificatório. “No teste de Especialista, pensamos os requisitos

Candidatos antes da prova

mínimos que um médico precisa ter para prestar um atendimento de qualidade. O Comitê avalia se cada um dos médicos conseguiu adquirir os conhecimentos mínimos”, pontuou.

CRITÉRIOS PARA PRESTAR O EXAME DE TÍTULO DE ESPECIALISTA Segundo o Dr. Fernando Veiga Angélico Jr., atual presidente do Comitê de Título de Especialista da ABORL-CCF, a avaliação é muito mais do que o conteúdo teórico. Tanto que, para se candidatar, o médico interessado precisa preencher alguns pré-requisitos para ter a inscrição no exame de Título de Especialista validada. O candidato precisa se encaixar em pelo menos um desses três critérios: 1) Ter feito residência em algum serviço reconhecido pelo MEC e/ou pela ABORL-CCF; 2) Ter feito um estágio reconhecido pela ABORL-CCF; 3) Comprovar pelo menos seis anos de trabalho como otorrinolaringologista, mesmo que não tenha feito residência e/ou estágio na especialidade.

Igor Coutinho, Livia Vasconcellos e Leonardo Soares

Erica Figueiredo

Comitê Prova TE

Diretoria

Início da Prova

Aplicação da Prova

Aplicação da Prova

Aplicação da Prova

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CONDUTA MÉD ICA

Médicos x

operadoras de saúde: uma queda de braço histórica No meio do fogo cruzado, pacientes são os maiores prejudicados

Por Paula Netto | Fotos: Márcio Arruda/CFM e divulgação

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relação entre operadoras de saúde e prestadores de serviços vem sendo debatida ao longo dos anos. O desgaste se reflete em médicos cada vez mais insatisfeitos, planos de saúde falindo e pacientes que pagam caro por um serviço e que não têm acesso ao atendimento esperado. A remuneração pelas consultas e procedimentos, os 34 | VOX Otorrino

reajustes financeiros, a interferência na autonomia do médico para diagnosticar e tratar e a falta de tempo para atender tantos pacientes em curto espaço de tempo são algumas das questões geradoras de conflitos entre as partes. Não por acaso, o número de processos contra operadoras de saúde cresce junto com o descredenciamento dos médicos.

Apesar do cenário pessimista, a classe médica obteve algumas vitórias nos últimos anos. A mais recente foi a criação da lei 13.003/14 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece a obrigatoriedade de um contrato por escrito entre as operadoras e os prestadores de serviço em todo o país, com o detalhamento de obrigações e responsabilidades de cada um.

Caso as cláusulas não sejam cumpridas, a lei assegura penalidade para ambos. Além da exigência de contrato, a ANS também passou a fixar um índice de reajuste anual, impossibilitando seu fracionamento, e regulamentou a substituição do prestador de serviço em casos de descredenciamento, cabendo à operadora comunicar o ocorrido previamente ao consumidor.

Para o coordenador da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu) e conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Salomão Rodrigues, as novas regras de contratualização são importantes para a diminuição do desiquilíbrio na relação entre operadoras e médicos. “Estamos na fase inicial de uma mudança progressiva, que vem para transformar a atual relação entre médicos e operadoras em algo mais saudável. A obrigação de ter um contrato tende a deixar as coisas mais transparentes e trazer benefícios principalmente para os pacientes, que necessitam dessa assistência”, diz.

“Esse é o interesse das entidades médicas: que o médico possa prestar seus serviços com qualidade e, consequentemente, o paciente possa receber um bom atendimento também”, acrescenta.

Segundo o presidente do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, o Dr. Eduardo Baptistella, os contratos precisam de cláusulas mais amplas que garantam ao médico tranquilidade para que ele possa trabalhar adequadamente. “O médico precisa ser visto como um parceiro e não um empregado ou inimigo”. Para ele, “parceria” é o termo mais adequado para que este sistema atual sobreviva. “Assim, os custos operacionais para

Salomão Rodrigues Filho

os planos de saúde diminuem, o médico tem liberdade de atendimento e melhor remuneração, e o paciente terá o que espera do serviço”, afirma.

Especializado em causas relacionadas a planos de saúde, o advogado Alexandre Martins critica a postura de obtenção de lucro praticada pela maioria das operadoras, e acredita que a relação do médico com as operadoras de saúde é desigual, girando muitas vezes em torno do lucro. “Por vezes, a classe médica se submete a essas empresas, que exploram a mão de obra dos médicos. E muitos médicos acreditam que, para ter uma carteira de clientes, deve ser credenciado por uma operadora e elas simplesmente impõem suas vontades, cabendo ao médico aceitar ou não, afinal, para cada médico descredenciado pela operadora, existem outros duzentos querendo ser credenciados”, destaca.

Diante dessa situação, a qualidade na prestação dos serviços se torna cada vez mais um fator de preocupação para as entidades médicas. “Hoje o médico é pressionado a atender um número cada vez maior de pacientes no mesmo espaço de tempo. É claro que o atendimento fica aquém do desejado. O tempo dedicado ao paciente deve ser o necessário para que o atendimento seja feito de forma boa”, afirma o advogado. Segundo o Dr. Rodrigues, os conselhos têm VOX Otorrino | 35

CONDUTA MÉD ICA

trabalhado de forma intensa para que os médicos tenham essa liberdade em qualquer ambiente de trabalho no qual atuem, de acordo com a necessidade de cada paciente. “Isso também precisa estar bem definido no contrato”, reforça.

Sobre o futuro dessa relação, o Dr. Baptistella enxerga a prevenção como o caminho: “Cabe hoje às operadoras de saúde diminuírem os custos operacionais por meio de estudos baseados em Medicina Preventiva”, explicou, baseado na lógica de que é mais caro “tratar” do que “prevenir”. “É preciso trabalhar em parceria com o profissional através de protocolos de atendimento bem definidos e remuneração adequada”, conclui.

Alexandre Martins

ato entre tr n co o n ar st n co O que deve de e médicos: ú sa e d s ra o d ra e op • Objeto;

s os servidescrição de todo m co , to ra nt co • Natureza do ços contratados; iços contratados; • Valores dos serv ocedimentos as os, eventos e pr at s do o a; çã or ca ad • Identifi rização da oper cessitem de auto sistenciais que ne ento dos pagatos para faturam en im ed oc pr e • Prazos prestados; ento dos serviços mentos e pagam es reajustes dos pr periodicidade do e a rm rifo ob s, r io se ér o • Crit as, que deverã s pelas operador ços a serem pago uais; gatoriamente an das obrigações o cumprimento nã lo pe es ad • Penalid estabelecidas; orrogação, renoe critérios para pr to ra nt co do a ci • Vigên vação e rescisão.

tar (ANS) Saúde Suplemen de l na io ac N Fonte: Agência r>. <www.ans.gov.b

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Q UAL I DADE DE V I DA

Qual o próximo destino?

Com o pé na estrada em uma média de duas vezes por ano, o Dr. Alexandre Enoki mostra como é possível conciliar a prática médica com as viagens

Por Bruno Bernardino | Fotos: arquivo pessoal

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unca foi tão fácil viajar por conta própria. Informações estão a um clique de distância: hotéis, voos, aluguel de carros e opiniões de outros viajantes.

Tudo reunido na internet. Pode ser trabalhoso, especialmente nas primeiras vezes. Qualquer desatenção no preenchimento de datas pode resultar em multas ou gastos não reembolsáveis.

Ainda assim, quem se diverte montando seu roteiro de viagem (e descobre que, dessa maneira, é possível montá-lo com foco em seus interesses), dificilmente viaja de outro jeito. É o caso do otorrinolaringologista, o Dr. Alexandre Enoki, do Hospital Paulista. Acostumado desde pequeno a viajar, o médico tem feito cerca de duas viagens ao ano, dispensando o serviço de excursões e sendo ele mesmo o organizador dos itinerários que percorre. “Nas excursões, não precisamos nos preocupar em organizar roteiros, pesquisar hotéis ou reservar ingressos. No entanto, acabo optando por viajar ‘por conta própria’ pela liberdade de direcionar meu tempo para as atrações que mais me interessam”, explica o especialista.

Para conciliar as viagens à atribulada rotina de médico, seus itinerários são planejados antecipadamente e ele para de operar sete dias antes de pôr o pé na estrada. Enquanto está longe, porém, mantém-se disponível por telefone, e-mail ou WhatsApp, caso seus pacientes necessitem de auxílio.

diferentes padrões de valores; a cultura Sami; os povos indígenas da Lapônia e sua maneira de viver em temperaturas extremamente baixas. As viagens moldam nossa personalidade, nossos valores e nossos interesses. Isso acaba influenciando não somente nossa profissão, mas a forma como vivemos, sempre na expectativa de qual será nosso próximo destino”.

Cada destino, uma história Ao longo desses anos, o médico já viajou para pouco mais de 70 países, aproveitando para conhecer, em cada um deles, as construções históricas, museus e templos, as belezas naturais, estilos musicais, comidas típicas e culturas locais.

“As diferenças culturais são fascinantes e me causam muito interesse. Gosto de conhecer todas, das mais civilizadas às que ainda carregam traços primitivos”, explica. Ele fala sobre as que se destacam em seu imaginário: “Sou suspeito, mas tenho particular interesse pela cultura japonesa, que me causa muita admiração. Também gostei muito de conhecer os povos árabes; a cultura na Índia e no Camboja, com seus

Dr Enoki e esposa na aurora boreal

“As viagens moldam nossa personalidade, nossos valores, nossos interesses. Isso acaba influenciando, não somente nossa profissão, mas a forma como vivemos, sempre na expectativa de qual será nosso próximo destino” Dr. Alexandre Enoki

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EDUCAÇÃO CONTINU A D A

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VÁLVULA NASAL Dr. José Eduardo Lutaif Dolci Professor Titular e Diretor do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Eduardo Landini Lutaif Dolci Doutor em Otorrinolaringologia; professor instrutor de ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo

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válvula nasal, ou área valvular, foi originalmente descrita em 1903 por Mink, e posteriormente com mais detalhes em 1970 por Bridger. Nas últimas décadas, o correto diagnóstico e a devida preocupação com esta região vêm sendo realizados pelos cirurgiões de nariz1.

A válvula nasal é formada por duas regiões anatomicamente próximas e que podem ser responsáveis isoladamente ou em conjunto com a insuficiência de válvula nasal. Este é o local de maior resistência na via aérea superior, portanto, mínima redução na região já é responsável por obstrução nasal. Quando o ar inspirado passa por seguimentos estreitos, uma aceleração acontece, causando, pelo fenômeno de Bernoulli, diminuição da pressão intraluminal, com consequente colapso da parede nasal lateral2.

A válvula nasal externa tem como limites anatômicos o rebordo alar, a columela (cruz medial da cartilagem alar) e a porção inferior do vestíbulo nasal. A válvula nasal interna localiza-se a aproximadamente 1,3cm do orifício narinário e apresenta como limites a porção superior do septo nasal, cartilagem lateral superior e a cabeça da concha inferior. De maneira geral, três estruturas compõem a região da válvula nasal: corneto inferior, septo nasal e parede nasal lateral. As duas primeiras são estruturas estáticas e rígidas, enquanto que a última é menos rígida, sendo determinante para a rigidez da válvula nasal. Dessa forma, é importante que diagnostiquemos qual ou quais dessas estruturas são responsáveis pelo comprometimento da válvula nasal3.

As principais alterações anatômicas responsáveis pela insuficiência de válvula nasal são: colapso do rebordo alar, colapso do dorso nasal cartilaginoso, desvio septal alto, hipertrofia de cornetos, nariz com ponta severamente mergulhante, columela alargada e desvio septal caudal4.

A principal queixa do paciente com insuficiência de válvula nasal é a dificuldade da passagem de ar pelo nariz. O diagnóstico ainda permanece controverso na

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EDUCAÇÃO CONTINU A D A

literatura. Não existe até o momento um exame padrão-ouro para esse diagnóstico. A história clínica associada com exame físico otorrinolaringológico, rinoscopia anterior e inspeção/palpação externa do nariz são importantes nessa avaliação. Estudo recente demonstrou que o uso de dilatadores nasais externos pode ser útil na confirmação do diagnóstico, permitindo diferenciar o local acometido (cartilagens alares e/ou laterais superiores). A realização da manobra de Cottle modificada também se mostrou efetiva na programação cirúrgica da rinoplastia funcional, sendo mais especifica do que a manobra de Cottle tradicional5.

As opções de tratamento variam de acordo com a região acometida. As alterações do septo nasal e da concha inferior devem ser corrigidas cirurgicamente. As opções

Referências 1. Bridger GP. Phisiology of the nasal valve. Arch.

Otolaryngol. 1970;92:543-553.

2. Papel ID. Management of the middle vault. In: Facial Plastic and Reconstructive Surgery. 2. ed. New York: Thieme, 2002;407-413.

3. Ishii LE, Rhee JS. Are diagnostic tests useful for nasal valve compromise? Laryngoscope. Jan 2013;123(1):7-8.

4. Rhee JS, Weaver EM, Park SS, Baker SR, Hilger PA, Kriet JD, Murakami C, Senior BA, Rosenfeld RM, Divittorio D. Clinical Consensus statement: Diagnosis and management of the nasal valve compromise.

Otolaryngol. Head Neck. Surg. 2010 Jul;143(1):48-59.

5. Gruber RP, Lin AY, Richards T. Nasal strips for evaluating and classifying valvular nasal obstruction. Aesthetic Plast Surg. Apr. 2011;35(2):211-215.

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cirúrgicas para correção da insuficiência de válvula nasal externa mais utilizadas são: batten graft, enxerto de contorno, lateral crural strut graft, lateral crural graft, turn in flap de crus lateral e asa de gaivota. Esses enxertos têm como objetivo reforçar a cruz lateral da cartilagem alar e consequentemente o rebordo alar6,7,8,9.

As opções para correção da insuficiência de válvula nasal interna são: spreader graft, flaring suture, batten graft e asa de borboleta. Esses enxertos e/ou sutura tem como objetivos aumentar a área da válvula nasal interna e/ou reforçar a parede nasal lateral. A correção da insuficiência de válvula nasal externa e/ou interna é realizada através da rinoplastia funcional, mas essas opções terapêuticas também podem ser realizadas em conjunto com a rinoplastia estética10.

6. Gunter JP, Friedman RM. Lateral crural strut graft: technique and clinical applications in rhinoplasty. Plast.

Reconstr. Surg. 1997;99(4):943-952.

7. Rohrich RJ, Ranieri JJr, Ha RY. The alar contour graft: correction and prevention of alar rim deformities in rhinoplasty. Plast. Reconstr. Surg. 2002;109(7):2495-2505.

8. Toriumi DM, Josen J, Weinberger M, Tardy ME Jr. Use of alar batten grafts for correction of nasal valve collapse. Arch. Otolaryngol. Head Neck Surg.

1997;123(8):802-808.

9. Toriumi DM. New concepts in nasal tip contouring. Arch.

Facial Plas. Surg. 2006;8(3):156-185.

10. Sheen JH. Spreader graft: a method of reconstructing the roof of the middle nasal vault following rhinoplasty.

Plast. Reconstr. Surg. 1984;73 (2):230-239.

I N T ER N AC I ON A L

RIO DE JANEIRO É PALCO DO 8º CONGRESSO MUNDIAL DE CIRURGIA PLÁSTICA FACIAL Um dos participantes, o cirurgião americano Jonathan Sykes, convida todos da ABORL-CCF ao congresso Por Bruno Bernardino, com colaboração da Dra. Ingrid Lopes de Oliveira | Foto: divulgação

O

Dr. Jonathan Sykes, otorrinolaringologista, cirurgião plástico facial e professor e diretor do UC Davis Medical Center, em Sacramento, Estados Unidos, já realizou mais de 13.500 procedimentos estéticos, funcionais e de reconstrução cirúrgica facial, desde que iniciou sua prática em 1983. Membro do Comitê Científico do 8º Congresso Mundial de Cirurgia Plástica Facial, ele nos fala sobre os destaques do evento que acontecerá entre 11 e 14 de maio, no Hotel Sheraton, no Leblon, Rio de Janeiro, e convida todos da ABORL-CCF a participar dos quatro dias do encontro. Segundo ele, essa é uma oportunidade de estar em um programa educacional diverso, com os melhores profissionais da área compartilhando seus conhecimentos.

De acordo com o cirurgião, o mundo da Cirurgia Plástica Facial - composto por um grupo diverso de indivíduos, como médicos particulares, acadêmicos, cirurgiões reconstrutivos e estéticos, todos unidos pela paixão que têm pelo trabalho e o desejo de realizá-lo com excelência - está mudando. Ao longo dos anos, os cirurgiões plásticos faciais têm lutado batalhas em níveis estaduais, nacionais e internacionais, com o desejo de definir seu papel e lugar nesse mundo em constante evolução.

Como grupo, a posição atual dos profissionais dessa área foi moldada pela visão de seus líderes do passado, até os dias de hoje, evoluindo em um nível de qualidade global, pela qualidade de seus membros e de seus programas educacionais.

político que se transforma nacional e mundialmente.

Por causa da crise econômica em todo o mundo, a aceitação da cirurgia plástica facial por outras sociedades é lenta, embora a colaboração entre diferentes especialidades tenha sido importante para promover a qualidade do tratamento ao paciente.

“A fertilização de ideias cruzadas dos nossos conhecimentos e a partilha das nossas histórias de vida profissional só vão engrandecer nosso trabalho e fazer-nos melhores médicos. Por isso, gostaria de convidar pessoalmente cada um, para participar do 8º Congresso Mundial de Cirurgia Plástica Facial, compartilhando a beleza do Rio e o conhecimento de alto nível dos cirurgiões que participarão do evento”, enfatiza.

Serviço 8º Congresso Mundial de Cirurgia Plástica Facial Data: 11 a 14 de maio de 2016 Local: Sheraton Rio Hotel & Resort

Cirurgia Plástica Facial brasileira é bem-conceituada no exterior Para o Dr. Sykes, a qualidade médica e cirúrgica dos profissionais brasileiros é excelente, uma vez que estão sempre comprometidos com a melhoria de suas habilidades e atualização de seus conhecimentos, em um clima

Endereço: Avenida Niemeyer, 121 – Leblon – Rio de Janeiro, RJ Para mais informações, acesse <www.aborlccf.org.br/facialplastic2016>.

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HumORL

Descanso merecido Importante colega mineiro, foi convidado pela Sociedade Brasiliense de Otorrinolaringologia para ir à Capital Federal fazer uma palestra.

Era um daqueles dias. Enfrentou um atraso no aeroporto, quase desistiu da empreitada, mas, enfim, viajou.

Chegou em cima da hora da aula, os colegas o aguardavam no aeroporto e, em desabalada carreira, levaram-no diretamente ao evento, que estava marcado para as 20h30 e onde o pessoal já estava esperando.

Conseguiu apresentar sua palestra e, ao final, já sem estresse, o grupo deslocou-se para um restaurante da moda, onde bateu papo até altas horas. Só então os colegas o deixaram no hotel.

Chegando lá, alta madrugada, encontrou a recepção quase vazia e somente uma secretária acompanhada por um rapaz imberbe, que portava um crachá onde se lia: “Em treinamento”.

Lógico que seu check-in só poderia ser feito pelo jovem que – utilizando-se de um velho jargão médico - estava mais para “R1” do que para titular do procedimento.

Contra suas previsões, o atendimento foi rápido.

Prontamente, com sono e meio entorpecido pelo vinho absorvido momentos antes, o colega pegou a chave e dirigiu-se para o andar. Ao abrir a porta do quarto – surpresa –, deparou-se com uma mulher gritando, desesperadamente e tentando empurrá-lo para fora da habitação.

Perfeitamente acordado pelo susto, voltou à recepção e, dirigindo-se à suposta chefe disse: - Vocês têm aí, por favor, uma folha em branco e uma caneta?

- Sim- foi a resposta-, mas para que o senhor deseja?

- É que quero fazer uma carta de agradecimento à diretoria desta rede hoteleira. Eu viajo muito, mas é a primeira vez que recebo, incluída na diária e sem custo adicional, uma mulher na minha cama!

Foi aquela correria.

Por José Seligman

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Parque Vaca Brava - Foto de Silvio Quirino - Cedida pelo Goiânia Convention & Visitors Bureau

Goiânia será a sede do 46° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

Participe!

www.aborlccf.org.br