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Experiência de um jovem casal como alunos externos de um Programa de Doutorado em Ciências Contábeis na UFPR

Depois de lecionar durante quase 10 anos entre graduação, pós-graduação e cursinhos preparatórios para concursos públicos, resolvemos que era chegada a hora de voltarmos aos bancos acadêmicos, mas na função de alunos. Dessa maneira, fomos aceitos como alunos não regulares no programa de doutorado em Contabilidade da UFPR e fomos alunos da disciplina de Contabilidade para o Terceiro Setor no primeiro semestre letivo de 2016.

Primeiramente, escolhemos esta disciplina por ser algo completamente novo em nossas vidas profissionais. Nossas experiências acadêmicas e profissionais sempre tiveram o foco corporativo, lucrativo, de resultados. Essa foi a primeira vez em que pudemos direcionar nossas atenções exclusivamente para o Terceiro Setor.

A única experiência havia sido, durante o tempo em que atuavam como professores de universidades privadas, confeccionar o Balanço Social de uma instituição do terceiro setor localizada em Curitiba, uma das maiores. Os resultados foram satisfatórios durante este período e, ao todo, foram elaborados os Balanços Sociais de quatro períodos consecutivos.

Não poderíamos ter feito melhor escolha, pois a disciplina proporciona uma visão completamente diferente do trabalho do terceiro setor. Obviamente que o foco é na parte contábil, mas está tudo ligado. Novas legislações que versam sobre repasses para estas entidades entram em vigor e obrigam os gestores a conseguirem um nível de profissionalismo muitas vezes impossível de ser alcançado pela precariedade dos recursos financeiros disponíveis.

Durante o semestre letivo, tivemos a oportunidade de conhecer duas instituições distintas, ambas do terceiro setor, mas em situações opostas com relação às finanças: a primeira é bem antiga e já consolidada em Curitiba, o Pequeno Cotolengo Paranaense; a segunda está em início de atividades, a OBADIN, que ajuda famílias e portadores de doenças neurológicas raras.

Apenas ouvindo falar do trabalho deles, não se tem a noção da magnitude do trabalho de ambas as instituições. Mas quando você entra na realidade deles e analisa a situação financeira de cada instituição, nota que eles necessitam de ajuda em todos os sentidos e não apenas o financeiro. O Pequeno Cotolengo, por exemplo, vive em constantes desafios para conseguir fechar as contas e manter a excelência dos serviços prestados à comunidade. Já a OBADIN não dispõe de qualquer instrumento formalizado de controle financeiro e nem de recursos.

São realidades de instituições que agem praticamente sozinhas e, mesmo tendo frequentado a disciplina apenas como alunos não regulares, pudemos perceber que este setor, tão importante para a nossa nação, é também tão esquecido e até marginalizado.

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