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Doutoranda conta sobre seu estágio de pesquisa no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) em Lisboa-Portugal
Tendo em vista os requisitos do edital 19-2016 do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), este documento apresenta as contribuições do estágio de Doutorado Sanduíche na formação acadêmica da estudante como bolsista PDSE, realizada pela doutoranda Joyce Menezes da Fonseca Tonin, do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGCont) do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A candidata é orientada no Brasil pelo
Professor Dr. Luciano Márcio Scherer e coorientada no exterior pela Professora Drª. Isabel Maria Estima Costa Lourenço, do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), em Lisboa, Portugal.
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A Capes apoia o intercâmbio internacional, buscando-se a excelência do ensino da pós-graduação no País. As intenções de realizar um estágio de doutorado no exterior devem partir do próprio aluno no momento do ingresso no Programa e amadurecidas e planejadas, conforme a condução da pesquisa. Na caminhada pela conquista de uma bolsa do PDSE, é preciso organização e planejamento, pois, para que a proposta se torne realidade, existem diversos fatores exigidos pela Capes. Na condição de precursora nessa modalidade de estágio no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da UFPR, o compromisso tornou-se ainda maior. Superadas todas as etapas seletivas da candidatura, realizou-se o estágio entre os meses de abril/2017 a março/2018, no ISCTE, em Lisboa, Portugal. Essa experiência no exterior proporcionou, além da contribuição de novos referenciais teórico-metodológicos, o amadurecimento pessoal e aprendizado de novos valores culturais. Ao realizar o meu intercâmbio em Lisboa-Portugal, foi além do que ir para outro país para estudar. Quando você parte para outro país, tem que estar disposto a se transformar, a desafiar a visão de mundo. Independentemente de ser uma oportunidade de estudos ou de trabalho no exterior, o fato é que determinados acontecimentos lhe farão crescer, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Estar em contato com uma outra cultura, conhecê-la e entendê-la, sem ter sua família ou seus amigos por perto, é conhecer uma realidade que não é a que você está acostumado, tendo que se adaptar a novos padrões e costumes, fazer novos amigos que (terá que deixá-los para trás), conhecer o preconceito de perto, etc. Tudo isso com certeza vai acontecer e vai fazê-lo voltar ao Brasil bem diferente do que você era antes do intercâmbio.
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O reconhecimento e compreensão da realidade social é o primeiro momento de maior apreensão, pois surgem as incertezas quanto à adaptação à cultura local e quanto à superação dos sentimentos de solidão e saudade da família e amigos. Nessa etapa, é fundamental o apoio da coorientadora para a adaptação à nova cultura, ao auxílio na questão da hospedagem, na orientação quanto ao uso dos meios de transporte e, principalmente, na organização documental comprobatória do início do estágio para envio à Capes. Recomenda-se ainda, nos primeiros dias, a abertura da conta bancária para fazer a transferência bancária já que a Capes, repassa os primeiros auxílios em reais. Desta forma, é necessário verificar os documentos exigidos para providenciar a transferência de reais para euros. Ao chegar em Portugal, fiz o cadastro do NIF (similar o CPF brasileiro), para fazer abertura da conta bancária.
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Os primeiros dias de estágio foram de apresentações aos professores do Departamento, instalação em um gabinete de investigadores, liberação de senhas para acessar as bibliotecas, criação de e-mail institucional e reconhecimento dos serviços oferecidos pela universidade. No segundo momento do estágio, concretizou-se o aprofundamento teórico metodológico de algumas atividades práticas. Com base na análise do “projeto de tese” apresentado, a Professora Isabel Lourenço destacou que, no período de estágio, seria recomendável modificar a proposta de investigação. Elencaram-se dois conceitos fundantes relevantes para o desenvolvimento da pesquisa: iniciando com a elaboração de teste-piloto e análise de dados.
As propostas para as atividades práticas previstas no Plano de Atividades foram adequadas pela coorientadora, com a minha participação em aulas de Contabilidade Financeira I, com abordagem de ensino baseado em casos de empresas portuguesas de sucesso, ou seja, adquiri conhecimentos de novas metodologias de ensino, que foi o estudo de caso; e a experiência de lecionar no exterior com diferentes culturas, que é uma experiência que não esquecerei na minha vida acadêmica. Mas acima de todo o aprendizado profissional, o crescimento pessoal foi o mais importante, como, por exemplo, aprender a lidar com as diferenças culturais e a distância e a resolver situações do dia a dia em um país completamente diferente. Foi muito bom conhecer tantas pessoas de culturas diferentes, uma vez que, em um centro de pesquisa, existem pessoas de diversos países; poder ter acesso a tanta história, cultura e lazer; observar diferenças sociais entre um país e outro.
Provavelmente seria de se esperar que os portugueses e os brasileiros fossem bastante parecidos em quase tudo, visto terem sido os portugueses a colonizar o Brasil e ambos falarem a mesma língua. Mas a verdade é outra. A forma como se comportam, o modo de viverem, as crenças, a comida… Apesar de ambos falarem o português, existem muitas diferenças na língua, especialmente a forma como as pessoas se comunicam numa conversa entre amigos, por exemplo: pequeno almoço (café da manhã), bica (café), portátil (notebook), telemóvel (telefone celular), lixivia (água sanitária), golo (gol), malta (grupo ou galera), rapariga (moça), casa de banho (banheiro) e entre outras e fora os sotaques. Durante esse ano, conheci as principais regiões e universidades de Portugal, como: Lisboa, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Faro, Setúbal, Évora, entre outras. Assim, posso dizer que foi uma experiência incrível e pude aproveitar cada dia de que lá estive. Acho maravilhoso poder ter tido essa oportunidade na pós-graduação e valorizo cada aprendizado.