ACÁCIO SANTOS
EDIÇÃO 03
2013
E N BO
P
O T HO
N A B UR
A
Após um trabalho exaustivo, eis que chegámos à publicação nº 3 da Photobone. Temos para oferecer aos nossos leitores uma selecção de bons convidados com um bom tema a acompanhar. Propusemo-nos desviar o olhar e as objectivas do ser humano e da fotografia convencional. Apontámos a máquina fotográfica e disparámos sobre o que é urbano, tendo como intenção dar a oportunidade às várias perspectivas de um espaço público, seja ele uma espaço moderno ou clássico. Para isso confiámos nas abordagens dos nossos convidados e nos seus momentos decisivos no acto dos seus “disparos”. Lançar um tema é sempre difícil, tornar algo apelativo para o público não é uma tarefa fácil, mas a Photobone tem-se esforçado no sentido de oferecer o melhor aos seus leitores. A Photobone já conta com um vasto espectro de significado, de experiência e de uma galeria absolutamente diversificada e carregada de brio. Mais uma vez, este projeto não seria possível de ser implementado sem a valiosa colaboração dos nossos convidados que nos oferecem o seu talento. Espero no futuro poder continuar a contar com esta parceria. Obrigado por acreditarem na Photobone, de tantas diferentes e significativas formas. Termino com mais um obrigado. Todos os projetos levam o seu tempo e é necessário possuir uma boa capacidade de observação e paciência. E está tudo dito! Acácio Santos
URBANA
PHOTOBONE 03
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PHOTOGRAFF
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Jeyson Duarte Martins Rio
Jeyson Duarte Martins Rio-detalhe
Jeyson Duarte Martins Rua Meu Rio
Jeyson Duarte Martins Rua Meu Rio - detalhe
ENTREVISTA Jeyson Martins
Como e quando surgiu esta paixão pela arte da fotografia? De fotógrafo e louco todo mundo tem um pouco. A criatividade é inerente ao ser humano e as crianças são os melhores exemplos disso, mas quando essa criatividade não é estimulada (ou é reprimida) fica esquecida em algum lugar. Olhando para trás vejo que, de alguma maneira, sempre estive envolvido com a fotografia, mas foi no final de 2011 que resolvi de fato mergulhar nesse universo de onde não consigo mais sair. Não poderia ter feito escolha melhor, pois comecei a participar das atividades da Associação Fotoativa (movimento artístico paraense que desde 84 é responsável em promover a sensibilização do olhar na cidade através de atividades e discussões www.fotoativa.org.br)
Qual o tema que tens como referência para o teu trabalho? O que é que te fascina mais nesse tema que te leve a fotografá-lo? A cidade é minha musa inspiradora. Ela me seduz por conta do seu emaranhado de signos e significações e sua constante e diária mutação. Nós à modificamos e por ela somos modificados. Em mim esse olhar sobre a cidade e a rua foi aguçado a partir do envolvimento com o graffiti e desde então ficou difícil pensar a rua como um simples espaço para transitar. O encanto é ainda maior com a minha cidade que acompanho diariamente sua transformação e sua relação com o rio. Uma grande metrópole das mangueiras cercada por rios, onde as forças naturas estão em constante diálogo (e embate, infelizmente) com a interferência humana. Nos meus trabalhos essa relação está presente mostrando criticamente esse relação homem-natureza. Afinal...Essa RUA é meu RIO! [Adaptação da frase conhecida por todos na cidade (Belém-PA): Esse rio é minha rua, do poeta Rui Barata com Paulo André]
Tens mais algum projeto inovador previsto para breve? Qual? O photograff tem um potencial enorme que ainda precisa ser extraído e estou atualmente me focado nele. Desde a primeira apresentação no Concurso do Movimento Hotspot ele já vem evoluindo. Para a exposição “Olhar Urbano” programada para novembro deste ano na Galeria Theodoro Braga , vou apresentar novos modelos de máquinas de diferentes formatos e tamanhos, mas todas reutilizando latas de spray. Em primeira mão à publicação a Photobone apresento a nova etapa do projeto onde os registros fotográficos feitos com a câmera ganham às ruas das cidades junto com pinturas em spray, transformando em um único elemento que interfere e colore o cinza da urbe. Pensando a fotografia a partir do graffiti e o grafitti a partir da fotografia.
Onde podem os nossos leitores visualizar o teu trabalho? www.movimentohotspot.com/projeto/photograff/; www.perturbe.com.br ; http://www.flickr.com/jey_dawson/
Para ti o que é mais importante dominar na arte de fotografar e porquê? Para mim o mais importante está sendo não dominar a fotografia,mas compreender as potencialidades da luz e descobrir sempre novas possibilidades.
Tens algum fotógrafo como referência e de que forma ele influenciou a tua fotografia? Muitos são os artistas que tenho como referência, mas foi com o fotografo e arte educador Miguel Chicaoka que tive a oportunidade de aprender e ver a fotografia para além do click na câmera, me fazendo pensar criticamente sobre o fazer fotográfico e suas infinitas possibilidades artísticas.
ENTREVISTA Jeyson Martins
Recentemente apresentaste um projeto que intitulas Photograff. Podes explicar aos nossos leitores o seu conceito? Como surgiu? O projeto surgiu como uma forma de juntar duas paixões - a fotografia e o Graffiti - em uma linguagem única, mas que tivesse a essência de cada linguagem. O projeto reutiliza latas de sprays descartadas por escritores urbanos e às transforma em câmeras fotográficas. Duas linguagens que aparentemente antagônicas, mas que tem em comum a busca da expressão, seja por meio da luz na fotografia ou a partir das cores do spray no graffiti. Como Kafka dizia: “Fotografamos para colocar para fora imagens que estão dentro da gente”. A ideia foi fazer uma mutação entre uma câmera e um spray, a fotografia e o graffiti e entre a luz e a tinta. O resultado é uma fotografia que contém as características do graffiti desde o meio às proporções finais da fotografia, pois devido a estrutura vertical do spray, os registros possuem uma forma diferenciada que remete à verticalização das cidades e às formas do estilo caligráfico do tag reto (letras retas alongadas) que pode ser considerado a estética indentitária urbana brasileira. É apresentada uma relação de simbiose: O graffiti por ser uma escrita perversa, um registro visual essencialmente efêmero e a fotografia por reproduzir e multiplicar ao infinito o que só ocorreu uma vez formando uma relação mutualmente vantajosa onde o efêmero se eterniza e serial se individualiza. Assim, o graffiti se mantém vivo na memória a partir do registro e a fotografia é “elevada” ao status de pintura a partir do momento que sofre interferências de técnicas do graffiti.
MÁRCIA PINTO
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MÁRCIA PINTO NEW YORK
MÁRCIA PINTO NEW YORK
MÁRCIA PINTO NEW YORK
MÁRCIA PINTO NEW YORK
MÁRCIA PINTO NEW YORK
MÁRCIA PINTO LISBOA
MÁRCIA PINTO LISBOA
MÁRCIA PINTO LISBOA
Melania Melania Pereira Ribeiro.
Principais interesses: Escrita, Ilustração e Fotografia. Projectos em desenvolvimento nas mesmas áreas. Participação em diversos workshops de técnicas fotográficas.
Finalista em Artes Plásticas e Multimédia na ESEV. Residente em Viseu.
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MELANIA PEREIRA RIBEIRO
MELANIA PEREIRA RIBEIRO
MELANIA PEREIRA RIBEIRO
Nascido a 21 de Agosto de 1989 em Viseu, onde reside actualmente, cresceu em Mangualde e ainda hoje se considera Mangualdense de gema. Licenciado em Artes Plásticas e Multimédia, pela ESEV no ano de 2010, exerce neste momento o cargo de Designer no Grupo Visabeira. A fotografia, escapadela rotineira descoberta por volta de 2009, tornou-se no seu principal hobbie desde então. Em 2010, ganha o seu primeiro reconhecimento a nível profissional, ao conseguir 2 segundos lugares no Concurso de Fotografia da Expovis. Tentando sempre aliar a fotografia com outras formas de arte, guiou-se sempre pelo lema "Art is anything you can get away with.
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ANDRÉ MARQUES
ANDRÉ MARQUES
ANDRÉ MARQUES
ANDRÉ MARQUES
ANDRÉ MARQUES
Dulce Paixão Dulce Paixão, professora de Português, residente em viseu. Desde muito jovem que se apaixona pela fotografia, procurando estar atualizada nessa área, participando em Workshops. Apesar de gostar de retrato, prefere imagens bicromáticas.
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DULCE PAIXテグ
DULCE PAIXテグ
DULCE PAIXテグ
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ACテ,IO SANTOS
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ACテ,IO SANTOS
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DULCE PAIXテグ
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