NO MARIA DAVID
Rui Mo
directo r e prog da Academia ramad or do C de Música d ine-Te atro de e Alcobaça Alcoba ça
rais
Retrocesso no ensino artístico em Portugal A recente decisão da ministra da Educação de congelar os apoios financeiros a novos alunos do ensino vocacional de música na rede particular e cooperativa é vergonhosa e um autêntico absurdo! É vergonhosa porque fazer um despacho no dia 3 de Agosto (é curioso como o ME faz tantas alterações em Agosto...) a mudar regras estabelecidas para as escolas de música poderem candidatar-se aos referidos apoios, já depois do prazo limite de entrega dessas candidaturas (31 de Julho), não é admissível num Estado de Direito. Está em causa o trabalho de sensibilização e articulação para o ensino vocacional da música (ensino da música especializado e exigente) feito durante meses envolvendo escolas de ensino “regular”, pais e alunos num processo cuja organização é bastante complexa, pois mexe com constituição de turmas, contratação de pessoal docente, dispensa de disciplinas, definição de horários, etc. Como pode uma escola de música voltar a abordar todos estes intervenientes no sentido de apostarem na música, quer para
no ponto
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A iniciativa da Academia de Música de Alcobaça de, em parceria com a Escola Secundária Dª Inês de Castro, abrir cursos profissonais nas áreas da música e dança que neste último caso, sobretudo, tem suscitado bastante expectativa até por constituir uma oferta única na região.
Jornal de Leiria . 26 de Agosto de 2010
o desenvolvimento de competências artísticas dos alunos quer para o enriquecimento óbvio do projecto educativo da escola(s) envolvida(s)? Esta decisão a ser confirmada será, por tudo isto e muito mais, uma autêntica machadada na credibilidade do ensino artístico em Portugal! Mas esta decisão é também absurda! Por um lado, porque o Governo que introduziu mudanças radicais no ensino artístico vocacional há apenas dois anos (pois pretendia alargar, e bem, o ensino da música a muitas mais crianças) é o mesmo que vem agora não só travar esse crescimento como, muito provavelmente, colocar em causa o futuro do ensino artístico em Portugal. Por outro lado, o facto de a legislação ser recente e complexa levou à adopção de um conjunto de normas transitórias pelo que, só agora, começava a ser aplicada na sua plenitude. Vejamos dois exemplos que simbolizam bem o absurdo de toda este processo. Pela primeira vez o Ministério da Educação, através da
em a i r a m o banh Assistimos em período de festas, feiras e romarias e a um sem número de eventos que, em muitos casos, para além de não assentarem em qualquer ideia ou estratégia de promoção da respectiva autarquia, não acrescentam nada em termos de oferta cultural, sendo muitas vezes mais do mesmo...
Agência Nacional para a Qualificação, obrigou as escolas de música a fazerem provas de selecção e entrevistas aos candidatos e encarregados de educação para poderem ser admitidos neste regime de ensino no ano lectivo de 2010/2011. Para quê obrigar as escolas a fazer estas provas (numa aparente estratégia de aumentar o nível de exigência “à entrada”) se a ideia era não financiar novos alunos? Outro exemplo prende-se com a obrigatoriedade (ao contrário do verificado nos outros anos) de constituição de turmas dedicadas (ou seja, composta apenas por alunos matriculados no ensino vocacional) como condição para o financiamento para 2010/2011. Qual a razão para tanto rigor se afinal não havia dinheiro para o ensino artístico da música? Das duas uma, ou estamos perante um bando de burocratas incompetentes que andam a brincar à educação ou então todo este processo foi gerido de má-fé! Resta-nos não baixar os braços e combater este gravoso retrocesso na educação artística em Portugal.
o d a t n e requ É incompreensível que um Monumento Património da Humanidade como é o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça tenho num espaço de seis anos quatro directores! Se repararmos que mesmo aqui ao lado o Mosteiro da Batalha tem o mesmo director há muitos anos, alguma coisa vai mal no “reino” do Igespar!