ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
EXPEDITO SEBASTIテグ DA SILVA
A CORRUPテグ HOJE EM DIA
Sテグ PAULO 1991
Esse mundo em que vivemos Necessita de um freio Dado pelo salvador Acabando o uso feio Duma moça seminua Andar mostrando na rua As pernas, a barriga e o seio Pois hoje o pai de família Não pode mais reclamar Quando vir a sua filha Vaidosa se trajar Numa camisa de alça Na rua a se requebrar
Se por acaso um rapaz Não olhar envergonhado Ela põe a mão nos quartos Sorrindo exclama: -Coitado! Ele olha e não faz conta Ela para ele aponta Gritando: -Olhem o veado!
Mas se faz ele um sujeito Sem moral e sem futuro Se atraca ali com ela Feliz pensa: -Estou seguro! E leva pra uma ponte Dos dois ali no escuro Dias depois a safada Com a mais suja malícia Chega leva outro rapaz À presença da polícia Depois aquela infeliz Vai por ordem do juiz Fazer logo a perícia
O médico faz o exame Com a maior rapidez Depois diz aos presentes Aqui declaro a vocês Ela não é mais de nada Visto que por esta estrada Já andaram cinco ou seis
Desse jeito existem muitas Assim nesse lengalenga Pelas praças provocando Todo tipo de “arenga” Qual será doido o rapaz Pra chamar uma de “quenga” As moças de hoje em dia Estão levadas da breca Se pintam e vestem curto Ficam como um boneca Muito delas seminuas Onde passam pelas ruas Mostram o fundo da cueca
Foi uma assim nesses trajes A confissão procurar Quando o padre viu-a disse: -Vá esta roupa mudar Quando estiver bem vestida Pode vim arrependida Contrita se confessar
-Mocinha, porque você Usa tão curto o vestido? Disse ela: -Todo homem Com isso fica atraído Quer ele ou não a conheça Quando a vir perde a cabeça Do mundo fica esquecido
O padre disse: -Não creio Isto é conversa tua Perder um homem a cabeça Por ver mulher seminua?! Disse ela: -Vou provar Aqui já sem precisar De sair lá para a rua
Levantou ela a sainha Lhe mostrou um short estreito Abrindo na frente a blusa Surgiu um corpo bem feito Numa porta se encostando Ficou com as mãos passando No bico de cada peito
Com a boca aberta o padre Olhava a cena travessa Depois gritou: -moça, pára Já com isto, me obedeça Porque mais já não aguento Pois sinto que no momento Estou perdendo a cabeça!
Existem no nosso mundo Muitas assim dessa laia Portanto, com tempo fuja Antes que no laço caia Quem tem fé em Deus, resiste O mal pior que existe É o demônio de saia
Nesse mundo o desmantelo Já está sendo de mais Dos jovens que não respeitam E nem consideram os pais Assim naquele chamego Os pais vivem sem sossego Sem tranquilidade e paz
Tal como neste caso Que há tempo foi passado De um rapaz que amava Uma moça acautelado Dela os pais nenhum queria Sem ele querer um dia Beijou a velha enganado A casa onde morava Do moço a jovem donzela Era mesmo numa esquina Na qual tinha uma janela Ali naquele lugar Sem ninguém presenciar Vinha à noite beijar ela A moça todas as noites Na janela se encostava Sem olhar botava o rosto O moço fora a beijava Depois desaparecida Jantando ali ninguém via O que ali se passava
A moça todas as noites Vinha com toda cautela Na janela punha o rosto Para o moço beijar ela A velha desconfiando Ficava pra moça olhando Quando ela ia à janela
Numa noite em que a moça Botou na mesa o jantar Logo depois para a janela Seguiu para se encostar Mas a velha de surpresa Disse: -Fique aqui na mesa Hoje vou no seu lugar
A moça disse: -Mamãe O que há com a senhora? Vou respirar na janela O ar fresco nesta hora; Disse a velha: -Meu amor, Devido ao grande calor Vou no seu lugar agora
Do mesmo jeito da moรงa A velha se encostou Com rapidez sem olhar Para fora o rosto botou O rapaz lรก na janela Torcendo a cabeรงa dela Mesmo na boca a beijou
A velha soltou um grito Como se estivesse louca Abraรงou-se com o velho Dizendo com a voz rouca: -Meu velho, oh! Coisa medonha Nesse instante um sem vergonha A pulso beijou-me a boca!
O velho ai deu dois saltos Como se pisasse em brasa Dizendo: -eu pego esse peste Agora nem que crie asa O mato sem piedade Por me fazer nesta idade A ser como em minha casa!
Desta forma o nosso mundo Sossego não terá mais O desmantelo não é Somente em moça e rapaz Pois estamos sempre vendo Todo dia acontecendo Também em vários casais
Duma vizinha um casado Se apaixonando por ela Chamou-a para namorar À noite no quintal dela Mas a vizinha chamou A mulher dele e mandou Para resolver a novela
Quando ele veio à noite Por tudo estar no escuro Abraçou ela dizendo: -Que seio bonito e duro! O da minha esposa é mole... Oh! Que ente sem futuro!
A mulher ai irada Na cara fincou-lhe o braço Dizendo: -Onde eu estou Que o que penso não faço? Cachorro sujo inconstante Eu devia neste instante Aqui deixar-te em pedaços!
Assim desta forma o erro Diariamente consome No seu abismo os devassos Que não existe quem some É dizer de quem se entrega: “Se correr o bicho pega Se ficar o bicho come”
Se o pai de uma moça For de um gênio carrasco Ela diz para o rapaz: -por você, meu bem, me lasco Nosso amor não terá fim Se meu pai achar ruim Pode logo dar no “casco”!
Eu acreditei em uma Dum pai de alma ferina Ele pegou-me e mudou Com um punhal minha sina Hoje como por capricho S贸 chamo os homens de bicho Com a fala muito fina FIM