ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
SALETE MARIA
AGORA SÂO OUTROS 500 “MENTIRA TEM PERNA CURTA”
JUAZEIRO DO NORTE 2000
Meu povo preste atenção No que tenho pra falar O que hoje é ilusão Nós vamos desmascarar Cinco séculos de opressão Muita espoliação Nada pra comemorar Um português mentiroso Diz que “achou” o Brasil Para um Rei ambicioso Escreveu um imbecil Roubou flora, fauna e ouro Deu espelho de consolo A 22 de abril Um bando de manoéis Circulava por aqui Com dedos cheios de anéis Para índio seduzir
Joaquins e seus papéis Nunca deram um só réis Mas foram donos daqui Um jesuíta otário Veio nos domesticar Nos índios botou rosário Obrigou-os a rezar Impôs língua e cenário Mas nunca pagou salário Pro nativo trabalhar Colônia de Portugal O Brasil foi muito tempo Do produto tropical Lembro-me neste momento Começamos dando o pau Este foi o nosso mal Eta sorte de jumento!
Mas a história real Precisa ser registrada O nosso povo é leal E tem a mão calejada Nada mais será igual “No país do carnaval A sorte está lançada” O Brasil endividado O povo todo fodido O patrimônio lesado Por um ianque atrevido O governo é safado Se você ficar calado Será também confundido Colônia, somos de novo Agora de americano Mais uma vez nosso povo Sofre e entra pelo cano
Vivendo só de teimoso O salário é horroroso E o governo é leviano A rede Globo nos diz Viva os 500 anos E contagia o país Sempre nos causando danos Para a gente ser feliz Donos do nosso nariz Não bastam festas e planos A direita no poder Já mostrou que é incapaz Monopoliza o saber Desemprega sempre mais Prejudica eu e você Decide quem vai morrer Mas fala em nome da paz
Conclamar trabalhador É tarefa de quem luta 500 anos de horror “Mentira tem perna curta” Quero um historiador Que conte o que se passou Sem mascarar a disputa Que distribua um milheiro De panfleto por aqui Falando de Conselheiro Não esquecendo Zumbi Louvando o povo mineiro Enfim, todo brasileiro Tiradentes vai sorrir A história “oficial” Só prejudica a nação Contada por general Marechal e capitão
Faz do povo serviçal Dá-lhe trabalho braçal Nega-lhe educação É hora de decidir A quem pertence o Brasil “Mauditos” vão emergir Em primeiro de abril Poesias vão parir Quem ousar nos reprimir Vá pra puta que pariu Liberdade de expressão É preciso garantir “Soberana é a nação Cujo povo canta e ri” Pra você que é cidadão Outros 500 virão Pra poder nos redimir
Particularmente acho Que só a Revolução Que não se faz só de macho Libertará a nação Vou me encontrar com o diacho Deixo aqui meu esculacho São mais 500, então. FIM