ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
RODOLFO COELHO CAVALVANTE
AS MODAS ESCANDALOSAS DE HOJE EM DIA
1978
Não gosto de escrever Livro de descaração Porém, me vejo obrigado Com minha pena na mão Descrever em voz rimada Toda moda depravada Desta nova geração.
Começo pela infância Como hoje ela é criada Menino de sete anos Quase sem saber de nada Quando termina a cartilha Sabe tanta maravilha Com leitura depravada,
Revista Sexual É a primeira leitura, FANTASMA, ZORRO, COYOTE, É a sua literatura.... Assim ele vai crescendo De todo jeito aprendendo Só a safadeza pura!
Com doze anos começa A vida do mundanismo Com o cabelo feito moça... Cheio de todo cinismo, Bebe, fuma, se regala, Quando o pai ou a mãe fala Pensa que é para o abismo.
Quando êle atinge dezoito Diz que é emancipado Passa a noite na orgia No seu viver depravado, Só pratica coisa feia... Quando pega a filha a alheia É pior do que tarado!
Se é moda também Segue no mesmo jeitinho... Sai de casa com o rapaz Parecendo até um anjinho, Mas quando chega no escuro Com o rapaz no pé do muro O namôro é bonitinho.
A moça que tem juizo Não entra neste caderno Porque sabe que o amor Não é do tipo moderno Da pura devassidão... Amor de descaração Leva ela para o inferno!
Infelizmente hoje em dia Se o rapaz é moleirão Não beija a moça com força Quando está na escuridão E se com ela não bole... Diz ela que ele é mole Não serve pra ela, não! Vê-se um rapaz decente Parecendo uma donzela Com o cabelo comprido Alguém diz: é ele ou ela? Só parece uma mocinha... Com a calça apertadinha Passeiando de chinela.
Moça com calça de homem Numa falta de respeito... Pulando na praça pública, Andando de todo jeito... Os pobres pais de consomem Não sabem se a filha é homem Ou se tem qualquer defeito!
Têm moça que anda na rua Com o vestido decotado Qne quando senta-se no ônibus Fica o homem envergonhado Porque vê os seios dela... Pelas costas vê-se ela Parecendo um boi pelado!
Outra de vestido curto Senta-se de qualquer maneira Quem está defronte dela Sentado numa cadeira Sendo um homem respeitado Vira a cara para um lado Por causa da “desgraceira”....
Antigamente uma moça Não andava quase nua... Falava com a mãe dela Para passear na rua: Hoje vê-se uma donzela Sem licença da mãe dela Vai para o “mundo da lua”...
A viúva antigamente Tinha mais honestidade Vestia luto perpétuo, Tinha naturalidade... Hoje vê-se uma viúva Parece o “suco de uva” No prazer da mocidade!
O menino antigamente, Não fumava, meu leitor, Hoje vê-se uma criança Parecendo com um doutor Com o cigarro no “bico” Fumando, bancando o rico, Com ar de Governador!
Tem mulher que hoje anda Com o vestido lascado Tendo um decote no seio Que deixa o homem abismado O vestido apertadinho De maneira ligadinho Que tudo fica acochado! Homem velho, sem vergonha, De cachaça a cara cheia Conquista mulher casada Namora com a filha alheia Tem hora de desacerta O Delegado lhe aperta Vai se esbarrar na cadeia. O namôro de hoje em dia É o rapaz na janela Com a moça se beijando Na prezença dos pais dela E se o lugar for escuro Nem um percevejo, eu juro!.... Passa entre ele e ela.
Vê-se uma mulher fumando O seu cigarro “HOLYOOD” Parecendo um cabra macho Que até o diabo ilude Se o marido reclamar Diz ela: Vá se danar... Ou então você se mude! Hoje está tudo mudado O marido é beberrão A mulher é faladeira, É aquela confusão... O filho quer ir embora E a menina já namora Com toda devassidão!
Hoje a mulher pinta o rosto Pinta até as unhas do pé. Pinta o cabelo e a boca Pinta a sobrancelha, até Parecendo uma “mula russa” O cabelo uma carapuça Só couro de jacaré!
Por êsse motivo o mundo Hoje já não presta mais! Velho não respeita moço, Filhos não respeitam pais Mulher bate no marido, Mete a mão no pé-do-ouvido Que o cara vira pra trás!
Quantos filhos neste mundo Distantes da mãe querida Ganhando bons ordenados, Vivem gozando sua vida Não honram seu próprio nome Deixam a mãe passando fome Completamente esquecida! Uma mãe e pra cem filhos Cordas do seu coração, Cem filhos para uma mãe Não existe comparação, Quantas mães estão sofrendo Pelos seus filhos sofrendo O golpe da ingratidão!
Não há outra dor profunda Do que a dor da ingratidão! Ela penetra na alma, Dilacera o coração; Lágrimas por mães jorradas Pelos filhos, são guardadas No vaso da punição!
Ai daquele que fizer Sua própria mãe chorar Cada gôta do seu pranto O filho tem que pagar... Somente a dor lhe redime Pois a ingratidão é um crime Quem uma mãe profanar! Tem moça que hoje em dia Namora qualquer sujeito... Leva pra casa dos pais Sem saber se ele é direito, Ela mesmo é que se entrega, Belisca beija, xumbrega Numa falta de respeito!
Rapazes e moças só querem Comprar livros imorais Que tenham figuras nuas Com atos sexuais... Com isso vão se instruindo No gôzo se divertindo Contra o gôsto dos seus pais! Uma jovem sem juizo Que vive na corrupção Está tirando o diploma Da real depravação... Deixará de ser honrada Para ser uma depravada Amanhã por profissão!
A decência atualmente, Pra muitos não vale nada! Uma mulher de respeito Seja solteira ou casada Se ela não andar nua Se requebrando na rua..., Dizem que ela é uma errada!
Quanta mocinha de hoje Tendo tudo a toda hora, Gozando o amor dos seus pais, Certo dia vai embora Com um malandro qualquer, NĂŁo sabendo esta mulher Que na misĂŠria ela chora!
R-esta dizer aos leitores: O-mundo presentemente D-ia a dia se corrompe, O-abismo estĂĄ na frente... L-ivrai-nos Deus: do abismo, F-ome, peste, cataclismo, O-lhai o puro, o incente!
FIM