José geraldo da cruz

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ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.


INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


ABRAÃO BATISTA

JOSÉ GERALDO DA CRUZ



Não surgiu neste mundo Quem desse informação Do significado da vida Quando nasce um cristão O porque de tantos loucos Os bons homens que são poucos Isto traz mais confusão. Por que o mundo está cheio De homens sem coração? Os justos se tem nos dedos Não completam um batalhão Os perversos e malfeitores Esses sim, são os senhores Pra eles todo o quinhão. De cada mil se tira um Com dotes de caridade Homem de boa fibra, Este é uma raridade; Por esta razão eu faço A história no compasso De minha própria cidade.


José Geraldo da Cruz Este homem já nasceu Para servir a pobreza Até o dia em que morreu Era homem compreensivo Educado e muito ativo Assim diz quem o conheceu. Quando surgiu a República José Geraldo nascia No dia 8 de outubro Com muita paz e alegria Lá no sítio Salgadinho Para o seu pai, o filhinho Era o que muito queria. José Geraldo, bem cedo Mostrou sua inclinação Ajudava nas tarefas De seu pai na plantação Nas horas vagas, estudava De cedo ele mostrava Uma grande vocação.


Na escola José Marrocos Aprendeu a escrever E como no Juazeiro Não tinha o que aprender Em Fortaleza, no Liceu Alí foi que aprendeu Para se estabelecer. Voltou para sua terra Com o que tinha aprendido Bem na rua Padre Cícero Ficou ele estabelecido Com a Farmácia dos Pobres Atendendo até os nobres Logo foi reconhecido. Padre Cícero o ensinou Fazer o Bálsamo da vida, Vários remédios e xarope Pra vencer sua lida Portanto, a sua farmácia Transformou-se numa acácia Por todos muito querida.


Durante 17 anos José Geraldo trabalhou Ao lado do Padre Cícero E foi ele que ensinou A ajudar a pobreza Sem brigar com a natureza Por isso se transformou. A Farmácia dos Pobres, foi Um hospital particular Ambulatório do povo Que não podia pagar Lá, ele era ortopedista Parteiro, médico, dentista E professor exemplar. Minha mãe é testemunha De José Geraldo da Cruz Ela me disse que ele Foi realmente o que expuz, Homem educado e vibrante Bondoso, calmo, elegante E acreditava em Jesus.


De Padre Cícero, ele foi Seu enfermeiro particular Outras vezes, com Dr. Floro Não podia se combinar Porque eram dois homens fortes Por isso seus passaportes Se fizeram contrariar. José Geraldo, foi também Majestoso veterinário Ensinava pros fazendeiros A cuidar do seu erário Era pau pra toda obra Nas horas, vagas, de sobra Na política fez seu cenário. Contam que ele era Excelente namorador Ao lado de Dr. Mozart, Outro grande benfeitor José Geraldo da Cruz Foi homem cheio de luz Na terra do Criador.


Em 14, ele fez parte Da nosso Revolução Ao lado de Dr. Floro E do Padre Cícero Romão Se libertaram do Crato José Geraldo, de fato Foi médico e capitão. Quando os bispos perseguiam O Padre Cícero Romão José Geraldo Zangou-se E fez uma proclamação: Só não saio da igreja Por causa daquela inveja, Por tela nela tradição. Naquele tempo, no Crato Ele fez grande amizade Com Dr. Fernandes Távora Que tinha propriedade Os dentes que conhecia Dr. Távora os recebia Sem cobrar nem a metade.


Este ponto é a chave Que na política o meteu Quando Fernandes Távora Governo se elegeu Colocou José Geraldo Interventor de respaldo E Juazeiro reconheceu. Esta foi a primeira vez Que José Geraldo da Cruz Foi político no Juazeiro No tempo que lhe faz juz Assim conta quem conviveu Pois nele reconheceu Um homem cheio de luz. Fernandes Távora pediu Antes de sua eleição Que José Geraldo arranjasse Uns votos, como irmão E José Geraldo, calado Começou no seu reinado A arranjar votos, em mão.


Padre Cícero sabendo disso José Geraldo chamou Disse pra ele: amiguinho O que Távora determinou? Eu tenho meu candidato, Proponho agora um trato E José Geraldo aceitou Padre Cícero mandou dar Duzentos votos, à parte; José Geraldo admirou-se Pois não tinha tanta arte Mas Padre Cícero os deu E o Távora reconheceu Aquele novo encarte. Por isso Fernandes Távora De José Geraldo lembrou; Com a morte do Padre Cícero José Geraldo ficou Fazendo nova liderança De sua terra, na esperança Como bem s ajustou.


Assim começou a vida De um político de ação Foi interventor três vezes E mais duas, em eleição Foi prefeito de Juazeiro Aquele grande guerrilheiro Do Padre Cícero Romão. Foi casado duas vezes Por ter muita energia A primeira, alagoana Que ele muito queria, A segunda de Pernambuco Pois o cara era um trabuco Diz quem a ele conhecia. Dos filhos era amado Por sua compreensão Conversava sempre com eles Com calma e satisfação Seu respeito era total Nenhum filho falava mal Diante do pai e irmão.


Quando um filho errava Ele mandava sentar Para ficar com ele Muito tempo a conversar, Conversando, conversando Ele ía conquistando Sem o cabra se notar. Os filhos todos concordam Ser um pai compreensivo Tinha respostas exatas Liberal e muito ativo Sua humildade aborrecia Pois quem não o entendia Dizia ser pouco vivo. Assim, eu contei, em parte De José Geraldo da Cruz Sua história resumida Como aquí eu a expuz Com 88 anos morreu Juazeiro o engrandeceu Dando a ele trabalho e luz. FIM



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