ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
DANILO LOPES FERREIRA
MARCIANA AVE DE ANA
Meu amigo dê licença Mas agora vou falar Uma estória de criança Que alguem vei me contar Da Ave que é Marcelina Que na terra vei pra Ana De Ana pra esse lugar Mas antes meu caro amigo Aceite a desculpação Pois eu nunca fui poeta E rimo de ocasião Mas você vá desculpando A estória eu vou contando Rimando com o coração Essa estória se passou Na cidade do Chamou Num dia de sexta-feira Quando alguém desabafou Contando pro meu avô Que um disco voador A Ave desincantou
A pessoa que eu falo Foi Ana das Margarida Que na tal da sexta-feira Gritou atĂŠ pela barriga Quando viu a pelenosa Marciana gloriosa Olhando despercebida Logo que saiu do disco Na frente de Ana pulou Foi dizendo bem baixinho Nem sei bem o que falou Mas pulou rapidamente Num instante displicente Com aperto segurou Marciana gloriosa Na verdade era seu nome Veio a terra meus amigos A mandado deste homem Amprociano Trinta e Seis Rei de Marte desta vez E Marciana veja o que fez
Marciana General Ave de um brilho real Apareceu a dona Ana Num suspiro imortal Deu um berro em plena rua Dispenou e quase nua E falou para o mortal Vim aqui preste atenção Senhores desta nação Pois vim cumprir um trabalho Com toda emoção Vou levar Ana pra longe Mesmo sem dizer pra onde Com grande satisfação Marciana gloriosa Ave que aqui chegou Carregando em suas penas Um tremendo esplendor Um brilho cheio de brilho E brilho que mais brilhou Nesta cidade passou
No meio desta confus茫o Ana logo desmaiou A tal ave Marciana Juntinho dela ficou Dizendo pra todo mundo Que ficassem todos juntos E com Ana caminhou Pegou Ana com as garras E pro disco a levou Logo ap贸s alguns instantes E o disco disparou Subiu com toda altura Bem no meio da profundura Nunca mais ela voltou Logo que chegou o disco Nossa Ana dispertou Viu a ave lhe olhando E olhando ela ficou Neste instante esta ave Fez zumbido e alarme E num homem transformou
Veja bem caro amigo O romance entre astral Da Ana que era da terra Do rapaz que era imortal E neste interim O romance digo sim Não me chame louco ou mal Veja bem se é possível Este romance astral Dum soldado marciano E a mulher sensacional Escolhida por seu rei Pra ser mulher eu não sei E a coisa fica mal Começou a viagem Em busca lá das alturas O disco voava tanto No meio das profunduras Tinha luz tinha chiado Tinha ronco e miado Era uma linda aventura
A viagem demorou Mais ou menos cinco dias Entre espaços e estrelas Sem ter clarão no dia Pois só tinha escuridão E nesta situação Veja Ana o que dizia Olha aqui seu moço Deste disco voador Me leve com você Pra onde você for Mas não me deixe ali Me agarre me beije aqui Com você eu quero ir Nesse instante meu amigo O rapaz se explicou Que amava dona Ana E logo a beijou Mas também falou bem sério Lhe contou todo mistério E o amor continuou
Logo que chegou em marte O povo todo gritou Vai chegando vai descendo A mulher que o rei gostou Nesse instante o disco desce Todo povo empalidece E o soldado falou Meu rei cumpri a missão A qui está sua mulher Perfeita como na terra Bonita como ela é Mimosa cheia de prosa Tão linda e tão formosa Isto sim que é mulher O rei vendo descer Do seu disco voador Foi ao encontro de Ana Na frente dela parou Olhou bem nos seus olhos Depois pegou no colo Nesse instante a beijou
O povo todo de Marte Fez aquela festança Olhando pra dona Ana Cantava mais que poupança E ela encabulada Muito muito envergonhada Quase perde a tolerança O rei logo sentiu O aspecto da mortal Pediu para o seu povo Pra não falar coisa tal O povo então sorriu Depois que o rei pediu E a festa foi total Ana das Margarida Ia ser mulher do rei Vei a parte importante Gritava tudo de vez Zunga zunga zunga lá Dona Ana desde já Nesta terra vai mandar
Terminou a cerimônia E logo escureceu Todo mundo foi embora E o rei permaneceu Deu um olhar pra Ana Depois a levou pra cama Eu não sei o que aconteceu Foi passando os tais dias E os dois em lua-de-mel Só beleza só alegria Poesia escrita em papel O rei muito contente Levava tudo pra frete Tudo era cor do céu Mais depois meu caro amigo Tinha que vim preocupação Ia nascer o novo herdeiro E foi aquela arrumação Até que dona Ana Bem no centro da cama Não teve escolha não
Quando o herdeiro nasceu Teve salva de três tiros O país todo gritou Dizendo que belo lírio O rei até que gostou O filho acariciou E depois veio o grilo O rei viu que o filho Tinha traços do soldado Ficou triste e raivoso E muito envergonhado Deu um pulo em plena rua Quase que bateu na lua Com raiva do condenado Meu amigo veja bem A raiva deste rei Confiava no sujeito E este merece lei Pegou a sua amada Fez sua jogada Repartindo ela no meio
O rei foi logo Ao encontro de Ana Andando mei apressado Com sua perna bamba Chegou de frente o quarto Deu um grito um desabafo E quase que o rei se zanga O rei logo olhou Ana adormecida E viu sua beleza Quase toda despida Ficou apreciando A raiva foi passando Tampando-lhe a ferida. Passou-se algum tempo E Ana logo notou Que o rei jĂĄ descobriu Mas ainda nĂŁo falou Mandou a Neblinato Um criado como um gato E o soldado chamou
O soldado então chegou Com medo de sua lei Foi falar com dona Ana Branco como da última vez Encontrou Ana agitada Num canto paralizada Nem sei bem o que ele fez Ana logo deu de conta Que o soldado tinha chegado Fez gesto que ele entrasse Dizendo tava atrasado O soldado obedeceu Deu um sorriso e desceu E falaram agachados Ana contou por soldado Dono do seu coração Que o rei já descobriu E não tem alternação O jeito era ir embora Nem sequer pensar em glória E fugir pra outra nação
Combinaram logo a fuga Antes da decepção Prepararam quase tudo Com rápida reviração E voaram bem pra longe Que parecia um conge A sua iluminação Foram morar numa estrela Com grande satisfação. Pois se amavam tanto Com loucura e emoção Ajeitaram sua morada Fizeram a namorada Repartindo o coração O rei quando notou Mandou seu disco voar Vir a terra para achar Ana em qualquer lugar Matar se for preciso Mesmo deixando vestígio E a trouxesse pra cá
Meu amigo digo certo Pra quem quizer me ouvir Este disco voador Existe e vem por aqui A procura de Ana Pra matar a sua gana E o rei se divertir Cada vez que você ver A estrela que mais brilhar Neste céu ou horizonte Bem distante de cá É Ana e seu amado Sorrindo mesmo assombrado Com medo de não durar Se um dia der uma chuva Como tudo fosse acabar É a vingança do rei Que neste dia matará E as estrelas chorando Em água se desmanchando Pensando em se vingar
Termino este romance Sei que você vai gostar Lhe garanto meu amigo Que outro hei de contar Aguarde outra estória Mesmo que não seja de glória Pegue a grana e vá comprar
FIM