ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
DEMOSTENES DE OLIVEIRA E JOSÉ SOARES
MULHER DAR A LUZ DE 4 EM 4 MESES
Eu vou narrar esta hist贸ria Mantendo minha moral Uma coisa nunca vista Na vida sexual Com os poderosos de Jesus Uma mulher deu a luz E teve um parto normal Na vila do IPSEP Na rua Nona Floresta A 19 de Abril Houve uma grande festa Nas vesperas de Tiradentes Nascia mais um vivente Mais soldado de testa Tratando-se de um fen么meno A imprensa escrita e falada Ao receber a not铆cia Ficaram preocupada Ampliando a sua fama Em deslindar este drama De uma m茫e inconformada
A 17 de dezembro Na rua acima citada Maria do Nascimento Sentindo-se incomodada No caso de ser criança Chamou uma ambulância Partiu para a Encruzilhada Naquela maternidade Teve parto normal Assistida pelos médicos De trabalho no local Não foi por mãos amorosas De parteiras curiosas Esta origem divinal Maria do Nascimento É o nome da caseira 6 anos de convivência Com Severino Pereira Um pedreiro de mão cheia Debaixo das 4 têias Emprega bem sua feira
Bem empregado a Maria O nome Nascimento Com 4 mese depois Que houve o primeiro evento Deu a luz de outra criança Não me sai mais da lembrança O grande acontecimento Foi levada pro SANDÚ Com dores de fazer pena De lá foi enviada Para o Barão de Lucena Chegando lá internou-se Pensando até que não fosse Participar desta cena Sendo logo examinada Por um especializado Olhou para Maria e disse O caso requer cuidado Levem para o outro quarto Botem na mesa de parto É um menino criado
Severino quando ouviu As palavras do doutor Disse doutor eu protesto Sem desfazer no senhor Lhe digo duzentas vezes Faz apenas 4 mêses Que esta mulher descançou Disse o doutor é possível Estamos no fim da era Cuidamos da paciente Que a hora é severa A hora chegada é essa Depois a gente conversa Fique na sala de espera Severino pensativo Ficou na sala de estar Sozinho e cabisbaixo Sem ter com quem conversar Neste mundo tem de tudo E ele muito peitudo Voltou e foi trabalhar
Quando amanheceu o dia Que Severino acordou Partiu pra maternidade Saber o que se passou Chegando lá espantou-se Pois quando deparou-se Foi com o dito doutor Disse ao doutor como vai Minha esposa Maria Disse o doutor tudo em paz Tudo como Deus queria Por sinal nasceu de tempo Deus também dar exemplo A sua sabedoria Os próprios médicos dalí Tem estudado a vontade Já enviaram ofícios Para outra maternidade Para se inteirar do fato A certeza deste parto Se tinha sido verdade
Os médicos da Encruzilhada Confirmaram a certeza A 17 de dezembro Aquí nesta mesma mesa Por ordem de Deus divino Veio o primeiro menino Por sua graça e firmeza No ano 77 A 19 de abril Foi que se deu o fenômeno Aquí no nosso Brasil No abril e fechar de olho Veio o segundo pimpolho Da mesma mãe varonil Com histo deichei o povo Bastante preocupado Os médicos por sua vez Estudaram os resultados Está por conta da imprensa Deslindar esta ciência Destes dois casos passados
Há grande espectativa Em toda população Uns pensam de uma maneira Outros já pensam que não E assim segue-se os rumores Até os proprios doutores Não tem uma solução Os jornais aí estão Lançaram suas manchetes Eu escutei pelo rádio Quando nasceu o pivete Com esta declaração Houve a grande emoção Na vila do IPSEP Já o próprio Severino Até mesmo a sua esposa Pensam de noite e de dia Sem se conformar com a coisa Tudo é que Deus consente Consente não para sempre Está escrito na louza
Os 2 garotos estão vivos Nutridos e bem conservados Para contar a história Quando estiverem cansados Sem pompas sem trocadilhos Irão contar prá seus filhos Este caso delicado Graças a Deus nós não temos Aquí no nosso torrão Grandes tremores de terra Maremotos e furacão Quando aparece faz promessas E tomam por devoção Este povo tem razão E falam muitas vezes Que nunca ouviram um vivente Ter 2 filhos em 4 meses Sendo os meninos de tempo Tomaram como exemplo Deus proverá muitas vezes
A grande fatalidade Foi por obra do Divino Deus que proteja Maria E também a Severino E aos seus grandes Herdeiros Ao segundo e ao primeiro Deus vos salve este menino Deus que guarde a sua casa Deus que proteja o seu lar Deus lhe dê muito com que Recurso com que passar Felicidade na vida Junto a esposa querida Para seus filhos criar Os filhos vem das entradas Por obra e graça de Deus E nem todo mundo ganha É porque não mereceu Severino e dona Maria Devem ter muita alegria Porque os 2 concebeu
Quando Deus quer tudo é facil Ossos de peixe é espinha Para a sua enfermidade Agua fria é meizinha Deus por todo mundo vela Tira os dentes e abre a guela Diga pra sua visinha Severino é meu amigo Já morou na minha rua Sou visinho dos seus parentes Por sinal da irmã sua Essa história é verdade E grande fatalidade Como a história da lira Só Deus sabe o que fez Diz as grandes escrituras Só traz para nós bondade E paz para as criaturas É como disse o grande Cesar Só se vale quanto pesa E viva Deus nas alturas
Severino agradece A Deus o merecimento Da sua misericórdia Pelo seu escolhimento Como vítima desse drama Tornou-se homem de fama E Maria do Nascimento Aquí fico conformado Agradeço a meu Jesus Aquele que na Judéia Padeceu por nós na cruz Que me dê vida e saúde E se poderes me ajude Acenda bem minha luz
FIM