O a b c conjugado dos presidenciáveis

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ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.


INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


ABRAÃO BATISTA

O A B C CONJUGADO DOS PRESIDENCIÁVEIS



As letras do alfabeto Eu conto: são vinte e sete, Dizem que um cabra ruim Passou nelas um canivete; Mas, ler todas as palavras Com as letras, sem ter travas Sem elas, ninguém se mete. Acabaram com o cedilha E poço, como se ler? E o “K” de Kubitscheck Como se vai escrever?! Eis aqui a minha dica: Volta lá pra resolver...

Assim, caro eleitor A matutar eu fiquei Bem no centro de Brasília Quando por lá passei; Pois bem, outro alfabeto Com um novo dialeto Como poeta adotei.


Tem a primeira letra Que é o “A” de AFIFAR Aquele pobre coitado Pode logo descansar, Arrume sua maleta Deixe de fazer mutreta Não pense mais em gastar.

AFIFAR, significa Ser enganado como o povão, Pensar que está bem de cima E não passar do duro chão; AFIFAR é bater fofo É ficar triste, no mofo Nesta próxima eleição. AURELIAR, como se ver É também de Aureliano, É ex-vice presidente Que caiu dentro do cano, Embora seja homem sério Já está no cemitério E não chega ao fim do ano.


AURELIAR, por outra parte É não reveber a derrota É ficar na passarela Com uma triste garota Pensando que é donzela Mas tem quebrada a gamela Despedaçada e já rota. Quem “aurelia” não lembra Da traição do passado, Como Pilatos, deixou O país crucificado Enfrentando a bancarrota Caixa baixo e a derrota Devendo muito e lascado.

BRIZOLAR, é de Brizola, Caboclo muito aguçado Inteligente e afoito; BRIZOLAR, é do passado; Agora, não se “brizola” Desafinada a viola Lá no museu é lembrado.


BRIZOLAR, é ter arranco Para na hora fugir; Como foi na ditadura Que não deu nem pra sentir O gosto da valentia Daquele que se dizia Gaúcho bom de agir. BRIZOLAR, é dizer sim, Por dentro, dizer que não: É se mostrar da esquerda Para enganar o povão, É ser rico de mochila Beber uísque e tequila Do México, para o sertão.

BRIZOLAR, é bater olho Falando na televisão É prometer pro Brasil Uma nova revolução É com om exército brigar, Com a Aeronáutica, molhar O fundo do seu calção.


BRIZOLAR, é encher a mala de muita nota de mil é pegar um avião para fora do Brasil, fazer negócio com gado no Uruguai, e de lado beber uísque no cantil.

CAMARGAR, é coisa amarga momentos de ilusão traduz político que não ver as unhas da própria mão CAMARGAR é sem roteiro É político no atoleiro Sem ter voto e tostão. COLLORIR, é uma cousa Que a nação toda quer Só se fala nesse Collor, Homem, menino e mulher; E os outros candidatos Se acusam e desacatos Pra meter sua colher.


Fernando Collor de Melo Ensinou a “collorir” O eleitorado amarelo Com as cores desse porvir; Já festeja a eleição Pra dar trabalho e pão Com o nosso povo a sorrir. COLLORIR, é votar certo Para botar na cadeia O ladrão de paletó Que em Brasilia campeia É pegar os marajás Os corruptos e os tuchás Metê-los juntos na peia.

COLLORIR, pegou na moda Do povo tão enganado COLLORIR de arco-iris O Brasil vai aprumado; Vá às favas, a esquerda A direita vá pra merda Que o resto fique no prado.


O Brasil quer COLLORIR Com as cores desta nação, Vamos trazer o arco-iris Para cobrir nosso povão; O resto, pode ir embora Nós queremos a melhora, Saúde, paz e feijão!

Se o capitalismo é ingrato Do comunismo, nem se fala, Se o capital mete a peia O tal comuna, mete a bala Portanto, nosso eleitor Vai votar neste Collor O resto que faça a mala. COVAR, é cavar a cova De sua própria eleição É querer derrubar outro Quando se está no chão COVAR, é perder o vice É como mutreta e misse É jogo de tapeação.


LULAR, descende de Lula De quebra-quebra e de greve, De boicote e paredão De político que se atreve Enganar nosso eleitor Dando incerteza e pavor E os males que nunca teve.

LULAR, é como se diz Fazer o povo de bucha Parar o trabalho das fábricas E imitar Pelé e Xuxa, Promover o desemprego Enganando o pobre nego Com o salário que mais murcha. MALUFAR, significa Fazer política de corrupção Assim dizem os jornais, E afirma a televisão: Atirar com a pólvora alheia Depois fazer uma ceia Dizendo ser de São João.


MALUFAR, define tudo O que se faz de mutreta Por baixo do pano planta Mas, toca uma trombeta Dizendo, eu sou do bom Nunca mudei o meu tom, Enquanto abraça o capeta.

ROBERTAR, traduz desejo De trazer o comunismo; Credo em cruz, isto é o mesmo Ou pior que o fascismo! Você pode “robertar” só Mas, tenha do povo, dó Não nos leve a outro abismo! CAIAR, traduz e faz A atual escravidão - negar a terra do povo Que planta milho e feijão, Depois diz pra o contrário: Jesus deu este calvário, Quem for do contra é ladrão...


ULISSAR, é o último verbo Desta próxima eleição ULISSAR e ficar só Abandonado, na solidão... Por se juntar a gente ruim Ulisses ficou assim No pecado da omissão.

Embora Ulisses seja O pai desta democracia Quem fez o caminho de Tancredo Na pior da travessia Mas conviveu com a corrupção Ao marajá, deu a mão; O que ele não devia.

Perdoem-me os candidatos Por esta interpretação O povo está revoltado O senhores tem seu quinhão COLLORIS, o povo quer Como protesto, e combater Os marajás e corrupção.

FIM



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