O milagre do juazeiro

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ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.


INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


JOテグ BANDEIRA

O MILAGRE DO JUAZEIRO

1984




No próximo século passado Chegava no Juazeiro Do Nordeste Brasileiro Um ser privilegiado Um homem por Deus dotado De muito sonho e visão Gênio em quem Deus pôs a mão Vulto extraordinário Santo e visionário O Padre Cícero Romão. Nesse tempo Juazeiro Era uma pequena Vila Atrasada e intranquila Sem progresso e sem dinheiro No meio de um tabuleiro Suja e cercada de mato Sem evangelho e sem trato Situada ao pé da serra Era em pedaço de terra Do município do Crato.


O Padre Cícero Romão A essa Vila esquisita Veio fazer uma visita Celebrou, fez confissão Distribuiu comunhão Trabalhou o dia inteiro, Teve um sonho verdadeiro De noite quando dormia No sonho Cristo pedia Que ele ficasse em Juazeiro.

No sonho ele viu Jesus E os apóstolos que ele tem Via uns homens também Descalços e de braços nús O grande mártir da cruz Fazendo um sermão pra eles Com os olhos fitos nele E depois que o sermão fazia Ao Padre Cícero dizia Que tomasse conta deles.


Acordou e entendeu No sonho o que tinha visto E o pedido de Cristo Obedecer resolveu Pois logo compreendeu Que aqueles peregrinos Homens, mulheres, meninos Que no sonho convergiam Eram pobres que viriam Dos recantos nordestinos. E começou um trabalho De evangelização Ensinando a oração E condenando o baralho Bebedeira, atrapalho E renúncia a santa cruz Dizendo: isto é sem luz As pobres almas consomem É isto que afasta o homem Do coração de Jesus.


Teve progressividade O trabalho do Levita Aquela Vila esquisita Transformou-se uma cidade Seus traços de santidade Se espalharam ligeiro No Nordeste Brasileiro Desde às cidades aos Sertões Começaram as conversões E haja gente em Juazeiro.

Realizando procissão Mandando o povo rezar Fazia inverno voltar Desaparecer verão Causava admiração Fatos sobrenaturais Expulsava satanás, Tudo que ele fazia Provocava romaria E haja gente inda mais.


No meio dêsse espetáculo Bonito, maravilhoso O líder religioso Chegou no maior pináculo Sem o menor obstáculo Limpando coração sujo Igualmente a um marujo Que garante uma fragada Deu-se o caso de Beata Maria de Araújo.

Em março, no dia primeiro No ano de oitenta e nove Fim do século dezenove Deu-se o caso verdadeiro Na capela de Juazeiro Por um grande público visto Sem haver nada previsto O milagre realizou-se Uma hóstia transformou-se No sangue de Jesus Cristo.


Na boca da Beatinha Que estava ajoelhada Esperando a hóstia sagrada Encostada na mocinha Ás cinco da manhãzinha O Padre Cícero Romão Lhe entregou a comunhão Quando lha à recebeu Em sangue se converteu Que caiu pingo no chão.

E em tanta quantidade A hóstia se transformava E ela extática ficava Na maior serenidade Vinte e oito anos de idade Era o quê a Beata tinha Muito humilde e pobrezinha Pura como uma criança Sublime como a esperança Serena como uma santinha.


Os fenômenos se repetiram Três anos sublimemente Chagas de lado e de frente Nos pés e nas mãos se abriram Quando essas chagas surgiram Foi mais admiração, E em forma de um coração As hóstias se transformando E haja questão rolando Pro Padre Cícero Romão.

Não entendendo o mistério O Bispo não acreditou Ao Padre Cícero intimou Se tornou um caso sério Mandou mais de um ministério Mais uma comissão Fazer averiguação Porém quem os fatos via Quando voltava dizia Que o Padre tinha razão.


O Padre Cícero Romão Se achando muito aflito Como ele deixou escrito Foi ao lugar de oração Pôs os joelhos no chão E disse: Deus não me acabrunho Eu lhe peço um testemunho Pra consciente jurar E se precisar assinar Até com meu próprio punho. Jesus Hóstia respondeu Que ele podia jurar Sem ter medo de errar Que aquele sangue era o seu, O Padre Cícero escreveu O que a hóstia ia dizendo De vagarinho escrevendo Este grande testemunho Mesmo com seu próprio punho Pro mundo ficar sabendo.


Lhe disse mais que “jurasse Por ele mesmo Criador Como Amigo e Redentor” E com medo não ficasse, Pra que ninguém duvidasse Houve esta explicação Testemunhando a razão, Mas o Bispo inconformado Inconsiente coitado Continuou a questão.

Padre Cícero foi à Roma Esteve na Santa Sé Comprovou a sua fé Tão grande que ninguém soma Seu valor ninguém não toma Veio de lá absolvido Venceu e não foi vencido Conseguiu sua vitória Deixou seu nome na história E hoje em dia é que é querido.


Por tudo que aqui foi dito Se errei peço perdão, Nesta minha descrição Eu disse o que vi escrito Mas é porque acredito No Padre Cícero Romão E juro de coração Que o sangue era de Jesus Mártir que morreu na cruz Pela nossa Salvação. FIM



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