O Estado de Mato Grosso do Sul O Estado de Mato Grosso do Sul está localizado ao sul da Região Centro-Oeste e ocupa área de 358.158,7 km2. Limita-se ao norte com o Estado de Mato Grosso; a nordeste com os Estados de Goiás e Minas Gerais; a leste com o Estado de São Paulo; a sudeste com o Estado do Paraná; ao sul e sudoeste com o Paraguai; e a oeste com a Bolívia. O relevo de seu território apresenta paisagens distintas nas diferentes regiões, com o complexo do pantanal no extremo oeste, planícies na parte noroeste e planaltos com escarpas na serra do Bodoquena, a leste. O ponto mais alto do Estado é o Morro Grande, com 1.160 metros de altura. O clima é tropical semi-úmido e tropical de altitude, com grande volume de chuvas no verão e inverno seco. A temperatura média anual varia entre 21º e 28º, e o índice pluviométrico alcança média de 2.000 mm por ano. A totalidade dos rios do Estado de Mato Grosso do Sul pertence à bacia hidrográfica do Paraná, que ocupa área de 358.158,7 km2. Entre os principais rios que banham o Estado encontram-se o Paraguai, o Paraná, o Paranaíba, o Miranda, o Aquidauana, o Taquari, o Negro, o Apa e o rio Correntes. O Estado possui 53.819 km de rodovias, 8,9 % dos quais encontram-se pavimentados, por onde transita a maior parte de veículos de transporte de cargas e de passageiros da região. A rede ferroviária tem 1.208 km de extensão e é mais utilizada para o transporte de cargas do que de passageiros. A inexistência de número suficiente de usinas hidrelétricas faz com que o Estado de Mato Grosso do Sul importe grande parte da energia consumida em seu território. De julho de 1993 a junho de 1994, o Estado consumiu 2 bilhões de kwh de energia elétrica, tendo produzido um total de 198 milhões de kwh no mesmo período. O Estado de Mato Grosso do Sul tem população de 1.149.895 habitantes, com densidade populaconal de 3,2 habitantes por km2. Os habitantes na faixa etária de 0 a 14 anos representam 35,7 % do total da população, as pessoas na faixa etária de 15 a 59 anos respondem por 58,3 % do total de habitantes do Estado e aquelas de 60 anos ou mais, representam apenas 5,9 % da população. Um total de 79,4 % da população vivem nas zonas urbanas, enquanto 20,5 % encontram-se no meio rural. As mulheres somam 50,5 % da população, enquanto os homens não ultrapassam os 49,5 %. O índice de mortalidade do Estado é de 4,9 por mil e a taxa de mortalidade infantil é de 11,8 óbitos antes de completar um ano de idade, para cada mil crianças nascidas vivas. O Estado está dividido em 77 municípios e suas cidades mais importantes incluem Campo Grande, a capital, com 565.943 habitantes; Dourados, com população de 135.786 habitantes; Corumbá, com 88.290 habitantes; e Três Lagoas, com 68.067
habitantes. O índice de analfabetos no Estado de Mato Grosso do Sul é de 16,8 %. Existem 1.641 escolas de ensino fundamental no Estado, onde estão matriculados 414.827 alunos; 278 escolas de nível médio, com 53.530 estudantes; e 12 escolas de ensino superior, freqüentadas por 19.203 estudantes. O chefe do Poder Executivo do Estado é o Governador, eleito por voto direto para um mandato de quatro anos. O atual Governador, Nilson Barbosa Martins, foi eleito em 3 de outubro de 1994 e pertence ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). O Estado encontra-se representado no Congresso Nacional, em Brasília, capital do País, por três Senadores e oito Deputados Federais. A Assembléia Legislativa do Estado compõe-se de 24 Deputados Estaduais, eleitos por um total de 1.161.054 eleitores. Economia - As principais atividades econômicas desenvolvidas no Estado de Mato Grosso do Sul estão relacionadas à agricultura e à agroindústria, à extração mineral e à produção de cimento. Os principais produtos agrícolas cultivados no Estado incluem algodão herbáceo, arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho, soja e trigo. O rebanho bovino totaliza 19,6 milhões de cabeças, encontrando-se também grande número de suínos, eqüinos, ovinos e galináceos. Em 1992, a atividade mineradora produziu um total de 833,8 mil toneladas de ferro; 447,6 mil toneladas de manganês; e 1,1 milhão de toneladas de calcário. No setor industrial, além da mineração e da produção de cimento, a indústria alimentícia também é desenvolvida no Estado. Formação Histórica - O Estado de Mato Grosso do Sul formava um só Estado juntamente com o Estado de Mato Grosso. Desde o início deste século, no entanto, a região sul de Mato Grosso aspirava tornar-se um Estado independente, idéia rejeitada pela região norte, que temia o esvaziamento econômico do Estado. Em 11 de outubro de 1977, foi aprovada lei que desmembrou a parte sul do Estado de Mato Grosso, transformando-a em Estado em 1º de janeiro de 1979. A justificativa apresentada pelo Governo Federal para realizar o desmembramento foi de que o antigo Estado de Mato Grosso ocupava área geográfica muito extensa e está naturalmente dividido por marcante diversidade ecológica, o que dificultava a sua administração. Enquanto a região norte, na entrada da Amazônia, é coberta por florestas, a região sul é formada por campos, nela se encontrando a maior parte do complexo do pantanal. O novo Estado, criado em 1979, foi governado por um interventor nomeado pelo Presidente da República até o ano de 1982, quando teve lugar a primeira eleição realizada para Governador do Estado. Campo Grande - Fundada em 1889, a capital do Estado de Mato Grosso do Sul ocupa área de 8.447 km2, a uma altitude de 532,1 metros, distante 1.134 km de Brasília, a capital do País. Sua população compõe-se de 51 % de mulheres e 49 % de homens. O clima na cidade de Campo Grande é tropical úmido, com uma estação de chuvas e outra de seca. A temperatura média anual é de 26º C e o
índice de precipitação chega a 1.500 mm por ano. O crescimento da cidade teve início com a abertura da linha férrea para Corumbá, no limite com a Bolívia, em 1914. Como principal centro comercial, industrial e agrícola do antigo Estado de Mato Grosso, a cidade beneficiou-se de suas fortes ligações com São Paulo e com os outros Estados da Região Sul do Brasil. Ainda hoje, predominam no município as atividades ligadas ao comércio, à agroindústria e à pecuária. Na produção agrícola destacam-se as lavouras de soja, milho, cana-deaçúcar, tomate, mandioca, arroz e feijão. Durante vários anos o município manteve suas aspirações separatistas, o que o levou a apoiar as rebeliões paulistas contra o Governo Federal nos anos de 1924 e 1932, em troca de garantias de apoio ao movimento de sua independência em relação ao Estado de Mato Grosso. Esse apoio viria mais tarde, em 1977, quando foi finalmente criado o Estado de Mato Grosso do Sul. Entre os principais pontos turísticos da cidade de Campo Grande destacam-se o Museu Dom Bosco, que contém importantes coleções de história natural, além de extenso material etnográfico sobre os indígenas da região; e a Casa do Artesão, que comercializa artigos de couro, madeira, palha e outros tipos de material confeccionados por índios e artesãos locais. Corumbá - Importante porto fluvial na parte oeste do Pantanal Matogrossense, a cidade de Corumbá está localizada às margens do rio Paraguai, na fronteira com a Bolívia. Em 1750, foi estabelecida como o ponto extremo oeste da área controlada por Portugal, conforme havia sido estabelecido pelo Tratado de Madri, que definia os limites de Portugal e Espanha na América do Sul. O núcleo inicial da cidade foi criado em 1778, como um posto militar, denominado Albuquerque. O porto comercial foi aberto em 1853 e, a partir de então, tiveram início as atividades de transporte fluvial através do rio Paraguai. Em 1862, Corumbá passou a ter o status de vila, transformando-se em cidade no ano de 1878. Sua principal atração turística é o Instituto Histórico Luiz de Albuquerque, onde se encontra o Museu do Pantanal, repleto de exemplares de diferentes espécimens nativas da região, além de instrumentos, armas e utensílios utilizados pelos indígenas locais. Porta de entrada para o Complexo do Pantanal, partem da cidade de Corumbá inúmeras excursões para visitas àquela região, que incluem "foto safaris" e outros tipos de passeios. Indígenas - É expressiva a população indígena do Estado de Mato Grosso do Sul, superando em número, o total de índios vivendo na parte norte da região, que antes se constituía uma só Unidade da Federação e hoje é o Estado de Mato Grosso. São 31.069 indígenas, que ocupam área total de 613.610 hectares, divididos em 38 grupos espalhados em 27 municípios diferentes do Estado. Do total dessas comunidades, 26 já se encontram em áreas definitivamente demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do Governo Federal responsável pelas questões indígenas. Essa área total de terras demarcadas no Estado de Mato Grosso do Sul corresponde a 583.031 hectares e nela vivem 28.901 indígenas. As
12 áreas restantes, que correspondem a um total de 30.579 hectares, ainda se encontram em processo de demarcação, embora estejam ocupadas de fato, pela população de 2.168 índios nelas residentes. Pantanal - O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense se estende por uma área de 140 mil hectares, que abrange os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A maior parte dessa extensão de terra encontra-se no Estado de Mato Grosso do Sul e é objeto de intensa fiscalização por parte do Governo Federal, a fim de que seja preservado seu equilíbrio ecológico e sua fauna esteja protegida contra a caça predatória. A região é muito visitada por turistas de todas as partes do mundo, por apresentar grande diversidade de fauna e flora tropical, com espécies típicas de florestas, cerrado, campos e caatinga. Nela se encontra também grande variedade de animais selgavens (felinos predadores, jacarés, crocodilos, cobras gigantes, capivaras etc) e muitas espécies de pássaros. No período das chuvas, a área fica quase totalmente inundada, fazendo crescer as gramíneas, que são utilizadas como pastagens no período seco.