BOLETIM ECONÔMICO DOS COMBUSTÍVEIS DO AMAZONAS Publicação mensal do Curso de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Amazonas Ano 1, nº 1 – Julho de 2017. Desde janeiro de 2002, vigora no Brasil um regime de liberdade de preços na cadeia produtiva e na comercialização de combustíveis. A Lei do Petróleo, no artigo de número oito, atribuiu à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o papel de implementar, na sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo e gás natural com ênfase na proteção dos interesses dos consumidores quanto ao preço, à qualidade e à oferta dos produtos. Assim, a ANP monitora o comportamento dos preços praticados pelas distribuidoras e pelos postos revendedores de combustíveis com a realização de uma pesquisa de preços semanal. Essas pesquisas orientam também a Agência na identificação de indícios de infrações à ordem econômica (como alinhamento de preços), os quais, na ocorrência, são comunicados à Secretaria de Direito Econômico, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, aos órgãos do Ministério da Justiça integrantes do Sistema de Defesa da Ordem Econômica, sendo os responsáveis pela investigação e aplicação das penalidades previstas em lei para esses tipos de infração. Diante do exposto, torna-se importante a elaboração de análises e estudos que possam subsidiar a tomada de decisão tanto do governo, como dos consumidores que demandam por combustíveis fosseis. Vale ressaltar que boa parte da frota de barcos que percorre os rios da região Amazônica depende da oferta de diesel e gasolina para poder manter a rede logística em funcionamento, bem como a frota de automóveis que vem crescendo assim como a frota de aviões que é a segunda opção logística do nosso Estado. Nesse contexto, o Núcleo de Estudo e Pesquisa em Economia (NEPE), ligado ao curso de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e através do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade (GDERS) se propõem, a lançar mensalmente um boletim para acompanhar a evolução dos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e etanol) para os municípios do estado do Amazonas (AM).
1. PANORAMA NACIONAL DOS COMBUSTÍVEIS 1.1 Brasil: vendas, pelas distribuidoras, dos derivados combustíveis de Petróleo. A partir dos dados da Agência Nacional do Petróleo, é possível observar que, no acumulado de 2017, à nível nacional, o Óleo Diesel é o produto mais vendido pelas distribuidoras, representando 39% das vendas, seguido pela Gasolina Comum, 35%, e pelo GLP, 10%. As vendas de Etanol Hidratado e outros combustíveis, como Querosene de Aviação e Óleo Combustível, somam 16% das vendas.
Vendas, pelas Distribuidoras, dos Derivados Combustíveis de Petróleo (Acumulado 2017) 9%
7% 39%
10%
ÓLEO DIESEL GASOLINA C GLP ETANOL HIDRATADO
35%
OUTROS COMBUSTÍVEIS
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
Também é possível inferir que, em relação à 2016, as vendas dos combustíveis apresentaram queda em janeiro, de 10.514.005 m³ para 10.422.960 m³, causada por uma redução considerável nas vendas de Querosene de Aviação, Óleo Combustível e Etanol Hidratado, os quais, juntamente com GLP e o Óleo Diesel foram responsáveis pelo menor nível de vendas do ano de 2017, em fevereiro, 10.115.942 m³; no entanto, houve alta na comercialização em março, quando atingiu-se a marca de 11.845.476 m³ vendidos, quase se equiparando ao maior nível de vendas do ano base, com 11.851.856 m³ em agosto, e isso se deve ao aumento na distribuição de Etanol Hidratado e outros combustíveis, em comparação aos meses anteriores, da Gasolina Comum, do GLP e do Óleo Diesel. Já em abril, a demanda por combustíveis voltou a cair, 10.82%, em relação ao mês de março, reflexo não só a redução, novamente, das vendas de Etanol Hidratado, GLP e outros combustíveis, mas também, e principalmente, da Gasolina Comum, em relação ao mês anterior, e do óleo Diesel. A Petrobras divulgou recentemente no dia 15 de junho de 2017 um novo reajuste de preços nos combustíveis. Com este reajuste os preços médios da gasolina nas refinarias caíram em torno de 2,3% e em 5,8% para o diesel. Tal medida segundo a estatal se deve a forte volatilidade do mercado internacional no preço do barril de petróleo depois de flutuar ao redor de U$ 50,00 o barril.
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Vendas, pelas Distribuidoras, dos Derivados Combustíveis de Petróleo (m³) 11,900,000 11,400,000 10,900,000 10,400,000 9,900,000
2017
2016
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
1.2 Brasil: vendas, pelas distribuidoras, de Óleo Diesel. No Brasil, as vendas de Óleo Diesel representam a maior parcela das vendas totais de combustíveis, ou seja, as suas variações causarão grande impacto no resultado da análise, e, por essa razão, os seus gráficos são semelhantes. De acordo com os dados do ANP, em janeiro de 2017 houve uma discreta alta nas vendas, em relação ao mesmo período de 2016, as quais passaram de 3.942,870 m³ para 3,958,581.
Vendas, pelas Distribuidoras, de Óleo Diesel 5,100,000 4,900,000 4,700,000 4,500,000 4,300,000 4,100,000 3,900,000 3,700,000 3,500,000
2017
2016
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
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Já em fevereiro, ocorreu um aumento de 1.92% na distribuição, em relação à janeiro, no entanto, não foi suficiente para superar o ano anterior, cujo aumento foi de 8,67% entre os meses. Porém, em março o cenário foi diferente: Tal como ocorreu na distribuição total, as vendas subiram para 4.851,550 m³ vendidos, e quase se igualaram ao ponto máximo de 2016, que foi 4.903,385 m³ em agosto. No entanto em abril houve decréscimo tanto em relação ao mês de março, 14,54%, quanto ao mesmo período de 2016, 9.34%. 1.3 Brasil: vendas, pelas distribuidoras, de Gasolina Comum. A demanda por Gasolina Comum no Brasil é a segunda maior dentre a totalidade dos combustíveis, 35%, e, em 2017, tem apresentado maiores variações do que no ano anterior. Segundo a ANP, em janeiro de 2016 foram vendidos 3.321,868 m³ de Gasolina Comum, já em janeiro desse ano passou-se a vender mais, 3.721,968 m³. Todavia, em fevereiro as vendas caíram 4.72%, ao contrário do que aconteceu no mesmo período de 2016, onde elas aumentaram cerca 4,27%. Já em março houve uma conformidade entre os anos: ambos apresentaram alta na distribuição, a qual apresentou valores maiores em 2017, onde foram vendidos 3.944,78 m³ a mais do que o mês anterior. A mesma paridade ocorreu em abril, mês no qual houve quedas de 4,32% em 2016 e 7,56% em 2017, em relação à março.
Vendas, pelas Distribuidoras, de Gasolina C 4,400,000 4,200,000 4,000,000 3,800,000 3,600,000 3,400,000 3,200,000 3,000,000
2017
2016
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
O Brasil ainda é muito dependente de combustíveis fósseis derivados do petróleo e o Estado do Amazonas não vai muito longe conforme poderemos ver nos dados que serão apresentados a seguir a respeito do panorama local.
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2. PANORAMA LOCAL DOS COMBUSTÍVEIS 2.1 Amazonas: vendas, pelas distribuidoras, dos derivados combustíveis de Petróleo.
A partir dos dados da Agência Nacional do Petróleo para o estado do Amazonas, é possível constatar que, no acumulado de 2017, o Óleo Diesel é o produto mais vendido pelas distribuidoras, representando 44% das vendas, seguido pela Gasolina Comum, 34%, e pelo GLP, 10%. As vendas de Etanol Hidratado e outros combustíveis, como Querosene de Aviação e Óleo Combustível, somam 12% das vendas.
Vendas, pelas Distribuidoras, dos Derivados Combustíveis de Petróleo (Acumulado 2017) 2%10% 10%
ÓLEO DIESEL
44%
GASOLINA C GLP
34%
ETANOL HIDRATADO OUTROS COMBUSTÍVEIS
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
Também é possível perceber que, em 2017, as vendas de combustíveis estão abaixo das que ocorram no ano passado. Em janeiro, por exemplo, houve a maior queda do ano, 15.51%, reflexo da queda generalizada da comercialização de todos os combustíveis analisados. Equivalente ocorreu em fevereiro, o qual apresentou a segunda maior redução, 13.38%, devido à redução em todas as vendas, com exceção do GLP, cuja distribuição subiu de 13.374 m³ para 13.790 m³. Porém, em março o cenário foi diferente: houve ampliação na comercialização de GLP e Gasolina Comum, não obstante, logrou a terceira maior depreciação, -8.31%, no tocante ao ano anterior; pode-se observar também que, considerando como parâmetro o mês de fevereiro, não só os combustíveis já citados como também o Óleo Diesel, Querosene de Aviação e Óleo Combustível denotaram acréscimos, fazendo com que o mês de março alcançasse a maior alta do ano, 11.42%. Já abril obteve o pior desempenho, pois os dados indicaram declínio na comercialização dos combustíveis tanto em relação à 2016, -4.30%, quanto no que diz respeito ao mês anterior, passando de 152.912 m³ para 152.810 m³ vendidos.
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Vendas, pelas Distribuidoras, dos Derivados Combustíveis de Petróleo (m³) 220,000 200,000 180,000 160,000 140,000 120,000 100,000
2017
2016
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
2.2 Vendas, pelas distribuidoras, de Óleo Diesel. No Amazonas, as vendas de Óleo Diesel representam a maior parcela das vendas totais de combustíveis, ou seja, as suas variações causarão grande impacto no resultado da análise, desse modo, tal como no balanço geral, as vendas de Óleo Diesel estão menores do que em 2016. De acordo com os dados da ANP, em janeiro houve queda em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando passou de 78.591 m³ vendidos para 57.320 m³. Já em fevereiro a demanda aumentou 7.26% sobre a do mês anterior. O mesmo ocorreu nos meses seguintes: Em março a comercialização aumentou 6.47% e em abril, 9.71%, sendo o melhor resultado do ano.
Vendas, pelas Distribuidoras, de Óleo Diesel 120,000 110,000 100,000 90,000 80,000 70,000 60,000 50,000 40,000
2017
2016
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
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2.3 Vendas, pelas distribuidoras, de Gasolina Comum. A distribuição de Gasolina Comum no Amazonas exprime a segunda maior dentre os combustíveis, 34%, no entanto, só superou 2016 após três meses. Em relação ao ano base, no mês de janeiro as vendas caíram de 47.330 m³ para 46.576 m³. Em fevereiro também houve queda, porém, quando se compara os resultados ao mês anterior, é possível perceber que ocorreu um aumento de 1.27%. Já em março, a comercialização cresceu 14.76%. Porém, em abril foi observado o pior resultado, no que se denota não só o ano base quanto o mês, pois ocorreram reduções de 4.40% e 6.83% respectivamente.
Vendas, pelas Distribuidoras, de Gasolina C 58,000 56,000 54,000 52,000 50,000 48,000 46,000 44,000 42,000
2017
2016
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, 2017.
Em 30 de junho de 2017 a Petrobras anunciou mais uma redução do preço médio dos combustíveis nas refinarias. A gasolina sofreu uma redução de 5,8% e o diesel 4,8%. Em menos de 40 dias, os preços médios caíram 3 vezes nas refinarias.
EQUIPE TÉCNICA Coordenador: Prof. Dr. Neuler André Soares de Almeida (Economista) Pesquisadores Discentes: Artemísia da Silva Vargas Rafaela Drumond Barbosa Fábio Henrique Monteiro Porto Marinho
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