Gente em Acção nº 49

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FESTA DE NATAL

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Diário de Bordo O ano civil que agora se inicia apresenta-se-nos em momentos conturbados em todas as vertentes. A nível da Educação, a situação de desacordo entre as partes envolvidas no processo educativo só não está (ainda) mais na ordem do dia da comunicação social devido à grave crise que todo o mundo atravessa. Não pretendendo opinar sobre o diferendo entre as diversas partes referidas acima, é de salientar o elevado profissionalismo com que os docentes têm encarado a sua missão, não deixando que o seu dia-a-dia passado com os alunos (que são o objecto final da acção educativa)

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reflicta o descontentamento que sentem e que é visível sempre que se fala com um professor sobre a sua profissão: é sintomático que, segundo sondagem recentemente divulgada, a maioria dos professores no activo se sinta arrependida de ter escolhido a profissão docente. Independentemente do que venha a acontecer nos tempos mais próximos, é fundamental que se consiga encontrar a serenidade possível para conduzir o processo de ensino / aprendizagem de forma a possibilitar o

TEATRO PELOS NOSSOS ALUNOS ...E PARA OS NOSSOS ALUNOS!

sucesso e a integração dos nossos alunos na sociedade.

institucional da imagem e papel dos professores. Só é pena que seja uma iniciativa da Junta da Extremadura (Espanha) e que não se conheça iniciativa semelhante por cá… http://www.educarex.es/documentos/anuncio/ anuncio.html

APOIOS:

Os nossos jornalistas realizaram três entrevistas, que podem ser lidas entre as páginas 2 e 6: - D. Antonino Dias (Bispo de Castelo Branco e Portalegre) - Carina Vicente (Psicóloga) - Maria do Carmo Sequeira (Presidente da Câmara Municipal de V. V. Ródão)

A esse respeito, aqui fica a ligação para uma promoção

O Conselho Executivo

ESPECIAL ENTREVISTAS

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GENTE EM ACÇÃO

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D. ANTONINO DIAS (BISPO DE PORTALEGRE E CASTELO BRANCO)

[ENTREVISTA]

“Não é bom para a formação dos alunos verem os seus Professores serem desacreditados pelos superiores” Mariana Alves (8º A); Rúben Gonçalves (9º A) Senhor Bispo, em que altura da sua vida se sentiu atraído pela vocação sacerdotal? Quando era pequeno não havia escolas como hoje. Eram longe. Por regra, nas capitais dos distritos e pouco mais. Em Monção havia um Colégio, mas era caro e o dinheiro era pouco e muitas vezes nenhum. Quem queria estudar, depois do 4º ano, tinha de sair e era muito dispendioso. O Seminário era uma das Instituições de ensino mais conceituadas e mais baratas, embora longe e só se ia a casa no Natal, na Páscoa e nas férias grandes. No ano em que acabei a escola primária (1º ciclo do ensino básico) um irmão meu andava já no Colégio e eu, com mais três da minha aldeia, fomos para Braga, para o Seminário. E a vida foi rolando, com a preocupação pelos estudos e num discernimento constante sobre a possível vocação sacerdotal. Interpelações, muitas perguntas para poucas respostas, crises de crescimento como todos os jovens, reflexão, oração, diálogo humilde com os superiores e, no momento oportuno, uma opção livre pelo que entendi ser o meu caminho de realização e de serviço à comunidade humana a que o Senhor me chamava. Isto exigiu renunciar a muitas coisas, dizer sim a outras, e aqui estou, agradecendo ao Senhor em cada dia que nasce o dom da vida, a graça da vocação sacerdotal e a graça de todos quantos, ao longo destes anos, se têm cruzado comigo no crescimento da fé e nas horas mais e menos felizes. Considera existir na sociedade actual uma crise de vocações, ou seja, compromisso de vida? Há uma crise de resposta, não de chamamento. Há

uma cultura do fácil, do provisório. As opções definitivas assustam e os jovens fogem delas. Mas há muitos jovens generosos. Tenho pena que a proposta destes caminhos, para muitos não chegue a tempo ou chegue demasiado tarde. Há falta de informação. Há preconceitos. Há medo de falar. Não há tempo para ouvir. Há caminhos que parecem mais aliciantes. Há isto e aquilo e mais aquilo e isto…Há muitas maneiras de fugir à realidade da vida, seja ela qual for. Lançai os olhos sobre o horizonte e facilmente reconhecereis no tecido social tanta fuga às responsabilidades pessoais, familiares e comunitárias. Estaremos perante uma crise de identidade, uma crise de valores ou apenas uma negligência (abandono) face ao propósito da nossa existência? Um pouco de tudo isso de braço dado com a cultura das aparências e da moda que escraviza e esvazia. Além disso, a cultura do provisório de que falei e nos embrulha, a cultura do usa e deita fora, do relativismo e do subjectivismo, gera quase sempre egoístas, violência e quejandos. E pode levar a perder a dignidade pessoal e a dos outros, a origem e o sentido da existência cujas opções fundamentais são muitas vezes assumidas com aquela leviandade que, mais tarde ou mais cedo, afecta a felicidade individual, a de terceiros e a própria saúde da sociedade. O aparecimento de novas correntes religiosas, tem contribuído para que o ser humano se questione em relação à fé católica? Penso que sim. Mas isso até é salutar. As pessoas devem parar para se

interpelarem sobre a sua própria fé. Quem duvida e faz perguntas pode ser muito mais sincero e ter uma fé muito mais profunda do que aquele que nunca teve dúvidas e nunca faz perguntas. Sobretudo se crê por mera “obediência” educacional ou por tradição. A fé implica procurar, descobrir e fazer uma opção radical por Cristo: uma opção pessoal e consciente. E não há que ter medo deste “confronto”. Só a Verdade vos libertará, disse Cristo. O diálogo inter-religioso, se é sincero, implica a procura da Verdade. E ninguém deve ter medo da Verdade e de caminhar ao seu encontro. Quando este diálogo for coerente, profundo e sincero, aí nos encontraremos todos: na Verdade que é Cristo. Quais os mecanismos que Igreja dispõe para que as crianças, jovens e adolescentes se revejam no projecto de Deus? A Igreja não precisa de muitos mecanismos para isso. Precisa, isso sim, de gente entusiasta que saiba falar de Jesus Cristo, do que Ele é, do que Ele disse e fez. A Sua pessoa e o Seu projecto em favor da Comunidade humana são fabulosos e contagiantes. É preciso falar d’Ele como Ele falou do Pai. É preciso falar d’Ele com beleza e arte, com paixão e amor agradecido, por palavras e obras. Este é um desafio também para vós, os jovens que acreditais e procurais viver a fé sabendo que Deus vos ama e quer que todos sintam e vivam esse amor pelo vosso testemunho alegre e coerente. Acreditamos que os jovens são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Assim, gostaríamos que se dirigisse a todos quantos por desconhecimento, falta de iniciativa,

D. Antonino Dias nasceu a 15 de Dezembro de 1948, na freguesia de Longos Vales, conselho de Monção. Estudou Humanidades, Filosofia e Teologia nos Seminários Arquidiocesanos de Braga. Foi nomeado Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco por Sua Eminência, o Papa Bento XVI, tendo tomado posse no dia 7 de Outubro de 2008 e entrado na Diocese na tarde do dia 12 do mesmo mês. Antes da nomeação era Bispo Auxiliar de Braga. vergonha ou pressão social afastaram a religião das suas vidas. Fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade são os jovens e os menos jovens. Somos todos necessários. Não insubstituíveis. Mas necessários, sim. No entanto, os jovens são a primavera de um novo verão que se aproxima. E a primavera é bonita pela beleza e diversidade das suas flores, pelo ciclo renovador da natureza que se vai criando e recriando num ritmo de surpresa e novidade contínuas. Assim os jovens no seio da sociedade: a sua criatividade, traquinice, alegria, dinamismo, espontaneidade e desejo de saber apontam para um futuro renovado que será mais harmonioso quando moldado por uma fé que dinamize e estruture a vida na exigência pessoal e no sentido dos outros e da responsabilidade comunitária.

A Escola está a viver um clima de tensão, o qual tem implicações na vida quotidiana dos professores e consequentemente nos alunos. O que pensa das medidas que têm sido adoptadas nesta pasta? Dá-me a impressão que aconteceu a esta pasta (como lhe chamais) o que acontece à pasta dos professores e à vossa, a dos alunos. Quando lá se quer meter tudo e de qualquer forma, ela, ou não fecha ou estoura. E tudo se espalha pelo chão. E tudo se pode estragar! Apreciando de fora e à maneira de treinador de bancada, parece-me que é um pouco isso o que aconteceu e tenho pena que

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“Não é o psicólogo que resolve os problemas. É o esforço da própria pessoa.” Patricia Ribeiro e Beatriz Conceição (8ºA) Eu chamo-me Carina Vicente, a minha formação académica é em Psicologia e a minha área é Clínica do Desenvolvimento. Estudei em Coimbra, primeiro trabalhei num Centro de Saúde em Coimbra durante um ano, depois fui trabalhar para uma escola, onde trabalho desde o pré-escolar até ao 9º Ano. Agora trabalho aqui. O que é que a levou a seguir esta profissão? Eu decidi ser psicóloga andava para aí no 11º ou 12º ano. Decidi ir para este curso porque achava que ser psicóloga era trabalhar exclusivamente com pessoas que estavam tristes e tinham muitos problemas, depois com o passar do tempo descobri que ser psicóloga era muito mais que isso. E hoje o que é que acha que é ser Psicóloga? Hoje eu acho que ser psicóloga é ajudar muitas pessoas, por isso é que

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de gente grande, adulta e culta. Sr. Bispo, sendo a educação o pilar de uma País, que palavras de ânimo poderá dar aos professores, principais agentes da educação? Que tenham esperança, muita esperança em melhores dias. Depois da tempestade há-de vir a bonança. Só espero e faço votos para que, no meio de toda esta espadelada minhota, se aguentem de pé e sem mazelas como o cortiço à fúria da espadela. Que, para seu e vosso bem, nestes tempos em que são zurzidos como o linho, não percam a paciência nem a saúde que é dom precioso já muito abalado em tantos deles.

Qual o seu trabalho cá na escola? Eu vim cá para a escola no inicio do ano lectivo, primeiro para trabalhar só com os alunos do CEF. Venho cá um dia por semana, mas acabo por trabalhar com todos os alunos da escola. Já teve algum caso problemático? Já tive muitos casos problemáticos diferentes e de diferentes situações, mas há uns que me marcam mais que outros. Casos complicados acontecem todos os dias de formas diferentes. Neste trabalho em que se lida com a vida e a emoção das pessoas, cada Estamos quase na quadra natalícia. Pedimos-lhe que deixe a todos os elementos do nosso Agrupamento e a todos os nossos leitores a sua mensagem de Natal. Já escrevi uma Mensagem natalícia para todos os Diocesanos que dei para publicar. Aqui, para os que crêem, desejo um Santo e Feliz Natal e que na sociedade, sem vergonha nem preconceitos, caminhem cada vez mais ao encontro do amor e da ternura de Deus manifestada em Cristo Jesus, a testemunhem e anunciem. Para toda a Comunidade Escolar, os meus votos de Boas Festas e de um novo Ano muito Feliz e mais calmo.

caso tem sempre muita importância, porque pode fazer a diferença no percurso de vida dessa pessoa. Os alunos abrem-se consigo ao ponto de contarem os seus segredos mais intimos? Eu não sei se os alunos me contam os segredos mais íntimos porque no atendimento psicológico só se pretende saber aquilo que pode ser utilizado em benefício do bem estar e da resolução dos problemas dos alunos. Não é o psicólogo que resolve os problemas, mas sim ajuda a encontrar estratégias para resolver problePara terminar e porque não nos queremos acomodar, diga-nos Sr. Bispo, qual é o seu lema? O meu lema episcopal é “Que Ele cresça e eu diminua…”(Jo 3,30). É uma frase do Evangelho atribuída a S. João Baptista quando Cristo iniciou a Sua vida pública. João era tido como um grande Profeta. Arrebatava multidões. Pregava uma doutrina diferente e tinha muitos discípulos. Quiseram acreditar que ele era o Messias. Ele, porém, esclareceu e disse que não era o Messias. Mais: afirmoulhes que era importante que ele fosse esquecido no pensamento de todos para que Cristo surgisse em toda a sua identidade: o Messias, o Filho de Deus. “É importante que Ele cresça e

mas, é o esforço da própria pessoa que o ajuda a resolver. Se não tivesse esta profissão qual é a que gostaria de ter sido? Eu gosto muito desta profissão e provalvemente se não tivesse sido psicóloga teria sido Gestora de Recursos Humanos.

eu diminua…”. Não é o Bispo que importa. É Cristo. É Cristo quem o Bispo anuncia e é Cristo que importa ser conhecido e amado por toda a gente. Por vós também. Se esse é o meu lema em relação a Cristo e à minha missão eclesial, procuro aplicá-lo também diante de todas as pessoas com quem vivo e convivo e me cruzo no dia a dia: que elas cresçam e eu diminua! São os outros que me importam e gosto de os ver realizados e felizes. Aí, sempre que posso, procuro dar sempre o meu empurrãozinho até porque, para mim, o caminho de Deus são os outros. Obrigado por vos terdes lembrado do vosso Bispo e desculpai este português que é filho da pressa… (P.S.: o meu contacto é antoninodias@portugalmail.pt (Antonino, não António).

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assim fosse. Os Professores são homens e mulheres de cultura e da cultura. Não são números. Não são coisas. Tem um trabalho ímpar na sociedade. A sociedade futura depende do que eles forem capazes de transmitir na área do conhecimento e dos valores estruturantes da vida. E não é bom para a formação dos alunos verem os seus Professores serem tratados assim e desacreditados pelos “Superiores”. Pelo que vejo, leio e escuto, as coisas poderiam ter sido conduzidas com aquela dignidade que todos esperam

gosto tanto, tanto de ser psicóloga. Este trabalho passa por muitas áreas diferentes por exemplo: o apoio psicológico individualizado, dinâmicas de grupo em que se trabalha o comportamento de uma turma ou a orientação vocacional (tentar através de testes psicológicos que avaliam as preferências dos alunos, orientá-los para a área profissional mais adequada).Também avalio as capacidades dos alunos para em conjunto com os professores encontrar estratégias para que eles tenham melhor rendimento escolar. Fazendo isto tudo tenho a possibilidade de

ajudar os alunos a valorizar e utilizar da melhor maneira as capacidades que eles por vezes desconhecem que têm.

GENTE EM ACÇÃO

[ENTREVISTA 2]

CARINA VICENTE (PSICÓLOGA)

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[ENTREVISTA 3]

“Regressar à escola depois de a ter deixado é uma atitude política” Turma do CEF (1º ano) A dr. Maria do Carmo Sequeira é professora do Quadro do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão. Tem dedicado grande parte da sua carreira à vida pública, desempenhando cargos dirigentes na Administração Local e na Administração Central. Foi Deputada pelo círculo de Castelo Branco à Assembleia da República, em representação do Partido Socialista. Actualmente, cumpre o seu 2º mandato como Presidente do município de Ródão. [Marisa] Como é que iniciou a sua actividade política? Em primeiro lugar quero cumprimentá-los e agradecer o convite que me fizeram, porque francamente eu, apesar de saber que queriam falar comigo, não sabia bem qual o verdadeiro assunto desta conversa.

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MARIA DO CARMO SEQUEIRA

Tenho muito gosto em dizer-vos que comecei a desempenhar cargos políticos porque era professora na escola e estava muito envolvida na comunidade: ensaiava o rancho folclórico, andava pelas aldeias a fazer recolhas de trajes junto das pessoas, ou seja estava muito envolvida com a cultura. Era também dirigente na Sociedade Filarmónica de Fratel. Talvez por estar muito envolvida com a comunidade e com os alunos, fui convidada par integrar uma lista à Assembleia Municipal, em 1979. Aceitei e, apesar de ser a 3ª na Lista, acabei por vir a ser eleita presidente dessa Assembleia. Era a única mulher da lista. Esse foi o meu primeiro cargo político. Era também presidente do Conselho Directivo da Escola, na altura do Ciclo Preparatório de Vila Velha de Ródão. Em 1983 tive de emigrar. A minha família tinha dificuldades, tinha um filho e o meu marido teve a oportunidade de ir para a Austrália. E eu, porque queria ter acesso aos bens necessários, uma casa, um carro, e como as coisas não eram fáceis e os meus pais não tinham dinheiro, tive que me fazer à vida e emigrei. Deixei a escola, deixei a Assembleia Municipal, e

estive 7 anos emigrada na Austrália. Mais tarde regressei e voltei a ocupar os cargos que tinha deixado. [Ricardo] Acha que a actividade política é importante para o país? Porquê? A actividade politica não é apenas importante para o nosso país, é importante para todo o mundo porque não há país nenhum que não tenha um governo e, por mais que se diga que não temos a ver com a política, todos nós temos opiniões. As nossas opiniões têm a ver com a política, estejam elas posicionadas de um lado ou de um outro. A actividade política é importante. Não podemos viver sem ela porque faz parte de um país democrático as pessoas poderem escolher. Se não o pudéssemos fazer - como antigamente, no tempo de fascismo, em que nós não podíamos ter opiniões políticas - não podíamos decidir o nosso futuro porque só havia um partido. Nós estamos numa sala onde cada um terá a sua opinião, mas não nos podemos zangar porque temos opiniões diferentes. O que não era normal era termos todos só um partido. A política é importante porque se queremos viver em democracia, temos que ter a oportunidade de escolher aquilo que é melhor para nós. Portanto não há democracia sem haver política. [Ricardo] E as pessoas, especialmente os jovens, estão interessados na política? Os jovens não estão interessados na política,

mas quero dizer-vos que isto que estão a fazer hoje é uma atitude política, uma atitude cívica, porque vocês querem intervir na sociedade. O facto de muitos de vocês terem regressado à escola depois de a terem deixado é uma actividade política, sem ter que ver com os partidos. Isto significa que vocês depois de terem saído da escola, entenderam que era importante voltar e fazer qualquer coisa para acabar, neste caso, o nono ano. Não há dúvida nenhuma que foi uma atitude política, no sentido em que vocês consideraram que esta era a melhor forma de agir para o vosso futuro, para sociedade e para o país. È a vossa contribuição política. Assim como estão a fazer política quando ajudarem alguém que precise de vocês. Quando eu falo em política não falo em partidos porque isso agora não interessa. É política no sentido da nossa

intervenção na sociedade. [Edgar] Quais as principais funções que a presidente da Câmara desempenha? Eu, como Presidente da Câmara, sou responsável por tudo o que se pode fazer no município, desde a educação, as obras, ao associativismo. Tudo o que se faz é da responsabilidade da Presidente da Câmara. As minhas funções são de responsabilidade em todas as áreas que têm a ver com as competências da Câmara Municipal. Claro que não tem a ver com a escola, porque esta tem os seus órgãos próprios, nem com as associações que têm os seus dirigentes. Mas tenho a obrigação de colaborar, de incentivar, de disponibilizar recursos quando isso é possível, e o mesmo se passa com todas as outras

áreas. E depois tenho a obrigação de fazer as obras que têm a ver com a comunidade, isto é, fazer uma nova escola, estradas que façam falta às populações, etc. Tudo isto tem que ver com um programa que na altura das eleições é apresentado. Aqui temos os partidos que têm os seus representantes e que se propõem cumprir os seus programas. As pessoas são eleitas de acordo com esses programas e têm a obrigação de cumprir durante quatro anos aquilo com que se apresentaram às populações. As minhas funções é cumprir o programa com o qual me candidatei, para além daquelas que anteriormente referi.

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encontros@CEF A turma do Curso de Educação e Formação do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão, no âmbito do desenvolvimento de competências da prática da cidadania está a promover, no decurso deste ano lectivo, um conjunto de acções que visam trazer à Escola personalidades do meio local representativas da actividade económica, associativa, cultural e política. Estas acções visam promover o debate de ideias e estimular os alunos para a sua interacção com o meio onde estão inseridos. A primeira iniciativa contou com a presença da Srª Presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão que estabeleceu com os nossos alunos um interessante diálogo através do qual veiculou importantes orientações que ajudarão os alunos a desempenhar, de forma mais eficaz, o seu papel de cidadãos. É deste diálogo que vos damos conta nestas páginas do nosso jornal.


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“Temos todos que trabalhar de forma a que as pessoas se fixem aqui” CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 4

[Marisa] É muito difícil exercer o cargo de presidente da Câmara em Vila Velha de Ródão? Porquê?

[Sónia] Qual a actividade que mais gosta de fazer enquanto Presidente das Câmara? O que eu mais gosto de fazer é contactar com as pessoas, é falar com elas, porque é uma coisa que eu sempre fiz e já fazia antes. Estar aqui convosco, por exemplo, é uma grande satisfação, mas também estaria satisfeita se tivesse que ir a uma aldeia resolver algum problema. Gosto de contactar directamente com as pessoas e resolver os problemas delas. A parte que eu menos gosto é a parte mais burocrática, estar em reuniões horas e horas, por vezes a perder tempo… mas também tenho que fazer esta função, às vezes. [Fábio] Gosta de desempenhar as funções de Presidente da Câmara? Gosto muito de desempenhar estas funções. Nunca fiz nada na minha vida de que não gostasse, porque se não gosto de uma coisa voume embora. Como vocês sabem eu sou professora aqui na escola e também gostava de exercer essa profissão. O meu vencimento na Câmara não é maior do que aquele que receberia se estivesse na escola, antes pelo contrário. Portanto estou a exercer as funções de presidente da Câmara porque gosto e faço isto com satisfação. [Carlos] Porque se candidatou a essa função? Porque estava muito envolvida com a sociedade, fiz várias coisas e em determinada altura, em 2001, convidaram-se para ser candidata à Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão e eu aceitei. Mas eu já tinha sido Vice-Presidente da Câmara em 1990. Depois saí, fui para a Assembleia da

República onde estive dois mandatos. Só depois é que fui candidata à Câmara. [Edgar] Quais maiores problemas nosso concelho?

os do

Os maiores problemas do nosso concelho têm a ver com a falta de população. Mas eu costumo dizer que apesar de aparecermos nas estatísticas como o concelho com a população mais envelhecida, não acho que seja mau, porque para o nosso concelho volta muita gente que já tem uma idade avançada e isso significa que eles se sentem cá bem, senão não vinham para cá. Portanto significa que prestamos um bom serviço às pessoas que já têm uma certa idade: temos uma cobertura no concelho a 100%. Temos lares, Centros de Dia, Apoio Domiciliário completo, portanto prestamos um bom serviço, damos qualidade de vida às pessoas que têm alguma idade. As pessoas voltam e isso permite também que se criem novos empregos. Neste momento, no concelho, a 3ª área onde temos criação de mais emprego é exactamente a tomar conta de pessoas de idade, nos lares e nos centros de dia. Isso permite ao mesmo tempo que venham mais pessoas novas e que se fixem cá, prestando um bom trabalho. Depois logicamente há que criar condições para que se instalem novas empresas no concelho. É claro que não é fácil numa altura destas. Nós vamos ter aqui uma nova empresa, mas devo dizer que houve aqui muito trabalho que teve que ser feito pela Câmara Municipal. Em 6 meses criar as condições para a empresa vir e estabelecer-se aqui não é fácil. Essa empresa vai criar cerca de 130 postos de trabalho. Isso vai permitir com certeza que alguns de vocês, quando forem mais velhos, possam ficar. Mas isso não chega, porque é preciso muito mais, pois há muita gente que se vai embora porque não tem

possibilidades de arranjar emprego. Portanto o nosso desafio tem que ser esse: continuar cada vez mais a criar melhores condições para as pessoas se sentirem aqui bem e poderem criar também trabalho. O nosso maior problema é sem duvida termos pouca população. Temos menos de 5 mil habitantes. Não estou a falar dos recenseados, pois vocês não são recenseados e são população. Por vezes tem-se a mania de falar em recenseados, que neste caso são 3800 a 4000, mas nós temos cerca de 5 mil habitantes. É claro que é pouco. Temos todos que trabalhar de forma a que as pessoas se fixem aqui e dando-lhes qualidade de vida, condições para as pessoas se sentirem bem, poder ir ver um cinema se lhes apetecer, uma vez por semana como é o caso, ir ver um bom espectáculo, praticar desporto, terem casas em condições. [Pedro] Quais as obras que considera mais importantes para o concelho e que foram da sua responsabilidade? As obras do PIDDAC são da responsabilidade do poder central e todas as que eu referi aqui são da responsabilidade do poder local, das câmaras municipais. Depois temos outras obras que não são da responsabilidade do poder local, mas têm a ver com o poder central. São aquelas que são imprescindíveis, como é o caso de um Centro de Saúde, uma auto-estrada, as estradas nacionais de maior dimensão, uma esquadra da GNR, escolas que agora são da responsabilidade do poder local e que em tempos foram da responsabilidade do poder central. Obras como uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), neste momento já são do poder local, mas dantes eram do poder central. Uma linha do comboio é da responsabilidade do poder central e portanto o poder central tem a obrigação de

fazer estas grandes obras e para além disso, transfere competências para o poder local, para as câmaras municipais.Há também um orçamento de estado que é distribuído às autarquias e que tem a ver com vários factores, por exemplos, os impostos que são pagos no município pelas industrias instaladas e pelos veículos motorizados. A diferença é que o poder central faz as grandes obras, recebe os grandes impostos, transfere de acordo com os critérios que estão feitos para cada município e depois o município tem o seu próprio orçamento, com o qual tem que fazer obras mais locais, como são o caso da Casa de Artes, a Biblioteca e a nova escola a construir. O poder central tem as suas “políticas” e as autarquias tem a delas, uma tem que “encaixar” na outra. A autarquia não poder fazer nada que vá contra as politica que são definidas a nível nacional. [Guilherme]Tem conseguido cumprir todas as promessas que fez aos seus eleitores? Eu tento cumprir todos os meus compromissos, mas eu não digo que não há alguma coisa que eu não consiga cumprir. É próprio do homem querer e depois não ser capaz por qualquer motivo. Agora tenho a certeza que só não cumpro alguma coisa se existirem factores externos que não permitam que eu faça. Vamos supor que eu digo que vou comprar um gravador, mas a verdade é que não arranjo dinheiro para o comprar; queria comprá-lo mas tenho que esperar mais tempo até poder adquri-lo. Às vezes temos que adaptar as nossas condições aquilo que temos. Temos que reconhecer que aquilo que

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É tão difícil exercer o cargo aqui como nas cidades grandes, apesar das pessoas terem uma ideia que nas cidades pequenas é mais fácil. As competências são as mesmas. [intervenção do professor Luís Costa: é um pouco como na escola, onde temos que cumprir as mesmas obrigações, independentemente de sermos muitos ou poucos.] Às vezes até é mais difícil nas comunidades pequenas, porque temos que garantir os mesmos direitos e temos menos dinheiro para o fazer, e menos colaboradores. Na Câmara de Vila Velha sou apenas eu e o Vice-Presidente a tempo inteiro. Depois tenho um chefe de gabinete e tenho uma secretária que fazem outras coisas. É tão difícil ser presidente da Câmara num município pequeno como num grande, porque temos que fazer as coisas todas e temos que deixar toda a gente satisfeita com menos dinheiro e menos recursos. É difícil desempenhar este cargo porque exige muito das pessoas e, na minha opinião, um Presidente da Câmara tem que ser uma pessoa que se envolve em tudo e o dia não chega para fazer tudo o que queremos, porque temos várias obrigações às quais não nos podemos furtar. Um Presidente da Câmara tem que estar absolutamente disponível para poder acompanhar tudo aquilo que se passa no município. Esta é a maior dificuldade porque nós também temos a nossa vida, a família à qual temos que dar apoio. Mas se não tivermos disponibilidade

para as pessoas, temos que escolher outra profissão. Não há outra forma de encarar este cargo, porque é essa a nossa obrigação para com a população.

GENTE EM ACÇÃO

[ENTREVISTA 3]

MARIA DO CARMO SEQUEIRA

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[NOTÍCIAS | ENTREVISTA]

Deana Barroqueiro em Ródão Marlene Silva (7º A) No dia 2 de Dezembro, pelas quinze horas, acompanhados pelos professores da Área de Projecto, os alunos dos 7º e 8º anos de escolaridade do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão deslocaram-se à Biblioteca Municipal José Baptista Martins para conhecer a escritora Deana Barroqueiro e a sua obra, que se encontrava nesta localidade no âmbito das comemorações da Restauração da Independência de Portugal, que aconteceu no dia 1 de

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Dezembro de 1640. A escritora falou-nos um pouco da história deste grande acontecimento, tão importante para o futuro de Portugal que estava a ser governado pelos reis Filipes de Espanha. Falou-nos também da sua vida, da sua família e da sua relação com o nosso concelho, pois o marido é natural do Alvaiade. Mostrou-nos um astrolábio e outros instrumentos de orientação, pau-de –Brasil e especiarias, minerais, conchas que serviam de moeda e coisas muito giras

disse que não arranjava e portanto fui ameaçada de morte. Fui eu e o vicepresidente, tendo esta sido a situação mais grave.

pretendíamos não é o mais importante no momento, temos que seguir outro caminho.

[Joana] Quando se desloca às várias localidades como é recebida pelas pessoas?

[André] Gostou mais de desempenhar funções no poder central ou no poder local?

Às vezes também sou recebida mal, mas de uma maneira geral sou bem recebida. Mas se há alguém que está zangada, porque tem lá o buraco à porta e nós não mandámos tapar o buraco, é claro que essa pessoa não pode receber-me com um beijinho e com um abraço, tem que estar zangada e está no seu direito. Agora o que eu penso é assim: para mim é tão importante fazer uma estrada como tapar um buraco. Portanto, nem sempre nós conseguimos atender os pedidos das pessoas todas. Temos um concelho que tem 330 km2 e, se se vir a área dos concelhos do pais, o nosso não é dos mais pequenos. Estamos a meio da tabela, temos 42 populações e só temos duas onde não há água canalizada, e estamos a tratar disso agora. Temos 40 populações com água canalizada. Só duas é que não têm: o Vermum e o Salgueiral. Porém já temos os projectos e estamos a tratar disso. Temos recolha de lixo em todas a populações, temos ligações para todo o lado, temos

Gosto mais das minhas funções no que estou a fazer na câmara municipal. Alias na altura, quando estava na Assembleia da República e fui convidada, já sabia para o que vinha, pois já cá tinha estado. Costumava dizer que só me lembrava uma vez por mês da Assembleia da República, que era no dia em que recebia o ordenado, que era metade. Gosto muito mais de estar aqui, que tem mais a ver com a minha maneira de ser. [Carlos] Alguma vez sofreu ameaças enquanto responsável política? Já sofri várias ameaças, não muitas vezes. Aí uma meia dúzia de vezes. Uma delas foi uma ameaça de morte, por alguém que queria que a câmara municipal lhe arranjasse uma casa. Era uma pessoa que não digo que não tivesse necessidade, mas existia gente que tinha mais necessidade no concelho e a câmara

da época dos descobrimentos. Este foi o tema principal da sua intervenção, que trata muito bem nas suas obras para jovens. No final perguntou quem gostava muito de ler e ofereceu um livro à Rita Tomé do 8º ano e a mim. O meu

livro tem por titulo “ O Cometa” e fala sobre Bartolomeu Dias, a passagem do Cabo Bojador, da Índia e dos obstáculos que surgiram aos portugueses na sua viagem para a descobrir. Agradeceu a todos a

montado um sistema de autocarros do município que uma vez por semana vai a todas a populações do concelho. Devemos ser o único do país onde isso acontece. Simultaneamente estamos a fazer o transporte dos alunos das Sarnadas e dos Perais, tudo com recursos da Câmara Municipal. Portanto não é fácil gerir todos estes recursos. Depois para estas 42 populações temos que ter estradas, temos que ter estas condições todas para as pessoas se sentirem bem. Claro que não conseguimos ter toda a gente contente sempre. Existe sempre algum sítio onde a gente devia fazer alguma coisa e não fez. É natural que, quando eu chego a esse sítio, as pessoas não fiquem muito satisfeitas de me ver lá e se queixem, e eu só tenho é que aguentar e tenho que lhes dar razão se a tiverem, e tentar explicar que “ainda não chegámos aqui mas havemos de chegar”. Mas nem sempre sou bem recebida. Não existe ninguém no mundo que seja bem recebida em todo o lado. Só os santinhos e nós não somos santinhos e também fazemos asneiras, de maneira que é assim a vida.

sempre bem recebida, mas também quero dizer que não é agora só que sou bem recebida. Sempre fui bem recebida apesar do governo não ser do meu partido. Portanto não tenho razão nenhuma de queixa. De todas as vezes que como presidente da câmara pedi para ser recebida pelo anterior governo e por este, fui sempre bem recebida.

[Ivo]É bem recebida pelos membros do governo?

[Ivo] Os presidentes da Câmara são bem pagos?

Desde que eu peça, nunca fui mal recebida. Fui

O meu ordenado da câmara tem a ver com o

[André] Acha que a nossa Constituição consegue garantir a igualdade a todos os cidadãos? Na constituição está lá escrito que se pretende a igualdade de todos os cidadãos. Nós sabemos que entre o que está escrito até chegar à prática é muito diferente. É verdade, e temos que dizer, que não temos a igualdade de todos. Nem todos têm as mesmas condições. Penso que hoje estas assimetrias já estão mais esbatidas. Por exemplo, no meu tempo eu ia estudar para Castelo Branco e só vinha nas férias do Natal e da Pascoa. As coisas estão diferentes, mas de qualquer maneira não tenho duvida nenhuma de que ainda não temos uma sociedade que seja igual para todos.

presença e o interesse e deu autógrafos a quem pediu. Adorei conhecê-la pois, para além de ter uma grande cultura, sabe muito bem comunicar com os jovens de forma muito descontraída e divertida.

número de eleitores. Há sempre uma grande confusão com os presidentes das câmaras. Os presidentes das câmaras como, por exemplo, os de Lisboa e Porto têm um vencimento que é uma percentagem do Presidente da Republica. Os deputados ganham uma percentagem do ordenado do Presidente da Republica. Temos quatro tipos de câmaras municipais. Temos a câmara de Lisboa e do Porto, em que os presidentes das câmaras têm um ordenado. Depois temos as câmaras que têm mais de 40000 eleitores, que são as grandes câmaras, que têm uma percentagem do presidente da câmara de Lisboa e do Porto; e depois temos os presidentes das câmaras que têm entre 10000 e 40000 eleitores que recebem uma percentagem dos últimos. Por fim temos os presidentes das câmaras que têm menos de 10000 eleitores, que é o caso da Câmara Municipal de Vila Velha de Rodão, que ganham uma percentagem dos do “terceiro escalão”, o que significa que o Presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Rodão ganha tanto como se estivesse aqui a dar aulas na escola.

[Pedro] Agradecemos a disponibilidade manifestada para estar connosco e gostaríamos de a convidar para um pequeno lanche que temos preparado no bar da escola.


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XVIIª EDIÇÃO NA NOSSA ESCOLA

Feira do Livro Prof. Luísa Filipe A Biblioteca Escolar/ Centro de Recursos Educativos do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão realizou, de 12 a 18 de Dezembro, a sua XVIIª Feira do Livro. Com um programa variado ao longo da mesma, na sexta-feira, dia 12 de Dezembro, a partir das 17.30h, realizou-se a actividade de Abertura “Chá com Livros”. A hora tardia foi escolhida para possibilitar a vinda dos Pais/Encarregados de Educação à Escola, bem

como de toda a Comunidade Educativa, visando estreitar os laços entre a Escola e o Meio. Neste dia, em que contámos especialmente com a presença dos pais, pudemos assistir à apresentação de algumas canções, dramatizações e declamação de poemas pelos alunos do nosso Agrupamento. Todos os presentes fizeram ainda uma visita à Feira do Livro, onde se encontravam à venda, muitas obras e autores de literatura infantil e Juvenil recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura. Havia igualmente uma variedade de obras para adultos. O dia terminou com um Chá oferecido pela Escola a todos os presentes, contando com a

preciosa colaboração da Associação de Pais e Encarregados de Educação, que ofereceu os bolos e outras deliciosas iguarias que enriqueceram o lanche. Outro dia que destacamos foi a tarde de 4ª Feira, 17 de Dezembro, em que contámos com a presença, na nossa Escola, do Grupo de Teatro do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova que nos veio apresentar, a partir das 14.30h, a peça: “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, baseada na obra de Jorge Amado. Estiveram presentes todos os alunos do 1º Ciclo do nosso Agrupamento, bem como todos os alunos dos 2º e 3º Ciclos que assim o desejaram e que acharam a peça muito interessante, convivendo no final com os actores, alunos tal como

PLANO NACIONAL DE LEITURA

Caderninho do Leitor

Municipal de Vila Velha de Ródão, contámos ainda com a visita de todas as crianças dos Jardins-deInfância e Escolas do 1º Ciclo de Fratel, Sarnadas e Porto-do-Tejo. Para os mais pequeninos reservámos algumas histórias contadas com as quais esperamos tê-los encantado. Desde já queremos agradecer a todos os que colaboraram nesta actividade (alunos, professores, funcionários) quer com a sua presença, quer com o seu trabalho e empenho, e especialmente à Associação de Pais/ Encarregados de Educação da nossa Escola, à Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Vila Velha de Ródão, ao Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova e à Biblioteca Municipal.

Um Livro Novo para cada Leitor No âmbito do Plano Nacional de Leitura, o novo ano lectivo 2008/2009, iniciou-se de forma bastante feliz para todos os alunos que entraram no 1º ano de escolaridade. Sendo a entrada no primeiro ano de escolaridade um momento marcante na vida das crianças e também das suas famílias, o Ministério da Educação decidiu oferecer a cada aluno um livro, procurando associar-se o ingresso na Escola do 1º Ciclo à importância da leitura. No caso dos nossos alunos foi-lhes oferecido o livro de António Mota, “O Grilo Verde”. Sendo os livros tão importantes no desenvolvimento intelectual das crianças, aproveitou-se a ocasião para lembrar aos pais/encarregados de educação, o papel crucial que têm no incentivo à leitura. Formar leitores é uma tarefa importantíssima pelo reflexo que tem no próprio sucesso educativo dos alunos. No entanto nunca é demais lembrar que esta é uma tarefa que não cabe apenas aos professores e à Escola. A família tem também um papel fundamental e que desde tenra idade deve assumir. O simples facto de todas as noites antes de deitar a criança, o pai ou a mãe lhes lerem ou contarem uma história, é o primeiro passo para a aprendizagem da leitura pois associam desde logo o livro a um momento de prazer. Depois basta, com gestos simples continuar a cultivar esse gosto que todas as crianças têm pelas histórias. Reservar todos os dias um espaço para ler com a criança, para conversar com ela sobre o que leu, pedir-lhe que leia em voz alta um texto que ela goste, oferecer-lhe livros, levá-la Biblioteca e encorajar a criança a requisitar livros (quer na Biblioteca da Escola, quer na Biblioteca Pública), levá-la à livraria e deixá-la escolher um livro. Estes são passos simples, ao alcance de todos os pais e que terão certamente reflexos positivos para que os seus filhos se tornem, mais tarde, leitores. Está provado que as crianças que ouvem ler em voz alta e conversam sobre os livros interessam-se mais pela escola, gostam de aprender e aprendem a ler mais depressa e tornam-se geralmente bons alunos. A Leitura recreativa dá prazer, acalma a criança e estimula a sua inteligência. Os livros são, por isso, muito importantes no desenvolvimento das crianças e jovens. Resta-nos desejar boas leituras a todos!

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

O Plano Nacional de Leitura tem como principal objectivo promover a leitura assumindo-a como factor de desenvolvimento individual. Pretendese criar um ambiente social favorável à leitura, bem como valorizar práticas pedagógicas e outras actividades variadas que estimulem as nossas crianças e jovens a ler. Nesse sentido tem vindo a Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas a realizar, desde anos anteriores, um trabalho consistente de promoção da leitura, proporcionando a todos os Jardins-de-Infância e às Escolas do 1º Ciclo do Agrupamento os livros e outros recursos de informação, através do Projecto “Baús Pedagógicos”. Também promovendo a “Hora do Conto” pretende estimular nas crianças, desde tenra idade, o prazer de ler, intensificando o seu contacto com o livro e a leitura na Escola e transportando, se possível, esse hábito para a família. Neste esforço, que se pretende diário, contamos com a colaboração empenhada e preciosa das Educadoras e dos Professores da nossa Escola, da Biblioteca Municipal e mesmo com a ajuda das Juntas de Freguesia e Câmara Municipal, que gentilmente contribuem com verbas necessárias à aquisição de livros e outros materiais para reforçar o nosso orçamento. Numa iniciativa conjunta da Biblioteca Escolar do Agrupamento e da Biblioteca Municipal de Vila Velha de Ródão, lançámos durante o mês de Outubro, em que comemorámos com toda uma série de outras iniciativas, o Mês Internacional da Biblioteca Escolar, o “Caderninho do Leitor”. Contámos com a criatividade das nossas colegas de Educação Visual, que conceberam o dito caderninho, onde se pretende que as nossas crianças e jovens registem as suas leituras. Foi com visível satisfação que todos os alunos dos 1º e 2º Ciclos a quem já o distribuímos, o receberam. É pessoal e intransmissível e mais uma vez lança o desafio: Ler é uma Aventura que nos abre as portas para mundos cada vez mais vastos!

eles, do Grupo de Teatro do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova, a quem agradecemos imenso terem enriquecido com a sua presença o programa da nossa Feira do Livro. Durante a mesma, que só encerrou as suas portas no último dia do período – 18 de Dezembro – todos os que a visitaram puderam encontrar uma variedade de livros, especialmente de índole infanto-juvenil, a preços bastante convidativos. Pretendemos que os livros, que serão sempre um bom presente, em qualquer altura do ano, se tornem um hábito, uma necessidade do espírito, o amigo certo nas horas incertas. Ao longo da semana, graças à amabilidade da cedência dos transportes por parte da Câmara

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[BIBLIOTECA | CENTRO DE RECURSOS]

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[A PÁGINA DOS MAIS PEQUENOS]

Nesta página: Exemplos dos trabalhos dos nossos pequenos artistas.

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No sentido dos ponteiros do relógio: Leonor (5 anos); Margarida (4 anos) (JI Porto do Tejo); Gonçalo José; Francisco B. e João (JI Vila Velha de Ródão)


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[A PÁGINA DOS MAIS PEQUENOS]

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No sentido dos ponteiros do relógio: Jessica (JI V. V. Ródão); Beatriz (JI V. V. Ródão); Trabalho colectivo (JI Sarnadas) e dois trabalhos de Bruno (JI Sarnadas)

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[A PÁGINA DOS MAIS PEQUENOS] NÃO FUMAR...

...é o que está a dar!

Dia Mundial da Alimentação EB1 V. V. Ródão (Turma A)

EB1 V. V. Ródão (Turma A) No dia 17 de Novembro, dia do Não Fumador, conversámos acerca dos perigos do tabaco e concluímos que fumar Mata! Para termos uma vida saudável devemos crescer sem fumar. Pensámos em várias alternativas ao tabaco: conversar, ouvir música, ler, desenhar, jogar, passear com amigos… Não fumar é o que está a dar. Não fume…pela sua saúde!

No dia 16 de Outubro, a nossa Escola comemorou o Dia Mundial da Alimentação, na tentativa de continuar a divulgar hábitos saudáveis de alimentação. A nossa turma fez várias actividades alusivas ao tema: cartazes, roda dos alimentos, pregadeiras, jogos e ainda preparou uma canção dramatizada para apresentar aos colegas da sala ao lado. A outra turma também nos presenteou com um lindo teatro de fantoches. No final das actividades, todos comemos uma maçã.

VISITA DE ESTUDO À BOLARIA DE V. V. RÓDÃO EB1 Porto do Tejo (3º e 4º anos)

Magusto

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Educadoras (Pré-Escolar) No dia 14 de Novembro, realizou-se o tradicional Magusto do Pré-Escolar na Sra da Alagada. Logo pela manhã o entusiasmo era muito pois as crianças sabiam que iriam estar todas juntas. Já, no local, procuraram lenha, juntaram a caruma e puseram as castanhas a assar. Esperaram um pouco e lá estavam as castanhas a estalar no lume.

No dia 16 de Outubro, Dia Mundial da Alimentação, realizámos uma visita de estudo à “Bolaria Rodense” que fica situda próximo da nossa escola, tendo participado todos os alunos dos quatro anos de escolaridade da EB1 de Porto do Tejo e os seus professores: professora Luísa e professor João. Deslocámo-nos a pé. Observámos as diferentes fases do fabrico do pão. O padeiro, senhor

Arlindo, que é o pai do nosso colega Rui, ensinounos a fazer a massa misturando as farinhas com água e juntando sal e fermento. Foi tudo muito bem amassado dentro de uma máquina. Depois a massa foi dividida em bocados em cima de uma mesa de mármore e o padeiro deu a forma aos pães: grandes, redondos, compridos, pequenos. A massa “cresceu” devido ao fermento. A seguir colocou-os

dentro do forno eléctrico para cozerem. Divertimo-nos a mexer na massa e alguns meninos fizeram perguntas ao senhor Arlindo. No final recebemos um lanche, oferecido pela Bolaria, composto por um pão com manteiga, um pastel de nata e um sumo. Ficámos a conhecer melhor a história do pão que comemos. Gostámos muito desta visita à “Rodense” que fabrica pão e bolos.


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A ESCOLA E A FAMÍLIA

VISITA

Os Avós na Escola

Casa De Artes e Cultura do Tejo Amélie Serraninho, Andreia Dias, Pedro Ribeiro (7ªA)

Para comemorar o Dia do Idoso, dia 1 de Outubro, uma data tão significativa, os alunos convidaram as avozinhas para virem à escola passar alguns momentos com eles e partilharem juntos experiências e histórias da sua infância. Foram momentos de grande alegria, muita ternura e de afectos. Os alunos fizeram perguntas a que os avós responderam com satisfação e foram contando histórias , que os alunos ouviram com muito interesse, ao mesmo tempo, que os avós recordaram com saudades os tempos da sua infância e que foram momentos inesquecíveis na sua vida… Por fim, os netinhos ofereceram às avozinhas uma rosa e um cartão

alusivo à data , onde se lia o seguinte pensamento : A minha avó É muito querida.. Ela vai ficar No meu coração Para o resto da vida! E a festa terminou com cantigas, recitação de

Até Sempre

poesias e com bolinhos … As avós foram embora muito felizes e contentes e prometeram voltar à escola mais vezes durante o ano para festejarem com os netinhos algumas datas importantes.

Educadoras (Pré-Escolar) Durante o mês de Outubro as crianças do Pré-escolar visitaram a Biblioteca Municipal, José Batista Martins, tirando partido dos livros, dos jogos e descobrindo como funciona e o que lhes pode oferecer. Depois as crianças foram agradavelmente surpreendidas pela representação de uma peça de teatro “ A força das cores” que lhes estimulou a imaginação e reforçou a curiosidade. Foram dias muito enriquecedores e vamos voltar mais vezes. Neste mês em que celebramos o facto de termos uma Biblioteca na Escola, decidimos realizar uma visita, com todos os alunos do 1º Ciclo da sede do Agrupamento, à Biblioteca Municipal que recentemente abriu as suas portas ao público. Trata-se de mais um importante equipamento de que dispomos na nossa localidade e que devemos usufruir, quer pela qualidade deste espaço, quer por ser um local esteticamente muito agradável e onde os mais pequenos dispõem de um local adequado à leitura e não só. Fomos fazer lá a “Hora do Conto” que, habitualmente, fazemos na nossa Biblioteca da Escola e a obra escolhida de Luísa Ducla Soares não podia ser mais apropriada. O título era: “A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas”. Conta-nos a história de um rei que investiu a sua imensa fortuna numa Biblioteca, apostando assim em acabar com a sua ignorância e a dos seus súbditos. E se mais desta história quiserem saber, estes versos têm que ler… Aqui ficam algumas imagens desta nossa agradável visita, agradecendo às técnicas da Biblioteca que gentilmente nos acolheram. E como gostámos imenso, havemos de tornar a ir lá…

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

O Sr. Lucas, como, com respeito, por todos era tratado, foi, sem dúvida, um homem marcante na política educativa deste Agrupamento e, consequentemente, do nosso concelho. Eleito Presidente da Associação de Pais no ano de 1995/1996 da anteriormente designada Escola C+S de Vila Velha de Ródão, soube desde logo imprimir uma dinâmica de colaboração com todos os agentes educativos, que resultou numa continuada pleíade de actividades que abriu portas à comunidade e envolveu diferentes instituições e associações locais na vida da escola, dando desta uma imagem de intervenção e participação que há muito não conhecia. A ele se deve também a legalização da referida Associação de Pais, que até ao momento funcionava de forma informal. Manteve-se como presidente desta Associação até ao ano de 2003. Solidário com a classe docente nas suas reivindicações e expectativas, compreensivo com as suas dificuldades e problemas, mas acérrimo defensor dos direitos dos alunos e encarregados de educação, António Lucas nunca deixou de endereçar críticas fundamentadas e clarividentes nas reuniões em que estava presente, mesmo sabendo ir, muitas vezes, contra o pensamento dominante. Frontal, responsável, dinâmico e combativo – era assim este homem que, no desempenho do seu cargo, procurou sempre a melhoria da qualidade do ensino. Era também um grande amigo, que guardaremos na memória com saudade. Partiu um homem de bem.

No passado dia 3 de Outubro, os alunos do 3º ciclo foram visitar a Casa de Artes, para verem uma exposição e um filme na sala de cinema. Assim que chegámos fomos visitar a exposição itinerante” 25 Sítios Arqueológicos da Beira Interior- Gravuras em Xisto de Vítor Camisão” sobre a vida do homem antigamente (cerca de 40 000 a.C.) em Vila velha de Ródão. Nessa exposição tivemos um arqueólogo, chamado Francisco Henriques, que fez de nosso guia e nos explicou, em pormenor, o significado das imagens das gravuras rupestres. Quando a exposição acabou, fomos para a sala de cinema ver o filme “ A Múmia: o Túmulo do Imperador do Dragão. Quando o filme terminou,fomos para a rua à espera dos autocarros. Gostámos muito e esperamos que se repita!

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[ACTIVIDADES | NOTÍCIAS]

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[TALENTOS]

A minha família

Um rapaz do 5º Ano

Diogo, Jéssica e Joaquim (EB1 V.V.Ródão)

Ana Rita Tomé; Vanessa Gonçalves (8º A)

Eu gosto da minha mãe, Com ela posso contar, Para sempre e todos os dias Quando eu vou estudar. Eu gosto da minha mãe Porque ela é amorosa E quando estou a estudar, Ela é atenciosa A minha mãe é muito engraçada Gosta muito de ser abraçada; Assim fica maravilhada! Eu gosto do meu pai Todos os dias ele vai trabalhar Traz sempre coisas novas Para nos contar. O meu pai é meu amigo, Ajuda-me quando preciso, Explica-me certas coisas, Para eu ganhar juízo

Um rapaz do 5º ano, chamado Daniel, com 11 anos, é pastor. Desde os 7 anos que é pastor. Tem ao todo 110 animais e dois cães. Costuma estar com o seu pai. Na altura da escola só vai lá ver os animais, não trata deles. Só lhes dá de comer nos fins-de-semana. Gosta mais de estar com os animais do que estar na escola. “Gosto do que faço porque é sossegado“. “Os cães andam sempre à bulha com os animais”. “Dizem que sou um bom pastor“. “Fico triste quando algum animal está para ter crias e eu não estou lá”.

Eu gosto da minha irmã, Eu ajudo-a a trabalhar, Com ela costumo todos os dias Ao fim da tarde brincar.

A Amizade

Cá em casa somos quatro, E somos muito unidos, Eu, os meus pais e irmã, Somos todos muito amigos.

Entrada em Grande!

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

Ruben Gonçalves (9º A) No passado dia 26 de Setembro de 2008, a nossa escola ganhou mais um prémio para o seu historial, devido à fantástica ideia do jornal “Gazeta do Interior” de fazer um concurso de melhor fotografia e melhor reportagem durante o ano lectivo de 2007/2008. A nossa escola, ao ver a reportagem sobre a sessão distrital do projecto “A Escola e a Assembleia” (da autoria de um grupo de alunos do 9º A no ano lectivo transacto) ficar no maravilhoso 3º lugar, não podia ficar indiferente. Assim, um representante do Conselho Executivo - o Prof. Luís Costa - e o único aluno que ainda frequenta a escola de entre os que conceberam a reportagem (Ruben Gonçalves) foram receber o prémio com muito orgulho em representar a nossa escola.

Carolina Moreira (EB1 V.V.Ródão) Para mim, a amizade é um valor sem preço, porque não existe nada que pague um bom amigo. Ter um amigo é poder contar com ele, partilhar as coisas boas e menos boas e saber que temos ali alguém que nos pode ouvir, seja em que altura for.

É nas alturas que precisamos que vemos realmente quem são os nossos amigos, quem é que está ao nosso lado. Eu, na escola, tenho uma amiga muito especial. Ela almoça ao meu lado e brinca comigo e quando temos trabalho de grupo e

eu tenho dificuldades, por vezes, ela ajuda-me. Ela é muito especial, gosta da minha amizade, e ela pode contar sempre comigo. A amizade é algo que se conquista com o tempo, há que a estimar. É bom ter amigos!

A Senhora da Alagada Rodrigo Pires (EB1 V.V.Ródão) A Senhora da Alagada situa-se em Vila Velha de Ródão, junto ao Rio Tejo, rodeada de oliveiras. Reza a lenda que, no tempo em que os mouros conquistaram Espanha, um religioso a retirou de um convento, e meteu-a num

caixote e deitou-a para o rio Tejo. Durante uma cheia, a imagem ficou no local onde está erguida a ermida. Quando a encontraram, a população e o pároco conduziram-na, em procissão, à Igreja Matriz.

Esta duas vezes fugiu para o local onde foi encontrada.Todos perceberam que era ali que queria ficar. A Senhora da Alagada comemora-se no 4º fim-desemana de Agosto.


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CONTO

Um Milagre de Natal

Mariana Alves (8ºA)

Mariana Alves (8ºA) que é isso nos teus olhos? São lágrimas? Que se passa? Conta á mãe! Vá!” Então Filipa agarrou-se á mãe e disse: “-Ninguém me liga na escola! Não tenho amigos! Nem um! Nem os professores querem saber de mim!” Então a mãe não respondeu e abraçou-a muito. Só respondeu: “-Olha filha, tenho de ir fazer o jantar está bem?” E lá foi. Durante as férias, Filipa passou o tempo todo no computador, a jogar ‘Playstation’ e a ver televisão. Mas não falava com ninguém. Então aconteceu algo a que eu chamo ‘mágico’. Na véspera de Natal, quando todos já estavam a dormir, apareceu uma personagem muito familiar a todos nós. Filipa olhou, pois tinha acordado com o barulho, esfregou os olhos e disse: “-Tu és quem eu penso que és?” “-Não sei. Quem pensas que eu sou” – disse aquele homem grande e gordo num tom animado. “-Que estás tu a fazer aqui?” “-Bem, é meu dever passar por todas as casas de todos os meninos e meninas para deixar um pouco de magia. Como tu me descobriste vou-te conceber um desejo, um em que tu nunca podes recuar, e é só um, apenas um e mais nenhum. Olha até rimei.” E depois de muito pensar disse: “Quero um amigo.” “Tens a certeza? É uma

coisa muito complicada de satisfazer. Mas vou dar o meu melhor. Afinal, o que hei-de de fazer? Mas agora vai dormir. Amanhã a tua prenda vai aparecer” Então ela foi. No dia seguinte, Filipa acordou rapidamente e foi para a sala onde estava a árvore de natal. Mas só lá estavam os pais. “É claro que era mentira. Ou então um sonho. Ou então alguém que se mascarou!” O resto do dia foi muito doloroso para ela. Mas no final do dia… “Catarina? O que fazes tu aqui?” “Bem… FELIZ NATAL!” “Mas tu não estavas em Braga?” “Estava. Mas a minha mãe arranjou um emprego cá e agora vamos viver com a minha avó até arranjarmos uma casa nova. Ah! E também porque o Pai Natal apareceu ontem em casa da minha avó a dizer para eu te vir visitar. E eu vim. E trouxe um presente.” E então ela abriu o embrulho e lá dentro estava uma carta que dizia: “Filipa, Fiz o que pude. Este foi o melhor presente que pude arranjar. Agora espero que sejas feliz. Comprimentos, O Pai Natal” Então elas abraçaram-se num abraço que parecia nunca acabar. E desde então, Filipa pôde fazer tudo com a sua amiga que nunca pôde fazer antes. Como se diz, este é um milagre de Natal.

1-Nome? António Carlos Marques Nunes 2-Data de nascimento? 24/10/1964 3-O seu filme preferido? “A insustentável leveza do ser” 4- A sua música preferida? “Ilumina-te” de Pedro Abrunhosa 5- Quando era pequeno, qual era a profissão que gostava de ser? Gostava de ser veterinário 6- O seu livro preferido? “A Cabana do Pai Tomás” 7- O seu perfume preferido? Burberrys Weekend 8- O seu lugar preferido, ou onde gostaria de ir? Gostava de ir à Índia 9- O animal que gosta mais? Burro 10- O prato de comida preferido? Carne de porco à alentejana 11- O seu maior desejo / sonho? É privado 12- As coisas que lhe dão mais prazer na vida? Estar com a família e conviver com os amigos. 13- Para o tempo livre? Passear no campo e ler.

AGRADECIMENTO Às firmas abaixo mencionadas, que ofereceram produtos para o magusto e para

14- Os momentos mais marcantes da sua vida? A morte do meu pai

o Cabaz de Natal

15- Memória de vida? Muito boas, uma infância muito feliz

ALBIFRIO | AVILUDO | BEIRA SUMOS, LDA. | JAIME ALBERTO MARTINS & SANTOS | PADARIA TAVARES BENTO

16- A personalidade que mais admira? O Eduardo Lourenço.

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

Era uma vez (oh não! Chegou o “era uma vez”! Vai ser um daqueles contos aborrecidos! Salve-se quem puder!). Prontos está bem! Vou começar de outra forma! Vou começar como se a história já tivesse começado. E agora é mesmo a sério. Sem paragens para comentar nem nada. Vamos começar. Nessa noite, Filipa não estava muito feliz. Era o último dia de aulas. As férias de Natal iam começar. Viam-se amigas a despedirem-se, troca de prendas, lágrimas, um brinde a, uma música dedicada a, um beijo, uma confissão, uma brincadeira, um mini-teatro, um sorriso. Só a ela é que não lhe acontecia isto. Para ela era muito raro falar para ela. Ás vezes ela ia para a casa-debanho chorar só para ver se alguém se preocupava com ela. Mas tudo o que recebia era “Ah! És tu!”. Nem os professores falavam para ela. E se falavam os “populares” diziam logo: “Olha a ‘invisível’ falou! Uau!” Então esse dia foi muito triste para ela. Porque se calhar não tinha ninguém para partilhar aqueles momentos que pareciam insignificantes mas que para ela eram lindos. Então foi para casa. Quando lá chegou a mãe disse-lhe: “-Filipa Cristina! Vai imediatamente arrumar o quarto! Está uma bagunça!” E ela foi sem protestos ou palavras. Ligou a aparelhagem e arrumou o quarto. Então a mãe apareceu: “-Já está arrumado? O

Um momento com...

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[NOTÍCIAS DA ESCOLA]

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[NOTÍCIAS | PROJECTOS | ENGLISH] PROJECTO

“Escola Alerta” Amélie; Andreia; Pedro (7ºA)

THE ENGLISH CORNER

My best friend André Pequito (6º B) My best friend is Miguel. Miguel is young, tall and thin. He is eleven years old. He is nice, cool, friendly and funny. He has an oval face, short, straight, brown hair and big brown eyes. He is from Portugal, he lives in Castelo Branco. He likes playing computer games and eating pizza. He doesn’t like fish and coffee. His favourite colour is black.

Os alunos do 7ºA e do 3º e 4ºs anos do 1ºciclo de Vila Velha de Ródão estão a participar no projecto “Escola Alerta”, este visa modificar algumas coisas na escola, de forma a criar e a garantir condições de acessibilidade para que todas as pessoas com deficiência ou incapacidades se sintam iguais às outras. Já andaram a fazer um levantamento das barreiras urbanísticas e arquitectónicas aí existentes e a apurar que serviços ou entidades os poderiam apoiar na

eliminação das mesmas. Para isso, já redigiram uma carta e endereçaram-na ao senhor Presidente do Conselho Executivo com vista a solicitar o seu contributo no contacto a estabelecer com os referidos serviços ou entidades. Para que os alunos ficassem mais sensibilizados para as dificuldades sentidas por uma pessoa portadora de deficiência no seu dia-a-dia, foi-lhes apresentado o filme “Encontro de Irmãos”, onde puderam observar as dificuldades características

de uma pessoa com autismo. De todas as deficiências abordadas os alunos sentiram um maior interesse pela deficiência visual, daí que tenham começado a estudar o alfabeto Braille e a forma como este é representado. De seguida irão identificar algumas das salas do agrupamento com placas escritas em Braille. Esperemos que consigam atingir os seus objectivos, pois dessa forma contribuíram para defesa e a garantia dos direitos de todos.

ANÁLISE Carolina Filipa (6ºA) My best friend is Ana Nunes. She is Portuguese. She is eleven years old. She was born in Castelo Branco. Her birthday is on 4th July. She is young. She is tall and slim. She is 1,51m tall and she weights 50kg. She has got long, wavy, light brown hair. She has got an oval face. She is nice, friendly, beautiful, happy and hardworking.

My house

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

Ana Catarina Aparicio (6º A) My house is a detached house. Downstairs there is a kitchen, a living –room, a dining-room, a study, a bathroom, a laundry and a hall. Upstairs there are four bedrooms, two bathrooms and two balconies. In the attic there is a room. Outside my house there is a garage and a garden with some flowers and trees. My house is big and comfortable. I love my house.

Carolina Filipa (6ºA) Hi! I’m Carolina Filipa. I live in a small block of flats on the 3rd floor. My house is big. There is a hall, three bedrooms, two bathrooms, one living room, a kitchen, a balcony, a small pantry and an attic I love my house because I have got my things there and I’m with my family.

Provas Nacionais 2008 Prof. José M. Batista O Agrupamento de Vila Velha de Ródão conseguiu resultados muito meritórios no desempenho dos seus alunos nas provas de aferição e exames nacionais. Ao nível do 4º ano de escolaridade, os resultados obtidos nas provas de aferição conferiram positiva e satisfatoriamente os conhecimentos dos alunos. No 6º ano, na disciplina de Matemática, os resultados foram considerados bons, uma vez que apenas três alunos obtiveram um desempenho considerado “Não Satisfaz” (nível D), num total de 14 alunos, encontrando-se mesmo as classificações um pouco acima do inicialmente previsto no Plano de Acção da Matemática. A Língua Portuguesa pode considerar-se a prestação dos alunos muito boa: 93% de sucesso. Dos

14 alunos que fizeram a prova, cinco obtiveram o nível B, oito o nível C e um o nível D. À excepção do nível D, aos outros dois conjuntos de níveis conseguidos correspondem taxas de sucesso superiores às constatadas no país. Nos exames nacionais do 9º ano de escolaridade, na prova de Matemática os alunos, de uma forma geral, mantiveram os níveis atribuídos na classificação interna, havendo inclusivamente alguns que obtiveram um melhor nível na classificação externa. A nossa escola obteve o 8º lugar no distrito de Castelo Branco, num universo de 32 escolas, e o 494º a nível nacional, no universo de 1292. Ao nível da Língua Portuguesa, dos alunos a quem foi atribuído nível positivo na avaliação interna, três mantiveram o nível 3 e

todos os restantes lograram subir os seus resultados no exame nacional, tendo oito alunos obtido a classificação de 4 e quatro a classificação de 5. A nossa escola obteve o 1º lugar no distrito de Castelo Branco, num universo de 32 escolas, e o 45º a nível nacional, no universo de 1292. No global de Língua Portuguesa e de Matemática, a escola E.B.2/3 de Vila Velha de Ródão colocou-se em 5º lugar no distrito e em 186º no país. Refira-se ainda que estas provas foram resolvidas num clima mais formal, mais rigoroso e inibidor, quando comparado com as condições em que decorre a avaliação contínua, em contexto normal de aula ao longo do ano lectivo, o que valoriza ainda mais o óptimo desempenho dos alunos do nosso Agrupamento.


49 | JANEIRO 2009

MAGUSTO E “JOGOS SEM MANEIRAS”

Dia de S. Martinho Profs. de Ed. Física; Prof. F. Ferreira Mais uma vez, o Departamento de Expressões e o grupo de Educação Física, em colaboração com o P.R.O.S.E.P.E, levaram a efeito no passado dia 12 de Novembro de 2008, Quarta – Feira, a comemoração do dia de S. Martinho no Agrupamento. Esta actividade que consta do Plano Anual de Actividades da escola teve o seu início às 14.00 horas, com a participação dos alunos de todos os Ciclos de ensino, embora o 1º Ciclo tenha tido uma participação mais maciça, num total de 75 alunos envolvidos na realização dos jogos. Desde da tracção à corda, corrida de andas, bowlling, jogo do ovo, da farinha e rebuçado,

passando pelo jogo das minas e armadilhas, foi uma loucura total. Durante hora e meia as diferentes equipas competiram entre si na execução dos vários jogos, procurando dar o seu melhor no sentido de vencer os seus oponentes. Por volta das 15.00 horas deu-se início a mais um momento de convívio entre toda a comunidade educativa, com a abertura do magusto, um bom repasto de castanhas, seguido de um lanche ajantarado com febras, enchidos e grelhados à disposição dos alunos, professores, auxiliares de acção educativa e administrativos. Foram momentos de lazer, conversa, e intercâmbio, proporcionada a todos

quanto participaram. Em suma foi uma excelente tarde de S. Martinho, que até o sol fez questão de raiar abrilhantando mais esta actividade. Agradecemos a todos quantos contribuíram de uma forma directa ou indirecta na realização e execução de mais esta actividade. O nosso muito bem haja a todos.

estabelecidos perdia. O segundo jogo era a corrida de sacos. Depois foi o da pontaria: tinham de acertar com a bola nas garrafas com areia. De seguida o jogo da corrida de antas: o primeiro a chegar sem cair ganhava. O jogo de tentar acertar com um pau num balão de água foi muito divertido. Também houve o jogo do equilíbrio,

em que se tentava passar por cima de um banco com uma colher e uma maçã na mão. O último jogo foi o que gostámos mais - o jogo da farinha: tínhamos de pôr a cara num alguidar com farinha, à procura de rebuçados. Adorámos esta actividade e, por fim, fomos todos para o magusto.

GENTE EM ACÇÃO

[MAGUSTO | DESPORTO]

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Amélie (7º A) No dia 12 de Novembro, a partir das 15:30h decorreram os “Jogos sem Maneiras”. Estava um belo dia e o ambiente estava agradável. Havia vários jogos, por equipas. O primeiro jogo era o das cordas: tinham de puxar a corda e a primeira equipa a passar os limites

EB1 V. V. Ródão (Turma A) O Magusto da nossa Escola foi realizado na Quartafeira, dia 12 de Novembro, em conjunto com as outras Escolas do Primeiro Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão. Logo ao início da tarde, agrupámo-nos para participar nos Jogos sem Maneiras. Percorremos um Circuito por Estações com actividades giras e divertidas. Em seguida, foram distribuídas medalhas referentes ao Corta-mato realizado no ano anterior. A Ana Rita, da nossa sala, ganhou uma medalha. Finalmente, comemos as castanhinhas saltitonas e bebemos sumo. Foi um dia divertido. Vanessa Gonçalves

5º A: Sofia Isabel Semedo

9º A: Bianca Nawratil Daniel Alexandre Tomé Ruben Filipe Gonçalves

7º A: Amélie Serraninho Andreia Dias Pedro Miguel Ribeiro COORDENAÇÃO Prof. Helena Marques Prof. José Batista (Clube de Jornalismo) GRAFISMO E PAGINAÇÃO Prof. Luís Costa

8º A: Ana Rita Tomé Beatriz da Conceição Cátia da Conceição Inês Costa Joana Mendes Mariana Alves Patrícia Ribeiro

COLABORADORES: Professores, Alunos Pessoal não Docente e Enc. Educação IMPRESSÃO: Jornal RECONQUISTA - Castelo Branco E-MAIL - gente_vvr@megamail.pt NA INTERNET - www.anossaescola.com/rodao

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

REDACÇÃO


GENTE EM ACÇÃO

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[ÚLTIMA] NO ÚLTIMO DIA DE AULAS DO 1º PERÍODO

Festa de Natal do Agrupamento

Instantâneos da Festa de Natal: O programa na Casa de Artes (“Natal Alentejano” e os Eco-Pinheirinhos de Natal, em cima) e dois momentos do almoço - convívio no Pavilhão Gimnodesportivo (em baixo).

Instantâneos

Instantâneos

E-Mail: gente_vvr@megamail.pt

Instantâneos

Projecto Multicultu

ral O Guilherme (d

“Apanhado” de Pedro Ribeiro (7º A)

Vila O teatro da EB1 de Velha de Ródão

o CEF) no Pas

seio Pedestre

Halloween


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