"Gente em Ação" nº65 (abril 2014)

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Distribuição gratuita

Diário de Bordo I O número do Gente em Ação que neste início do 3º período chega às mãos de todos os elementos da comunidade educativa mostra, nas suas páginas, a vitalidade dessa mesma comunidade que, apesar de pequena em número é enorme em dedicação e empenho. Durante o 2º período, que as páginas do jornal que têm nas mãos retrata, realizaram-se duas atividades que gostaríamos de destacar, pois representam a realização de um desejo do Diretor do Agrupamento que já tinha ficado expresso no seu “Projeto de Intervenção”: No referido documento pode ler-se que a escola deve ser “um espaço de aprendizagem para todos” (pág. 1) e que “tem de ser uma escola aberta à comunidade.” (pág. 7). Assim sendo, as duas atividades referidas - abertas à comunidade educativa - foram realizadas com a colaboração da Associação de Pais, Câmara Municipal e CPCJ de Vila Velha de Ródão. Estas duas ações pretendem ser as primeiras de várias que, esperamos, se realizarão ainda neste e no próximo ano letivo, destinadas aos diferentes elementos da comunidade educativa do Agrupamento. Acreditamos que estas ações, nas quais estão presentes todos os stakeholders do projeto educativo do AEVVR, são essenciais para o fortalecimento de um espírito de união que permitirá atingir o que almejamos para as nossas crianças e jovens: o sucesso (não apenas académico, mas no que se refere à sua plena integração na sociedade) e, acima de tudo, a felicidade!

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Torneio Mega

MEGAMEDALS!

II Outro exemplo dos doces frutos que a cooperação entre instituições pode dar é a iniciativa “Livro Livre”, inicialmente proposta pela Rede de Bibliotecas Escolares mas abraçada, através da criação de um concurso, pela Junta de Freguesia de Vila Velha de Ródão, Biblioteca Municipal José Baptista Martins e AEVVR (ver www.aevvr.pt). Motivados pelos responsáveis das três instituições e certamente, também, pelos prémios oferecidos pela Junta de Freguesia aos três melhores “Livros Livres”, catorze jovens (e respetivos “consultores”) apresentaram trabalhos extraordinários a concurso - já destacados no jornal “Público” -, que serão publicados em suplemento especial do próximo número do “Gente em Ação”. Toda a comunidade educativa está de parabéns!

A Direção

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Uma manhã brilhante!

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Bosque da Achada novamente distinguido

APOIOS:

www.aevvr.pt


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Gente em Ação

Entrevista (1)

SÉRIE: ANTIGOS ALUNOS (11)

Ana Isabel Pires Redação do Gente em Ação O jornal “Gente em Ação” publica, em cada um dos seus números, uma entrevista com antigos alunos que concluíram a sua formação académica e estão inseridos no mundo do trabalho. Nesta edição, entrevistamos Ana Isabel Pires, licenciada em Ciências Farmacêuticas, que desenvolve a sua atividade de Farmacêutica Substituta na Farmácia Almeida, em Lisboa. sores.

Bilhete de Identidade

Nome: Ana Isabel Carmona Belo Pires Data de nascimento: 02 de fevereiro de 1988 Frequentou a escola de VVR: De 1998 a 2003 Média de conclusão do 9º Ano: 4,2 Profissão: Farmacêutica

Quando é que frequentou a escola em Vila Velha de Ródão? Frequentei a escola em Vila Velha de Ródão entre 1998 e 2003. Era boa aluna? Sim, tentei sempre empenhar-me ao máximo de modo a obter bons resultados. O que é que achava da escola? Eu gostava da escola e sabia que era o meu ponto de partida para qualquer futuro que eu idealizasse.

E-Mail: gente.vvr@gmail.com

Qual ou quais eram as suas disciplinas preferidas? As minhas disciplinas preferidas eram as Ciências Naturais e a Físico-química. Lembra-se de algum professor ou professora que a tenham marcado especialmente? Lembro-me sim! A professora Carla de Físico-química, o professor Luís Costa e a professora Graça Passos. Para além das atividades letivas, que outras iniciativas a escola lhe oferecia e nas quais participava? Participava no Clube do Prosepe, mas lembro-me de, na altura, existirem também o Clube de Teatro e o Clube de Fotografia. Mantém o contacto com

os antigos colegas de turma / escola? Mantenho, sim. A distância não apaga os laços de amizades que se criaram nessa altura e as redes sociais facilitam muitas vezes essa comunicação. Acha que esta escola contribuiu para o seu sucesso pessoal e profissional? De que forma? De um modo geral, tudo aquilo que vivemos na infância e adolescência define a pessoa em que nos tornamos futuramente. Dos maus momentos, tiramos a aprendizagem para ultrapassar situações semelhantes no futuro e, dos bons momentos, tiramos a força, a alegria e a coragem que nos tornam a vida mais colorida. Eu só tenho a agradecer aos momentos passados durante os meus cinco anos como aluna nesta escola, porque sem dúvida que definiram o meu futuro e me tornaram na pessoa que sou hoje e da qual me orgulho. Recorda-se de algum episódio que tenha vivido na escola e do qual guarde uma especial recordação? Recordo-me de vários momentos! Mas recordo, com especial carinho, a viagem de finalistas que marcou o fim destes cinco anos nesta escola e foi uma viagem com muitas gargalhadas e muitos momentos bem passados entre alunos e profes-

Após o ensino básico, qual a via que seguiu no prosseguimento de estudos? Porquê? Após o ensino básico, entrei na Escola Secundária Nuno Álvares na área de científico-natural, depois o gosto pela química e o interesse na formulação dos medicamentos fez-me querer prosseguir pela área das Ciências Farmacêuticas e assim entrei no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Que diferenças sentiu ao mudar desta escola para aquela onde frequentou o ensino secundário? As diferenças que senti foram: o facto de ser uma escola maior, onde o tratamento é menos personalizado e o aumento do grau de dificuldade. Fale-nos um pouco do seu percurso escolar e profissional. O meu percurso escolar inicia-se na escola do 1º Ciclo de Benquerenças. Depois de fazer o 1º Ciclo, ingressei na escola de Vila Velha de Rodão para frequentar o 2º e o 3º Ciclos. O ensino secundário foi feito na Escola Secundária Nuno Álvares, na área de científico-natural. Completado o ensino secundário, a escolha de Ciências Farmacêuticas estava definida e foi no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz que entrei para completar os cinco anos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Após a conclusão do curso, esperava-me o tão imprevisível mundo do trabalho. E, após dois meses a responder a anúncios e a entregar currículos por-

ta-a-porta, foi na Farmácia Nacional, em Lisboa, que tive o meu primeiro emprego como Farmacêutica Substituta. Após a conclusão do contrato, andei novamente à procura de emprego e foi aí que comecei a trabalhar como Farmacêutica Substituta na Farmácia Almeida, em Lisboa, onde ainda permaneço. O que mais a motiva na atividade profissional que hoje desenvolve? O que mais me motiva é o contato direto com o público, a promoção da saúde e o marketing na venda. Acompanha a atividade da escola? Que opinião tem? Acompanho a atividade da escola através da página do Facebook e é bom ter conhecimento de todas as atividades desenvolvidas

e do nível de qualidade das mesmas. Costuma ler o nosso jornal e conhece o nosso website e/ou a nossa página no Facebook? Não tenho lido o jornal, mas estou sempre atenta à página do Facebook e acompanho todas as reportagens fotográficas. Assim como o website, que já conheço! Que mensagens ou sugestões gostaria de deixar aos nossos jovens leitores? Nunca desistam dos vossos sonhos e objetivos, por muitos obstáculos que vos pareça ter esse caminho! E desfrutem ao máximo destes anos que passam aí. São, sem dúvida, anos que nos marcam na nossa vida! Muito obrigado!

Durante uma visita de estudo à “Mata dos Setes Montes”, em Tomar


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65 | abril | 2014 Atividades

Gente em Ação

A violência em contexto escolar

Teresa Ribeiro, Psicoterapeuta estratégias que minimizem a sua dimensão. Não o fazer é permitir, mesmo que involuntariamente, a sua escalada, com todas as repercussões negativas que isso implica. O hábito de contar e de ouvir, a confiança necessária para nos expormos requer tempo, e é necessário vencer a barreira da inércia, da vergonha ou da ocultação. No entanto, é num ambiente imbuído de escuta ativa, de aceitação e de empatia que nos encaminhamos,

mesmo que lentamente, para sermos nós mesmos, autênticos, assumindo as nossas dificuldades, mas também os nossos tesouros. Nesses encontros, é possível criar condições facilitadoras, que esvaziam as tensões inerentes ao quotidiano escolar, proporcionando interajuda, aprendizagem e crescimento comum. É com estas premissas que se realizará, em julho, à semelhança do ano anterior, um novo encontro de grupo, para uma vivência dinâmica, em que possamos - através de diferentes exercícios e jogos, aceder à expressão corporal, singular e colectiva, às tensões encouraçadas e aos processos de comunicação interrompida. Estou agradecida à coordenadora do PES, professora Graça Passos, pelos convites que me tem endereçado e reconheço na sua ação a capacidade de acolher e expandir este tema, de inegável importância. Conto com a vossa presença para constituir um grupo que nos desafie e ative e, em paralelo, nos permita ir também ao encontro de uma maior tranquilidade interior.

COLÓQUIO / DEBATE

Violência no Contexto Escolar Prof. Luís Costa

Realizou-se, no passado dia 15 de janeiro, na Biblioteca Municipal de Ródão, o colóquio / debate para professores subordinado ao tema “Violência no Contexto Escolar”, no âmbito do Projeto Educação para a Saíde do AEVVR. Dinamizado pela psicoterapeuta Teresa Ribeiro, foi uma oportunidade única para refletir e partilhar anseios e preocupações sobre esta temática sempre presente no nosso quotidiano. Em jeito de follow-up dessa sessão, a dinamizadora do referido colóquio apresenta-nos este artigo que pretende continuar a reflexão iniciada durante a sessão. É mais uma oportunidade que todos temos para pensar sobre este tema transversal e omnipresente na nossa sociedade. Desta feita, dando oportunidade a toda a comunidade educativa de participar connosco nesta reflexão.

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A (in)disciplina é um tema recorrente, direta e indiretamente presente no mundo escolar, conforme foi referido na formação para professores que teve lugar no dia 15 janeiro na CACTejo, organizada no âmbito do P.E.S. (Programa de Educação para a Saúde). Embora o tempo de formação disponibilizado tivesse sido escasso, foi possível encontrar vários aspectos em concordância. Nomeadamente, que a agressividade é “plurideterminada”, que está em constante desenvolvimento, que é reativa ao tempo histórico e, por vezes, subjetiva na sua interpretação. Foram sinalizados diferentes universos para o problema, desde aspetos relacionados com as condições profissionais e de carreira do corpo docente - bastante fragilizado, fruto de diversas políticas ministeriais que impactam negativamente na capacidade motivacional dos professores, às condições sócio económicas mais enfraquecidas da população em geral, à cultura massificada e consumista em que nos movemos, bem como ao empobrecimento atual de valores e princípios que norteiam a existência humana. Das diferentes dimensões apontadas, optou-se pela análise mais fenomenológica e relacional do problema. Quais as situações problemáticas que ocorrem em sala de aula e no espaço escolar e que confrontam professores, funcionários e alunos? Os problemas de indisciplina constituem uma dificuldade, mas também a possibilidade de mergulharmos mais fundo em busca do que importa ser feito, como e por quem. É um dos temas ao qual todos estamos vinculados e implicados, mesmo quando à nossa volta as “águas são mansas”, porque vivemos inseridos num mesmo coletivo profissional e

social. Importa bem definir do que falamos quando falamos sobre violência em contexto escolar, para melhor podermos lidar com ela. Ela existe em diferentes níveis: dos alunos sobre os professores e funcionários - talvez a realidade mais abordada; dos alunos entre si; dos professores sobre os alunos; no seio do próprio grupo de professores e também a que resulta de algumas relações entre a escola a as famílias dos alunos e, às vezes, com a comunidade circundante. Sem aprofundarmos nenhuma destas formas particulares de violência, sublinhamos alguns tópicos que são basilares e norteadores de uma reflexão. A violência que existe é sempre fruto da violência que, como seres humanos (crianças ou adultos), sentimos que é exercida sobre nós e manifesta-se desde que não nos resignemos ou a guardemos bem escondida dentro de nós, tornando-a invisível ao olhar dos outros e até quase “ esquecida” de nós mesmos, arredada da nossa consciência. O exercício da violência é uma espécie de devolução aos ataques que sentimos que impendem sobre nós e que nos tornam inseguros, desorientam e nos deixam zangados. Carl Rogers (1902-1987), psicólogo que muito se debruçou sobre o ensino e as questões da aprendizagem, deixou-nos um legado rico de conceitos, nomeadamente o de tendência atualizante. Este conceito baseia-se no princípio de que todos os seres humanos possuem recursos para desenvolver a autorrealização, a autocompreensão e o autoconhecimento e para modificarem os seus comportamentos, direcionando-os no sentido de uma maior maturidade e independência. Assim, uma das formas primordiais para lidar com a violência é assumi-la e trazê-la a lume. É consensual que a escola precisa de consciencializar e priorizar esta problemática e integrar a necessidade de promover momentos regulares de encontro e de partilha em grupo, como forma de definir posturas e


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65 | abril | 2014 Portas de Ródão Uma maravilha natural à nossa porta

Gente em Ação

Entrevista (2)

Jorge Gouveia Jovens Repórteres para o Ambiente

O “Gente em Ação” foi entrevistar o professor Jorge Gouveia, responsável pela candidatura

das Portas de Ródão a Monumento Natural, tendo estado envolvido igualmente no processo de

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candidatura às “7 Maravilhas Naturais de Portugal”.

Quando foi tomada a decisão de fazer a candidatura das Portas de Ródão às 7 Maravilhas Naturais de Portugal? A candidatura às 7 Maravilhas Naturais foi posterior àquilo que foi mais importante, que foi a candidatura das Portas de Ródão a Monumento Natural, que aconteceu em 2005. Nesse ano, foi elaborada a proposta de classificação; depois, em 2010, apareceu esta candidatura às 7 Maravilhas Naturais de Portugal e nós achámos que também devíamos candidatar as Portas de Ródão que, nessa altura, já estavam classificadas, porque a primeira intenção, o primeiro objetivo relativamente à Portas de Ródão foi classificá-las como Monumento Natural nacional, uma área protegida, com espécies muito importantes. Mais tarde, efetuámos a candidatura às 7 Maravilhas Naturais de Portugal. Porque é que foi tomada essa decisão? Relativamente à classificação das Portas de Ródão, indiscutivelmente, a decisão foi tomada por causa da qualidade dos valores naturais em presença. E,

quando falamos de valores naturais, falamos da flora e da fauna. Mas existem também outros valores do património, como vestígios das civilizações primitivas. Só para terem uma ideia, o castelo de Ródão ou a foz do Enxarrique são sítios muito importantes para além dos aspetos naturais. O Monumento Natural das Portas de Ródão conjuga todos estes elementos. Os elementos naturais e aqueles que são de caráter cultural. Presenciou a gala das 7 Maravilhas Naturais de Portugal? Só pela televisão! Em que lugar ficaram as Portas de Ródão? Fomos finalistas dentro da categoria em que concorremos - Áreas Húmidas não Marítimas -, por causa da albufeira da barragem. Em que lugar ficámos? Não é assim tão importante, não ganhámos, é verdade. Quem ganhou foi a Lagoa das Sete Cidades, mas ficámos muito bem classificados. Sabemos isso perfeitamente, porque fomos finalistas. Acha que a votação foi justa?

Acho que foi justa, pois tivemos umas dezenas de milhares de votos, o que, num concelho com menos de 4000 habitantes, é muito bom. A justiça também depende um bocadinho do conhecimento que se tem ou não das coisas. A Lagoa das Sete cidades é conhecida nacional e internacionalmente e as Portas de Ródão talvez não sejam assim tão conhecidas. Mas tivemos imensos votos, o que para nós é, de facto, um motivo de grande orgulho. Acha que a participação no concurso atraiu mais turistas a Vila Velha de Ródão? Indiscutivelmente. Atraiu muito, muito mais turistas. E quem o diz não sou eu. Dizem-no as pessoas que estão ligadas ao turismo aqui no concelho, como os responsáveis de restaurantes ou da empresa que detém os barcos que fazem os passeios pelo rio Tejo. A participação no concurso proporcionou uma grande visibilidade às Portas de Ródão, pois foram feitas várias reportagens que passaram tanto na rádio como na televisão. Até foi feito um filme promocional de muita

qualidade. Resumindo: ganhámos imenso em termos de promoção turística com esta candidatura. Acha que os turistas agora vêm a Vila Velha de Ródão para conhecerem este monumento natural e também para conhecerem a biodiversidade da região? Vêm, porque este geomonumento natural - as Portas de Ródão -, como eu vos disse há pouco, alia vários elementos que são indissociáveis: a questão da biodiversidade e outras que se relacionam com aspetos culturais, como por exemplo, as estações arqueológicas, o castelo, as lendas, a culinária e a gastronomia que também fazem parte da cultura. No que diz respeito à biodiversidade, quando olhamos para este monumento natural, o que vemos em primeiro lugar é a vegetação. Se olharmos com um pouco mais de atenção, vemos aquelas maravilhosas aves - os grifos - a sobrevoar a vila. Portanto, os zimbros, os grifos, a águia de bonelli e também a cegonha preta são elementos da biodiversidade de Ródão extraordinariamente importantes, porque são muito raros e estão aqui muito bem preservados e isso, de facto, atrai muita gente. Para terem uma ideia, é frequente encontrarmos no miradouro do castelo, que é um excelente lugar para fazer “birdwatching”, grupos de estrangeiros que vêm propositadamente do norte da Europa para fazerem nesta zona a observação de aves. Vêm atrás de quê? Da biodiversidade. Quais são os projetos que a autarquia tem para dar a conhecer esta maravilha natural, para valorizar o geomonumento e a própria região? A autarquia tem-se preocupado, fundamentalmente, em fazer o acompanhamento das intervenções humanas no local, no que

diz respeito à preservação da biodiversidade. Estou a referir-me, por exemplo, ao abate de árvores que deve ser feito de forma seletiva e criteriosa para não atingir espécies autóctones raras, como os zimbros. Mas sabemos que a câmara faz muito mais. Por exemplo, requalificou todo o espaço do castelo que vocês conhecem e que é um miradouro de excecional qualidade. Tem estado a requalificar toda a frente ribeirinha de Vila Velha de Ródão e as margens do Tejo. Agora, está a avançar com um projeto de valorização da estação arqueológica da foz do Enxarrique, que é uma das mais importantes do Paleolítico a nível europeu. Estes são projetos da autarquia que têm uma relação muito importante e direta com o geomonumento e com a biodiversidade desta região. Há quanto tempo é que se formaram as Portas de Ródão e como é que se formaram? Há quanto tempo? O tempo geológico não se mede como o nosso, ao minuto ou ao segundo, mas parece que foi há mais ou menos 2,5 milhões de anos. E como é que se formaram? Formaram-se devido a dois fenómenos complementares. O fenómeno erosivo, ou seja, relacionado com a erosão onde as águas do rio foram desgastando a rocha. Lembram-se daquele ditado “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”? Outro aspeto importante é a falha tectónica, pois nesta zona situa-se a falha do Ponsul, o que faz com que os territórios balancem ao longo dos tempos. Então o que é que acontece? A conjugação dos elementos erosivos mais a falha tectónica fez com que a serra tivesse fraturado e isso fez com que o rio, quase como uma cascata, começasse a encaixar progressivamente e a Continua na pág. seguinte


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65 | abril | 2014 Entrevista (2)

Gente em Ação

«As Portas de Ródão marcam tão profundamente as pessoas daqui que estas até dizem: “Tu tens um coração do tamanho das Portas de Ródão!” quando querem referir a enorme generosidade de alguém.» Continuação da pág. anterior

nossa terra coisas de muita qualidade, coisas únicas que merecem a pena ser estudadas para serem mostradas às pessoas que nos visitam e que gostariam de conhecer melhor este concelho.

fazer o seu leito. Portanto, o rio demorou 2,5 milhões de anos a fazer aquele trabalho! E, ainda hoje, continua a escavar e é por isso que olhamos para a paisagem e há vários terraços que se criam à medida que o Tejo se vai encaixando progressivamente. Acha que a fauna e a flora ali existentes devem ser mais protegidas? Sim, devem ser mais protegidas. Nós nunca estamos satisfeitos com aquilo que se faz, podemos fazer sempre melhor. Por exemplo, poderiam fazer-se alguns repovoamentos de espécies autóctones, pois o seu desaparecimento é uma preocupação. Poderia fazer-se um controlo sistemático das espécies infestantes como as mimosas ou o pinheiro bravo. Todas estas ações são fundamentais para a preservação daquele espaço, nomeadamente em relação à prevenção dos fogos florestais. A autarquia tem tido um papel fundamental no acompanhamento e na proteção daquela área.

As Portas de Ródão podem ser consideradas um laboratório vivo para o estudo de plantas e animais únicos, alguns em vias de extinção. Porquê? Em primeiro lugar, porque há aqui nas Portas de Ródão um conjunto de espécies muito interessantes e muito raras. Ora, se são interessantes e muito raras

quer dizer que aquele local é um local especialmente interessante para serem estudadas. Um laboratório, nesse aspeto. Em vez de levarmos as plantas para o laboratório, os jovens cientistas estudantes podem ir para o campo e estudá-las no local. E daí ser um laboratório vivo. Isso aplica-se não só às espécies vegetais, como também às animais. Acha que a poluição pode contribuir para destruir a biodiversidade existente nas Portas de Ródão? Sim, toda a poluição tem um efeito negativo na biodiversidade de uma região. No caso de Ródão, a verdade é que as coisas têm vindo a melhorar pouco a pouco. Vou dar-vos um exemplo: ultimamente começou a ser vista uma espécie de mexilhão do rio que já não era vista nestas águas há muito tempo. Isto dizer que a qualidade das águas já é melhor, pois os bivalves são espécies muito sensíveis. São elas as primeiras que reagem negativamente à poluição. Ora, se este tipo de mexilhão esteve praticamente extinto aqui e hoje já se começa a ver novamente nas águas do Tejo, perto de Ródão, isso quer dizer que a qualidade da água anda melhor, pois permite a sobrevivênvia das espécies que nela residem. Mas anda melhor porquê? Porque as estações de tratamento de

águas residuais das localidades estão a funcionar bem, não só em Vila Velha, mas também em Castelo Branco e noutras localidades a montante. Acha possível a promoção de atividades, como escalada e slide, nas Portas de Ródão? Penso que não é aconselhável, porque se pretendemos preservar o habitat de plantas únicas e de animais raros, alguns em vias de extinção, isso não é compatível com certas atividades humanas. Há outros sítios em Ródão onde também existem escarpas e onde se podem fazer desportos radicais. Por exemplo, o castelo de Ródão tem uma escola de escalada lá montada com 3 ou 4 pistas e aí já não há problema nenhum em “incomodar” as espécies. Vamos deixar as Portas de Ródão para a observação. Como? Posicionamo-nos numa zona mais ou menos afastada, olhamos através dos binóculos e observamos a natureza em todo o seu explendor. Acha que se devia fazer um centro de interpretação para as Portas de Ródão? Grande ideia que vocês tiveram! Eu acho que se podia fazer um centro de interpretação. É uma excelente ideia. Devemos todos ter a consciência de que temos na

Em nome da redação do jornal da escola, queremos agradecer-lhe ter dispensado o seu tempo para estar aqui connosco e muito obrigada! Foi um prazer!

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Que tipo de fauna e flora lá existe? Vamos começar pela fauna. A nível das aves, estão inventariadas mais de 100 espécies de onde se destacam as mais emblemáticas: a cegonha preta, o grifo, o abutre de ruppelli, uma espécie muito rara de abutre africano que se deu muito bem com os grifos das Portas de Ródão e reside aqui o ano inteiro, a águia de bonelli, a águia perdigueira, o chasco-preto e, de vez em quando, aparece por aqui um abutre negro. Podemos também observar naquela área umas dezenas de mamíferos, entre eles a lontra que se observa com frequência no Tejo. A nível da flora, temos aqui a vegetação mediterrânica,

que é típica das zonas do sul da Europa e está muito bem conservada. Aquela que merece mais destaque é o zimbro. Nas encostas rochosas crescem os zimbros, que são árvores muito bonitas e raras no sentido de que há poucos lugares no país onde se observam como aqui. Isso só é possível também no Douro Internacional e no Barrocal Algarvio. Os povoamentos de zimbros estão muito bem constituídos e muito bem preservados e embelezam a encosta da serra. Eles conseguem viver no meio das rochas. Sabem como? Têm uma raiz muito fininha que se infiltra pelas fissuras da rocha e essa raiz tem dezenas de metros de comprimento para ir buscar água. Além disso, eles produzem o seu próprio húmus. As agulhas dos zimbros, que vão caindo para as fissuras das rochas, vão-se degradando lá, transformam-se em matéria orgânica que eles próprios depois absorvem para continuar a viver. Portanto, é uma árvore muito curiosa, não é?

Podemos considerar as Portas de Ródão o exlibris de Vila Velha de Ródão? Se sim, porquê? Sim, as Portas de Ródão são de facto o ex-libris desta terra. Elas representam algo que é um símbolo para todo este território. A Portas de Ródão são uma referência geográfica. Se formos ver onde se fixavam as comunidades humanas mais importantes, veremos que é à volta das Portas de Ródão. Então, isto leva-nos a crer uma coisa: desde a antiguidade (há mais de 100 mil anos) que os Homens reconhecem nas Portas de Ródão um sítio de atração. Ainda hoje essa atração existe, seja pela beleza da paisagem, seja pela biodiversidade que aí existente... É possivel que esta terra seja mais conhecida por causa da existência do geomonumento do que por qualquer outra coisa. Quando se chega a Vila Velha de comboio, é impossível não reparar na grandiosidade das Portas de Rodão e, quando se passa o rio Tejo na velha ponte rumo ao Sul, a paisagem é de facto deslumbrante. As Portas de Ródão marcam tão profundamente as pessoas daqui que estas até dizem: “Tu tens um coração do tamanho das Portas de Ródão!” quando querem referir a enorme generosidade de alguém.


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Gente em Ação

Atividades | Projetos

VISITA AO MUSEU DE ARQUEOLOGIA DE RÓDÃO

No dia 16 de janeiro, pelas 16 horas, os alunos do 5º A foram fazer uma visita ao Museu de Arqueologia do nosso concelho. Acompanhados pela nossa professora de História e pela professora Anabela Estrela, iniciámos a nossa visita pela parte da cave do museu onde estão expostas as peças mais antigas. Aí, pudemos ver várias peças em pedra feitas pelos povos recolectores, como bifaces, lascas, pontas de seta, núcleos, etc. Conhecemos os sítios mais importantes do nosso concelho, onde foram encontrados estes instrumentos e os principais são: o Monte do Famaco, a Foz do Enxarrique e Vilas Ruivas. Depois, pudemos ver, num quadro iluminado, os vários desenhos usados na arte rupestre do Tejo: animais, figuras humanas, o

sol e motivos geométricos (círculos, espirais…). A seguir, vimos os vestígios deixados pelos povos agro-pastoris, tais como peças de cerâmica, mó manual (para moer os cereais), machados de pedra polida e contas de colar, encontradas em antas, como é o caso da anta do Farranhão (perto de Perais). Também os Romanos deixaram vestígios no nosso concelho – as telhas, as belas cerâmicas, pontes e restos de povoados. Uma das coisas que mais nos espantou foram os fósseis (trilobites) e os restos de troncos fossilizados que pareciam mesmo animais. Terminámos a nossa visita pela parte de cima do museu onde pudemos ver novamente a arte rupestre em rochas autênticas com os motivos gravados.

Alunos do 5º Ano

Gostámos muito desta nossa visita, porque pudemos aprender coisas que não sabíamos sobre o nosso concelho.

A Liberdade Bianca Almeida (8ºA) Os alunos de EMRC do 8º ano desenvolveram, ao longo de várias aulas, uma reflexão sobre o tema “A liberdade”. Verdadeiramente, o que é a liberdade? Costuma dizer-se que a nossa liberdade acaba quando a do outro começa. Várias gerações têm vindo a lutar continuamente para que, hoje, nós, jovens do século XXI, possamos sequer dizer o que pensamos. E se voltarmos atrás no tempo e olharmos para os acontecimentos do século passado? Qual

seria a noção de liberdade nesse tempo? Muitas vezes, as nossas atitudes roubam a liberdade a outros seres humanos, contudo, atitudes do foro criminal levam um homem ou uma mulher a ficar confinado a quatro paredes e a ver “o sol aos quadradinhos”. Por alguma razão, o dia 25 de abril de 1974 aconteceu na História da nossa pátria. Foi nesse dia que Portugal se uniu a uma só voz e derrubou os fascistas. Todos nós temos a nossa própria noção de liberdade e é muito impor-

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Dia de São Valentim

tante que a respeitemos. A liberdade é uma ideia muito abstrata e eu não a consigo definir muito bem. Muitas vezes, em pequenas atitudes no dia-a-dia, vemos o nosso poder de liberdade, como poder criticar o governo, coisa que se faz quase diariamente, e que, se fosse feito no tempo de Salazar, tínhamos a PIDE “à perna”. E agora, retornemos ao nosso tempo. Nós, adolescentes, parecendo que não, temos muita liberdade, mesmo que pensemos o contrário. Nós temos a liberdade de escolher

os caminhos pelos quais queremos enveredar. Parece que somos a geração que tudo pode e nada faz. Em muitas situações, diz-se que os adolescentes são muito influenciáveis. E eu concordo. Em relação ao tabaco, só para dar um exemplo, os jovens só experimentam para não “ficarem fora do grupo”, e isso é um exemplo de como a obtenção de liberdade fracassa. Agora pergunto eu, o que é a liberdade para vocês?

Concurso de Postais do Dia dos Namorados

Ana Rita Pereira (7ºA)

Bianca Almeida 8ºA

No passado dia 14 de fevereiro comemorou-se o Dia de São Valentim. Neste dia, organizou-se um concurso de postais em que os alunos dos 1º, 2º e 3º Ciclos tiveram que escrever cartões, em Inglês, para afixar no placard na escola. O objetivo desta iniciativa era que todos os alunos se lembrassem do Dia de São Valentim, dia em que partilhamos sentimentos como a amizade, o amor e o carinho. Esta atividade teve a colaboração das professoras de Inglês e dos professores de Educação Visual e Educação Tecnológica. Foi um dia muito engraçado!

No âmbito da comemoração do Dia dos Namorados, as professoras de Inglês propuseram aos alunos dos 1º, 2º e 3º Ciclos elaborar postais com mensagens alusivas ao amor. Os objectivos deste concurso eram explorar a criatividade de cada aluno e também praticar o uso da língua inglesa como instrumento escrito e falado. Todos os alunos que participaram no concurso são vencedores pois, fruto do seu trabalho, esforço e dedicação apresentaram verdadeiras obras de arte. Os alunos premiados foram os seguintes: Soraia Cardoso (1º Ciclo); João Pires (2º Ciclo) e Beatriz Marques (3º Ciclo).


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65 | abril | 2014 Atividades | Notícias | Talentos

Torre de Belém e Pavilhão do Conhecimento

Gente em Ação

Visita de Estudo a Lisboa – 2º Ciclo

Prof.ª Luísa Filipe No passado dia 26 de fevereiro, todos os alunos do 2º Ciclo (5º e 6º anos) realizaram uma visita de estudo a Lisboa, acompanhados pelas respetivas diretoras de turma e pela docente de Matemática. Pretendia-se, com a visita à Torre de Belém, monumento emblemático da Arte Manuelina, observar e identificar os elementos decorativos mais expressivos desta arte, o papel que representou este monumento durante uma época significativa da história de Portugal e do mundo – os Descobrimentos Marítimos, bem como a sua posição estratégica dominando a entrada marítima da cidade de Lisboa. Pensamos que foi uma visita muito interessante e proveitosa, pois serviu para consolidar conhecimentos adquiridos, no caso dos alunos do 6º ano, e de motivação para os alunos do 5º ano, que irão brevemente estudar esta matéria na disciplina de História e Geografia de Portugal. Após o almoço, visitámos o Pavilhão do Conhecimento e, mais especificamente, duas interessantes exposições: “Era uma vez…Ciência para quem gosta de histórias” e a exposição “Vê, Faz e Aprende” - onde os alunos (e não só…) puderam igualmente observar, mexer, tocar e experimentar, olhando para as coisas de uma forma científica. Através de experiências simples, puderam retirar ensinamentos práticos de uma série de conhecimentos, despertando os seus sentidos para a observação mais perspicaz daquilo que os rodeia. Algumas dessas experiências, para além de educa-

tivas, eram bastante apelativas e lúdicas e os alunos passaram ali bons momentos. Pudemos retirar desta visita ensinamentos vários, quer sobre a História de Portugal, quer sobre Ciências e Matemática e ficámos certamente a conhecer um pouco melhor a cidade de Lisboa.

Turma do 5ºA sobre o Tejo. Descemos novamente ao terraço onde pudemos observar a estátua de Nossa Senhora do Bom Sucesso, também conhecida por Virgem do Restelo. Por todo o lado, na Torre, pudemos ver motivos da Arte Manuelina a enfeitar: o escudo de Portugal, a cruz de Cristo, as cordas e boias, a esfera armilar, as algas e as conchas, motivos que têm a ver com as viagens dos Descobrimentos. No final desta visita, dirigimo-nos para o Parque das Nações e, como já eram 13h00 fomos logo almoçar. Aí tivemos a companhia animada de uns pombos que não nos largavam. Após o almoço, fomos visitar duas exposições no Pavilhão do Conhecimento: a primeira chamava-se “Era uma vez…Ciência para quem gosta de histórias” e a outra “Vê, faz e aprende”. Nós gostámos de tudo, porque pudemos aprender de uma forma divertida, mexendo em tudo. Uma das coisas de que mais gostámos foi de experimentar andar na bicicleta voadora. Depois desta visita, regressámos a casa. Apenas fizemos uma pequena paragem para lanchar. Nós gostámos muito desta visita de estudo, porque vimos coisas interessantes que não conhecíamos, pudemos aprender mais e também nos divertimos muito.

Dois momentos da visita de estudo: na Torre de Belém e no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva

Mariana Pires (6º A) No dia 26 de fevereiro, eu e a minha turma fomos a Lisboa numa visita de estudo com os colegas do 5º ano, acompanhados pelas professoras Elsa Flor, Filomena Rei e Luísa Filipe. Visitámos a Torre de Belém e o Pavilhão do Conhecimento. Apanhei o autocarro às 07h45, no Fratel e sentei-me ao lado da Margarida, a ouvir música. Parámos na estação de serviço de Abrantes para comermos. Depois disso, fizemonos à estrada de novo e depressa chegámos a Lisboa. A primeira paragem foi junto à Torre de Belém, que visitámos em se-

aevvr.pt /

guida. A torre tinha cinco andares e eu gostei mais de dois: o que tinha a pedra do rinoceronte e o terraço. Ainda éramos para ir visitar o Mosteiro dos Jerónimos, mas não tivemos tempo. Fica para outra altura. Depressa chegou a hora do almoço. Então fomos de autocarro até ao Parque das Nações, onde almoçámos. Na parte da tarde, fomos ao Pavilhão do Conhecimento, onde pudemos ver duas exposições muito interessantes e divertidas. A viagem foi fantástica!

Reportagem fotográfica completa.

E-Mail: gente.vvr@gmail.com

No passado dia 26 de fevereiro, as turmas do 5º e 6º anos foram fazer uma visita de estudo a Lisboa, à Torre de Belém e ao Pavilhão do Conhecimento. Acompanhados pelas professoras Elsa Flor, Filomena Rei e Luísa Filipe, pela D. Maria do Rosário e ainda pela D. Maria João, saímos da nossa escola por volta das 07h30 e fomos ao Fratel buscar o resto dos alunos que já estavam à nossa espera. Depois, só parámos em Lisboa. Visitámos primeiro a Torre de Belém que fica situada mesmo junto ao rio Tejo. Esta torre foi construída no tempo de D. Manuel I e era uma torre defensiva, mas também era desse local que partiam as armadas e as naus para a Índia. Esta torre é composta por vários andares que nós visitámos. Começámos por ver, na parte de baixo, as masmorras e os paióis onde se guardavam as munições e que também foram prisões. Por cima, ficavam os canhões dispostos a toda a volta e ainda com balas e tudo. Depois, visitámos a parte da torre que tinha vários andares: a sala do governador, no primeiro andar, depois a sala dos reis, a capela, a sala de audiências e, quando chegámos ao último andar, havia um terraço de onde se via parte da cidade de Lisboa e também tinha uma lindíssima vista


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Gente em Ação

Opinião | Atividades Os Perigos Escondidos nos Refrigerantes Joana Pimenta (Nutricionista)

Os refrigerantes, ou bebidas açu-

do cálcio, enfraquecendo os ossos;

caradas, são muito ricos em açúcar,

- Dificuldade em dormir: devido

sal e em aditivos artificiais (corantes,

à grande quantidade de açúcar e ca-

adoçantes, conservantes,…) que

feína presentes;

dão a cor e parte do seu sabor. Esta

- Gastrite: a grande percentagem

composição é prejudicial para o nos-

de açúcar, aditivos e ácidos podem

so organismo.

provocar

Vejamos como:

transtornos

digestivos,

como a inflamação no estômago.

- Cáries: causadas pelo excesso

Resumindo: os refrigerantes não

de açúcar – 1 lata de refrigerante

fornecem nutrientes essenciais ao

possui cerca de 7 pacotes pequenos

nosso organismo, bem pelo contrá-

de açúcar!

rio! Possuem substâncias que ge-

- Excesso de peso/obesidade: o aumento das calorias consumidas leva ao aumento de peso;

ram problemas de saúde. Faz a seguinte experiência: coloca um pedaço de carne crua, despeja

- Diabetes: as bebidas com açú-

coca-cola em cima e deixa atuar

car aumentam o risco de desenvol-

durante alguns dias. Vais ver que a

ver diabetes;

carne fica desfeita. Imagina o que

- Osteoporose: o ácido fosfórico

acontece no interior do teu corpo,

(aditivo alimentar) presente nestas

em órgãos como o estômago e os

bebidas impede a correta absorção

intestinos….

“Easter Egg Hunt”

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As professoras de Inglês No passado dia 4 de abril, realizou-se, na escola sede deste Agrupamento, uma atividade designada “Easter Egg Hunt”, organizada pelas professoras de Inglês. Antes da hora determinada para a “abertura da caça aos ovos”, estes foram escondidos nos espaços verdes que rodeiam o exterior ao polivalente. Foi agradável observar a alegria dos mais pequenos que, entusiasmados, procuravam nos lugares mais recônditos do jardim, os tão desejados ovos de chocolate. Esta atividade teve como finalidade comemorar a Páscoa e a chegada da primavera. Como a tradição indica, os ovos são símbolo de fertilidade e renascimento.

As nossas plantas na celebração da primavera Diogo Oliveira (6ºA), Gonçalo Correia (6ºA), Sónia Nunes (8ºA) e Bruna Fontelas (9ºA) No dia 21 de março, à tarde, na Biblioteca Municipal de Vila Velha de Ródão, celebrou-se o Dia da Primavera e o Dia Mundial da Poesia. Gostámos muito de apresentar o nosso trabalho e de dar plantas do nosso viveiro para a troca de plan-

tas. E tivemos muito sucesso. Nesse dia, também foi apresentado um filme que a Biblioteca Municipal fez sobre o trabalho que fazemos no viveiro. Foi um dia bem passado e recebemos muitos elogios.


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65 | abril | 2014 Notícias | Talentos Visita dos alunos de EMRC à Santa Casa da Misericórdia

O macaco de rabo cortado de António Torrado

Prof.ª Isabel Mateus

Alunos do 1º Ano

Quem não conhece esta história tradicional, por muitos recontada, em que um macaco mariola, que andava de bata e sacola, como se fosse para a escola, decidiu cortar o rabo, porque alguns meninos fizeram troça dele? O barbeiro fez-lhe a vontade, afiou a navalha e zum! Mas não tardou que o macaco se arrependesse desta sua decisão, porque macaco

sem rabo é como burro sem orelhas. Ficou mais feio e mais minguado. Então, ele voltou a pedir ao barbeiro o rabo de volta, mas o rabo já fora para o lixo. Depois, seguem-se uma série de trocas que parecem nunca deixar o macaco satisfeito, até que a história termina com uma cantiga ao desafio. Esta é uma história tão engraçada e nunca por demais recontada!

Gente em Ação

PNL - Leituras no Jardim de Infância e 1ºCiclo

No dia 2 de abril, os alunos de EMRC, acompanhados de três professoras, visitaram a Santa Casa da Misericórdia de Vila Velha de Ródão. Esta atividade destinou-se a sensibilizar os jovens para “irem ao en-

contro daqueles que mais precisam” e teve como objetivo principal proporcionar o convívio entre gerações. Em conjunto, foram confecionados alguns bolos que ficaram deliciosos e foram comidos ao lanche.

Mensagens alusivas à Páscoa Prof.ª Isabel Mateus Na época da Páscoa, os valores do perdão, do respeito e da paz, deverão predominar em todos nós. Os alunos de EMRC desenvolveram uma atividade em que escreveram e desenharam mensagens alusivas à Páscoa.

“O macaco de rabo cortado“ Bernardo Ribeiro (1º Ano)

Esta atividade envolveu os alunos de EMRC e a disciplina de EV.

Como os alunos dos 3º e 4º anos veem os seus professores Turma C (1º Ciclo) A professora de Moral É muito pontual Gosta de Deus E de dizer “adeus”.

O professor João É um grande amigão Com ele fazemos expressão plástica Que é coisa fantástica!

A professora de inglês Fala a cantar Quando se zanga Não nos deixa falar.

O professor Olegário Já foi universitário Agora é professor E ensina coisas com valor.

A professora Luisinha Conta-nos histórias da Carochinha Com ela partimos à aventura E conhecemos heróis com bravura.

A professora Graça Passos Gosta de dar abraços Gosta muito de bichos E de ouvir os seus caprichos.

O professor de informática Não gosta de matemática Mas gosta de mexer no computador Com muito amor.

A professora Anabela É muito bela Ensina português E também francês.

O professor Edgar Gosta de se pentear Dá-nos ginástica A comer pastilha elástica.

O professor Fernando Apoia no estudo do meio Dá mais coisas Mas não o nomeio.

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A professora Terezinha É muito amiguinha Também é amorosa E manda-nos escrever textos em prosa.


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Desporto

A Gira cor do Vólei Professor Edgar Saraiva

Maria Faustino (7ºA)

Decorreu no Pavilhão Gimnodesportivo do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão mais uma fase local do projeto Gira-Vólei. Mais uma vez, a cor azul invadiu as nstalações para os alunos praticarem a modalidade de voleibol de uma forma diferente aquela que é abordada nas aulas de Educação Física. Divididos por escalões de ambos os sexos, as 34 duplas puderam discutir o apuramento à fase seguinte da competição, a fase regional, que terá lugar em Marvão no dia 3 de maio. Houve uma grande adesão por parte dos alunos da escola, estando presentes 26 alunos do 1ºCiclo (escalão 8-10 anos), 18 alunos do 2º Ciclo (escalão 11-12 anos) e 20 alunos do 3º Ciclo (escalão 13-15 anos). Foi muito bom observar que o trabalho realizado durante um ano começou a dar os justificados frutos, pois viu-se, em grande parte das duplas, um conhecimento das regras do jogo e uma apreciável intencionalidade dos movimentos realizados, observando-se bastantes equipas a trocar a bola realizando os três passes e a procurar colocá-la longe do alcance do adversário. Presenciou-se uma bela festa do desporto com os responsáveis pela organização a delegarem nos próprios atletas a responsabilidade pela arbitragem dos diferentes jogos realizados. Concentração, entusiasmo e celebração efusiva foram as tónicas do final do dia desportivo que apurou os seguintes vencedores:

No dia 7 de março, pelas 10h00, realizou-se na Covilhã o Torneio Mega. Nesse torneio participaram os alunos selecionados do 1º, 2º e 3º Ciclos do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão. Do 1º Ciclo os alunos que foram ao torneio foram os seguintes: a Rita Nascimento, o Tomás Esteves e o Tomás Vicente. Do 2º Ciclo foram: o Gonçalo Dias, o Fernando Mendes, o Bruno Canelas, a Leonor Araújo, a Margarida Pina, o Denis Pop, a Tânia Pinguelo, o Henrique Barreto e a Marta Faustino. Do 3º Ciclo foram: o Edgar Belo, o Rodrigo Carmona, o Rodrigo Barradas, a Carolina Cruz, a Maria Faustino, a Beatriz Cardoso, a Bruna Martins, o Alexis Afonso, a Jéssica Mourato, o Rodrigo Pires e o João Pedro Diogo. No “Mega Sprint”, apenas a Rita Nascimento chegou à final. No “Mega Lançamento”, a Carolina Cruz ficou em 1º lugar e o Rodrigo Carmona ficou em 2º lugar. No “Mega Voo”, quem ficou em 1º lugar foi a Bruna Martins. No “Mega Quilómetro”, a Maria Faustino ficou em 3º lugar. Os professores presentes foram o Edgar Saraiva e a Nair Santos. Vila Velha pode não ter tido muitos medalhados, mas todos os que chegaram ao torneio são vencedores!

Escalão 8 – 10 anos femininos 1.º - Patrícia Afonso e Carolina Santos 2.º - Beatriz Ribeiro e Mariana Fernandes 3.º - Daniela Mesquita e Rita Nascimento Escalão 8 – 10 anos masculinos 1.º - Tomás Esteves e Tomás Vicente 2.º - Gonçalo Dias e João Ribeiro 3.º - Ruben Esteves e Samuel Ferreira Escalão 11 – 12 anos femininos 1.º - Sara Rei e Beatriz Ribeiro 2.º - Tânia Pinguelo e Margarida Diogo 3.º - Georgiana Padure e Susana Silva Escalão 11 – 12 anos masculinos 1.º - João Barateiro e Denis Pop 2.º - Henrique Barreto e Bruno Canelas 3.º - Rodrigo Boleto e João Martins

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Torneio Mega (Covilhã)

Escalão 13 – 15 anos femininos 1.º - Bruna Martins e Maria Faustino 2.º - Ana Cardoso e Leonor Araújo 3.º - Tatiana Barata e Jéssica Mourato Escalão 13 – 15 anos masculinos 1.º - Edgar Belo e Francisco Fonseca 2.º - Alexis Afonso e João Diogo 3.º - Rui Tavares e Paulo Rodrigues Mas a verdade é que venceram todos os que participaram e deram o seu melhor. Ao longo de todo o torneio houve uma grande concentração competitiva, despiques mais renhidos e com uma qualidade de jogo muito intensa.


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Atividades | Sugestões de Leitura

João Barateiro (7ºA) No passado dia 12 de fevereiro realizou-se, no refeitório da escola, uma “Tarde de jogos matemáticos” que serviu para os alunos praticarem para o Campeonato Nacional. Havia uma grande variedade de jogos, uns eram mais fáceis, outros eram mais difíceis (dependendo da faixa etária). Os jogos praticados foram os seguintes: o 1º Ciclo jogou o «Semáforo»; o 2º Ciclo jogou jogos como o «Gatos e Cães» e o «Hex» e o 3º Ciclo praticou jogos como o «Avanço». Havia também jogos para todos, mas com diferentes níveis de dificuldade como o SuperTMatik. Havia outros jogos que eram para nos divertirmos, mas davam também dores de cabeça, como o «Jogo do 24» que consiste em conseguirmos fazer o resultado 24 com quatro números e as quatro operações. Foi uma tarde muito bem passada!

Fundão

10º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos

Gente em Ação

Tarde de jogos matemáticos

As professoras de Matemática

Momento de descontração antes do recomeço da final dos jogos matemáticos na cidade do Fundão

A final do CNJM teve lugar, no dia 14 de março, no pavilhão Francisco José Tavares. O evento é promovido pela Associação LUDUS, em colaboração com a Associação de Professores de Matemática, Ciência Viva e com a Sociedade Portuguesa de Matemática. Esta iniciativa envolveu a participação de cerca de 340 escolas e 2500 alunos de todo o país. Os alunos apurados para representar a nossa escola foram: Tomás Vicente, Tomás Esteves, Bruno Canelas, Mariana Pires, Edgar Belo e Rui Tavares. Os jogos em que participaram foram os seguintes jogos: “Gatos e Cães”, “Semáforo”, “Hex” e “Avanço”. O Tomás Vicente, aluno do 1º Ciclo, ficou em 9º lugar, a nível nacional, no jogo “Semáforo”. Parabéns ao Tomás e também aos outros participantes, pois todos se esforçaram por obter boas classificações.

“Se não estudares, quem o faz por ti?” Título: Como Estudar Melhor - Um guia para o teu sucesso Autora: Fernanda Carrilho Edição: 2013 Páginas: 152 Editor: Editorial Presença

Fernanda Carrilho é uma professora que também é escritora e cuja obra mais recente se intitula “Como Estudar Melhor - um guia para o teu sucesso”. Neste livro, esta docente tenta ensinar os alunos portugueses a planificar o seu trabalho, a terem motivação e a nunca desistirem da sua capacidade de lutarem pelos próprios sonhos. A escritora é de opinião que, nas escolas, deveria ser lecionada uma disciplina onde se ensinassem regras básicas de métodos e técnicas de estudo. Como a própria diz, este livro tem a particularidade de ser transversal, pois o seu públicoalvo vai desde os alunos do 1º Ciclo até ao ensino secundário. Todos podem ver neste livro um auxiliar ao seu estudo.

Porém, a necessidade do seu uso depende muito do percurso que um aluno efetuou até ao momento. Se estivermos na presença de um aluno que sempre teve bons métodos, boas técnicas e bons hábitos de estudo, este precisará menos de um livro deste género. Contudo, se estivermos a falar de um aluno com características opostas, este vai ter a necessidade de um volte face, e o livro pode ajudar também a colmatar profundas carências que impedem alguém de chegar aos seus objetivos. Com mais de 20 anos de ensino, Fernanda Carrilho chegou à conclusão de que os alunos portugueses não gerem bem o seu percurso escolar. A culpa não se pode associar só aos alunos,

professores, pais ou encarregados de educação, pois ela advém também dum sistema de ensino que, de acordo com a sua opinião, se baseia no facilitismo. Segundo a autora, o sistema de ensino do nosso país deveria promover o sucesso escolar e formar adultos responsáveis e aptos para entrar no mundo do trabalho. Podem ser criadas condições favoráveis para que um jovem tenha prazer em estudar. Em primeiro lugar um professor, um pai ou um encarregado de educação deve motivar o aluno mostrando-lhe os benefícios que o seu esforço pode trazer, mas também mostrar as consequências que a falta de estudo pode trazer. Em segundo lugar, é necessário que sejam criadas condições propícias ao estudo. Só se pode exigir determinados resultados de um aluno se forem concebidas condições mínimas, quer sejam ambientais, físicas ou psicológicas. Os pais podem e devem retirar muitos ensinamentos deste livro que funciona como um guia, um apoio, uma espécie de bússola que os ajuda a orientar os seus educandos, sobretudo nos ciclos iniciais. Um dos grandes inimigos dos alunos é a ansiedade em tempos de avaliação. Centremo-nos nos testes. Antes de mais, convém perceber a origem da ansiedade, e, grande parte das vezes, ela decorre pela falta de estudo. Se um aluno sofre desse “tipo” de ansiedade, não há outra solução senão estudar e

deixar de se desculpar com os nervos e ansiedade. No entanto, nós não somos máquinas que se conseguem programar e há situações de pessoas que vivem em constante ansiedade, mesmo tendo estudado. Isto pode acontecer com receio das retaliações dos pais, com a dificuldade de lidar com o fracasso ou com a importância que um teste/exame tem numa determinada altura da vida do aluno. Este texto foi escrito tendo por base uma entrevista dada pela autora ao “Ensino Magazine” de janeiro de 2014.

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Sinopse Este livro baseia-se nos largos anos de experiência da autora enquanto professora, mãe e encarregada de educação e destina-se a todos os estudantes que desejam melhorar o seu desempenho escolar e bem-estar geral. Numa linguagem acessível, os alunos encontrarão sugestões de ferramentas e métodos de estudo com o objetivo de os ajudar a atingir as suas metas e potenciar os seus resultados. Entre os vários temas contemplados nesta obra incluem-se a motivação, a planificação das atividades e a gestão do tempo, como tirar apontamentos, fazer esquemas, resumos e pesquisas e a necessária preparação para apresentações orais e momentos de avaliação.

Bianca Almeida (8ºA ), Sara Rei (6ºA) e Bruna Martins (8ºA)


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A Página dos Mais Pequenos

“A princesa e a serpente“ (Tiago Mende s - JI Sala 2)

sa“ a medro 1) “A galinh la a S rates - JI (Pedro P

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rinha“ “A quadrad ) s - JI Sala 2 (João Nune

pintão” ouro do pinto “As moedas de JI Sala 1) (Miguel Dias -

Organização se quencial de aç ões (Leonardo Leir ão - JI Sala 1)

A minha famíli a (Diogo Gonçalv es - JI Sala 2)


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O Carnaval no tempo dos nossos avós Alunos do 3º Ano (Turma C) No tempo dos nossos avós, o Carnaval, vulgarmente chamado Entrudo, festejava-se de maneira bem diferente. As pessoas, crianças e adultos, vestiam-se com roupas velhas, que estavam esquecidas e guardadas nas arcas, nos sótãos. Tapavam a cara com meias que enfiavam na cabeça e algumas pessoas pintavam a cara com carvão. Faziam cabeleiras e bigodes com barbas de milho. Era hábito os homens vestirem-se de mulher e as mulheres de homem. Por vezes, faziam e vestiam bonecos de palha com roupas velhas. Estes bonecos eram postos ao lado das portas para assustarem os donos das casas quando estes saíam. Os rapazes, bem disfarçados e em grupo, iam fazer partidas para as casas onde havia raparigas solteiras, chegando a atirar-lhes telhas, vulgarmente chamadas cacos. Batiam às portas e fugiam logo para que os donos não vissem ninguém. Por ve-

zes, ainda, pediam carne e os donos costumavam dar-lhes chouriças, morcelas e farinheiras. Era hábito, durante a noite, assustar as pessoas com a cara tapada e deitar para dentro das casas coisas partidas, fugindo rapidamente para não serem vistos pelos donos. A estas partidas chamavam “caqueiradas”. Atiravam, ainda, farinha à cara das pessoas. No domingo gordo, domingo que antecede o Carnaval, comia-se bucho e cabeça de porco cozidos. Já na terça-feira, dia de Carnaval, era tradição comer-se galo. Antigamente, segundo testemunhos dos mais velhos, o Carnaval caracterizava-se, sobretudo, por as pessoas pregarem partidas e, principalmente, por haver muita diversão com os bailaricos. Havia que aproveitar pois, durante a quaresma, não se podia dançar! Já noutros tempos se dizia: «No Carnaval, ninguém leva a mal».

Dia Mundial do Teatro

As Educadoras de Infância No âmbito do Dia Mundial do Teatro, a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão e a Biblioteca Municipal proporcionaram às nossas crianças o visionamento de duas peças de teatro, “O Pipo” e o teatro de papel intitulado “O Senhor Vento e a Menina Chuva”. Ambos os espetáculos decorreram num clima de grande alegria e entusiasmo, tendo sido de grande interesse cultural para os alunos do pré-escolar, promovendo a igualdade de oportunidades e de acesso à cultura e arte.

Visita ao 1º Ciclo As Educadoras de Infância

Brincar ao Carnaval Professoras do 1º Ciclo Os alunos do 1º Ciclo desfilaram pelas ruas principais de Vila Velha de Ródão e visitaram também instituições como a Câmara Municipal, os lares da Santa Casa da Misericórdia e a Biblioteca Municipal/ Casa de Artes e Cultura, irradiando muita alegria, como é apanágio das crianças. Durante o desfile, num ambiente de euforia, os alunos e os profes-

sores fizeram-se ouvir com canções tradicionais e próprias da época. No rosto de todos os que puderam assistir via-se uma grande satisfação e os mais idosos puderam reviver, com alguma nostalgia, as suas vivências de tempos idos. Cumpriu-se assim, uma vez mais, uma tradição em que esteve presente o convívio e a partilha de afetos intergerações

Gente em Ação

A Página dos Mais Pequenos | Noticias

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Com o intuito de desdramatizar a ida para o 1º Ciclo, no dia 26 de março, as crianças de 5 anos do Jardim de Infância fizeram uma visita aos

amigos do 1º ano do ensino básico. Foram recebidos pela professora Isabel que tratou de instalar os meninos convidados, intercalando-os, nas carteiras, com os colegas do 1º ano. Após as boas vindas, na sala de atividades, houve tempo e espaço para desenvolver as atividades propostas pela professora: desde a música à matemática passando pela escrita. No final, as nossas crianças regressaram ao jardim muito contentes e achando que tinham estado lá pouco tempo.

O nosso Carnaval Turma A - 1º ano

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Pelo Carnaval A nossa turma é fenomenal A Bárbara lava-se com sal O Afonso mastiga jornal O Bernardo anda de pardal A Eliana engoliu o dedal O David faz o pino no estendal A Diana quer desfilar no pinhal A Eunice dança no barrocal A Eduarda passeia de avental A Matilde come bolos com dedal O Rafael vai ao hospital O Ricardo escorrega no matagal O Rúben estende-se no lamaçal A Susana pequenita dá piruetas no festival O Tomás Inácio e o Fidanza já cansados dizem: - Parem!! Ponto final. No Carnaval ninguém leva a mal….


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A Página dos Mais Pequenos As Janeiras Tomás Vicente (4º Ano)

As janeiras fomos cantar Com muita gente sem gritar. Todos bem afinadinhos E também bonitinhos. No autocarro a andar A alguns locais fomos parar. Também tivemos de andar Pois não nos podíamos atrasar.

Carolina Santos (4º Ano) As janeiras fomos cantar E com muita gente festejar Fomos sempre a andar Até ao destino chegar! Para o destino íamos sempre a falar Com as janeiras por cantar Foi divertido andar para cima e para baixo E nem chegámos ao Retaxo!

Toda a gente adorou E o Sr. Jorge tocou. Cansados viemos para a escola Já nem podemos jogar à bola.

As pessoas fomos visitar

Fomos logo para o intervalo Brincadeira, que regalo! Toda a gente a falar das janeiras E a pensar nas fevereiras.

As janeiras

E com os idosos brincar. Fomos também ao hospital Mas ninguém se sentiu mal.

Não são asneiras São palavras cantadas E ao mesmo tempo encantadas

Samuel Ferreira (4º ano) No dia 23, também cantámos as janeiras Que, por pouco, não eram as fevereiras. Ao centro de saúde fomos cantar E muitas almas alegrar. Bonitas quadras quisemos deixar E com boa vontade as fomos cantar. Adorei este dia Com tanta cantoria!

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Finalmente tudo acabou E eu a pensar que ainda agora começou. Para o ano cá estarei E muita diversão, de novo darei.

Patrícia Afonso (4º Ano)

Rita Nascimento (4º Ano) Fomos cantar as janeiras, À câmara municipal

Mais uma vez se cumpriu a tradição: cantaram-se as Janeiras! Professora Luísa Morgado Nos dias 21 e 23 de janeiro, os alunos do 1º Ciclo foram cantar as janeiras pelas ruas da vila, deslocando-se ao polivalente da escola sede, à Câmara Municipal, ao Centro de Saúde, ao quartel da G.N.R., aos lares da Santa Casa da Misericórdia, à Biblioteca Municipal José Batista Martins/Casa de Artes e Cultura. Os professores ensaiaram os pequenos cantores, que se empenharam com muito entusiasmo e alegria, tendo um papel de relevo o acordeonista Jorge Rei, funcionário da Câmara Municipal. A atividade decorreu durante uma manhã e uma tarde, em dias diferentes, por causa da chuva, num ambiente de euforia por parte de todos os intervenientes: alunos, professores e assistentes operacionais. No final, todos estavam cansados, mas felizes, porque tinham contribuído para manter as tradições da sua terra. Foi uma atividade em que esteve presente o convívio, a responsabilidade, a partilha, a solidariedade e a

amizade entre todos. Presentemente, numa época de massificação, impõe-se manter as tradições tão profundas da nossa cultura e da nossa identidade e a escola tem também o papel de salvaguarda dos nossos valores. Um pouco de História… Cantar as Janeiras é uma tradição de Natal muito antiga no nosso país. A sua origem remonta à Antiguidade, nomeadamente ao tempo dos Romanos. Para este povo, o mês de janeiro era considerado o mês do deus Jano, de Janua, que significa porta ou entrada. Nesta altura do ano, invocava-se o seu nome como forma de afastar os maus espíritos. Mais tarde, a Igreja transformou esta festa pagã numa festa cristã. As Janeiras, antigamente, decorriam de 26 de dezembro até ao Dia de Reis (6 de Janeiro) ou Epifania. Presentemente, esta tradição estende-se por todo o mês de janeiro.

Cantámos ao Sr. presidente Foi um momento especial Também fomos à biblioteca E depois ao lar. Os idosos gostaram de nos ouvir cantar E até começaram a dançar. As janeiras são uma tradição Foram as nossas professoras Que nos ensinaram Esta linda canção.

David Tavares (4º Ano)

Francisco Braz (4º Ano)

Janeiras traz brincadeiras

Juntos, fomos

No dia 21 de janeiro

Fomos para a G.N.R

Às enfermeiras e cozinheiras,

A cantar as Janeiras

Fomos cantar as janeiras

E começámos a entoar

Nas ruas da vila

Cantámos para os idosos

Que feliz foi cantar

E também para as enfermeiras.

Sem nos baralhar.

Começámos a caminhar

Fomos para a última paragem

Pela estrada sem parar

Que foi a biblioteca municipal

Fomos ao centro de saúde

Começámos a cantar

E começámos a cantar.

Sem nos portarmos mal.

Nós fomos cantar, E muita alegria dar Idosos a aplaudir Representando simpatia Agora, que pena! Acabou Se não, continuaria alegria, e muita folia

Em grandes brincadeiras Imediatamente recebemos Risos e guloseimas Até que para o ano Soltaremos, de novo, as Janeiras


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Opinião / Atividades Gente em Ação

À VOLTA DA ADUBAÇÃO

Prof. Fernando Ferreira * Todos sabemos que as plantas se desenvolvem mais ou menos de acordo com a fertilidade do solo. Escolhendo a planta de acordo com o clima, os fatores limitantes serão a água e os nutrientes. Se não há limitações quanto à disponibilidade de água, com ou sem irrigação, resta a fertilidade do solo. Um solo pobre dificilmente será fértil. Se a planta possui solo adequado, podemos esperar uma maior produtividade, justificando-se uma fertilização mais generosa. Podemos considerar a correção orgânica, a correção do pH e os nutrientes. Estes três aspetos estão interligados. Um solo rico em matéria orgânica

é mais produtivo, respondendo melhor à adubação e à correção do pH. Quanto à matéria orgânica, podemos aplicá-la se necessário, levando a um enriquecimento do solo no curto prazo. Uma gestão adequada das culturas também levará a esse enriquecimento, só que mais lentamente. O pH, no caso dos solos ácidos como os da nossa região, corrige-se com calcário, a chamada calagem. O calcário vai permitir uma maior disponibilidade de nutrientes para as culturas e, por outro lado, leva a uma mais rápida mineralização da matéria orgânica. Note-se que o cálcio também é um nutriente. Mas se a produtividade aumenta, e a um

Clube de Jardinagem oferece flores à Celtejo Sónia Nunes (8ºA) e Bruna Fontelas (9ºA)

custo justificável, a aplicação de calcário é recomendável. Os nutrientes vão depender da sua existência no solo e, em caso afirmativo, da sua disponibilidade para o sistema radicular da planta. Os nutrientes podem existir no solo, mas estarem imobilizados, logo não estando disponíveis. O solo e a planta são um todo. Só equilibrando todas as variáveis se pode falar em agricultura ou silvicultura rentáveis. A adubação base é sempre feita atendendo às necessidades em azoto, fósforo e potássio, os chamados macronutrientes principais. Só se aplicam outros nutrientes quando aqueles não são limitantes.

Mas, ao adubar, há que ter em atenção a produção esperada. Se a adubação for exagerada, quanto à cultura em causa, quanto ao solo, ou quando há o perigo de “arrastamento” dos nutrientes pela água, simplesmente não se justifica. Se a cultura não utiliza os nutrientes na “totalidade” é um mero desperdício de dinheiro, além de ser uma fonte de poluição. Cada vez mais, ser agricultor é ser um gestor e, além dos aspetos económicos, há a pertinência dos aspetos ambientais.

* Coordenador do Clube da Floresta “Os Grifos”

Ação de Sensibilização Sobre Recolha Seletiva de Resíduos Prof. Fernando Ferreira No passado dia 29 de janeiro decorreu uma ação de sensibilização sobre a recolha seletiva de resíduos, destinada a alunos do 5º ano e aos membros do Clube da Floresta. Foi, novamente, o resultado da colaboração entre o Agrupamento de Escolas e a VALNOR. Recorrendo a material audiovisual, o Dr. Fernando Nunes, técnico da VALNOR, expõe o tema sensibilizando os presentes para a importância da reciclagem. Esta começa com o nosso contributo, através de uma prévia separação dos resíduos que todos produzimos. O passo seguinte

ajudaram-nos a plantar a horta. Depois do trabalho árduo, todos os meninos foram ver o pónei, fizeram-lhe festinhas, deram-lhe comida e brincaram com ele. De seguida, fomos almoçar. Esperava-nos um almoço delicioso constituído por sopa de legumes; batatas fritas, arroz e lombinhos; mousse de chocolate e fruta. Quando acabámos de almoçar, fomos para o jardim onde tirámos fotografias e conversámos. Ofereceram a cada um de nós várias prendas: um caderno, canetas e ainda comida para o nosso lanche. Regressámos à escola às 16h00, satisfeitos por termos passado um dia diferente e divertido.

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No dia 20 de fevereiro, os alunos do Clube de Jardinagem e os meninos do pré-escolar foram à Celtejo, com o objetivo de embelezar os jardins daquela fábrica e plantar uma horta biológica. Saímos da escola às 10h15 e chegámos lá às 10h30. Fomos no autocarro da Câmara Municipal. Quando chegámos à fábrica, fomos muito bem recebidos. Ouvimos uma palestra sobre como organizar uma horta biológica. Nós iniciámos logo as plantações, pois a terra já estava preparada para receber as plantas. Plantámos morangueiros, hortenses… O professor Luís Costa, a professora Mafalda e educadora Lucinda

é colocá-los no ecoponto, no contentor adequado, ou entregá-los no ecocentro, embora alguns resíduos possam ter outro encaminhamento. Pela parte da VALNOR, fica o compromisso da recolha e encaminhamento adequado dos resíduos. É um tema nunca acabado, mas sempre um ato de cidadania. Diz respeito a todos e o nosso Agrupamento tem como uma das suas responsabilidades continuar a pautar-se pela aquisição de valores, promovendo uma cidadania ativa e consciente, sejam eles de índole ambiental ou não.


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Biblioteca | Centro de Recursos SEMANA DA LEITURA 2014

Pelo sétimo ano consecutivo e fazendo parte do Plano Nacional de Leitura, realizou a equipa da Biblioteca Escolar e do PNL, em colaboração com os vários Departamentos do Agrupamento de Escolas e com as Bibliotecas Públicas de Castelo Branco e de Vila Velha de Ródão, um conjunto de atividades para comemorar a Semana da Leitura/2014, entre os dias 17 e 21 de março. Este ano o tema era “A Língua Portuguesa”. Algumas destas iniciativas contaram, como vem sendo cada vez mais um hábito, com a participação dos pais/encarregados de educação, bem como de outros membros da comunidade educativa que gentilmente acederam ao convite e partilharam com as nossas crianças e jovens os seus testemunhos de leitura, contribuindo para incentivar o prazer de ler e para enriquecer uma atividade de partilha das histórias e dos livros. Estiveram envolvidos nesta ação 45 leitores, entre pais, avós, funcionários e professores. Iniciou-se a “Semana da Leitura” com um encontro com o autor Nuno Matos Valente que nos apre-

Profª. Luísa Filipe sentou a sua obra “A ordem do Poço do Inferno”, um livro muito interessante e nos falou sobre o processo de elaboração do livro, o geocaching (ponto de partida para a elaboração da história) e o local onde se passa todo o enredo – o Mosteiro de Alcobaça. Sob o lema: “Uma história por dia…todos os dias!”, todos os alunos, desde o Pré-escolar ao 3ºCiclo tiveram a oportunidade de ouvir contar uma história diferente e adaptada ao seu nível etário. Esta atividade destina-se a promover o livro e a leitura e a lembrar que as histórias devem estar sempre presentes na vida das nossas crianças e jovens como algo que os vai enriquecer, pois transmitem-lhes conhecimentos e valores, enriquecem o seu vocabulário e expandem a sua imaginação. No dia 19 de março, realizou-se a final do Concurso de Leitura do 2º Ciclo, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco. Os quatro alunos selecionados na nossa escola tiveram uma boa prestação e a Sara Rei foi apurada para os seis finalistas da prova oral. Também nesse dia, alguns alunos do 8º ano, intérpretes

Atelier: «O corpo na escola»

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João Barateiro (8ºA) No passado dia 17 de fevereiro, realizou-se o atelier: «O corpo na escola», na Casa de Artes e Cultura do Tejo. O público-alvo foi o 3ºCiclo. A minha turma partiu às 09h00 da aula de Ciências Naturais. Quando chegámos, começámos por tirar os sapatos, fizemos uma roda, segundo as instruções da monitora, Sofia Neuparth, que faz investigação na área da dança. Essa roda tinha como objetivo andar sem parecer que estávamos a andar. Em seguida, formámos dois grupos em lados opostos do auditório, sendo o objetivo andar em simultâneo sem tocar nos elementos do outro grupo. Para além destas, houve outras ati-

vidades, filmadas por alunos com indicações da monitora. Enquanto as atividades decorriam, a monitora ia perguntando: «O que é que isto vos faz lembrar na Natureza?». A última atividade consistia em desenhar um ser vivo à nossa escolha, em cinco folhas coladas. As mesmas folhas eram depois descoladas e pintadas com canetas ou lápis de cor. Por fim, uniam-se novamente. Para esta atividade foram formados 3 grupos de 5 alunos. Foi uma manhã muito divertida!

da peça “Leónia devora os livros”, se deslocaram ao IPDJ, em Castelo Branco, onde um auditório cheio de alunos do 1º Ciclo os esperava para a sua representação que foi um sucesso! No dia 20 de março, realizou-se na nossa biblioteca um atelier de escrita criativa, da responsabilidade das técnicas da Biblioteca Municipal de Vila Velha de Ródão, destinado aos alunos de NEE e alusivo às atividades de comemoração do Dia da Árvore. No dia 21 de março, comemorámos o Dia da Árvore e da Família. Com a colaboração ativa do Clube de Jardinagem e do PROSEPE, bem como dos docentes de Educação Visual que se encarregaram da decoração do polivalente, à qual se juntaram os trabalhos entretanto produzidos pelos alunos do 1º Ciclo ao longo da semana. Aos pais, mães e avós presentes neste dia foi-lhes oferecida uma flor, fruto do trabalho dos alunos do Clube de Jardinagem e de NEE. E, por ser também o dia da Poesia, tiveram ainda direito a um poema decorado. Para abrilhantar ainda mais esta festa da leitura, o grupo de Teatro do CDRC juntou-se

a nós para nos oferecer a leitura dramatizada de uma obra de um autor português sobejamente conhecido – António Gedeão: “Breve história da Lua”. Pensamos que, pelas gargalhadas arrancadas ao público mais novo e pelos aplausos finais, foram momentos prazenteiros e muito bem passados. O grupo de atores está de parabéns. No final, fomos todos plantar uma árvore no canteiro à entrada da nossa escola. Com todas estas atividades, procurámos fazer do livro e da leitura uma festa, incentivando o prazer de ler, dos mais pequeninos aos mais velhos e envolvendo nesta tarefa elementos de toda a comunidade educativa. E porque desejamos que a “Semana da Leitura” seja uma realidade, todas as semanas do ano e se expanda cada vez mais para a comunidade, as ações de promoção da leitura não se ficam por este evento e continuarão, de forma regular, ao longo do ano, em estreita colaboração com todos os intervenientes. Terminamos com um agradecimento a todos os colaboradores e às entidades envolvidas que contribuíram para o sucesso desta semana.

Rafael Morgado (Turma A - 1º Ciclo) Na semana da leitura, eu gostei muito de fazer os desenhos e o texto. Nesta semana, algumas mães vieram contar uma história à nossa sala. Foi uma semana muito divertida com histórias muito bonitas.


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Fase distrital do concurso de leitura do 2ºCiclo/ Dramatização da peça “Leónia devora os Livros”

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Biblioteca | Centro de Recursos

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Sara Rei (6ºA) e Bianca Almeida (8ºA) No passado dia 19 de março, alguns alunos da nossa escola deslocaram-se a Castelo Branco, uns para participar na fase distrital do concurso de leitura do 2º Ciclo e outros para dramatizar a história “Leónia devora os livros”, adaptada para texto dramático pela professora de Português e encenadora, Anabela Estrela. Os estudantes saíram da escola, onde um autocarro já os esperava, por volta das 13h30. Antes de deixarem os finalistas na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, era tempo de deixar no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) os atores. Todos estavam nervosos: uns porque iam participar no concurso, outros porque iam estar em cima do palco. No auditório do IPDJ, os atores que deram vida à história da pequena Leónia que adorava ler maquilhavam-se, vestiam-se e preparavam o cenário. Os meninos do 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva esperavam ansiosamente que o espetáculo começasse. As luzes apagaram-se, fez-se silêncio e a representação começou. Foi bom ver a cara de espanto e felicidade dos pequenos espetadores que estavam muito atentos à história que se ia desenrolando no palco. Correu tudo muito bem! Quando o espetáculo terminou,

o autocarro foi buscar os atores e transportou-os até à Biblioteca Municipal, onde se juntaram aos participantes do Concurso de Leitura, que já tinham terminado a prova. Os concorrentes estavam muito ansiosos. Todos queriam ganhar! Para acalmar um pouco os ânimos, foram ouvir um contador de histórias. Os atores juntaram-se ao grupo e puderam voltar a ser pequeninos, ao ouvir histórias maravilhosas e de encantar. Quando a sessão de contos acabou, juntou-se toda a gente no hall de entrada da biblioteca para lanchar e, sobretudo, para conversar, pois todos queriam saber como tinha corrido a representação da peça. Seguidamente, já mais consolados, os finalistas da prova (incluindo a nossa Sara), dirigiram-se ao auditório para realizar o teste de leitura em voz alta. Foi entregue um poema diferente a cada um e, desta fase, saiu a grande vencedora, que foi uma menina da Escola Básica Cidade de Castelo Branco, do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares. Tanto da parte dos atores, como da parte dos finalistas, esta tarde passada na companhia de amigos, professores e espetadores, foi um misto de entusiasmo e nervosismo que, no final, correu muito bem!

Alunos que participaram no Concurso de Leitura: Leonor Araújo, Bruno Canelas, Rúben Trindade e Sara Rei. Elenco da peça ”Leónia devora os livros”: Bianca Almeida, Beatriz Cardoso, Jéssica Moreira, Mariana Gomes, Ricardo Pereira, Rodrigo Barradas, Duarte Rodrigues.

Concursos de Leitura A equipa da Biblioteca Escolar Ducla Soares. Já os alunos do 3º Ciclo analisaram a obra de Antoine de Saint-Exupéry “O Principezinho” e um conto de Miguel Torga do livro “Novos contos da montanha”. À semelhança do que ocorreu nas anteriores edições do concurso, também este ano foram apurados os três alunos melhor classificados nesta prova que, no caso do 3º Ciclo, foram: dois alunos do 8º ano, Rui Tavares e Mariana Santos e uma aluna do 9º Ano, Iolanda Tavares. Serão eles que representarão a nossa escola na fase distrital deste concurso que se realizará no dia 23 de abril, na Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova. Os alunos do 2º Ciclo, apurados para a fase final do concurso, que se realizou no dia 19 de março na

Biblioteca Municipal de Castelo Branco, foram os seguintes: Leonor Araújo do 5ºA, Bruno Canelas, Rúben Trindade e Sara Rei, do 6ºA. A todos os

alunos que participaram queremos salientar o seu empenho nesta atividade que tinha como principal objetivo motivar todos os alunos dos 2º e 3º Ciclos para a leitura de obras adequadas ao seu nível etário.

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No âmbito do Plano Nacional de Leitura e sob a responsabilidade dos professores do PNL, de Português e da Biblioteca Escolar, realizou-se, no dia 15 de janeiro, na Biblioteca Escolar, a primeira fase do Concurso Nacional de Leitura para os alunos do 3º Ciclo e do Concurso de Leitura para os alunos do 2º Ciclo. Esta iniciativa, promotora do gosto pela leitura, destinava-se a todos os alunos dos 2º e 3º Ciclos que estivessem interessados em participar. No presente ano letivo, esta acção envolveu vinte e três participantes das turmas do 3º Ciclo e doze participantes do 2º Ciclo. A obra escolhida e sobre a qual os alunos do 2º Ciclo tinham que prestar prova era “Três histórias do futuro” de Luísa


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Atividades

3º Ciclo

Visita de estudo a Lisboa Maria Faustino (7ºA)

Professora Anabela Afonso lier intitulado “Dóing”. A exposição “Era uma vez…” aborda conceitos científicos e relacionaos com as histórias tradicionais. É uma exposição interativa de ciência e tecnologia que explora fenómenos e conceitos das ciências naturais, como a física, mas também das ciências sociais e de outras áreas do saber. Nas exposições “Explora” e “Vê, faz e aprende” é possível experimentar, tocar, mexer, observar e concluir. A única coisa proibida é mesmo não mexer. Por último, no atelier “Dóing”, um espaço para criar, fazer, experimentar, construir e partilhar, os alunos puderam realizar inúmeras atividades. Este foi um dia diferente e divertido para todos, recheado de experiências novas e novos conhecimentos adquiridos.

E-Mail: gente.vvr@gmail.com

No dia 6 de março, as turmas do 3º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão rumaram a Lisboa, até ao Parque das Nações, com o objetivo de visitar o Oceanário e o Pavilhão do Conhecimento. Na parte da manhã, os alunos foram ao Oceanário onde participaram num atelier intitulado “Os Lusíadas”. Através desta atividade, pretendeuse dar a conhecer a viagem de Vasco da Gama até à Índia, através da descoberta dos ecossistemas marinhos e da diversidade de espécies encontradas em cada ponto do percurso. A sensibilização para a conservação da natureza foi o objetivo desta experiência em que o passado, o presente e o futuro têm muito em comum - os ecossistemas, os fenómenos atmosféricos e climáticos, o impacto da atividade humana e a sua capacidade de observar, descrever e interpretar o meio que nos rodeia. Depois de terminadas as atividades do atelier, seguiu-se uma visita guiada à exposição permanente do Oceanário e ainda a uma exposição temporária sobre tartarugas marinhas. Descobrir a diversidade marinha, envolver os participantes na conservação da natureza e educar para a alteração de comportamentos são os objetivos do programa de educação do Oceanário de Lisboa. Da parte da tarde, o destino foi o Pavilhão do Conhecimento onde os alunos puderam ver, mexer e experimentar tudo nas exposições: “Era uma vez…”, “Explora”, “Vê, faz e aprende” e ainda participar num ate-

Reportagem fotográfica da visita de estudo

Partimos entusiasmados e animados. Todos à espera de conhecer ou ir mais uma vez à capital. Lisboa feznos lembrar como é bom estar ao pé do mar! Quando chegámos, dirigimo-nos para o Oceanário. Aí, participámos num atelier sobre “Os Lusíadas” – uma guia contou-nos uma pequena parte da história desse livro, mostrou-nos as ilhas de Cabo Verde, falou-nos da África do Sul e das várias espécies marinhas que habitavam nos mares percorridos pelos marinheiros portugueses. De seguida, a guia acompanhounos na visita ao Oceanário, onde vimos os peixes que habitam o tanque central e ainda as mais variadas espécies, quer de peixes, quer de animais marinhos que povoam os habitats dos vários oceanos. À hora de almoço, dirigimo-nos para perto do Tejo onde comemos

mos lá para dentro. Ficámos maravilhados por podermos experimentar, tocar, mexer, observar e concluir, voltar ao princípio e fazer tudo de novo, agora de forma diferente... Este é o espírito da exposição “Vê, Faz, Aprende!”, onde existem mais de 40 experiências sobre fenómenos naturais, conceitos científicos e tecnológicos, para todas as idades. A única coisa proibida é mesmo não mexer. Mas, esperava-nos ainda outra exposição chamada “Dóing”. Melhor… Não se tratava bem de uma exposição. Era um espaço para criar, fazer, experimentar, construir e partilhar. A “Dóing” dividia-se em duas áreas. A área Tinkering continha actividades abertas que nos fizeram pensar com as mãos, levando-nos a contornar obstáculos e a superar-nos a nós mesmos. A área Maker era um espaço de produção, onde cada um dos

e alguns alunos foram passear um pouco pelo Parque das Nações. Depois do almoço, claro que o melhor era descansar um pouco, mas não havia tempo, tínhamos tudo marcado. Então, fomos a pé para perto do Pavilhão do Conhecimento onde nos esperavam várias exposições. Começámos por ver a exposição “Era uma vez…” que fala de ciência para quem gosta de histórias. É uma exposição interativa de ciência e tecnologia que explora fenómenos e conceitos das ciências naturais, como a física, mas também das ciências sociais e de outras áreas do saber. De seguida, seguimos para a exposição “Explora” - uma “verdadeira floresta de fenómenos naturais”. Numa sala ao lado desta exposição estava outra e nós, por distração, fo-

alunos pôde desenvolver os seus próprios projetos. Por fim, acabou tudo. Restou-nos ir para casa com um sorriso nos lábios, pois tinha sido um dia espetacular!

Continua na pág. seguinte


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Opinião / Atividades

Sabias que...

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Visita de Estudo a Lisboa

Turma do 2º Ano Continuação da página anterior

• O Carnaval tem origem na Grécia antiga. Os gregos, através de vários cultos, agradeciam aos deuses a fertilidade do solo e a produtividade.

João Barateiro (7ºA) No passado dia 6 de março, as turmas do 3º Ciclo foram a Lisboa. Partimos eram 07h42. Foi uma viagem de ida divertida, embora muito barulhenta. Chegámos a Lisboa por volta das 10h30. Fomos ao Oceanário, onde o grupo se dividiu em dois. O nosso grupo foi ao atelier “Os Lusíadas”. Foi um atelier, como o próprio nome indica, sobre “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. Falou-se dos locais referidos por Camões na sua obra, houve partes práticas… Depois, “viajámos pelo mundo”. Visitámos quatro oceanos do nosso planeta: o Atlântico, o Pacífico, o Índico e o Antártico. No centro do Oceanário, havia um grande aquário (caminhávamos à volta dele). Nesse aquário, estavam cardumes gigantes, a coisa da qual mais gostei. E vimos muitas mais coisas, incluindo a exposição de tartarugas marinhas. Ao almoço, adorei as gaivotas, faziam com cada coisa! Nem se con-

seguiram conter… De seguida, fomos ao Pavilhão do Conhecimento. Visitámos três exposições. A primeira chamava-se “Era uma vez…”. O objetivo era transmitir o que é que as histórias tradicionais contêm que pode ser explicado de maneira científica. A segunda chamava-se «Explora». Foi a que gostei mais. A terceira chamava-se “Dóing”, uma exposição em que tínhamos de utilizar o cérebro – fazer com que um berlinde entrasse numa caixa, fazer com que um avião de papel passasse por quatro argolas (distanciados dois metros umas das outras, igual a oito metros), entre outras. Andei na “Bicicleta Voadora” (a seis metros do chão, numa corda, mas estava suspensa). Tive algum medo, mas até achei engraçado. Em seguida, voltámos para casa. A viagem de regresso foi igual à viagem de ida. Chegámos às 21h00, tal como estava previsto. Foi um grande dia e uma visita magnífica!

Bianca Almeida (8ºA)

festas de homenagem ao deus Saturno. Prolongava-se por sete dias, de

17 a 23 de Dezembro. As escolas fechavam, suspendiam-se as actividades e os negócios, os escravos eram libertados temporariamente e faziam o que queriam e mulheres e homens desfilavam despidos em carros chamados “carrum navales”. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (“Saturnalicius prínceps”) e as fitas de lã que amarravam aos pés do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar na folia. • Não há consenso quanto à origem da palavra Carnaval. Uma das teses é Carnaval vem do latim “carne vale”, significando “adeus à carne”durante o período que vai do Carnaval até à Páscoa, o jejum da Quaresma, ou seja uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação. • Há também estudiosos que afirmam que a palavra Carnaval deriva de “currus navalis” que significa “carro naval”. Esta interpretação baseia-se nas festas do princípio da primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco que se faziam na Grécia e em Roma, na antiguidade.

Passatempo “Pares Famosos” Bianca Almeida 8ºA Para comemorar o Dia de São Valentim, a biblioteca da nossa escola organizou um jogo denominado “Pares Famosos”. O objetivo deste jogo era juntar, em cinco minutos, o maior número de pares amorosos conhecidos de todos, em cada uma das três mesas que constituíam o “circuito”. As turmas a concurso eram do 2º e 3º Ciclos porque, como se costuma dizer, o amor não escolhe idades!

Rodrigues, Salomé Trindade, Marta Faustino e César São Pedro.

Do 2º Ciclo, as equipas vencedoras foram as seguintes:

No dia 14 de fevereiro o amor andou no ar no Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão! Obrigada à Biblioteca Escolar por ter dinamizado este concurso que nos permitiu conhecer mais um pouco do romance aquém e alémfronteiras.

1º Lugar - Bruno Canelas, Denis Pop, Ruben Trindade, Henrique São Pedro e Sara Rei; 2º Lugar - Gonçalo Rei, Inês Príncipe, João Pedro e Leonor Araújo; 3º Lugar - Margarida Pina, Pedro

Do 3º Ciclo, as equipas vencedoras foram as seguintes: 1º Lugar - Alexis Afonso, Carolina Cruz, Tatiana Barata e Rodrigo Carmona; 2º Lugar - Bianca Almeida, Beatriz Cardoso, Bruna Martins e Mariana Santos; 3º Lugar - Edgar Belo, Jéssica Mourato e André Ribeiro.

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Passavam poucos minutos das 6 da manhã quando me levantei no dia 6 de março para ir para Lisboa, numa visita de estudo. Cheguei a Vila Velha às 07h20 da manhã e, mais ou menos 20 minutos depois, todos os alunos do 3º Ciclo, em conjunto com as professoras acompanhantes, viajavam para o seu destino. Se não me falha a memória, chegámos a Lisboa perto das 10h00. O nosso primeiro destino foi o Oceanário, onde fomos divididos em grupos. O primeiro foco de atenção do

meu grupo foi a exposição temporária sobre tartarugas marinhas. Posteriormente, procedemos à realização de um atelier sobre “Os Lusíadas”. Foi super interessante e divertido. Ainda no Oceanário, demos a volta aos oceanos do planeta Terra e vimos variadíssimos tipos de peixe. Perto das 14h00, fomos almoçar em convívio com colegas e professores. Depois de saciarmos a fome, dirigimo-nos para o Pavilhão do Conhecimento. Vimos duas exposições: ”Era uma vez…” e “Dóing”. Duma forma didática, “Era uma vez…” mistura a ciência no seu estado mais puro com as histórias da nossa infância. “Dóing” ensina-nos que a química também é divertida. Mas era hora de voltar para Vila Velha de Ródão. Tanto na ida como no regresso, a viagem foi muito divertida. É com certeza uma viagem para repetir!

• Também os Romanos festejavam o Carnaval. Eram as Saturnais, as


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Sugestões de leitura | Talentos A Guerra dos Tronos

Título: A Guerra dos Tronos Autor: George R. R. Martin Editor: Saída de Emergência Coleção: As Crónicas de Gelo e Fogo Data: 2007 Páginas: 400

Este livro fala de uma época medieval onde existem várias Casas (ex: Casa Barethon, Stark, Lannister …etc). Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, recebe a visita do velho amigo, o rei Robert Baratheon, está longe de perceber que vai ocorrer uma tragédia na sua vida e na vida da sua família. Durante a estadia, o rei convida Eddard a mudar-se para a corte e a assumir a prestigiada posição de Mão do Rei. Este aceita, mas apenas porque desconfia que o anterior detentor desse título foi envenenado pela própria rainha: uma cruel manipuladora do clã Lannister. Assim, perto do rei, Eddard tem esperança de o proteger da rainha. Mas ter os Lannister como inimigos é fatal: a ambição dessa família não tem limites e o rei corre um perigo muito maior do que Eddard temia! Sozinho na corte, Eddard também se apercebe que a sua vida nada vale. E até a sua família pode também estar em perigo. Entretanto, Bran, outro membro da família Stark, descobre dois es-

Ricardo Pereira (8ºA) tranhos a falar acerca da morte da Mão do Rei, mas é apanhado e atirado de uma torre e acaba por ficar inconsciente. Catelyn viaja para Sul e apanha na viagem Tyron Lannister, que é famoso por ser leal. É levado para o ninho da águia para ser morto mas, no fim, acaba por se tornar um prisioneiro. Jon Arryn decide ir para a muralha onde guardam aquela terra dos inimigos que poderão qualquer dia atacar. O próximo volume desta série chama-se “A Muralha de Gelo”. Espero que tenham curiosidade em ler este livro, porque tem muito mais do que eu possa contar só neste texto. Este livro deu origem a uma série que passa na televisão.

Bianca Almeida (8ºA)

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Título: Filipa de Lencastre, a rainha que mudou Portugal Autora: Isabel Stilwell Edição: 23ª edição Género: Romance Histórico Nº de páginas: 518 Nesta obra excelente, Isabel Stilwell leva-nos a conhecer Phillippa of Lancaster, a única rainha inglesa um dia a ocupar o trono português. Filha de John of Gaunt e Blanche Lancaster, teve dois irmãos, Elisabeth Lancaster e Henry Lancaster, após a sua mãe ter sofrido vários abortos. Cresceu como uma menina religiosa, sempre a assistir à dor da sua mãe, causada pelas infidelidades cometidas por seu pai. Blanche morreu vítima da peste negra, a mesma doença que viria a vitimar a sua filha alguns anos depois. O pai manteve um romance extraconjugal com Katherine Swynford, do qual nasceram vários bastardos, que mais tarde vieram a ser legitimados pelo papa quando John e Katherine se uniram pelos laços do matrimónio. O pai, antes de desposar Katherine, casou com a futura rainha de Castela e tiveram uma filha chama-

Bianca Almeida (8ºA) da Catalina. Já com 26 anos e para consolidar a aliança entre Inglaterra e Portugal, Philippa foi escolhida pelo rei D.João I para casar. Deste casamento, resultou a Inclita geração, os filhos de Filipa e João que foram: Branca de Portugal; Afonso de Portugal; Duarte I de Portugal; Pedro, duque de Coimbra; Henrique duque de Viseu; Isabel; João, Infante de Portugal e Fernando, o Infante Santo. Opinião: Adorei o livro, porque gosto imenso de História e a escritora envolvenos em todo o enredo sem descurar o ensino da História de Portugal! Sem dúvida uma das minhas obras preferidas.

Pedro Alecrim

Escrever para narrar uma viagem Bem, vejo toda a gente a fazer viagens luxuriantes e cansativas. Então, mas e eu?! Que viagens faço eu? Eu vou escrever para narrar a viagem que a minha imaginação faz. O destino da viagem é remoto. Os únicos preparativos que necessito fazer são escrever e imaginar. Como meus acompanhantes, tenho o lápis, a caneta, o papel, a borracha e o cérebro. E de mais não preciso. Está montada a minha comitiva, que teve como mais recente destino o mundo das ideias, que surge como localização principal do livro que estou a ler. Será que, para imaginar, necessi-

Filipa de Lencastre, a rainha que mudou Portugal

tamos dum meio de transporte? A ida teve como data 24 de fevereiro e o regresso ainda não está marcado. Neste livro, até agora, vi maravilhas que não vou desvendar. Quando lemos uma obra de arte como “O dia em que Sócrates vestiu jeans”, os incidentes são uma coisa relativa. Não preciso de viagens ao terreno, porque uma jornada pela minha imaginação já é odisseia suficiente. Não se esqueçam de que “pensam, logo existem”. Palavras de Decartes, não minhas. Não há melhor alimento para a mente do que um bom pensamento.

Pedro Alecrim é um rapaz de uma família pobre. Quando entrou para a escola achava tudo muito estranho, principalmente algumas matérias, que o confundiam imenso. Ele tinha um amigo chamado Nicolau com quem partilhou muitas aventuras, tanto dentro, como fora da escola. Eles ajudavam-se um ao outro, mas tinham diferentes pensamentos, Pedro queria continuar a estudar e Nicolau queria ir trabalhar Pedro tinha outro amigo, chamado Luís, que a certa altura teve um problema familiar. Os pais iam separar-se. E, apesar de tudo o que Luís fizera ao Pedro, ele não deixou de lhe dar apoio. Passado algum tempo, entre muitas aventuras e traquinices, Pedro recebeu a notícia que o seu pai adoecera, acabando por falecer. Soube também que o seu grande amigo Nicolau se ia mudar para o Porto.

Henrique Barreto e Sara Rei (6ºA) Titulo: Pedro Alecrim Autor: António Mota Editora: Gailivro Edição: 2008 Ele passou um mau bocado, mas tudo acabou por se resolver.


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ENTREVISTA AO ESCRITOR

Nuno Matos Valente

Redação do Gente em Ação A redação do “Gente em ação” aproveitou a vinda do escritor Nuno Matos Valente à nossa escola Achei que os leitores também iriam gostar! para o entrevistar, pois os alunos ficaram muito curiosos acerca da sua vida e da sua obra. Escondia o seu livro numa cache? Não só escondia, como já Onde vive? Quantos foi a sua 1ª escolha? Comecei a trabalhar com anos tem? O título está relacionado livros aos 29 anos, quando escondi! Há uma cache não Vivo em Alcobaça e nasci com a história. A “Ordem” é me juntei a uma equipa de oficial de que falo no livro e em 1977, o que quer dizer um conjunto de pessoas que autores de manuais escola- que está mesmo escondida que, em Abril de 2014, tenho protege um segredo. Esse res na Raiz Editora (naquela dentro da cerca do mosteiro. 36 anos e que, em setembro segredo é o “Poço do Infer- altura chamava-se Lisboa Já lá coloquei o livro mais do de 2077, farei 100 anos. no”. Não posso contar mais, Editora). O meu primeiro que uma vez! senão estrago o efeito sur- livro não escolar foi “ A OrNa sua infância e adolesÉ escritor a tempo intei- presa da história. dem do Poço do Inferno” e ro ou tem outra profissão? O livro esteve para se cha- escrevi-o aos 34 anos. Não cência, lia muito? Quais Sou professor do Ensino mar “O Terceiro Rio”, em sei quando comecei a es- eram as suas obras/autoBásico, do primeiro ao ter- homenagem aos dois rios crever, mas lembro-me da res preferidos? Na minha infância lia mesceiro ciclo. que atravessam Alcobaça. primeira palavra que escreEntretanto, notei que havia vi: “Puribido”. Tinha 5 anos mo muito! Adorava os livros Pode dizer-nos o que muitos livros que se chama- e não queria que mexessem da Enid Blyton. Os meus mais gosta de fazer nos vam “O terceiro...” ou “A ter- nos meus brinquedos! Claro preferidos eram, no entanto, seus tempos livres? ceira...” (o terceiro homem, a que queria ter escrito “Proi- alguns clássicos como “Tom Sawyer”, “As Minas de SaloNos meus tempos livres, terceira vaga, etc...) e decidi bido”. mão” ou “A Ilha do Tesouro”. gosto de correr e de tocar mudar. guitarra, mas não ao mesO que é que o motivou a Tem algum sítio especial mo tempo. Uma vez tentei Se tivesse que escolher escrever esta obra? Quais e parti muitas cordas. Tam- um pseudónimo, qual se- as suas fontes de inspira- para escrever ou algum momento em que se sinta bém leio muito. Gosto de ler ria? ção? livros, jornais, artigos de reNunca pensei nisso, mas A minha fonte de inspira- mais inspirado? Sim. Adoro escrever no vistas e de sítios na Internet. gosto muito de nomes por- ção foi o Mosteiro de AlcoO meu sítio preferido da In- tugueses antigos que caí- baça. Quando soube que sossego das Bibliotecas ternet chama-se boingboing. ram em desuso como Fuas andavam à procura de pe- Municipais, principalmente net. No verão, gosto muito ou Mem. Se fosse um nome tróleo muito perto do monu- na de Alcobaça. Para pende viajar e de estar na praia feminino, poderia ser Urraca mento, achei que havia ali sar nas histórias, o meu losem fazer nada! ou Mumadona, como a con- uma coincidência que podia cal preferido é o automóvel, dessa que viveu em Guima- dar uma história engraçada! quando vou a conduzir. De mota é mais difícil, por cauPor que razão escolheu rães. este título para o seu 1º liÉ mais fácil escrever ma- sa dos mosquitos que estão vro? Ainda teve outras alCom que idade começou nuais escolares ou ficção/ sempre a bater no capacete. ternativas de título ou este a escrever? aventura? Podia dar-nos algumas São experiências completamente diferentes, cada pistas sobre o seu próxiuma com os seus desafios. mo livro, “O tesouro do É mais difícil tocar trompete Califa” e se há alguma data prevista para ele ser ou didjeridu? publicado? Espero que saia em maio Por que razão é que colocou o geocaching como deste ano. Posso revelar leiv motiv do seu primeiro que a narradora é a Xana e que, desta vez, os membros livro? Adoro fazer geocaching. da “Ordem” vão correr perigos inimagináveis. O Leo

vai mesmo correr perigo de vida! Como ainda faltam 20 páginas para acabar o livro, ainda não sei se vai acabar bem ou mal. Vai ser revelado o que é o tesouro e quais são os seus poderes! Ah! Já para não falar que descobri como foi que os portugueses venceram a Batalha de Aljubarrota, mesmo ao pé de Alcobaça. O que aconselha a quem quer ser escritor? Recomendo que leiam muito, sejam livros, revistas, jornais ou pacotes de cereais e que pesquisem bastante sobre o tema das histórias. Também recomendo que oiçam a opinião dos outros sobre o seu trabalho! Finalmente, recomendo lápis HB bem afiados e papel sem linhas - o nosso cérebro não tem linhas.

Gostou de nos visitar em Vila Velha de Ródão? É um sítio onde deseja voltar? Adorei visitar Vila Velha de Ródão e nunca mais me vou esquecer da maneira simpática como fui recebido! O Tejo é muito bonito e ouvi dizer que se podem observar muitos animais raros. Cheguei mesmo a ver uma ave que mergulhou no rio e só voltou à superfície após um minuto! Fiquei muito curioso sobre o Rei Wamba! Espero voltar em breve! Obrigado! Gostámos muito da sua visita. Volte sempre.

A Ordem do Poço do Inferno A história deste livro centra-se num grupo de amigos, Leo, Ulisses, Xana e João que formam uma equipa – um clã, para sermos mais exatos – São os Hidras, uma das melhores equipas de geocaching da sua região (eles vivem em Alcobaça). Nos seus tempos livres, dedicam-se, de alma e coração, ao geocaching e disputam o 1º lugar do campeonato desta atividade com uma equipa rival – os Mosquitos. A curiosidade dos protagonistas desta história levá-los-á à procura de uma cache no cemitério do mosteiro de Alcobaça e é aí que se defrontam com estranhos acontecimentos: um terramoto, uma estranha chuva com gotas escuras, espessas e viscosas, que não cheirava nada bem e depois uma descoberta extraordinária – há petróleo no subsolo do mosteiro de Alcobaça. É então que conhecem o Fred, o arqueólogo daquela exploração. No dia seguinte,

voltam ao mosteiro e o Fred leva-os numa visita guiada aos objetos encontrados na escavação e todos se espantam com um estranho artefacto que foi encontrado no subsolo e que ninguém sabe o que é, nem para que serve. O Leonardo tirou-lhe algumas fotos com o telemóvel. O arqueólogo pediu-lhes para guardar segredo sobre o que tinham visto ali. Quando voltaram ao mosteiro para visitar o Fred, este estava muito desanimado, porque o artefacto misterioso tinha desaparecido, bem como todos os vestígios ligados a ele (desenhos, fotos, decalques…) Entretanto, começam a suceder coisas estranhas ao grupo de amigos: o telemóvel do Leo desaparece, as imagens que ele tinha enviado por mail não chegaram até ao Fred… A sua curiosidade leva-os numa viagem pelo interior do mosteiro de Alcobaça, a sítios que normalmente os turistas não visitam – as catacumbas, por exemplo. Deparam-

Título: A Ordem do Poço do Inferno Autor: Nuno Matos Valente Editora: Escafandro se com uma situação muito estranha em que pensavam que dois dos seus amigos correm perigo, mas afinal a verdade era bem outra. Tudo termina bem e, no final desta aventura, os nossos heróis pertencem já à “Ordem do Poço do Inferno” e têm outro mistério para resolver: o que será o “Tesouro do Califa”?

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Sara Rei (6ºA)


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65 | abril | 2014

Gente em Ação

Atividades | Talentos

No passado dia 26 de março, os alunos do 9º ano, acompanhados pelas professoras de Matemática e de Inglês do 3º Ciclo, foram à Futurália, de comboio. A Futurália é uma feira/exposição sobre “Oferta Educativa, Formação e Empregabilidade” que decorreu no espaço da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. Quando chegámos, fomos ver os stands de universidades, institutos e escolas que lá se encontravam, recolhendo folhetos e experimentando tudo o que era possível. Na área da Força Aérea, entrámos num carro de bombeiros e num helicóptero, onde até fomos entrevistados por militares deste ramo das Forças Armadas! De seguida, fomos ao Centro Comercial Vasco da Gama almoçar, o que foi muito complicado, porque havia muita gente. Logo depois, voltámos à Futurália para realizar uma atividade sobre televisão. Foi bastante divertido, pois aprendemos como se faz um programa de televisão a sério e até produzimos, filmámos e editámos o nosso. No caminho para o stand do Instituto Português de Fotografia, parámos ao pé de um carro que simulava um veículo a capotar. O mais engraçado foi a professora de Inglês ter experimentado e não ter gostado, mas todos os alunos que participaram acharam bastante interessante! No stand de fotografia, dividimo-nos em

Visita à Futurália Iolanda Tavares e Tatiana Barata (9ºA)

algumas fotografias com eles. No final, ainda tivemos tempo para passear no Vasco da Gama até o nosso comboio nos apanhar na Gare do Oriente. Divertimo-nos muito, pois foi uma visita diferente das que nós estamos habituados a fazer e onde aprendemos muitas coisas sobre cursos e profissões.

dois grupos onde tirámos fotografias uns aos outros. Tivemos também a sorte de encontrar quatro Youtubers portugueses que estavam no stand da WTF e tirámos

“Não quebres os laços!”

Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância

E-Mail: gente.vvr@gmail.com

Prof.ª Anabela Santos

Em resposta ao repto lançado pela Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens (CNCPCJ), a Comissão de Proteção de Vila Velha de Ródão deu início a um conjunto de atividades sob o lema “Não quebres os laços!” junto de todas as crianças do concelho, visando sensibilizar para a iniciativa “Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância – abril 2014”. Esta campanha, que se prolongará por todo o mês de abril, pretende alertar para todas as formas de maus trato aos mais jovens e chamar a atenção para a importância de “estarmos atentos ao outro” e ao que o seu silêncio pode gritar. Visa também despertar-nos para a necessidade e dever de aprendermos a “parar, pensar, negociar… para agir melhor” e caminharmos para uma Cultura de Não Violência. Com algumas turmas do Agrupamento já foram desenvolvidas atividades que tiveram por objetivo a reflexão sobre os maus tratos, e eventuais soluções para situações de conflito, e foi assumido pelos alunos envolvidos o compromisso de usar o laço azul como sinónimo de consciência dessa realidade, do dever de estar atento e de denunciar.

Porquê o Laço Azul (Blue Ribbon)? Em 1989, na Virgínia, E.U.A, Bonnie W. Finney, uma avó de três meninos, atou uma fita azul à antena do seu carro “para fazer com que as pessoas se questionassem”. Pretendia poder contar a sua história: “debaixo do seu nariz”, os seus netos tinham sido vítimas de fortes maus tratos infligidos pelos pais, que levaram a sucessivos internamentos hospitalares, culminando com a morte do mais velho, de pouco mais de seis anos. Bonnie não quis inicialmente “ver os sinais” mas, após a morte do neto, fez da luta contra os maus

tratos a sua luta, e do laço azul a sua bandeira, que chamaria a atenção e despertaria consciências… Porquê azul? Porque não queria esquecer os corpos batidos e as nódoas negras dos seus netos e a cor azul serviria de lembrete constante para a sua luta na proteção das crianças.


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65 | abril | 2014 Projetos

O Bosque da Achada “Um Bosque Perto de Si” é um projeto criado pelo Ciência Viva, em 2009/10, visando a sensibilização da comunidade escolar para a preservação da biodiversidade através do estudo de um ecossistema terrestre local com a colaboração da comunidade científica. Este projeto desenvolvese na nossa escola há 4 anos na turma do 8º ano e nas 3 turmas do 1º Ciclo. Tem permitido aprofundar o conhecimento da biodiversidade local graças ao interesse crescente da comunidade local, de pessoas ligadas à ciência e às artes e, sobretudo, ao empenho dos alunos. Tal como se refere no texto de David W. Orr (1) “we all have an affinity for the natural world, what Harvard biologist Edward O. Wilson calls, “biophilia.” This tug toward life is strongest at an early age when we are most alert and impressionable. Before their minds have been marinated in the culture of television, consumerism, shopping malls, computers, and freeways, children can find the magic in trees, water, animals, landscapes, and their own places. Properly cultivated and validated by caring and knowledgeable adults, fascination with nature can mature into ecological literacy and eventually into more and purposeful lives”. Decidimos caminhar ao encontro do deslumbramento na redescoberta do nosso meio, aquilo que Rachel Carson apelidou de “sense of wonder”. Este projecto vai de encontro aos programas do 1º e do 3º Ciclos, onde se pode ler “pretende-se que todos se vão tornando observadores ativos com capacidade para descobrir, investigar, experimentar e aprender” através das vivências proporcionadas e do contacto com “os instrumentos e as técnicas necessárias para que possam construir o seu próprio saber de forma sistematizada” de forma a adquirirem “a noção da responsabilidade perante o ambiente, a sociedade e a cultura em que se inserem, compreendendo, gradualmente, o seu papel de agentes dinâmicos nas transformações da realidade que os cerca”. A base de todo o trabalho tem sido a observação e a identificação das espécies. Toda a informação reunida e o desejo de intensificar a curiosidade e o prazer que todos temos em conhecer o que nos rodeia vai permitir, no próximo

período, criar o protótipo de uma caderneta de cromos e de um guia de identificação de espécies locais. Para tal contamos já com o apoio da Câmara Municipal de Ródão que disponibilizou os serviços do designer Rui Ribeiro e da tapada da Tojeira que viabiliza a colaboração da artista plástica Catarina Simões. No entanto, para garantir a qualidade de todo este trabalho, precisamos da colaboração ativa das famílias que podem, entre outras coisas, acompanhar os seus educandos a identificar e a fotografar as espécies perto de casa, consultar o site “Bosque da Achada” em http://bosquedaachadavvr.wix.com/bosquepertodesi (ligação também disponível em www. aevvr.pt), estimular a capacidade de observação através do desenho de pormenor e estimular a recolha de informações na Internet sobre uma dada espécie a partir do seu nome científico. Em relação ao desenho, o mais importante é estimular o prazer de desenhar, independentemente de ter jeito ou não e valorizar essa capacidade que todos têm. Não é o estar “bonito” ou “feio” que conta, mas o prazer que perpassa no risco e permite manter a sua singularidade – a qualidade que interessa fazer acontecer. É preciso estar disponível para o acontecer do risco, para nos deixarmos surpreender com as formas que vão surgindo fora do nosso controle para preservar a sua intensida-

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VILA VELHA DE RÓDÃO Avenida da Achada 6030-221 Vila Velha de Ródão Telefone: +351 272 541 041 Fax: +351 272 541 050 E-Mail: direcao@aevvr.pt Serviços Administrativos: sa@aevvr.pt

Grafismo e PAginação Professor Luis Costa Professor Helder Rodrigues Colaboradores Professores, Alunos, Pessoal Não Docente, Associação de Pais e Encarregados de Educação, Comunidade Educativa IMPRESSÃO Jornal Reconquista - Castelo Branco

Prof.ª Graça Passos

de. Pode-se ir aperfeiçoando o registo em função dos detalhes que se vão descobrindo, mas o que interessa mesmo é manter a espontaneidade do desenho, mesmo que seja pouco fiel à realidade. Para além disso, é muito importante falar com os mais velhos e ir registando o nome comum e as utilizações da espécie conhecidas aqui na zona de Ródão.

Prémio da Fundação Ilídio Pinho No dia 2 de abril, o nosso Agrupamento foi a Coimbra receber o prémio atribuído pela fundação Ilídio Pinho (“Ciência na Escola”) ao trabalho desenvolvido no 1º Ciclo no âmbito deste projeto. Foi atribuída uma verba de 300 euros para apoiar o trabalho a realizar até 20 de Junho que será depois avaliado a nível nacional. Mantenho a expectativa de que o entusiamo dos nossos alunos contagie a comunidade educativa alargada e nos permita atingir um nível de excelência que confere significado à escola e depende sobretudo do nosso empenho. (1) - http://www.ecoliteracy.org

E-MAIL gente.vvr@gmail.com Na INTERNET NOVA Webpage do Agrupamento Já disponível em: http://www.aevvr.pt Plataforma Moodle (NOVO SERVIDOR E URL) http://moodle.aevvr.pt Facebook www.facebook.com/Agrevvr

E-Mail: gente.vvr@gmail.com

Coordenação Professora Anabela Afonso E-Mail: anabelaestrela@aevvr.pt

Gente em Ação

Ciências Experimentais no 1º Ciclo


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E-Mail: gente.vvr@gmail.com

Gente em Ação

Última Página

Uma “Manhã Brilhante” Alfredo Leite *

Vale a pena organizar uma palestra para pais e encarregados de educação? Claro! Ao longo de mais de 10 anos, já dinamizei mais de 400, e ouço quase sempre o mesmo balanço: “Muito bom!”, “Os pais participaram como nunca tinha visto.”, “Superou as minhas expectativas!” e “Valeu a pena!”. A última vez que ouvi algumas destas frases foi no Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Rodão, no passado dia 11 de abril. Também ouvi pais a dizerem: “Tem que vir fazer uma para os alunos” e “Gostei muito, principalmente pela capacidade de comunicação”, e ainda, “Já o tinha visto com alunos e agora com os pais ainda gostei mais.” Reconheço, sem falsas modéstias, que nos esforçamos muito para criar palestras diferentes, interativas, dinâmicas e verdadeiras. Momentos capazes de colocar as pessoas a pensar. Mas só conseguimos levar à prática as nossas metas mais nobres, porque há sempre quem organiza. Professores que não desistem. Diretores ou presidentes que acreditam que a reflexão é útil. No caso concreto, foi também a autarquia a ter papel determinante, bem como a CPCJ de Vila Velha de Rodão. A eles, o nosso obrigado. E, sobretudo, parabéns! Basta um pai mudar nem que seja um pouco, basta uma criança ou jovem ter essa repercussão positiva na sua vida, para o esforço de todos ter valido a pena. E, por cada professor desmotivado, por cada pessoa que não arrisca levar uma palestra à escola, por esta ou por aquela razão, have-

rá sempre outro que terá a determinação para o fazer. Fala-se muito em prevenção da indisciplina. E é natural que se fale. O problema é grave. Também se fala em desmotivação dos alunos. Outro problema grave. E, naturalmente, estes dois temas cruzam-se e entrecruzam-se nas suas causas, origens e manifestações. Felizmente, tenho encontrado a preocupação espelhada nas palavras de todos os elementos do teatro educativo, desde os professores aos pais, passando pelos assistentes operacionais. Parece não haver escola imune aos dois fenómenos. Também as direções de escola estão cada vez mais atentas a estes dois problemas. Digo felizmente, porque quem não se preocupar, nada vai poder fazer. Mas não adianta “apenas” falar! É aí que nós entramos. Todos sabemos que é importante refletir, que é importante tentarmos arranjar respostas coletivas. Então vamos reunir! Uma palestra pode ser um excelente pretexto. E, em Vila Velha de Rodão, foi. Uma manhã de união. De reunião. Dos pais, com os professores. Uma oportunidade para ouvir uma voz de fora, uma voz com experiência e com a certeza de que tem algo a dizer. Há muito que deixei de avaliar as nossas palestras pelo número de pais. Nunca vão os que desejamos. Queremos sempre mais. É sinal de que a palestra tocou. Mais do que saber quantos foram, é avaliar o impacto nos presentes. De destacar que, em Vila Velha de Rodão, até eram bastantes. Mas a nossa motivação é sempre a mesma. So-

Reportagem fotográfica da sessão “Temos sido bons pais?

mos pela escola. Pelos alunos. Pela qualidade. E somos pelas palestras. Podem ser curtas, mas são de coração. Damos tudo. Não nos preocupamos quando dizem que queremos dar espetáculo. Porque não? Neste caso, houve pais que faltaram ao trabalho. Também por isso, além de conteúdo, sentimos que é determinante a forma. Deu para encher a alma ver, por exemplo, que alguns filhos acompanharam os pais e que, por isso, puderam testemunhar: Também os pais “estavam a ter uma aula”. Uma “aula” especial, claro está. Uma aula em que o palestrante também aprende. E muito. Um momento de reflexão, onde se agitam as consciências, onde se tenta acordar os mais distraídos ou ajudar os que precisam de ajuda. E assim os participantes, pais e professores também deram o exemplo. O bom exemplo. As necessidades das pessoas são como o azeite. Vêm ao de cima. E os pais precisam de ser ouvidos. Têm medos. Inseguranças. E com razão! Os tempos estão difíceis. A escola também não pode acusar, apontar o dedo, sem tentar ajudar e dar ferramentas. Felizmente, são cada vez mais escolas a fazê-lo. Todos precisamos de apoio. Temos muito orgulho em ser palestrantes diferentes. Por exemplo, tra-

No próximo número, suplemento especial dedicado aos

“LIVROS LIVRES”

dos nossos alunos (e respetivos consultores). Mais informação em: http://www.aevvr.pt

balhamos todos os públicos! Crianças, jovens, pais, encarregados de educação, pais e encarregados de educação, assistentes operacionais, professores, diretores de departamento,… E esta nossa diversidade enriquece as nossas sessões com exemplos práticos. Não há escolas sem mácula. Não há pessoas sem mácula. E isso é a vida. Quando vamos às escolas, não é à procura dos erros, para puxar para baixo e desmotivar. É para dar pistas. É para abrir portas. É com orgulho que sentimos missão cumprida, porque ajudámos a abrir um pouco mais as portas de Ródão… Obrigado a todos. Desde a psicóloga da escola que foi atenta e positiva, ao pai que, no fim, já quando eu estava a entrar no carro, me confessou: “ Aprendi que estou a cometer um erro: dou muito na cabeça ao meu filho…”. E lá estivemos um minuto a falar e ouvi-o dizer que vai tentar ser mais positivo. Puxá-lo para cima mais vezes. Não o comparar tanto ao irmão. Parece simples? Pode ser. Mas nem sempre o simples se atinge. Nem sempre o simples se transmite. Nem sempre o simples é simples, nem sempre uma palestra é uma palestra… * Psicólogo (“Mundo Brilhante”


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