Jornal do Concelho - Fevereiro 2011

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O CONCELHO DE VILA VELHA DE RÓDÃO

FEVEREIRO DE 2011

Avaliação Externa do Agrupamento e Almoço-Convívio Acções de sensibilização – Escola Segura

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ealizou-se, nos passados dias 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro, a Avaliação Externa do Agrupamento, actividade da responsabilidade da Inspecção Geral da Educação. Trata-se de uma actividade que está a ser realizada em todos os

Agrupamentos / Escolas não agrupadas do país. A visita iniciou-se com uma sessão inicial de apresentação por parte da Direcção (na foto). Esta sessão foi aberta à comunidade educativa. A visita prosseguiu com a realização de diversos painéis, nos quais estiveram presentes professores, alunos,

pais e encarregados de educação, pessoal não docente, equipa de auto-avaliação e, também, os elementos do Conselho Geral. Para assinalar o fim da intervenção, foi realizado um almoço-convívio no sábado, dia 16 de Fevereiro, para o qual foram convidados todos os professores e funcionários do

Agrupamento, bem como os elementos da comunidade educativa que participaram nos painéis. A Direcção gostaria, mais uma vez, de agradecer a todos o interesse, empenho e dedicação durante o referido processo, que muito contribuíram para a boa imagem do Agrupamento.

Arte Rupestre do Tejo

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o seguimento da exposição sobre a Arte Rupestre do Tejo, já noticiada na anterior edição do jornal “O Concelho de Vila Velha de Ródão”, foi lançado o desafio aos alunos que conduziram a entrevista para recolher o testemunho de um colaborador local envolvido nos trabalhos de levantamento da arte rupestre. A escolha recaiu sobre Francisco Henriques, enfermeiro e arqueólogo da Associação de Estudos do Alto Tejo, que descreveu como iniciou a sua actividade como arqueólogo e estabeleceu a relação entre essa actividade e a descoberta da Arte Rupestre do Tejo. Quando começou a fazer arqueologia e qual o motivo que o levou a desenvolver esta actividade? Comecei a fazer arqueologia tinha 13/14 anos e o que me levou a fazer arqueologia foi a vontade de descobrir, a aventura, porque nessas idades todas as crianças gostam destes desafios; eu orientei essa ânsia de aventura para a arqueologia. Que formação teve para desenvolver essa actividade? A primeira formação, ainda era criança, foi ler alguns livros, uma formação autodidacta. Depois acompanhei outros arqueólogos, os que fizeram o levantamento da arte rupestre do Tejo que foi descoberta em Outubro de 1971 e onde tive a oportunidade de acompanhar todo o levantamento, todo o trabalho de campo, até ao enchimento da barragem. Colaborou nos anos 70 no estudo da arte rupestre? De que modo? Acompanhei, desde 1971 a 1974, os estudantes e os arqueólogos que fizeram o registo do que havia sido gravado e que, para ficar para memória futura, esses arqueólogos com os quais eu colaborei fizeram fotografias diurnas e nocturnas, com luz rasante, dos motivos e dos painéis, fizeram moldes em látex, uma borracha líquida que se espalhava sobre a superfície, em várias camadas, e que depois de seca ganhava a forma do painel; nesse molde colocava-se o número anteriormente dado a esse painel por uma outra equipa. Fez-se também um levantamento topográfico das rochas, realizado por especialistas. Recorde-nos que trabalhos eram realizados durante o inventário da arte rupestre? Para além do que referi anteriormente fez-se prospecção, ou seja, íamos ao longo do Tejo e dos principais afluentes tentar encontrar outros painéis, outras pedras gravadas, para depois serem fotografadas e efectuados os respectivos moldes. Foi difícil desenvolver essa actividade? Não, porque estava muito bem acompanhado por gente que percebia bastante do assunto e não era difícil porque era um prazer muito grande andar no campo, estar em contacto com a natureza e acompanhar pessoas que sabiam muito mais do que eu, que eram os arqueólogos, alguns deles são hoje os “senhores” da arqueologia portuguesa. Foi um prazer e um momento de aprendizagem que ajudou a moldar a minha personalidade. Eu hoje sou o que sou em virtude desse contacto que tive com esse grupo de arqueólogos. O que representou para si a colaboração nesse inventário? Se eu já gostava de arqueologia, a partir desse momento passei a gostar mais e gostei tanto que hoje, com 54 anos, continuo a fazer arqueologia; portanto moldaram, orientaram cientificamente o prazer de descoberta e o espírito de aventura que todo o adolescente tem.

Conte-nos alguma curiosidade que se lembre que se tenha passado durante esses trabalhos. Passaram-se coisas muito curiosas, por exemplo: o Vítor Serrão detestava levantar-se de manhã e era preciso levantar-se bem cedo pois quando estávamos a trabalhar no Fratel tínhamos que apanhar um comboio logo pela manhã. Mas o Vítor Serrão não gostava de se levantar e a Maria Querol, uma jovem espanhola, todos os dias o ameaçava que lhe lançava uma bacia de água para cima, mas ele não se incomodava, isto era em Agosto com o verão quentíssimo. Ela tanto insistiu que um dia resolveu dar um banho ao Vítor Serrão. Foi chamá-lo, ele não se levantou e ela lançou-lhe um balde de água para cima. Ele desviou o lençol e em vez de se chatear pedialhe mais água para se refrescar porque o sótão da pensão Castelo era muitíssimo quente. O que acha que ficou por fazer relativamente ao assunto da arte rupestre? Penso que foi feito agora, uma publicação com os resultados desse trabalho. Foi uma tese de doutoramento do professor Mário Varela Gomes que apresentou a sua tese em Dezembro passado onde constava toda a informação que este grupo recolheu sobre a Arte Rupestre do Tejo e que esperamos possa ser publicado esse livro com três volumes. Até aqui havia só publicações parcelares. Com estas 1500 páginas com a análise das figuras esta é a melhor contribuição para a Arte Rupestre do Tejo. Porque razão se construiu a barragem, submergindo tantas gravuras? Porque a descoberta foi antes do 25 de Abril e as pessoas não tinham direito a pronunciar-se contra o poder económico e político. Mais, não havia a sensibilidade que hoje há para o património e por isso deixou-se sepultar aqueles milhares de gravuras em virtude de não haver uma voz activa por parte da população que pressionasse o governo para que a barragem não fosse construída. Qual a importância do património arqueológico para o concelho de Vila Velha? Ródão tem um vasto e diversificado património, mas tem-no porque é conhecido. Outros concelhos também o terão mas não o conhecem tão bem. Ródão teve a felicidade da arte rupestre ter sido descoberta e depois da saída desse grupo de arqueólogos ficou no terreno uma equipe de jovens que se organizou no Grupo Amador de Arqueologia, que mais tarde constituiu a Associação de Estudos do Alto Tejo e que ao longo destes 40 anos tem feito um trabalho de conhecimento e de divulgação do património arqueológico de Vila Velha de Ródão e desta região. Iolanda Tavares 6º A e João Gouveia 7º A

Núcleo de Segurança do Agrupamento de Escolas e a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vila Velha de Ródão promoveram, nos dias 19 e 20 de Janeiro, várias acções de sensibilização, em colaboração com a Escola Segura. Com estas acções, pretendeu-se sensibilizar / informar os alunos dos 2º e 3º Ciclos para temas relacionados com bullying, direitos e deveres das crianças e, ainda, com o consumo de substâncias ilícitas. Assim, e de acordo com as necessidades e características das turmas alvo, os temas foram distribuídos do seguinte modo: “Bullying” (5ºA e 6ºA);

“Direitos e deveres das crianças” (7ºA e 9ºA); “Droga” (8ºA e 8ºB). As sessões consistiram numa exposição, realizada pelos elementos da Escola Segura, com recurso a apresentações de PowerPoint, seguida de debate e esclarecimento de dúvidas. Os alunos participaram com empenho em todas as actividades e os professores que acompanharam as turmas referiram que os temas seleccionados foram pertinentes e adequados. Os responsáveis pela dinamização das acções consideram que as actividades decorreram de forma muito satisfatória e que os objectivos propostos foram alcançados.

Efemérides: Orlando Ribeiro, 100 anos depois.

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ompletaria 100 anos, no dia 16 de Fevereiro, o professor Orlando Ribeiro, fundador da geografia moderna portuguesa. Entre 1936 e 1940, correu Portugal de uma ponta a outra, sobretudo a Beira Baixa, zona de contraste entre o Norte e o Sul e que ele valorizou especialmente. Desta passagem pelas Beiras, Vila Velha de Ródão mereceu do ilustre cientista uma especial atenção, devido à qualidade da informação geológica e geomorfológica encontrada e que ele tão bem soube interpretar, despertando o posterior interesse de investigadores que, actualmente, dão continuidade aos seus estudos nesta região. Entre as muitas obras produzidas, o seu livro Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico é das obras mais marcantes do século XX português. Bibliografia deste autor sobre Vila Velha de Ródão: “Observations géologiques et morphologiques dans les environs de Vila Velha de Ródão (Portugal)”, Revue de Géographie Physique et de Geológica Dinamismo, Paris, XII, 1939. “Evolução da falha do Ponsul”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa, XXIV, 1943. “Novas observações geológicas e morfológicas nos arredores de VilaVelha-de-Ródão”, Publicações do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, XXXII (2.ª Série), 1943,

AGENDA DO MÊS DE MARÇO 04/03/2011 - Baile de Carnaval 11/03/2011 - Mega tarde de jogos 15/03/2011 - Teste intermédio de História 15/03/2011 - PODCAST “Conta-nos uma História” 16/03/2011 - Visita de estudo à Central Termoeléctrica do Pego 18/03/2011 - Comemorações do Dia do Pai 21 a 25/03/2011 - Semana da Leitura da Floresta e da Família 22/03/2011 - Teste intermédio de Inglês 30/03/2011 - Teste intermédio de Ciências Naturais 30/03/2011 - Passeio Pedestre


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