Uma estรณria do cancioneiro popular adaptada e recontado por 1
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SĂŁo Pedro recebeu a permissĂŁo de Deus para fazer uma grande festa no cĂŠu.
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Dois anjos foram enviados Ă terra para anunciar o grande evento aos quatro cantos da terra.
O convite foi espalhado a todos seres alados. Todas as aves e påssaros começaram a lavar suas 4
plumas, suas penas, testaram suas asas pois a viagem era longa e todos não queriam perder a festa que há muito tempo não acontecia. Por toda a floresta, em cada árvore, em cada galho havia 5
um pรกssaro ou um grupo de ave afinando seu canto pois cada um queria se exibir melhor que o outro.
Enquanto isso os sapos coaxavam no brejo e o sapo Chico sabendo da festa 6
anunciada no céu cresceu a vontade de ir.
Zombando do amigo Chico, disse o sapo João disse ao seu amigo e compadre: - Compadre Chico, não me
leve a mal não mas você não 7
tem asas como é que você pensa ir nesta festa?
À h compadre João até lá eu vou pensar de que modo eu farei isso.
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Ă€ medida que os dias iam passando, os pĂĄssaros afinando seus cantos e ajustando suas penas...
O Sapo Chico comprou um lindo smoking, engraxou seus sapatos, e conforme o 9
dia da festa se aproximava perambulava pela mata, aqui acolรก, conversando com as aves e os pรกssaros que encontrava pelo caminho. Depois de algumas conversas aqui e ali olhou para o lado e viu o amigo 10
urubu afinando sua viola que levaria junto para a festa e foi aà que teve uma ideia. O sapo Chico sem revelar sua intenção foi saindo de fininho despedindo do amigo urubu calmamente e pensativo. 11
Foi para casa imaginando a forma de chegar no céu para a festa é parece que já havia resolvido seu problema. Mas manteve bem em segredo seu plano de viagem. Chegou o tão esperado dia, o céu começava a ficar repleto 12
de aves de todas as cores e se formou uma imensa fila rumo ao infinito ultrapassando as nuvens. O amigo urubu estava prestes a pegar sua viola antes foi ao espelho ajustar
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sua gravata e examinar sua aparência. Enquanto isso... o sapo Chico de maneira rápida e cautelosa pulou dentro do bojo da viola que estava só esperando seu dono e ficou
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bem quietinho e assegurou se de nĂŁo ser percebido.
O urubu terminou de se arrumar e foi um dos últimos a alçar Voo perceber que o amigo Chico havia desaparecido nem despedira
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dele. Pegou sua viola e lĂĄ se foi. Depois de uma longa viagem, exaustos os convidados iam chegando entrando no cĂŠu sendo recebidos por sonoros coros angelicais. 16
Abundantes fontes cristalinas saciavam a sede e aos poucos cada qual tomava seu lugar a maioria ocupando se de galhos nas belas ĂĄrvores do paraĂso. O urubu como estava carregando sua viola 17
preferiu arrumar um canto numa pedreira. Aproveitando o descuido do urubu que deixou de lado sua viola o velho Chico saiu do bojo cuidadosamente procurando um lugar para assistir Ă festa discretamente 18
pois era a única criatura não alada presente na festa. A animação era muito grande e cantoria era enorme que não foi difícil o intruso passar despercebido.
A festa durou três dias. 19
Estavam todos felizes e comeรงavam a despedida e os agradecimentos ... Nesse meio tempo o sapo intruso, sem ser visto, pulou no bojo da viola e ficou pronto para ser levado a terra sem ser percebido. 20
Estando pronto para a vigem de volta o urubu apesar de ter tomado um pouquinho a mais de vinho achou que já podia partir em segurança. Botou a viola no ombro e bateu asas alçando voo rumo à terra. 21
Como bebeu um pouco mais da conta comeรงou a voar meio desajeitado e numa das suas manobras quase perdeu a viola, mas na verdade sentiu que deixou algo cair, mal pode ver o que
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caiu entre as nuvens rumando Ă terra.
As aves que foram na frente assistiram a queda livre desde as nuvens do sapo intruso em nada poder fazer. 23
Enquanto isso lá do céu Deus percebeu e descobriu o ocorrido. Viu que o terráqueo não agiu corretamente, mas ficou com pena e pediu a dois anjos que fossem a seu encontro e o salvasse 24
Como castigo por ter agido errado, viajando escondido e sem ter sido convidado seria castigado. Mandou que os seus anjos salvassem o sapo e que costurasse todos seus pedaços e que sua cicatriz ficasse visĂvel por todas 25
gerações futuras e assim foi feito. Este é o motivo dos sapos ficarem sempre escondidos e terem uma aparência feia. Saindo só a noite com vergonha do que seu
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ancestral Chico fez no dia da festa no cĂŠu. Nunca mais um sapo arriscou voar. E assim todos os anos a Festa no CĂŠu continua mas somente para os animais que possuem asas. 27
Imagens retiradas do Google, domínio público.
FIM 28
Edição em Word e salvo em PDF
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Suzano, São Paulo, Brasil Inverno do Ano 2018 30