Revista Manifesto N° 56

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Por que, no Brasil, 3,8 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola? Conhecer os motivos que afastam esses alunos dos estudos é o primeiro passo para combater o problema.

Em todo o país, 3,8 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos não frequentavam a escola em 2010, segundo dados do último Censo. As duas pontas da Educação Básica são as mais afetadas pela exclusão escolar. Entre crianças de 4 e 5 anos, 1,1 milhão está fora da pré-escola. Na faixa etária entre os 15 e 17 anos, são 1,7 milhão de adolescentes que não estuda. Já entre crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, 3,3% estavam fora da escola no período do levantamento, o que corresponde a 966 mil meninos e meninas fora do ensino fundamental (veja infográfico).

As causas da exclusão são tão complexas quanto a própria desigualdade brasileira. Se por um lado as políticas públicas têm se mostrado ineficientesna universalização das vagas e na redução do fracasso escolar, por outro, questões como o preconceito, a pobreza e o isolamento geográfico continuam a afastar crianças e adolescentes de seu lugar de direito.

PERFIL DA POPULAÇÃO QUE NÃO FREQUENTA ESCOLA DE 4 A 5 ANOS 30,7%

55,4%

51,7%

69,5%

Crianças e adolescentes fora da escola

30% 44,9% De 15 a 17 anos 1,1 milhão

De 4 a 5 anos 1,1 milhão

total 3,8 milhões

De 11 a 14 anos 526 mil

negros

masculino

77,8%

escolaridade no país: sem instrução ou fundamental incompleto

RENDA PER CAPITA DE ATÉ 1/2 DE SALÁRIO MÍNIMO

DE 15 A 17 ANOS

11,4% De 6 a 10 anos 439 mil

13,7%

65,5%

Urbana

34,7%

sudeste

52,9%

RENDA PER CAPITA DE ATÉ 1/2 DE SALÁRIO MÍNIMO

61,2%

50,7%

76,6%

Urbana

masculino

64,3%

escolaridade no país: sem instrução ou fundamental incompleto

Fonte: Matéria tirada do site Revista Escola Pública. Para mais informações acesse o site: http://revistaescolapublica.com.br/

negros

Fonte: Elaborado com base nos microdados do Censo 2010 fornecidos pelo IBGE.

Fonte: IGBEMicrodados do Censo 2010.

sudeste


SUMÁRIO

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COLAGEM

A HISTÓRIA DA colagem como técnica artísticA E Henri Matisse, uma das maiores expressões artísticas do mundo.

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QUANDO AS ARTES CLÁSSICAS ENLOUQUECEM!

CONHEÇA O Artista americano Barry Kite E SUAS OBRAS UM TANTO curiosas feitas com colagem. Bônus mini poster da obra “creepy children”.

MAS AFINAL, O QUE É CULTURA?

12 ENTENDA O QUE É CULTURA E SUAS CLASSIFICAÇÕES: CULTURA MATERIAL, IMATERIAL, REAL E IDEAL.

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CONTRACULTURA GERAÇÃO BEAT

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O QUE FOI A GERAÇÃO BEAT E QUEM FORAM SEUS PRECURSORES.

MOVIMENTO HIPPIE

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ínicIO DO MOVIMENTO HIPPIE E CONTRACULTURA NO BRASIL.


CRÉDITOS

REVISTA MANIFESTO #56 DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO: MARIA ADAYSE MARTINS matrícula : 201407130307 curso: design gráfico disciplina: design, sociedade e cultura portfolio: www.behance/adaysemartins. com


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COLAGEM A colagem como técnica artística.

ARTIGO DO SITE EU E VOCÊ FAZENDO ARTE.

C

olagem é um tipo de arte onde o artista une pedaços de papel liso, estampado, pintado ou impresso (jornais, revistas, embalagens…) ou pequenos objetos sobre um suporte geralmente plano. O seu objetivo é criar ou recriar novas expressões visuais, novas imagens. A colagem foi uma técnica iniciada por Pablo Plcasso, em 1912 em sua obra Natureza Morta com Cadeira de Palha. A ideia de Picasso, de início considerada apenas divertida e corajosa, constitui na realidade uma ver-

dadeira REVOLUÇÃO na pintura, e não só do ponto de vista técnico. Com a nova técnica da colagem, Picasso rompeu a tradicional postura da pintura a óleo, baseada no respeito pelos materiais clássicos da cor e do suporte, quebrando regras, até aí intocáveis, que exigiam para a realização dos quadros o uso exclusivo dos materiais tradicionais: as tintas a óleo e o suporte de tela. A colagem tornava-se assim uma montagem de três dimensões, um objeto composto por variados materiais de uso diário, e mesmo de desperdícios, que assim expressava de uma forma direta a realidade e o quotidiano.

A HISTORIA da Colagem.

Georges Braque - Fruteira e copo (1912)

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A colagem como procedimento técnico tem uma história antiga, desde a própria invenção do papel na China (200 a.C), mas sua incorporação na arte só será aceita a partir do século XX, com o cubismo (movimento artístico). A proposta da colagem no cubismo era romper com os padrões aceitos da arte renascentistas e libertar o artista da tela para que ele pudesse utilizar outros materiais para expressar a sua arte. Pablo Picasso e Georges Braques são os maiores representantes dessa arte. Foram influenciados pelos escritos, teorias e pinturas de Paul Cézanne. Para

inovar e ganhar mais liberdade em suas produções artísticas, eles passaram a incorporar areia, jornais, penas, tecidos e outros materiais em seus trabalhos. Movimentos como o Dadaísmo (que se afirmava um movimento contra todos os movimentos), elegeram a colagem como principal meio de expressão, introduzindo nas suas criações a ironia, a provocação, o realismo e o niilismo. Fruteira e copo (1912) de Georges Braque, é considerada uma das primeiras colagens da arte moderna.


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HENRI MATISSE TRABALHANDO EM UMA DE SUAS OBRAS.

Não podemos falar em colag em sem citar, inclusive na arte da cola g em. Matisse é conside rado um dos fu ndadores e principais re presentantes d o fovismo. Começou a d edicar-se à pin tura após terminar, em 1 890, seus estu dos de Direito. Deu gran de impulso à a rt e de sua época com se u estilo caract erizado por uma linha vigo rosa e pelo uso de cores com tonalidade s fortes. Em 1930 Hen ri Matisse não pode mais usar tinta óleo , por motivos de saúde, abandonando, assim a carreir a de pintor. Matisse redesc obriu-se na art e da colagem, técnica q ue continuou praticando até o fim da vid a. “Por que é qu e não pensei nisto antes? Cada vez me co nvenço mais de que co m um simples recorte se pode expressa r as mesmas co isas do que com o dese nho e a pintura …” Dizia Henri Matisse. Em 1947 Mati sse lançou o se u livro Jazz, composto de várias obras o nde foram utilizadas a técn ica que Matisse chamou de “desenho co m tesoura”. O livro Jazz trás as impress ões de Matiss e sobre a arte e a vida. No Brasil, Tere sa D’Amico foi a primeira artista a assum ir a colagem co mo meio de expressão a rtística, depois dela vários outros artistas plásticos testa ram esta arte, como exe mplos cito: Carl os Sciliar e Jorge de Lima.

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QUANDO AS ARTES CLÁSSICAS ENLOUQUECEM!!!

O artista americano Barry Kite desvia as famosas obras-primas da pintura clássica para criar composições engraçadas a partir da colagem. As colagens de Barry Kite criam um encontro improvável entre a história da arte e memes Internet, mostrando a exploração moderna e desenfreada de imagens em nossas sociedades contemporâneas.

ARTIGO DO SITE ZUPI.

“AS MINHAS PARÓDIAS ARTÍSTICAS SÃO PARA FAZER UM PONTO, NÃO PARA GANHAR DINHEIRO. ISTO JOGA COM A PERCEPÇÃO DA ARTE BEM CONHECIDA PELAS PESSOAS E AS FAZEM PENSAR”

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arry Kite é um artista de Colagem que segue o estilo da velha escola, mas suas visões artísticas são tão de ponta como o estilete que ele usa para cortar os milhares de imagens peculiares e clássicas que ele usa para criar suas colagens. Não apenas para Photoshop, Kite pode redimensionar imagens em sua impressora a laser, em seguida, decorá-las e terminar a mão cada criação. Ele explica: “Eu preciso cortar e colar e até sangrar meu próprio trabalho eu não sou um ‘techie’;. Eu preciso sentir o papel.” Seu estúdio, aberrante Art, foi nomeado como demais, porque uma palavra com aletra “A” poderia mantê-lo perto do topo de qualquer lista que ele fizesse parte, fazendo inúmeras exposições e amostras de artes com muitos outros artistas que disputam a atenção. Agora na casa dos sessenta, Kite continua a criar sua arte aberrante, encontrando enorme sucesso com os cartões,

posters, mouse pads, calendários, camisetas e até mesmo quebra-cabeças. Kite continua seguindo firme em seu trabalho, e se você sabe ou não, certamente já viu uma criação de Kite em algum lugar. Resumindo o recurso e a natureza nervosa de seu trabalho, Kite diz: “Eu não estou copiando (uma) imagem para ganhar dinheiro. Estas imagens estão dentro da consciência coletiva e são jogo justo. As minhas paródias artísticas são para fazer um ponto, não para ganhar dinheiro. Isto joga com a percepção da arte bem conhecida pelas pessoas e as fazem pensar. Eu manipulo um conceito, e em um nível a arte original deixa de existir. De qualquer forma, a minha maior proteção contra uma ação de direitos autorais é que eu não tenho bens . Eu não seria capaz de pagar.”

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“Creepy Children at the Bank” OU “As crianças assustadorAS no Banco” Da série ‘Creepy Children “. www.aberrantart.com


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MAS AFINAL, O QUE É CULTURA? ARTIGO DOS ESTUDOS SOBRE CULTURA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA.

CULTO, INCULTO: CULTURA FONTE: TRECHO DO LIVRO “CONVITE À FILOSOFIA” DE MARILENA CHAUI.

“Pedro é muito culto, conhece várias línguas, entende de arte e de literatura”. “Imagine! É claro que o Luís não pode ocupar o cargo que pleiteia. Não tem cultura nenhuma. É semi-analfabeto!”. “Não creio que a cultura francesa ou alemã sejam superiores à brasileira”. “Ouvi uma conferência que criticava a cultura de massa, mas me pareceu que defendiam a cultura de elite”. “O livro de Silva sobre a cultura dos guaranis é bem interessante. aprendi que o modo como entendem a religião e a guerra é diferente do nosso”. Essas frases e muitas outras que fazem parte do nosso diaa-dia indicam que empregamos a palavra cultura (ou seus derivados, como culto, inculto) em sentidos muito diferentes. Como é possível a palavra cultura possuir tantos sentidos, alguns deles contraditórios com outros?

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cultura, em sua totalidade, é composta por aspectos materiais e não-materiais, reais e ideais. Para alguns estudiosos haveria ainda mais uma classificação: ser a cultura subjetiva e objetiva. Para esses cientistas, o caráter de subjetividade ou objetividade da cultura, na verdade estaria relacionado ao processo de interiorização (assimilação) e exteriorização (manifestação), ou melhor, a forma como os indivíduos aprenderiam e expressariam a sua cultura. Diz-se subjetiva a cultura quando nos referimos ao conjunto de valores, conhecimentos, crenças, aptidões, qualidades, numa palavra, de experiências presentes em cada indivíduo. Quando, to-

davia, falamos de cultura objetiva, estamos nos referindo a todo conjunto definido por Tylor como cultura, quando exteriorizado. Isto é, hábitos, aptidões, idéias, comportamentos, artefatos, objetos de arte, em suma, todo o conjunto da obra humana de todos os tempos e de toda a face da terra. Como sabemos, a cultura subjetiva é que fornece padrões individuais de comportamento. Isto, em princípio. Acontece que, na prática, o comportamento humano vai ser resultado da relação entre cultura subjetiva (aquela porção interiorizada pelos indivíduos) e a cultura objetiva que cria as situações particulares. (MELLO, 1991, p. 44) Vejamos, então, como os produtos e o padrão cultural podem ser representados:

CULTURA MATERIAL Diz respeito a toda criação humana que resulta em produtos concretos, palpáveis, materiais, os chamados bens tangíveis. Esses produtos materiais são elaborados a partir do domínio de técnicas e tecnologias, considerando o poder aquisitivo e o acesso à matériaprima por parte da comunidade. As técnicas são o domínio do fazer e do saber fazer: construir, edificar. A tecnologia refere-se aos objetos (máquinas e ferramentas) que possibilitam a construção, a edificação.

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CULTURA iMATERIAL Diz respeito a toda criação humana que resulta em produtos intangíveis, ou seja, abstratos, não palpáveis. A cultura não-material só pode ser percebida se for manifesta, expressa, revelada. Para Hoebel (1999, p. 217), “consiste no comportamento em si, tanto manifesto (atividade motora) quanto não manifesto (que se passa no íntimo das pessoas)”. O produto da cultura não-material, apesar de não existir concretamente, é compartilhado por todos os membros constitutivos de um grupo social ou de uma sociedade. São possibilidades de manifestação da cultura não-material: comportamentos, normas, costumes, religiosidade, gestos, posturas, sentimentos, crenças, gostos, conhecimentos, hábitos, regras morais, ideologias, artes, valores, etc. Assim, temos como exemplos intangíveis de cultura: a crença em determinado Deus, em fantasmas, simpatias, espíritos da floresta; ojeriza ou acolhimento à pena de morte, a poligamia, ao hábito de comer com as mãos, com talheres ou com varetas; repugnância ou aceitação plena a certos tipos de alimento, a determinado tipo de música; incentivo ou intolerância ao preconceito racial etc.

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CULTURA REAL

CULTURA IDEAL

Diz respeito à forma como os indivíduos pensam e põem em prática as suas atividades cotidianas, o que eles concretamente fazem. “A cultura real é o que todos os membros de uma sociedade fazem ou pensam em todas as suas atividades na sua rotina total, excetuando-se o comportamento verdadeiramente idiossincrático” (HOEBEL e FROST, p. 27). A cultura real resulta do aprendizado da regra, da norma social e da técnica, posta em ação, praticada.

Diz respeito ao conjunto de comportamentos que os indivíduos, em tese, deveriam ter.

O real é representado pelos indivíduos a partir do que conhecem, entretanto a realidade não pode ser percebida em sua inteireza, apenas pode revelar, o mais próximo possível, o que é o real.

A cultura ideal teria por objetivo manter a sociedade mais coesa, e, desse modo, promover o bem estar dos seus membros.

Exemplo: os indivíduos aprendem, em conceito (cultura ideal), o modelo desejado de casamento, porém nem sempre esse modelo é convergente com o que de fato acontece, ou seja, as pessoas adotam modos diferentes de consolidar suas relações afetivas, e essas maneiras nem sempre correspondem ao modelo instituído (cultura real).

É reguladora (normativa), consiste em normas, regras que estabelecem os comportamentos, considerados ideais para o grupo ou a sociedade. São modelos tidos como perfeitos, adequados, bons, mas que geralmente estão fora do alcance, pois invariavelmente encontram- se longe de serem realizáveis por todo mundo, do mesmo jeito.

Exemplo: cada sociedade estabelece seu modelo (ideal) de casamento, família, governante, educação etc. Mas é sempre possível verificar a subversão aos modelos instituídos na vivência dessas situações.

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CONTRACULTURA ARTIGO DO SITE TODA MATÉRIA

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a sociologia, a contracultura refere-se a um movimento libertário de contestação que surgiu na década de 60 nos Estados Unidos. Representou um movimento de rebeldia e insatisfação que rompeu com diversos padrões, ao contestar de forma radical comportamentos da cultura dominante. No entanto, vale lembrar que ele possui um caráter pacífico. Possuía um teor social, artístico, filosófico e cultural, e se posicionou contra valores disseminados pela indústria e o mercado cultural. Isso mudou significativamente os valores e os comportamentos dessa época, sobretudo nos jovens, os grandes líderes do movimento. A cultura desse movimento está relacionada com a cultura marginal, alternativa e underground e recebe esse nome por se posicionar contra a cultura dominante. A contracultura representou, um grande movimento de contestação de valores que surge nos anos 50 nos Estados Unidos, com a Geração Beat. Ele teve seu apogeu na década de 60 donde os jovens representavam a maior parcela do movimento.

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DESTAQUE

MOVIMENTO PUNK Com o visual fugindo dos padrões que a sociedade impõe, mostrando sua revolta pelo corte de cabelo à moicano (ou cabelos espetados) coloridos, roupas velhas surradas (em oposição ao consumismo), jaquetas arrebitadas com frases de indignação às injustiças do Estado repressor e a atitude subversiva, se mostra o movimento PUNK.

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GERAÇÃO BEAT ARTIGO DO SITE TODA MATÉRIA E CULT POP SHOW.

O QUE FOI A GERAÇÃO BEAT?

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oi um movimento literário originado em meados dos anos 1950 por um grupo de jovens intelectuais que estava cansado do modelo quadradinho de ordem estabelecido nos EUA após a Segunda Guerra Mundial. Com o objetivo de se expressarem livremente e contarem sua visão do mundo e suas histórias, tinham o intuito de alertar para alguns valores disseminados pela indústria e os meios de comunicação, a geração beat, os primeiros do movimento da contracultura, eram jovens intelectuais que valorizavam a simplicidade, o amor, a natureza, como forma de tornar a liberdade sua mais forte característica. De tal maneira, eles alertavam que o anticonsumismo levaria a uma libertação do espírito, a luta pela paz e ainda, a valorização das minorias.

ALLEN GINSBERG, JACK KEROUAC e WILLIAM S. BURROUGHS foram ALGUNS DOS PRÍNCIPAIS precursores da Geração beat.

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Contra os valores capitalistas impostos e o conservadorismo, eles propunham uma vida livre com liberdade dos relacionamentos, seja amoroso e sexual. Essa inovação de valores se deu com a aproximação das religiões orientais (budismo, o hinduísmo, etc.) bem como de novos hábitos, por exemplo, o vegetarianismo e o uso de drogas psicodélicas. Com isso, eles buscavam a libertação de uma sociedade que, segundo eles, estaria sendo engolida por padrões e valores capitalistas principalmente com o crescimento dos meios de comunicação. Muitas das figuras-chave da Geração Beat eram homossexuais ou bissexuais, alguns até muito abertos para a época, como Ginsberg. Todos, sem exceção, levavam uma vida boêmia e desregrada. Conheça algumas dessas mentes:


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GERAÇÃO BEAT

JACK KEROUAC

ALLEN GINSBERG, NEAL CASSADY E WILLIAM S. BURROUGHS JACK KEROUAC (1922-1969)

criou o termo “Beat Generation”, em 1948, e é um dos pioneiros do movimento. Com a obra On The Road, escrita em 1951 e publicada em 1957, tornou-se o ícone definitivo do movimento Beat.

ALLEN GINSBERG (1926-1997)

Foi o que melhor representa a poesia Beat, apesar das influências surrealistas. Liderou a oposição ao militarismo, consumismo e à repressão sexual. Responsável por levar às gerações futuras os conceitos que ele e seus colegas acreditavam.

WILLIAM BURROUGHS (1914-1997)

Criador da controversa obra The Naked Lunch (1959).

NEAL CASSADY (1926-1968)

Tornou-se um mito da Geração Beat mais por seu comportamento, casos e estilo de vida do que por qualquer outra coisa. Neal era inquieto, ávido pela vida e tinha a necessidade de estar sempre no centro de tudo, ser o causador das situações.

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MOVIMENTO HIPPIE

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aseado nos objetivos da geração Beat, o movimento hippie teve seu auge na década de 70 questionando essas normas impostas e, da mesma maneira, propondo uma mudança de valores e comportamentos que levassem a liberdade de pensamento e de atos. Foi assim que os hippies se engajaram politicamente e se libertaram do conservadorismo, do totalitarismo e do tradicionalismo vigentes, impulsionados por movimentos culturais, artísticos, filosóficos e sociais. A ideia era que o lema “paz e amor” (peace and love) ou ainda, “faça amor, não faça guerra” (make love not war), refletisse uma vida comunitária de luta contra a paz. Além disso, a igualdade e o fim das injustiças eram outros objetivos do movimento. Foi assim, que eles deixaram o conforto de seus lares para viverem em sociedades mais “abertas” (naturistas e de valorização da natureza) através de um estilo de vida nômade. As vestimentas do hippies eram próprias e avessas aos “modismos” impostos pela indústria cultural. Utilizavam calças boca de sino, sandálias, roupas multicoloridas e rasgadas. Ademais, os cabelos compridos eram escolhidos para ambos os sexos.

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Mesmo tendo origem nos Estados Unidos, a contracultura se disseminou rapidamente por países da América Latina e da Europa.

Contracultura no Brasil No Brasil, os movimentos de contracultura que sofreram influência estadunidense tiveram início na década de 60, com uma juventude que começa a se engajar politicamente. Com a industrialização do Brasil, cada vez mais, os jovens se reuniam em movimentos estudantis para negar diversos aspectos e comportamentos da cultura dominante. O surgimento da bossa nova e da consolidação da MPB (Música Popular Brasileira) representaram movimentos associados a contracultura no Brasil, além do rock’n’roll. Buscavam a mudança de valores da sociedade, e da mesma forma que nos Estados Unidos, pregavam a paz, a harmonia e a igualdade. Também no cinema e outras formas artísticas o movimento de contracultura fez-se presente no Brasil, seja com o Cinema Novo, a cultura engajada dos Centros Populares de Cultura e o movimento do Tropicalismo. Todos eles possuíam uma visão crítica da situação política e social do país.


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Os hippies adotaram o símbolo da paz que foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha contra o desarmamento nuclear, nos anos 60. Eles compartilhavam tudo, desde a comida aos companheiros. A frase que melhor resume este sentimento foi a famosa “make love not war” (“faça amor, não guerra”).

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SON OF FREYA A CERVEJA FEITA PARA VIKINGS.

Trata-se de uma cerveja Premium Larger que foi desenvolvida com o conceito da história dos guerreiros nórdicos da idade média, chamados de Vikings. Apaixonados por boas cervejas e pela sua Deusa Freya, esses guerreiros não temiam a morte e eram dotados de forças e coragem sobrehumana. Inspirada nesse conceito, esta cerveja foi feita para todas as pessoas que possuem o espirito de filhos de Freya.

Produto recomendado para maiores de 18 anos. Para mais informações acesse o site: www.cervejarianorge.com.br ou entre contato ligando para: (85) 982636989 / (85)3897489

CERVEJARIA NORGE



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