JORNAL DA NOSSA TERR@ Nº 6

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DA NOSSA

TERR@ 11 AGOSTO 2020

SOUSA Filipe SOUSA (fotografia e cartaz)

nº 6

SETE E MEIO: AS ORIGENS DE UM BAIRRO

09/13

SETE E MEIO: INQUÉRITO SOBRE AS NECESSIDADES DOS HABITANTES

28/33

NO ARDILA, COM CEGONHAS E ANDORINHAS DE ÁGUA

46/49


SOMOS TOD@S 7.5

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TERR@ nº 6

11 AGOSTO 2020

Estamos de volta, com o número 6 do Jornal da Nossa Terr@, um jornal digital em modo de pandemia, de Moura para o mundo, feito por tod@s, miúd@s e graúd@s, em ambiente de comunidade de aprendizagem intergeracional. Neste número apetece dizer que somos tod@s Sete e Meio, o bairro de Moura que nos faz sentir em casa e que escolhemos para tema de capa. Mais do que uma unidade territorial, o Sete Meio são as pessoas que nele vivem ou viveram e para quem o bairro é uma referência afectiva e cultural, construída no inter-conhecimento das redes de vizinhança, que implicam um forte sentimento de pertença. Numa digressão que toca vários pontos de paragem (ver vídeo na página 7), começamos com a história das origens do bairro e com o que o torna ainda hoje especial e motivo de atracção. A propósito, damos voz a quatro filhos do Sete e Meio, que representam outras tantas gerações, que viveram, vivem e se preparam para viver no bairro, contribuindo para a sua renovação. Precisamente, a satisfação generalizada com as condições do bairro é uma das conclusões do inquérito, realizado no âmbito do projecto europeu My Smart Quartier, aos residentes e não residentes com ligações ao local, e que publicamos também neste Jornal. Fechamos este dossiê com uma incursão no mundo da culinária, recuperando do fundo da memória (e da panela!) a receita das Sopas de Assobio, à moda do Sete e Meio, e com a celebração do diálogo intercultural envolvendo toda a comunidade escolar do bairro. A concluir, num Verão que tem sido sufocante, o rio Ardila é o pretexto para falarmos da vida e obra de Urbano Tavares Rodrigues, com mergulhos nas suas águas e voos de andorinhas-das-barreiras pelo meio. Já agora, falamos ainda de um sinal de trânsito especial e de uma iniciativa de participação cidadã num bairro de Lima, no Perú. Tudo isto, graças aos nossos jornalistas voluntários, a quem nunca nos cansaremos de agradecer. Temos ainda os habituais quizzes para testar conhecimentos sobre a nossa terr@. Esperamos que gostem, e não deixem de colaborar com assuntos 5 *, textos XS, fotografias 360° e desenhos 100 %. OBRIGADO !

Filipe SOUSA (fotografia)

QUEM É QUEM NA NOSSA TERR@? Em que rio se passa esta cena? Quem é o carpinteiro naval da imagem? Soluções no próximo Jornal.


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TERR@

QUAL É O SÍTIO, QUAL É ELE ? QUAL É A ATALAIA, QUAL É ELA ?

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Soluções na próxima edição do Jornal.

Filipe SOUSA (fotografia)

QUEM É, QUEM É, NA ARCA DE NOÉ ? A fotografia da direita foi tirada em 1993, nas margens da ribeira de Pais Joanes, nas imediações de Santo Aleixo da Restauração. Que animal mostra a imagem, a que família pertence, de que se alimenta e quais os principais inimigos, além do homem ? SOLUÇÕES NO PRÓXIMO JORNAL.

Filipe SOUSA (fotografia)

A fotografia da esquerda foi tirada na Horta Comunitária de Moura, no bairro do Sete e Meio, e mostra as flores de uma planta muito comum, que existe à beira dos caminhos, geralmente em terrenos incultos. Como se chama, a que família pertence e quais as suas principais utilizações? Dá o nome a uma conhecida infusão. Como se chama? Filipe SOUSA (fotografia)

SOLUÇÕES NO PRÓXIMO JORNAL.


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MOURA PELOS OLHOS DE URBANO Joana PORTELA (Évora)

«Em começos de Junho não há prazer, para mim, como o de tomar um banho no Ardila, ao entardecer. A água está geralmente morna, suave: durante o dia parece castanha, da cor dos barros, mas àquela hora é de oiro fundido. O sol, nos olhos, estonteia: um clarão de loucura mansa, que me embebeda; e vou andando, em braçadas vagarosas, pelo meio do rio. Páro, fico a flutuar e vejo na Rola os chaparros, cujas pernadas descem quase até ao solo, e nos areais, que arrefecem, de ardentes ainda agora,os tufos rosados dos loendreiros. Cegonhas e andorinhas de água vão e vêm, e estas, um instante, mergulham no rio a cabecita, para beber. Nos choupos, a música do vento. Solidão dos choupos sempre povoada de sons… A única sensação desagradável é quando, ao sair do rio, os pés se enterram na lama quente.

Filipe SOUSA (fotografia)


MOURA PELOS OLHOS DE URBANO

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Joana PORTELA (Évora)

Um destes dias, vinha eu do banho, já com frio, e parei no sítio onde havia dantes uma sebe de daroeira, cujas raízes foram arrancadas a poder de dinamite, porque faziam dano às oliveiras judiagas daquela extrema. A utilidade comanda sempre. Todavia, aquele valado maninho o que não representava para mim! Era a cerca do nosso mundo e hoje, que desapareceu, a terra é igual dum lado e doutro.» Urbano Tavares, Rodrigues “À luz do Verão”, Vida Perigosa, in Obras Completas, vol. I. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2005, p. 305.

Filipe SOUSA (fotografia)


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BAIRRO DO 7.5 Moura tens quatro bairros: Porta Nova é uma alegria, Na Salúquia a mocidade,

No Sete e Meio a saudade

De abraçar a Mouraria. *

”.

. *Versos retirados de um poema de José Pires, adaptados para a moda imortalizada pelo Grupo Etnográfico do Ateneu Mourense, “Se fores ao Alentejo dá-lhe um beijo”. Filipe SOUSA (fotografia)


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CLICAR NA IMAGEM Vídeo : Bairro do Sete e Meio Recolha de imagens : Pedro SOUSA Edição : Benjamim BARÃO Música : Luís MARTINS Produção : ADCMoura, 2020


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De que se faz o bairro do Sete e Meio? Filipe SOUSA (texto e fotografia)

Faz-se de um território delimitado, relativamente homogéneo (da Rua do Areeiro à da Eira dos Caeiros, da rua Nova do Carmo até onde começam as hortas) e apartado do espaço intramuros da cidade de Moura. Mas mais do que os limites físicos, o traçado das ruas e as formas arquitectónicas que o caracterizam, o Sete e Meio é a sua memória, a estrutura económica e social, o comércio, os espaços de convívio, as ribeiras, as hortas, e sobretudo as pessoas que nele vivem ou viveram e para quem o bairro é uma referência afectiva e cultural, construída no interconhecimento das redes de vizinhança. Este sentimento de pertença e cumplicidade forja-se no passado e no presente e projecta-se no futuro da vida em comunidade, e sairá tão mais reforçado quanto maior for o exercício da cidadania, vibrante e colaborativo, mobilizador das energias locais. .


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BAIRRO DO 7.5

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Sete e Meio:

as origens de um bairro

José Francisco FINHA (texto)

A ocupação humana deste local perde-se no tempo e na memória, contudo a documentação existente permitenos fazer uma leitura do que terá sido a sua evolução ao longo dos séculos. O livro que serviu para definir e vincular a toponímia dos arruamentos da vila, refere, em 1762, a existência de dois subúrbios, o Subúrbio de Sette Casas e o Subúrbio de São Martinho. Mais tarde, em 1813 e 1814, são estes locais mencionados como “Sete Casas de São Sebastião” e “Sete Casas de São Martinho”. Curiosamente, no ano seguinte, são referidos como “Bairros”, não significando porém que estivessem devidamente definidos e organizados, uma vez que em 1836 voltam a ser mencionados apenas como “Sete Casas e Hortas". O Bairro das “Setes Casas de São Sebastião” corresponde ao actual Bairro das Sete Casas, que no início do século XX já se encontrava bem delimitado, possuindo a configuração que todos conhecemos, junto às margens do Rio da Roda. Em 1906, eram mencionados o “Logar das Sete Casas” e a Rua das Sete Casas, que corresponde hoje à Travessa das Sete Casas.

D O R A D RIO

A

DE S. SEBASTIÃO

CONVENTO DO CARMO

RIO DA RODA

SETE CASAS

DE S. MARTINHO ?

E AD EIR AS RIB ENH BR

SETE CASAS

RIBE I BRE RA DE NHA S

CASTELO VILA DE MOURA

.

BAIRRO DO SETE E MEIO CONVENTO DO CARMO

SETE CASAS

CASTELO CIDADE DE MOURA

1763 Planta de Moura (parcial), de Pierre Robert de Bassenond

2020 Planta de Moura (parcial) GoogleMaps


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as origens de um bairro

José Francisco FINHA (texto)

O Bairro das “Setes Casas de São Martinho” corresponde ao local hoje ocupado pelo actual Bairro do Sete e Meio, cuja origem do topónimo é ainda uma incógnita. O Bairro das Sete Casas de São Martinho adquiriu este topónimo pelo facto de ter existido junto ao Carmo uma Praça chamada de “São Martinho” e uma Igreja com o mesmo nome. São Martinho foi a primeira paróquia da Vila de Moura, transferida entretanto para o Castelo com o nome de Santa Maria; a Igreja foi demolida no reinado de D. João IV para construção de uma estrutura que serviu de defesa ao baluarte do Carmo [1]. Ainda sobre este local é referido que “Os limites da antiga povoação foram o Castelo e alguma vizinhança junto ao Carmo e se chamava aquele sítio a Praça de São Martinho, por ser igreja de sua invocação que ali havia; que se demoliu na ocasião da feliz aclamação D’ El Rei D. João IV, para se fazer a esplanada que serve de defesa ao baluarte do Carmo…” [2].

Filipe SOUSA (fotografia)


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BAIRRO DO 7.5

Sete e Meio:

as origens de um bairro

José Francisco FINHA (texto)

No final da década de 30 do século passado já todos os arruamentos do actual Bairro do Sete e Meio estavam delineados, à excepção da Rua do Areeiro e Rua Eira dos Caeiros. Embora não tivessem designações definidas e nem todos os terrenos de construção estivessem ocupados. Através das plantas topográficas da época podemos suspeitar que estariam previstas ligações transversais que permitiam a ligação entre todas as ruas principais. Com recurso à tradição oral, e de acordo com os testemunhos de duas senhoras entretanto falecidas, ficamos a saber que, no local onde existe hoje a Rua Eira dos Caeiros, existiu uma eira para os produtores debulharem os cereais. Os mesmos testemunhos disseram que, durante as décadas de 30 e 40 do século XX, esta eira foi bastante utilizada, e que já nessa altura se ouvia falar nos “Caeiros”, como sendo os donos da mesma. O arruamento que hoje conhecemos neste local apenas foi projectado na década de 50.

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BAIRRO DO 7.5

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as origens de um bairro José Francisco FINHA (texto)

Outro dado curioso era a utilização dos terrenos do Sete e Meio para realização da Corredoura [3] quando a Feira se realizava na Praça. A utilização da Corredoura para mostra e venda de gado tornou-se mais usual nos finais do século XV. Uma norma comum a todo o país estipulou que a Corredoura se devia realizar na zona mais a norte do Castelo, fora das suas muralhas e no lado oposto à alcáçova, numa rua larga, comprida e direita, desviada da população. Tendo em conta a descrição, as características e localização do local utilizado para o efeito, podemos supor que a Rua da Corredoura, referida no ano de 1905, corresponde à Rua Nova do Carmo, cuja actual designação será apenas do final dos anos 30, e que terá constituído o primeiro núcleo habitacional organizado, dando origem à configuração do Bairro como a conhecemos hoje.

. Mapa actual do Bairro do Sete e Meio (fonte CMMoura)


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BAIRRO DO 7.5

Sete e Meio:

as origens de um bairro

José Francisco FINHA (texto)

Tal como acontece com a localização das “Sete Casas”, não é também de estranhar a ocupação do espaço do “Sete e Meio” ao longo dos anos. Localizado na margem esquerda do Rio Brenhas, era um sítio fértil para cultivo, sendo ocupado por pequenas explorações agrícolas, sobretudo hortas, cuja toponímia acabou por consagrar com as designações de Rua das Hortas e Travessa das Hortas. Da restante toponímia, para além do romantismo associado aos nomes de Rua das Flores e Rua das Amendoeiras, destaque para a Rua do Forno, assim denominada por ali ter existido um forno de pão, conhecido por Forno das Pézinhas ou Forno da Teresa Froxo, embora existissem no Bairro, para além deste, mais dois fornos de pão [4]. Notas:

[1] PROENÇA, Alexandre - “Elementos para a História da Notável Vila de Moura”, Jornal “ Planície”, 15 de Setembro de 1983. [2] CABRAL, Padre Luís de Almeida - História da Notável Vila de Moura, p. 4. [3] A palavra corredoura deriva do termo “corro”, lugar onde antigamente se corriam touros e outros animais para venda. A implantação inicial dos locais de corredoura correspondia na maior parte das vezes ao local de passagem do gado para as feiras. Embora nem sempre assim fosse, mais tarde o termo passou a designar o local específico onde se efectuava a venda de gado. [4] CORREIA, José António - Culturas e Mentalidades, p. 218.

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Filipe SOUSA (fotografia)


bairro do 7.5

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Sete e Meio:

Filipe SOUSA (texto) ADCMoura (fotos)

Fora das muralhas novas de Moura, o Bairro do Sete e Meio espraia-se ao longo da encosta norte do outeiro onde se ergue o castelo, entre as ribeiras da Roda e de Brenhas. Juntamente com a várzea do Ardila, é a esta faixa fértil de cerca de 5 ha e ao labor dos que a cultivaram durante séculos até perto dos nossos dias, que Moura deve boa parte do fornecimento de bens agrícolas e da sua soberania alimentar. Não é assim de estranhar que a toponímia do bairro registe uma rua e uma travessa das Hortas, como reminiscência da importância deste agro. Trata-se, afinal, de uma pequena amostra do património agrário do Mediterrâneo que beneficia de ricos solos de aluvião e de nascentes de água, algumas brotando no interior do castelo de Moura: o ponto cimeiro da cidade!

um bairro caloroso, onde nos sentimos em casa


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Sete e Meio:

um bairro caloroso, onde nos sentimos em casa

Filipe SOUSA (texto) ADCMoura (fotos)

São condições excepcionais nestas terras do Sul ameaçadas pela escassez de água, que foram sabiamente aproveitadas por gerações de agricultores, tornando Moura auto-suficiente na produção de frutos e hortícolas. Porém, a situação alterou-se nas últimas décadas e os produtos, antes cultivados localmente, chegam agora de fora, alguns de bem longe!, para abastecerem as prateleiras das grandes superfícies comerciais. Sinal dos tempos, os últimos hortelãos deixaram de vender no Mercado Municipal. É um facto que as pequenas hortas periurbanas perderam a importância de outros tempos, mas existe a esperança de que melhores dias virão com o projecto da Horta Comunitária de Moura, gerida pela ADCMoura e utilizada por residentes do bairro para auto-consumo, sem esquecer a crise ambiental e climática, que nos impele a produzir e a consumir cada vez mais "local".


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Sete e Meio:

Filipe SOUSA (texto) ADCMoura (fotos)

um bairro caloroso, onde nos sentimos em casa

Durante a Idade Média, foram instalados lagares de azeite e moinhos de água na zona de confluência do rio da Roda e da ribeira de Brenhas. Fora das muralhas medievais, os volumes do convento do Carmo, construído em meados do século XIII, dominavam a paisagem, tal como sucede ainda hoje. Em redor, hortas e pomares garantiam o sustento da comunidade monástica. Junto à ribeira de Brenhas, há notícia de exploração de uma pedreira, possivelmente para fabrico de mós de calcário, usadas na produção de farinha alva nos moinhos de água das redondezas. A construção do casario do bairro (que conta, na actualidade, com cerca de 500 fogos), disposto ao longo de 8 ruas e 2 travessas, só acontecerá no final do século XIX e início do século XX, após a perda definitiva das funções militares da então vila de Moura.


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Sete e Meio:

um bairro caloroso, onde nos sentimos em casa

Filipe SOUSA (texto) ADCMoura (fotos)

Se, nos primeiros tempos, acolhia sobretudo os que se dedicavam à agricultura em hortas dos próprios ou arrendadas ou os que trabalhavam por conta de outrem no campo ou na agro-indústria ou ainda os que exerciam profissões ligadas ao Ardila e Guadiana, tais como pescadores, barqueiros e moleiros, com a perda de importância das actividades agrícola e ribeirinha para o comércio e serviços, o bairro foi ganhando habitantes com outros perfis profissionais, acabando esta mudança por se reflectir na composição do seu tecido social. Actualmente, convivem no bairro reformados, alguns deles emigrantes, e população em idade activa de baixos rendimentos, em especial trabalhadores com vínculos precários, desempregados, incluindo três famílias de etnia cigana, que constituem casos bem sucedidos de integração social, e ainda agregados da classe média, com uma situação económica estável e desafogada, ligados sobretudo ao funcionalismo público, que encontraram nesta zona da cidade a solução para terem casa própria com custos menos onerosos. Nos últimos tempos, é notória a compra de casas por casais jovens vindos de fora, alguns de outros bairros da cidade, que investem na reabilitação do edificado e dão nova vida ao Sete e Meio.


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Sete e Meio:

Filipe SOUSA (texto) ADCMoura (fotos)

Outro importante grupo é o das crianças que frequentam o Jardim de Infância e a Escola Básica do 1º ciclo do Sete e Meio, sendo significativo o número das que não residem no bairro. Esta situação deve-se também ao reconhecimento público da qualidade do ensino aí ministrado, que tem contribuído para reforçar a atractividade do bairro e o orgulho da comunidade residente.

um bairro caloroso, onde nos sentimos em casa


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Sete e Meio:

um bairro caloroso, onde nos sentimos em casa

Filipe SOUSA (texto) ADCMoura (fotos)

Para a notoriedade granjeada não é certamente alheia a actividade desenvolvida pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola do Bairro do Sete e Meio na valorização da escola, na promoção do sucesso educativo, no envolvimento parental e na própria dinamização do bairro. Trata-se, afinal, da única entidade do género no concelho de Moura, assim como o único movimento organizado de cidadãos do bairro. Este activo junta-se a outros, como a existência de fortes relações de solidariedade entre vizinhos assim como a tranquilidade e segurança que se vivem nos espaços públicos, e que fazem toda a diferença na hora de escolher o Sete e Meio para viver, trabalhar, estudar ou, simplesmente, visitar. Mais cedo ou mais tarde, concluímos que o Sete e Meio é um bairro de afectos, que nos faz sentir em casa.


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Domingos, o pescador e o barqueiro

Filipe SOUSA (texto, fotografia e entrevista) Clara LOURENÇO, Catarina RODRIGUES (entrevista)

Domingos da Conceição Ganchinho foi pescador e o último dos barqueiros em Moura. Vendia o pescado no Mercado Municipal e também em Alqueva, para onde o carregava «às costas». Quando não pescava, transportava pessoas, parelhas, carros... entre as duas margens do Guadiana, na Barca e no sítio da actual barragem, e entre as duas margens do Ardila, na Defesa de S. Brás, junto a Porto Mourão. No final de 1992, conversámos com ele em sua casa, na rua Eira dos Caeiros, antiga rua da Portinhola, no Sete e Meio. «Era aqui que vinha tudo a debulhar, porque havia uma grande eira». Apesar do contacto permanente com o mundo agrícola, acabariam por ser o Guadiana e o Ardila, que há muito corriam nas veias da família, a guiar-lhe o destino, num tempo em que «ia tudo a caminho do rio»: pescadores, barqueiros, moleiros, acarretadores, viajantes, lavadeiras ...

O PESCADOR «Quando tinha oito anos já pescava com o meu pai. Deixei de pescar há para aí doze anos. Tenho oitenta e cinco...» «Já o meu avô era pescador, o meu pai foi pescador e os meus irmãos também, todos pescadores.» «Nesse tempo pescava barbos, bogas, eirozes, peixe macho... Quando era barqueiro na barragem, trouxe um barbo com nove quilos. E uma eiró com quatros quilos e seiscentos gramas.» Filipe SOUSA (fotografia)

«No início, não gostava de estar no rio. Mas tinha que ir, era obrigado. Mas depois gostei de ser pescador. Não tinha patrões e ganhava mais dinheiro.»


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Domingos, o pescador e o barqueiro Filipe SOUSA (texto, fotografia e entrevista)

O BARQUEIRO

Clara LOURENÇO, Catarina RODRIGUES (entrevista)

«Fui para a Barca tinha dezoito anos. A barca era de madeira e tinha remos. transportava pessoas, carros e tudo. Remavam duas pessoas, uma em cada remo. Mas chegavam a ser cinco homens, dois em cada remo e um atrás, ao leme. O leme era só para guiar e os outros eram para puxar, para dar força.»

«Na Barca, aquilo era de renda. A gente pagava uma renda à Câmara. A barca era da Câmara. E então recebíamos da barcagem do pessoal que passava, carros e tudo. Pagava também renda da casa da Barca.» «Também fui barqueiro na barragem (actual barragem de Alqueva) e na Defesa (Porto Mourão). Aí eram barcas mais pequenas, para transportar pessoas. Remava sozinho, com os dois remos».


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Filipe SOUSA (texto e fotografia)

A horta comunitária, mesmo defronte da sua casa, preenche-lhe os dias. De regador na mão, garante que é «uma boa entretenga», um verdadeiro bálsamo para a saúde mental e física. «Saio de casa, venho para aqui e distraio-me, faço ginástica a cavar e a regar, porque não páro quieto, e ainda por cima a horta dá-me estes tomates e estas cebolas sem químicas. Isto não tem preço». Jornal da Nossa Terr@ (JNT) : Quando veio para a Horta ? _Francisco Borralho (FB) : Foi em 2017. JNT : Que diferenças encontra entre trabalhar numa horta individual e numa horta comunitária, partilhada com outras pessoas? FB : Aqui temos camaradagem e o convívio. Ainda ontem aconteceu o Tói dar-me umas alfaces novas. E eu ajudo-o quando ele me pede. A malta aqui dá-se tudo porreiro. Eu sou mais o guarda, porque vivo aqui ao pé. Depois, também dividimos a água. Cada um rega na sua hora. Assim todos se governam.

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Francisco, o hortelão


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Francisco, o hortelão

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Filipe SOUSA (texto e fotografia)

JNT : Quais as vantagens de ter uma horta ? FB : Quem não tem uma horta como esta perde muita saúde. Porque aqui é tudo biológico. É tudo são. E depois as coisas que tiramos da horta não as pagamos. Amanhã, estas couves vão servir para um caldinho verde. Leva alho e coentros, também apanhados aqui. Tomara que as abóboras estejam prontas para fazer umas sopas belíssimas. Tenho aqui couves, tomates, alfaces de duas ou três qualidades, beterraba, beldroegas, feijão verde, cebolas, morangos, hortelã, hortelã-da-ribeira, poejos...

JNT : Com o Covid 19, pensa que as hortas vão ganhar importância ? FB : Há já muita gente a passar mal, que precisa disto. Quem tem uma horta não tem que ir comprar fora, e por isso poupa, e bem! É uma ajuda boa. O vírus não trouxe só coisas ruins. Voltou as pessoas mais para a natureza.


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Filipe SOUSA (texto e fotografia)

Fica na esquina da rua Nova do Carmo com a rua das Flores. O mini-mercado da Fernanda, no bairro do Sete e Meio, em Moura, é um convite para entrar a quem passa à porta ou nas imediações, de segunda a sábado. Logo de manhã, ajuda, e muito!, o aroma do pão acabado de sair do forno. E atrás do pão há quase sempre outras compras de clientes do bairro, que aqui são tratados pelo nome e que não precisam de anunciar ao que vêm pois a Fernanda conhece-lhes os hábitos: tantos gramas de fiambre fatiado, uma mão-cheia de bolos fintos, o detergente certo para a roupa, aqueles iogurtes para o lanche ou os ditos legumes para a sopa do dia.

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Fernanda, a comerciante


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Fernanda, a comerciante

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Filipe SOUSA (texto e fotografia)

O que não faltam são produtos diversos para acrescentar ao cesto de compras, alinhados nas prateleiras e expostos em mesas, caixas, balcões e arcas frigoríficas, de acordo com as seguintes secções: mercearia, fruta e legumes, talho e charcutaria, congelados, bebidas, padaria e doçaria, higiene pessoal e limpeza, gás engarrafado, tabaco… A variedade é tal, que nenhum cliente sai da loja «de mãos a abanar». Acresce que a Fernanda dá preferência aos produtos agroalimentares do território e de fabrico tradicional, dos enchidos ao pão, do vinho aos queijos, dos legumes aos figos, com que abastece de qualidade as despensas e os frigoríficos dos fregueses, contribuindo assim para o desenvolvimento da produção local. O mini-mercado da Fernanda é, sem dúvida, esse lugar apetecível e útil para quem gosta de encontrar tudo à mão de semear, dos bens alimentares e não alimentares às novidades do mundo, sem ter de sair do bairro. Seja o(a) próximo(a) a visitá-lo.


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Filipe SOUSA (texto e fotografia)

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Adriano, o professor de música

Viveu no Sete e Meio até aos dezoito anos. Agora está de volta, cumprindo o adágio: "bom filho a casa torna". Os quinze anos em que Adriano Silva esteve fora foram o tempo necessário para se licenciar em Educação Musical, na Universidade de Coimbra, desenvolver projectos, aqui e ali, na sua área de formação, a que continua ligado, e perceber que o seu lugar é em Moura, no bairro que o viu nascer e crescer, porque «se ninguém regressar e fizer pela sua terra, o que é que fica?» Admite que é difícil, «é uma luta constante», mas que tem que ser travada, dê por onde der. Há um ano, mudou-se de armas e bagagens para a rua das Amendoeiras, onde passou bons momentos da sua infância e juventude. Comprou uma casa, que recupera aos poucos, mesmo em frente àquela onde viveram os avós maternos. O avô chamava-se José Ferreira Faria (entrevistámo-lo em Julho de 1993 !), que havia sido moleiro toda a vida, nos moinhos do Caneiro, no rio Guadiana, e no moinho do Pé Garrido, na ribeira de Brenhas, à entrada de Moura.


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Adriano, o professor de música

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Filipe SOUSA (texto e fotografia)

Adriano não tem dúvidas que é um «regresso às origens». «Para além dos meus pais e dos meus avós maternos, viveram aqui tios meus, de modo que boa parte da minha família tens as suas raízes nesta rua». Quando surgiu a oportunidade de comprar casa no bairro, não hesitou. «Vivi cerca de seis anos na Avenida dos Bombeiros, e não tem comparação. Aquela é uma zona mais movimentada e as pessoas vivem em prédios. Aqui é tudo mais calminho, e as casas são mais acessíveis. Gosto deste bairro por causa dessa tranquilidade, mas também dos acessos e sobretudo das relações entre vizinhos. As pessoas aqui ainda abancam à soleira da porta para conviverem e partilharem umas com as outras. E apesar de não estarmos no centro da cidade, acabamos por estar perto de tudo.» Adriano confirma que vivem no bairro muitos idosos e que há casas fechadas, a maioria de emigrantes. Mas sabe também que há gente jovem a instalar-se ou a querer fazê-lo e que, tal como ele, são o futuro do bairro. «Sei de um colega de um primo meu, que vive na Primeira Rua do Sete e Meio, que tem intenção de vir para cá morar.»


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INQUÉRITO

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bairro do 7.5

SOBRE AS NECESSIDADES DOS HABITANTES POR UM BAIRRO MAIS SOLIDÁRIO E SUSTENTÁTEL (LITERACIA DIGITAL E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ) Projecto My Smart Quartier # Erasmus +

O bairro do Sete e Meio foi um dos bairros prioritários seleccionados à escala europeia, no âmbito do projecto My Smart Quartier / Erasmus +, para aplicação de um inquérito às competências dos habitantes em matéria de utilização das tecnologias digitais, aos seus hábitos de participação e à sua percepção sobre o papel das TIC e da Internet no exercício da cidadania. Com este inquérito, realizado em Maio e Junho de 2018, foi assim possível avaliar quer o progresso digital, quer as dinâmicas participativas no bairro, geradas em ambiente online, mas também offline. A partir dos resultados apurados serão criados em breve diversos suportes pedagógicos, a disponibilizar no website do projecto My Smart Quartier, para incentivar a utilização das tecnologias digitais e com isso facilitar os processos participativos no bairro do Sete e Meio e nos demais bairros de França, Itália e Espanha que integram o projecto, de modo a promover a info-inclusão dos mais desfavorecidos. No apontamento que se segue, optou-se por dar nota apenas dos resultados relativos às percepções dos inquiridos sobre as dinâmicas participativas e a qualidade de vida no bairro do Sete e Meio, deixando para outra ocasião o tratamento da literacia digital.


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TERR@ nº 6

11 AGOSTO 2020

bairro do 7.5

inquérito My Smart Quartier

LIGAÇÃO AO BAIRRO : Qual a sua ligação ao Bairro do 7.5 ?

62%

23% Vivem mas não trabalham nem estudam no bairro.

15%

Vivem e trabalham / estudam no bairro. Trabalham/estudam no bairro, mas não vivem no bairro.

SATISFAÇÃO COM O BAIRRO : Sente-se bem a viver / trabalhar / estudar no Bairro do 7.5 ?

89%

47% Mostram-se satisfeitos com as condições do bairro.

Sim.

42%

1%

Não.

Sim. Não tenho vontade de sair, mas admito que o bairro precisa de melhorias.


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inquérito My Smart Quartier

PONTOS FORTES DO BAIRRO : Quais os aspectos mais positivos do Bairro do 7.5 ? (escolher até 4 opções)

69%

Relações de vizinhança.

42%

64%

Tranquilidade / Segurança.

24% Localização.

Habitação.

PONTOS FRACOS DO BAIRRO : Quais os aspectos mais negativos do Bairro do 7.5 e que urge melhorar ? (escolher até 4 opções)

61%

Espaços verdes.

32%

49% 31%

Acessibilidades.

Limpeza / Manutenção.

Oferta comercial.


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inquérito My Smart Quartier

ATENÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FACE ÀS NECESSIDADES DO BAIRRO : Como classifica a intervenção da Administração Pública para resolver os problemas do Bairro do 7.5 ?

49%

28% Suficiente.

12% Fraca.

Boa.

6%

Muito fraca.

5%

Inexistente.

RESPONSABILIDADE PELO DESENVOLVIMENTO DO BAIRRO : De quem é a responsabilidade pela melhoria da qualidade de vida no Bairro do 7.5 ? (escolher até 3 opções)

33%

74% Câmara Municipal.

25%

União de Freguesias.

6%

Minha.

União 3% Europeia.

Comunidade Governo 2% de residentes. Central.


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inquérito My Smart Quartier

CONTRIBUTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO BAIRRO ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ : O que pode e deve ser feito, ao nível de participação dos cidadãos/residentes, para melhorar a qualidade de vida no Bairro do 7.5 ? (escolher até 3 opções)

34% 29%

Melhorar as competências participativas dos moradores. Criar Comissão de Moradores.

34%

Apresentar ideias / propostas /sugestões de melhoria aos órgãos competentes do poder local.

17%

Utilizar as TIC e a Internet para promover o Bairro e envolver / capacitar a população.

DISPONIBILIDADE PARA PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO BAIRRO : Estaria disponível para envolver-se em acções de melhoria das condições de vida no Bairro do 7.5 ?

46%

28% Sim.

Talvez / Depende.

26% Não.


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INQUÉRITO

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SOBRE AS NECESSIDADES DOS HABITANTES POR UM BAIRRO MAIS SOLIDÁRIO E SUSTENTÁTEL (LITERACIA DIGITAL E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ) Projecto My Smart Quartier # Erasmus +

FICHA TÉCNICA

Inquérito aplicado presencialmente no Bairro do Sete e Meio a residentes e não residentes com ligações ao local, em Maio e Junho de 2018. Foram considerados válidos 103 inquéritos, que representam, aproximadamente, 12 por cento da população residente no bairro. Foi utilizada a técnica de amostragem por quotas, tendo os inquiridos sido divididos em subgrupos de acordo com a sua idade, correspondendo à representatividade de cada um dos grupos etários do bairro estimada a partir dos Censos de 2011 relativos à cidade de Moura. O inquérito foi realizado em casa dos inquiridos, num espaço comercial do bairro e na EB1 do Sete e Meio, com a colaboração de cinco técnicos da ADCMoura previamente formados para esta tarefa.


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SOPAS DE ASSOBIO, À MODA DO SETE E MEIO

Bárbara SEGÃO; Filipe SOUSA ;Cristina MARIM (fotografia) ;

Em tempos de parcos recursos e privações, como os que assolaram o Alentejo durante boa parte do século XX, em que vigorava o rifão "Come o que tens e não o que sonhas", as famílias com menos posses eram obrigadas a aguçar o engenho a todo o momento inventando e recriando sopas, condutos e outras comidas frugais com que enganavam a vontade de comer. As sopas de assobio são parte importante desse património culinário e o exemplo acabado de como fazer do pouco que se tem à mão um prato cheio de criatividade e identidade, com raízes mergulhadas no Mediterrâneo. Bárbara Segão, moradora no Sete e Meio, lembra-se da sua mãe fazer estas sopas, quando era assalariada agrícola na Horta da Várzea, perto do Ardila, já lá vão cinquenta anos. «Era um comer que se consumia no Verão, para aproveitar a fartura de tomate. Além do tomate, leva batatas, cebola, um dente de alho e água. A minha mãe deitava-lhe louro e poejos. Quando alguém descobria um naco de toucinho ou de linguiça nas sopas, era uma alegria!» E assobiava, como se lhe tivesse calhado um brinde. A Bárbara, entretanto, passou esta herança à filha, Cristina Marim, também residente no Sete e Meio, para que a tradição de comer Sopas de Assobio não se perca. É da autoria de ambas a reportagem que se segue, em que a receita é descrita em pormenor. Bom apetite!


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Bárbara SEGÃO Cristina MARIM (reportagem)

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RECEITA DAS SOPAS DE ASSOBIO

Num tacho, frita-se o toucinho cortado em tiras e a linguiça apenas com a gordura da carne.

1 100 g de toucinho; 1 linguiça; 1 cebola; 3 batatas; 2 dentes de alho; 4 tomates; 1/4 pimento verde; 400 g de pão da véspera; 4 ovos; 1 folha de louro; 1 ramo de poejos; 1 l de água; sal.

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Depois de fritas, retiram-se as carnes, e, no «pingo» que ficou, refogam-se a cebola cortada às rodelas, os alhos picados e o louro.

Junta-se 1 litro de água e deixa-se cozer. Por fim, escalfam-se os ovos. Nos pratos miga-se o pão, que se rega com o caldo.

4 Quando começar a alourar, juntam-se as batatas cortadas às rodelas, os tomates aos bocados e o pimento, e deixam-se refogar bem. Junta-se o sal e os poejos.

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Durante os primeiros 20 m de cozedura, convém tapar o bolo com um papel pardo untado com banha. Levando os ovos inteiros, este bolo No final, as carnes tem quecortadas ser muito sãobatido e fica mais nas húmido. misturadas sopas.


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ERA UMA VEZ ... NA ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA DO SETE E MEIO :

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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto) ADCMoura (fotografia)

Existirá melhor forma de celebrar o diálogo intercultural do que cantar uma canção que todos (re) conheçam ? Para os alunos da Escola e Jardim de Infância do Sete e Meio, pais, professores, funcionários, amigos da ADCMoura e convidados especiais parece que não. Começa então o Filipe, logo acompanhado de dezenas de vozes: “Andava na floresta um cuco a cantar; por trás duma giesta nós fomos escutar: cucu-cucu cucucurucucu, cucu-cucu cucu-curucucu..." Eis senão quando, saída sabe-se lá de onde, alguém com uma voz sonante, numa língua diferente, retoma a mesma melodia: “Jeg gikk en tur på stien og hørte skogens ro da hørte jeg fra lien en gjøk som gol ko-ko ko ko ko ko kokokokorokoko”.


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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)

Logo a seguir, alguém trauteia, numa língua mais familiar, a mesma canção: “Sentiam nella foresta il cuculo cantar; ai piedi di una quercia lo stiamo ad escoltar: cucucucu cucu-curucucu, cucu-cucu cucucurucucu”. E como não há duas sem três, ainda outra versão, cantada assim: “Dans la forêt lointaine on entend le coucou; du haut de son grand chêne il répond au hibou: coucou, coucou, coucou hibou coucou, coucou, coucou...”. Nunca pensámos que esta música pudesse ser cantada em tantas línguas diferentes. E, já agora, que línguas são essas?


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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)

O desafio traz alguns voluntários ao palco. Por tentativas, ficamos a saber que o Filipe cantou em português (esta era fácil!), a Ingrid em norueguês, a Elena, em italiano e a Anne e a Delphine em francês. Logo a seguir, cada um deles, mais o Beiramar, que pronuncia o português da Guiné-Bissau, pergunta onde ficam situados os países de que falamos. Para ajudar à festa, um globo terrestre em tamanho XXXXXL invade o palco sem ter sido convidado, dando cambalhotas sozinho, até parar à nossa frente. E dizemos em uníssono: Bem-vinda Terra Que Dá Cambalhotas!”.


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ERA UMA VEZ ... NA ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA DO SETE E MEIO :

CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)

Mas esperem lá: até a Ingrid, a Elena, a Anne e a Delphine o disseram em português! E pensávamos nós que elas não sabiam expressar-se em português. Vem então a primeira lição deste dia dedicado à Interculturalidade: todos diferentes, todos iguais; neste caso porque nos entendemos usando a mesma língua, a língua portuguesa, sem com isso desvalorizarmos as outras línguas e culturas (francês, italiano, norueguês…), mas também porque a música do cuco não deixa de ser a mesma, apesar de entoada em diversas línguas e com algumas diferenças na letra. Aos poucos, as bandeiras vão sendo hasteadas no globo gigante, sobre a Noruega, Portugal, Itália, Guiné-Bissau e França, embora no início alguém queira fazer situar a Noruega em África ou fazer crer que Portugal fica lá para as bandas da Índia.


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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)

E que ideias temos nós acerca de todos estes países? Não é difícil imaginar que a propósito de França se refira Paris, Torre Eiffel, crêpes ou Notre Dame e sobre a Noruega se fale de bacalhau, frio, Oslo ou fiordes. Em relação a Portugal, o conhecimento varia entre Lisboa, praias, serra da Estrela e estádios de futebol. A Guiné-Bissau sugere danças, calor, animais, comida, e pouco mais. Relaciona-se a Itália com a pizza, a pasta, o coliseu de Roma e o vinho. Mesmo assim, é notório que os participantes estão a precisar de uns bilhetes de avião para viajarem por esse mundo fora e aprofundarem o conhecimento sobre estes países e as suas culturas.


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ERA UMA VEZ ... NA ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA DO SETE E MEIO :

CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)

Entregues os bilhetes e feito o checkin, todos embarcam numa grande aventura. Depois de alguns minutos de voo nos corredores da EB1 e do Jardim de Infância, as escalas sucedem-se para contactar a cultura de cada um dos países representados. Os guias turísticos são, de novo, a Anne, Delphine, Elena, Ingrid, Beiramar e Filipe.


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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) ADCMoura + Comunidade Escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)


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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) Filipe Sousa + comunidade escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

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CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) Filipe Sousa + comunidade escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)


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ERA UMA VEZ ... NA ESCOLA E JARDIM DE INFÂNCIA DO SETE E MEIO :

CELEBRAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL (24 NOVEMBRO 2006) Filipe Sousa + comunidade escolar da EB1 e do Jardim de Infância do Sete e Meio (texto)

ADCMoura (fotografia)

Quatro horas depois, já de regresso ao ponto de partida, depois de viajarmos entre realidades tão diferentes mas ao mesmo tempo tão próximas, sentimonos mais preparados para completar o mapa de ideias sobre os países e as culturas contactadas. Ao mesmo tempo que descobrimos novos mundos, construímos uma consciência acrescida para valorizar essa diversidade (cultural, linguística, religiosa, étnica...) e para desenvolver valores de tolerância, de coexistência, de respeito pelo "outro". Afinal, somos todos pessoas, cidadãos com direitos e deveres, e é muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa. Viva o diálogo intercultural!


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Joana PORTELA (texto)

publicado originalmente na

No Ardila, com cegonhas e andorinhas de água * À beira do Ardila, foi rural a infância de Urbano, num “monte” alentejano, perto de Moura, que confina com aquele afluente da margem esquerda do Guadiana. Esta paisagem ribeirinha foi o espaço físico e afectivo das suas aventuras de criança e cavalgadas de juventude – e, mais tarde, a geografia sentimental do escritor, um locus da sua “rota do paraíso”. Deste rio dirá, em outro conto: «Vadear o Ardila era um heróico contentamento, a grande proeza…»

Filipe SOUSA (fotografia)


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Joana PORTELA (texto)

No Ardila, com cegonhas e andorinhas de água * Com nascente em Espanha, grandes variações do seu caudal e de águas pouco profundas, o Ardila alberga, ao longo do seu curso de 166 km, uma grande diversidade de habitats, com áreas quase selvagens e algumas espécies em vias de extinção (como o saramugo e o lince-ibérico). O excerto acima apenas nos dá um pequeno vislumbre da paisagem que configura o seu troço final. Não longe da margem, avistam-se, na herdade da Rola, «os chaparros, cujas pernadas descem quase até ao solo». Do montado, o olhar desce até à vegetação mais próxima do rio, sendo mencionadas duas espécies ripícolas autóctones: «nos areais, […] os tufos rosados dos loendreiros. […]. Nos choupos, a música do vento.» A paisagem delineada por este Ardila de curvas e contracurvas conformava um ecossistema de matagal mediterrânico, com sobreiro (Quercus suber), bosques baixos de loendro (Nerium oliander) e galerias dominadas por choupos (Populus alba).

Filipe SOUSA (fotografia)


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Joana PORTELA (texto)

No Ardila, com cegonhas e andorinhas de água * Era nestes choupos do Ardila que as cegonhas-brancas (Ciconia ciconia) nidificavam, como o autor dirá também em A Luz da Cal: «os altos choupos do rio, com suas cegonhas». Estas aves recorrem a locais variados para fazer os ninhos, podendo construí-los em árvores altas, como os choupos, geralmente ao longo de rios. Como se alimentam de insectos, peixes, anfíbios, répteis e pequenos mamíferos, procuram-nos em zonas de baixa vegetação ou dentro de águas pouco fundas. Urbano recorda, com indelével remorso, um episódio da adolescência, passado nas imediações do rio, ao avistar «uma cegonha, linda, branca, voando em direcção ao choupo onde fizera ninho». Jamais esta cegonha voou da memória do escritor, cujo requiem ele compôs, anos mais tarde, sob a forma do conto “A morte da cegonha”, que encerra a colectânea Histórias Alentejanas. Aliás, em vários dos seus contos se intui (ou flui?...) este invisível fio que liga, num amoroso triângulo, Ardila-choupos-cegonhas.

Filipe SOUSA (fotografia)


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Joana PORTELA (texto)

No Ardila, com cegonhas e andorinhas de água * Amoroso é também o olhar que contempla, ao entardecer, as águas do Ardila: «Cegonhas e andorinhas de água vão e vêm, e estas, um instante, mergulham no rio a cabecita, para beber.» As poéticas andorinhas de água referidas por Urbano seriam, provavelmente, a ripícola andorinha-das-barreiras (Riparia riparia). De plumagem branca e castanha – quase como o Ardila «da cor dos barros» – é a mais pequena das cinco espécies de andorinhas que ocorrem em Portugal, avistada muitas vezes a voar rente às águas de rios, a baixa altitude, à caça de insectos. Ao contrário das outras espécies, esta não constrói o seu ninho com lama, mas fá-lo em colónias, escavando buracos em taludes, em barrancos verticais de areia, ou em areeiros, próximos de linhas de água. Nas margens do Ardila – perto da atalaia de onde, um dia, Urbano se aventurou a saltar para o rio – podemos observar, ainda hoje, um barranco com dezenas destes ninhos escavados na parede de terra. Recordando, talvez, aquela parede esburacada de ninhos numa das derradeiras obras que publicou (A Última Colina), Urbano escreve: «Tenho buracos na minha memória», mas lembra ainda (e é quase um convite…) «o passeio até à ribeira do Ardila, onde sempre me encantava aquele silêncio fresco, só cortado pelo murmúrio da água e pela música do vento nos choupos, hoje quase desaparecidos». Vamos? * no âmbito do projecto Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental ver AQUI

Filipe SOUSA (fotografia)


JÁ AGORA...

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Clara LOURENÇO (texto e fotografia)

Gosto deste sinal de trânsito, que fotografei em Berlim (Alemanha). Na verdade, penso que bom seria que não fosse necessário, mas sendoo, agrada-me saber que, também no regulamento do trânsito*, a tendência seja os carros deixarem de ser os donos da rua. Com a pandemia, multiplicam-se as iniciativas de devolução dos espaços ocupados pelos carros às pessoas, para que estas os ajardinem, brinquem neles, os utilizem para esplanadas, os percorram tranquilamente nas suas bicicletas… * Este sinal de trânsito faz parte do Código da Estrada, em Portugal, desde Abril de 2020


SOLUÇÕES DOS QUIZZES DA EDIÇÃO ANTERIOR QUEM É QUEM NA NOSSA RUA ?

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11 AGOSTO 2020

A fotografia mostra o sapateiro Daniel Túbal Gouveia na sua oficina, na rua Catarina Eufémia, em Sobral da Adiça.

QUAL É A LOCALIDADE, QUAL É ELA ? QUAL É O SÍTIO, QUAL É ELE ? QUAL É O GRUPO CORAL, QUAL É ELE ? A cena passa-se na vila de Amareleja, na adega do Piteira, com o Grupo Coral da Casa do Povo de Amareleja.

QUEM É QUEM É, NA ARCA DE NOÉ ? A planta da imagem chama-se felda-terra, também conhecida por centáurea-menor (Centaurium erythraea). É muito utilizada em ervanária como anti-pirética, cicatrizante, depurativa do sangue e estimulante da secreção gástrica.

QUEM É QUEM É, NA ARCA DE NOÉ ? Trata-se de uma cria de andorinhãopreto (nome científico Apus apus). Todas as aves da família dos andorinhões distinguem-se por serem voadoras exímias e infatigáveis. Dificilmente conseguem empoleirar-se, sendo quase unicamente observadas em voo. Podem copular, e até dormir, em voo.


IDEIA VERDE ALFACE

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11 AGOSTO 2020

A propósito de bairros, #reiniciatubarrio é uma oficina de cidadãos realizada num bairro de Lima, no Perú, que visa reforçar os laços comunitários através da criação de redes de resiliência, colaboração, solidariedade e reactivação do espaço público. Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Centro Cultural de España en Lima em colaboração com Ocupa tu calle, uma iniciativa desenvolvida pelo observatório cidadão Lima Cómo Vamos.

Boa ideia!

QUEM FAZ O QUÊ NO JORNAL (COLABORARAM NESTE NÚMERO) REDACÇÃO : Adriano SILVA, Bárbara SEGÃO, Benjamim BARÃO, Catarina RODRIGUES, Clara LOURENÇO, Comunidade Escolar do Sete e Meio; Cristina MARIM, Domingos GANCHINHO, Fernanda FÉLIX, Francisco BORRALHO, Filipe SOUSA, Joana PORTELA, José FINHA, Luís MARTINS, Marília CENRADA, Pedro SOUSA, Sara SILVA. DESIGN, PAGINAÇÃO E EDIÇÃO : Filipe SOUSA, com canva.com. APOIOS :


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