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Estética e Sistemas de telecomunicações Fred Forest A B S T R A C T

T* Não muito tempo atrás, as novas descobertas em átomos tornaram os físicos incapazes de compreender a realidade dentro das estruturas científicas existentes. A concepção mecanicista do universo de Newton, próxima ao modelo de Demócrito, reduziu todos os fenômenos ao movimento e à interação de átomos duros e indestrutíveis. No século XX, com a ajuda de ferramentas experimentais modernas, os cientistas realizaram que o conhecimento da matéria neste nível não poderia mais ser alcançado através da experiência sensorial do mundo. Diante da estrutura do átomo, eles foram obrigados a tranquilizar os limites dessa imaginação sensorial. A física estava em uma série de crises até que os cientistas pudessem desenvolver novos conceitos como base para a compreensão dessa nova realidade. Esse salto, incorporado pela teoria quântica, proporcionou aos físicos modernos uma nova abordagem e interpretação do mundo. Artistas contemporâneos que percebem que os modelos anteriores não são mais formas viáveis para expressar a realidade atual em uma situação similar. Embora muitas vezes marginais em relação ao mercado, eles estão em plena posse das novas ferramentas tecnológicas do nosso tempo e experimentam novas procedurais para criar, questionar e revelar as formas imaginárias da nossa era. As redes de telecomunicações que estão em desenvolvimento e diversificação generalizadas em todo o planeta já modificaram radicalmente nosso relacionamento com o mundo e nossa percepção de tempo e espaço (11. Estamos imersos e vivemos diariamente em um ambiente fundamentalmente interligado, onde, cada vez mais, cada fenômeno depende de outros fenômenos. Os artistas tendem a sentir esta interdependência especialmente aguda. Na tentativa de equilibrar o aspecto estritamente funcional da comunicação com um componente estético e simbólico, os artistas estão desenvolvendo novas práticas que se baseiam em todos os usos que as redes e instrumentos de telecomunicações podem oferecer (21. Ainda recentemente, há alguns anos, o conceito de espaço ainda estava ligado à superfície de uma tela pintada para artistas plásticos, às dimensões de uma galeria ou museu para uma instalação e a uma paisagem para os protagonistas da terra-arte. É dizer. Para localizar o espaço físico e geográfico. Hoje, a evolução das telecomunicações e seu uso social generalizado nos conduzem a um conceito de espaço mais difuso e abstrato. Ao nível da representação, isso significa um espaço completamente novo, ao mesmo tempo específico e original. Significa um espaço dinâmico de movimento ", de" reunião "e de" retroação ", um espaço que se abre a partir de um ponto preciso - a máquina que dá acesso à rede - para a pessoa que a experimenta. O novo espaço, que se expande deste ponto preciso, é um espaço sem limites, barreiras físicas ou referência a sistemas dimensionais. Mesmo que esse espaço se sobrepõe a um espaço físico Corpo por equipamento técnico, os dois espaços permanecem independentes um do outro e não têm mais nada em comum. O novo espaço é um espaço de comunicação interativo oferecido pelo corpo da rede de telecomunicações cuja riqueza de interconexões nos permite sonhar com combinações ilimitadas no futuro próximo. A proliferação de imagens inevitavelmente acelera sua valorização. Bv tornando os modos de produção de imagens generalizados, tornando-os comuns de alguma forma, a sociedade força os artistas de hoje a mudar o foco da produção do objeto * para a invenção de modelos e sistemas. Nas artes das telecomunicações, a arte não é mais lagos sob a forma de sinais pictóricos - mesmo que os "fios" do fax às vezes reprogram desenhos de artistas. Em geral, a arte de fax não é algo para ver. Mas sim algo que nos permite participar de fenômenos extra sensoriais, cujas fontes são encontradas ao nível da infra-percepção. Isso é verdade para todas as artes de telecomunicações em que os artistas intervêm diretamente em tempo real no campo da realidade da comunicação, propondo seus próprios modelos como alternativa, propondo seus próprios valores como ética e buscando sua produção simbólica e às vezes atividades transgressivas através da Redes - revelando a carga emocional que pode ser liberada pela experiência de presença e ação à distância e pelo senso de onipresença e simultaneidade. Os artistas não têm mais ambição de explicar o mundo hoje do que ontem. De uma forma mais modesta, eles tentam mergulhar-nos para nos fazer sentir com mais força, mais sutilmente ou de forma diferente. O mundo das telecomunicações, a estrutura da malha das redes de comunicação e a noção de interatividade nos apresentam a outros tipos de padrões menores. O movimento artístico da estética da comunicação [31 se encaixa naturalmente nessa evolução, caracterizada por uma mudança de foco do objeto para o conceito de relação e de arte existente no momento. O processo torna-se mais importante do que a tecnologia que o produz.

Eu estou preocupado com as telecomunicações, a estrutura de malha dos netwerts que nos envolvem com a doicidade, a interação e o conceito de relacionamento que substitui o objeto do objeto levaram os artistas a novos procedimentos. Tais procedimentos que exploram a nova tecnologia nos meios de comunicação se esforçam para redefinir a relação de relacionamento com o mundo no contexto gfobal da comunicação. Eles propõem "representações" que se originam além do real, além das aparências e além das estruturas perceptuais comuns. O principal final do artista muda da produção de objetos para a criação de modelos e sistemas. Estamos começando uma nova era em nosso relacionamento com o sensível, o imaginário e o simbólico: que a estética da comunicaçãoC> 1991 iSAST P d g a m c f i P r e s s p i c . P r i n t e d i n G r e a t B r i

Fred forew UiliM. diKlu) T«-nii<iirr du M5. WIS40 AnWnilk. France. Received i6 November I‘♦‘Ml

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É essa frequência não vista que é arte; O transmissor nunca é mais do que o substrato material e técnico do art. A "representação" que os artistas de telecomunicações tentam "moldar" é uma representação cuja origem é enraizada além do real, além das aparências e além dos quadros perceptuais habituais. A tecnologia nos convida a "entender" o mundo onde o ponto de referência tradicional perde o seu significado para os modos eletrônicos de avaliação. As representações videográficas e infográficas substituem a materialidade das distâncias com força que envolvem o ato puro e simples de dissolver seu próprio sistema de referência. Essa revolução contribui para o enriquecimento de nossas faculdades sensoriais; Fatos de percepção e fatos de cognição se integram simultaneamente a novas configurações que escapam ao pensamento linear. Artistas de comunicação tentam transmitir que estamos no centro de uma rede global de troca de informações, cujo funcionamento complexo incide individualmente na posição única de ser forçado a inventar novas formas para se adaptar a esse ambiente em mudança. O objetivo do artista neste contexto não é produzir significados em um nível primário, mas para entender como a prática generalizada da comunicação interage eficazmente com todo o nosso sistema sensorial e com nossa nova relação com o imaginário e o simbólico ; Como essa evolução das práticas artísticas configura os parâmetros de uma "sensibilidade moderna" nas fronteiras De nossas percepções; E como essas novas "formas de sentimentos" abrem uma dimensão estética para novos espaços que são localizados. depois de tudo. Muito além do alcance de qualquer sistema de comunicações, não é tão eficiente e sofisticado. References and Notes 1. FrcH Form, doctoral thesis in literature and human sciences. The Sot bonne. Pans (198fi).

2- Fred Forest and Mario Costa. "Manifesto of the Aesthetics Ol Communication", in ftusOTOini mnAt (Brussels. 1985). Also published in 'Aesthetics of Communication". Special Issue of Art Piwt 122 (Paris. 1988).

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Aesthetics and Telecommunications Systems Fred Forest

Not too long ago, new discoveries in atomics rendered physicists unable to understand reality within existing scientific frameworks. Newton's mechanistic conception of the universe, close to Democritus's model, reduced all phenomena to movement and interaction of hard and indestructible atoms. In the twentieth century, with the help of modern experimental tools, scientists realized that knowledge of matter at this level could no longer be attained through sensory experience of the world. Faced with the structure of the atom, they were obliged to transcend the limits of this sensory imagination. Physics was in a slate of crisis until scientists were able to develop new concepts as a basis for understanding this new reality. This leap forward, embodied by the quantum theory, provided modern physicists with a new approach to and interpretation of the world. Contemporary artists who realize that past models are no longer viable forms for expressing present reality arc in a similar situation. Although often marginal in relation to the market, they arc in full possession ofthe new technological tools of our time and arc experimenting with new procedures in order to create, question and reveal the imaginary forms of our age. Telecommunications networks that arc undergoing widespread development and diversification around the planet already have radically modified our relationship to the world and our perception of time and space (11. We are immersed and living daily in a fundamentally interconnected environment where, increasingly, every phenomenon depends on other phenomena. Artists tend to feel this interdependence especially acutely. In an attempt to balance the strictly functional aspect of communication with an aesthetic and symbolic component, artists are developing new practices that draw on all the uses that the networks and instruments of telecommunications can offer (21. As recently as a few years ago, the concept of space was still linked to the surface of a painted canvas for plastic artists, to the dimensions of a gallery or museum for an installation, and to a landscape for protagonists of land- art—that is to say. to localized physical and geographical space. Today the developments in telecommunications and its widespread social use lead us to a more diffuse and abstract concept of space. At the level of representation, this means a completely new space, at once specific and original. It means a dynamic space of movement', of ’meeting’ and of 'retro-action', a space that opens up from a precise point—the machine that gives access to the network—for the person experiencing it. The new space, which expands out of this precise point, is a space without boundaries, physical barriers or ref erence to dimensional systems. Even if this space superimposes itself onto a physical space em

bodied by technical equipment, A B S T R A C T the two spaces remain indeT*I he worid of telecomm umpendent of each other and have catons, the mesh structure of the nothing else in common. netwerts that engage us daity, the The new space is an interactive noton of interaction and the con- cept communication space offered by of relationship replacing that cf the the body of the telecommuobject lead artists to new procedures. Such procedures that exploit the new nications network whose wealth technologicat media strive to redefine of interconnections allows us to cur relationship to the world in the dream of unlimited combinagfobal context ot communication. They tions in the near future. propose 'representations' that originate be- yond the real, beyond The proliferation of images appearances and beyond ordinary inevitably accelerates their deperceptual frameworks. The artist's valuation. Bv making the modes primary fincton shifts from the of image production widespread, production o< objects to the creation of mod- els and systems. We are by rendering them ordinary in beginning a new era in our relationship some way, society forces today’s to the sensitive, the imaginary and the artists to shift their focus from the symbolic: that o< the aesthetics of production of object* to the communication invention of models and systems. In telecommunications arts, art no longer lakes on the form of pictorial signs— even though the 'wires' of the fax sometimes repro- duce artists’ drawings. In general, fax art is not something to see. but rather something that enables us to participate in extrasensory phenomena whose sources are to he found at the level of infra-perception. This is true of all telecom- munications arts in which artists intervene directly in real time on the field of communication reality, proposing their own models as an alternative, proposing their own values as ethics, and pursuing their symbolic production and sometimes transgressive activities through the networks— revealing the emotional charge that can be released by the experience of presence and action at a distance and by the sense of ubiquity and simultaneity. Artists have no more ambition to explain the world today than they did yesterday. In a more modest fashion, they try to immerse us in it in order to make us feel more strongly, more subtly—or just differently. The world of telecommunications, the mesh structure of communications networks and the notion of interactivity introduce us to other types of menial patterns. The artistic movement ofthe aesthetics of communication [31 fits naturally into this evolution, which is characterized by a shift in focus from the object to the concept of relationship and of art existing in the moment. The process becomes more important than the technology that produces it. It is this

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C> 1991 iSAST Pdgamcfi Press pic. Printed in Great Britain. 00?4 094^1 $3.CK>*0 00

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unseen frequency that is art; the transmitter is never more than the material and technical substratum of the art. The 'representation' that artists of telecommunications attempt to ‘shape’ is a representation whose origin is rooted beyond the real, beyond appearances and beyond habitual perceptual frames. Technology invites us to 'grasp' the world where the traditional point of reference loses its meaning to the electronic modes of assessment. Videographic and infographtc representations replace the materiality of distances with such force that they engage in the pure and simple act of dissolving their own system of reference. This revolution contributes to the enrichment of our sensory faculties; facts of perception and facts of cog

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nition integrate simultaneously into new configurations that escape linear thought. Artists of communication try to convey that we are at the centre of a global information-exchange network whose complex functioning places individuals in the unique position of being forced to invent new forms with which to adapt to this changing environment. The goal of the artist in this context us not to produce meanings at a primary level, but to make its understand how the widespread practice of communication effectively interacts w ith our entire sensory system and with our new relationship to the imaginary and the symbolic; how this evolution of artistic practices sets up the parameters of a 'modern sensibility' at the boundaries

of our perceptions; and how these new ‘forms of feelings' open up an aesthetic dimension to new spaces that are located. after all. far beyond the reach of any system of communications, no matter how efficient and sophisticated. References and Notes 1. FrcH Form, doctoral thesis in literature and human sciences. The Sot bonne. Pans (198fi).

2- Fred Forest and Mario Costa. "Manifesto of the Aesthetics Ol Communication", in ftusOTOini mnAt (Brussels. 1985). Also published in 'Aesthetics of Communication". Special Issue of Art Piwt 122 (Paris. 1988). 3. The Aesthetics of Communication Group was created by Fred Forest and Mario Ostia in 1983 in Mercato San Sever ino. Italy, ihis is a group of arntts and theoreticians developing artistic theories and prartices relative to communications arts and tile usesol new technologies.


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