Jornal Batista nº 09-2021

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ANO CXX EDIÇÃO 09 DOMINGO, 28.02.2021

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Missões Mundiais

Notícias do Brasil Batista

Efeitos na educação

Assembleia online

Discipulado eficiente

Centenária

Artigo fala das mudanças que a pandemia trouxe para a Educação

CB Goiana realiza Assembleia virtual pela primeira vez

Filha de missionários comemora batismo de amigo que ajudou a discipular

Igreja Batista no interior do Rio de Janeiro chega ao 100° aniversário

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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

EDITORIAL

Todos sabem que, diferente dos outros, fevereiro tem uma menor quantidade de dias. Normalmente, 28 e, em anos bissextos, 29. E, hoje, já estamos em seu último dia. O tempo passa depressa. Falamos de Aliança Batista Mundial, Embaixadores do Rei, Missões Mundiais (isso pensando nos destaques da capa de OJB). Para esta edição decidimos estampar uma homenagem ao 48° aniversário de ministério do pastor Faus-

Um mês mais curto

to Aguiar de Vasconcelos, nosso atual presidente. Ele comemorou a data no dia 17 de fevereiro e não poderíamos deixar passar. A matéria está aqui em OJB e também fizemos uma publicação em nossas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter). Apesar de ser um mês mais curto, publicamos conteúdos relevantes aqui e em nossas redes sociais. Notícias das Igrejas, Convenções, Associações, Orga-

nizações; artigos de reflexão e opinativos. Em nossas redes sociais iniciamos uma série de publicações institucionais, falando sobre a nossa história, Declaração Doutrinária, Princípios Batistas, Pacto das Igrejas Batistas e muito mais. Também demos um maior enfoque no trabalho de redes sociais da Convicção Editora, apresentando redatores, revistas e outros conteúdos. Nesta, que é a última edição de OJB em fevereiro, temos artigo na Coluna Bi-

lhete de Sorocaba, Arte e Cultura, Observatório Batista, notícias das juntas missionárias, centenário de Igreja e muito mais. E a lição que deixamos para a semana é a seguinte: em tempo e em fora de tempo, com muito ou pouco tempo, faça o seu melhor para o Senhor. Que Deus te abençoe. Boa leitura e boa semana. n Estevão Júlio

secretário de redação de OJB

( ) Impresso - 120,00 ( ) Digital - 50,00

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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21 BILHETE DE SOROCABA

Pr. Julio Oliveira Sanches Difícil passar um dia em que alguém não a faz. Há uma curiosidade mórbida que indaga a cada instante: a Covid-19 é um prenúncio do fim? Ao dizimar milhares de vidas em todos os continentes, seria o coronavírus um sinal divino a avisar a todos que Jesus está voltando para julgar o mundo? O vírus é um corretivo divino, aplicado a toda a humanidade em seu desenfreado pecar? É um sinal visível dos fins dos tempos? A resposta não é de fácil compreensão. Antes de tentar responder ao inquiridor, para não gerar mais transtornos ao amedrontado ser humano, precisamos identificar qual o seu conhecimento escatológico, qual a doutrina sobre o mundo vindouro e em que se fundamenta a sua fé? De posse de algumas informações úteis é possível estabelecer um diálogo proveitoso que vai proporcionar ao indagador paz e tranquilidade.

Os sinais do fim dos tempos, propostos por Jesus e também por Paulo, nas pastorais, sempre existiram na história humana. Jesus chama a atenção para necessidade de vigilância contínua. As parábolas contadas pelo Mestre, registradas por Mateus, nos capítulos 24 e 25, têm como alvo o estar vigilante: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42). Jesus deixa esta verdade mais clara ao responder aos discípulos, (At 1.7) sobre a restauração de Israel. Embora o contexto se refira ao reino de Israel e não o estabelecimento do Reino de Deus na sua volta. As expectativas dos discípulos em Mateus 24 e em Atos 1 são diferentes, mas não são escatológicas. Quanto ao fim dos tempos. A exortação de Paulo em II Timóteo 3 ao jovem pastor Timóteo reitera o que Jesus já havia afirmado em Mateus 24.1012. O falso profeta sempre existiu na experiência de Israel. Ele se faz presente,

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A pergunta que não quer calar

hoje, na experiência das Igrejas. A exortação aos Hebreus, no capítulo 3, versículos 12 e 13, deve ser colocada em prática hoje. O ser humano é finito, teve seu início e caminha para um fim. Não há como fugir dessa realidade. A Cosmologia atual afirma que o sol só subsistirá por mais cinco bilhões de anos. Deus já havia avisado a Noé (Gn 8.22) esta verdade. “Enquanto a terra durar..” o que significa que ela terá um fim. No texto de II Pe 3.7 diz como será o fim do planeta terra, quiçá do cosmo. Os sinais do fim sempre foram visíveis ao longo da história e continuam visíveis todos os dias da atualidade. O coronavírus é mais um a afirmar a fragilidade humana e confirmar que o pecado continua a embrutecer a inteligência do homem. É só analisar o comportamento dos políticos modernos ou de qualquer ser humano, vítima da corrupção do pecado. A atual pandemia não significa que Deus a permite para dizer ao homem

moderno que o fim já chegou. O final dos tempos sempre está presente no viver humano. Para Deus, em Sua soberania, a vida humana sempre está sujeita ao terminar dos tempos, especialmente do tempo que se chama hoje. Este é o momento em que precisamos estar preparados para encontrar com Deus e sermos por Ele julgados. A mensagem de Amós 4.12 é sempre atual. O vírus também não é um castigo divino para levar o pecador ao arrependimento. Este não é o método divino para gerar arrependimento. O arrependimento verdadeiro não é produzido pela dor, decepção, enfermidade incurável ou medo. Pode até, em alguns momentos, levar o pecador a reconhecer os seus pecados e buscar a compaixão divina. Arrependimento é produzido pelo toque do Espírito Santo na vida do pecador. Foi o que Jesus afirmou ao despedir-se dos seus discípulos (Jo 16.7-11). Os planos de Deus são imutáveis. n

Encontros notáveis - Série V Juvenal Netto

colaborador de OJB

Na mesma proporção que a população mundial cresce, tal fenômeno acontece com relação ao esfriamento relacional entre os seus habitantes. Tem sido usual se levantarem grupos extremamente preocupados com o trato dos animais, não que essa atitude seja errada, mas, é paradoxal quando esse sentimento sobrepuja a importância a ser dada aos próprios humanos. Convido vocês a conhecerem melhor a história de um centurião, o qual se sensibiliza profundamente com o estado de saúde de um de seus criados (Mt 8.5-10; Lc 7.1-10). Os evangelhos de Mateus e Lucas descrevem o encontro de um oficial romano, intitulado por centurião, pois, comandava uma centena de soldados, com Jesus. A Bíblia não fornece mais informações a seu respeito, nem sequer menciona o seu nome. Tudo o que os evangelistas afirmam é que dentre os seus inúmeros servos, um estava terrivelmente enfermo. Ele ouviu que Jesus estava entrando em Cafarnaum. Nessa época, toda a Palestina se encontrava alvoroçada pelos grandes sinais e prodí-

gios realizados pelo Messias. Pense comigo, será que aquele cidadão não tinha outros problemas mais desafiadores a serem resolvidos? Dilemas envolvendo a sua própria vida, de parentes ou até mesmo de pessoas “mais importantes”, atinentes ao seu seleto ciclo de amizades, tendo em vista que exercia um cargo de destaque na cidade? Ter a oportunidade de um encontro com alguém, o qual possui plenos poderes não é algo que acontece todo dia, não é mesmo? Você “queimaria um cartucho” desses para interceder por um serviçal? O doutor Lucas é mais acurado e conta que o centurião manda uma comitiva composta por anciãos judeus, de modo a suplicar a Jesus pela cura do seu servo. Quando o Mestre está se aproximando do seu endereço, chega outro grupo de amigos seus, com mais uma mensagem. Agora, ele manda dizer que não era digno de recebê-lo em sua casa, mas, que bastaria uma palavra sua e o seu servo seria imediatamente curado. O que levou Jesus a atender o pedido daquele comandante romano? Veremos a seguir algumas virtudes, as quais impressionaram sobremaneira a Cristo, de modo a impulsioná-lo a atender aquela petição.

Um grupo de anciãos insiste com Jesus para ajudar o centurião, lhe dizendo que ele era amigo dos judeus, inclusive, teria ajudado a construir uma sinagoga. Jesus observou que ele possuía uma boa reputação, a qual não se caracteriza por aquilo que afirmamos ser e sim pelo que os outros testificam a nosso respeito. Melhor ainda do que ter uma boa reputação diante dos homens é obtê-la diante de Deus. Só para refletirmos, como anda a minha e a sua? Mesmo sendo um alto representante do imperador romano, colocou-se como indigno de receber a Jesus em sua casa. Tinha autoridade, inclusive, para determinar o seu comparecimento, não obstante, se posicionou humildemente. Todo aquele que se humilhar, será exaltado! (Mt 23.12) Foi capaz de sentir a dor do seu criado, algo que o Mestre conhece muito bem, pois, a compaixão é inerente a sua natureza. Como o mundo está carente de pessoas cheias de compaixão! Gente que sinta a dor do vizinho (Mt 9.36; Lc 7.13; Mc 1.41). Como comandante militar, afirmou que os seus soldados o obedeciam fielmente, sem questioná-lo, como um dos

princípios intrínsecos a sua profissão, que é o exercício da autoridade. Acreditou fielmente que Jesus também a possui diante de quaisquer circunstâncias, em especial daquela enfermidade que atingia o seu criado. — “Basta uma palavra sua e ele será curado”. Que fé era aquela minha gente! (Is 43.13; Mt 8.27) Para o centurião, o seu criado não era apenas um executor de tarefas, mas, um ser humano digno de ser cuidado adequadamente. Jesus se identificou com ele, pois, sabe melhor do que ninguém o que significa amar o próximo, chegando ao ponto de dar a sua vida por ele (I Jo 3.16). A sua atitude altruísta deslumbrou o Senhor, tendo em vista que o centurião poderia ter agido de forma individualista, no entanto, priorizou a necessidade alheia. Deus se alegra quando nos importamos com o sofrimento dos outros, muito mais ainda quando nos mobilizamos para ajudá-los (Lc 10.30-37). Logo, o exemplo de vida daquele centurião ecoa pelos séculos e deve servir como inspiração para todos nós, principalmente, nos momentos em que estivermos passando por algum vendaval e necessitarmos do agir de Jesus. n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

A mensagem do Reino de Deus não pode ser combatida Edson Landi

pastor, colaborador de OJB

“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo, pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum” (At 28.30-31). “Sem impedimento algum” é a última frase do livro de Atos. É desta forma que Lucas conclui a narrativa sobre a expansão do Evangelho e os primeiros anos da Igreja de Jesus. Nos quatro Evangelhos e em Atos vemos que a mensagem do Evangelho sempre encontrou barreiras, lutas e perseguições. João Batista foi morto. Os apóstolos também. Paulo, após esse biênio em uma prisão domiciliar, foi executado a mando do Império Romano. Vemos, então, que os mensageiros sempre foram perseguidos e que muitos deles, homens e mulheres de Deus, foram mortos. Devemos compreender que quando lemos “sem impedimento algum”, é que Deus está nos ensinando que mesmo

Rubin Slobodticov

pastor, colaborador de OJB

O dia 25 de fevereiro é marcado como o Dia da Criação do Ministério das Comunicações. É um órgão do poder Executivo que destina-se a regular os serviços de radiodifusão, serviços postais, de telecomunicações e suas entidades vinculadas. Todo sistema correlato, inclusive a inclusão digital, está sob seus cuidados. O Ministro das Comunicações é o titular da pasta. Desde tempos antigos a comunicação consiste basicamente na (a) pessoa que comunica – o emissor; (b) no tipo de linguagem utilizada – a codificação; (c) no conteúdo propriamente dito – a mensagem ou o meio; e (d) na pessoa que a recebe – o receptor. A ineficiência ou quebra de um desses fatores causa ruído na comunicação, isto é, interferem na comunicação entre o que fala e o que ouve. Entre o emissor e o receptor são comuns os ruídos psicológicos e semânticos, porque cada um decodifica uma mensagem a seu gosto quando sob pressões naturais do meio em que vive. Por outro lado, os de ordem externa se relacionam com

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

diante de barreiras, lutas e perseguições, o Evangelho segue em frente. “Sem impedimento algum” quer dizer que nenhuma pessoa, nenhum governo, nenhuma lei, nenhum império pode deter a mensagem do Reino de Deus. O livro de Atos é concluído exatamente no ponto em que deveria terminar: mostrando que o Evangelho, que surge no deserto, com João Batista, está sendo pregado em Roma. E no final de sua carta aos Filipenses, vemos Paulo mencionar os cristãos da casa de César, ou seja, pessoas de dentro do império, poucos anos após a morte e ressurreição de Jesus, puderam conhecer e passar a seguir o Salvador (Fp 4.22). João Batista morreu, os apóstolos morreram, Paulo, Lutero, Calvino, Spurgeon, todos também partiram. Os missionários que nos trouxeram o Evangelho também. E nós, um dia, também partiremos. Todavia, a mensagem do Evangelho nunca morre. Ela continua e não pode jamais ser combatida. Os cristãos morrem, mas a mensagem continua formando novos cristãos. Os mensageiros morrem, mas a mensagem continua viva.

Podemos ser impedidos de pregar o Evangelho, mas a sua mensagem jamais

será combatida. Pois ninguém pode deter os planos de Deus. n

o ambiente físico de ambas as partes. O Ministério das Comunicações administra os aspectos externos da comunicação ao dar suporte a todos os tipos de transmissões de mensagens. Entretanto, é preciso estar atento para quem fala. Ao tempo dos profetas era comum a comunicação se referir a quem proferia a mensagem. A exemplo, Jeremias se comunica com os “pastores que destruíam e dispersavam as ovelhas de Deus”, e era enfático: quem diz isso “é o Senhor”. O conteúdo de sua comunicação era claro: “2 Portanto assim diz o Senhor Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. 3 E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão. 4 E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levan-

tarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. 6 Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. 7 Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;8 Mas: Vive o Senhor, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra” (ibid. 23: 1 a 8). Exemplos de comunicação direta entre o emissor e o receptor eram comuns AC como nos textos de Ezequiel 21.2-4; 13. 1-4. Entretanto, uma comunicação pode sofrer ruídos, como no caso da conversa entre Moisés, Arão à Faraó – ruído intelectual e psicológico, como se registra: “Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Respondeu Faraó: Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel” (Êx 5.1-2). Outro exemplo

digno de nota em comunicação que sofreu ruídos é o que narra o encontro de Isaías com sua própria gente, de modo direto e claro: “O Senhor diz: “Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens” (Is 29. 13). Todos os meios de comunicação devem ser preservados para que os conteúdos proferidos atinjam seus alvos, sem maiores embaraços. Neste passo, Jesus, o comunicador por excelência disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27); e, sem ruídos, Ele as conduz com segurança e vai adiante delas, ao assegurar que “elas o seguem porque reconhecem a sua voz, todavia de modo algum seguirão a um estranho; ao contrário, fugirão dele porque não conhecem a voz de estranhos” (Jo. 10.4). É importante discernir “quem” diz, e “quem ouve” o “conteúdo” em questão, para concluir se ele é ou não procedente. Todos os humanos podem raciocinar bem e fazer escolhas melhores para ter uma vida mais satisfatória. n

Fé é a certeza da redenção através de Jesus “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). O autor da Carta aos Hebreus definiu fé da seguinte maneira: “A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver” (Hb 11.1). O texto de Hebreus nos faz lembrar o episódio vivido por Tomé, quando reagiu firmemente à narrativa dos seus companheiros, que insistiam com ele sobre a realidade da ressur-

Comunicação sem ruídos

reição de Jesus. O Mestre quis ajudar Tomé e apareceu aos discípulos quando estavam todos reunidos. O Senhor desafiou Tomé, dizendo: “Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia” (Jo 20.27). Jesus Cristo continua nos ajudando, desenvolvendo em nós uma fé saudável e definitiva. O Mestre nos ensina a tocar Nele, utilizando os recursos da fé, que o Espírito Santo nos dá. Nosso exemplo é o da mulher enferma, que ficou curada, após sua atitude corajosa de “tocar em Jesus” (Mt 9:21-22).


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Há limites para a competência do indivíduo? Os Batistas e seus princípios Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek

pastor da Igreja Batista Marapendi - RJ

Um dos princípios mais caros aos Batistas é o da competência do indivíduo. Por ele, os Batistas ajudaram a cristalizar dois caríssimos conceitos da Modernidade: a liberdade e a responsabilidade. Ao afirmarmos a competência do indivíduo estamos expondo uma compreensão de que o ser humano é capaz de escolher seus caminhos e mais ainda, arcar com as responsabilidades advindas dessas opções. Mas a questão é: há um limite para essa liberdade humana que encontramos na competência do indivíduo? Quero sugerir a você, caro leitor, três limites, numa lista que não se esgota por si mesma. O primeiro deles, de caráter mais teológico, aponta para um limite à liberdade da humanidade como um todo. Se a História caminha para um ponto não crítico, mas Crístico, não pode caber ao ser humano decretar o final de sua espécie. O fim da História precisa acontecer pelo fim do desvelamento divino, pela chegada no ponto “ômega”, e não por um tropeço ou por um deslize humano. Entendo que mesmo que Deus permita (lembrando que a permissão de Deus é sua inação) que o ser humano dê fim à Sua Criação, isso terá mais feições de um processo do que de um acidente. O que estamos tentando afirmar é que, se pelo lado filosófico concordamos com a tese esboçada por John Locke, de que Deus, na Sua Soberania se autolimitou, pelo aspecto teológico precisamos reconhecer que nem Deus, nem a História se tornaram reféns da liberdade humana. Quando muito, a História é consequente dessa liberdade. Sim,

a liberdade humana está inclusa num diapasão, ou se preferir, num intervalo matemático. O segundo limite eu denomino aqui extratemporal. Sob essa classificação quero simplesmente defender que o que nos transcende, o que está para além da dimensão temporal não está sujeito a nós. Nós não “movemos o sobrenatural”, não temos como manipular o Eterno, nem tampouco o que está sob a égide da eternidade. A implicação prática deste segundo limite? Cremos, como Batistas, que somos incapazes de nos salvarmos. A nossa maior competência é, no final das contas, assumir a nossa total incompetência, o nosso fracasso. O indivíduo, portanto, não se salva, mas tem competência para escolher o caminho da salvação, para aceitar a Graça de Jesus. No dizer de Locke, “Deus mesmo não irá salvar alguém, a menos que este o queira”. O nosso limite se manifesta também na direção do outro. Ora, se alguém não consegue se salvar, muito menos ainda terá êxito em salvar um terceiro. Tal noção remete a algo claro e caro para os Batistas: o convencimento se dá pela ação do Espírito Santo e não pela imposição de alguém, de uma figura de autoridade ou mesmo do Estado. Isso é importante de ser assinalado. Ao contrário dos fundamentalistas, que desejam impor sua visão de mundo e inclusive forçar, por vezes a conversão alheia (um exemplo clássico disso na história recente foi o martírio de cristãos pelo ISIS), os Batistas respeitam a escolha individual, mesmo que discordemos dela. Inclusive defendemos o direito à liberdade religiosa, a outro tipo de culto (e aqui fomos além de Locke), mesmo que

discordemos do conjunto de crenças da religião do outro. Defesa do princípio da liberdade religiosa, herança do DNA Batista na modernidade, não significa amalgama de crença. Significa respeito ao outro e reconhecimento da mesma dignidade que temos no direito do outro em fazer suas escolhas. Importante salientar que essa questão fundamentalista não está restrita ao islamismo. Os cristãos tiveram momentos fundamentalistas na história. Os Batistas, vez por outra flertam com um fundamentalismo de verniz protestante. Relembro novamente Locke: “não cabe ao Estado se imiscuir nas questões espirituais/religiosas”. Devemos pregar o Evangelho, mas sempre à margem do Estado, jamais pelo Estado, como bem exemplificou Jesus. É a força do argumento e não o argumento da força… Para terminar, há um terceiro limite à competência do indivíduo: o que chamo aqui de intra-eclesial. Através dele quero defender a tese que, embora tenhamos preferências políticas, e alguns até filiação partidária, a Igreja é apartidária. Tenho dito na Igreja que pastoreio, que o partido do profeta é Deus e Sua Justiça. Diante disso, a convivência comunitária precisa transcorrer respeitando as diferenças de percepção política, sem, pelo menos no ambiente eclesiástico, demonizações de ideários de direita ou de esquerda. Somos competentes para exercer a nossa cidadania e para manifestar tolerância com a opinião divergente. Historicamente, sempre houve líderes Batistas progressistas e também conservadores. Na primeira metade do século XX, alguns dos maiores filósofos sociais defenderam a tese de que os

Batistas eram progressistas. Seu ideal de igualdade, sua forma de congregacionalismo, sua preocupação social e com a sociedade apontava para esse elogioso (sim, enquanto Ernst Troeltsch, por exemplo, criticava os presbiterianos, luteranos, ele rasgava elogios a nós Batistas) caminho. Talvez, porque como batistas levemos muito a sério, pelo menos nos nossos púlpitos, o desejo de reeditar a koinônica Igreja Primitiva. A experiência igualitária mais sensacional que o mundo viu, mas que durou somente três capítulos… Os Batistas, como denominação, não somos, nem devemos ser de direita, ou de esquerda. O dia que formos de algum lado, deixaremos de ser de Deus. É preciso respeitar a competência do outro, a liberdade do outro em fazer sua opção política. De igual modo é preciso evitar a perseguição alheia por conta de divergência política. É possível ser cristão de direita, assim como é possível ser cristão de esquerda. Se é desejável ou não, isso remete ao gosto, a preferência de cada um. Verdade é também que é mais comum encontrarmos os que são de posicionamento político de centro, ou mesmo de uma social democracia, como é o caso dos países (protestantes) da Escandinávia. No ambiente eclesiástico não somos de partidos. As facções são obras da carne (Gl 5.20). Na Igreja somos militantes da paz, que uma vez embebida na longanimidade, mansidão, domínio próprio e no amor (Gl 5.21-22), transborda em comunhão, vida e salvação (Jo 17.21) em nossas comunidades de fé. É primeiramente na vida da Igreja que nossa moderação, como dizia o apóstolo (Fp 4.5) deve ser conhecida. Que assim seja. n


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O século XXI e as mudanças na educação

Iolene Lima

professora, consultora educacional da Associação Nacional de Escolas Batistas

Vivemos um início de século XXI bem conturbado. Ninguém pediu, escolheu ou planejou a pandemia, mas ela chegou e desorientou o planeta. Desde os países mais desenvolvidos aos mais pobres, ninguém escapou do medo do contágio, da presença silenciosa do vírus ou da sensação de insegurança. Apesar de tantos estudos e pesquisas científicas avançadas em tantas áreas, fomos pegos de surpresa pela Covid-19. Estamos passando por momentos complexos, não é só a economia que foi brutalmente afetada. O efeito será sentido ainda por anos a fio se não houver uma velocidade maior de ações de recuperação e combate aos efeitos da pandemia. Uma nação próspera se constrói com bases sólidas na educação. Países que investiram em educação logo após a segunda grande guerra, por exemplo, alavancaram sua economia após uma década. Educação precede economia forte e melhor qualidade de vida. A falta de prioridade nela produz um círculo vicioso e causa impactos em todas as grandes áreas de uma nação. E a questão não é só investimento financeiro em pauta. Como assim, dinheiro não resolve os problemas? O Brasil é um dos países que mais investe em Educação. Segundo o relatório Aspectos Fiscais da Educação no Brasil, divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional, ligada ao Ministério da Fazenda, o país investe em educação pública cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), valor tido como superior à média de 5,5% destinada à área por parte

de países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados alcançados em sala e avaliados por estudos técnicos e comparativos internacionais, no entanto, deixam o Brasil entre os últimos colocados no que se refere ao desempenho escolar. Mas o que acontece então? Falta eficiência. Estudos feitos pelo INSPER mostram que a escolaridade do jovem brasileiro está uma geração atrás da escolaridade do chileno. Pelo cálculo realizado, a geração chilena nascida em 1964 atingiu a marca de dez anos de escolaridade, enquanto no Brasil essa média só foi atingida pela geração nascida em 1986. Ou seja, estamos falando de capital humano, importante e influenciador: estes pais exercerão influência menos positiva sobre seus filhos, algo que seria muito diferente se tivessem escolaridade maior. O país ainda sofre com a má formação docente, estágios pro forma, carga horária escolar inferior à de países desenvolvidos e ainda pouca valorização da educação infantil como primeiro segmento da educação básica. Quando se avalia a relação entre a despesa com os alunos e o retorno, nota-se que o resultado não é satisfatório. Colômbia, México, Peru e Chile têm gastos muito próximos aos do Brasil, com desempenho superior ao nosso. Uma das razões é que o Brasil gasta mais com ensino superior, praticamente a metade dos investimentos, enquanto a educação fundamental recebe investimento muito menor. Nem falamos da educação infantil, cujos investimentos são menores ainda. Mas, e agora, diante do cenário de caos causado pela pandemia? Obvia-

mente, a crise alcançou brutalmente a educação. Fomos o único país do mundo a manter as escolas fechadas por tantos meses. Vimos leis, decretos e planos abrindo e priorizando shoppings, bares e restaurantes e mantendo escolas trancadas. Praias lotadas e escolas fechadas. Que mensagem na verdade estamos passando? O vírus chega na escola, mas não entra nas praias e no comércio? A pandemia apenas potencializou ou explicitou a defasagem do modelo educacional brasileiro, nosso analfabetismo digital ficou visível. A Covid-19 trouxe consigo o isolamento social e com ele mudança de paradigmas chegaram. A velocidade rumo ao mundo digital acelerou. Pelo simples fato de o isolamento social ter obrigado o mundo a se adaptar às formas digitais de trabalhar, ensinar, aprender e interagir. E nossa reação? Dezenas de cidades brasileiras, em diferentes estados, cancelaram o ano letivo de 2020 pois não conseguiram trabalhar nada com seus estudantes... nada. Nenhuma aula online, cartilha ou material impresso, nenhuma aula via rádio ou outra mídia. Que efeito isso causará em uma década? Uma questão a se pontuar é a desigualdade gigante entre os sistemas públicos e privados da educação básica - e a própria distância social entre as famílias dos estudantes. Enquanto alunos de escolas particulares aprendem por meio de diversos recursos e estratégias combinadas, como vídeo ao vivo ou gravado, envio de tarefas, mentoria e sessões em grupos menores para tirar dúvidas, muitos estudantes das escolas públicas sequer têm acesso à internet. Ano letivo cancelado, que lástima e que vergonha nacional.

Professores tentando fazer uma aula diferente, por meio virtual, sem nunca terem estudado sobre isso. Os cursos de licenciatura, em sua maioria, não abordam práticas digitais. A má formação docente ficou explícita e nossos mestres sentiram-se muitas vezes de mãos atadas. Pouco se faz na nação pela formação de bons professores. Alguns países já tinham investido mais na formação tecnológica de professores, entretanto, o Brasil ainda não. A rede privada saiu na frente, mobilizou professores, gestores, técnicos e garantiu escolarização, sem prédios ou salas físicas aos seus estudantes. Mas, mesmo essa rede ainda sofreu. Em muitos locais vimos escolas preparadas, com todos os protocolos sanitários, impedidas de retornar. Algumas redes se uniram e investiram em formação docente voltada à tecnologia, resposta frente a necessidade emergencial. Estamos agora diante do retorno presencial em diversos locais; alunos voltando, professores preparando aulas mais dinâmicas, pois aprenderam que o virtual chegou para ficar. O famoso mundo híbrido. Alguns historiadores já estão dizendo que de fato entramos no século XXI agora, em 2020. Um marco para a humanidade, de dor, tristeza, de luto, mas também de aprendizagens e superação. Toda crise é uma oportunidade para aprendermos algo novo, para sairmos do status confortável. Porém, as crises ensinam aos que estão abertos ao novo, que aceitam a condição de mudança. O mundo mudou, e a escola nunca mais será a mesma. Bem-vindo, ano letivo de 2021! Que as novas relações nos levem além, rumo a tempos melhores. n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

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Radicais se formam para atuar em São Paulo e no Cerrado do Brasil

Formatura é tempo de festa! A pandemia não impediu os estudos e mais irmãos estão preparados para viver o campo missionário. Os Radicais São Paulo e os Radicais no Cerrado se formaram com uma celebração online, durante a Sala de Oração, em momentos de muita alegria, comemoração e oração. A 2ª turma de radicais no cerrado se formou no dia 2 de fevereiro e os seis

alunos estão oficialmente prontos para servirem ao Senhor no Cerrado do país, diretamente com a plantação e a revitalização de Igrejas no estado de Goiás. O momento foi de consagração e dedicação de vidas. Uma das alunas, Ruth Ane, vai trabalhar no município de Goianésia e não esconde a animação para a nova etapa que se inicia: “Quando criança, eu via

meus pais trabalhando com plantação de Igreja e sempre tive esse amor no meu coração e curiosidade por conhecer mais. Quando eu soube que ia ter em Goiás, eu fiquei encantada e comecei a orar”, conta a jovem, que já foi Radical Cristolândia. A formatura dos Radicais São Paulo, no dia 4 de fevereiro, foi igualmente um tempo de muita emoção, já que 36 irmãos e irmãs avançaram para uma nova etapa de suas vidas, em diferentes localidades do estado de São Paulo. Um dos alunos, Maurino Chaves, tem 78 anos e um coração que arde pela proclamação do Evangelho e pela plantação

de Igrejas: “Não podemos parar! Temos que continuar! Enquanto tivermos vida, vamos trabalhar para Jesus”, conta ele, animado com a formatura. Diretor Executivo de Missões Nacionais, pastor Fernando Brandão, também compartilha dessa alegria: “Eu me alegro muito e louvo a Deus por esse momento. Para mim, é um presente de aniversário. Deus está me dando a graça de, no dia do meu aniversário, como diretor de Missões Nacionais, nomear um missionário radical de 78 anos de idade”, comenta o pastor Fernando. Louvado seja Deus pelos novos radicais para o campo missionário! n


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O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

Convenção Batista Goiana realiza sua primeira Assembleia virtual

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Assembleia regular estava agendada para abril de 2020.

Marcos José Rodrigues

pastor da Congregação Batista Betel do Vivian Parque, em Anápolis - GO (Ministério da PIB em Anápolis - GO)

No dia 28 de novembro de 2020, a Convenção Batista Goiana (CBG) realizou a sua primeira Assembleia Extraordinária na modalidade virtual. O evento ocorreu no escritório da CBG e sede do Seminário Teológico Batista Goiano (STBG), e foi transmitido pela internet através do aplicativo Zoom. Na oportunidade foram prorrogados os mandatos da diretoria e do conselho da CBG até 30 de abril de 2021. A Assembleia regular estava agendada para abril de 2020, mas, em virtude das intercorrências geradas pela pandemia de coronavírus (Covid-19) ficou suspensa até a realização desta Assembleia, que cumpriu o propósito de nomear a diretoria e representantes da denominação no estado de Goiás. Os atuais impactos da pandemia em todo mundo já são percebidos na dinâmica litúrgica e administrativa das Igrejas, e agora também das organizações. Para que se respeitassem todas as normas legais e jurídicas, e seguir todos os protocolos de segurança no estado de Goiás, uma megaoperação administrativa foi montada para a realização da

Parte da equipe de trabalho da 1ª assembleia virtual da CBG primeira Assembleia Extraordinária da CBG na modalidade virtual. A fim de garantir o sucesso desta Assembleia, o pastor Carlos Enrique Santana Rocha, atual presidente da CBG, se valeu dos diversos recursos tecnológicos materiais e humanos da Convenção. Para atender todas as demandas que um evento desse porte exige, e suprir eventuais necessidades, o pastor empregou toda a infraestrutura existente do escritório da CBG e das dependências da sede do STBG. Foi criada uma equipe multidisciplinar composta por líderes da denominação e por voluntários das Igrejas de diferentes áreas do conhecimento técnico. Para a realização desta primeira Assembleia Virtual, a CBG contou com a se-

Resultado da votação para a Diretoria da CBG.

guinte plêiade de notáveis: os pastores Carlos Enrique Santana Rocha, Newton César Previtalli Bastos, Marcos José Rodrigues, Magner Ribeiro de Araújo e Fernando Lemos de Araújo; Tatiana Silva Souza Freira, Reabias Calixto Freira, Anderson Moreira Paiva, Guilherme Ávilla Silva, Ana Cristina Maia Jacinto Oliveira, Maria Sebastiana Francisca da Silva e doutor Cícero Gomes Lage. “Portanto, dai a cada um o que deveis: (...) a quem honra, honra” (Rm 13.7). Merece destaque especial o talento e o trabalho realizado pelo pastor Newton César Previtalli Bastos, secretário-executivo da Ordem de Pastores Batistas do Brasil - seção Goiás; ele cuidou dos mínimos detalhes para que tudo fosse

bem-sucedido. O resultado superou as expectativas. Era necessário, para a realização desta Assembleia, o quórum de 30 Igrejas inscritas. Mais de 60 se inscreveram e tivemos a participação de mais de 100 pessoas. Louvamos a Deus pela cooperação de todos que se desdobraram para auxiliar a nossa instituição a se adequar as novas tecnologias e promover a sua primeira Assembleia Extraordinária na modalidade virtual. Parabéns, diretoria da CBG, pela realização da sua primeira Assembleia Extraordinária virtual. Parabéns também a todos os irmãos que cooperaram com esse importante dever jurídico e moral. Que Deus a todos abençoe! Amém. n

Pr. Fausto Aguiar de Vasconcelos celebra 48° aniversário de ministério pastoral Concílio aconteceu em 1973, no Rio de Janeiro - RJ.

Estevão Júlio

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

O pastor Fausto Aguiar de Vasconcelos, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) e pastor da Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo - SP, comemorou seu 48° aniversário de consagração ao ministério pastoral no dia 17 de fevereiro, em uma publicação em seu perfil no Facebook. A celebração aconteceu no dia 17 de fevereiro de 1973, na Primeira Igreja Batista em Copacabana - RJ. Na publicação, agradeceu ao Senhor pela parceria de sua família. “Rendo graças ao Senhor pela parceria dedicada e completa da Dione, bem assim das nossas filhas, Diane e Denise, do nosso genro, ‘Zinho’ e dos nossos netos, Theodoro e Otto”, escreveu o pastor. Ele também lembrou das Igrejas que

A Posse aconteceu no dia 17 de fevereiro na PIB em Copacabana - RJ pastoreou. “Louvo a Deus pelo amor e respeito dos rebanhos que Ele me confiou ao longo destes 48 anos: Primeira Igreja Batista em Copacabana-RJ; Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro-RJ; e atualmente a Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo-SP”, completou. Os Batistas do Brasil e do mundo

também foram citados. “E também pela oportunidade e o privilégio de servir a nossa família Batista no Brasil e no exterior.”. Esta é a nona vez que o pastor Fausto preside a Convenção Batista Brasileira. Na Aliança Batista Mundial, atuou como diretor da Divisão de Missão, Evangelização e Reflexão Teológica durante 10 anos (2006-2016).

No fim da publicação, pastor Fausto citou o texto bíblico que está em Atos 20.24: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus”. n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21 ARTE & CULTURA

Gerência de Arte e Esporte da CBM lança o dia do Artista e Atleta Batista Diversos artistas participaram do lançamento. O dia 6 de Fevereiro é agora oficialmente o dia do Artista e Atleta Batista mineiro. O marco do lançamento oficial, da data, foi comemorado com uma “live”, com participações de artistas e atletas que representaram as categorias relacionadas. A “live” aconteceu às 17:00 e foi transmitida através do portal de comunicação da Convenção Batista Mineira (CBM), com apoio técnico de Fabiano, do DECOM A abertura através da oração de consagração do evento, se deu através da participação do nosso presidente da CBM, pastor Samuel Amaro, querido irmão e forte apoiador das causas esportivas e culturais. Nossos convidados especiais foram: Marcelo Lipatin, ex jogador profissional internacional, agente de jogadores e atual presidente nacional dos Atletas de Cristo; Marcelo Moraes, Mestre em Artes Marciais; André Milano, ator profissional, bonequeiro e produtor artístico; Breno Martins, ator profissional, professor e produtor teatral e Paulo César, cantor, compositor e líder do ministério, Grupo Logos. Também tivemos a participação do Pr Enio, artista ventriloquista, e do Pr Fernando, você presidente da ABN e irmão, Joaquim, atual presidente da Associação Batista Portuguesa, fiéis parceiros em ministério. O evento foi uma benção! Tratamos sobre a importância do bom uso das artes e esportes na cooperação do ministério da igreja local e sua extensão na comunidade local. A live ficou gravada no canal de YouTube da CBM. Não perca a oportunidade de assistir e compartilhar. Esperamos que com a criação dessa data comemorativa, possamos sempre lembrar e glorificar a Deus, pelas vidas dos nossos queridos irmãos e irmãs talentosos; e que possamos juntos, motivar mais vidas a serem desafiadas, a fazerem sempre bom uso dos seus dons e talentos nessas áreas. Começaremos agora a propagar a comemoração dessa data, entre todas as nossas convenções Batistas do nosso país e, influenciar também a nossa grande família Batista global. Aguarde mais informações sobre futuras ações sobre essa data. Pro-

cure os seus atletas e artistas e, os motivem a apresentar sempre o melhor dos seus talentos para a glória de Deus. Grato mais uma vez, ao pastor Márcio Santos, executivo e equipe da convenção Batista Mineira, por nos apoiar no desenvolver da nossa gerência de Arte Cultura, Esporte e Recreação da CBM.

Grato também ao pastor Sócrates, de O Jornal Batista, pela paciência e nosso Executivo da CBB e equipe, por parceria.  n me dar a oportunidade de criar e manter nossa coluna de Arte e Cultura por Escreva para Arte e Cultura: mais de 7 anos, sempre promovendo Arte e Cultura da CBB a multiplicação dos dons e talentos Roberto Maranhão entre os nossos artistas e atletas da Gerência de Arte, Cultura, nossa denominação Batista. Esporte e Recreação da CBB. Grato também, ao amado irmão, marapuppet@hotmail.com Estevão e equipe de comunicação, WhatsApp: +55 (31) 99530-5870


MISSÕES MUNDIAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

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Kids 365 com Jesus Ana Jhuly Stellet

Redação de Missões Mundiais

O Kids 365 com Jesus é um projeto de oração de Missões Mundiais, que envolve crianças do Brasil e do mundo inteiro, todos os dias do ano de 2021, para assim fortalecer a obra missionária entre os pequeninos. Todo dia, uma criança intercede da maneira mais pura e sincera para levar as suas orações aos pés do Senhor. Uma criança brasileira que esteja no Brasil, ou não, e crianças estrangeiras, que fazem parte dos projetos de Missões Mundiais ao redor do mundo. “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22.6). Além de ser uma forma de mostrar aos meninos e meninas o caminho da Verdade e a Vida, que é Jesus, é também uma oportunidade de mostrar que existem crianças de todo o mundo fazendo missões e para que os responsáveis das crianças incentivem o coração missionário desde cedo aos pequeninos. Contamos com o seu envolvimento e apoio para que mais crianças, jovens e adultos orem por missões e se envolvam com o que Deus está fazendo no mundo.

Tem criança em casa que deseja orar com a gente? Basta enviar um e-mail para promocao@jmm.org.br para receber as orientações necessárias e ter o seu vídeo publicado. Os vídeos são disponibilizados todos os dias, pela manhã, em todas as plata-

formas de mídias de Missões Mundiais. No Youtube, você encontra a playlist ‘Kids 365 com Jesus’ com todos os vídeos desde o primeiro dia do ano. Todo dia você ora com Missões Mundiais por meio das mídias sociais! Aproveite para:

Curtir nossa página no Facebook Seguir nossa conta no Instagram Inscrever-se no Canal JMM no Youtube Curta, compartilhe, comente e ore junto com o Kids 365 com Jesus neste 2021. n

Filha de missionários comemora batismo de amigo que ajudou a discipular

Pr. Rawderson Rangel batizou Milton no dia 31 de janeiro Anne Rangel (19 anos)

filha dos missionários Rawderson e Mayre Rangel

Gostaria de compartilhar com vocês uma grande bênção. Eu me mudei para Maputo, a capital de Moçambique, em agosto de 2019. Desde esse tempo até o começo da pandemia, eu comecei a me aproximar de um dos meus colegas da escola, o Milton. Assim como meus pais haviam me ensinado, eu sempre procurava oportunidades de falar sobre o Evangelho para as pessoas. Nem to-

dos se interessavam, é claro, mas ele começou a fazer várias perguntas e a se interessar muito pela Bíblia. O tempo foi passando e algumas semanas depois ele já havia aceitado a Jesus e, em companhia de mais uma amiga, passávamos os recreios estudando a Palavra. Porém, veio a pandemia e tudo mudou drasticamente. Todos nós começamos a nos isolar e o apoio que tínhamos antes não existia mais. Deus, no entanto, foi trabalhando em meu coração e me mostrando que não havia

tantos empecilhos como eu pensava. Retomamos os nossos estudos, só que dessa vez pelo WhatsApp. Passamos o ano estudando a Bíblia e crescendo juntos. Depois de algum tempo voltamos a ter cultos presenciais e o Milton começou a frequentar a Igreja e a fazer o discipulado para o batismo. Durante o ano de 2020, Deus transformou a vida do Milton. Ele parou de viver como o mundo e a se deixar influenciar por más companhias. Meu amigo começou a falar do amor de Deus a todos. Graças ao nosso Senhor, o seu

interesse por Cristo é verdadeiro e sua vida foi completamente transformada. Hoje posso dizer, com muita alegria, que temos um novo irmão em Cristo, que é apaixonado pelo Evangelho e deseja seguir a Jesus pelo resto da vida. E como testemunho público da sua transformação e do seu desejo de viver por Cristo, ele foi batizado no dia 31 de janeiro, bem no meu aniversário! Louvem a Deus comigo pela vida do Milton! Estejam orando por ele, para que Deus possa usá-lo para a honra e glória do nome dEle! n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

Convenção Batista Alagoana promove primeira reunião ordinária do Conselho em 2021 Reunião chegou a ter 100% da participação dos conselheiros. Extraído do site oficial da Convenção Batista Alagoana (convencaobatistaalagoana.com.br) No dia 12 de fevereiro, uma sexta-feira, foi realizada a primeira reunião do Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Alagoana (CBAL). Por medida de segurança, devido a pandemia do novo coronavírus, desde o ano de 2020, as reuniões têm acontecido de forma virtual, através do aplicativo ZOOM. A reunião foi presidida pelo pastor João Tertuliano e contou com uma boa participação, chegando a ter 100% dos conselheiros. A primeira reunião ordinária do ano é muito importante, e neste ano ainda mais, por conta de várias decisões que precisavam ser tomadas, sendo a maioria relacionada à programação, para a

sim seja tomada uma decisão definitiva. O Conselho de Planejamento e Coordenação da CBAL é composto por uma diretoria eleita em Assembleia Geral, realizada ordinariamente uma vez ao ano e formam este Conselho: os presidentes das cinco Associações Regionais de Igrejas Batistas (Centro Oriental, Sul Agreste, Sertaneja, Litorânea e Associação das Igrejas Batistas de Maceió - ASSIBAM), representantes das entidades da CBAL: Juventude Batista Alagoana (JUBAL); União Missionária de Homens Batistas de Alagoas (UMHBAL); União Feminina Missionária Batista de Alagoas (UFMBAL) e Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Alagoas (OPBB-AL), e também pessoas indicadas em plenárealização da 100ª Assembleia Geral da próximas semanas, fará uma análise da rio durante a Assembleia Geral. Desta Convenção Batista Alagoana. Foi deci- atual situação e apresentará as possibili- forma, todas as Igrejas e os Batistas do dido que a diretoria da Convenção, nas dades viáveis ao Conselho, para que as- estado são representados. n

Igreja Batista em Águas Claras, em Itaperuna - RJ, chega ao Centenário Celebração foi marcada por diversas homenagens.

Igreja foi organizada no dia 25 de janeiro de 1921, com 40 membros Roberto Edmar Torres

pastor presidente da Igreja Batista em Águas Claras, em Itaperuna -RJ

No dia 31 de janeiro de 2021, a Igreja Batista em Águas Claras, situada na zona rural de Itaperuna-RJ, ofereceu o culto solene de gratidão ao Senhor Jesus Cristo pelo seu Centenário. O tema da celebração foi “Igreja Batista em Águas Claras - 100 anos compartilhando Graça e Misericórdia”. A programação contou com as participações do Coro Integração, Grupo

de Jovens e Ministério de Louvor, todos da Igreja Batista em Águas Claras-RJ. O preletor foi o pastor Roberto Edmar Torres, atual pastor da Igreja. Diversas homenagens foram feitas. O irmão Josias Godoy representou o pastor Jocis Godoy, que por 38 anos foi o líder espiritual desta Igreja. O pastor Alan Gonçalves, que também pastoreou esta casa também foi homenageado. A Igreja também lembrou do irmão Acelio, primeiro vice-presidente, e sua família no momento das homenagens, e seu atual pastor, Roberto Edmar Torres, foi presenteado

com uma placa de reconhecimento. Também recebemos em nosso aniversário o pastor Waxuel Pereira Rodrigues, atual presidente da Associação Batista no Extremo Norte Fluminense (ABENF), que recebeu um certificado de reconhecimento em nome da Associação. A IGREJA Foi organizada pela Igreja Batista em Monções (atualmente Primeira Igreja Batista em Italva-RJ), em 25 de janeiro de 1921, com 40 membros. Fazemos parte da Convenção Batista Brasileira

(CBB), Convenção Batista Fluminense (CBF) e Associação Batista no Extremo Norte Fluminense (ABENF). Agradecemos a Deus pelos pastores que Ele nos deu: Alfredo Joaquim dos Reis, Virgílio Faria, Elias Portes Filho, Francisco Ribeiro da Silva, Adelmo Coelho, Francisco Roza e Josué Garcia de Cerqueira (todos in memoriam); Jocis Godoy (por 38 anos), Álvaro Cabral da Silva, Ilson Nunes do Nascimento, Luiz Henrique Faria Mendel, Alan Gonçalves Santos e Roberto Edmar Torres (atual). A Deus toda glória e honra. n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

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OBITUÁRIO

Faleceu o missionário e professor Houston Herman Greenhaw Eddy Hallock

cunhado de Houston Greenhaw

Dr., casado com a professora Charla Hallock, chegaram ao Brasil no ano de 1980. Charla, filha dos missionários Edgar Francis Hallock e Zelma Hallock, nascida e criada no Brasil, com Mestrado em piano, começou logo a trabalhar nas Igrejas em Campinas-SP enquanto seu marido aprendia a língua portuguesa. Depois de passarem seus primeiros seis meses em Campinas-SP mudaram-se para São Paulo-SP, onde o pastor Houston lecionou na Faculdade Teológica de São Paulo. Durante cinco anos ensinou Teologia do Antigo Testamento e Hermenêutica num ministério que se tornou profícuo e abençoador. Juntos auxiliaram o ministério da Igreja Batista de Perdizes-SP e iniciaram uma Congregação a alguma distância da Igreja mãe. Em 1986 foram convidados para ensinarem no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB), no Recife-PE, onde permaneceram até o ano de 2003. Dr. Houston ensinou Teologia Bíblica, Teologia do Antigo e Novo Tes-

tamento e a professora Charla ensinou piano a graduados, como também culto e adoração. O casal missionário também trabalhou nas penitenciárias de Recife por muitos anos onde construíram uma capela Batista no Barreto Campelo, com ajuda de uma equipe de americanos e dos presos. O batistério foi construído ao lado do templo e foi grande testemunho para muitos. Após a sua aposentadoria, decidiram regressar para o Recife onde continuaram ensinando no seminário e começaram uma Igreja no seu apartamento em Boa Viagem. Voltaram para os Estados Unidos e começaram uma Igreja Hispana, pastoreada por Houston durante os últimos 15 anos. Pastor Houston foi atingido pela Covid-19. Depois de duas semanas no hospital, seus pulmões não reagiram o suficiente e ele passou para um relacionamento eterno com Deus por intermédio de Jesus Cristo. Nós sofremos a partida do nosso querido marido, pai, avô, pastor, irmão, cunhado, amigo de todos. Foi um homem norte-americano que amou o Brasil e o brasileiro de coração. n

Neiva de Souza Simões, um exemplo de fé Haroldo Tavares de Sá

pastor da Igreja Batista Novo Tempo no Parque Cruzeiro do Sul - SP

Na manhã de 20 de janeiro de 2021 aprouve ao nosso Senhor levar a diaconisa e fundadora de nossa Igreja, nossa querida Neiva de Souza Simões. Acometida pela Covid-19, ela estava hospitalizada desde o dia 8 do mesmo mês. A irmã Neiva foi batizada em 01de julho de 1995, pelo saudoso pastor Onésimo Nunes de Lima. Juntamente o seu esposo, o diácono Plínio Simões (in memoriam), num esforço voluntário e completamente independente, incansável, liderava a cozinha fazendo marmitas que eram distribuídas a moradores de rua.

Em 2012, como parte de um programa que visava incentivar as boas qualidades da Igreja, foi escolhida como representante da hospitalidade, tornando-se guardiã desta virtude. Em 2016 foi eleita como diaconisa, ministério que sempre exerceu com zelo, dedicação, sabedoria, socorrendo muitos enfermos e necessitados. Aos familiares, nossos mais profundos sentimentos. Nossa oração agora pede ao Pai Eterno a doce consolação do seu Espírito Santo, contudo, também agradecemos o privilégio e grande bênção que Ele nos deu por termos convivido com a irmã Neiva por mais de 25 anos. Seu exemplo de fé, que em muito nos inspira, sempre será lembrado. Seu sorriso e seu carinho marcantes nunca serão esquecidos. n


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PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21 FÉ PARA HOJE

As nossas inconstâncias e como podemos vencê-las Oswaldo Luiz Gomes Jacob Creio que nós estamos vivendo o tempo das inconstâncias na fé, nos relacionamentos, na palavra dada, nas tarefas delegadas, na mordomia financeira, na assiduidade e pontualidade. É impressionante como as pessoas relegam o Senhor a segundo plano com facilidade. Ele não tem sido mais a prioridade na vida de muita gente que entra e sai dos templos. Creio essas inconstâncias ocorrem em função de interesses na vida pessoal e familiar. Quando Deus é periférico, Ele gira em torno das coisas. Ele assume um papel de irrelevância na vida. As inconstâncias produzem fraturas na fé, nos relacionamentos, nos compromissos pessoais e familiares; no andamento dos trabalhos no Reino, na administração financeira, e na falta de compromisso, quando vão, com o horário estabelecido. As inconstâncias são fruto da falta de foco nas coisas essenciais. Geralmente, se tem focado, concentrado a atenção, no progresso material e não no espiritual. A teologia da prosperidade tem sido a prioridade na vida de muitos

membros de Igreja. A dispersão, característica do nosso tempo pós-moderno, tem dinamizado as inconstâncias na vida. As pessoas de coração dividido geralmente são inconstantes em seus caminhos (Tg 1.8). Elas são marcadas pela volubilidade e movidas pela falta de interesse no Reino de Deus e no compromisso de pregar o Evangelho, de testemunhar a fé na suficiência de Cristo. A palavra e a vida do cristão são uma coisa só. Não são compartimentos estanques, separados. Há unidade na personalidade do cristão autêntico. Este é tomado pelo temor e tremor do Senhor, procurando sempre cumprir os seus compromissos na Comunidade do Reino. Ele o faz com muito prazer. Na verdade, ele tem prazer em Deus, está satisfeito nEle. Vejamos o testemunho paulino acerca da mudança que ele experimentou da condição de religioso para a convicção de um cristão comprometido: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino (I Co 13.11). A inconstância é um traço bem claro da meninice. A

constância pertence a uma pessoa com maturidade. O cristão maduro (aqui é uma redundância) procura sempre ser responsável e constante em todas as suas atitudes e ações dentro e fora da família. O Senhor, que o criou e o salvou em Cristo Jesus, é sempre a sua prioridade e determina o seu comportamento. Ele busca o Reino de Deus em primeiro lugar, sabendo que as outras coisas hão de ser acrescentadas (Mt 6.33). O seu coração descansa na fidelidade de Deus. Paulo nos exorta: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que no Senhor o vosso trabalho não é vão” (I Co 15.58). Não se pode compreender cristãos inconstantes, sem compromisso com o Senhor, que não cumprem a palavra dada, faltam naturalmente aos trabalhos eclesiásticos ou da Igreja, não têm firmeza na fé, não dão testemunho corajoso do Evangelho, não são fiéis nas contribuições; e quando vão à Igreja, chegam atrasados. Muitos deles não têm vida devocional pela meditação nas Escrituras e pela oração. Não são gratos pela

salvação, pela vida, sustento, trabalho, família, Igreja e pelo país onde vivem. Só podemos vencer as nossas inconstâncias quando Cristo Jesus se torna o centro das nossas vidas. As nossas audiências pessoais, familiares e públicas com o Senhor são definidas pelo nosso amor a Ele. Este amor nos leva ao temor e ao tremor. Eles produzem constância em nossos variados compromissos. A perseverança dos cristãos se dá em seu relacionamento com o Senhor e com o próximo. Que o Pai nos livre das inconstâncias da vida! Que o nosso coração seja tomado por Ele a cada dia! Com isso, seremos movidos a viver uma vida que glorifica a Deus (I Co 10.31). Poderemos cultuá-lo no Espírito e em verdade (Jo 4.24). Será um culto racional, lógico (Rm 12.1,2). Constantes no Senhor, não amaremos mais o mundo (sistema escravizador e mortal) e nem o que há nele (I Jo 2.15-17). Satisfeitos no Senhor, venceremos as inconstâncias que nos seduzem. Crucificados e mortos com Cristo, viveremos uma vida ressurreta e frutífera para a Glória de Deus Pai. n

O ministério do Espírito Santo José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB

Para uma Igreja que havia deixado de olhar para a cruz, que estava dividida, que valorizava mais o mensageiro do que propriamente a mensagem proclamada, era necessário que eles atentassem para o ministério do Espírito Santo. Sem a ação do Espírito Santo não haveria nenhum crente e nenhuma Igreja existiria. O escritor Francis Chan, em sua obra “O Deus esquecido”, afirma: “Se eu fosse satanás e meu objetivo final fosse frustrar os propósitos de Deus e seu reino, uma das minhas principais estratégias seria levar os frequentadores da igreja a ignorar o Espírito Santo”. O que o apóstolo Paulo ensina acerca do Espírito Santo? Vamos elencar alguns pontos para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, o Espírito de Deus

habita o crente (I Co 2.12). Que privilégio nós, os cristãos, temos - ser habitação do Espírito de Deus. No momento em que cremos em Jesus Cristo e o recebemos como Senhor e salvador de nossa vida, o Espírito Santo passa a morar permanentemente em nosso ser. Ao entrar em nossa vida, somos selados por Ele (Ef 1.13), que nos capacita a viver para Cristo e fazer Sua vontade (Gl 5.16) e nos confere dons espirituais (I Co 12.11). Em segundo lugar, o Espírito Santo nos leva a ter um conhecimento realmente íntimo de Deus (I Co 2.11). Uma coisa é saber pelo viés intelectual os atributos de Deus, a maneira como Ele se relaciona com o homem e o universo, e outra, completamente diferente, é ter um relacionamento de intimidade com Deus. Paulo, neste verso, combate o pensamento do filósofo helenista Filo, que preconizava a ideia de que o espíri-

to humano pode conhecer a intimidade do divino. Paulo diverge e assinala que somente o Espírito Santo pode tornar conhecidas as coisas de Deus. É o Espírito de Deus quem nos revela a pessoa de Deus. O reverendo Hernandes Dias Lopes diz: “Só o Espírito Santo, que é Deus, conhece a Deus plenamente e revela Deus para nós por intermédio da Sua Palavra”. Em terceiro lugar, o Espírito Santo ensina o crente (I Co 2.13). O apóstolo Paulo está ensinando a Igreja de Corinto que o Espírito Santo capacita, ensina os salvos a proclamarem o Evangelho. Essa é uma das facetas mais lindas do Espírito de Deus. Ele ensina o crente. O que Ele nos ensina? O Espírito Santo de Deus nos ensina a sermos mais mansos. Uma pessoa mansa está debaixo do controle de Deus. Manso é aquele que foi domesticado. Ele foi domesti-

cado pelo Espírito Santo, está sob sua autoridade e sob seu domínio. John MacArthur está correto quando afirma que “mansidão não significa impotência, mas domínio próprio”. Em último lugar, o Espírito Santo traz ao crente discernimento espiritual (I Co 2.14-16). Por que o homem natural não entende as coisas do Espírito de Deus? A razão é o evangelho e as coisas de Deus serem discernidas pela ótica do Espírito de Deus e não pela sabedoria humana. O crente com auxílio do Espírito de Deus passa a ter a mente de Cristo. O que significa ter a mente de Cristo? Warren Wiersbie nos dá uma bela resposta: “Ter “a mente de Cristo” significa encarar a vida do ponto de vista do Salvador, levando em consideração seus valores e desejos. Significa ter os pensamentos de Deus e não pensar da mesma forma que o mundo”. n


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 28/02/21

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OBSERVATÓRIO BATISTA

Igrejas e crentes pós pandemia - como será a volta? (parte 2) Lourenço Stelio Rega Vamos continuar a apresentar mais alguns detalhes que puderam ser obtidos no levantamento de indicativos sobre como será a visão e percepção em geral dos crentes na volta da quarentena, por meio de um questionário que disponibilizamos pela Internet há alguns meses, com mais de 3 mil respostas. Hoje vamos dedicar tempo em demonstrar como os respondentes reagiram com relação à sua ocupação com a mídia, seja televisiva, seja nas redes sociais, e buscar oferecer alguns indicadores que serão úteis a líderes, pastores e Igrejas para que se preparem adequadamente para receber os irmãos que ficaram por quase um ano sem a participação presencial nos cultos e atividades de suas Igrejas, que, aos poucos, já estão voltando a essas atividades.

• 39,4% Assistindo “lives” • 40,8% Assistindo filmes • 58,8% Estudo da Bíblia • 62,7% Trabalhando Buscando descobrir como as pessoas ocuparam seu tempo apresentamos a seguinte pergunta: “Quais as atividades/hobbies você mais tem praticado durante esse período? [Indique mais de uma resposta se necessário]”. • 29,2% Meditar • 38,1% Cozinhar • 44,8% Assistir streaming digitais [Netflix, Amazon Prime, HBO Go, Globoplay etc] • 54,1% Ler

Qual é o melhor período do dia em que você se sente bem? • 47,5% manhã Em média, quantas horas por dia você assistiu ou tem • 29,9% noite assistido televisão durante a quarentena? • 16% tarde • Não tenho assistido televisão: 18,4% • 6,5% madrugada • Menos de 1 hora: 26,1% • De 1 a 2 horas: 33,6% • De 3 a 4 horas: 16,8% • 5 horas ou mais: 5,1%

Então, o que você poderia deduzir sobre qual os melhores horários para os cultos e atendimentos virtuais? Quais os momentos em que a pessoa está mais disposta? E ainda vamos relembrar do que mencionamos no Em média quantas horas por dia você acessou ou tem artigo passado: “Somente para membros da Igreja (não acessado redes sociais/internet? para pastores) Você assistiu sermões, mensagens e/ou • Não tenho acessado: 0,8 exposições bíblicas de outros expositores além de seu • Menos de uma hora: 12% pastor? 85,8% para “SIM” e 14,2% para “NÃO”. • De 1 a 2 horas: 34,7% • De 3 a 4 horas: 31,3% • 5 ou mais horas: 21,2%

O que podemos aprender com estes indicadores? São diversas possibilidades para as quais precisamos estabelecer estratégias e ações. Em primeiro lugar é possível ver o deslocamento da atenção das pessoas para o mundo e alternativas Como você utilizou ou tem utilizado seu tempo duran- digitais, uma espécie de “virtualização do sagrado”. Isso te o isolamento? [Aponte os 5 primeiros em quantidade pode nos dar a pista de que a busca por informações, de tempo utilizada]. Considerando igual ou superior a estudos e até significação da vida e decisões começa 30% obtivemos: a deslocar do púlpito e até mesmo da fidelização de • 31,8% Dedicando tempo para reflexão pessoal apenas ao pastor da Igreja para outras fontes. Me parece • 32,2% Culto doméstico que agora as opções são variadas e terá a atenção quem • 33,8% Leitura de livros e/ou artigos vier mais atender as demandas da pessoa e saber utilizar • 37,3% Acessado redes sociais a mídia digital.

A partir disso, também será necessário refletir que a cultura eclesiástica criada sobre a autoridade do púlpito e do pregador/pastor/clero se fragiliza. Mas também que a demanda das pessoas poderá deslocar a preocupação temática para o campo da autoajuda, em que a pessoa poderá demandar mais a busca por um Deus-garçom-serviçal do que um Deus-Criador-Redentor-Restaurador. Então, o foco poderá ser a busca por atender as carências de seu projeto pessoal de vida no lugar de um projeto-de-Deus-para-sua-vida. Outra possibilidade, que não estava na pesquisa, mas já é notada, é que a cultura eclesiástica de centralização da vida e até da busca da significação da vida no templo e nas atividades nele centralizadas, bem como as estruturas eclesiásticas e, por que não, do Cristianismo circunscrito em apenas um dia da semana, se deslocam para o lar ou outro lugar, de modo que o templo deixa de ser o “lugar sagrado” [Teologia do Antigo Testamento especialmente] e outros locais passam a ser legitimados para a adoração e vivência do sagrado, como no lar, no escritório, no transporte público. Mas também aponta para uma linha temporal mais ampla alcançando qualquer dia da semana e, de certo modo, até podendo descongestionar o domingo, que de dia de descanso e celebração, acabou se tornando em dia de cansaço e agitação. Se considerarmos o tempo médio diário em que as pessoas têm passado nas redes sociais, poderemos notar que o maior peso fica entre 1 e 4 horas, mas 5 horas ou mais também é algo significativo. Então, a volta para o presencial não poderá mais desconsiderar o hábito do acesso ao digital. Portanto, as atividades híbridas (presenciais e virtuais) poderão ser a tônica no desenvolvimento do atendimento aos membros da Igreja, buscando a criatividade e os melhores recursos de modo que o digital deverá se tornar em área importante na orçamentação das Igrejas. O período em que a pessoa se sente melhor também deve ser considerado, pois significa que estará mais disposta a participar. Mas também dar suporte às pessoas, capacitação para interpretar a Bíblia, preparar seus próprios estudos bíblicos e devocionais e, mais uma vez, a autoridade única do púlpito/pregador/clero, fica em outro plano. Mas isso é bom, pois será a oportunidade para devolver ao crente o direito de acessar a Bíblia, compreendê-la etc. Outro importante indicador aponta para tratamento de temas que tragam solução e significação de vida para o crente para além das estruturas eclesiásticas, indicando que existe algo além do domingo, do templo, do púlpito, que é a vida diária de cada pessoa. Em outro artigo escrevi sobre a “Teologia da Segunda Feira” para explicar isso. Também a indicação de livros, artigos e outras leituras se tornará essencial, pois o crente tem descoberto que consegue estudar a Bíblia mesmo longe de seu pastor, da estrutura e atividades eclesiásticas. E aí aquele jargão de que a “igreja é a cara do seu pastor” fica fragilizado, mesmo porque quem é o cabeça da Igreja é Jesus Cristo, portanto a face da Igreja deverá ser a dele, de modo que, no planejamento da Igreja, em vez de a visão ser a do pastor, será colegiada em que o pastor será o líder da visão, em vez de ser seu proprietário ou o “homem” da visão. Isso inclui a necessidade de valorizar o engajamento de cada membro para exercer seus dons e talentos, mas também para participar da construção da visão e futuro da Igreja. Aliás, quando uma pessoa participa de algo fica mais fácil engajá-la. Já estou recebendo outras reflexões sobre esse tema pelo e-mail rega@batistas.org. Envie também suas percepções. n



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