ANO CXX EDIÇÃO 15 DOMINGO, 11.04.2021
R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA
FUNDADO EM 1901
Presidente da CBB recebe 1 dose da vacina contra a COVID-19 a
No dia 27 de março, o pastor Fausto Aguiar de Vasconcelos, presidente da CBB, e sua esposa, Dione Vasconcelos, receberam a primeira dose da vacina contra a COVID-19 em São Paulo. A notícia alegrou o coração dos Batistas brasileiros e esperamos que, em breve, toda a população brasileira seja imunizada. Confira a matéria na página 13.
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CB Alagoana promove sua 100a Assembleia ordinária online
Texto de Lourenço Rega diz que o mundo parou
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Associação Nacional de Escolas Batistas fala sobre o assunto pág. 05
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REFLEXÃO
O JORNAL BATISTA Domingo, 11/04/21
EDITORIAL
Ainda sobre a Páscoa
As sete últimas palavras de Jesus na cruz 1. “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). 2. “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). 3. “Mulher, eis aí teu filho... Então disse ao discípulo: eis aí a tua mãe” (Jo 19.26-27). 4. “Eli, Eli, lama sabactaní? Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Mt 27.46 e Mc15.34). 5. “Tenho sede” (Jo 19.28). 6. “Está consumado” (Jo 19.30). 7. “Pai, nas Tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23.46).
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). “Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa Páscoa, já foi sacrificado” (I Co 5.7). Jesus Cristo ressuscitou! Verdadeiramente ressuscitou! Tudo faz sentido!
e quem crê em MIM jamais terá sede” (6.35). “EU SOU A VIDEIRA VERDADEIRA, e Meu Pai é o viticultor” (15.1). “EU SOU A LUZ DO MUNDO; quem Me segue, de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida” (8.12). “EU SOU O BOM PASTOR; o Bom Pastor dá a Sua vida pelas ovelhas” (10.11). “EU SOU A PORTA das ovelhas. EU As sete afirmações “EU SOU” de SOU A PORTA; se alguém entrar por Mim, Jesus no Evangelho de João será salvo; entrará e sairá, e achará pas“EU SOU O PÃO DA VIDA; aquele que tagens” (10.7,9). “EU SOU O CAMINHO, E A VERDADE, vem a MIM, de modo algum terá fome,
E A VIDA; ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (14.6). “EU SOU RESSURREIÇÃO E A VIDA; quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em MIM, jamais morrerá. Crês tu isto?” (11.25-26) “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Coríntios 15.58). n Fausto Aguiar de Vasconcelos
presidente da CBB
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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida
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BILHETE DE SOROCABA
Dez motivos porque venho à EBD Pr. Julio Sanches Antes de iniciar os motivos porque venho à Escola Bíblica Dominical (EBD) é necessário compreender a essência desta melhor escola do planeta. O cristão que não participa da EBD se assemelha a um homem perdido que tem uma bússola na mão, mas, não sabe utilizá-la de forma correta. A Palavra de Deus é a bússola orientadora, por isso, um cristão deve valorizar a EBD por toda a vida. A cada passo de maturidade e vivência há maior necessidade de orientação para as escolhas corretas. Então, a Escola Bíblica Dominical (EBD) permite ao cristão os motivos para estudá-la: 1º Aprender, conhecer e prosseguir os ensinos de Jesus Cristo. “Conheça-
mos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os. 6.3a). 2º Buscar a santificação através da Palavra de Deus. “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo. 17.17). 3º Os ensinos e o envolvimento com a EBD permitem ao cristão desviar-se do pecado. “Escondi a Tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti” (Sl. 119.11). 4º A pessoa assídua na EBD fortalece o espírito e o crescimento espiritual. “Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Sl. 119.133). 5º Aprender a manejar bem a Palavra de Deus. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (II Tm. 2.15). 6º Buscar firmeza e constância na vida cristã em todos os momentos da vida. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co. 15.58). 7º Estar apto a instruir uns aos outros por exemplos e através da sua palavra. “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (II Tm. 3.16-17). 8º Construir o caráter cristão segundo a vontade de Deus. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma
geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo” (Fp. 2.15). 9º Alcançar a sabedoria e a maturidade cristã. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4.13). 10º Viver em união com a Igreja (nossos irmãos) no conhecimento da Palavra. “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Sl. 133.1). No mês de abril é comemorado o Dia da Escola Bíblica Dominical (EBD) e nesta data comemorativa foi apresentado apenas 10 motivos porque venho na EBD e na verdade existem vários outros motivos para estarmos apreendendo da palavra de Deus. n
Encontros notáveis - Série X Juvenal Netto
colaborador de OJB
Não é habitual nos seres humanos se sentirem confortáveis em depender da ajuda do outro, muito pelo contrário, o que não falta é lamento quando eles se veem nesta condição, em especial, aqueles mais altivos. Aqui nós descreveremos como a ajuda de alguns amigos foi substancial para o restabelecimento da saúde de um homem cuja enfermidade era incurável (Mateus 9.1-8; Marcos 2.1-12; Lucas 5.17-26). Os evangelhos sinóticos citam um fato ocorrido no momento em que Jesus pregava em casa, na cidade de Cafarnaum. Um grupo expressivo de pessoas soube da sua estadia ali e partiu para o local. A casa ficou tão cheia que não restava mais espaço para a entrada de mais ninguém, pois, até junto as portas de entrada estava ocupado. Nesse exato momento chegaram quatro homens
conduzindo um paralítico em uma cama. Eles acreditavam que se conseguissem chegar até Jesus, o seu amigo seria curado. Como não havia mais espaço em volta da casa, subiram no telhado e desceram a cama através de um buraco. Jesus fica admirado com tamanha demonstração de fé daqueles homens e disse: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2.5). Nesse episódio, Jesus deixa muito claro sobre qual seria a Sua missão na terra. Salvar os perdidos, pois, a única coisa que pode nos separar de Deus são os nossos pecados (Isaías 59.2). Para alguém que tem plenos poderes, qual seria a ação imediata diante de um homem que não conseguia sequer ficar de pé? Seria, provavelmente, essa: Filho, levante-se, a sua fé te curou. Para Jesus, a cura da sua alma era muito mais importante do que a cura física, por mais grave e dolorosa que pudesse ser, pois, aquela lhe concederia a
oportunidade de vencer a morte. Alguns escribas ali presentes o censuraram, apenas no pensamento, pois, não criam que Ele era Deus. Para aqueles que duvidaram e ainda duvidam até hoje sobre a divindade de Jesus, ao identificar os seus pensamentos, deu provas da sua onisciência, um dos atributos incomunicáveis de Deus. Para que saibam que o Filho do Homem tem autoridade (gr - exousia) não apenas para perdoar pecados, mas, para curar, disse ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para a sua casa” (Mc 2.11). Ele se levantou imediatamente e todos ficaram estupefatos. Que experiência vivenciaram aqueles cinco homens! Os quatro amigos foram tremendamente abençoados, pois, tiveram o grande privilégio de serem instrumentos nas mãos do Eterno para transformação de uma vida. Ao mesmo tempo, em que testificaram sobre a autoridade de Jesus e Sua divindade. O
texto não fala sobre o que teria acontecido com eles depois dessa experiência tão marcante, mas, pode-se afirmar que tiveram ao seu alcance o mesmo benefício quanto a possibilidade de salvação individual. Já o paralítico anônimo, foi triplamente abençoado. O seu problema, que, a princípio, só serviria para trazer incômodo aos outros, se tornou um canal para que quatro homens experimentassem a graça divina. Só Deus faz essas coisas, transforma o caos em um oásis. Segundo, teve a sua vida na terra restaurada e pode usufruir de tudo aquilo que a sua enfermidade, até então, lhe furtava. Enfim, em terceiro lugar, recebeu no pacote, a maior de todas as bênçãos, a cura de sua alma. Os seus pecados estão perdoados, garantiu-lhe Jesus. Sendo assim, o seu nome naquele momento foi escrito no Livro da Vida (Atos 3.19; Apocalipse 3.5). O seu passaporte para o céu acabara de ser carimbado. Glória a Deus! n
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Compartilhemos graça e misericórdia através do ensino Levir Perea Merlo
pastor, colaborador de OJB
“Assim, leram no livro da lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura” (Ne 8.8). Abril é o mês riquíssimo de lições e eventos significativos para a denominação Batista. Celebramos a páscoa cristã, porque Cristo é a nossa páscoa! (I Coríntios 5.7). Vamos celebrar o Dia Mundial de Oração e Testemunho do Homem Batista; vamos celebrar o dia da Escola Bíblica Dominical, que acontece no quarto domingo; e no dia 30 teremos a celebração do Dia Nacional da Mulher. Quantos eventos e quantos ensinamentos e aprendizados que podemos ter e compartilhar, sob a graça maravilhosa do Senhor Jesus Cristo. Ensino e adoração estão intimamente relacionados. O conhecimento da Palavra de Deus pode criar as condições para uma renovação espiritual fantástica e equilibrada.
Olavo Feijó
pastor & professor de Psicologia
Andemos em Espírito
Quando Esdras leu o livro para a congregação reunida, as pessoas foram as lágrimas. Mesmo no presente, a instrução da Palavra de Deus tem frequentemente transformado vidas, levando à salvação pessoal, trazendo conforto e alegria, produzindo lágrimas de convicção e renovando compromisso com o propósito de Deus. Compartilhar graça e misericórdia do Senhor através do ensino torna o povo mais humano, mais convicto das coisas do alto. Quando o povo não possui conhecimento da Palavra continua sem esperança, sem rumo, sem paz e sem a alegria verdadeira. Provérbios 29.18 diz: “Onde não há profecia, o povo se corrompe, mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado”. Essa declaração confirma a palavra acima, pois profecia é proclamação e proclamação é ensino. Nossos educadores cristãos, incluindo pastores e mestres, professores da EBD, etc. tem uma grande responsabilidade na condução do povo de Deus rumo à maturidade expressa em I Pedro 3.18: “Antes crescei na graça e no co-
nhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!” Vamos continuar suplicando ao Senhor da seara para que envie mais obreiros preparados e comprometidos com os valores do Reino de Deus. Por-
que sabemos que a seara é grande, mas poucos são os trabalhadores. Um mês muito abençoado a todos, mesmo diante de dias tão maus, sabendo que o Senhor tem o controle de tudo e de nossas vidas! Amém. n
lismo, pois a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17), pois se for somente boas obras sem a mensagem que salva, será só mais uma ação social; como um ateu faz, um espírita, um budista, enfim... Cristo não nos chamou para um ativismo social, mas sim, para sermos suas testemunhas na sociedade. A Igreja não pratica as boas obras, não dá assistência social, para garantir sua salvação; pelo contrário, ela age dessa forma porque foi salva, foi lavada pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tito 3.5) e a garantia de sua salvação está na obra perfeita e eficaz de Cristo. Como disse Lutero: “Deus não precisa de tuas boas obras, mas teu vizinho sim”. A melhor maneira de apresentar o Cristo de Deus neste contexto é servir como o próprio Cristo e Salvador
nosso nos deixou o exemplo, a fim de que possamos seguir os seus passos. Um ponto bem interessante: devemos, sim, praticar o Evangelho; praticar boas obras, servir a sociedade, mas nunca diminuir o escândalo da cruz. Cristo alimentou multidões, transformou água em vinho, teve compaixão e ressuscitou mortos, mas nunca suavizou a verdade de Deus. “Em verdade, em verdade vos digo: vocês me buscam não porque viram os sinais, mas porque comestes os pães e vos fartastes” (Jo 6.26). Muitos acharam duro esse discurso, mas Jesus não aliviou, pelo contrário. A Igreja, muitas vezes, acha que, por alimentar um homem em situação de rua, dando banho ou roupas, deve poupá-lo do escândalo da cruz. Jesus não poupou, devemos seguir o exemplo de Cristo em tudo, pois Ele
não aponta o caminho da salvação, Ele é o próprio caminho, a própria salvação. Portanto, não devemos desistir de fazer o bem e lembrar-nos sempre que a religião pura e imaculada que nosso Deus e pai considera, é aquela que: ama a todos, mas que lhes transmitem toda verdade de Deus; é aquela que exerce compaixão e graça aos perdidos, mas sem massagear seu ego; é aquela que visita os órfãos e viúvas em suas aflições (Tiago 1:27), sem deles esconder o escândalo da cruz, que todos pecaram e estão separados de Deus (Romanos 3.23), que estão debaixo da ira de Deus (João 3.36), e que devem se arrepender dos seus pecados e crerem em Cristo para que seus pecados sejam cancelados (Atos 3.19), pois somente por meio de Cristo temos paz com Deus (Romanos 5.1). n
“Se vivemos em Espírito, andemos é dedicado para dormir e refazer nostambém em Espírito” (Gl 5.25). sas energias. Um segundo terço nós usamos para nossa alimentação orgâQuando nosso comportamento nica e para o nosso lazer, que garante confirma aquilo que declaramos ser nossa capacidade corporal de viver. O nossas convicções espirituais, as pes- restante do nosso tempo é empregado soas com quem convivemos levam para a execução das nossas práticas a sério nossa pregação. Dorcas foi sociais de nossas comunidades. uma mulher cristã, que vivia das suas É neste grande contexto que devecosturas. Ela era respeitada pela sua mos ler Gálatas 5:25: “Que o Espírito técnica. Acima de tudo, entretanto, a de Deus, que nos deu a vida, controle agulha de Dorcas foi dedicada ao Se- também a nossa vida!” Andar em Esnhor e providenciou vestimenta, prin- pírito tem a ver com cada detalhe da cipalmente àqueles que não tinham nossa existência em sociedade, não muitos recursos para pagar. importando o tipo de nossas práticas Das 24 horas de cada dia, um terço profissionais.
De que forma a Igreja poderá exercer uma evangelização relevante dentro do contexto dos que estão em vulnerabilidade social?
Daniel Novais
seminarista, membro da Primeira Igreja Batista em Vila J. Lima - MA;
Praticando o Evangelho! Mais do que falar de Cristo, devemos viver. Nosso Senhor e Salvador sempre estava preocupado com aquela multidão que o ouvia; ao ver a necessidade, lhes pregou a salvação, mas também lhes deu pão (Marcos 6.30-56). É claro que a salvação não é por obras, mas exclusivamente pela fé (Efésios 2:8,9), mas também está escrito: “A fé sem obras é morta” (Tiago 2.26). Somente praticando o Evangelho poderemos exercer uma evangelização relevante no contexto que estamos inseridos. Vale lembrar que, boas obras sem a mensagem da cruz não é evange-
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A importância da rotina escolar em tempos de pandemia Associação Nacional de Escolas Batistas A pandemia causada pela COVID-19 tem trazido desafios imensos aos diversos setores econômicos, incluindo o educacional, tanto no Brasil como no mundo. Mais de 191 países fecharam suas escolas e cerca de 1,3 bilhão de estudantes foram diretamente afetados. Com a quarentena provocada pela pandemia, veio a restrição da movimentação e o isolamento social. Os lugares, que antes frequentávamos para “descarregar o estresse”, que nos traziam alegria ou interação com outras pessoas, como parques, shoppings, cinemas, deixaram de existir, temporariamente. Passar de carro rumo ao supermercado, por ruas quase desertas foi, realmente, chocante e afetou seriamente muitas pessoas. E, aí, a escola fechou! Os relacionamentos foram alocados para o mundo virtual e, para lá, foi a escola também. O mundo dos abraços, do contato físico, dos beijos, sendo que o modo “recepção latino” foi substituído por acenos, balançar de cabeças, máscaras nos rostos e sensação de medo, em alguns momentos. O incerto se instalou. O medo, para muitas pessoas, estava centrado no que se via, na violência explícita, por exemplo. Hoje, o medo encontra-se focado em algo que não vê, reaprendemos o que é vírus, que a vida não é perene e que a família é extremamente importante. Estávamos no modus operandi “correria ao excesso” e a COVID-19 parou-nos por completo!
Saímos dos ambientes escolares, com carteiras e lousas, laboratórios preparados e salas de robótica cheias de peças de montar, para dentro das casas dos estudantes e eles das nossas. No lugar de carteiras, vimos escrivaninhas ou mesas improvisadas, para o “momento dos estudos”. Trocamos as lousas digitais por notebooks, smartphones ou tablets. Os laboratórios, agora, são virtuais e os professores estão atrás das câmeras. Temos os microfones ligados nas lives / meetings e aprendemos a entrar e sair de salas virtuais como se fôssemos da geração Alpha. Quanto aprendizado em tão pouco tempo! E estamos sentindo “a pandemia”, cada um a seu modo. Deus, em Sua infinita beleza, nos fez seres tão diferentes, cada um com seu jeitinho especial de ser, uma individualidade que reflete a grandeza desse Pai tão amoroso! As crianças, desde pequenas, já são, entre si, tão diferentes, com os seus temperamentos, sensibilidades, manias e opiniões. Elas, como nós, também estão sentindo os efeitos prolongados desse isolamento social e do distanciamento físico dos colegas, professores e escola. A infância é uma das fases mais importantes para a formação de um indivíduo, pois é nela que princípios, valores, fundamentos para toda a vida são construídos. Por exemplo, para que a criança cresça e se torne um adulto com capacidade de organização e que sabe que há momento certo para a rea-
lização de suas atividades, é necessário se preocupar com em ensinar isso na infância. Com hábitos bem estruturados, consolidados e apresentados a eles com bastante segurança, os pequenos conseguem aprimorar seu caminhar na jornada educativa, com disciplina e consciência. Ganhando autonomia a cada passo e conquistando vitórias que se refletirão na vida adulta. Crianças estão em processo de formação de sua personalidade e da concepção de mundo e sociedade. Estão “testando seus limites” e “lendo” como o mundo funciona. Embora tenham características próprias e singulares, ainda é possível moldá-las, não num sentido pejorativo, mas ensinando-as a serem responsáveis por suas atitudes, trazendo benefícios emocionais, sociais e de melhor qualidade de vida para elas na fase adulta. O principal ponto para o desenvolvimento da autonomia da criança é que, no início ela seguirá os passos, as orientações de um adulto, mas como passar do tempo, começará a tomar as ações da rotina por iniciativa própria, como se elas realmente já fizessem parte do seu dia. Então, rotina não é sinônimo de coisa ruim. Para o universo infantil traz grandes ganhos, como a segurança. E, com ela, vem outros, como melhora na autoestima, na autorregulação e nos hábitos de estudo. Algumas dicas práticas:
• estabeleça um horário e um local para estudos em casa; • participe dos momentos de estudo em casa com muita alegria, demonstrando para a criança que realizar atividades escolares é muito “legal”; • elabore um quadro das atividades da semana ou do dia para a criança, colocando na porta do quarto, num mural, na porta da geladeira, indicando os caminhos que ela deve percorrer durante aquele dia ou dias; • mostre que você também tem uma rotina e que a cumpre com responsabilidade. Além de ser fundamental para as crianças, a rotina na infância tem papel importante também para os pais, pois à medida que as crianças sentem-se seguras, o seu comportamento passa a ser também mais tranquilo e regular, o que facilita bastante a organização do dia, assim, como a rotina do casal, com seus afazeres diários, que também precisam ser atendidos. Acima de tudo, devemos saber que a rotina permite a criança viver suas experiências com profundidade e alegria, elementos essenciais para seu desenvolvimento e aprendizado. Portanto, mesmo que você, pai, mãe ou professor, encontre dificuldades e resistências quando começar a organizar a rotina de seus filhos ou alunos, saiba que todo o esforço valerá a pena pois se trata da construção de uma estrutura fundamental que perdurará por toda a vida. n
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O ilustre que habita nosso ser - I Coríntios 3.16-17 José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB
Creio que devido à grande ênfase dada pelos pentecostais e neopentecostais ao Espírito Santo, fez com que nós, históricos tradicionais, olhássemos com mais atenção para o Espírito de Deus, numa tentativa de dar uma resposta centrada aos fiéis para que estes não caíssem nos exageros que são comuns de serem observados no pentecostalismo brasileiro. O apóstolo Paulo, ao se dirigir a Igreja de Corinto, traz uma bela informação. Ele aponta para o fato de que o Espírito Santo é o ilustre que habita o nosso ser. Quais são as implicações desta verdade magna? Gostaria de elencar alguns pontos para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, a sacralidade da vida humana (I Coríntios 3.17). Paulo,
em letras garrafais, deixa patente e claro aos irmãos da Igreja em Corinto que, nosso corpo, embora frágil e mortal, é a habitação do Espirito de Deus. Porque Ele é a morada de Deus, o nosso corpo é sagrado. Destruí-lo é afrontar aquele que tem o poder para dar a vida e tirá-la. A vida é um bem inestimável e renunciar a vida é renunciar o maior bem que o Senhor nos concedeu. Por isso, o suicídio é algo tão perverso e destruidor. Muitos daqueles que pensam em suicídio – pensam porque enxergam no suicídio a oportunidade de interromper uma existência infeliz. Tenha em mente que para Deus, você vale muito (Lucas 12.6-7). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos grandes vilões no tocante ao suicídio é a depressão. Sem sombra de dúvida é o mal do século. O escritor Andrew Solomon, no livro “O
demônio do meio dia”, diz: “A depressão ceifa mais anos do que a guerra, o câncer e a aids juntos”. Infelizmente, em nosso meio popularizou-se a opinião de que aqueles que estão neste estado, o estão por conta da ação dos demônios. Visão essa difundida pelo Teólogo T.L. Osborn. Depressão é uma doença - e como pontuou Andrew Solomon, se trata com “terapia, remédio e fé”. Em segundo lugar, pertencemos a Deus e não a satanás (I Coríntios 3.16). Paulo ensina aos irmãos de Corinto – que aqueles que se tornam morada de Deus pelo viés da conversão, não pertencem mais a si mesmos, mas a Deus. Satanás já não tem mais ingerência sobre a vida daqueles que pertencem a Deus. Satanás não pode tocar aqueles que pertencemos a Deus. O reverendo Rodolfo Garcia Montosa afirma: “Com a compreensão de que somos templo
de Deus, nossa reverência não é mais somente quando entramos no edifício onde cultuamos juntos, mas em todo o tempo e em todos os lugares, pois carregamos essa presença santa do Senhor”. Em último lugar, o Espírito Santo fixa residência no crente (I Coríntios 3.16). Que afirmação extraordinária! Paulo afirma que o Espírito Santo vive no corpo físico dos crentes, daqueles que foram lavados e remidos pelo sangue de Jesus. Mansões são construídas para que autoridades possam habitar, mas apenas o corpo daquele que foi redimido por Cristo é que pode servir de morada para o Espírito de Deus. O teólogo William Hendriksen diz: “Nós não somos donos de nosso próprio corpo, porque Deus nos criou, Jesus nos redimiu e o Espírito Santo faz sua habitação dentro de nós”. n
não gostamos de esperar, pois a espera ativa nossa ansiedade e logo estamos acelerados para receber o que precisamos. As pessoas não gostam de aguardar o seu lugar numa fila de supermercado, não gostam de esperar o ônibus no ponto, não gostam de esperar o motoboy com a refeição, e por aí vai. A espera traz inquietação a nós. Mas, nesse ensino precioso de Davi, a oração da espera treina nosso coração a confiar plenamente em Deus, ao passo em que a espera de que para muitos é ruim, para nós se torna uma grande expectativa misturada com esperança, de que Deus dará uma resposta a nossa. É claro, nem sempre as repostas é o que queríamos ouvir e quem bom por isso, e que bom que Deus faz o que é melhor, pois Ele sabe tudo sobre nós e sobre a nossa história - e o nosso futuro. A Bíblia nos ensina a orar em todo tempo. A orientação apostólica é “orar sem cessar” (I Tessalonicenses 5.17). A cosmovisão cristã nos ensina que o sono reparador é uma bênção de Deus
e de que cada amanhecer é um presente de Deus. A oração da espera é, na maioria das vezes, a oração feita pela manhã. Ao amanhecer. Nos primeiros momentos do dia. Os primeiros pensamentos do dia são elevados a Deus em oração e durante o dia fica-se na esperança de ver Deus agindo em nosso favor manifestando Seu Poder, misericórdia e graça sobre nós. Jonh Stott no seu livro “Desafios da Liderança Cristã”, nos exorta a orarmos pela manhã. Ele diz assim: “Acho muito útil orar assim que o dia começa; assim enfrentamos de joelhos o que temos pela frente”. Nós, cristãos, enfrentamos os nossos dias assim, orando ao amanhecer, permanecemos em oração e esperando. Ao amanhecer ore a Deus e apresente seu(s) pedido(s). ore e enfrente seu dia sabendo que você falou com seu Deus nos primeiros momentos do seu dia. Fique esperando, pois Deus agirá. Conhece seu dia de joelhos. Ore e tenha um bom dia. n
Orando e esperando Jeferson Cristianini
pastor, colaborador de OJB
“De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã apresento a minha oração e fico esperando” (Sl 5.3). É bom orar. A espiritualidade cristã nos ensina a disciplina da oração. Quando aceitamos o maior desafio de nossa vida que é aceitar Jesus como Senhor e assim passamos a seguir Seus passos, somos automaticamente matriculados na escola da oração. Jesus orava e Seus discípulos aprendem orar com o Mestre. Aprendem a orar em todo o tempo. Oram para cumprir a vontade de Deus, para ouvir os conselhos e diretrizes do Pai, para manifestar a gratidão, para aliviar a alma e ter um tempo a sós com Deus. Os evangelhos registram a vida piedosa do nosso Senhor Jesus, e Ele é o nosso modelo de uma vida marcada pela devoção a partir da oração que rega nossa espiritualidade. Os discípulos de Jesus
pediram: “ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). Davi, o salmista, nos deixou essa pérola sobre oração. Aliás, há tantas outras preciosidades escondidas nos versos de salmos, mas essa hoje me saltou aos olhos novamente. Davi fala de uma modalidade de oração especial, a oração da espera. A oração da espera é a oração em que lançamos ao Senhor nossas preocupações, medos, aflições, lutas, problemas e ficamos esperando o agir de Deus. É a oração que espera o agir de Deus, e por isso que nos leva a um exercício de paciência e dependência. Oramos porque sabemos que Deus ouve nossa voz. Oramos porque sabemos e confiamos que podemos apresentar ao Senhor nossos pedidos e súplicas. E oramos porque temos esperança na fidelidade de Deus, de que no momento certo, no decorrer do dia, ou dos dias, Ele agirá de acordo com Sua soberania, e assim nós ficamos na expectativa, na boa esperança de que Deus agirá. Na realidade, humanamente falando,
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Trabalho missionário na Casa Viver abençoa vida de crianças e adolescentes no Rio de Janeiro
A Casa VIVER é um lugar missionário dentro do Chapadão, uma comunidade com alto índice de violência no Rio de Janeiro. Morar no local tem seus desafios e dificuldades, mas, pela misericórdia de Deus, a verdade, o amor e a esperança do Evangelho de Cristo têm chegado até a região por meio da Casa Viver. Por meio do trabalho da Casa VIVER, liderado pelo casal missionário Laíse Félix e pastor Raone Barcellos, muitas crianças e adolescentes têm sido abençoados e têm tido a oportunidade de trilhar um caminho diferente do qual estão habituados a presenciar. As experiências proporcionadas dentro do projeto possibilitam que os que chegam até ele vivenciem novas experiências com as
oficinas, os passeios e as atividades do dia a dia. Deus se importa com todas as áreas da vida dos seres humanos e, por isso, o trabalho na Casa também busca olhar para as crianças de forma integral. “Através de cada ação desenvolvida, as crianças e os adolescentes são trabalhados em diversas áreas. Isso auxilia tanto no crescimento enquanto indivíduos, quanto no desenvolvimento como discípulos de Cristo”, conta Laíse, que tem visto o poder de Deus se manifestar na vida de muitas crianças e suas famílias. As experiências de transformação de vida são inúmeras. A missionária compartilha que Jesus tem alcançado o coração dos pequenos de forma
completa. Quando o projeto começou, o casal se impressionou com o quanto as crianças estavam perdendo a infância por conta da violência do bairro. “Desenhamos uma amarelinha no chão e, para a nossa surpresa, algumas crianças não sabiam como brincar. A maioria ficava dentro de casa, por conta dos perigos da rua. Elas não tinham liberdade para se divertir de forma saudável”, conta a missionária. Na Casa VIVER, as crianças podem ser crianças. Elas possuem um tempo de recreação, no qual podem brincar, correr, pular e aproveitar a infância de forma saudável e segura. “Elas começaram a melhorar individualmente e no relacionamento umas com as outras. Elas
têm descoberto e desenvolvido talentos e habilidades, estão se sentindo capazes de aprender coisas novas e percebendo que podem fazer mais do que achavam que poderiam”, lembra Laíse. Durante o tempo que passam na Casa, as crianças e os adolescentes são discipulados, aprendem a orar e a ler a Bíblia. Estão aprendendo também a confiar em Deus e a seguir Jesus. “Isso está mudando a vida deles e de suas famílias”, completa a missionária. O trabalho missionário da Casa VIVER não oferece apenas uma nova perspectiva de futuro, mas também reflete no presente de cada um que passa pelo projeto. Louvado seja Deus pelo trabalho realizado na Casa VIVER! n
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Vivendo o Reino de Deus Amnom Lopes
coordenador geral da Juventude Batista Brasileira
“Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10 - NVT). Este verso se encontra na oração que Cristo nos ensinou, “Pai nosso”. Cristo nos ensina a evocar o Reino de Deus, isto é, trazê-lo para perto, de forma que o vivamos. Mas o que seria viver o Reino de Deus? Qual seria a cultura do Reino? E o que seria fazer a vontade Dele na Terra, assim como é no Céu? Muito poderia se afirmar sobre o Reino que Cristo veio estabelecer, mas gostaria de destacar três questões: viver o Reino pressupõe dependência; o Reino precisa estar dentro de nós; e o Reino é Poder. Acredito que a partir destas três afirmações é possível entender que o Reino de Deus pode ser uma realidade em nossas vidas. Primeiramente, é necessário perceber a relação de dependência e “inocência” que precisamos ter diante do Reino.
Cristo afirma que “quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não poderá entrar nele” (Mc 10.15). Repare que quando uma criança se sente protegida por alguém, ela se entrega por inteiro a este alguém. Ela vive sem a malícia que infelizmente nos acostumamos cotidianamente e absorve aquilo que acontece ao seu redor. Uma criança se satisfaz com pouco, e consegue brincar aos pés de seus pais, às vezes sem se afetar pelo que acontece em sua família. Precisamos depender de Deus como uma criança, que se entrega por inteiro e sentir prazer de estar “aos pés” do nosso Pai. Buscar primeiro o Reino de Deus (Mateus 6.33) é reconhecer a total dependência que temos Dele, e mostrar o quanto somos satisfeitos por permitir que Ele guie os nossos passos. Em segundo lugar, precisamos entender que o Reino está dentro de nós (Lucas 17.21). Não adianta a nenhum de nós esbravejar e dizer a todos que fazemos parte do Reino, se ele não for uma realidade em nossos corações. Necessário é nascer de novo (João 3)
e permitir que a ética de Cristo passe a nortear nossas vidas. Quando vivemos os princípios do Reino, aqueles que estão ao nosso redor sejam beneficiados por nossa existência, pois observam nossas obras e percebem que há uma maneira de se viver em que o amor prevaleça. Num tempo em que os humanos estão tão desumanos, demonstrar o amor como prática cotidiana e com naturalidade é nosso grande desafio. E por último, mas não menos importante, reconhecer que o Reino de Deus é poder (I Coríntios 4.20). O Reino de Deus é poder! Se não entendermos do que de fato fazemos parte e a quem representamos, isto é, de quem somos Embaixadores, não propagaremos o Reino por onde passarmos. Muitos se acovardam em fazer o que realmente foram chamados a fazer, se esquecendo do que o Mestre nos falou enquanto subia aos céus: “Mas receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo” (Atos 1.8). Em outra ocasião, Cristo vai dizer que nós que O seguimos, faremos obras maiores que as Dele. Deus não
nos chamou com espírito de covardia, mas poder, com o que podemos fazer a real diferença onde estivermos. Finalizando, é preciso destacar que o Reino de Deus consiste em Justiça, Paz e Alegria (Romanos 14.17), e importa que a cultura do Reino seja percebida pelo nosso modo de vida. É como se trouxéssemos um pouco do céu para essa esfera terrena. É mostrar para as pessoas que cruzam o nosso caminho, que apesar de toda a maldade, toda a frustração, toda a opressão e toda a fragilidade que existe em nosso mundo e ao nosso redor, é possível viver em paz, com alegria e esperança. Viver o Reino é expressar o poder de Deus através de pequenos e grandes atos, em que o amor é o ponto central. Quando vivemos em prol do outro, assim como Cristo viveu por nós (I João 3.16), somos reconhecidos como seus discípulos (João 13.35), e a verdade (o Espírito) está em nós. Por isso, enquanto viver, propague o Reino. Porque quando clamamos e buscamos, o Reino vem! Que a oração de Jesus seja uma verdade em sua vida! n
lacionamento com Deus. Para desenvolvermos a prática da oração precisamos entender em quem está nossa esperança. Pois, quando oramos estamos falando com o próprio autor dela que é Cristo Jesus! Quando temos esperança temos a capacidade de sonhar em dias melhores, assim como foi com Jeremias que depois de sofrer perdas e vivenciar as humilhações do seu povo diz: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21). E então ele passa a falar da misericórdia, bondade, e amor de Deus por nós! Esse amor é o mesmo que faz Jesus dizer em oração antes de ser levado ao madeiro: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal” (Jo 17.15).
Justamente para que eu e você saibamos que confiando mais Nele, desenvolvendo nossa comunhão com Ele, através da oração, possamos enfrentar toda e qualquer dificuldade, seja a pandemia ou qualquer situação. Confie Nele. Essa confiança produzirá Esperança e só assim estaremos prontos “... para responder a qualquer pessoa que nos pedir que expliquem a esperança que há em nós” (I Pedro 3.15b). Que hoje toda ansiedade e preocupação seja colocada em oração! E que a esperança que há em vocês seja esperança para os outros, como luz em meio a escuridão, brilhando como o sol de uma manhã, em novidade de um novo dia. n
Isolamento e Oração Matheus Henrique
coordenador de Intercessão da Juventude Batista Brasileira
“Não peço que os tire do mundo, mas que os guarde do mal” Este tempo de isolamento social pode ser um período para nos aproximarmos mais do Pai, mas temos percebido que muita gente tem encontrado dificuldades de se conectar com Deus em oração. Por isso queremos trazer essa breve reflexão para você. A nossa vida é uma jornada em que teremos desafios, dificuldades e obstáculos. Nem sempre estamos em pastos verdejantes, com frequência vemos os
resultados das fortes tempestades que passaram. E por isso esquecemos em muitos momentos de como conjugar o verbo orar em nossas vidas! Pensando no hoje, ficam algumas perguntas: como orar? Como manter a fé em meio a uma pandemia? Como ter esperança de que as coisas vão melhorar e como ajudar aos que estão desacreditados e desesperançosos com a realidade visível? Por fim, como desenvolver em nossas vidas a prática da oração estando em um cenário tão caótico com informações sobre mortes, infectados, crise financeira e pessoas partindo sem o privilégio de darem um último adeus?! A resposta está em uma vida de re-
MISSÕES MUNDIAIS
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Proclamai 2021 O congresso mais amado do Brasil está de volta! De 22 a 24 de abril, Missões Mundiais levará você a uma viagem pelo mundo através do Proclamai 2021. Na programação aberta, com transmissão pelo Canal JMM, você vai embarcar em uma atmosfera totalmente missional, através dos temas mais abordados do momento, além de momentos de louvor e oração. Em toda a programação, você viverá momentos que mostram como somos vocacionados para boas obras, apesar de não sermos salvos por elas. Conhecerá ações que têm transformado vidas. Transformação esta que se torna
completa quando a salvação em Cristo é alcançada. No Proclamai, você saberá como é possível promover programas sociais à luz das demandas reais das comunidades com foco no seu autodesenvolvimento e proclamação do Evangelho, enfatizando o relacionamento com os mais pobres entre os não alcançados do planeta. Pois é por meio do relacionamento que podemos viver o poder de transformar. Passaporte VIP gratuito Quem se inscrever no Proclamai terá um passaporte exclusivo ao Giro pelo Mundo, uma programação a parte, onde
nossos missionários, direto do campo, mostrarão como ações nas áreas de erradicação da fome e da pobreza, saúde e bem-estar, educação de qualidade, justiça e muitas outras têm ajudado a transformar vidas. Todas aliadas ao poder do Evangelho. Um mergulho na cultura e peculiaridades de cada país em destaque. Carimbe agora mesmo o seu passaporte de acesso a toda a programação do Proclamai. Aqui você é VIP - Viajante Internacional do Proclamai. Inscreva-se! Acesse o site de Missões Mundiais para mais informações. n
Alegrem-se os povos Oswaldo Luiz Gomes Jacob (www.oswaldojacob.com)
A alegria dos povos está ligada ao anúncio e aceitação do Evangelho de Cristo. Eles se alegrarão a partir da fé na suficiência da obra de Cristo na cruz e na ressurreição. Eles se alegrarão ao ver a glória de Deus, pela fé, na face de Cristo Jesus. A sua alegria será real pela manifestação do Cristo na pregação do Evangelho genuíno. Sabemos que no Jardim do Éden, por causa do pecado, o homem perdeu a sua alegria. Foi no Calvário, outro jardim, que a alegria foi conquistada. Pela desobediência de um homem veio a profunda tristeza. Pela obediência do outro homem veio a plena alegria, o gozo interior, o contentamento do coração e das entranhas. Bob Pierce, fundador da organização cristã-humanitária Visão Mundial, afirmou: “Que o meu coração seja quebrantado pelas coisas que quebrantam o coração de Deus”. Os povos devem conhecer o Evangelho de Cristo, os feitos extraordinários de Deus na História. Precisam saber acerca de um Deus que se revelou na consciência do homem, na natureza criada, nas Sagradas Escrituras e na Pessoa de Cristo Jesus – o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (João 1.14). As nações precisam conhecer a História do amor de Deus em Jesus Cristo. Que Ele proveu a reconciliação. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a Palavra da reconciliação” (II Co 5.18,19). Vemos aqui o interesse de Deus e nos recon-
ciliar consigo mesmo. A iniciativa foi dEle. Os povos necessitam saber desta verdade pela obra missionária, pelo avanço do Evangelho além fronteiras. Pela pregação transcultural. O Salmo 67 é um salmo missionário. O seu título deveria ser “a alegria dos povos”. Este texto missiológico fala de graça, testemunho, louvor, benção, fruto e temor. Estes são temas do Evangelho de Cristo. O salmista deixa claro no verso 2: “para que se conheça na terra o teu caminho; em todas as nações a tua salvação”. O verso 3 é uma conse-
quência: “Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos”. Este salmo é precioso, pois fala da bênção de Deus sobre as nações. Como Igreja, somos o Israel de Deus para proclamarmos às nações a Sua glória pelo evangelho da graça. Temos alegria da salvação. Somos um povo feliz. Não podemos reter esta mensagem. A nossa missão é fazer missões para que todos os povos da terra conheçam o Deus que é o Criador-Soberano-Salvador. O Deus cuja natureza é amor (I João 4.8). O Deus tão Sublime, Majestoso, Santíssimo, Justo,
Perfeito em todos os Seus caminhos, Altíssimo, mas tão presente entre nós pelo Espírito Santo. Ele se importa conosco por meio de Cristo Jesus. Alegrem-se os povos! Este deve ser o nosso desejo intenso. Que Deus seja glorificado pela alegria dos que recebem a salvação eterna! Vamos enviar todos os esforços para que os povos se alegrem como resultado da pregação das boas novas de Cristo Jesus. Anunciemos todo o evangelho ao mundo todo. Levemos a preciosa semente para todos os povos. Sejamos consumidos pelos anseios do Pai. Tenhamos a sensibilidade do Espírito para fazermos toda a vontade de Deus neste mundo. Que não nos envergonhemos do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Romanos 1.16). Cristo deve ser sempre a nossa vida e a nossa mensagem. Sejamos Seus discípulos cheios de amor pelas almas perdidas. Aproveitemos todas as oportunidades para testemunharmos do Seu amor. Reflitamos a Sua luz ao mundo a partir do nosso contexto. Como Paulo, falemos com convicção: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21). Que Cristo seja engrandecido em nossas vidas para a alegria dos povos. Que como Pedro e João testemunhemos: “Nós não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20). Exalemos o bom perfume de Cristo às nações. Como cristãos, comprometidos com os povos, recebamos a exortação paulina: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (I Co 15.58). Agindo assim, os povos conhecerão a Glória de Deus e se alegrarão nEle! n
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Convenção Batista Alagoana realiza 100ª Assembleia Ordinária Online Eleições marcaram momento histórico para a CBAL. João Vitor Leite
auxiliar de Comunicação da Convenção Batista Alagoana
A 100ª Assembleia Anual da Convenção Batista Alagoana (CBAL), antes idealizada para acontecer presencialmente, com as comemorações do Centenário da Convenção Batista Alagoana, por conta da pandemia da COVID-19 aconteceu virtualmente, através do aplicativo Zoom, no dia 20 de março. O encontro contou com 100 mensageiros inscritos e 59 Igrejas representadas, onde reelegeram, para mais dois anos de mandato, o pastor João Tertuliano como presidente. Nesta edição da Assembleia, além do presidente, também houve eleição para os demais membros da diretoria e indicações para composição do Conselho de Planejamento e Coordenação. A diretoria ficou da seguinte forma: vices-presidentes: pastor Wenbley Farias, da Igreja Batista da Comunhão, como primeiro vice-presidente; pastor Luciano Brito, da Igreja Batista Betel em Arapira-
Assembleia da CB Alagoana teve boa representatividade de mensageiros e Igrejas ca, como segundo vice-presidente; e o pastor Alecsandro Nogueira, da Primeira Igreja Batista em Delmiro Gouveia, como terceiro vice-presidente. Como secretários foram eleitos os seguintes irmãos: Maria José Candida de Oliveira, da Primeira Igreja Evangélica Batista de Maceió, como primeira secretária; Gislaine da Silva Gonçalves, da Igreja Batista do Farol, como segunda secretária; e como terceiro secretário, o pastor Luiz Carlos, da Igreja Batista em Paripueira.
Os trabalhos da Assembleia iniciaram às 09:00 horas, com a presidência do pastor João Tertuliano; logo após a abertura, a palavra foi passada para o pastor Wenbley Farias, responsável pelo momento devocional, quando trouxe uma reflexão baseada no texto de João 14, destacando que “não devemos permitir que as preocupações nos roubem a fé”, e que também, “o presidente e toda a diretoria da CBAL não estão sozinhos, pois o Espirito
Santo de Deus, está conosco todos os dias”. O encerramento aconteceu às 13 horas e 30 minutos, com o agradecimento do pastor João Tertuliano por mais um voto de confiança da comunidade Batista Alagoana e também agradeceu aos irmãos que estavam deixando o Conselho e a Diretoria, especialmente aos irmãos Jefter Rodrigues e Alexandro Lucas, primeiro e terceiro secretário nos últimos três anos. n
CB Sergipana utiliza reuniões virtuais para seguir atividades diante da pandemia de COVID-19 Reuniões têm objetivo de melhor planejar ações dos Batistas no estado. Sheyla Morales
assessora de Comunicação da Convenção Batista Sergipana
A Convenção Batista Sergipana (CBS), por meio de sua diretoria executiva, tem se reunido de forma remota nas plataformas digitais com os Batistas sergipanos e sua liderança para motivar a prosseguir no campo missionário, mesmo diante do colapso mundial por conta da pandemia de COVID-19. A CBS, então, realizou nos dias 08, 15, 22 de março, reuniões com as Associações Regionais, englobando a AIBCAP, AIBASE, AIBANORTE e AIBASUL; reunião com os promotores de missões e as organizações, ADBSE, Esposas de Pastores, União Feminina, Masculina e JUBASE. E teve um encontro com os missionários estaduais e evangelistas no dia 29 de março, pela plataforma Google Meet. As três reuniões que ocorreram, segundo a diretoria executiva da CBS, foi
Encontros são destinados a todas as Organizações da CB Sergipana uma oportunidade de compartilhar dúvidas, anseios e apresentar ações. “As reuniões remotas são essenciais neste contexto, ao qual estamos vivenciando de pandemia, isolamento e muitas preocupações. Mas, temos um espírito
de luta e de persistência no semear a boa Palavra do Evangelho libertador de Jesus Cristo, e isso nos motiva muito a permanecer firmes em nossa fé e doutrina Batista”, afirmou o diretor executivo da CBS, diácono Judson Barros.
As reuniões continuarão a ocorrer, segundo o diretor executivo, para melhor planejamento das ações. Na reunião de 22 março ficou definida a importância das organizações pensarem em seus planejamentos, a promoção e realização de simpósios, utilizando as plataformas digitais. Ficou confirmado para o dia 21 de abril, feriado Nacional, o Congresso de Música, liderado pela irmã Nádia Seixas, professora do Seminário Teológico Batista de Sergipe (Setebase) e líder da Associação de Músicos Batistas de Sergipe. Os palestrantes já confirmaram participação como, pastor Rogério Crispim; pastor Ivan Torres; Gisane Monteiro e Mônica Coropos. O tema definido foi “Compartilhemos Graça e misericórdia através da música”, a divisa está em II João 1.3. Sem dúvida, o povo Batista não pode esmorecer e deve confiar que grandes coisas o Senhor fez em meio ao Seu povo e ainda fará. Avante, Batistas Sergipanos. n
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Presidente da CBB recebe primeira dose da vacina contra a COVID-19 Pastor Fausto Aguiar de Vasconcelos e sua esposa, Dione, foram vacinados no fim de março.
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Músicos Batistas Cariocas elegem sua nova diretoria para 2021/2023 Eleitos atuarão nos próximos dois anos. Extraído das redes sociais da Convenção Batista Carioca No dia 27 de março, os Músicos Batistas Cariocas (MBC) elegeram, em Assembleia Virtual, sua nova diretoria para o período de 2021/2023. Para ter direito a voz e voto, os participantes deveriam estar em comunhão com uma das Igrejas Batistas filiadas da Convenção Batista Carioca (CBC) e realizar inscrição através de um link disponibilizado no site da CBC e redes sociais. A diretoria ficou disposta da seguinte maneira: Presidente: José Fernandes Alves, da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro (Associação Centro) Primeiro vice-presidente: Israel Nunes, da Primeira Igreja Batista em Bangu (Associação Oeste Carioca) Segundo vice-presidente: Thiago Segunda secretária: Debora MedeiBalbino, da Primeira Igreja Batista em ros, da Igreja Batista Central em BonsuMadureira (Associação Oeste) cesso (Associação Leopoldinense) Primeira secretária: Denise BorboreController: Lilian Dufrayer, da Igreja ma, da Primeira Igreja Batista do Rio de Batista da Transfiguração (Associação Janeiro (Associação Centro) Leopoldinense) n
Estevão Júlio
Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira
O pastor Fausto Aguiar de Vasconcelos, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) e pastor da Igreja Batista da Liberdade, em São Paulo recebeu a primeira dose da vacina contra a COVID-19. A sua esposa, Dione, também recebeu a vacinação. “Chegou nossa vez”, disse o pastor, em uma publicação nas redes sociais. A publicação também foi compartilhada nas redes sociais da CBB e recebeu muitos comentários. “Vamos continuar orando para que esse benefício chegue a todos, para que haja um controle sobre este vírus e que reconheçamos a fragilidade da vida, buscando em tudo dar glórias a Deus. Deus continue abençoando pastor Fausto, sua esposa, e todos os que já estão sendo imunizados com a primeira e a segunda dose” - Anderson Francisco. “Parabenizo o Presidente da CBB e
Pastor Batista Fausto Aguiar de Vasconcelos pelo belo ato de amor ao Brasil, estendido também à irmã Dione Vasconcelos” - Tárcido Vinícius Santana Amaral. “Que benção! Orando para que a vacina chegue a todo logo e que Deus use essa ferramenta da ciência para salvar muitas vidas” – Amanda Jardim. “Que bênção! A vacina é a manifestação de graça! Deus é bom!” - Ana Portugal “Que bom, pastor Fausto, meu eterno pastor, e irmã Dione, que é uma pessoa tão especial. Que a graça de Deus continue para sempre sobre a vida de vocês!” - Ivan Dias “Grande pastor Fausto! Exemplo de vida. Parabéns ao casal Fausto e Dione” - César Fontoura. Rogamos ao Senhor para que toda a população brasileira receba em breve a vacinação. E pedimos aos irmãos que mantenham os cuidados necessários: utilização de máscara, distanciamento social e uso de álcool gel. n
Conselho da Convenção Batista Paranaense adia Assembleia anual para 2022 Decisão foi tomada pensando na pandemia da COVID-19. Comunicação da Convenção Batista Paranaense No dia 19 de março de 2021, O Conselho Geral da Convenção Batista Paranaense (CBP) reuniu-se em formato online para decidir sobre a sua Assembleia, marcada para acontecer de 03 a 06 de junho. A reunião teve a participação de 90% dos membros do Conselho. O Conselho, ciente das complicações da COVID-19, entendeu ser imprudente promover aglomerações em
uma reunião de Assembleia. Diante disso, decidiu, unanimemente, pelo adiamento da Assembleia para 2022 no mês de junho, entre os dias 16 a 19. Decidiu também, como preceitua os seus estatutos e regimentos, pela prorrogação do mandato dos membros da sua diretoria, das diretorias das organizações e dos membros de seus conselhos. Agradecidos a Deus pela decisão, rogamos a Ele que tudo que vivemos agora, passe logo. n
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PONTO DE VISTA
O JORNAL BATISTA Domingo, 11/04/21 FÉ PARA HOJE
Missões: um estilo de vida da Igreja Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob “Irmãos, não reduzamos a obra de Missões Mundiais a um dia do calendário anual, a levantamento de oferta nos meses de março e abril, mas reflitamos profundamente de acordo, pois somos cooperadores de Deus. Faça de sua igreja um instrumento missionário de Deus para a redenção do mundo” (Waldemiro Tymchak, Revista OCEOM, Março de 1988). Estas palavras do precioso pastor Waldemiro Tymchak, de saudosíssima memória, nos fazem refletir sobre a nossa caminhada na estrada missionária. Fazemos, muitas vezes, um reducionismo da obra de missões valorizando calendário, campanhas sazonais, em detrimento de um estilo de vida. A obra transcultural faz parte do DNA da Igreja de Jesus Cristo. Recebemos a missão de anunciar aos povos a maravilhosa graça de Deus em Cristo pelo poder do Espírito Santo (Atos 1.8). Missões é a obra da disseminação do Evangelho de Cristo que “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Isto é precioso demais. Missões deve ser plantada no coração da criança
ao ancião. Podemos dizer que missões é a vida da Igreja. Deve estar no coração dos crentes. Concordo com o pastor Tymchak quando ele faz uma análise muito pertinente acerca do barateamento da teologia bíblica da missão. Não é calendário, mas estilo de vida, pois a vida de Cristo em nós nos leva a amar e valorizar a obra transcultural. A Igreja do primeiro século possuía o múnus missionário. Detinha em seus arraiais o amor pela proclamação do Evangelho de Cristo dentro e fora das suas fronteiras. O coração estava fervilhando de compromisso com a mensagem da cruz (I Coríntios 1.18). Jesus era o centro da vida e da obra da Igreja. O próprio apóstolo Paulo testemunhou aos irmãos em Corinto: “Nada me propus a saber entre vós senão a Jesus Cristo e este crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (I Coríntios 1.22,23). É impressionante o amor que eles nutriam por Cristo Jesus e a Sua obra redentora. Para eles, a obra missionária era sublime. A Grande Comissão não era teoria, analogia, mas literal, que os impulsionava de forma abrangente. Alguém já disse: “Não transformemos a Grande Comissão na
Grande Comissão” (Mateus 28.18-20). Os nossos joelhos (oração), os nossos pés (ação evangelística) e as nossas mãos (sustento financeiro) devem estar a serviço da obra missionária 24 horas por dia. Nestes dias chamados de pós-modernos somos convocados pelo Senhor para uma visão mais ampla, a atitudes e ações cheias de amor a partir de uma obediência incondicional a Cristo. Deus requer de nós entrega sem reservas. Exige de nós compromisso inadiável e inalienável a partir da nossa comunhão profunda com o Senhor Jesus Cristo. Ele tinha uma missão: “Buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). A missão dele é a nossa missão. A Sua obediência ao Pai é a nossa obediência. Como precisamos voltar os nossos olhos para os evangelhos e vislumbrarmos o Cristo que deu a Sua por nós. Que andou por toda a parte fazendo o bem (Atos 10.38). Ele deve ser sempre a nossa mensagem. O nosso modelo. O estilo de vida seja do cristão (individual), seja da Igreja (coletivo) deve ser sempre o de Cristo Jesus. Ele requer que sejamos Seus amigos para fazermos o que Ele manda (João 15.13,14). A Igreja que tem consciência de que
missões é um estilo de vida está intrinsecamente ligada a Pessoa de Cristo. Para ela o viver deve ser sempre Cristo (Filipenses 1.21). O seu fazer deve ser o de Cristo. Ela deve se conformar com a Pessoa de Cristo na Sua morte e na Sua ressurreição. Missões como estilo de vida vem com o compromisso com Cristo. Somos Seus embaixadores (II Coríntios 5.17-21). A Igreja é constituída de cooperadores. Ela trata dos negócios de Cristo com amor e zelo, consciência de missão e responsabilidade diária. O seu olhar está em Cristo. O seu viver depende de Cristo. Sabe que deve anunciar o Evangelho de Cristo a todo o mundo tendo a consciência do preço altíssimo a pagar. A obra de missões é sublime, encantadora, renovadora e inspiradora. Esta obra revela a supremacia de Cristo. Um empreendimento que visa anunciar às nações a Grandeza, a Sublimidade, a Majestade de Deus Pai. Os povos devem se alegrar pela proclamação do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Na linguagem do pastor Waldemiro, façamos de nossas igrejas instrumentos missionários de Deus para a redenção do mundo. E, acima de tudo, o façamos para a Sua glória! n
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OBSERVATÓRIO BATISTA
COVID-19 - o mundo parou e estamos em um grande reset! (parte 1) Lourenço Stelio Rega Em julho de 2020 foi publicado nos Estados Unidos o livro “COVID-19: The Great Reset”, escrito pelo professor Klaus Schwab, o grande cérebro que revelou ao mundo a Quarta Revolução, e seu coautor Thierry Malleret, que nos desperta para este relevante fato de que a pandemia do Sars-Cov2 provocou gigantesco reset. A palavra “reset” vem do mundo da informática e significa, em termos gerais, parar o funcionamento do computador, celular ou tablet e reinicializar seu sistema operacional, isto é, seu funcionamento. No processo do reset, o sistema apaga da memória o que chamamos de variáveis do sistema e do “stack de trabalho” e as reinicia conforme o padrão estabelecido e tudo volta ao normal, a não ser que haja algum problema de mau funcionamento na máquina (hardware). No caso, aqui “reset” significa que tudo parou e vai recomeçar, só que muitas variáveis que vão fazer normalmente a vida funcionar ainda não são bem conhecidas e algumas são até mesmo totalmente desconhecidas ou vão precisar ser completamente modificadas ou, até mesmo, deletadas. A situação se complica, pois, a quarentena, que foi anunciada para ser de algumas semanas, já dura mais de um ano e me parece que seu fim ainda é incerto, pois estão surgindo novas variantes do vírus, até mais letais. Diversas alternativas de imunizantes já são anunciadas e são aplicadas à medida que são aprovadas pelas agências certificadoras, mas ainda não se tem “segurança segura” sobre sua total eficácia. As atuais alternativas de vacinas conseguiriam atender as novas “cepas” do vírus? Qual o prazo de validade, se seus efeitos para quem tomar? Tudo é muito novo. Nas redes sociais, se espalham afirmações belicosas de grupos que tendem, de um lado, ao negacionismo e que vão ao outro lado em reações catastrofistas e conspiratórias. Mas, seja em que número forem, a contaminação continua, também as mortes, a angústia de quem perdeu parente e nem sequer pode sepultá-lo com decência. Já não se pode dizer com tanta certeza, como no começo da pandemia, que esse mi-
crorganismo afeta mais pessoa de certa idade ou com certas comorbidades, pois hoje, até crianças e pessoas atléticas têm se tornado vítimas fatais. Um amigo do curso de especialização em Bioética da escola médica do Hospital Albert Einstein, querido Marcos, advogado, em nosso encontro quinzenal, nos lembrou que as pessoas estão sendo abduzidas dentro do hospital, simplesmente desaparecem. Ainda mais, que o cenário é perverso, as pessoas não conseguem mais ver seu parente. Ficamos indagando para onde a pessoa foi, os caixões são lacrados, o velório é rápido, poucas pessoas. Isso me faz lembrar que o luto está sendo interditado, a história pessoal e das relações familiares e sociais desaparecem como que em um passe de mágica. Que consequências isso está trazendo e trará para as famílias? Como esse reset trará um reinício, com tanta dor e sofrimento? Como tudo isso está sendo no imaginário das pessoas sobre como será esse novo mundo, esse novo normal? Há pouco foi amplamente divulgado nas redes sociais o álbum musical de Raul Seixas intitulado “O dia em que a Terra parou!”, lançado em 1977. No começo da música principal temos: “... sonhei com o dia que a Terra parou. Foi assim. No dia em que todas as pessoas. Do planeta inteiro. Resolveram que ninguém ia sair de casa. Como que fosse combinado em todo planeta. Naquele dia, ninguém saiu, saiu de casa, ninguém...”. No passado, também diversos filmes catastróficos que retratavam algo como esse grande reset que estamos vivendo. Só que hoje, essas previsões se tornaram reais, estão à nossa frente, em nosso chão, à nossa volta e as notícias de pessoas contaminadas ou até mesmo que vieram a óbito estão chegando mais perto de cada um de nós alcançando parentes, amigos e vizinhos. Há teorias da conspiração que já se constituem em interessante cardápio aos adeptos deste tipo de discussão. Mas um detalhe, entre estas teorias, seria interessante considerar se de fato este vírus surgiu em um laboratório, portanto artificial ou sintético, teria semelhança ao comportamento dos vírus naturais? Na literatura em geral, médicos e especialistas já se preocupam com
as reações não regulares do comportamento do vírus e mesmo de seus efeitos colaterais, mesmo depois de se declarar que um paciente é curado. Então, como definir e entender esse “grande reset”? Essa grande parada mundial na vida que está exigindo a sua redescoberta, o repensar da vida (life rethinking)? O que poderemos esperar para nosso futuro vencida a pandemia? Como será o reinício? O que virá de novo, o que será diferente, o que terá a sua data de validade vencida e não mais será considerado? Quais as variáveis que nortearão nossas decisões diárias, já que os marcos ou referenciais que nos davam segurança foram movidos de lugar ou nem mais existem? Olhando para o passado, ficamos tentando buscar informações e imaginar em como foi a vida nas grandes e antigas pandemias. Como as pessoas ficavam no isolamento? Quais eram as restrições a que as populações tinham de se submeter? Se não havia televisão, internet, redes sociais, canais abertos e por assinatura, ensino virtualizado e tantas alternativas como temos hoje, como as pessoas passavam o seu tempo em casa, como se comunicavam, como se atualizavam sobre as notícias mais recentes? Você já pensou nisso? Hoje, tudo é conhecido em segundos quase que pelo mundo todo por meio das redes sociais. Isso tem diversos lados. Um deles é que é possível orientar as pessoas quanto aos riscos da pandemia, da contaminação; dar orientações por meio dos serviços médicos para que a pessoa possa evitar serem contaminadas e até mesmo contaminarem outras pessoas. As pessoas também tomam conhecimento da dimensão do cenário local e mesmo mundial sobre o alastramento da doença, sobre as descobertas de vacinas e o sucesso da cura. Mas também surgem notícias falsas, as famosas “fake-news”, golpes de espertalhões e tudo o mais que acaba promovendo desserviço para o bem-estar de todos. É muito interessante o surgimento de notícias, sem a devida comprovação, de procedimentos e até medicamentos milagrosos para se evitar a doença e até para curá-la. Mais interessante é como estas notícias falsas e outras se espalham como rastilho de pólvora que, em poucos segundos, se
tornam em verdades incontestáveis. Isso me faz lembrar pelo menos dois cenários. Um deles vamos tratar hoje que é o tema em que poderemos ingressar em uma sociedade distópica, que é caracterizada como uma sociedade imaginária que passa a ser controlada, seja por governos autoritários, seja por outros meios, de modo evitar a condições insuportáveis de vida aos indivíduos. Esse tipo de ambiente social surge a partir da realidade do momento atual em que vive uma sociedade atual idealizada a partir de futuras condições extremas. Para que se evite isso, podem surgir poder político totalitário, em geral mantido por uma minoria, mas também privações extremas que levam um povo ao desespero de uma vida detalhadamente controlada. Exemplos de sociedades distópicas foram retratadas no século passado em obras tais como, “1984”, de George Orwell (1903-1950) e “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley (1894-1963). Já estamos vivendo esse cenário com os controles a que somos submetidos para evitar a propagação da doença. Por enquanto são controles necessários, mas quem garante que serão compulsórios. Já se fala em “passaporte sanitário” indicando a imunização da pessoa portadora que terá livre acesso em viagens, por exemplo. Mas não é preciso ir muito longe, quando a imprensa alardeou no começo o controle pelo acesso à localização de celulares que o Governo do Estado de São Paulo faz para saber se a pessoa está em seu endereço de domicílio e, assim, ter ciência se as medidas de isolamento social estão funcionando. Já se sabe que na China o controle sobre o histórico da pessoa é bem sofisticado e, pelos recursos digitais (Big Data, Learning Machine, Algoritmos etc.) o controle sobre minha vida e a sua já são bem amplos. Em resumo, será que, com a desculpa para a proteção da saúde e da vida, com o controle sobre o “ir e vir”, sobre a liberdade individual teremos o “vazamento” do controle total sobre nossas vidas? Você tem alguma dúvida? No próximo artigo vou falar sobre o ingresso na era da “pós-verdade” e teremos mais indagações e provocações sobre esse grande reset em que o mundo parou. Contatos: rega@batistas.org. n