ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 08/06/14
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Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
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Ano CXIV Edição 23 Domingo, 08.06.2014 R$ 3,20
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EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Othon Oswaldo Avila Amaral (Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
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segundo domingo de junho é o Dia do Pastor, ou melhor, é o dia que em que dentre tantos outros separamos como batistas para celebrar gratidão a Deus por aqueles que aceitaram o chamado de Deus para o exercício do ministério pastoral. Ninguém ingressa no ministério sem que tenha a sua vontade direcionada, trabalhada e persuadida para o mesmo. Este direcionamento da vontade é fruto da chamada de Deus, o que é fator decisivo para o ministério da Palavra. Ninguém pode, como tentou Simão, Atos 8.18-19, comprar um dom espiritual. Deus chama e trabalha na vontade huma-
na, direcionando-a para o ministério. Uma prova de gratidão é ter uma vida de fidelidade a Deus. A fidelidade ao chamado de Deus é uma prova de gratidão. Fidelidade é resultado de comprometimento com a missão. Escolhido para frutificar, conforme João 15.16 “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”. O pastor tem a responsabilidade de falar e agir em nome de Deus. Como crente em Jesus Cristo, seu testemunho de conversão impressiona a todos, pela sua tenacidade e autenticidade.
Como evangelista, sofrendo as aflições. Como mestre, exercitando o dom de ensinar a sã doutrina. Como administrador, exercitando sua liderança com os recursos humanos e materiais da igreja. Como cidadão, o ministério pastoral é uma obra de excelência e exige caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal. Não há pastores perfeitos, mas o pastor precisa ser alguém que persegue a perfeição, já que a obra do ministério da Palavra é uma obra excelente, que exige excelência. A Declaração Doutrinaria da Convenção Batista Brasileira diz no capitulo 11 sobre o ministério da Palavra: “Todos os crentes foram chamados por Deus para
a salvação, para o serviço cristão, para testemunhar de Jesus Cristo e promover o seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espírito Santo. Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos homens, de maneira especial, para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua Palavra. O pregador da Palavra é um porta-voz de Deus entre os homens. Cabe-lhe missão semelhante àquela realizada pelos profetas do Velho Testamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, tendo o próprio Jesus como exemplo e padrão supremos”. Graças te damos, ó Pai, porque tens levantando entre nós pastores segundo o teu coração.
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bilhete de sorocaba Julio Oliveira Sanches
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upermercados e hipermercados são bons luga r es par a observar como estão a educação infantil e a autoridade dos pais no processo educacional. Há casos em que dá vontade de acionar a polícia e o serviço de proteção aos animais para intervir. É comum vermos crianças chorando, berrando, gritando, rolando no piso sujo e frio nos corredores entre as gôndolas. Pais desesperados, reféns de crianças com menos de quatro anos de idade. Avós intervindos para atender a vontade dos netos. Aliás, os avós modernos são péssimos quando o assunto é o controle das ações infantis. Avós não educam o que é dever dos pais. Mas, os atuais avós estão deseducando os netos. Há que se proibir a intervenção dos avós no processo educativo. A razão é simples, segundo afirmação que ouvi alhures. Somos a última geração de filhos que respeitaram e obedeceram aos pais, e a primeira geração que vive sob o comando tirânico dos filhos. Os atuais pais obe-
decem aos filhos. Quando a atual geração de filhos se extinguir, não haverá mais relacionamento entre pais e filhos e vice-versa. Retornaremos à barbárie, se é que existiu barbárie. Os pirralhos de hoje já nascem dando ordens. Mal saem ou são retirados do útero, apresentam uma lista de coisas e pessoas que detestam. Não gostam de claridade, do escuro, do leite materno, do berço e mais uma interminável lista de sandices elaborada pelos pais. Alguns pais creem piamente nessas listas mitológicas e as executam a risca, tornando-se escravos dos filhos. A moda agora, determinada pelos especialistas em educação do atual governo, é que a criança seja deixada na creche o mais cedo possível. Chegará o dia em que as maternidades serão instaladas dentro das creches. Assim, as mães não precisarão ser mães. Deixarão os filhos aos cuidados de terceiros e assim terão mais tempo para curtir os salões de beleza e os shoppings. A terceirização da educação dos filhos é uma
triste realidade na sociedade atual. Não admira a onda de violência que a todos amedronta. Todos esses fatores objetivam eliminar a família do vocabulário humano. Com a erradicação da família e o Estado controlando o cidadão, é fácil banalizar a vida. Maioridade penal é conceito vago. Não se discute. A responsabilidade do individuo para com o semelhante e com o patrimônio público é relativo. A violência é criação do capitalismo selvagem, dizem, que não se comove com a desgraça do pobre. Embora os que o condenam são cada dia mais ricos. Os novos valores pululam em frase de efeitos. Repete-se a mentira e o tempo se encarrega de transformá-la em verdade. Vivemos numa sociedade de mentira e mentirosa. O título acima eu ouvi de um menino, creio que de uns quatro anos, num dos hipermercados da cidade. Os pais estavam comprando. O menino pegou uma grande e colorida caixa de cereal. Colocou no carrinho de compras. Tais produtos
são disponibilizados estrategicamente à altura dos olhos infantis. Despertam a atenção pelos desenhos coloridos. O produto pouco importa. Importante é a embalagem que torna a mercadoria vendável. “Recoloque a caixa onde você a pegou”, disse a mãe ao menino. “Ainda temos muito em casa, explicou”. Aguardei o teatro de sempre. Tenho profunda admiração por pais que são dominados pelos filhos. O desejo é enviá-los à minha saudosa mãe para merecida correção. Fiquei pasmo! O menino obedeceu sem questionar. Devolveu a caixa à gôndola e emitiu a pérola: “Não vou comer o que está em casa”. Confirmada mais uma vez a tendência má gerada pelo pecado. Nascemos ruins, crescemos ruins e com o passar do tempo aprimoramos a maldade inoculada pelo pecado no coração humano. Cumprem-se as palavras de Paulo em Romanos 3.10: “Não há um justo, nem um sequer”. Neste nem um sequer as crianças estão incluídas. Por isso, precisam de pais sábios que as corrijam,
e as eduquem nos princípios bíblicos. Desejei ver o final da ação materna e a reação do menino. Como criança esquece com facilidade, a nova caixa de cereal ficou no passado. Valeu a conduta materna. Firme, sem esbravejar, com palavras suaves, a mãe impôs ao pequeno a decisão certa. Pais que gritam e esbravejam, prometem duros castigos quando chegar em casa, testificam que perderam há muito a batalha e a autoridade. Os filhos sabem que gritos são comprovantes da ausência de autoridade e de comando. Nada acontece quando as ameaças servem apenas para dizer aos circunstantes: “Quem manda aqui sou eu”. Na realidade todos sabem que no lar não há disciplina. Apenas um aglomerado de adultos que há muito perdeu o caminho do que seja gerar filhos e educá-los. Entregar ao Estado é mais prático, embora mais cruel. “Corrija a teu filho, e te fará descansar; e dará delicias a tua alma” (Pv 29.17). www.pastorjuliosanches.org.
Pr. Sylvio Macri, IB Central em Oswaldo Cruz, Rio - RJ
De fato, foi Deus quem criou a família. Temos a tendência muito humana de achar que nós é que temos o poder de constituir, ou não, a nossa família, mas a verdade é que não existe nenhuma família verdadeira que não tenha sido constituída pelo próprio Deus. Nada podemos fazer sem ele. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 127.1). Com a instituição da família, Deus não estava tentando fazer uma experiência com os seres humanos, um projeto que poderia dar certo ou não. Este é outro grande erro
nosso: não podemos começar uma família contando com a possibilidade de dar errado. Pelo contrário, a Bíblia diz que a família é para a vida toda. Nada pode separar o que Deus ajuntou. Família é para dar certo. “Não separe o homem o que Deus juntou” (Mc 10.9). A família é a fórmula perfeita para o desenvolvimento dos seres humanos, vistos como indivíduos ou vistos como coletividade. Isto se refere a um relacionamento heterossexual, que inclui não só o prazer sexual, como a responsabilidade pela procriação e pela preservação
da espécie. Se Deus tivesse admitido a relação homossexual teria, antecipadamente, condenado a espécie humana à extinção, pois pessoas do mesmo sexo não procriam. “Homem e mulher os criou. Então os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos” (Gn 1.27b - 28a). Não importa o bom ou mau uso que fazemos da criação de Deus, isso não anula a verdade de que ela é perfeita. O fato de famílias ao nosso lado já terem desmoronado ou estarem caminhando para isso não nos autoriza a concluir que o que Deus criou não
deu certo. Mesmo porque ao nosso redor há também famílias felizes, muitas até exemplares. A bem da verdade, não existe alternativa à família. Não havendo mais família, o que podemos esperar é o caos, o desastre. Os nazistas alemães fizeram experiências nesse sentido, tentando produzir seres humanos sem uma referência familiar, com o objetivo de desenvolver uma raça superior, e fracassaram redondamente. Portanto, a família é uma criação de Deus. Insubstituível!
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e vez em quando vejo um adesivo desses que são colados nos vidros dos carros, com a seguinte expressão: “Família, projeto de Deus”. Não gosto muito dessa frase, por causa da palavra “projeto”, que passa um sentido de algo que está sendo experimentado, de um plano que pode falhar. Por isso, prefiro dizer que a família é criação de Deus, algo acabado e perfeito.
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Em busca da Juventude Eterna Samuel Rodrigues de Souza, Ministro da 3ª. e 4ª. idades da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ
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á uma ânsia de viver e de viver muito. Todos querem viver o máximo que puderem, e se possível sem jamais deixar de ser jovens. Quem tem, sabe. Basta uma piscina para se dispor de uma espécie de fonte da juventude. É impossível dar umas braçadas, ensaiar uns mergulhos, estirar-se ao sol e não esquecer os problemas, o estresse cotidiano, o trânsito caótico, a cotação da bolsa. Enfim, sentir-se mais jovem. Tanto é assim, que, ao se referir à lenda da fonte da juventude, o pintor alemão Lucas Cranach, o Moço, filho de Lucas Cranach, o Velho, famoso pelos retratos que fez de seu amigo, o reformador Martinho Lutero, não teve dúvidas e a representou como uma piscina repleta de banhistas. É um quadro sugestivo, com uma magnífica paisagem na parte superior e, no primeiro plano, uma grande piscina ladeada de degraus, com uma coluna - e uma pequena estátua - ao fundo. À esquerda, pessoas idosas e doentes chegam em carroções e padiolas. Os sinais do tempo se perdem e voltam a ser jovens. Entram na água e então se dá o milagre do rejuvenescimento, nessa representação pictórica. A juventude é mais preciosa que o mais precioso dos metais, já que o ser humano, empreendedor por natureza e apegado à vida, nunca aceitou a velhice e a morte. A fonte da juventude estaria na América. Bastaria encontrá-la. Aliás, o próprio Éden estaria na América, afirma Sérgio Buarque de Holanda em “Visão do Paraíso”. Segundo o historiador paulista, as narrativas medievais afirmam que junto ao paraíso terrestre existia a fonte de juventude, que se reportava à deusa romana da juventude. “Quem provasse por três vezes daquelas águas, achando-se em jejum, ficaria livre de quaisquer enfermidades e passaria a viver como se não tivesse mais de 32 anos. Urgia encontrá -la para não envelhecer e morrer. O explorador espanhol Juan Ponce de León (14601521) tinha mais de 50 anos quando empreendeu a procura da fonte da juventude e
do rio da imortalidade. Ponce de León julgou se capaz de “localizar o mais breve caminho para a sagrada fonte e para o rio onde os velhos se revigoram e remoçam”. Havia tradições indígenas que, coincidentemente, ligavam-se à lenda europeia da fonte da juventude, situando-a na ilha de Bimini, ao norte. Ponce de León, à frente de dois navios equipados e tripulados às suas expensas, partiu do porto de San German, em Porto Rico, ilha que tinha conquistado e governado, no dia 3 de março de 1513. A expedição contava com o apoio do rei Fernando, que autorizava o explorador a povoar e governar Bimini, ao mesmo tempo que lhe garantia poder perpétuo sobre a ilha, se a encontrasse. Seguindo para noroeste e costeando as ilhas de Espanhola e Cuba, avistou as Bahamas, explorando-as por quase um mês. Em 2 de abril, dias depois da Páscoa, a Páscoa Florida (Páscoa das Flores), avistou uma costa que não esperava encontrar e a batizou de La Florida. Era a Flórida. Desceu à terra, na região da atual St. Augustine, nordeste da península, a primeira cidade norte-americana, e por alguns dias procurou pela fonte da juventude, mas também por ouro e prata. Afinal, Ponce de León encontrou ou não a fonte da juventude? Há quem diga que não só descobriu como bebeu de sua água, que lhe teria feito tão bem que acreditava se tratar mesmo da fonte que deixava as pessoas eternamente jovens. Segundo alguns guias turísticos, o Fountain ofYouth Park (155 Magnolia Avenue), em St. Augustine (160 km de Orlando, 500 km de Miami), com sua fonte natural sob uma abóbada de conchas, guarda o manancial tão procurado. É até possível provar da água ou comprá-la engarrafada. Mas não consta que alguém tenha rejuvenescido. Depois, o Estado da Flórida possui cerca de 320 fontes de água pura e rica em minerais. Qual seria a fonte de Ponce de León? Ainda hoje, há quem procure pela fonte, como atesta o livro “Fonte Perdida - Pesquisando a Lenda”, de Duane K.McCullough. Para McCullough, a fonte estaria na região de Key Largo, nas Florida Keys, extremo sul do Estado, e seu poder se expli-
caria pelo fato de as águas conterem traços de ouro misturados ao sal marinho. Se Ponce de León bebeu da água da fonte da juventude ou nela se banhou, de nada lhe valeu. Ele retornou à “Ilha da Flórida” em 1514 e 1521, em ambas as vezes com a incumbência de colonizá- la. Na primeira vez, não foi bem-sucedido; na segunda, foi ainda pior. Ponce de León e seus homens, cerca de 200, foram atacados por um grupo de calusas ou mayaidras e o explorador foi ferido, vindo a morrer em Cuba. Está sepultado em San Juan, Porto Rico, cidade que fundou em 1508. Ponce de León pode não ter descoberto a fonte da juventude. mas sem dúvida descobriu uma fonte de juventude, que é o Estado da Flórida. Com seus parques e seu clima ensolarado, com a absurda média de 360 dias de sol por ano em alguns pontos e seu jeito de eternas férias. é uma “fonte de juventude” procurada anualmente por cerca de 40 milhões de turistas. Basta pôr o pé no Magic Kingdom, em Walt Disney World, Orlando, para voltar a ser criança. Talvez por isso é que é o Estado preferido dos idosos - um em cada cinco cidadãos é da Terceira Idade. As estações de águas, que curam os males mais diversos, são cada vez mais procuradas por gente de todas as idades, para provar que a lenda da fonte da juventude ainda mantém todo o fascínio, todo o apelo. Afinal, quem é que não quer frear o fluxo do tempo? Por vezes, a lenda da fonte da juventude se confunde com a crença hebraica do rio da imortalidade. Observamos em II Coríntios 4.14 que a ressurreição nos conferirá a imortalidade querida pelo ser humano no paraíso do Jardim do Éden. O Éden é morada paradisíaca da condição humana, que, por sua opção, diante da liberdade posta por Deus, o perde. Por ele, o ser humano alimenta uma saudade eterna. Já o evangelho nos anuncia que Jesus é a esperança que nos mostra o caminho de volta. Ele age em parceria com o Espírito Santo e com todos os que são seus irmãos. Paulo expressa sua firme convicção de fé na ressurreição de todos nós, no mesmo Deus que ressuscitou Jesus (II Co 4.13-15).
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia
Condenação dos Maus Pastores Senhor, várias vezes, condenou as más ovelhas do Seu rebanho. Por outro lado, houve ocasiões em que Ele também condenou os mus pastores: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor” (Jr 23.1). O problema dos maus pastores do Reino de Deus é um assunto enfrentado tanto pelos profetas, quanto pelos apóstolos. De acordo com Jeremias, os maus pastores cometem duas maldades, por causa do seu comportamento e por sua pregação. Primeiro, eles “destroem” as ovelhas,
demolindo suas convicções, escandalizando sua boa fé, extorquindo o seu dinheiro. Como consequência, eles cometem a segunda maldade: “dispersam as ovelhas”, levando-as a desacreditar as igrejas e a não mais frequentar a comunidade cristã. Precisamos, hoje, de mais “bereanos”. Precisamos de mais membros de igreja que, após ouvirem seus pregadores, vão à Bíblia, para conferir sua veracidade. Não compram gato por lebre... Estes crentes serão elogiados por Jesus, como na carta à Igreja em Éfeso: “sei que você...pôs à prova os que dizem serem apóstolos, mas não são e descobriu que eles eram impostores” (Ap 2.2). A condenação dos maus pastores vem de Jeremias e é reforçada por Jesus.
Paulo lembra que vivemos num corpo, morada terrestre que será destruída em favor de uma morada eterna em Deus. Morre o ser humano exterior para viver o interior. É como se dissesse: saímos de Deus para morar num paraíso, o perdemos, mas com a graça de Deus e o testemunho vivo de Jesus, voltaremos para a eternidade. A imortalidade querida pelo
ser humano, ao comer o fruto proibido, só será possível com a ressurreição. O jovem rico indagou a Jesus o que fazer para herdar a vida eterna. O Mestre mandou que ele deixasse todas as riquezas, a ambição e o pecado que dominavam sua vida. Orientou-o que não só deixasse tudo, mas também passasse a segui-lo dali por diante e então teria um tesouro nos céus, a vida eterna.
“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR” (Jr 23.1).
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Um Pastor Apascentador
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Foto: Marcelo Rodrigo C. Teixeira
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Pr. Josué da Silva Andrade, Presidente da Convenção Batista Carioca
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ueremos aproveitar a data comemorativa do Dia do Pastor para uma homenagem à um grande líder batista, que nos inspira com a sua liderança apascentadora, e que nos dias 22 e 23 de maio abençoou a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Carioca, de uma forma singular. Irland Pereira de Azevedo, expoente batista e talentoso pastor de algumas gerações; ministrante contundente da Palavra de Deus; mentor da pastorada batista do Brasil, em vários contatos pessoais, palestras , retiros, congressos, conferências, etc, portanto, um investidor apaixonado na edificação pessoal do pastor. Portanto, a esse o qualificamos como um pastor apascentador. Irland aposentou-se das atividades pastorais. Cum-
priu ministérios longos e de grande edificação de vidas. Declinou de ser eleito para cargos denominacionais, com propósito de dedicar atenção à sua amada esposa Zilá, filhos e netos, e ainda atender o apelo dos pastores, quando o convidam para ministração. Não bastasse tudo isso, ainda há convite de muitas igrejas para assumir pastorado interino, visando a sucessão pastoral, o que tem feito com muito sucesso e dedicação. Irland, um homem culto, estudioso, contextualizado, batista fiel à sua denominação, amigo de todos, sendo também portador de um caráter cristão que inspira. Por essa razão e tantas outras, a sua palavra ministrada tem um efeito extraordinário na vida dos ouvintes. Irland já foi presidente da CBB (hoje, Emérito), da Ordem dos Pastores, Convenções Estaduais por onde tem atuado, da Entidades da denominação, tudo isso, por
muitas vezes; conferencista e preletor renomado, que conserva a sua humildade e fidelidade aos seus princípios de fé e da ortodoxia batista. Por essas e muitas outras razões, somos gratos a Deus pela vida desse ilustre servo dedicado, que não cansa de fazer o bem para abençoar vidas, como o fez para a nossa OPBB-Carioca, quando ministrou-nos, no acampamento de Rio Bonito, sob o tema Liderança Apascentadora, a convite do nosso presidente pastor João Fraga. A nossa homenagem é de sincero reconhecimento a quem verdadeiramente tem colocado a sua vida no altar e uma demonstração de ser um pastor apascentador. Parabéns, pastor Irland! Que o nosso bom Deus o conserve com talento, saúde e paixão para continuidade da sua extensão, pós ministério pastoral local, para ainda continuar servindo. Deus seja louvado!
CONVOCAÇÃO À ASSEMBLEIA ORDINÁRIA DO CONSELHO GERAL DA CONVENÇÃO BATISTA BATISTA BRASILEIRA O Sr. Presidente da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, Pr. Luiz Roberto Soares Silvado, no desempenho de suas atribuições, de acordo com o ESTATUTO, Capitulo VII, Art. 31 e na forma de seu REGIMENTO INTERNO, CONVOCA seus Conselheiros, a fim de participarem da reunião da Assembleia Ordinária do CONSELHO GERAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, a ser realizada de 11 a 14 de agosto de 2014, à Rua José Higino, 426 prédio 28, Tijuca - Rio de Janeiro, 20.510-412, constando da Pauta, a RATIFICAÇÃO das Atas lavradas em 21 de março de 2012, relacionada à alienação e venda dos imóveis da: CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, JUNTA DE MISSÕES MUNDIAS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA e JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA. Rio de Janeiro, 08 de junho de 2014 Pr. Luiz Roberto Soares Silvado Presidente
stá se tornando comum nos meios batistas acionar pastores e igrejas perante a justiça dos homens para solucionar pendências que deveriam ser sanadas com amor e piedade dentro da própria igreja, como expressamente recomenda Paulo em I Coríntios 6. Por não dependerem da direção do Espírito, por não confiarem na justiça de Deus, por lhes faltar um mínimo de amor, buscam apoio na justiça secular, expondo o evangelho ao ridículo perante as autoridades. Não fará justiça o juiz de toda a terra? (Gn 18.25). Amado pastor, não tenha a ilusão de que, sendo justo, íntegro no profundo do seu coração, perdoador e manso, desambicioso e submisso a Deus, você estará imune aos ataques de pessoas cruéis, ambiciosas e soberbas. Pessoas maldosas, sem amor, em vez de orarem por você e ajudá-lo nas suas lutas, poderão abusar da sua mansidão e atacá-lo sem piedade. Movidos por interesses pessoais, por distorções mórbidas de personalidade ou por ideias próprias contrárias ao padrão bíblico em que você baseia sua vida e sua mensagem, indivíduos que estão na igreja de Cristo, mas não estão em Cristo - porque, como quase sempre se prova depois, nunca tiveram uma experiência real de conversão a Jesus - podem se voltar contra você e tentar destruir seu ministério. Porque a justiça do justo incomoda os ímpios. A mansidão dos mansos irrita aos soberbos. A fidelidade dos íntegros desperta o ódio dos maus. Tudo isso fica evidente na perseguição de Sambalate e Tobias contra Neemias, humilde servo de Deus, homem de muita coragem, porém justo, manso, e dependente de Deus. Ou ainda na perseguição dos sátrapas da Babilônia contra Daniel. Nem Daniel, com toda a sua integridade e fidelidade a Deus estava isento dos ataques, das ciladas e calúnias das satrapias da Babilônia. O anjo de Deus tapou as bocas dos vorazes leões e livrou a Daniel, mas anjo nenhum pode tapar as bocas dos sátrapas para impedir que difamassem o profeta.
Será que os sátrapas de hoje não sabem que vão dar contas a Deus e vão acabar sendo devorados pelos leões que eles mesmos cevaram para devorar os justos? Darão contas a Deus, sim! Nem Paulo estava blindado contra a oposição de um Alexandre latoeiro, nem João estava livre da perseguição de um Diótrefes. Seja fiel a Deus e tenha compaixão dos que se voltarem contra você, ore por eles porque eles precisam da manifestação da graça do Senhor para que se arrependam, busquem o perdão e recuperem a paz interior. Viva a verdadeira piedade no Espírito, faça o melhor que puder para Deus, descubra e realize os propósitos de Deus com fervor, ainda que nada disso impeça que os sátrapas babilônicos de hoje queiram jogar você aos leões, nem que sambalates e tobias queiram impedir que você reconstrua os muros da igreja, que Satanás derrubou. Convivi com homens de Deus que hoje, na distância do tempo, entendo que eram santos em carne. Rubens Lopes, que me batizou, Miranda Pinto, que me ensinou a orar, Reis Pereira, firme guardião da sã doutrina, João Soren, exemplo de compostura pastoral, Tertuliano Cerqueira, médico do corpo e da alma, que enfrentava a borrasca a pé para socorrer uma ovelha e tantos outros. Pensa que algum deles viveu sua vocação profética sem jamais ser contestado, confrontado, perseguido, injuriado? Contudo, aprendi também uma coisa espantosa com todos eles: As perseguições que sofreram, longe de os desanimarem, fortaleceram-lhes a fé, robusteceram as raízes de suas almas em Deus e os capacitaram para enfrentar tempestades ainda maiores. Deus não vai mandar-lhe inimigos. Se. Porém, os sátrrapas, os sambalates e os tobias da impiedade o desafiarem, siga confiando em Deus. Ore por eles e diga como Neemias: “Estou fazendo uma grande obra (para Deus), não posso descer” (Nm 6.3). Você não pode renunciar à dignidade da sua vocação profética e descer ao perigoso nível das querelas mundanas.
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É um grande prejuízo ele Manoel de Jesus The, Pastor e colaborador de OJB ser esquecido. Várias vertentes dão origem a esse o d a c o n g r e g a ç ã o princípio. Lembremos, em batista, com vistas primeiro lugar, o livre arbítrio a sua organização, do ser humano. Mesmo que no momento de ser seja um escolhido de Deus, organizada por outra igreja Deus respeita a decisão do batista é submetida a um ser humano. Em segundo exame doutrinário. A honra lugar, lembremos de que a que os batistas têm recebido salvação é uma decisão pespor parte da sociedade, ou soal. Filho de peixe, peixinho das autoridades, é sustenta- é não funciona com filho de da por esse princípio, mui- batista. Seus pais lhes transto esquecido, de que uma mitem as verdades bíblicas, igreja batista só pode vir à o plano de salvação, e ele existência através de outra decide aceitar a dura verdaigreja batista. Tirando os de de que nasceu pecador, presbiterianos e os metodis- e que por isso peca, e que tas, as demais denominações deve se arrepender dos seus ditas evangélicas surgem por pecados, e crer que a morte iniciativas de indivíduos, e de Cristo, se por ele for aceipassam a ser bem particular ta, o livrará da condenação eterna, reservada àqueles dos mesmos. Os batistas são lembrados que rejeitam reconhecer que por serem defensores his- são pecadores, e Cristo como tóricos de cinco princípios: Salvador. A esse princípio damos Bíblia como única regra de fé e prática, separação entre o nome de sacerdócio dos Igreja e Estado, batismo só crentes. Por que sacerdócio? de convertidos, autonomia Por que é responsabilidade das igrejas e sacerdócio dos pessoal escolher ser salvo ou crentes. Esse último é, às condenado. Ninguém mais vezes, sequer mencionado. pode fazê-lo por mim. Em-
bora caiba aos pais transmitirem aos filhos as verdades bíblicas, através do ensino e do testemunho pessoal, cabe a cada um deles a decisão. Esse princípio, pregado e defendido pelos batistas, ao longo da história, deu origem ao individualismo liberalista apregoado em nossos dias. Dizem os existencialistas: o homem é livre para escolher ser o que ele quer ser. Como ele nasce pecador, ele só escolhe o mal e o pecado. No princípio batista, a pergunta é: ser livre para que? Para ser responsável pelas suas escolhas. Já dizia Orígenes no III século: “Pecado é usar de forma errada a liberdade de escolha”. Grande verdade! O homem é alguém que tem determinação. Ele tem opções, e escolhe uma delas. Os animais agem por memória genética. São programados. Saem muito pouco daquilo para o qual foram programados. O sacerdócio dos crentes veio não só indicar a responsabilidade pessoal pela espiritualidade, como também
para intermediar a comunhão entre Deus e os homens. O montante de ensino e regras sobre o sacerdócio é o maior de todos nos escritos de Moisés. O custo do ministério sacerdotal de Cristo, por nós, foi sua morte. Ao mesmo tempo, Cristo foi oferta e o ofertador. O ponto mais alto do ministério sacerdotal do crente é a oração. Na oração ele oferece o pedido a Deus, e oferece a si mesmo. O custo do ministério da oração do crente é a morte do seu eu. As ordens de Cristo no tocante à oração eram de que ela deveria ser em primeiro lugar, vista por Deus. Nenhuma falta faz a oração ser vista ou não pelos homens, mas, ser vista exclusivamente por Deus, é fundamental. Na oração, ao fechar a porta para os homens, eu as abro exclusivamente para Deus. É por isso que é fácil eu fechar a porta para os homens, mas difícil é eu fechá-la para mim mesmo. Facilmente saio da presença de Deus cheio de orgulho por ter estado em oração. Aí
o Diabo conseguiu transformar a bênção em desgraça. A oração é tão exclusiva de Deus que na oração do Pai Nosso não há nenhum pedido material. Deus e o seu Reino é o único desejo e pedido daquele que ora. Nela o Pai é tudo, o próximo é semelhança de Deus, e aquele que ora, é nada. Quanto menos sou, mais portador da paz que vem de Deus eu sou, e os homens me chamarão filho de Deus. Eis aí a bemaventurança do pacificador. O colocar o princípio bíblico do sacerdócio dos crentes, como princípio batista, não nos tem levado a ver a importância do ministério da oração. Dependemos muito de campanhas de oração, de sermos lembrados, transformando esse sacerdócio em obrigação e não em um privilégio. Tudo nesta vida é feito, ou para nós mesmos ou para os outros. Só a oração, no meu secreto, é que pertence exclusivamente a Deus. Que grande prejuízo para nós, batistas, esquecer-se desse glorioso privilégio!
aberto. Cada qual tem sua conformação rígida sob pena de se desfigurar, perder suas características e finalidades específicas. Na era digital, fala-se de formatação. Para esse procedimento vem primeiro, o preparo da máquina sempre escorado num suporte rígido e, depois, seguir o dado formatado no seu computador. Então, a pessoa seguirá obrigatoriamente o tal programa. A vida cristã não pode seguir a conformação do mundo. Então, coletivamente podemos perfeitamente alinhar a vida de uma igreja como antagônica a formatação do mundo, de pessoas sem Deus, de sociedades ou organizações sociais não religiosas. Tomar a forma de modelos de pessoas e sociedades sem Deus é conformar-se com o mundo. A dificuldade dessa compreensão esbarra em questões estru-
turais de conhecimento. Dentre essas, destacam-se a conceituação de Igreja e de Seu idealizador. Sua conceituação é estritamente prática, segundo a vivência no livro de Atos dos Apóstolos: igreja é um corpo formado de crentes batizados sob uma verdadeira profissão de fé em Jesus Cristo que possui liderança espiritual e organizacional bíblica como pastores e diáconos, de governo próprio independente de outras igrejas e autônomo, que permanece unida para observar as ordenanças deixadas por Jesus e proclamar o Evangelho a todos, Atos 2.37-46. E, Seu idealizador e organizador é Jesus, portanto de origem divina. Destaco rapidamente algumas razões porque algumas pessoas e agremiações religiosas e até igrejas se conformam com os ditames do mundo.
A primeira razão é a dificuldade de entender seu conceito prático, como descrito nas Escrituras. Conformam suas vidas e sua organização aos ditames do mundo, por não entender ou não compreender o conceito da Igreja. Quem erra no conceito, fatalmente errará na elaboração prática do seu projeto. A segunda razão é a dificuldade em seguir o plano de seu idealizador e fundador. Revelações e profecias a maneira como vistas hoje em dia, afastam pessoas e igrejas dos planos deixados por Jesus. A terceira é de ordem prática: a falta de coragem para não tomar a forma do mundo. Infelizmente para muitos, falta coragem para praticar o que destoa do mundo. Para muitos, é mais inteligente fazer o que eles fazem, falam, ou andar onde eles andam, como justificativa facilitadora para alcançá-
-los para o Evangelho. Mas, a Palavra diz: “Não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12. 2). O conceito de contextualização deve ser revisto. Ser contemporâneo como igreja é revitalizar na prática, conceitos bíblicos imutáveis. Os usos e costumes não existem para modificar doutrinas sólidas como a salvação, a adoração e a santificação. A Igreja de Jesus já foi formatada por Ele; já foi estabelecida e continua a ser praticada por Sua inspiração fechada nas Escrituras. Seus membros não podem sofrer a conformação do mundo em que vivem. Afinal, “tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação das Escrituras, tenhamos Esperança” (Rm. 15. 4).
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Rubin Slobodticov, Membro da Igreja Batista Sul, Bauru - SP
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aulo recomenda, com razões de sobra: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12. 1). Conformar é maneira pela qual se juntam as partes de um corpo organizado. Estamos em face de uma conformação anatômica própria, onde vícios de conformação e defeitos devem ser afastados radicalmente. Cada indivíduo ou grupo de pessoas tem conformação própria sob pena de se descaracterizar. Como exemplo, é constatar a conformação de uma associação em face de uma cooperativa; uma microempresa com uma de capital
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missões nacionais
Projeto Água Viva tem impactado vidas no sertão
Evangelismo e batismo em comunidade ribeirinha do Pará
Redação de Missões Nacionais
Culto realizado na capela
Redação de Missões Nacionais
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ara alcançar a grande meta da Visão Brasil 2020, chegando a 2020 com 21 mil igrejas e 4 milhões de batistas em todo o Brasil, o projeto Água Viva foi iniciado com o objetivo de multiplicar o evangelho em diversas comunidades rurais no sertão. Os missionários pastor Dorivan e sua esposa, Elma Ramos, têm atuado em Bom Jesus da Lapa (BA), após cinco anos de plantação de igrejas na Paraíba, e já contam vitórias alcançadas no novo campo. “O Projeto Água Viva nasceu no coração de Deus. Para mim e minha família, este é o projeto que esperávamos, pois somos nordestinos e sempre foi nosso desejo trabalhar em um projeto como este, com nosso povo, que tanto sofre sem água para beber. Mas agora eles podem conhecer a água viva, que salva, liberta e transforma. É outra realidade”, declarou o pastor. A cidade de Bom Jesus da Lapa está localizada no sertão baiano, e é extremamente católica. É lá que é realizada a terceira maior romaria católica, entre os meses de agosto e setembro, recebendo mais de 5 mil romeiros por dia. O casal está levando a Palavra para sete povoados, próximos a Bom Jesus da Lapa: Mutuca, Queimada Grande, Boca do Riacho, Quilombo, Baixa Funda, Mundo Novo e Roça Seca. O líder do Quilombo já foi alcançado e recebeu Cristo como Senhor e salvador de sua vida. Até o momento, na região onde os missionários estão, mais de 100 pessoas aceitaram Jesus. “Este projeto é de suma importância para todo o semiárido brasileiro, onde o povo sertanejo sofre sem água material e sem a água da vida, que é Jesus Cristo. Na cidade de Bom Jesus da Lapa e nos povoados, o povo precisa de roupas, sapatos e alimentos.
Missionários com algumas das pessoas já alcançadas na região
A quantidade de crianças é enorme, e muitas delas ficam sem roupas porque não têm o que vestir e descalços porque não têm o que calçar”, declarou o obreiro, que também fez questão de enfatizar que este projeto tem a finalidade de ganhar vidas na zona rural, onde a idolatria é grande e o catolicismo impera. Em uma das visitas à zona rural de Bom Jesus da Lapa, os obreiros encontraram dois irmãos, Joaquim e Cosme, com quem compartilharam a mensagem de Cristo. Estes dois homens também compreenderam que foi o amor de Jesus que possibilitou a chegada das cisternas que viabilizam a chegada da água para aquela localidade. Após a conversa com o casal missionário, eles autorizaram a realização de cultos na capela que pertencera a mãe deles, falecida há dois anos, e devota de Santa Luzia. Assim, em um local antes separado para a realização de missas, foi realizado o primeiro culto evangélico e, em breve, o local dará espaço para um templo batista.
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s missionários Josias e Eliene Pereira, que atuam em Santarém (PA), promoveram uma viagem para a comunidade ribeirinha Santana do Ituqui (PA). Eles contaram que foram três dias abençoados, com evangelismo, cultos, esportes, artesanato, além de palestras sobre saúde bucal.
Vidas se renderam a Cristo. Uma pessoa que já estava recebendo estudo bíblico, na Frente Missionária em Santana do Ituqui, foi batizada. “Estamos maravilhados com o agir de Deus neste lugar”, declaram os obreiros, que também agradecem a todos que têm orado por este ministério. Interceda pela obra missionária entre os ribeirinhos, a fim de que o Senhor levante mais obreiros e para que mais igrejas realizem viagens missionárias para essas localidades.
Pr. Dorivan evangelizando com o cubo evangelístico
Muitas têm sido as vitórias, mas continua sendo necessário que o povo de Deus Batismo realizado durante a viagem interceda por este projeto missionário, a fim de que as vidas já alcançadas sejam firmadas em Cristo, e para que muitas outras encontrem esperança e salvação. Além das orações, você pode apoiar este ministério por meio do PAM Brasil. Escreva para pambrasil@missoesnacionais.org.br ou entre em contato com a Central de Atendimento: Do Rio de Janeiro - (21) 2107-1818 / Outras capitais e regiões metropolitanas - 4007-1075 / Demais localidades - 0800-707-1818.
Palestra sobre saúde bucal
Crianças foram evangelizadas
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David Malta Pioneirismo na Defesa In
Pr. Clemir Fernandes e Alexandre Castro
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astor David Malta Nascimento é advogado, reitor emérito do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, pastor emérito da Igreja Batista Barão da Taquara (Rio de Janeiro, RJ), fundador e líder destacado do Movimento Diretriz Evangélica. Participou ativamente da Conferência do Nordeste em 1962, cujo tema foi Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro, na condição de membro da Confederação Evangélica do Brasil. Militante nonagenário pela causa da justiça social, pastor David Malta recebeu Clemir Fernandes e Alexandre Castro na sua residência no Rio de Janeiro e deu entrevista sobre sua trajetória, que, aliás, se confunde com importantes iniciativas e momentos da história da igreja evangélica brasileira. Leia, a seguir, extratos de seu depoimento. Formação: Teologia, Direito e Filosofia Vim da Bahia, onde nasci [em 22/5/1919], para o Rio de Janeiro. Naquela época existia o chamado pré-seminário, que era mantido pelo Colégio Batista. Concluindo o curso pelo Colégio Batista, fui para o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil
[ambos no Rio de Janeiro, então capital do país]. E lá fiz o curso de teologia e me preparei nessa área. Na ocasião, eu era seminarista na Igreja Batista de São Francisco Xavier, pastoreada pelo meu sogro, Francisco Manoel do Nascimento. Depois fui ordenado e fiquei como pastor auxiliar. Concomitantemente fui ser pastor também, não por muito tempo, da Igreja Batista de Alegria. Mas eu estava interessado em fazer o curso de Direito. Então, fiz o curso na Faculdade Nacional de Direito e ainda, meio teimoso, fiz Filosofia. Mas só dei aula na área de Filosofia por um tempo bem curto porque fiquei mais interessado na área de Direito. Montei um escritório e fui orientado para fazer a prática forense, por um grande amigo meu que veio lá do Norte, Dr. Antonio Estrela. Aí organizei meu escritório e advoguei por muitos anos. O escritório era no centro da cidade do Rio de Janeiro. Com essa formação, envolvi-me em muitos setores denominacionais, mas primeiro eu queria dizer que na década de 1950 fui ser pastor na Igreja Batista Barão da Taquara, na Praça Seca (localizada na região de Jacarepaguá, também no Rio). Fiquei 42 anos como pastor ali. Mas enquanto isso acontecia, eu me envolvi em outras atividades. O Dr. Antonio Estrela, que
se tornou um grande amigo meu, deu passos no sentido de eu ser nomeado jornalista na Imprensa Nacional. E eu era revisor, trabalhando à noite. É uma experiência que me deixa muito comovido, sobretudo, pelo apoio tão significativo do Dr. Estrela. Posteriormente, a Imprensa Nacional se transferiu para Brasília e me aposentei, porque validei uns anos em que trabalhara no Colégio Batista. Minha formação jurídica teve um sentido também muito interessante porque, em razão de ter essa formação, passei a me aproximar e fazer parte de órgãos da denominação batista no Brasil. Eram comissões, conselhos, etc. Naquela época aceitei ser o assessor jurídico de uma organização muito importante da Convenção Batista Brasileira. Chamava-se Associação Evangélica Denominada Batista do Brasil. Era uma organização constituída pelos missionários da Junta de Richmond no Brasil e em nome dela foram adquiridos inúmeros imóveis destinados às igrejas e as igrejas não tinham ainda personalidade jurídica e não podiam transferir o imóvel para o seu nome. Então, nesses anos todos, acho que mais de 20 anos, prestei essa assessoria ajudando a fazer a transferência dos imóveis das igrejas para os nomes das mesmas igrejas. Porém, eu me sensibilizava muito pelo aspecto social. Porque onde me criei e tive parte da minha formação de adolescente, numa cidade pequena lá do interior da Bahia e, desde então, quando vim para o Colégio Batista, eu já era sensibilizado pelos aspectos da justiça social. Então, fui secretário durante nove anos da Junta de Ação Social da Convenção Batista Carioca. Nesta oportunidade, trabalhei muito no sentido de organizar o quanto fosse possível o próprio trabalho da Junta de Ação Social. Inclusive no meu tempo houve a aquisição de propriedades no bairro de Campo Grande onde se encontram hoje vários serviços sociais dessa instituição. O despertamento social Eu fui estudar muito tarde, terminando o curso colegial com 20 anos de idade. Depois foram as leituras, o
contato com universitários, a polêmica que resultou nessa compreensão de uma teologia aberta ao ser humano. Esse assunto que diz respeito à beneficência cristã, ação social e justiça social me tocou bastante. Naquela época - fim da década de 1940 e início de 1950 — se desenvolvia no Brasil o esquerdismo marxista. E, já na faculdade, eu fazia parte de um grupo que era de uma tendência socialista não comprometida com o marxismo, na Faculdade de Direito. Lutamos bastante no sentido de tomar posição sobre aspectos da vida social brasileira. Naquela época havia um interesse muito grande do ponto de vista político e os grupos se formavam com bastante conteúdo e se opunham. Então, de um lado estavam os esquerdistas e, do outro, os conservadores. Não me lembro do ano (provavelmente em 1966, data da primeira candidatura de Lysâneas Maciel à Câmara dos Deputados, pelo MDB), mas fui candidato, ou a deputado estadual, ou a vereador. Formei um par com Lysâneas Maciel e nós fizemos a campanha. Obtive 5500 votos; ele teve 12 mil para a Câmara Federal. Minha votação não fui suficiente para me eleger vereador, ou deputado estadual, no Rio. Esse lado social me falava profundamente, e nós lá na Faculdade tínhamos o nosso grupo. Mas cá fora tínhamos o grupo de líderes batistas e evangélicos que também estava bastante sensibilizado por essa causa. Nesse contexto, surge o Movimento Diretriz Evangélica. O Movimento Diretriz Evangélica foi um ideal, o sonho de alguns líderes batistas, e nós tínhamos uma abertura porque sempre fui bastante sensível e voltado para o problema da aproximação das denominações batista e evangélicas no Brasil. Então, nós – Lauro Bretones, Mário Barreto França, Hélcio Lessa, Himaim Lacerda, dentre outros – nos aliamos de alguma forma à Confederação Evangélica do Brasil. Naquela época houve o famoso congresso no Recife que marcou historicamente os evangélicos no Brasil.
Cristo e o processo revolucionário brasileiro: a Conferência do Nordeste – 1962 Eu estive presente e participei. Minha memória está bastante frágil, mas as impressões que trago são de que a Conferencia do Nordeste teve um impacto muito grande. Inclusive havia uma inter-relação com outras comunidades evangélicas fora do Brasil e teve uma repercussão muito interessante, muito positiva. Acho que rever isso e reler isso seria muito producente para os dias de hoje. Uma ideia que julgo importante para o grupo que se interessar por esse assunto hoje é reproduzir, republicar certos textos, certos documentos que acentuem essas posições daquele passado distante. Porque dos meus companheiros daquela época, que eu me lembre, há uns dois ou três que ainda vivem. Essas ideias todas iam trabalhando a gente e estávamos voltados a elas num ponto de vista de beneficência, ação social, mas envolvia também o aspecto político. O Hélcio Lessa definiu esse conjunto de princípios muito bem no livro dele sobre Ação Social Cristã (publicado no início dos anos 60). Então, nós nos sensibilizávamos por esse tema de ação social. Não podíamos admitir uma sociedade tão injusta, com a riqueza acumulada e a miséria generalizada. Foi isso que nos moveu. Experiência individual versus consciência ideológica Vim de uma família pobre, mas não digo que isso tenha sido fundamental para minhas posições posteriores acerca da questão social. Meu pai era escrivão de paz de uma cidade chamada Mutuípe, na Bahia. Aos 45 anos, acho que foi de febre amarela, ele faleceu. Minha mãe ficou com cinco filhos. Ou por isso ou por aquilo, seja por uma questão da época, ou uma falta de visão maior, meu pai deixou um seguro, uma coisa pequena, que se gastou logo. Minha mãe, Isabel Malta Nascimento, que faleceu com 102 anos, trabalhou numa máquina de costura
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Nascimento: ntransigente da Justiça Singer — acho que esta máquina se encontra na casa da minha irmã — durante muito tempo pra nos sustentar. Quer dizer, ela costurava roupas masculinas e foi uma heroína, uma mulher extraordinária. Um episódio de que até acho graça: vendi arroz doce na feira. Minha mãe fazia arroz doce lá em Jaguaquara e eu vendia para a gente se manter e depois a gente foi melhorando. Fomos pra casa dos avós. Mas desta cidade pequena lá da Bahia eu me transferi para uma cidade maior que se chama Itabuna, no sul da Bahia, terra do cacau. E aí fui trabalhar como empregado no comércio. Trabalhei cinco anos numa família, cujo chefe se chamava Batista, que me trouxe, e foi ali que desenvolvi minha adolescência e entrei na juventude. Então, quanto ao despertamento pela justiça social, há uma experiência pessoal, mas ela não é o principal. Há também uma sensibilidade do ponto de vista de análise, de debate político, porque a política estava muito à flor da pele em todos nós. Há também leituras, que me levaram a adotar essa posição mais sensível aos problemas sociais. De forma que há uma experiência pessoal, mas também uma visão analítica, porque a cultura da gente vai se desenvolvendo. A ação partidária era muito intensa, envolvia a todo mundo. Tinha o integralismo — eu jamais quis saber de integralismo — mas é preciso dizer o seguinte: mais tarde aquilo que nós pensávamos da nossa experiência individual, familiar, foi sendo sustentado por convicções ideológicas. A Bíblia, para mim, é exemplar quando você lê, por exemplo, a respeito dos profetas no Velho Testamento. Os profetas foram líderes contundentes nesses aspectos da justiça social para todos. Textos famosos. E quando você chega ao Novo Testamento, vejo Jesus Cristo próximo da pobreza. Jesus Cristo curou o doente, multiplicou o pão para os famintos, tudo fez e ensinou a respeito dos pobres. Como não se há de sensibilizar um ser humano
para com o seu próximo lendo a Bíblia? Eu não entendo como não possa. Agora, o chamado capitalismo manipulou e defendeu em nome do princípio da liberdade uma posição de concentração do poder e da riqueza.
fera. E hoje estou vendo que essa posição está se enfraquecendo. Há projetos de lei que estão em curso que ferem o princípio da separação da Igreja e Estado. Nós não temos que confundir Igreja e Estado, mas temos que defender aquilo que o Estado pretende também, que é o bem de todos ou da coletividade. Mas nós somos ausentes. Dá-se uma crise, um descalabro tremendo no Congresso Nacional como se tem ouvido. E o que nós dizemos? Nós não temos nada a dizer! As denominações evangélicas — sobretudo as tradicionais — deviam se unir e ter uma voz presente nessa realidade econômica e social que aí está. Mas somos ausentes. Absolutamente ausentes. Precisamos levar aos poderes públicos o que nós pensamos. Acho que brevemente a igreja evangélica vai ser contestada em alguns aspectos a respeito dessa sua separação do Estado. O Estado vai querer invadir a igreja e eu não sei pra onde vamos. Tenho dito isso, que nós precisamos nos preparar e falo aos líderes batistas e evangélicos mais jovens porque daqui a pouco alguém vai querer obrigar a igreja a tomar decisões que ela não pode tomar. Nós vamos para uma crise muito séria brevemente. A antiga Confederação Evangélica do Brasil tinha uma postura mais presente. Se bem que naquele tempo as ênfases eram mais de natureza social, mas também do ponto de vista do comportamento da Igreja em relação ao Estado havia posições bem mais positivas.
Diretriz Evangélica Aí veio o Movimento Diretriz Evangélica, posteriormente, e publicou um jornal chamado Diretriz Evangélica (primeiro número em 1949), que depois virou uma revista. Mantivemos também um programa na Rádio Copacabana. Eu todo sábado lia uma crônica e fazíamos um debate com entrevistados e uma parte de divulgação de notícias. Esse programa tinha boa audiência, mas quando a ditadura dominou — a censura era muito grande, atingia muitos meios de comunicação — fechamos o programa. Isso em 1964. Nós divulgávamos notícias em geral. Havia uma parte do programa com essa dimensão e havia entrevistas. Nós entrevistávamos pessoas sempre com esse lado social. Os artigos que líamos eram sobre os temas da sociedade. Aliás, aproveito para dizer que esse é um vazio terrível, tremendo de nossa literatura, especialmente, jornais. A iniciativa de comemorar os 60 anos foi algo extraordinário (no evento realizado pela Fraternidade Teológica Latino Americana-Núcleo RJ, em 16 de junho de 2009). Eu mesmo, quando vi tudo o que aconteceu — foi publicada uma síntese da Poderes públicos minha caminhada — disse A dificuldade maior que à minha esposa que o que mais me tocou foi exata- existe é chegarmos aos poderes públicos. Estive semana mente aquela página. passada numa reunião da OAB. O Wadih [Damous] Comunidade ausente Nós criamos uma filosofia, que era o presidente e que um entendimento de sermos foi reeleito (Ordem dos Aduma comunidade ausente. vogados do Brasil, seção Rio Nós somos uma comunida- de Janeiro) fez essa reunião de ausente e continuamos e havia muitos advogados. sendo. Nós devíamos ter E ele se dispôs a responder uma presença. Não estou perguntas dos presentes. Enpedindo que a igreja entre tão pedi a palavra, fui lá e na política, jamais. Mas os perguntei: “Por que a ordem filiados da igreja deviam en- não desenvolve uma ação trar na política. Aqueles que junto aos poderes públicos são líderes e têm vocação para tirar essas pessoas andeveriam entrar e encontrar drajosas, miseráveis, famintas apoio. Defendo a separação que estão nas ruas”? Fui à Copacabana há dois da Igreja e Estado como uma
meses. Fiquei estarrecido olhando lá numa rua seis pessoas jogadas no chão, abandonadas, miseráveis. Quer dizer, uma cidade como o Rio de Janeiro, que vai hospedar a Copa do Mundo e depois as Olimpíadas, é uma cidade com famintos e miseráveis no meio da rua, jogados. Dá pode entender uma coisa dessas? Observa-se que nos morros - as chamadas favelas — só agora os governantes estão se despertando. Na minha concepção, ou esses morros seriam urbanizados corretamente, ou então vamos usar as terras fora do Rio de Janeiro, e dar transporte às pessoas, às famílias. Daqui para a Região dos Lagos você tem quilômetros e mais quilômetros de terras baldias, terras que não estão sendo usadas para nada. Então, põe transporte e faz casa para os pobres.
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que em todo culto vai se falar de justiça social, mas a gente pode fazer congresso, conferência. A juventude precisa ser despertada e, às vezes, nós passamos por cima, não consideramos isso. Uma coisa que me preocupa muito, muito, muito: a igreja e sua periferia. O que ela faz com a população que está perto? Ela tem alguma promoção? Ela tem alguma forma de chegar e fazer algum evento e convidar os vizinhos e seja algo que interesse aos vizinhos? A igreja, por exemplo, sofre uma limitação porque há certas atividades na área de saúde que precisam obedecer à legislação. A gente devia estudar esse assunto. A igreja que frequento agora foi obrigada a fechar seu ambulatório onde havia médicos atendendo. Ela teve que fechar esse ambulatório porque a lei não permite que funcione assim. Então, a gente devia estudar como é que a lei estabelece ou influenciar, quem sabe, a própria lei. Mas a igreja não chega às pessoas que estão perto dela. Ela não chega. Ela tem que criar uma forma de se relacionar com essas pessoas, com essas famílias. Somente sei que não podemos continuar como estamos. Mas como eu creio que a história é feita de reformas, eu estou esperando. Imagina-se que jamais uma coisa possa acontecer, e acontece!
Ação política da igreja Não quero envolver a igreja diretamente na política como algumas denominações estão fazendo, não acho correto isso. Porque o Estado é separado da Igreja. Mas o melhor é dar formação em cidadania aos membros da igreja para que eles atuem, por exemplo, nos seus locais de trabalho. Se você puser na cabeça de um jovem ideais de justiça, de humanização, etc., ele pode por essas ideias em prática no seu ambiente de trabalho. Não estou dizendo fonte: www.novosdialogos.com
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Primeira Igreja Batista do Socorro - SP
comemora 34 anos celebrando a casa nova
Flávio Schmidt, Assessoria de Comunicação da Igreja
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Primeira Igreja Batista do Socorro (PIBS) - SP, comemorou seu 34º aniversário e celebrando sua nova casa. A celebração foi realizada no dia 26 de abril de 2014, às 18h30, com o culto de aniversário e inauguração do novo templo. Essa data representa a história da PIBS no bairro e sua dedicação de evangelização, levando mensagens de amor, salvação e alegria para todas as famílias da região.
crescimento. Desde 1980, a Igreja vem demonstrando tais marcas por meio de sua influência verdadeira e profunda no coração das pessoas. Agora, nesse momento de comemoração de seu aniversário, a PIBS espera 34 anos de história alcançar muito mais pessoas e evangelização A história da PIBS sempre e tocar em seus corações para foi marcada por devoção e que sintam a alegria de nosso
Senhor Jesus Cristo. A PIBS deseja tornar a região cada vez mais abençoada! “Fico cada dia mais impressionado com o que Deus vem fazendo no meio do seu povo aqui na PIBS. Toda semana sabemos que ele tem respondido as nossas orações”, afirma o pastor Ademir Caitano Alves.
Por tudo isso, a PIBS contou com a presença de muitos amigos, vizinhos e moradores do bairro do Socorro, a fim de abençoá-los nessa celebração. Inauguração da nova casa A comemoração do aniversário da PIBS contou
com um fato marcante e significativo. Depois de dois anos de muito trabalho e dedicação dos membros da Igreja, o novo templo chega à sua primeira fase de conclusão e pode ser “simbolicamente” inaugurado. Esse momento é representado pela conclusão da fachada espelhada e de seu jardim frontal. “A experiência de depender de Deus em todos os momentos é o nosso maior desafio. Chegamos até aqui porque aprendemos a difícil lição de depender de Cristo Jesus”, revela o pastor. A Igreja fica localizada na Rua Olívia Guedes Penteado, 1155, Socorro - SP. Que o Senhor Jesus continue abençoando a todos!
49 Aniversário da Igreja Batista Esperança de Icaraíma - PR o
Pr. Douglas Siaticosqui Garcia
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os dias 4, 5 e 6 de abril de 2014 a Igreja Batista Esperança de Icaraíma (IBEI), comemorou o seu 49º aniversário, estando presente o pastor Jean Garcia Cézar, da Igreja Batista Sião de Curitiba, vice-presidente da OPBB/Grande Curitiba e da Associação dos Batistas da Grande Curitiba, preletor nestes dias de festa em gratidão a Deus. Também tivemos a presença de muitos visitantes, e nossos irmãos da Congregação Batista em Alto Paraíso, mantida por nossa Igreja. Foram dias de muitas bênçãos, ministração da Palavra, vidas se rendendo aos pés do Senhor, muita adoração, participações especiais, dentre elas a Orquestra da IBEI, a irmã Emanuele com a dança profética, e os irmãos Sidnei e Nicole louvando a Deus, além de muita comunhão entre os irmãos. Os preparativos para esta festa tiveram início alguns meses antes, e nas últimas três semanas a Igreja se colocou em oração e jejum, buscando a face do Senhor,
pedindo quebrantamento e que muitas vidas pudessem ser ganhas para o seu Reino. Pudemos presenciar o mover do Espírito Santo já na primeira ministração da Palavra no dia 4, dia de organização da Igreja, quanto também tivemos uma palavra de felicitações do prefeito de Icaraíma, Sr. Paulo Queiroz e sua esposa, Sra. Alzeni, e do irmão Wilson Caetano, que falou em nome do pastor Geremias Corrêa Junior, presidente da AIBOP (Associação das Igrejas Batistas do Oeste do Paraná). Após o culto, tivemos um delicioso momento de comunhão entre os irmãos, com muitos salgados, refrigerantes, e um grande bolo, ornamentado artisticamente, além de muito saboroso. No dia 5, a Igreja homenageou o pastor José Pereira de Almeida e sua esposa, irmã Dozolina Boscarato de Almeida, que estiveram 30 anos à frente do ministério em tempo integral, honrando-o com o título de Pastor Emérito, segundo o que Deus colocou no coração do nosso atual pastor, Dowglas Siaticosqui Garcia, demonstrando o reconhecimento dos seus esforços e da sua vida doada
ao trabalho e o cuidado com o rebanho do Senhor, sempre zeloso e prestativo. Na ministração desta noite, o pastor Jean falou sobre “Sairmos do Arraial” e irmos em direção àqueles que precisam conhecer a Jesus, sairmos do comodismo e do conforto de nossas igrejas e “Saquearmos o Inferno”. Contamos com a presença do coordenador da AIBOP, pastor Gentil dos Santos, que também teve a oportunidade de parabenizar a Igreja e participar da homenagem ao pastor José Pereira, bem como a presença do pastor Orlandivan Vieira de Almeida. Na manhã do dia 6, a homenagem foi para o irmão Edson Rodrigues Ferreira, que esteve à frente da Igreja em 2013 como presidente, tempo este em que se doou nesta árdua tarefa, e no qual Deus o esteve capacitando. Em seguida, tivemos uma preleção do pastor Jean muito clara e didática. O pastor foi pregando e fazendo um purê de batatas em plena ministração, enfatizando que a Igreja deve trabalhar para manter a unidade. As batatas antes estavam todas juntas umas das outras, mas só se uniram quando foram cozi-
das, amassadas e misturadas umas às outras. Foi bastante impactante este momento, e todos saíram dali dispostos a manterem-se unidos. Logo após tivemos um delicioso almoço (churrasco), que além de termos praticamente toda Igreja reunida, contamos com a presença de muitos visitantes da cidade. Louvamos a Deus, porque todos que fizeram suas doações para que este momento fosse possível, e todos que se doaram, trabalharam com muita alegria, fazendo-o para o Senhor nosso Deus. No encerramento das conferências, fomos mais uma vez desafiados a “lançarmos botes salva-vidas”, e trazermos para o reino de Deus aquelas pessoas que estão “clamando por socorro, em meio ao mar de desilusões, de perdição, da falta de conhecimento das Sagradas Escrituras”. O resultado foi muitos irmãos(ãs) indo à frente, se comprometendo em orar por pessoas que conhecem, mas que ainda estão sem Jesus, testemunhando e convidando-as para estarem conosco. O melhor de tudo foram vidas que aceitaram Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador.
A IBEI, juntamente com o pastor Dowglas, louva a Deus porque nestes cinco meses em que estamos juntos, a Igreja tem passado por um processo de mudança. Depois de um tempo sem pastor presidente, escolheu trabalhar em ministérios, já tem um corpo diaconal, cujos membros estão sendo treinados e pastoreados juntamente com os ministros, irmãos estão voltando à comunhão, e em numero de membros já crescemos em torno de vinte por cento. Deus tem honrado esta Igreja em meio a lutas e dificuldades, “sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor”, mas a alegria que vem do Senhor nos inunda e nos enche de amor. Celebrar 49 anos de Igreja é recordar as bênçãos com que o Senhor nos tem agraciado, é ter o cuidado de continuar a luta que não acaba aqui, é viver uma vida diante de Deus honrando-o, obedecendo-o e proclamando o seu Reino aqui na Terra. Cremos que Deus tem um novo e grandioso tempo para esta Igreja, e para a cidade de Icaraíma e região. “Grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres” (Sl 126.3).
o jornal batista – domingo, 08/06/14
missões mundiais
Missões Mundiais forma nova turma de missionários
Eliana Moura – Redação de Missões Mundiais
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ais do que uma alegria, é uma realização especial em Deus poder, a cada semestre, conhecer e compartilhar a vida com cada vocacionado para Missões transculturais. E é com essa alegria que a família JMM se reúne com amigos e irmãos para agradecer, cantar junto, orar e enviar. Haiti, Portugal, Sul e Sudeste e Sul da Ásia são os destinos dos 15 missionários comissionados no culto de formatura que aconteceu no dia 25 de maio na Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro. “Nós daremos o melhor”, foram as palavras do Pr. Jorge Max, após uma apresentação emocionante dos FMs, os filhos de missionários. Em nome da turma, Jorge falou sobre a importância de ter conhecido de perto a Junta de Missões Mundiais. Sobre
Missionários são comissionados por todos os pastores presentes
a estrutura da instituição, ele ressaltou que foi muito bom saber a forma como a JMM lida com a sua responsabilidade. Depois de receberem seus certificados, momento que foi marcado por lágrimas acompanhadas de sorrisos,
numa espécie de percepção do próximo passo, os missionários ouviram o gerente de Missões, Pr. Alexandre Peixoto, falar sobre o trabalho da JMM como de assistência e relevância humanitária. Ele destacou que, nos próximos anos, Rosimere Francisco,
que já foi Radical África e professora do Espaço FM, implantará um programa de educação para crianças de 3 a 7 anos no Haiti, através de sua experiência como pedagoga especialista em Neuropedagogia. O projeto é que, daqui a 18 anos apro-
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ximadamente, o Haiti conte com uma universidade nascida deste sonho. Em uma bem-humorada e marcante palavra, o Pr. Israel Belo de Azevedo, líder da igreja que recebeu o evento, lembrou que “é preciso ter paixão”. Fatos da vida acontecem e nem sempre o trabalho se desenvolverá da maneira como exatamente planejamos. Mas, nesses momentos, nossos missionários e, aliás, todos nós, precisam se lembrar do que os levou ali: a paixão que o Deus da Criação colocou em seus corações. No coração de cada um dos nossos missionários que partem para os seus próximos dias, vai a certeza de que, como disse o Pr. Israel, Deus os chamou. Se Deus os chamou, a Junta de Missões Mundiais está aqui para servir a todos no cuidado missionário, pois, como grifou o Pr. Alexandre, “Estes missionários não são da Junta de Missões Mundiais. São da igreja batista brasileira”.
Chilenos clamam por ajuda após terremoto Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais
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Para o missionário, o Chile precisa da intercessão de todos, a fim de que momentos de instabilidade sejam transformados em oportunidades de Deus e momentos de graça para esse país. Os missionários avisam que estão bem, mas sempre preparados em caso de um novo terremoto ou mesmo um aviso de evacuação. Na casa de outra família missionária, uma das crianças ainda vive o trauma desse terremoto. Luiz Felipe, o filho mais novo do casal Luiz César e Deise Queiroz, até hoje não consegue dormir sozinho devido às lembranças do terremoto.
terremoto de magnitude 8,2 na escala Richter que atingiu o Chile em abril ainda tem suas consequências no dia a dia dos chilenos e dos missionários de Missões Mundiais que estão neste campo para anunciar a palavra de Deus. Os frequentes abalos, comuns na região, sempre trazem à mente daqueles que passaram por esse susto a possibilidade de um grande cataclismo. Segundo o missionário Claudinei Godoi, o fenômeno destruiu parcialmente algumas cidades do Deserto do Atacama, trazendo temor e insegurança a todos da região. Claudinei lembra ainda que na cidade de Valparaíso um incêndio de grandes proporções deixou mais de 10 mil pessoas desabrigadas e um triste saldo de 16 mortos. “Este é um tempo de instabilidade humana, todavia não para Deus. Em sua providência o Senhor tem os elementos para conduzir a história exatamente para o fim que ele mesmo determinou”, diz o Pr. Claudinei. População ainda precisa de ajuda
O missionário César Queiroz conta que a região onde moram, na cidade de Iquique, no norte do Chile, onde ocorreu o epicentro do terremoto, tem muitas dificuldades de se reerguer. “Muita gente ainda mora em barracas, e o medo de um novo terremoto é visível. Eles esperam mais atenção dos órgãos públicos”, diz César. César lembra que assim que ocorreu o terremoto, uma igreja brasileira enviou ajuda. Para ele, esta ação abriu um grande precedente para eles compartilharem as boas novas do evangelho. Após essa ação, igrejas locais passaram
a também apoiar a população com ações humanitárias. No Atacama, várias famílias estão desabrigadas e agora vivem pelo favor de parentes e amigos. O Pr. Claudinei conta que por lá, em momentos de insegurança geral, a família Santibañez, membros de uma pequena igreja batista local, tem sido um grande lenitivo não somente para eles, mas para todos aqueles que buscam abrigo e apoio em sua residência. A casa é transformada num grande “albergue” para familiares, estrangeiros, pessoas carentes e idosas. “Situações como esta me ajudam a entender que a
tristeza e sofrimento é uma companheira inoportuna, contudo útil, pois nos leva a compartilhar espontaneamente o sofrimento de um estranho. Isso é realmente extraordinário. Em uma sociedade que está mais inclinada a nos ajudar a esconder e esquecer a dor que a crescer por meio dela, ser útil e servo é algo divino”, diz Claudinei. Você pode orar e ofertar para que nossos missionários possam ser voz de Deus no Chile. Saiba como ajudar, ligue para: (21) 2122-1901 / 2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800-709-1900 (demais localidades).
Desabrigados pelo terremoto não têm para onde ir
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notícias do brasil batista
90 anos do Trabalho Batista em Muniz Freire
Herbert Soares, Historiador e membro da PIB de Muniz Freire - ES
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m 1921 foi realizado o primeiro culto da história dos batistas no município, ocorrido na residência do casal Purcina Maria Figueiredo Soares e Joaquim Ribeiro Soares, na zona rural do município. Tempos depois, Purcina decidiu-se pelo batismo, tornando-se a primeira a ser batizada em Muniz Freire quando foi imersa nas águas pelo pastor Carlos Leimann, entre 1922 e 1923. Ainda que o trabalho batista tenha se iniciado alguns anos antes, o marco oficial é o dia 23 de maio de 1924, data em que foi fundada a Congregação Batista de Muniz Freire. Duas notícias encontradas em “O Jornal Batista” descrevem os primeiros passos dos batistas em Muniz Freire. A primeira, publicada no dia 5 de junho de 1924, refere-se à fundação da Congregação Batista de Muniz Freire e foi enviada pelo pastor Fernando Viana Drummond, que muito contribuiu para que a congregação muniz-freirense fosse instituída: “O começo da causa em Muniz Freire foi
Fundadores: Manoel, Purcina, Joaquim, Demerval, Pedro, Cornélio, Astrogilda e Alyrio.
com a mudança do irmão José Ramalho para esta cidade. Em casa dele, que era no centro da cidade, eu preguei diversas vezes, quando o pastor Carlos Leimann tomou o pastorado da Igreja de Castelo, e ele continuou a evangelização ali; e mais tarde o pastor Leimann batizou na Igreja de Castelo um moço de Muniz Freire, que residia em Castelo, e então a família deste moço começou a interessar-se no Evangelho, sendo batizada em Muniz Freire a mãe do dito moço. Com a saída do
pastor Leimann, a cidade foi visitada duas vezes pelo pastor Sebastião Farias, quando pastor de Castelo. Eu, no trabalho geral do nosso campo, sempre tenho passado por ali, e pregado em casa dos irmãos Joaquim Ribeiro Soares e Cornélio Ribeiro Soares, cujas residencias ficam no subúrbio da cidade, onde temos tido sempre diversas pessoas da cidade como assistentes aos cultos”. Segundo Stael de Assis Soares, no livro “Sal e Luz”, a congregação foi fundada
no dia 23 de maio de 1924 por oito membros: Joaquim R ibe ir o S oa r e s , Pur c ina Maria Figueiredo Soares, Cornélio Ribeiro Soares, Astrogilda de Araujo Soares, Alyrio Ribeiro Soares, Pedro Ribeiro Soares e Demerval Ribeiro Soares, além de Abelardo Rosa, que, segundo o referido livro, foi “arrolado como membro fundador, porque aqui residia e trabalhava”. O “moço” citado na primeira notícia é Manoel Ribeiro Soares, residente em Muniz Freire e que foi traba-
lhar como estafeta entre esta cidade e Castelo. Após ser batizado em Castelo, leva o pastor Carlos Leimann a Muniz Freire e assim o trabalho batista chega às terras muniz-freirenses. A intolerância religiosa se fez presente em muitos momentos na história do Brasil, inclusive em Muniz Freire. A segunda notícia, publicada em 11 de dezembro de 1924 e enviada pelo secretário da congregação, descreve o sofrimento com as perseguições comuns da época: “[...] Se não fora a proteção do bondoso Pai do céu, não sei o que seria de nós aqui no meio de tanta incredulidade e maldade. Temos sido vilmente caluniados, mas Deus tem estado sempre conosco”. Os pioneiros do trabalho batista devem ser sempre lembrados, pois o início, com apenas oito membros, é que possibilitou a organização da Primeira Igreja Batista de Muniz Freire, em 26 de agosto de 1946. O ano de 2014 marca os 90 anos de fundação da Congregação Batista de Muniz Freire. Um monumento ou uma placa é o mínimo merecido por aqueles que com muita luta escreveram as primeiras páginas de uma longa história.
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OBITUÁRIO
O irmão Cantídio Rodrigues de Oliveira
“Descansou no Senhor” (12-04-1920 - 15-03-2014)
Marcos P Oliveira, filho
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epois de lutar contra a (DPOC) doença pulmonar oclusiva crônica, durante anos, com várias internações hospitalares, faleceu no dia 15 de março de 2014, vítima de insuficiência respiratória, ao 93 anos de idade. (1920-2014) Sua vida cristã teve início na Igreja Presbiteriana de Campo Formoso - BA, onde nasceu aos doze dias do mês de Abril de 1920. Serviu o Exército Brasileiro em Salvador-BA, de onde foi convocado para a 2ª Guerra Mundial, que começou em primeiro de Setembro de 1939, às 9 horas da manhã com a invasão da Polônia. A agressão sofrida pelos submarinos alemães e italianos nas costas do Brasil, torpedeando 31 navios Mercantil com a perca de 971 vítimas e mais 3 navios de guerra, um navio auxiliar, uma corveta e o Cruzador Bahia com 468 vítimas. A Força Expedicionária Bra-
sileira perdeu 451 soldados, com um total de 1890 vítimas. A Força Expedicionária Brasileira, da qual o irmão Cantídio foi participante, nasceu do encontro entre o Presidente Getúlio Vargas e o Presidente Franklin Delone Roosevelt no Rio Grande do Norte. Ele participou da tomada do Monte Castelo em 21 de Fevereiro de 1945 e a tomada de Montese (Itália) no dia 14 de Abril de 1945, orgulho para o Esquadrão do qual ele fazia parte. No Vale do Pó, houve rendição individual de 22 mil prisioneiros de guerra. Obs:. A Divisão Brasileira (com Cantídio) combateu com efetivo de 22 mil homens. Teve como seu capelão de guerra, o pastor João Filson Soren, primeiro capelão militar evangélico que serviu na 2ª Guerra Mundial, o qual foi pastor na Primeira Igreja Batista no Rio de Janeiro por 50 anos, onde serviu com muito amor e dedicação. Ao término da guerra, os vencedores ganharam passeios turísticos por toda a Europa.
De volta ao Brasil, o irmão Cantídio deu baixa do Exército Brasileiro e foi residir na cidade de Santos, onde congregou na Igreja Batista do Calvário, na Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 165 - Santos - SP. Organizou e dirigiu uma congregação batista no Jardim Casqueiro - Cubatão-SP, a qual foi organizada em Igreja mais tarde. Foi diretor do departamento de Evangelismo e da Sociedade Masculina da Igreja do Calvário enquanto morou em Santos. Vindo para São Paulo, congregou como membro ativo na Igreja Batista da Fé, onde além dos trabalhos evangelísticos, atuou como diretor de construção
do Templo atual, com a aprovação da Igreja. Foi presidente em sua Igreja da Junta Diaconal durante alguns anos, da Sociedade Masculina, da ABANC, como também foi sócio da Sociedade Bíblica até os últimos dias de sua vida. Participou por cerca de 90% das Assembleias da Convenção Batista Brasileira, onde desfilava com certo orgulho com os demais Ex-Combatentes da 2ª Guerra Mundial. Foi assinante do “O Jornal Batista” até o fim de sua vida. Como ele veio residir em São Paulo, ingressou novamente no Exército Brasileiro e conseguiu sua reforma (aposentadoria) com gradu-
ação de segundo-tenente, posto este no qual faleceu. Foi casado com Marina Pereira de Oliveira, com a qual teve um filho, Marcos Pereira de Oliveira, os quais estão vivendo momentos de muita saudade. Foi um dos fundadores do grupo de convivência do Hospital do Exército “Pioneiros da Colina”, onde fez várias palestras sobre a 2ª Guerra Mundial. Ultimamente congregava na Igreja Batista de Água Fria-SP onde serviu como diácono também. “O SENHOR O DEU, O SENHOR O LEVOU: BENDITO SEJA O NOME DO SENHOR.” Jó 1.21
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nicio esta reflexão lembrando o que Paulo ensinou ao jovem pastor Timóteo (ITm 3.2a-4-5) “É necessário que o bispo(...) governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da Igreja de Deus)”? A vida do pastor começa em casa. É no lar que ele tem ou não tem autoridade espiritual. Este é o Calcanhar de Aquiles de muitos obreiros. Focam a igreja e a comunidade em volta, bem como as amizades, mas se esquecem de duas coisas essenciais: a vida devocional e a vida familiar. Aqui estão os dois pilares da vida pastoral. O insucesso de muitos obreiros está ligado à falta de compromisso na intimidade com Deus e na família. Isto é muito sério. Deve haver sempre coerência entre a vida de dentro e de fora do lar. As pessoas estão de olho na vida do pastor. O pastor é referência, formador de opinião. R. Kent Hughes faz algumas considerações muito pertinentes, a propósito. O ministério é desgastante. Consome muito tempo. A vida do pastor é bastante sobrecarregada. O ministério tem enorme potencial para a dissonância, dissensão e a hipocrisia, e para transformá-lo num fanfarrão eclesiástico, se o ministtro não se apropria das verdades que prega. E isso dá margem para a destruição do casamento do pastor. O ministério pastoral pode ser uma ocupação solitária. A congregação nem sempre compreende a nossa vida. Ficamos vulneráveis. Paulo retrata muito bem a luta dos que levam o ministério na perspectiva bíblica: “Pois, quando chegamos à Macedônia, não tivemos nenhum descanso, mas fomos atribulados de toda forma: conflitos externos, temores internos” (II Co 7.5). Ultimamente, muitas mulheres de pastor veem o mi-
nistério do marido como algo separado da vida em família: “Esse trabalho é dele. Eu tenho os meus próprios interesses e objetivos”. Outras não percebem o ministério como chamado, mas meramente como uma profissão comum. “Ele tem a profissão dele e eu a minha”. Há igrejas que devoram seus ministros, agindo como verdadeiras “orcas eclesiásticas”. Se o pastor é inexperiente ou ingênuo pode ser comido vivo e, ao mesmo tempo, assistir à deglutição de seu relacionamento mais precioso. De acordo com uma pesquisa realizada por um seminário nos Estados Unidos há alguns anos atrás, um em cada cinco pastores era divorciado, o que corresponde aproximadamente a 24% da população geral. O índice de divórcio nas igrejas liberais não era muito mais alto do que nas conservadoras. No espectro do casamento, devemos ter cada um, o coração carinhoso, que valorize publicamente um ao outro cada vez mais com o passar dos anos, como fez Winston Churchill com sua Clementine. Numa ocasião memorável, Churchill foi a um banquete formal em Londres, ocasião em que foi proposta uma questão aos dignitários: “Se você não fosse quem é, quem gostaria de ser? Naturalmente, todos estavam curiosos para saber o que Churchill, sentado ao lado de sua amada Clemmie, diria. Afinal, não se esperaria que ele respondesse Julio César ou Napoleão. Quando finalmente chegou a vez do ex-primeiro-ministro britânico, o homem idoso, o último a responder à pergunta, levantou-se e disse: ‘Se pudesse ser quem não sou, gostaria de” – e aqui ele fez uma pausa para segurar a mão da esposa – o segundo marido da Sra Churchill”. O casamento saudável de um ministro exige que ele e a esposa tenham coração intercessor um pelo outro. O
ponto de vista
ministério é profissão de servir. Servimos a Deus e a seu povo. Mas também é chamado para cuidar um do outro com nobre coração servil. Esse cuidado, esse sacrifício e essa dedicação devem estar no centro do casamento de um ministro do evangelho, para que nossa vida não seja apenas apoio reciproco, mas também seja testemunho da realidade de Cristo para a igreja e o mundo. Algumas dicas para melhorar o casamento: a) Tirem um dia de folga; b) O dia de descanso tem de ser inviolável; c) Namorem. d) Tirem férias; e) Vão para a cama juntos. Tedd Tripp ensina: “O lar é um microcosmo da igreja. As qualidades da vida espiritual que dão credibilidade ao pastor em casa fornecerão a mesma medida de confiança às pessoas a quem ele serve na igreja. A vida familiar é a fornalha na qual as características do pastor serão forjadas. As qualidades da vida espiritual que dão credibilidade ao pastor em casa fornecerão a mesma medida de confiança às pessoas que ele serve na igreja”.1 A nossa vida no lar é a medida da nossa autoridade. Como pastor, devo ser um líder espiritual em casa e na igreja, um marido e pai, bem como um protetor. 2 A nossa espiritualidade definirá que tipo de líderes somos em casa e na igreja. Deus nos chamou à coerência de Cristo, o nosso Supremo Pastor. O pastor que tem sua família bem estruturada é um homem que dá um excelente testemunho do evangelho de Cristo. Na contramão desta verdade, Eli, sacerdote em Israel, cuidava do sacerdócio, mas não foi enérgico com os seus filhos. “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor. Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a oferta do Senhor” (I Sm 2.12,17). A nossa casa é o primeiro templo onde devemos cultuar ao Senhor com todos da fa-
mília. Se falharmos em casa, falharemos na igreja. Se não temos autoridade em casa, não a teremos na igreja. A qualidade do nosso ministério dependerá da nossa qualidade em casa. Se não somos enérgicos em casa, como o seremos na igreja? Se não levamos a sério a disciplina no lar, como será na igreja? Se não pastoreamos o nosso pequeno rebanho, como o faremos com o grande? Não é a lei de causa e efeito? O lar deve ser sempre o fator que causa as mudanças relevantes na igreja. Há uma retroalimentação aqui. O Dr Maybue cita um best-seller sobre o ministério pastoral que contém um capitulo intitulado Alerta: o ministério pode ser uma ameaça para sua família. Por mais chocante que seja, o titulo reflete com precisão a realidade do ministério pastoral hoje. Uma pesquisa pastoral realizada alguns anos atrás, publicada em um jornal importante, descobriu as seguintes dificuldades significativas que produzem problemas conjugais nas famílias de pastores: 81% pelo tempo insuficiente em conjunto; 71% no uso do dinheiro; 70% por causa do nível de renda; 64% em dificuldades de comunicação; 63% por expectativas da congregação; 57% em diferenças quanto ao lazer; 53% por dificuldades na criação dos filhos; 46% em função de problemas sexuais; 41% pelo rancor do pastor com relação à esposa; 35% na diferença quanto à carreira ministerial e 25% por diferenças quanto à carreira da esposa”. 3 Estas pesquisas apontam para uma realidade pior nos dias de hoje. Aumentam sensivelmente as separações em nossas igrejas, inclusive de líderes. A OPBB está preocupada. Uma série de fatores corrobora esta triste realidade. Como líderes, não temos sido cuidadosos, prudentes na relação familiar. Não temos sabido conciliar os compromissos do lar com os demais. Sentimo-nos
NOTAS: 1 TRIPP, T. – Ame sua família – artigo da Revista “Fé para Hoje” – no. 28/2006, Ed. Fiel – SP. 2 Ibid. 3 MAYBUE, R.L. – A Família do Pastor – Redescobrindo o ministério pastoral. – John MacArthur, Jr./Corpo Docente do Master Seminary – CPAD – 1998, RJ. 4 Ibid.
pressionados, muitas vezes, pela opinião publica, pelo desempenho, pela cultura pragmática, que privilegia o mérito humano, a política de resultados, o desempenho, a produtividade e o sucesso pessoal. Deus, família e igreja são o trinômio fundamental na vida do homem de Deus. Richard L. Maybue nos alerta, dizendo o seguinte: “A única maneira de reverter o declínio geral da qualidade das famílias dos pastores é voltar aos princípios espirituais (fazermos uma releitura da Bíblia sobre este assunto) para o casamento e a família. Entendo que, quaisquer que sejam as pressões hoje vigentes, elas já tiveram equivalentes no passado e terão paralelos no futuro(...) Portanto, a família do pastor deve ser uma prioridade em sua vida”. 4 O A. R. Crabtree adverte: “De todas as influências que ajudam ou que prejudicam a vida ministerial do pastor, talvez a do seu lar seja a mais poderosa. Certamente a influência da família seja inseparável do seu serviço pastoral. Se fracassar como marido ou como pai é impossível que seja eficiente como pastor, embora tenha os dons naturais e o melhor treinamento para a sua profissão”. Cuidar de nós mesmos (cercar-nos de mentores), cuidarmos da família e cuidarmos da igreja são desafios tremendos para nós, pastores. Precisamos ser os guardas das fontes. Como nos ensina magistralmente o apóstolo Paulo, cuidarmos de nós mesmos e do nosso ensino (I Tm 4.16). Desenvolvermos uma agenda que contemple a nossa intimidade com o Pai e o nosso relacionamento saudável com a família e a igreja. Estudarmos a Palavra sob a orientação do Espírito, crescermos na compreensão do próximo e trabalharmos de forma criativa, exercendo o sacerdócio com entusiasmo, com profunda alegria no Senhor. E, acima de tudo, glorificarmos o seu nome.
o jornal batista – domingo, 08/06/14
ponto de vista
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entro de mais alguns dias estarei completando 37 anos de ministério pastoral batista. Lembro-me com saudades dos primeiros tempos, ainda jovem, ao ver colegas pastores envolvidos com alegria e muita esperança no ministério. Não é este o cenário que hoje tenho assistido. Tanto eu como minha esposa, como psicóloga, temos acompanhado e buscado apoiar pastores e esposas quando somos procurados e, a cada dia, estamos ficando mais preocupados com a redução da alegria, da auto realização e esperança que temos notado na vida de muitos pastores e esposas. Levantamentos de dados que fiz entre pastores batistas em nível nacional em 2000 e depois em 2011, já publicados aqui em O Jornal Batista, demonstram (com destaque para 2011) que: • 13% indicaram que o exercício do pastorado empobreceu a sua vida familiar; • 65% indicaram se sentirem incapazes para o exercício do ministério; • 30% sentem mais inferiorizados hoje do que no passado e que se pudessem voltar atrás mudariam muita coisa na vida e ministério; • 28% não tem desenvolvido uma perspectiva de vida para daqui a cinco anos; • 70% não estão contentes com o tempo que investe na vida devocional;
sino enriquecidos, como • 74% (62% em 2000) não alimentar o povo? O que têm culto doméstico reguestariam fazendo estes colarmente em seu lar; legas no ministério se não • 75% não estão satisfeitos dedicam tempo para falar com a autodisciplina no com Deus? Estariam tão uso do tempo. ocupados com os afazeres Um retrato com este cepragmáticos da igreja? Isso nário nos oferece algumas sem falar na autodiscipliindicações: na que indica carência na • O senso de empobrecigestão do tempo. Tudo isso mento numa atividade de que produz frustração e trabalho pode indicar a tédio. Terminado o dia a perda de sentido em objepessoa se sente frustrada e tivos da vida de modo que inútil, com elevado senso o empenho e criatividade de culpa. fiquem prejudicados e isso cria um círculo vicioso • O aumento do índice da ausência regular do culto com graves consequêndoméstico no lar pastoral cias futuras. Tanto que o de 62% (2000) para 75% sentido de inferiorização (2011) pode indicar que ministerial e o desejo de a ocupação ministerial é mudar muita coisa na vida de tal envergadura que o e ministério apontam 30% pastor não esteja cuidane a redução de perspectiva do adequadamente de sua de vida em cinco anos família, seu primeiro re28% e, ainda mais, o senbanho. Aliás, Paulo a Tito tido de incapacidade para e Timóteo adverte que o exercício do ministério quem não cuida de sua chegou a 65%; casa não deve cuidar do • O investimento na vida derebanho de Deus. A tristevocional e a autodisciplina za na vida de filhos e esna natureza de trabalho posas de pastores já tem pastoral são fundamensido notada por diversos tais. Para falar de Deus é líderes mais experientes. necessário falar com Deus Minha esposa, que é psiem primeiro lugar. Como cóloga, tem trabalhado desenvolver o ministério com esposas de pastores da pregação, do ensino, e notado a decepção que do aconselhamento – namuitas delas possuem turais na atividade pastoral com o ministério, com a – sem, contudo ter dediigreja e até com o próprio cada vida devocional? A esposo pastor. Isso ainda indicação de 70% neste sem contar com os deitem é preocupante, pois sastres matrimoniais que reflete diretamente nas atia cada dia aumentam na vidades nobres do pastovida de muitos pastores, reio. Sem púlpito, atuação com envolvimentos fora no aconselhamento e en-
do casamento ou mesmo com matrimônios frustrados. O que posso dizer diante de um cenário tão preocupante como este? Sinto que nossos queridos colegas têm feito o máximo, dentro de cada limitação, para atender as demandas do ministério pastoral. As atividades eclesiásticas a cada dia aumentam e nem sempre os pastores conseguem dar conta, até mesmo por causa das novas demandas, das novas exigências culturais e de gestão de uma igreja. Não há tempo e nem sempre recursos para recapacitação e atualização ministerial, bíblica, teológica. O que podemos fazer para ajudar os pastores que vivem estes dilemas? • A Ordem de Pastores e suas seccionais necessitam com extrema urgência rever suas prioridades e agendas de estudos e atendimento, considerando estes cenários. No momento estou profundamente decepcionado, em especial aqui no Estado de São Paulo, com colegas açoitando literalmente a Seccional por conta de discussões sobre ordenação feminina, enquanto que nenhuma mulher aqui está interessada em ingressar como pastora na Ordem. Até pastores que falam na sacralidade matrimonial ficam estimulando este tema. Enquanto isso, o sofrimento e os desastres ministeriais continuam.
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• Os seminários e faculdades teológicas necessitam criar oportunidades de capacitação, atualização e recapacitação continuada para pastores em temas não apenas teológicos e bíblicos, mas também no trato dos dilemas pastorais, pessoais matrimoniais e familiares. Aqui na Teológica de São Paulo temos tido boas experiências especialmente com cursos ministrados pelo Dr. Irland Pereira de Azevedo nesta área; • Pastores necessitam ser pastoreados. Então, a Ordem de Pastores, Seminários/ Faculdades, Convenções poderiam promover com urgência atendimento a pastores na área de aconselhamento pessoal, matrimonial, familiar e psicológico. A pesquisa mencionada revelou também o reduzido número de amigos de verdade que normalmente pastores possuem. Como sobreviver a tanta pressão sem poder conversar com alguém, sem pedir conselho a alguém mais experiente? Tenho trabalhado em educação teológica e ministerial há quase 40 anos porque acredito que é possível sempre formar novas gerações com novas esperanças. Quase que semanalmente digo aos meus alunos que tenho esperança neles e que poderão investir no ministério, investir no pastoreio de vidas e valorizar isto. Espero que consigamos sobreviver!!!