Jornal Batista nº 038-2020

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ANO CXIX EDIÇÃO 38 DOMINGO, 20.09.2020

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

Há 149 anos “no labor, com fervor...” Batistas brasileiros relembram início do trabalho da denominação no país

Coluna Dicas da Igreja Legal

Notícias do Brasil Batista

Missões Mundiais

Notícias do Brasil Batista

Sobre o Conselho Fiscal

Vem pra Vida

P.A.R.E

Jonatas Nascimento fala das atribuições do grupo

Confira mais um texto da série da JBB

Projeto leva esperança a mulheres na Colômbia

27 dias de oração pelo Brasil

pág. 03

pág. 09

pág. 11

Batistas Goianos relatam sua experiência na Campanha pág. 12


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 20/09/20

EDITORIAL

149 anos “no labor, com fervor...” Há 10 dias, no dia 10 de setembro, celebramos o aniversário de 149 anos do início do trabalho Batista no Brasil. Que data significativa para nós, os Batistas brasileiros. É sempre bom e revigorante relembrar o que nossos irmãos fizeram no século 19. Confira, a seguir, um pouco dessa história. “Em 1882, quando foi organizada a Primeira Igreja Batista, voltada para a evangelização do Brasil, já existiam duas outras Igrejas Batistas, organizadas por imigrantes norte-america-

nos, residentes na região de Santa Bárbara do D’Oeste e Americana, em São Paulo. Os casais de missionários Batistas norte-americanos, recém-chegados ao Brasil, Willian Buck Bagby e Anne Luther Bagby, os pioneiros, e Zacharias Clay Taylor, Kate Stevens Crawford Taylor, auxiliados pelo ex-padre Antônio Texeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara D’Oeste, decidiram iniciar a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250.000

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

habitantes. Ali chegaram no dia 31 de agosto de 1882 e no dia 15 de outubro, organizaram a PIB do Brasil com 5 membros: os dois casais de missionárias e o ex-padre Antônio Teixeira” (extraído do site www.convencaobatista.com.br). “O dia 10 de setembro de 1871 é reconhecido como marco inicial do trabalho Batista no Brasil desde janeiro de 2009, durante a 89a Assembleia da CBB, em Brasília (DF). A PIB da Bahia, organizada em 15 de outubro de

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB

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FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Fausto Aguiar de Vasconcelos DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza

REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557

1882, também teve sua importância reconhecida na mesma Assembleia” (extraído das redes sociais da CBB). E já pensamos em 2021, quando comemoraremos 150 anos de trabalho Batista no Brasil ou, para usar um termo mais rebuscado, Sesquicentenário. Enquanto isso, “vamos nós trabalhar...”; “até que volte o redentor”. Que Deus nos abençoe!  n

Fax: (21) 2157-5560 Site: www.convencaobatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

Estevão Júlio

secretário de redação de OJB

Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida


REFLEXÃO

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DICAS DA IGREJA LEGAL

O papel do Conselho Fiscal

Jonatas Nascimento* A convite do nosso diretor executivo, pastor Sócrates Oliveira de Souza, por quem nutro muito respeito e gratidão, tive o privilégio de compor o Conselho Fiscal da nossa Convenção Batista Brasileira no período de 2015 a 2020. Confesso que levei o primeiro (e único) susto na Assembleia de Santos, em 2016, quando pela primeira vez participei da apresentação do relatório produzido pelo Conselho Fiscal e me deparei com alguns convencionais ácidos em suas colocações e pronunciamentos, algumas vezes até mesmo fora de ordem. Pareciam querer criar um clima de instabilidade, não sei por quê. Felizmente, o nosso trabalho foi aprovado e em particular conversa com meus pares disse-lhes que aquilo não poderia acontecer na Assembleia seguinte. De fato, no ano seguinte em Belém, o nosso relatório foi apresentado debaixo de um clima bem mais favorável e nas assembleias seguintes nada foi como em Santos. Para coroar a minha passagem pelo Conselho Fiscal, fico sem saber o que dizer sobre a Assembleia Geral Extraordinária virtual, ocorrida no dia 28 de agosto último, com a participação de mais de trezentas pessoas de todas as partes do Brasil. Sem exagerar, eu diria que foi em clima de culto. Respeitoso e cordial, como convém aos santos. Concluo que em minha trajetória, às vezes fui mais útil como apaziguador do que como conselheiro fiscal propriamente dito. Nesse período vi progresso, mas também vi questões preocupantes como, por exemplo, a queda vertiginosa do Plano Cooperativo, que deve merecer atenção não somente da alta direção da CBB, mas também, e principalmente, das convenções estaduais e das suas lideranças. As organizações auxiliares que apresentam receita diminuta devem ser cuidadosa e carinhosamente analisadas, pois essa condição

de hipossuficiência não as exime da crescente gama de obrigações fiscais, contábeis e legais. Também tem sido motivo de constante preocupação os nossos Seminários de Teologia, que lutam para reencontrar o caminho do soerguimento. Por vezes fomos instigados a “bater o martelo” sobre determinadas questões, mas isso não é atribuição do Conselho Fiscal. No sentido de fazer o Conselho Fiscal mais conhecido e à guisa de contribuição, passo a transcrever algumas atribuições do Conselho Fiscal, conforme extraído do seu Manual Operacional, não sem antes transcrever o seu preâmbulo: “O Conselho Fiscal da Convenção Batista Brasileira, doravante CBB, é um instrumento de defesa dos interesses da assembleia a ela pertencente. Além dos aspectos da regularidade, transparência e correta aplicação de seus recursos, a atuação dos conselheiros volta-se também para o acompanhamento do desempenho das organizações da CBB como agentes no desenvolvimento da missão de servir à causa Batista no Brasil. É um órgão colegiado não integrante da administração das organizações da CBB, ao qual cabe, por meio de sua função fiscalizadora, representar às Igrejas Batistas cooperantes com a CBB, acompanhando a ação dos seus administradores. Tem como objetivo geral verificar o cumprimento dos deveres legais e estatutários e orientar os interesses dos Batistas brasileiros relacionados à missão da igreja. As atribuições do Conselho Fiscal visam dar suporte, coerência e objetividade, visando a preservação na melhor conduta quanto ao trato das questões administrativas no que se refere à atuação do Conselho Geral e das instituições da CBB”. Agora, sim, passo a transcrever as atribuições do Conselho Fiscal: I - fiscalizar os atos e fatos dos administradores do Conselho Geral e das

Organizações Executivas e/ou Auxiliares, verificando o cumprimento de seus deveres legais e estatutários e avaliando a situação econômico-financeira, cujos relatórios deverão ser enviados à diretoria da Convenção, para encaminhamento ao Conselho Geral e providências junto às respectivas organizações; II - opinar sobre o relatório anual da administração de cada organização da CBB, fazendo constar do seu parecer as informações que julgar necessárias ou úteis à deliberação da Assembleia Geral; III - acompanhar o processo de auditoria independente, credenciada no Conselho Regional de Contabilidade e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), emitir parecer sobre demonstrativos contábeis do Conselho Geral e das Organizações Executivas e/ou Auxiliares com base no relatório da auditoria independente, encaminhando os respectivos pareceres ao Conselho Geral, em tempo hábil, para publicação, a fim de que sejam apreciados pela Assembleia Geral; IV - contribuir para o contínuo aperfeiçoamento das rotinas contábeis e administrativas; V - fiscalizar, por qualquer de seus membros indicado pelo relator do Conselho Fiscal, os atos dos administradores e verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutários; VI - denunciar ao Conselho Geral erros, fraudes ou crimes que descobrir, além de sugerir providências e, em caso de omissão, o Conselho Fiscal deverá encaminhar diretamente para a Assembleia; VII - zelar em suas decisões pelo fiel cumprimento e pela observância dos critérios e normas estabelecidas neste Manual; VIII - guardar absoluto sigilo dos assuntos sobre os quais tiveram conhecimento, em razão da ocupação do cargo de conselheiro, bem como aqueles que venham a ser examinados pelo Conselho Fiscal;

IX - examinar os valores expressos nas demonstrações contábeis, patrimoniais e de resultados, bem como examinar as avaliações da gestão financeira da CBB e suas organizações Executivas e/ou Auxiliares; X - emitir parecer sobre os aspectos econômico-financeiros e patrimoniais da CBB e suas organizações Executivas e/ ou Auxiliares, através das análises dos relatórios apresentados; XI – examinar, a qualquer época, os livros e documentos da CBB e suas organizações Executivas e/ou Auxiliares; XII - apresentar à Assembleia da CBB e ao Conselho Geral, quando requisitado, pareceres sobre os negócios e demais operações realizadas no exercício, tomando por base o balanço, o inventário patrimonial e as contas das organizações da CBB; XIII - participar com um de seus membros efetivos das reuniões do Conselho Geral da CBB; XIV - lavrar em livro de atas os pareceres emitidos sobre o resultado de exames procedidos; XV - requerer ao Conselho Geral da CBB, mediante justificativa escrita, o assessoramento de profissionais especializados sem prejuízos da auditoria externa. Com a produção deste artigo, espero contribuir para melhor conhecimento da matéria por partes dos convencionais que porventura não tinham ciência deste rico material. Respeitadas as dimensões e feitas as devidas adaptações, sugiro que todas as Igrejas filiadas à CBB adotem o seu Conselho Fiscal, pois que dará maior consistência à sua gestão financeira e a transparência será notada em pouco tempo. n *Profissional contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” E-mail: jonatasnascimento@hormail.com


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REFLEXÃO

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Não faça do seu dinheiro o seu deus

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

“Queremos ver Jesus” “Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus” (Jo 12.21).

Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB

Muitos dependem exclusivamente do dinheiro; chegam a dizer que não sabem o que fazer sem ele. O dinheiro passa a ser uma espécie de “deus”, onde toda a adoração é voltada para ele. Quando estão com dinheiro na conta vivem tranquilos, mas quando falta o dinheiro, entram em desespero. Não confiam em mais nada, só no dinheiro, aliás ele passa a ser seu porto seguro. No livro que escrevi, “Dinheiro no Ralo”, trato deste assunto no capítulo ‘Não faça de seu dinheiro o seu deus” e enfatizo que ninguém pode servir a dois senhores. Mateus 6.24 diz: “Ninguém pode

servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. Temos o apóstolo Paulo advertindo, Timóteo em I Timóteo 6.10, que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males...” Quem controla a sua vida? É Deus ou o dinheiro? A quem você está servindo de verdade? Você sabia que o dinheiro pode estar te controlando? Muitas vezes, você não percebe que está a serviço do dinheiro e faz tudo em função dele. Se queremos uma vida equilibrada, precisamos depender de Deus e não dos recursos materiais. É Deus quem nos dá saúde para trabalharmos, para buscarmos o pão de cada dia. É Deus quem abre portas de

Como é possível ver Jesus? Esta pergunta foi feita por alguns gregos que tinham ido a Jerusalém “para assistir a Páscoa” (Jo 12:21). O pedido fora feito ao discípulo Filipe, que achou por bem, junto a André, pedir a ajuda do próprio Mestre. Qual foi a reação de Jesus? “Ele respondeu que havia chegado a hora de Ele voltar à Sua glória, no céu, e que a Sua missão de Salvador do mundo estava próxima de se cumprir completamente”. Para as palavras do emprego, é Ele que nos ajuda na nossa tarefa diária. Se temos que servir a alguém, esse alguém não é nosso dinheiro. O dinheiro nunca poderá ser o nosso

Cristo se cumprirem completamente, o Senhor passaria pela morte do pecado do mundo e experimentaria a ressurreição que só o poder de Deus confere. Conversando com Nicodemos, um especialista da Lei judaica, Jesus revelou: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu único Filho, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus não enviou o Filho Dele para condenar o mundo, mas para salvá-lo” (Jo 3.16-17). Esta é a resposta, então, para os gregos, amigos de Filipe, e para todas as pessoas que decidem, pela fé, viver em comunhão com o Cristo! senhor, o dinheiro existe para trabalhar para nós. Diga: “Eu não vivo sem Deus” e servi-o com dedicação. n

A perfeição não existe

Davi Nogueira

pastor, colaborador de OJB

Milhares de pessoas buscam a perfeição. A perfeição da oratória. A perfeição da beleza. Gente, a perfeição não existe! Todos somos imperfeitos, incompletos, insaciados. Todos temos lacunas. Todos temos um vazio no coração.

A psicologia de olhar analítico julga que as palavras “plenamente”, “totalmente”, não existem na relação com os desejos humanos. Sempre nos faltará algo. A estatura do varão perfeito apenas será atingida na eternidade. Não há pais e filhos perfeitos. Não existem namoros, noivados e casamentos perfeitos. Não existem empregos

perfeitos. Eu sou pastor e afirmo: “Não existem pastores perfeitos”. Não existem Igrejas perfeitas. A perfeição não existe! No mundo existem homens e mulheres imperfeitos tentando fazer o que é certo. Essa é a realidade. Às vezes conseguimos, às vezes não conseguimos, mas vamos tentando. Vamos lutando. Vamos

vivendo. Basta a cada dia o seu mal. Não seja obcecado pela perfeição, pois ela não existe. Encare a vida com mais leveza, com mais naturalidade. Acorde, se apronte e vá trabalhar. Depois volte e descanse. Sabendo que fez a sua parte, mas sem ser um obsessivo pela perfeição, pois isso, além de ser uma utopia, também é adoecedor. n


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 20/09/20

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Promessas eternas Manoel de Jesus The

pastor, colaborador de OJB

No texto de Efésios 1.10, vemos mais uma das gloriosas afirmações de Paulo. Ele diz:“Cristo tornará a congregar em si mesmo, todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão os céus, como as que estão na terra”. Um dos versos magníficos que o Espírito lhe dirigiu, como o fez em todo o capítulo.

Que razão temos para temer quaisquer circunstâncias que estejamos suportando neste mundo? Se Deus vai fazer congregar em Cristo todas as coisas, que estão tanto nos céus como na terra, então não importa o que estejamos passando, pois tudo vai terminar bem. Ou pode não ser um fim glorioso algo que vai congregar os céus com a terra, se estamos em Cristo? O mundo nasceu em Cristo, mas o inimigo, com seus seguidores humanos, trouxeram

essa rebelião contra Deus. Cristo veio para anular os efeitos do pecado e fará convergir tudo e todos, sobre seu comando. Paulo vive antevendo esse glorioso final, então ele, debaixo de muitos sofrimentos, antecipa para hoje, essa plenitude dos tempos, dos objetivos, de todas as dispensações. As promessas eternas eram, para o grande e fiel apóstolo, como se fossem realizadas hoje, por isso, conseguiu viver vitoriosamente, em todas

as circunstâncias. Todo cristão fiel e verdadeiro suporta os sofrimentos com o olhar fixo, pela fé, no poder de Cristo de cumprir todas as promessas, feitas por Ele e pelo Pai, desde a criação de todas as coisas. O que é uma pandemia passageira para impedir o cumprimento de promessas eternas? E se ela for um dos sinais que indica que o cumprimento da promessa está chegando? Maranata! Vem, Senhor Jesus! n

A prioridade da Igreja: intercessão e pregação da palavra! Carlos Alberto Martins Manvailer colaborador de OJB

“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para a sua salvação” (Rm. 10.1). O Deus a quem servimos é um Deus infinitamente misericordioso e amoroso. Não temos como definir tão alto e sublime Amor. Ele é o Criador e Sustentador de todas as coisas. Fez o homem como obra-prima de sua criação e a forma que o homem teve de retribuir tão profundo amor foi se rebelando. Porém, esse pai amoroso e bondoso preparou um plano para possibilitar ao homem a sua restauração. E esse plano foi idealizado e materializado com um só propósito, resgatar o ser humano da perdição eterna (Gn 3.15). No tempo de Deus (Kairós), Ele convocou um homem chamado Abrão para ser pai de uma grande Nação. E, a medida que o tempo passava, os propósitos divinos se cumpriram fielmente. No Velho Testamento está registrado, de forma detalhada, a formação e a história desse povo, que foi denominado inicialmente povo judeu ou hebreu. Judeu, em razão de que residiam no estado da Judéia. E hebreu, pelo fato de que fala-

vam a língua hebraica. Entretanto, em determinado momento da história, Deus intervém na vida de um dos líderes desse povo e, a partir do episódio ocorrido na vida do líder chamado Jacó, no vale de Jaboque, Deus muda a nomenclatura de Jacó para Israel, que significa “aquele que lutou com Deus e venceu”. Interessante é que a partir daquele episódio, não apenas Jacó passou a chamar-se Israel, como também o povo. Deus sempre demonstrou um amor longânimo, que se manifestava a eles das mais variadas formas e circunstâncias. Entretanto, mesmo esse povo experimentando do cuidado, da Graça e do grande Amor de Deus, com raríssimas exceções e momentos, a resposta ou o reconhecimento e gratidão ao Senhor era expressado. Na maior parte do tempo esse povo amado e cuidado pelo Senhor demonstrava ingratidão, rebeldia e praticava aquilo que mais Deus abomina, a idolatria. Passados os anos e os séculos, então mais uma vez, no tempo de Deus, na plenitude dos tempos, a promessa feita em Gênesis, se cumpre. Ou seja, veio ao mundo Aquele que esmagaria a cabeça da serpente: Jesus Cristo. E isso aconteceu. E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória,

como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça de verdade. (Jo 1.14). Jesus é concebido de forma miraculosa. Nasce, cresce e aos 30 anos inicia Seu ministério. Intercede, prega, realiza milagres e institui a sua Igreja. Mas, no desempenho do Seu ministério, intercedeu e pregou fundamentalmente a Israel. Entretanto, estes O rejeitaram. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. (Jo 1.11). Mais uma vez, esse povo de dura cerviz se rebela contra o Deus amoroso e infinitamente misericordioso. Mas, Ele nunca desiste do ser humano. Então, Jesus Cristo, após a Sua ressurreição e ascensão aos céus, determinado dia se apresenta a um dos maiores perseguidores da Sua Igreja, Saulo de Tarso. Perseguidor este que, como consequência daquele encontro, assim como aconteceu com Jacó, teve o seu nome mudado para Paulo. Tornou-se o grande apóstolo Paulo, que recebeu o chamado do próprio Jesus para ser o apóstolo dos gentios. Mas, não apenas e exclusivamente destes. E a grande prova da consciência que o apóstolo Paulo tinha de que o Evangelho era para todos, indistintamente, podemos ver expresso no versículo acima. Mesmo sem perder o foco que ele tinha em anunciar o

Evangelho aos gentios sentia profunda tristeza em ver os seus conterrâneos israelitas trilhando o caminho da perdição, ao rejeitar Jesus Cristo. Então, ele sentia e fazia o que todos nós devemos sentir e fazer, quando desejamos ver pessoas queridas ter um relacionamento pessoal com o Senhor. Isto é, devemos sentir compaixão pelas almas e orar, interceder e apresentar essas vidas nas mãos do Senhor, a fim de que o Espirito Santo faça aquilo que nós não podemos fazer, convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. Isso é ação exclusiva do Espirito Santo. Agora, pregar a palavra e testemunhar, isso é nossa inteira responsabilidade. Conforme o próprio Senhor Jesus nos deixou ordenado: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo”. (Mt. 28.19). Que nós, como Igreja do Senhor Jesus Cristo, tenhamos o mesmo amor, zelo e misericórdia demonstrada pelo apóstolo Paulo em relação àqueles que ainda não experimentaram a salvação de suas almas e, assim, aceitarem o sacrifício na cruz do calvário do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, recebendo-O, como salvador pessoal e Senhor de suas vidas. n


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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 20/09/20 VIDA EM FAMÍLIA

Palmas para Deltan Dallagnol Deltan Dallegnol, procurador da República, comunicou recentemente à sociedade brasileira a sua decisão de deixar o comando da operação “Lava Jato”. Segundo comunicado do próprio Dallagnol, a saída do comando da operação se deu por questões familiares. Deltan e sua esposa vão acompanhar a filha em um tratamento médico. Dallagnol, com essa decisão, transmite uma mensagem importante: a família é a nossa missão mais importante que temos na vida e priorizá-la requer determinação e ação concreta de nossa parte. Dallagnol poderia, com certeza, ter optado por continuar na “Lava Jato”, pois a tarefa de combate a corrupção é nobre, relevante e necessária. Ao continuar na operação, estaria sob os holofotes da mídia e conquistando o aplauso daqueles que desejam um Brasil melhor sem a nódoa do desvio do dinheiro público. Mas, Deltan escolheu

sair de cena e se dedicar, ao lado de sua esposa, da caminhada familiar em busca do diagnóstico e tratamento adequado da enfermidade de sua filhinha. Deltan não vai dar mais entrevista. Talvez, o número de seguidores da sua conta no Twitter despencará de forma abrupta, mas nada disso importou para o jovem pai que não deixou essa tarefa somente para sua esposa dar conta. Daqui alguns anos, sua filha, já adolescente ou jovem, ao conhecer a história do seu pai vai saber que ele deixou um cargo de grande visibilidade pública para se dedicar ao seu tratamento, quando a doença deu os primeiros sinais. Há muito tempo eu li um livro escrito por um político brasileiro. Nesse livro ele narrava suas andanças pelo Brasil para organizar um partido político. No final do livro disse que se orgulhava de tudo que fizera para organizar esse partido, mas sua única tristeza foi ter sacrificado a vida em família.

Disse ele que nos momentos mais importantes da vida dos seus filhos, como aniversários, competições e apresentações escolares ele não estava presente. Por toda a sua vida, quem levou os filhos aos médicos tinha sido sua esposa. Nas reuniões de pais e mestres, na escola, era também sua esposa a se fazer presente. Conta-se que um homem muito rico no final de sua vida percebeu o quanto de dinheiro e bens havia acumulado, mas perdera seus filhos para as drogas e dois casamentos terminados. Numa conversa com um amigo disse: “Só agora no final da minha vida, contemplando todas as minhas conquistas financeiras e perdas familiares, percebo que durante a minha caminhada tomei a decisão de colocar a escada da vida na parede errada”. Dallagnol, ao tomar a decisão de deixar a “Lava Jato” e se dedicar à sua

família, decidiu colocar a escada da vida na parede certa. Ilustrou, com sua decisão, uma famosa frase de Steven Covey quando esse afirmou, em um dos seus livros: “Se de fato considerar o item ‘família’ como sua prioridade máxima, você tem de ‘ir à luta’ e provar com as suas ações”. Se Deltan Dallagnol já ajudou muito o Brasil, pelo seu empenho ao combate à corrupção, agora deu uma outra grande contribuição: mostrar para a sociedade que a família é prioridade em sua vida e a ela se dedicará com mais atenção nesses próximos anos. Palmas para Deltan Dallagnol! n Por: Gilson Bifano Diretor do Ministério OIKOS – Ministério Cristão de Apoio à Família. Escritor e conferencista na área de casamento, família e educação de filhos. Siga-o no Instagram: @gilsonbifano E-mail: oikos@ministeriooikos.org.br

Famílias guardadas pelo Senhor Jeferson Cristianini

pastor, colaborador de OJB

Falava com um pastor/mentor dia desses, e ele, preocupado com minha saúde e minha família, perguntou assim: “Como você e sua família está meu filho?” e eu respondi “estamos bem, guardados pelo Senhor”. Nesse instante, o pastor não falou mais nada. Eu percebi o silêncio. Ele começou a chorar por conta dessa frase. Choramos juntos, gratos pelo cuidado do Senhor sobre nossas vidas, famílias e Igrejas. Nesse tempo difícil pelo qual passamos, cheio de incertezas e inseguranças, de dor e luto, ansiedade e medo, pavor e desespero, precisamos de cuidado, e assim sentimos o cuidado de Deus. Umas das formas de Deus Pai cuidar de Seus filhos é guardá-los em paz e segurança. Nossas famílias precisam da segurança que só vem do Senhor Deus que cuida e zela de nós. Há várias figuras no Antigo Testamento, por exemplo, que nos falam a respeito do cuidado de Deus. Davi, de forma poética, fala do cuidado de Deus ao orar assim: “Guarda-me como à menina do olho, esconde-me à sombra das tuas asas” (Sl 17.8). Aqui encontramos uma oração pedindo proteção, cuidado e abrigo; e, dessa forma, aprendemos que devemos pedir a Deus

proteção e que guarde nossa família debaixo de Suas asas. No Salmo 91 que fala que “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do onipotente descansará”; também fala que Deus nos “cobrirá com suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro” (Sl 91.1 e 4). No salmo 121 temos a expressão de que “Deus é que te guarda” e assim Ele não cochila e assim não permite que nossos pés venham vacilar. Aquele que nos guarda, não dormita e nem cochila, o que nos dá segurança ao pensar e saber que o nosso Deus está atento a todos os detalhes de nossas vidas. O salmista ainda diz que o “Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita”, ressaltando o cuidado da proteção e da companhia do Senhor conosco. O salmista fala do presente (Ele que guarda), mas também faz a promessa do futuro (Ele te guardará), mostrando o cuidado de Deus em todo o tempo. Temos o registro que diz que o “Senhor te guardará de todo mal; ele guardará a tua alma. O Senhor guarda a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre” (Sl 121). O salmista mostra como Deus, nosso Pai e Criador, atua e trabalha em nosso favor de forma graciosa, com Seu cuidado e assim nos guarda. É Ele que nos guarda hoje e sempre, ou seja, Ele é, e sempre será o

nosso Guarda, e por isso podemos ter a esperança e convicção de que nossa vida e nossa família está guardada (presente), e continuará (futuro) pelo Senhor Deus. O profeta Isaías fala de uma imagem da atuação de Deus: “Desde a antiguidade não se ouviu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aqueles que nele espera” (Is 64.4). Podemos descansar nos ensinos desse verso que nos mostra que Deus trabalha, e Jesus retificou esse ensino de que o Pai trabalha, para os que nEle espera. Ao passo em que confiamos e esperamos em Deus, Ele cuida e guarda nossa vida e nossa família. O apóstolo Paulo nos diz que nossa vida “está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.3). Que benção! O apóstolo Pedro fala para nos humilharmos debaixo da potente mão de Deus, e assim podemos confiar que estamos vivendo debaixo da mão de Deus e assim pedir que a Sua santa mão nos guarde nesse tempo, e debaixo da mão de Deus lançarmos sobre Ele toda a nossa ansiedade por que ele tem cuidado de nós (I Pedro 5. 6 e 7). É bom ficar na presença desse Deus que trabalha e que estende Sua santa mão sobre nós como símbolo de cuidado e proteção. Sabendo de todos esses versos e de tantos outros, e que Deus instituiu a

família e que somos Seus filhos, podemos gozar de Seu cuidado provisional e Sua proteção providencial nesse tempo. Somos convocados a descansar no cuidado do Senhor que não falha. Deus é fiel. Dessa forma, com plena convicção, oro e peço a Ele que guarde e proteja nossas famílias de todos os males que nos cercam nesse tempo difícil. Os dias são maus e, por isso, precisamos remir o tempo, administrar no cuidado da nossa família, saúde física, emocional e espiritual. É nesses dias de sofrimento e lutas que sentimos bem de perto o cuidado de Deus. Que você e sua e a minha família seja guardada pelo poder de Deus. Que possamos passar por essa pandemia guardados pelo Senhor. Oro para que Deus guarde as nossas famílias, para que Deus continue cuidando de todas as gerações de nossas famílias, desde as crianças até os idosos, pois a “fidelidade de Deus estende-se de geração em geração” (Sl 119.90). Desfrute do cuidado do Senhor, seja grato e descanse nesse cuidado do Eterno. Que essa mensagem pastoral apenas reforce essa certeza de que nossa segurança e o refúgio de nossas vidas - e famílias - está exclusivamente no Senhor. Que as nossas famílias sejam guardadas pelo Senhor Deus e Pai. A Ele seja a glória. n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 20/09/20

O contraste entre a sobrenatural beleza e a triste realidade amazônica Quando se pensa em Amazônia, o que vem à mente é a imensidão dos diferentes tons de verde e a magnitude das águas e florestas do maior bioma do Brasil. No entanto, a imagem do território de 4.196.943 milhões de km2 (IBGE, 2004) - onde crescem 2.500 espécies de árvores (1/3 de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul) - tem sido ofuscada pela cena de miséria do pior lugar do Brasil para ser criança. É nesse contexto - distante da maioria de nossas Igrejas - que seus missionários têm atuado, levando o evangelho de Cristo e, também, melhores condições de vida, através de ações curativas e preventivas de saúde e educação aos ribeirinhos e indígenas de todas as idades. Enfrentando diversas dificuldades em muitas áreas, principalmente na geográfica, os missionários dos Batistas têm investido a vida em ações que buscam mudar realidades, e que só por meio da oração e do poder de Deus são possíveis de ser transformadas. Há 90 anos, o pastor Zacarias Campelo iniciou o trabalho missionário Batista entre os indígenas. Após o pioneiro, foi a vez dos casais pastor Guenther e Wanda Krieger e pastor Rinaldo e Gudrun de Mattos - sus-

tentados pelas orações dos Batistas brasileiros - investirem sua mocidade, realizando um trabalho relevante com a etnia Xerente. Atualmente, mesmo com idade avançada, pastor Guenther e Wanda Krieger continuam os trabalhos de revisão do Dicionário Bilíngue Xerente-Português e do Antigo Testamento em Xerente. Graças a essa doação de vida, eles têm inspirado uma nova geração de missionários como o pastor Werner Seitz, que também atua junto a esse povo, e tem se empenhado em traduzir parte do Antigo Testamento para a etnia, dando continuidade à emocionante tarefa de seus antecessores. Como fruto desse trabalho, em 60 anos, mais de 600 indígenas já foram batizados pelos missionários dos Batistas brasileiros e cerca de 60 Igrejas foram plantadas. Porém, os desafios na Amazônia continuam imensos e precisamos clamar permanentemente pelos brasileiros que vivem na região, pois como povo de Deus não podemos ficar indiferentes a eles. Porque Ele nos amou primeiro, convocamos todos a intercederem, investirem e sustentarem cada vez mais os projetos que influenciam diretamente na vida dos ribeirinhos e povos indígenas da Amazônia.  n

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vempravida

REAIS “[...] e nós damos aos outros a mesma ajuda que recebemos de Deus”

CAMPANHA EM APOIO AO SETEMBRO AMARELO RELACIONAMENTOS QUE FEREM E A GRAÇA QUE CURA Provavelmente, você já reparou que somos cada vez mais estimulados a sermos resilientes. Lemos e ouvimos em diversos instrumentos de informação e ambientes sobre os efeitos positivos da superação das di�culdades. E, sim, isso é positivo! Contudo, nem sempre é simples e rápido lidar com aquilo que nos desestabiliza e fere. E está tudo bem não ser tão prático. Este ano, a nossa campanha tem por objetivo ressaltar a vida real. A vida com marcas e dores reais, mesmo aquelas não observadas a olho nu. Queremos falar sobre os sofrimentos que duram anos e vão se escondendo atrás das rotinas corridas, dos feeds cheios de curtidas, das carreiras intensas, dos inúmeros encontros e reuniões, das palavras não ditas e da naturalização do vazio emocional – muitas vezes, esses sofrimentos estão diretamente ligados aos nossos relacionamentos mais próximos: nossos familiares. O interessante é que, por um lado, a Bíblia Sagrada não esconde nada (inclusive a fragilidade humana), e, por outro, revela o in�nito poder do Pai para curar feridas que ninguém vê. Caminhemos no livro de Gênesis e re�itamos sobre uma família comum que experimentou sentimentos de tristeza, ciúmes, ódio e vingança, contudo foi marcada pela cura e presença de Deus. No capítulo 3�, deparamo-nos com José: um jovem que pastoreava rebanhos, irmão caçula de �� �lhos e o preferido de seu pai, Jacó, por ter nascido em sua velhice. Esse é o mesmo Jacó que, no passado, arquitetou um plano para receber de seu pai, Isaque, a bênção destinada ao primogênito (que deveria ser dada a seu irmão Esaú), gerando um longo e intenso con�ito entre eles, mas que culminou no perdão. Essa preferência de Jacó, aliada aos sonhos de José sobre a submissão de seus familiares, suscitou nos demais �lhos profundo ódio (v. �). Certo dia, ao ir José ao encontro de seus irmãos, os mesmos decidiram vendê-lo a mercadores, porém, para Jacó, forjaram a morte de seu caçula. Toda essa história parece absurda (e realmente é), entretanto, ela é humana, real e retrata uma família comum, que tem em sua história dores e feridas geradas por seus relacionamentos mais próximos. Feridas que, para serem curadas, precisaram passar por um processo de restauração e perdão. E esse processo levou tempo. Durante os anos que se seguiram, José passou por diversas situações: foi comprado por Potifar e tornou-se seu administrador; foi preso injustamente; interpretou os sonhos do faraó e, aos 30 anos, começou a servi-lo no governo do Egito; enfrentou sete anos de fartura com sabedoria e boa administração, até chegarem os sete anos de escassez. Nesse tempo, com uma grande fome instaurada, os irmãos de José tiveram que ir até o Egito comprar alimento e, então, ele os reconheceu. Naquele momento, creio eu, passou um �lme na cabeça de José. Acredito que ele relembrou, com um aperto no peito, o sofrimento que experimentara em sua juventude ao ser traído por seus irmãos. A princípio, sua fala foi áspera, porém, após algumas ações, podemos observar, no capítulo 45, que ele não se conteve e, ao se revelar aos seus irmãos, chorou alto, a ponto de muitos ouvirem. O verso cinco desse capítulo demonstra o que estava no coração de José: “Agora, não se a�ijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês”. Essa fala de José não se deu após um pedido de perdão, mas, sim, após um processo que tratou as agressões advindas de palavras e ações do passado. Naquele instante o processo foi concluído. José perdoou os seus irmãos. Mais do que isso: ele curou as feridas geradas por esses relacionamentos. Mas o que aconteceu nesse tempo, nesse processo, que levou José a curar essas “feridas abertas” a ponto de se tornarem apenas cicatrizes? A resposta pode ser encontrada em alguns versículos dessa história: “O Senhor estava com José”. O processo de cura envolveu um relacionamento íntimo com Deus. Talvez você não se reconheça exatamente nessa história, mas talvez carregue há anos lembranças de palavras que vieram dos seus pais e lhe feriram; talvez você se encontre, com frequência, pensando em como foi humilhante ser insistentemente comparado (a) a um irmão ou outro familiar mais velho e tenha que carregar sobre os ombros as expectativas alheias; talvez você ainda se lembre de brigas, gritos e atos de violência que reprisam em sua memória desde a infância; pode ser que no seu íntimo haja marcas de abusos praticados no seu lar ou de abandono por parte daqueles que deveriam ser responsáveis por sua criação, formação e desenvolvimento; talvez a sua angústia não tenha um nome especí�co ou uma situação pontual, mas remonta a diversas experiências que transformaram você em uma pessoa que necessita, a todo tempo, vcautoa�rmar para demonstrar boas qualidades e importantes talentos. O que eu quero explicar diante de tudo isso é que você não está sozinho (a)! Não se cobre e, muito menos, se culpe pelas marcas, mas se permita ser vulnerável. Talvez você se depare com a necessidade de tratamentos com pro�ssionais capacitados e instrumentalizados para trabalharem algumas dessas e outras questões e isso é de extrema importância, porém há sofrimentos que só o Senhor conseguirá alcançar e trabalhar. Permita-se ser tratado (a) pelo Senhor durante um processo que, mesmo sendo cirúrgico e doloroso, cura e traz vida nova. Ele é o mesmo que tratou as feridas de Jacó e Esaú. Ele é o mesmo que tratou as feridas de José e seus ir irmãos. Ele deseja caminhar com você e apresentar-lhe a Sua Graça que cura as feridas e produz perdão. Se, por outro lado, em sua realidade de vida não há batalhas internas contra humilhações, abandonos, traições, indiferenças, raiva, mágoa e tristeza no contexto familiar, glori�co ao Pai por isso e sugiro que você faça o mesmo, com gratidão. A caminhada com o Senhor não nos livra dos sofrimentos humanos, mas nos dá a certeza de Sua constante presença ao longo de toda jornada. Existem multidões escondendo corações dilacerados por trás de sorrisos de fachada. Precisamos ser zelosos com aqueles que nos cercam, pois nem sempre teremos conhecimento das batalhas lutadas rotineiramente, mesmo estando próximos, no mesmo ambiente de trabalho, tendo o privilégio da caminhada do namoro, sendo do mesmo grupo da faculdade, congregando na mesma igreja. Então, mesmo que não alcancemos o íntimo dos corações daqueles que estão próximos, precisamos buscar ser empáticos, cuidadosos, compreensivos e amáveis. Meu desejo é que você prove dessa graça que procede do Amor, feche ciclos, conclua processos, cure e seja curado (a).

Marina de Souza Guzzo Integrante do Vem Pra Vida

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“Os números de mortos divulgados na pandemia não espelham a verdade em muitos aspectos” Confira a entrevista com o pastor Jorge Bezerra. Neemias Lima

pastor da Igreja Batista no Braga, em Cabo Frio - RJ

Ele foi consagrado ao ministério na Primeira Igreja Batista de São Paulo-SP pelo pastor Irland Pereira de Azevedo, no dia 13 de janeiro de 1979. Completou neste ano de ministério pastoral 41 anos. Por 10 anos foi pastor da Primeira Igreja Batista de Nilópolis - RJ, assumindo o desafio de pastorear um grupo de brasileiros na cidade de Boston, estado de Massachusetts, organizando a Primeira Igreja Batista Brasileira da Grande Boston, sendo a primeira Igreja Batista Brasileira a adquirir seu templo próprio, com a compra de um Seminário Católico - Society of Jesus of New England. Por nove anos dirigiu a Igreja, assumindo logo depois, como pastor auxiliar, a Glendale Missionary Baptist Church, no Sul de Miami, e plantador de Igreja da Flórida Baptist Convention. Por residir 20 anos na América do Norte, recebeu a cidadania americana. Fez Mestrado em Teologia - com especialidade em Urban Ministry. É reconhecido como um dos fundadores da Associação das Igrejas Batistas Brasileiras na América do Norte (AIBBAN). Em 2011, retornou ao Brasil. Atualmente, pastoreia a Primeira Igreja Batista de Filadélfia, uma comunidade que exalta o nome de Jesus por 118 anos. É com o pastor Jorge de Oliveira Bezerra que teremos nesta entrevista as impressões da pandemia. Como o pastor está experimentando esse momento de Pandemia? Este tempo de pandemia tem sido uma experiência única e desafiadora quando tive que redesenhar, repensar, buscar novas estratégias e depender muito mais de Deus. Jamais trabalhei tão intensamente como pastor. Apesar de ter a idade do grupo de risco, não houve um dia que não saísse com todas as cautelas. Fui à luta e até aqui estou rompendo em fé o mar vermelho da pandemia. No início, nos meses de março e abril, foi extremamente difícil, mas tenho visto um Deus vivo atrás de mim e adiante de mim. Como está sendo vivenciado esse tempo na cidade de Salvador e no estado da Bahia? Estamos no protocolo 2 aqui na capital e creio que vamos para o protocolo 3 em setembro. Temos duas lives, cultos online, por semana, quinta-feira e domingo. Temos investido cada vez mais no ministério de multimídia, notebooks, compra de equipamentos e câmeras etc. Temos uma

presença quatro vezes ou mais nos cultos virtuais, principalmente na quinta. Aos domingos, no culto online pela manhã, temos tido uma média dia 170 pessoas presencialmente e cerca de seis vezes mais de pessoas acompanhando os cultos online e muitos compartilhamentos após o culto. O alvo de Missões Mundiais ultrapassou. Os dízimos e ofertas caíram entre março até maio e depois tivemos uma boa reação. Desde maio, a convite da Assembleia Legislativa da cidade de Salvador e Prefeitura faço parte do gabinete de crise, discutindo os protocolos e várias situações pontuais. O irmão que se dedica ao estudo da Escatologia, como interpreta esse momento da Pandemia? Podemos relacionar os eventos? Não estamos vivemos os últimos dias e, sim, os últimos minutos do “kronos” de Deus para a humanidade. Os últimos dias começaram com o cumprimento da maior revelação escatológica feita por Deus. Deus revelou aos patriarcas e profetas que Jesus Cristo, o Messias prometido, viria e veio. O segundo Adão, o verbo se fez carne e habitou entre nós. Este foi o maior milagre de Deus manifesto e ao mesmo tempo a maior demonstração de amor de Deus a humanidade. O Criador se tornou criatura, o Senhor se fez servo e foi obediente até a morte e morte de cruz. Jesus veio, morreu e ressuscitou e durante sua vida entre nós, como Emanuel, disse o tempo todo que voltaria para buscar os seus com poder e glória. Voltará para julgar os vivos e mortos e estabelecer seu Reino. Sim, estamos vendo o “escatom” de Deus se cumprindo há algum tempo e a pandemia é um megafone de Deus nocauteando toda presunção e vaidade humana e reduzindo a nada aqueles que pensam que são alguma coisa. Está começando uma nova ordem no universo e as profecias escatológicas no Novo Testamento e nas epístolas de Paulo, Pedro e, principalmente, as revelações de Jesus Cristo ao apóstolo João na ilha de Patmos - o Apocalipse - estão se cumprindo de maneira muito clara. Como estudante há muito tempo de todo material escatológico das Sagradas Escrituras, que encontramos desde o livro de Gênesis, vejo claramente uma escatologia já cumprida, outra se cumprindo e as grandes promessas do desfecho deste universo que em breve se cumprirá. Quem não despreza o “escatom” de Deus tem as lentes para fazer a leitura correta destes tempos difíceis no qual estamos inseridos para a grande tribulação, que apenas está se despontando. Está começando uma era antiCristo e os homens

estão trocando a verdade pela mentira e, por esta razão, começa a operação do erro, como diz o apóstolo Paulo escrevendo a Igreja em Tessalônica. Em sua leitura, Deus está querendo dizer alguma coisa à humanidade? Sim, claro. Deus, sempre antes de trazer o juízo, envia suas advertências e sinais para que haja arrependimento e muitos possam se salvar. A pandemia é um alarme divino soando, nos convidando para que voltemos a estudar as Escrituras, abastecer nossas lâmpadas, pois o Noivo está trata de uma festa que atrai milhões de chegando. turistas estrangeiros para o Brasil e se trata Uma reação comum a praticamente de uma festa com mega-aglomeração. Foi todos na pandemia é o medo? Você ex- uma estupidez. Outro aspecto é que as desigualdades perimentou o medo? Por que as pessoas sociais são enormes e uma grande parte ficaram com medo? O medo é normal em situações quan- da população não tem menor condição de do você não tem o controle absoluto. O ficar em casa. Vivem em pequenos cubícumedo tem sido potencializado por uma los, onde mal cabe dois e vivem cinco ou mídia comprometida com seus interesses mais. Sem condições financeiras, sem convelados. Temos um bombardeio de notícias forto etc. A campanha “Fique em casa” é travestidas de jornalismo que tem sido um muito fácil para a classe média e rica. Muita fator para adoecer emocionalmente a po- hipocrisia. Também, um sistema de saúde sucateado fruto de 16 anos de desgoverno. pulação. O presidente e seu ministério fizeram Eu senti não medo, mas percebi bem de perto minha vulnerabilidade e muita tristeza e vem fazendo um esforço hercúleo nesta de ver amigos, alguns colegas e irmãos pandemia para minorar o sofrimento e o em Cristo partirem neste tempo. A minha agravamento advindo do problema ecoesperança em Cristo é saber que o alto nômico, pois retirou mais de 30 milhões trono do universo não está vazio e sim, tem de brasileiros da invisibilidade. Lamentavelmente, houve muitas moralguém sentado no comando deste mundo. A história não está à deriva. Em Apocalipse tes, mas já está provado que a maioria 4, Deus abre a porta do céu e nos convida aconteceu porque tinham doenças preea subir e ver a Sala de comando de todo xistentes e de pessoas de avançada idade. Há muitos que não morreram por COVID e Universo. foram incluídos por motivo político e inteQuando o irmão responder as pergun- resses escusos de governadores e prefeitas, o Brasil estará alcançando a triste tos. Muita notícia e informação travestida marca de 110 mil mortos. O Brasil como de ciência também tem sido um fator para um todo - governos federal, estadual e mu- aumentar o pânico e os achismos diários nos noticiários e nas redes sociais. nicipal - falhou em suas ações? Em relação ao número de mortos duranConsiderações finais: te a pandemia, os números divulgados não Espero que muito em breve as vacinas espelham a verdade em muitos aspectos. Aliás, jamais vimos tanta desinformação sejam disponibilizadas para todos e assim e tantas informações contraditórias. Nin- possamos voltar ao novo normal sem muiguém é especialista em pandemia, entre- tos protocolos. Que possamos ir à igreja, tanto apareceu de uma hora para outra os aos cinemas, estádios, praias e viajar sem “entendidos de tudo, dando conselho para problemas algum. O mundo jamais será o mesmo e espero que saiamos mais hutudo e criticando tudo. O Brasil é um país continental e com- manos e mais tementes e dependentes de parar o número de mortos dos países Deus. Deixemos de correr atrás do vento e da Europa com o Brasil é um verdadeiro valorizemos muito mais nossos relacionaabsurdo. Os países da Europa são do ta- mentos do que as coisas. Que tenhamos manho e alguns muito menores do que sabedoria para separar o essencial do nossos estados. Outro aspecto é que se acidental e assim refazer nossa agenda o presidente Bolsonaro fosse ouvido em vivencial. Deus nos conduza em triunfo fevereiro, os governadores deveriam ter para que saiamos sobrevivente e vitoriosos cancelado o carnaval deste ano, pois se desta pandemia. n


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Projeto leva esperança a mulheres em situação de prostituição na Colômbia Carmen Ligia

missionária de Missões Mundiais na Colômbia

Em Medellín, cidade considerada a segunda capital da Colômbia, milhares de mulheres vivem como “trabalhadoras sexuais”, pois é o seu único meio de sobrevivência. Devido à pandemia, uma a cada três dessas mulheres é imigrante da Venezuela. Geralmente, com mais de dois filhos, muitas querem uma mudança de vida, mas devido à falta de oportunidades na vida, abusos em casa, ou mesmo a extrema pobreza, acabaram entrando no mundo da prostituição ainda na infância. Segundo o Unicef, existem mais de 55 mil crianças sendo exploradas sexualmente na Colômbia. Quando uma criança é abusada sexualmente na infância, essa situação traumática pode se converter em um passo para entrar no mundo da exploração sexual. Segundo uma estatística feita, a cada dia, 70% dessas mulheres são violentadas fisica-

mente e 91%, violentadas verbalmente. Nos últimos sete anos, a missionária da terra Elizabeth Florez trabalha incansavelmente para alcançar e reabilitar essas mulheres, através da Fundação do PARE (Programa de Ajuda, Reabilitação e Esperança) na Colômbia, junto à equipe da coordenação. Já vemos o fruto da reabilitação de cinco mulheres, hoje ex-trabalhadoras sexuais, que já estão empregadas, vivendo com suas famílias e firmes em uma Igreja. Hoje, temos ajudado outras quatro que nunca estudaram. Através do apoio dos parceiros, o projeto está cobrindo os gastos e acompanhando essas meninas em uma espécie de supletivo, para que possam continuar os estudos e ter uma profissão que abra portas de bons empregos para cada uma delas. Contudo, ainda temos no grupo mais 46 mulheres que são alvos de nossas orações e ministério. Dentre elas, meninas de 14 anos e até senhoras com mais de 60 anos. Sabendo que durante

a pandemia, tanto elas como seus filhos estavam passando fome, nos unimos procurando doações. Conseguimos montar 50 cestas básicas com alimentação para três a quatro semanas, incluindo biscoitos e leites para as crian-

ças. Elaboramos também uma logística, distribuindo cartões com horários para que, uma a uma viessem até a Fundação para receber os alimentos e a Palavra do nosso Deus. A emoção de cada uma delas ao receber os alimentos era muito grande. Ficamos impactados com a Mary que, ao receber a cesta com alimentos, a apertou em seus braços, chorando muito, dizendo que tem sete filhos e que já não tinham nada para comer há quatro dias. Assim como elas, existem muitas outras mulheres com suas crianças, esperando por nossa ajuda aqui na Colômbia. Não podemos cruzar os braços. São muitas sofrendo. Muitas crianças sem alimentos. Muitos olhos chorando. Assim como Missões Mundiais não para, podemos dizer que aqui na Colômbia o projeto da Fundação PARE, também não. Faça parte do que Deus está fazendo na Colômbia e na vida dessas mulheres. Acesse www.doeagora.com. n

do o povo na geração de renda. Conforme suas palavras, a segurança alimentar é uma das maiores dificuldades na alimentação do povo. A realidade local não é a falta do que comer, mas a qualidade nutritiva desse alimento. Há um ditado popular que diz: “Não adianta dar o peixe, temos que ensinar a pescar”. Em nosso bate-papo percebemos que dar o peixe é muito importante, pois soluciona uma carência imediata, mas não podemos parar por aí. Temos que ir além, ensinando a pescar para que esses que hoje precisam de uma solução imediata possam suprir suas necessidades futuras e ainda auxiliem outros que poderão estar na mesma situação. O projeto “Há Fome no Mundo” visa atender necessidades pontuais com ações emergenciais de apoio aos ne-

cessitados. Oferecer resposta ao desafio da fome sempre fez parte da nossa agenda missionária através de vários projetos e nesse momento de pandemia e recessão econômica houve um agravo nessa área. O assunto da fome mexe muito com o coração das pessoas. Através do chat no YouTube e dos comentários no Facebook, muitos contribuíram falando da importância da atuação nessa área e agradecendo a Deus pelo envolvimento social de Missões Mundiais. Encerramos nosso bate-papo lembrando a importância do envolvimento de todos. Desafiando a colocarem à disposição de Deus seus dons e talentos como voluntários. Através de suas profissões, agrônomos, engenheiros, construtores e outros habilidosos profissionais podem auxiliar nesse desenvolvimento. Ore e sustente esses projetos. Através de suas ofertas muitos serão alcançados. Agradecemos a Deus por esse tempo tão importante e pela equipe que trabalhou junto conosco, nossos intérpretes de Libras que tornaram acessível aos surdos o nosso programa e a equipe de suporte atenta em todos os momentos. Não perca, de segunda a sexta-feira, sempre às 19h, “Missões Mundiais Não Para” apresenta temas relevantes que conectam você diretamente com o campo missionário e a sede da JMM. n

Ações emergenciais de combate à fome

Gilnei Silva

pastor, missionário mobilizador de Missões Mundiais

No dia 02 de setembro eu tive a satisfação de apresentar a live “Missões Mundiais Não Para” pelo Canal JMM no YouTube e também pelo Facebook de Missões Mundiais. Para falar do projeto “Há Fome no Mundo” eu conversei com missionários de São Tomé e Príncipe e do Haiti. O pastor Armindo Fausto, missionário da terra e atual presidente da Convenção Batista em São Tomé e Príncipe, trouxe uma palavra de gratidão por seu país ter sido um dos alvos desse projeto que já abençoou 150 famílias com alimentação em meio a esse tempo tão difícil. Pastor Armindo compartilhou também como projetos de desenvolvimento humanitário tem apoiado o crescimento do país. E falou como o apoio de Missões Mundiais, através de projetos de sustentabilidade e de cuidado como o PEPE, tem impulsionado as ações das Igrejas locais no serviço à comunidade. A missionária Renata Santos compartilhou suas experiências missionárias em São Tomé e Príncipe, onde atuou como nutricionista e pode contribuir no combate à desnutrição. O país economicamente cresceu bastante nos últimos cinco anos, mas ainda precisa

de auxílio. As atividades econômicas são caracterizadas pela informalidade. Aqueles que tiravam seu sustento diariamente, agora têm na pandemia maiores restrições e dificuldades. Diretamente do Haiti, os missionários Reginald e Priscila participaram. Participou também o pastor Eliel Pinho Gonçalves, que nos últimos cinco anos atuou como missionário naquele país, considerado um dos mais pobres do mundo. Atualmente o Haiti está entre os 20 menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Pastor Eliel compartilhou das ações de Missões Mundiais em apoio ao desenvolvimento da nação haitiana. Através de projetos de sustentabilidade com treinamento profissional, artesanato, hortas urbanas, cursos de idiomas e empreendedorismo auxilian-


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Batistas goianos se mobilizam na campanha “27 dias de oração pelo Brasil” Todas as Organizações da CBG participaram do movimento de oração. Marcos José Rodrigues

pastor e missionário da Convenção Batista Goiana e da Congregação Batista Betel do Vivian Park, em Anápolis - GO

Em resposta a convocação feita pela Convenção Batista Brasileira (CBB) a todas as Igrejas Batistas no Brasil, teve início no dia 05 de julho de 2020 a Campanha 27 Dias de Oração pelo Brasil. A campanha aconteceu entre os dias 05 e 31 de julho em todo o país, e contou com o envolvimento de todas as Igrejas filiadas à CBB. O objetivo foi levantar um clamor no Brasil para que Deus ilumine e inspire a mente dos especialistas, abreviando o tempo de descoberta e disponibilização da vacina eficaz contra o novo coronavírus. Foram 27 dias de oração, representando os 26 estados e o Distrito Federal. As Igrejas participantes receberam total apoio e suporte das convenções regionais, que disponibilizaram os recursos necessários

O encontro aconteceu através do aplicativo Zoom para a sua realização. No dia 13 de julho foi a vez das Igrejas Batistas do Goiás prosseguirem com a Campanha “27 dias de oração pelo Brasil”, por conta da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. A CBG gerenciou a Campanha em Goiás, mobilizando e dando todo o suporte necessário às Igrejas. Utilizando a estrutura já existente das organizações de treinamento e paraeclesiásticas ligadas à CBG foram criados cinco momentos de oração. Cada um deles fora coordenado por um ou dois líderes

de uma organização da CBG. Às 0h tivemos o primeiro momento de oração, sob a coordenação da diretoria da CBG; às 6h, o segundo, sob a coordenação da União Missionária de Homens Batistas de Goiás (UMHBG); às 12h, o terceiro, sob a coordenação da Juventude Batista do Estado de Goiás (JUBEG); às 18h, o quarto, sob a coordenação da União Feminina Missionária Batistas de Goiás (UFMBG) e da Associação Batista de Educadores Cristão de Goiás (ABEC-GO); e às 23h tivemos o último momento sob a coordenação

da Ordem de Pastores Batistas do Brasil seção Goiás (OPBB-GO) e do Seminário Teológico Batista Goiano (STBG), que contou ainda com a presença ilustre do pastor Fausto Aguiar de Vasconcelos, presidente da CBB. Além das cinco principais salas de oração disponibilizadas pela CBG através da utilização do aplicativo digital Zoom, foi criado também um relógio de oração, onde várias Igrejas locais puderam agendar um horário do dia para a realização de grupos de oração. O objetivo foi fechar as 24h do dia com orações. Foi um momento lindo e muito precioso de comunhão entre os irmãos com Deus e de muitas experiências espirituais através da oração. Parabéns, diretoria da CBB, pela realização da Campanha “27 Dias de Oração pelo Brasil”; parabéns também, CBG, pela pronta resposta ao desafio e a todos os irmãos que cooperaram com esse importante movimento espiritual de oração. Que Deus a todos abençoe! Amém. n

Igreja Batista da Lagoa, em Recife - PE, celebra terceiro aniversário Trabalho começou através de um Pequeno Grupo Multiplicador. Marília Andrade

membro da Igreja Batista da Lagoa, em Recife - PE

No dia 23 de Agosto, a Igreja Batista da Lagoa comemorou três anos do início de sua plantação e, na ocasião, houve o Culto de Organização. A história da plantação da IBLagoa começou em 19 de agosto de 2017, onde o então seminarista Miguel Lima, com 11 irmãos de um Pequeno Grupo Piloto, se reuniu pela primeira vez na praça de eventos do bairro para servir à comunidade através de um Projeto Social chamado SERVIR. A equipe, em parceria com amigos de outras Igrejas, oferecia serviços de saúde, recreação infantil, evangelismo através de entrega de frutas e água, e ao final, a realização de um luau evangelístico. Esta foi a primeira ação do projeto. A IBLagoa foi intencionalmente planejada para nascer e formar vínculo com a comunidade por meio deste projeto social. Vivendo os princípios bíblicos da Igreja Primitiva, desenvolvida através da Visão de Igreja Multiplicadora da Junta de Missões Nacionais (JMN), o Pequeno Grupo Pilo-

Igreja comissionou novos líderes de PGM durante a celebração to foi multiplicado em quatro Pequenos Grupos Multiplicadores, contando agora com a participação dos moradores da comunidade, os que conhecemos através do projeto Servir. Após 3 meses, exatamente no dia 13 de maio de 2018, realizamos o primeiro culto comunitário na garagem de uma casa que alugamos com os dízimos e ofertas dos integrantes dos PGM’s. Nosso primeiro culto contou com a presença de 32 pessoas. Em 2020, quatro semanas após o retorno das atividades presenciais pós pandemia, no dia 23 de agosto, a Igreja celebrou então seu 3° aniversário.

Foi um dia de inesquecível. Em nossa nova sede, com capacidade para 1000 pessoas, tivemos o batismo de quatro irmãs, a celebramos de nosso aniversário, a organização oficial de nossa Igreja e, principalmente, o comissionamento de 11 líderes para formação do PGM Piloto da Igreja Batista Arte, a primeira Igreja filha da IBLagoa! Já nascemos nos multiplicando. A ocasião foi uma verdadeira festa de multiplicação e um marco para um desejo permanente no coração da liderança da IBLagoa - criar uma cultura de plantação de Igrejas no estado de Pernambuco, que seja disseminada para todo Brasil e

para o mundo. Para os que fazem parte da IBLAGOA, viver uma Igreja multiplicadora é viver mediante a perspectiva de multiplicação dos 5 princípios bíblicos e nada seria mais significativo do que iniciar mais uma plantação na ocasião do culto oficial de organização da Igreja. Para nós, comissionar novos plantadores nesta data revela o compromisso de termos vivido durante estes três anos o princípio da oração, evangelização discipuladora, formação de novos líderes e compaixão e graça. Agradecemos em primeiro lugar a Deus, por nos confiar à amada região da Lagoa do Araçá em Recife, à Igreja Batista Emanuel em Boa Viagem, por ser a Igreja mãe da IBLAGOA, às várias mensagens de apoio enviadas por pastores dentro e fora do Brasil, à presença da diretoria da Convenção Batista Brasileira na pessoa da irmã Deyse Correia que também representou a União Feminina Missionária Batista do Brasil. Nosso agradecimento especial ao Pr. Miguel Lima que nos conduziu até este momento. Estamos vivendo o sonho de viver uma grande colheita! Somos uma Igreja Multiplicadora! n


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OBITUÁRIO

Utahy Caetano dos Santos Filho, o grande (08/12/1953 – 03/09/2020) Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek

pastor da Igreja Batista Marapendi - RJ

Tem gente que conhecemos antes de conhecer. Como isso pode ser possível? Os escritos, os textos são um bom exemplo dessa possível ponte. Outro grande exemplo é o testemunho. Pois, foi assim que comecei a conhecer mais o Utahy: primeiramente por um colega de turma do Seminário (hoje, pastor Hilquias Fábio, da PIB em Caldas Novas-GO) que ao longo do curso no Seminário trabalhou em OJB com o Utahy; posteriormente, através de dois outros amigos de outrora. Invariavelmente, as experiências mais legais, quando compartilhadas por eles, contava com a presença do Utahy. Dono de uma intelectualidade ímpar, leitor voraz e com apurado gosto musical, Utahy era desses amigos que sabia ouvir, e mais ainda rir. Não foram as poucas vezes que lembro de, ao conversar e rir com ele, vê-lo colocando a mão na boca para tossir após tantas risadas. Sim, sempre encontrávamos tempo, quando por conta do trabalho na JUMOC, no prédio da CBB, para rirmos. Uma das alegrias daquele período laboral iniciado ainda sob a gestão do pastor Salovi Bernardo (por quem Utahy nutria o maior carinho e respeito) era boa parte do corpo funcional que lá estava. Semestralmente, Márcia organizava um almoço com todo mundo. Pena que tínhamos horário... Mais comum mesmo eram nossos almoços, regados a estrogonofe de carne da Parmê. Ele me ajudava a dividir. Sempre um momento, na verdade um pretexto, para uma boa conversa. Certa vez ouvi Jô Soares dizer, em tom de brincadeira, que a orelha nasce grande e a cabeça cresce em volta. Quando lembro do Utahy, para o grande coração que ele tinha, parece-me que ele adquiriu o corpo adequado para o tamanho daquele coração. Sim, o corpo foi crescendo, se me permitem uma analogia com a fala do Jô, ao redor desse grande coração. Coração este que sabia abrigar o diferente e o contraditório, mas que também tinha certa impaciência com gente chata... (quem nunca?) Um retrato desse coração foi o período em que atuou como redator de OJB. Na sua época, o melhor período desse semanário desde a saída do pastor Almir Gonçalves, em março de 1964, esse grande coração ganhou uma objetivação: “Uta” abrigava diferentes pensamentos e correntes nas páginas do OJB, numa pluralidade que desde sempre é expressão da identidade Batista. Sim, meus queridos, Utahy compreendeu desde sempre que os Batistas não somos

um funil, mas uma grande foz do Rio da Graça de Deus! Foi graças a ele que bons articulistas voltaram a ter colunas em O Jornal Batista. Eu sei que para os mais ligados à denominação isso pode parecer estranho, mas as pessoas voltaram a escrever por ele, por conta do pedido que ele fez. Não era possível recusar um pedido do Utahy. O mesmo que poucos viam e viram, era aquele cuja ampla compreensão de mundo estava digitalizada em cada edição de OJB. Sua formação era variada. Fez Teologia no tempo áureo do Seminário Batista do Sul, à época dirigido pelo seu pastor, David Malta do Nascimento. Além de Teologia era bacharel em Comunicação Social – Jornalismo e Letras. Sua experiência profissional era vasta: trabalhou na redação de emissoras e jornais, e foi um exímio revisor. Pessoa querida, preletor requisitado nos anos 80, foi progressivamente caminhando para os bastidores, onde sentia-se mais confortável. Com sua querida esposa Rosângela, construiu uma parceria, uma cumplicidade conjugal invejável. Sempre foi um privilégio ser amigo do Utahy. Por trás daquela face que para uns parecia ser de “poucos amigos”, escondia-se uma pessoa extremamente espirituosa. Lembro-me agora, das vezes em que nos falamos para “pegar uma peça” (na linguagem jovial de hoje, “trolar”) a um pastor que era conhecido comum da gente. Como este colega sempre “pegou pilha fácil”, não foram poucas as vezes que ríamos ao telefone com as peças pregadas. Parceiro de boas e sadias brincadeiras, coisa cada vez mais rara em dias que o humor se torna refém da realidade trágica, “Uta” deixa muita saudade. Nosso último encontro foi um “esbarrão”. Estava saindo do Norte Shopping após um almoço com o pastor Dercinei Figueiredo quando vimos o “Uta” num café. Fomos lá falar com ele. Falei que precisávamos almoçar ao que ele assentiu dizendo para marcarmos após o tratamento dentário que estava fazendo. Veio a pandemia e com ela a COVID-19. Nossa refeição foi adiada; entretanto, já sabemos o cardápio: “carne de Cordeiro”. E será de graça, porque é pela Graça, no grande Banquete promovido por aquele que sempre esteve na cabeceira da mesa, nosso amigo maior em comum, Jesus de Nazaré. Dois sentimentos me invadem agora. O primeiro é uma enorme tristeza, proporcional ao tamanho do saudoso “Uta”. O segundo, que muito me consola, é a certeza do reencontro, esta última calcada na evangélica figura do túmulo

Evangélica, com David Malta, Carlos Novaes e tantos outros amigos. Ele fez belas fotos. Falamos tantas vezes depois, ‘cariocamente’, de se encontrar para ele me passar essas imagens. “Estão no meu computador, você leva o pen drive e eu copio”, dizia ele. Nada de enviar por rede social. Não aconteceu. Agora, recentemente, ele enviou mensagem por conta de meu aniversário. Nem deu tempo de agradecer. Quem imaginaria que seria o último contato?! A gente nunca pensa isso. Vida desconcertante. Sem um papo de despedida. Triste. Meu abraço triste, mas solidário, fraterno e amigo à Rosangela F. M. Santos. Com orações por paz, consolo, esperança. Minha gratidão por ter conhecido e convivido com Utahy. Agora, um dos Santos de Deus, um Filho que chega à casa do Pai. Saudade.

vazio. Penso que o céu continua sendo um lugar divinal por muitas razões. Uma delas é que ele só adiciona; nele não se faz conta de subtração. Se é verdade que o túmulo do Utahy comporta o que foi seu “tabernáculo” aqui, igualmente é verdade que ele encontra-se vazio, pois Beijos tristes e saudosos! sua verdadeira exuberância, a pessoa Dercinei Figueiredo sensacional que foi, foi reunida com Je- pastor sus. Até lá, meu querido amigo! No dia 03 de setembro, através do Minha gratidão Sérgio Dusilek, recebi a notícia que morClemir Fernandes reu um dos caras mais bacanas do meu pastor círculo de amizades. Eu e Utahy Santos já nos conhecíaTriste tempo de epitáfio esse em mos, mas nos aproximamos depois que que vivemos. Ou morremos, pois é isso ele se tornou o redator de “O Jornal Baque acontece um pouco a cada dia ao tista”. Ele insistia em que eu escrevesse sabermos do falecimento de mais uma para o “órgão” informativo da Convenção pessoa que atravessou nossa existên- Batista Brasileira, e eu sempre argumencia. Escrever é preciso, afinal, cada vida tava que não escreveria à toa, pois o que se vai deixa memórias que exigem conselho editorial não daria seu impriser registradas. Mesmo curtas, numa matur, e eu não ia me diminuir só para singela homenagem. ser publicado em OJB. Mesmo assim, É o que faço aqui e agora ao saber da ele publicou vários artigos e matérias triste partida do Utahy Santos, ocorrida que ele colhia nos meus blogs (feito que na manhã de 3 de setembro. Desde que o João Soares, meu pastor, já havia conmeu amigo Sérgio me falou, há alguns seguido anos antes). dias, da situação do “Uta”, passei a orar, O Utahy era uma companhia desafiadesejando muito sua recuperação. Mas dora, e com ele tive algumas das melhoesta não veio. Que lástima! Desgraçado res conversas sobre livros (e quadrinhos COVID. clássicos) e música (especialmente Conheci Utahy em meados dos anos rock). 90, quando trabalhamos juntos na finada Old school, ele resistiu ao streaming JUERP. Ele era um espírito livre, insti- e ao e-book quase até o fim. Ele tentou, gante, diferente. Tinha orelha furada e sem sucesso, me seduzir a ler Elena embora não usasse mais o adereço, re- Ferrante. Se surgia uma banda de rock velou que utilizou brinco no começo dos islandesa ele já teria conhecimento dela. anos 70, “época em que só o Caetano e A serra suburbana fica mais vazia. eu usávamos”, brincava ele. O Flamengo deixa de ter seu torcedor Escrevia com primor e humor, com que menos sabia sobre futebol. A Igrearte e originalidade. Conhecia e apre- ja não perde nada (ele concordaria e ciava música secular, pesada, com uma adoraria a piada). E ficamos todos sem espiritualidade transgressora. Trabalha- a ‘carioquice’ profundamente culta e ra na antiga revista Manchete e conta- bem-humorada do “Uta”. Que falta você va grandes histórias fantásticas desse fará, cara. tempo. Outros tempos. Meus préstimos e meus sentimentos, Acho que a última vez que nos vimos Rosangela Santos, são todos seus. foi no encontro dos 60 anos de Diretriz Beijos tristes e saudosos! n


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O JORNAL BATISTA Domingo, 20/09/20

PONTO DE VISTA

Pastores em uma missão evangelizadora Maria de Oliveira Neri colaboradora de OJB

“Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que

o buscam com todo o coração” (Sl os povos e nações. Não é possível citar 119.1-2). o nome de cada um que merece esta homenagem, todos serão representados O Dia do Pastor é muito significati- por quatro ilustres pastores que pertenvo. Homenagear todos aqueles na sua cem a denominação Batista Brasileira. missão de ser o mensageiro dos ensiPastor Fausto Aguiar de Vasconcelos, namentos da palavra de Deus a todos pastor Vanderlei Batista Marins, pastor

Sócrates Oliveira de Souza e pastor José Laurindo Filho. Estes pastores são realizados na sua vida pastoral, ministerial e familiar e é impossível descrever todas as suas realizações dedicadas a denominação Batista Brasileira, mas vou exaltar a maneira de ser de cada um no seu viver.

Pastor Fausto: participa do seu Ministério Pastoral sua querida esposa, a missionária Dione Vasconcelos, e suas filhas, Diane e Denise. É um pastor que se apresenta com muita reverência transmitindo suas mensagens bíblicas sábias. Na sua maneira de ser é muito simpático, alegre e atencioso, gosta de contar histórias e fatos relacionados na sua convivência por onde passa no Brasil e no exterior. E sempre diz que para ele foi um grande privilégio que Deus lhe deu para levar a palavra a muitos povos e nações para que todos pudessem encontrar o caminho certo da Salvação onde Jesus Cristo é o caminho a verdade e a vida. Após a sua dedicação na Missão Evangelizadora nos Estados Unidos, na Aliança Batista Mundial (ABM), recebeu o privilégio de ocupar o cargo de presidente da Convenção Batista Brasileira, que já ocupou por várias vezes. Pastor Fausto foi também, por vários anos, com muita dedicação, pastor titular da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro com muita dedicação a esta Igreja Batista que é histórica. A Deus toda honra e glória por ser um pastor admirável.

Pastor Vanderlei: participa de seu ministério pastoral a sua esposa, Rita Martins, e seus filhos, Éber Jonathas e Mikhael Wander. É muito atencioso e amável na sua maneira de ser, muito bem relacionado com os pastores e irmãos em Cristo, gosta muito de colaborar na sua missão evangelizadora para que o Brasil seja uma nação cujo Deus é o Senhor. Suas mensagens são sempre demonstrando cultura geral e bíblica, sempre afirmando o Poder de Deus e Jesus Cristo, o nosso Salvador. Além de várias realizações que promoveu na Convenção Batista Brasileira com muita dedicação e na Convenção Batista Fluminense. Uma das suas grandes qualidades é ser generoso, gosta de ajudar as pessoas nas suas dificuldades. A Deus toda honra e toda glória por ser um pastor generoso.

Pastor Sócrates: participa de seu ministério pastoral a sua esposa, Lúcia Cerqueira, e suas filhas, Marianne e Camille. É o filho querido dos inesquecíveis missionários pastor Pedro Evangelista de Souza e da missionária Adelaide de Souza, que por muitos anos prestaram relevantes trabalhos de evangelização na Junta de Missões Nacionais no Brasil. Pastor Sócrates é muito simpático e atencioso na sua maneira de ser, sua presença nas atividades da Convenção Batista Brasileira é sempre motivo de alegria na sua colaboração na missão de ganhar o Brasil para Cristo. Entre muitos cargos que ocupou se destaca sua dedicação na Convenção Batista Brasileira. Atualmente ocupa o cargo de secretário Executivo da CBB e, também, por vários anos ocupa o cargo de Diretor Geral de O Jornal Batista, sempre muito atencioso com aqueles que são colaboradores de OJB. Eu mesma tenho este privilégio de ser uma destas colaboradoras. Pastor Sócrates é muito estimado pelos pastores e irmãos em Cristo; este gesto de amor e carinho foi demonstrado em todo o Brasil pelos meios de comunicação, promovendo uma corrente de oração em favor de sua saúde. Com sua missão evangelizadora é uma benção para todos nós e para a CBB. A Deus toda honra e toda glória por ser um pastor admirável.

Pastor Laurindo: participa do seu ministério pastoral a sua esposa, Loyde Laurindo, e suas filhas, Michele, Rebeca e Haniele. Muito atencioso, amável e tranquilo na sua maneira de ser. É um grande estudioso da Bíblia, sempre fazendo pesquisas para enriquecer as suas mensagens bíblicas com muita sabedoria. Deus deu a ele o privilégio de, por vários anos, levar a Palavra de Deus nas Igrejas em países como Inglaterra (Londres) e França (Paris) na sua missão evangelizadora. Pastor Laurindo é o pastor titular da Primeira Igreja Batista de Niterói-RJ, uma Igreja Batista histórica com 128 anos de glórias. Pastor Laurindo e a PIB de Niterói vêm, por vários anos, promovendo sua missão evangelizadora. O programa Trans Niterói, percorrendo as ruas e repartições públicas, quartéis e escolas distribuindo bíblias e oferecendo um serviço social e assistência de saúde ajudando a população carente da cidade de Niterói-RJ. Pastor Laurindo também é muito convidado para promover mensagens de Deus nas solenidades em quartéis dos militares, principalmente no Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Aeronáutica. Todos os pastores do Brasil recebam esta homenagem na sua missão Evangelizadora de ganhar o Brasil para Cristo. “Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos; vós os justos cantai alegremente, todos vós que são retos de coração” (Sl 32.11).


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 20/09/20

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Pare de sonhar! William Rodrigues

membro da Primeira Igreja Batista de Presidente Epitácio - SP

Calma aí, calma aí, pois não sou um doido que não tem sonhos e não deseja que você seja um sonhador, mas estou aqui para facilitar a sua vida plantando as melhores sementes no seu coração, assim, seus sonhos poderão ser realizados. Mais de 90% da população morre antes de realizar seus sonhos, passam a vida toda com frustrações e escolhas que os levam a depressão ou escolhidos pelo acaso. Em poucas palavras vou deixar sementes em você, sendo depois sua res-

ponsabilidade de fazer germinar, crescer, acreditar na ideia que vai dar certo e sedar frutos e plantar sementes noutras guir em frente. pessoas, essa é a ideia, espalhar o que você aprendeu e deu certo. 2 - Precisamos da ordem de Jesus para realizar os sonhos. 1 - Os grandes sonhos nos deixam Antes de Pedro realizar seu sonho de aterrorizados porque a maioria das pes- andar sobre as águas, ele pediu a aprosoas não os realiza. vação e ordem de Jesus. Os sonhos não Imagine seus amigos, familiares e podem ser apenas nossos! Você pode você dentro de um barco em alto-mar, os até querer andar sozinho, mas vou te dar ventos e ondas estão fortes e de longe a melhor dica: Faça um alinhamento dos vocês avistam Jesus andando sobre as seus sonhos com os sonhos de Jesus águas. A primeira reação é o susto, pois para você! ninguém nunca viu alguém andando sobre as águas. Quantas pessoas você já 3 - Para realizar seus sonhos depenviu andando sobre as águas? Quantos de apenas de você. realizam os grandes sonhos? É necesO extraordinário é que Jesus nunca sário não olhar as impossibilidades, mas pegou ninguém no “colo”.

• Pare de esperar pelos outros, pois o sonho é seu e a iniciativa precisa ser sua. • Pare de esperar por bons momentos, eles nunca chegarão. O melhor momento para realizar seu sonho será na crise. • É necessário sair de perto daqueles que não sonham ou apenas sonham. Estas pessoas apenas atrasarão sua jornada, mas não se preocupe em ficar sozinho, porque você vai conviver com aqueles que realizam. Por fim, você vai entender que está no caminho certo quando o seu sonho gerar o reconhecimento de Jesus nas pessoas. O segredo não é você estar em destaque, mas aquele que te capacitou para chegar lá. n

Romanos 1 - Deus é Soberano, mas, o ser humano é responsável! Roberlan Julião pastor

Há certa controvérsia entre cristãos a respeito da soberania divina em contraponto à liberdade humana. Entretanto, a mesma Bíblia que exalta a soberania divina, ressalta a responsabilidade humana. Embora, alguns se detenham mais na soberania divina e outros na liberdade humana, a Bíblia considera tanto uma quanto outra. Enquanto alguns se posicionam seguramente num extremo ou no outro, soberania versus livre arbítrio, outros consideram as duas possibilidades em coexistência. Deus é soberano, mas criou um ser humano livre. Afinal, somente seres livres podem amar! Se fôssemos como robôs, sem nenhuma liberdade, pelo que seríamos responsabilizados? Na Epístola do apóstolo Paulo aos cristãos de Roma, podemos perceber que não há ser humano capaz de satis-

fazer as exigências da justiça de Deus. Por isso, a importância da fé no Filho de Deus, enquanto o único em condições de pagar a dívida humana, satisfazendo perfeitamente as exigências da justiça divina. A qual não pode ser alcançada pelos méritos humanos imperfeitos. Entretanto, a falta de capacidade não anula a responsabilidade pela decisão que abarca consequências eternas! Este modesto texto se deterá na nossa responsabilidade perante o nosso Criador. Antes, porém, preciso tecer minhas percepções, a partir do começo da epístola. No início do capítulo, Paulo saúda os romanos, formalmente, sem as particularidades das outras epístolas, sugerindo falta de vínculos, indicando não ser a Igreja romana fruto do seu ministério! No versículo cinco, ele apresenta a abrangência da oferta de salvação, que os romanos receberam (v.6). A partir daí, ele os cumprimenta (v.7). Parece que, neste contexto imediatamente an-

terior ao versículo 15, a preocupação reside na sublimidade do ministério e na extensão do interesse divino na HUMANIDADE, sem acepção. Paulo se dispõe, mas admite limitações e dependência, ao reconhecer a importância da pregação do evangelho (vv. 15-17). Quanto aos perdidos, parece que Paulo OS RESPONSABILIZA por suas decisões: deter a verdade pela injustiça (v.18), não reconhecer a existência e grandeza de Deus, trocando relacionamento com o Deus revelado por especulações (vv. 19-21), preferir adorar uma divindade que agrada ao ego, trocando a verdade pela mentira (vv. 22-25). E parece claro que a devassidão plenamente descrita no texto é o resultado de uma rejeição deliberada (v. 26ss.). Pois, Paulo infere o elemento decisional em vez de casual, quando trata tanto da idolatria quanto da consequente imoralidade. Percebe-se que mesmo com lentes calvinistas, arminianas ou da nossa

Declaração Doutrinária da CBB, podemos perceber o destaque dado à responsabilidade pessoal, a partir do que Paulo nos oferece neste capítulo. Seja contra ou a favor de nossos esquemas teológico-sistemáticos. O mesmo capítulo que diz: “os entregou a paixões vergonhosas”, mostra que os seres humanos citados no referido capítulo “desprezaram o conhecimento de Deus”. De um lado, parece que os seres humanos são robôs, programados para pecar. De outro, parece que eles são loucos, que presumem conquistar e manter a própria salvação! Antes de encerrar, pergunto: há alguma outra percepção a ser debatida antes do versículo 15 e depois do versículo 25, que ponha em contraponto a soberania divina e a liberdade humana? Também pergunto: Deus apenas responsabiliza os seres humanos caídos e os condena, ou também dá liberdade e oportunidade a estes ímpios em questão? n



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