Ed.03 da Série Especial A Força do Conhecimento: Conhecimento é Poder - semana 02 - Junho 2019 - ISSN 2525-801X
REVISTA ADMINIS TRAÇÃO E CIÊNCIAS
Série Especial
A Força do Conhecimento Edição 03
ISSN 2525-801X
Pensamento & Ação
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Ed.03 da Série Especial A Força do Conhecimento: Conhecimento é Poder - semana 02 - Junho 2019 - ISSN 2525-801X
Revista Administração e Ciências
Curitiba, 3a Edição Série Especial A Força do Conhecimento: Pensamento & Ação.Semana 02 - Junho de 2019
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Proibida a reprodução total ou parcial, sem a autorização por escrito.
Revista de Administração e Ciências ISSN: 2525-801X ORCIDE: 0000-0001-8789-7698 Publicação da área de Ciências Humanas
As opiniões emitidas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. All articles are full responsability of their authors. !2
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Solicita-se permute
Catalogação Periodicidade Semanal ISSN 2525-801X
CDD 100
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Correspondência e Assinatura / Letters and subscription Revista de Administração e Ciências Rua Nicolau Vorobi 244 CIC – Curitiba – Paraná CEP.: 81250-210 E-mail: kozoski@gmail.com
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Editorial Esta é a terceira edição da série especial sobre a força do conhecimento. A série especial está publicando artigos científicos produzidos por profissionais e estudiosos das ciências da Administração e da metodologia Coaching. Prof. Morôni Kozoski
Está edição tem como título: Pensamento & Ação. O processo de estudo e aprendizado é completo quando o resultados da pesquisa realizada podem ser compartilhados publicamente.
Sua opinião é muito importante para nós. Se desejar fazer elogios, comentários, críticas ou saber mais sobre os trabalhos realizados por cada autor, poderá fazê-lo no nosso WhatsApp 41 99986-8566.
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PÁGINA 6 FRUTOS DO PENSAMENTO Luciane de Jesus Ulguim das Neves
PÁGINA 15 LIMITES X AUTOCONHECIMENTO: Processos de Coaching como Ferramenta de Identificação de Limites Pessoais Carine Caloy Bovkalovski
PÁGINA 30 QUOCIENTE DE POSITIVIDADE E SABOTADORES:
UM LÍDER MAIS NOVE CÚMPLICES Leandro de Assis Arthur
PÁGINA 45 A VIDA PODE SER MELHOR COM AUXÍLIO DO COACH
Audionor Miranda Neto
PÁGINA 60 CONTROLE FINANCEIRO NA EMPRESA FAMILIAR DE PEQUENO PORTE
Cleverson Souza de Oliveira
PÁGINA 75
IKIGAI A razão de ser da vida e do negócio
Astrid Marlise Lenhart
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FRUTOS DO PENSAMENTO
Luciane de Jesus Ulguim das Neves Morôni Kozoski
RESUMO Este artigo trás uma reflexão com propostas de mudanças para transformar vidas, através de uma atitude mental positiva, a qual estabelece uma conexão com o raciocínio de sucesso. Através dos pensamentos e sentimentos se produz a realidade, hoje reflexo de crenças gravadas automaticamente pelo inconsciente através das vivências do meio e dos pensamentos gerados, quando se tem essa percepção e se muda a forma de pensar, tudo muda, com o controle do pensamento direcionado ao objetivo desejado, se torna de inteira responsabilidade de cada um a vida que leva, não é culpa de fatos acontecidos e sim a atitude diante desses fatos. Com este conhecimento em mãos, aplicado em jovens, é possível mudar os resultados de uma sociedade e moldar pessoas para uma vida de realizações, onde não existe sorte ou azar e sim a realidade criada através de pensamentos, sentimentos e ações certas, com foco e persistência em cada fase, desta forma se assume a autorresponsabilidade pela vida construída. Este objeto de estudo “atitude mental positiva”, é comprovada através de várias autoridades na ciência do melhor desempenho, citadas neste artigo, que garantem que os pensamentos determinam quem você é. De posse desses conhecimentos eles deixaram grandes marcas na história, construídas de forma extraordinária e relatadas em suas obras. Palavras-chave: Mentalidade positiva. Visão de futuro. Determinação. Autorresponsabilidade. Sucesso.
INTRODUÇÃO Muitas pessoas buscam uma receita para o sucesso, outras acreditam na sorte e tem os que nem pensam, apenas aceitam a vida na situação que se encontra.
Pensando nas que buscam uma vida
extraordinária, trago este artigo com o objetivo de mostrar que é possível ter uma nova atitude mental positiva e transformar resultados através do
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autodomínio de pensamentos e sentimentos que consequentemente levarão a novas ações. A forma de pensar determina as realizações, saber de forma clara a importância de um sonho, criar uma visão de futuro quase real, envolver emoção, foco e determinação, é fundamental, pois independentemente de onde se está no momento, é necessário saber o que fazer e como fazer para explorar os poderes da mente subconsciente, a fim de obter os resultados desejados e alcançar outros patamares. Este artigo justifica-se nos estudos de grandes autores como Napoleon Hill, o qual construiu um legado através de best-sellers como As leis do Triunfo, Quem pensa enriquece, Atitude mental Positiva, os quais trazem novas percepções sugerindo que com atitudes certas, qualquer pessoa pode realizar sonhos. Além de deixar um legado através das suas obras, ao lado de Dale Carnegie é considerado um dos maiores autores de livros de autoajuda e realização pessoal do mundo, foram exemplos do quanto a Filosofia do Sucesso é possível, pois os mesmos tornaram-se grandes milionários da história. Segundo HILL (2018) uma atitude mental positiva e um objetivo bem definido são o ponto de partida para uma realização que vale a pena, pois o que a mente pode conceber e acreditar, a mente do homem pode alcançar. Existem situações extremas em que a forma de pensar determina vida ou morte, como no caso real do Professor de Neurologia, Psiquiatra e escritor Viktor E. Frankl que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, onde pessoas eram tratadas de forma subumana, mesmo diante deste cenário procurou encontrar um sentido pra dor, usando a mente a seu favor conseguia ver um propósito em estar ali, criou uma visão de futuro na qual sobreviveria, por um bem maior, e assim encontrou o significado da sua vida: Ajudar os outros a encontrarem um significado para suas vidas. A partir desses princípios e vivências, surgiu a Logoterapia que determina que a força mais poderosa nos seres humanos é encontrar um sentindo pra vida, um sentindo existencial, um sentido pra cada coisa que acontece. Ao contrário disso muitas pessoas lidam com um vazio interior, enxergando
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apenas o que os olhos alcançam, se tornando assim desmotivadas, frustradas e sem perspectivas. Hoje em dia tem muitos escritores modernos como Tony Robbins, Paulo Vieira, Pablo Paucar, Caio Carneiro que defendem uma “mentalidade de sucesso” ligada a uma “visão clara de futuro”, controlada pela forma de pensar, sentir e agir, determinando assim, sucesso ou fracasso na vida de cada um. PONTO DE PARTIDA Napoleon Hill, um jornalista norte americano que viveu no início do século XX, teve a oportunidade de manter contato com os maiores homens de sucesso de sua época, como Henry Ford, Thomas Edison, Roosevelt, Andrew Carnegie entre outros... Hill entrevistou mais de 16 mil pessoas ao longo de sua vida, entre elas os 500 milionários mais importantes de sua época. Após o estudo do comportamento destes homens e mulheres, ele conseguiu identificar o que as pessoas de sucesso fazem para conseguir atingir seus objetivos, desenvolvendo assim a Filosofia do Sucesso, através das Leis do Triunfo. Partindo desses princípios Carnegie revela que todas as conquistas, toda riqueza obtida, começam com uma ideia. Hill define que “pensamentos são coisas” (2017, pág.25), coisas muito poderosas quando conjugadas com um objetivo definido, perseverança e um desejo ardente de que se transformem em realidade. O desejo é o ponto de partida para todas as realizações. Com base nestes princípios se percebe o quanto os pensamentos são determinantes na vida de cada um, são eles responsáveis pelas crenças adquiridas e a forma de conduzir cada pilar da existência. Desejar algo apenas não basta, este desejo precisa ser intenso, com um estado mental que se transforme em uma obsessão. O próximo passo é traçar caminhos bem definidos e meios para realizar, apoiar esses planos numa perseverança que não reconhece fracasso, para isso é preciso estar pronto, acreditar que pode realizar; transformar cada obstáculo em aprendizado e trazer à consciência que cada adversidade tem a semente de um benefício equivalente ou maior. !8
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TOMADA DE DECISÃO A grandeza vem para aquele que desenvolve um desejo intenso de atingir metas elevadas, com persistência e muita dedicação, que fortalece uma atitude mental positiva através da prática diária, tornando-se um realizador perito em qualquer atividade humana. Quando você realmente deseja algo, todo esforço e trabalho pode se tornar divertido, com metas específicas, foco e determinação, mas para que a meta seja específica, detalhada e constante, é preciso usar imagens reais, como fotografias que mostram aquilo que deseja alcançar, essa é a maneira mais segura de tornar sua meta específica, quando você busca uma meta, necessariamente sai da zona de conforto e ativa seu potencial adormecido. Estabelecer metas é olhar para frente e não para trás, é focar na solução e não no problema, é aprender com as adversidades, buscar conhecimentos, focar no ponto de chegada. Após a determinação do objetivo, precisa estar cientes de que apenas desejar e traçar a meta não dará a certeza da conquista, é preciso conhecer a pessoa mais importante para essa realização. Essa pessoa é você. O sucesso, saúde, felicidade e riqueza, dependem de como você usa a mente, pois ela é seu talismã invisível, de um lado está à atitude mental positiva e de outro a atitude mental negativa e hoje você usa a que foi programada para estar em ação. Você precisa conhecer e identificar a pessoa que você se tornou, reconhecer pontos fortes e fracos, avaliar emoções e sentimentos e nunca subestime o poder repelente de uma atitude mental negativa ela pode impedir que você chegue onde deseja, ou seja, ela é o seu maior inimigo. Pessoas de sucesso não esperam as oportunidades aparecerem, muito menos reclama quando não aparecem, pois sabem que estão no comando do barco de suas vidas, sabem que as coisas não acontecem simplesmente, mas são criadas consciente ou inconscientemente. Sabem que nada acontece por acaso, que a nossa atitude diante da vida trará resultados, e que tudo, absolutamente tudo, é resultado dos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, (VIEIRA, 2017, Pág.165)
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Está em suas mãos a realização que desejas, tem poder quem age, e maior poder ainda quem age certo.
A FÓRMULA DO SUCESSO No livro Desperte o seu gigante interior, Robbins mostra a Fórmula do Supremo Sucesso, um processo elementar para conseguir chegar onde se quer baseado em quatro passos: 1) decida o que deseja, 2) entre em ação, 3) verifique o que está funcionando ou não, 4) mude seu enfoque até alcançar o que quer. Decidir produzir um resultado desencadeia os acontecimentos, pois você se obriga a entrar em ação, segundo (ROBBINS, 2018, Pág. 44): É nos momentos de decisões que nosso destino é traçado. As decisões sobre o que focar, o que as coisas significam e o que fazer a respeito determinarão seu destino, porém na maioria das pessoas essas decisões entram de forma automática, devido à programação formatada pelo meio no qual estão inserido desde que nascem, através de convicções, regras, crenças, valores, emoções e sentimentos, se mudar qualquer um desses elementos poderá produzir imediatamente mudanças poderosas e concretas na sua vida. Em seu livro Mentalidade, Paucar alerta sobre as vibrações do pensamento, descrevendo que se atrai o que se emiti. Assim como a mente é feita de arquivos, cada arquivo em nossa mente produz uma vibração, que pode ser de alta ou de baixa frequência. Na verdade, somos como antenas de rádio que captam e emitem vibrações, e cada vibração recebida pela nossa mente gera pensamentos, que atraem outros pensamentos semelhantes. Se a energia recebida for positiva, tornamo-nos um ímã para que pessoas e circunstâncias de acordo com tais vibrações apareçam em nossas vidas. (PAUCAR, 2018, Pág. 51.)
Existem muitos estudos que reforçam essas questões sobre as vibrações do pensamento, HILL (2018, Pág. 73) “Nós somos o que somos por
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causa das vibrações do pensamento que captamos e registramos pelos estímulos do nosso ambiente diário.” A verdade é que se pode conduzir a mente para vibrações positivas, produzindo novos estímulos, mudando assim o comportamento o qual trará novos resultados. AUTOCONHECIMENTO Todo conhecimento adquirido, quando colocado em prática traz grandes transformações, o autoconhecimento é fundamental para determinar o quanto seu desejo é importante, que mudança trará a sua vida e o quanto você está disposto a pagar o preço por ele. De uma forma bem direta CARNEIRO (2018) define que, no entanto, é necessário que você saia do seu padrão, recuse o óbvio, faça além do que é esperado, comece a se questionar mais sobre tudo em que acredita saia da sua zona de conforto e comece a fazer muito mais do que é realmente necessário para levá-lo aonde você quer chegar. Para ser feliz é preciso desenvolver aptidões emocionais necessárias a arte de conectar-se consigo, com os outros, assumir a responsabilidade pelo seu crescimento nas mais diversas áreas da vida, identificar os pontos de melhorias, ter humildade para reconhecer as fraquezas e força para superá-las, através da busca constante do autoconhecimento. Um grande engano da maioria das pessoas é achar que são o que são como uma estátua de mármore continuarão a ser da mesma maneira para sempre, sem a possibilidade de mudanças e de transformação. (VIEIRA, 2017. Pág. 36) O segredo do sucesso é aprender como usar a dor e o prazer, em vez de deixar que usem você. Se fizer isso, estará no controle de sua vida. Se não fizer, é a vida quem controla você. (ROBBINS, 2018. Pág. 61)
A vida é única, de responsabilidade de cada pessoa, inclusive de saber o que fazer com o conhecimento adquirido, tudo muda no momento de !11
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decisão, mas a principal mudança está dentro de cada um no momento em que começa a perceber um mundo de possibilidades. A MENTE SUBCONSCIENTE A mente subconsciente recebe e arquiva os pensamentos e as impressões dos sentidos independente da natureza deles, agindo primeiro nos desejos dominantes, ou seja, aqueles que vêm envolvidos com emoção. As possibilidades dos esforços criativos ligados a mente subconsciente são extraordinários, ela tem o poder de transformar desejos em equivalentes físicos, pois temos a capacidade de atingir e influenciar a mente subconsciente, ela pode ser orientada pela força do hábito, você não pode controlar inteiramente sua mente subconsciente, mas pode passar para ela qualquer plano, desejo ou objetivo que queira dar uma forma concreta. Isso também chama a atenção que pensamentos de medo ou qualquer pensamento negativo serve de estímulo à mente subconsciente, o que você tem que fazer a partir de agora é fechar esse fluxo de impulsos negativos e ajudar a influenciar sua mente subconsciente por meio dos impulsos positivos do desejo. As emoções positivas e negativas não podem ocupar a mente ao m e s m o t e mp o . Um a e s t á s e mp r e n o c o m a n d o . E s u a responsabilidade é fazer com que as emoções positivas constituam a influência predominante em sua mente. É aqui que a força do hábito irá lhe ajudar. Crie o hábito de dominar sua mente tão completamente que os pensamentos negativos nunca possam entrar. (HILL. 2018, Pág. 265)
As emoções positivas podem se tornar constantes quando focadas no que trará resultados produtivos ou no aprendizado, quando acontece algo desfavorável, para isso é preciso desenvolver o hábito de vigiar os pensamentos. Toda transformação exige disciplina e foco, pois projetos que valem à pena são de longo prazo e as mudanças radicais e bruscas motivadas apenas por um impulso, não se sustentam. !12
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AUTOSSUGESTÃO A decisão verdadeira leva a ação e uma das ações mais eficazes é a autossugestão, cujo termo se aplica a todas as sugestões e estímulos autoadministrados que chegam à mente por intermédio dos cinco sentidos. A autossugestão é o meio de comunicação entre a parte da mente onde acontece o pensamento consciente e a parte que serve como base de ação para o subconsciente. Quando você permiti que pensamentos dominantes permaneçam na mente consciente, sejam eles positivos ou negativos, o princípio da autossugestão alcança voluntariamente o subconsciente e o influencia, te tornando fruto daquilo que pensas através destas programações. De posse deste conhecimento pode-se fazer novas programações, dominando aquilo que se pensa e inserindo na mente inconsciente através da visualização, quase real do objetivo desejado, usando as emoções e a percepção dos sentidos, aliadas a repetição que deve ser transformada em um hábito constante. Segundo HILL (2009. Pág.72) “Nenhum pensamento consegue penetrar no subconsciente sem a ajuda do princípio da autossugestão” e que “Palavras ditas sem emoção não influenciam o subconsciente” (2009. Pág. 73). Buscando autoconhecimento, dominando pensamentos, criando visões de futuro poderosas, adquirindo novos hábitos e usando a autossugestão, de forma constante, é possível realizar novas programações construindo assim, um futuro sob responsabilidade própria. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se através deste estudo que o ser humano é fruto do que pensa, e que o sucesso está ligado a uma atitude mental positiva, seguida de ações claras alimentadas por foco e persistência. Cada pessoa tem o poder para determinar a própria vida, por ser responsável pelas suas escolhas, compreensão que buscar ter de si mesmo, do mundo e das causas e efeitos que o cercam.
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Aqui foram abordados pontos fundamentais para começar uma grande mudança de vida, sendo o desejo o ponto de partida para toda e qualquer realização, as ações certas o conduzirão ao objetivo desejado, passos claros e perseverantes, o conhecimento de que todo fracasso traz em si as sementes de uma vantagem equivalente, a clareza de que és quem és por causa das vibrações do pensamento que captas e registra pelos estímulos do ambiente diário. Essas informações trazem uma reflexão sobre o poder que tens para mudar a situação atual em que se encontra e fazer uma nova programação através da mente subconsciente, a qual age primeiramente nos pensamentos dominantes, aqueles envolvidos com emoção. O subconsciente canaliza a força da inteligência infinita para obter o poder pelo qual ele voluntariamente transforma seus desejos no equivalente físico. Este assunto sobre o subconsciente é muito amplo, devido a isso é necessário um estudo mais profundo. Concluí-se assim que cada pessoa é fruto do que pensa, descartando a sorte ou o azar, que todos nasceram para ter uma vida extraordinária em todos os pilares e tudo vai depender do que acreditas. Esta pesquisa traz informações poderosas, caso se tenha o conhecimento destes fatores ainda na adolescência, é possível ter um número maior de adultos preparados para construírem a sua história de vida, sem medos ou crenças limitantes, sendo quem desejam ser e influenciando outros de forma positiva, construindo assim uma nova sociedade.
REFERÊNCIAS CARNEIRO, Caio. Seja Foda!: feliz, otimista, determinado, abundante. São Paulo: Buzz Editora. 2017. FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. Petrópolis: Editora Vozes. 2018. HILL, Napoleon. Stone, W. Clemente. Atitude Mental Positiva. Porto Alegre: CDG. 2018. HILL, Napoleon. Pense e Enriqueça. Rio de Janeiro: Editora Best Seller LTDA. 2017. HILL, Napoleon. Quem pensa enriquece. São Paulo: Editora Fundamento Educacional LTDA. 2009. PAUCAR, Pablo. Mentalidade: Blinde sua mente para encher seu bolso. São Paulo. Editora Gente. 2017. ROBBINS, Tony. Desperte o seu gigante interior. Rio de Janeiro. Editora Best Seller LTDA. 2018 VIEIRA, Paulo. O Poder da autorresponsabilidade. São Paulo. Editora Gente. 2017
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LIMITES X AUTOCONHECIMENTO: Processos de Coaching como Ferramenta de Identificação de Limites Pessoais Carine Caloy Bovkalovski Morôni Kozoski RESUMO Agente ativo da História, viajante do espaço, escritor do enredo da vida, desbravador ousado, inventor corajoso, senhor da Ciência: a verdade é que o homem ainda não conhece a si mesmo. Embora o assunto autoconhecimento seja inesgotável, este artigo aborda um ângulo específico desta questão: o conhecer a si mesmo através da identificação de nossos limites, tratados como fronteiras de um território – o nosso, e a total responsabilidade sobre tudo o que está contido nestas fronteiras. Entender os conceitos de limites e identificar importantes itens contidos nestes limites, é de suma importância para a jornada em busca da nossa identidade. Conteúdos sobre autoconhecimento são visitados, a fim de esclarecer conceitos e fornecer uma certa delimitação da reflexão desenvolvida. Finalmente, dentre as incontáveis alternativas para a busca de autoconhecimento, o artigo aponta os processos de Coaching (com as suas incontáveis abordagens e nichos de aplicação), como uma ferramenta bastante eficaz na descoberta de respostas para algumas das inquietações humanas. Palavras-chave: Limites. Autoconhecimento. Desenvolvimento Pessoal. Coaching. 1. INTRODUÇÃO O tema autoconhecimento ronda a mente humana desde os primórdios dos tempos. O famoso questionamento “Quem sou eu?” inquieta a humanidade desde que o ser humano começou a caminhar sobre a face do planeta e, ao que tudo indica, o assunto está longe de se esgotar. As mais variadas áreas do conhecimento humano, abordam esta questão: da Religião à Ciência, passando pela Arte (em suas muitas expressões), Medicina, Ética, Arqueologia, Física, Astronomia, Filosofia, Psicologia, Psicanálise, Direito, Coaching... e a lista é praticamente interminável.
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Ainda fazem parte deste esforço de autodescoberta, caminhos alternativos, nem sempre reconhecidos como Ciência, mas amplamente utilizados e chancelados por todos aqueles que encontram suas respostas ao utilizá-los: astrologia, numerologia, tarô, ioga, meditação etc. Tudo isso só demonstra que as pessoas já identificaram a importância e a necessidade de conhecerem a si mesmas, para que possam usufruir de uma vida mais plena e integrada, e pautada em relacionamentos funcionais. Verdade seja dita, o tema nunca terá fim, pois a vida é dinâmica, estamos em constante mutação e aprendendo a cada experiência que vivemos. Nunca esgotaremos o conhecimento que temos de nós mesmos. E isso é simplesmente desafiador! Saber quem somos, entender nossas limitações, conhecer nossos talentos, nomear nossos sentimentos, enfim, dar conta da nossa trajetória pela vida, envolve uma série de questões que precisam ser exploradas, identificadas, assumidas e encaminhadas de maneira a encontrarmos o caminho para uma vida mais integrada, com mais paz e saúde física e emocional. Não menos importante, saber com clareza quem nós somos, torna as nossas relações com os outros mais harmoniosas, funcionais, acolhedoras e baseadas em respeito. Através de pesquisa bibliográfica, a escolha do ângulo para debruçar o olhar sobre o processo de autoconhecimento, foi o do conceito de que todos temos os nossos limites pessoais (em várias dimensões) e a intimidade e domínio destes limites, nos empodera, no sentido de nos tornar mais fortes em nossas características únicas, nossa essência; além de nos oferecer a oportunidade ímpar de descobrir e lidar com as nossas sombras (aquelas zonas em que ainda precisamos de consciência, cura e transformação). Dentre os muitos ganhos deste conhecimento, está a descoberta da nossa missão de vida, ponto de partida para importantes direcionamentos e escolhas decisivas para a nossa paz. Estar alinhado à nossa essência, é fonte de saúde, integração e felicidade. E somente conhecendo profundamente quais são os nossos limites, podemos usufruir de relacionamentos baseados em respeito e
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acolhimento. Quando aprendemos a nos respeitar, aprendemos a respeitar o outro. Quando entendemos que temos limites e quais são eles, entendemos que o outro também tem seus limites, e desenvolvemos um olhar mais generoso para com o nosso semelhante. Muitas são as alternativas para adquirir autoconhecimento. Este artigo aponta para a realização do Coaching como uma destas alternativas, pois quando aplicamos ferramentas para a identificação de crenças limitantes, valores que nos norteiam, pontos de procrastinação, qual tipo de cérebro acionamos nas mais diversas situações etc, estamos nos colocando diante de um espelho e encarando a realidade de quem nós somos. Isto é autoconhecimento puro. Isto é assustador e libertador ao mesmo tempo, pois coloca em nossas mãos a responsabilidade pela nossa vida. Nossas escolhas são a chave para todas as portas que precisaremos abrir ao longo da vida. E escolher bem está diretamente relacionado com entender quem somos. 2. O QUE SÃO LIMITES “Felicidade significa conhecer os seus limites – e amá-los.” Romain Rolland 2.1 UM OLHAR DA SUPERFÍCIE Popularmente falando, um dos muitos conceitos de limite, está diretamente relacionado a qualquer tipo de restrição (social, física, legal, geográfica etc) a que uma pessoa esteja submetida. Esta limitação pode estar formalmente estabelecida ou regulamentada - inclusive com penalizações previstas, em caso de descumprimento - uma lei de limite de velocidade, por exemplo; ou se manifestar em regras sociais, cujo não atendimento gera não mais que um constrangimento passageiro (por exemplo, usar um traje considerado inadequado em determinada ocasião social). Fato é que, sob este ângulo, falar sobre limites, é falar sobre regras, impedimentos, restrições e demarcações. Não surpreende descobrir que, para muitas pessoas, estes conceitos sejam considerados “negativos” ou, no
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mínimo, não agradáveis, pois entendem que a sua liberdade está sendo reduzida ou controlada de alguma maneira. Também é interessante perceber que, em se tratando de relações interpessoais, quando alguém fala em “estabelecer limites”, via de regra, está se referindo a atuar sobre o comportamento de outra pessoa, no sentido de produzir um resultado mais alinhado à uma determinada expectativa. Em resumo, não raro, presenciamos comportamentos onde existem dois pesos e duas medidas: quando o limite é para o outro, ele é positivo. Quando o limite é para mim, ele é negativo. É possível que uma das principais razões deste tipo de comportamento ambivalente diante dos limites, esteja na ausência de um olhar mais aprofundado sobre um outro conceito e aplicação prática do que seriam limites. 2.2 MERGULHANDO NAS PROFUNDEZAS Os limites nos definem. Definem o que eu sou e o que os outros são. Um limite pode mostrar onde termino e onde alguém começa, dando-me uma ideia de posse. (CLOUD & TOWNSEND, 1999, Pág. 30) Um limite é a “demarcação de sua propriedade particular”. Um limite define quem você é, até onde deve ir e a partir de onde os outros devem começar. Os limites ajudam a definir quem somos em nossos relacionamentos. (CLOUD & TOWNSEND, 2003, Pág. 17)
Imagine que você herdou uma propriedade e precisa tomar posse e administrá-la. O ponto de partida e o que funcionará como referencial do que lhe pertence, são as fronteiras legais desta propriedade. Tudo o que está fora destes limites, pertence a outro(s). Dentro de seus limites, você tem a liberdade e a consequente responsabilidade, e pode tomar as decisões que fizerem sentido para realizar os seus planos, a fim de usufruir do seu patrimônio. No campo das relações interpessoais, acontece exatamente a mesma coisa: cada pessoa precisa conhecer exatamente quais são os seus limites e,
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a partir deste ponto, assumir responsabilidade pela sua trajetória, tendo uma clara percepção do que lhe pertence e do que pertence ao outro. Alguém que conhece os seus limites, adquire plena capacidade de assumir responsabilidade pela sua personalidade, identificar seus pensamentos com segurança, nomear seus sentimentos, planejar suas ações, fazer suas próprias escolhas, além de conseguir ter muita clareza sobre o que tolera ou não.
3. O QUE ESTÁ CONTIDO NOS LIMITES DE UMA PESSOA? Segundo Cloud & Townsend (1999), existem alguns itens fundamentais dentro dos nossos limites e sobre os quais temos total responsabilidade. Alguns deles são: - Sentimentos: um dos papéis dos sentimentos é atuar como um sinalizador de como a pessoa realmente está. Ser capaz de identificar, nomear e entender os seus sentimentos, proporciona clareza e fornece uma oportunidade única para atuar sobre questões importantes para a sua vida e sobre aquelas áreas nas quais ainda existe espaço para desenvolvimento pessoal. Mas a questão é: seus sentimentos são sua responsabilidade e você deve assumi-los e entendê-los como problemas seus, para que possa começar a buscar uma resposta para o que eles estão dizendo. (CLOUD & TOWNSEND, 1999, Pág. 42)
- Atitudes e crenças: resumidamente, atitudes são as diversas posturas adotadas diante das mais diversas situações (trabalho, relacionamentos, religião, patrimônio etc). Normalmente, são aprendidas desde muito cedo na vida. Já, as crenças, são tudo que alguém aceita como verdadeiro. São as convicções sobre todo e qualquer assunto, e que norteiam muito das nossas atitudes.
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Precisamos ser donos de nossas atitudes e convicções porque elas estão dentro dos limites da nossa propriedade. Nós é que sofreremos com as consequências, e somos os únicos que podemos muda-las. (CLOUD & TOWNSEND, 1999, Pág. 42)
- Escolhas: cada pessoa é agente ativo em todas as situações com as quais interage. É preciso perceber que sempre temos controle sobre as próprias escolhas, não importando os sentimentos envolvidos. Estabelecer limites inevitavelmente implica em assumir a responsabilidade pelas escolhas. É você quem decide. É você quem deve assumir as consequências. E é você quem pode estar privandose de fazer as escolhas que o deixariam satisfeito. (CLOUD & TOWNSEND, 1999, Pág. 44)
- Valores: construídos ao longo da nossa história, formados a partir da educação recebida dos pais, exemplos de figuras de autoridade (professores, líderes religiosos, mentores etc), cultura adotada e experiências de vida. Os valores direcionam o comportamento humano e atuam como estados emocionais importantes e cuja vivência é buscada, mesmo que inconscientemente. Como estão dentro dos nossos limites, devem ser entendidos como nossa responsabilidade. - Talentos: nossos dons, talentos e habilidades também pertencem aos nossos domínios, e o seu usufruto de maneira produtiva, depende única e exclusivamente de nossas escolhas. - Pensamentos: a mente e os pensamentos são um reflexo importante de quem nós somos. Muitas pessoas ainda não tomaram posse de seu próprio processo de pensar. Elas pensam mecanicamente as ideias dos outros sem nem ponderar sobre elas. Aceitam a opinião e o raciocínio alheio, sem questionar, nem refletir sobre seus pensamentos. (CLOUD & TOWNSEND, 1999, Pág. 47)
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- Desejos: os desejos residem em nosso território. Cada pessoa possui diferentes desejos e vontades, sonhos e esperanças, metas e planos, fome e sede. Por que há tão poucos seres humanos satisfeitos? Parte do problema repousa na ausência de limites estruturados em nossa personalidade. Não conseguimos definir como é o verdadeiro “eu” e o que ele realmente deseja. Muitos desejos escondem a verdade. (CLOUD & TOWNSEND, 1999, Pág. 49)
Todos os itens anteriormente citados estão contidos nos limites de uma pessoa e são de sua inteira responsabilidade. Criar a expectativa de que outra pessoa, deva determinar, desenvolver e cuidar de questões que pertencem ao seu território, é o mesmo que acreditar que os seus vizinhos cuidarão da sua plantação ou do seu gado. 4. A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES Todos nós precisamos de um espaço protegido. Sem a capacidade de delimitar seu espaço, torna-se impossível perceber-se a si mesmo enquanto pessoa, nem se desenvolver nesse sentido. Através daquilo que penso de mim mesmo, posso estabelecer contato com o outro. (GRÜN & ROBBEN, 2005, Pág. 8)
Para ter êxito, a vida humana, que é sempre fundamentada em relacionamentos, necessita do estabelecimento de limites pessoais firmes e claros, pois o encontro sempre acontece no limite: cada um dos envolvidos na relação transita até à sua fronteira pessoal, para que aconteça a conexão. Pessoas com limites saudavelmente desenvolvidos, serão capazes de (CLOUD & TOWNSEND, 1999): • Ligar-se emocionalmente aos outros, sem perder a noção de si mesma e sem deixar a sua autonomia de lado. • Dizer “não” aos outros quando for o caso, sem ter medo de perder o amor das pessoas.
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• Aceitar o “não” dos outros, sem se retrair emocionalmente. A importância dos limites está no fato de que eles nos protegem, criando uma demarcação de quem somos e até onde estamos dispostos a ir nas relações que estabelecemos. Eles também nos sinalizam até onde podemos ir com o outro, sem desenvolver dinâmicas invasivas e/ou abusivas. 5. O PAPEL FUNDAMENTAL DO AUTOCONHECIMENTO Como conhecer os nossos limites? A única resposta possível, é autoconhecimento, que nada mais é do que um estado de consciência plena sobre quem somos. A consciência tem seu próprio poder. Na simples presença da consciência, a confusão desaparece... É um poder que nos preenche de paz, de silêncio, de uma sensação de acolhimento e tranquilidade... (OSHO, 2015, Pág. 187)
O processo de autoconhecimento funciona como lançar luz sobre as nossas trevas. Apontar um facho de luz sobre o nosso interior, tornando possível enxergar cada pequeno detalhe: a maneira como funcionamos, atitudes, reações, sentimentos, motivações, medos, crenças, apegos, sonhos, limitações, talentos, valores, enfim, o mundo interior que nos habita e que, na maior parte do tempo, não acessamos, nem nos conscientizamos sobre a sua existência. É muito importante destacar que a aventura do autoconhecimento, é uma viagem sem volta e que jamais seremos os mesmos após este tipo de jornada. A notícia, embora assustadora para alguns, está longe de ser ruim. Afinal, entender quem realmente somos e ser capaz de identificar e respeitar os nossos limites, é o ponto de chegada desta busca. Demarcando limites, podemos assumir a responsabilidade por nossa vida e proteger valores, sentimentos, tempo, energia e atitudes.
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Nossas ligações sentimentais são melhores quando são verdadeiras, e nossa verdade, é melhor quando temos ligação sentimental. (CLOUD & TOWNSEND, 2005, Pág. 19)
O autoconhecimento nos capacita, de forma plena, a desenvolver relações com mais significado, mais profundas e com menos tensões. É de suma importância citar que começa pela maneira como nos relacionamos conosco mesmo. 6. EM BUSCA DE AUTOCONHECIMENTO Autoconhecimento é a consciência que alguém tem de si mesmo. É através do autoconhecimento que conseguimos chegar ao objetivo maior do processo de Coaching, a autocondução. (WUNDERLICH, 2018?) Se você não conhece a si mesmo, como acreditar em sua própria capacidade? Como confiar em você mesmo? Como esperar que as pessoas confiem em você? Como ir em busca de realizar seus sonhos, se não acredita que é capaz de decidir e pagar o preço? (WUNDERLICH, 2018?) E por que não acredita que é capaz? Porque provavelmente você sabe muito pouco sobre quem você é. (WUNDERLICH, 2018?)
Se o nosso esforço tem sido sempre para a busca exterior, para o que está fora de nós, grande será a chance de pouco nos conhecermos, afinal, o nosso olhar está voltado para o lado errado. O autoconhecimento pressupõe uma busca em seu próprio interior por respostas e entendimentos para várias questões básicas sobre si mesmo e sobre a vida. E se o objetivo é evoluir a partir destas percepções, é ali que devemos investir mais para o autodesenvolvimento. (WUNDERLICH, 2018?)
É exatamente neste ponto onde existe uma total convergência entre autoconhecimento e os processos de Coaching: as nossas respostas estão
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dentro de nós. Diante desta afirmação, não é difícil entender como a aplicação de ferramentas de Coaching, pode levar a um estado de reflexão mais profunda e clareza de percepção sobre quem somos e o que realmente faz sentido para a nossa vida. Processos de Coaching (sejam eles de que tipo for) acabam funcionando como nos colocarmos diante de um espelho, totalmente despidos e sob uma luz forte. Não é para qualquer um: é preciso coragem para olharmos sem falsas expectativas para quem realmente somos. A força deste processo é potencializada, se entendermos que o foco é assumirmos as rédeas da nossa vida, e nos responsabilizarmos pelas nossas escolhas e as suas consequências. Um Coach pode ajudar uma pessoa a encontrar suas próprias definições, em termos de autoconhecimento, que nada mais são que os seus próprios limites. O Coach poderá instrumentar seu Coachee a tomar consciência dos valores e crenças que herdou de sua infância, ajudando-o a redefinir valores mais condizentes com sua ânsia de viver. (WUNDERLICH, 2018?)
Essa dinâmica, nada mais é que o Coachee, através das ferramentas aplicadas, das tarefas sendo elaboradas e das sessões realizadas; explorar, mapear, delimitar e tomar posse do seu território. O Coachee entende quais são os seus limites e, a partir deste momento, pode fazer escolhas mais conscientes e alinhadas com a sua essência, seus propósitos e as respostas que encontrou em si mesmo. Cabe salientar que a questão aqui não se trata de assumir o controle da própria vida, pois é impossível controlar o fluir e a dinâmica dos acontecimentos da existência humana. O foco é em ter tal conhecimento de si mesmo, a ponto de realmente entender suas motivações e reações e poder escolher tomar decisões mais conscientes. O convite é para sair do piloto automático e passar a viver de maneira a estar realmente presente em cada momento da própria vida. E como protagonista, não coadjuvante.
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Fazer escolhas e se responsabilizar pelas consequências destas escolhas. Este é o nome do jogo. Ser dono da própria vida, com tudo o que faz parte dela. O autoconhecimento transcende os condicionamentos que, muitas vezes, nos impedem de aceitar as pessoas como elas são e, portanto, nos impedem de amar. (WUNDERLICH, 2018?)
7. FERRAMENTAS DE COACHING PARA O AUTOCONHECIMENTO E A IDENTIFICAÇÃO DE LIMITES Existe uma grande variedade de técnicas, metodologias e dinâmicas que podem ser utilizadas em sessões de processos de Coaching, e que são bastante eficazes em gerar autoconhecimento e a consequente demarcação de limites pessoais. Algumas delas, são: - Roda da Vida: como uma fotografia de um determinado momento de vida, funciona como um diagnóstico de como estamos, e não de quem somos. Embora seja de simples aplicação e análise, pode fornecer importantes revelações, se realizada com sinceridade. - Análise de Ganhos e Perdas: no universo do Coaching, a análise de perdas e ganhos está sempre associada a um processo de mudança pelo qual o Coachee precisa passar para evoluir e alcançar suas metas e objetivos. Consiste em entender de forma profunda o que o indivíduo tem a ganhar ou perder com esta transformação e em deixar claro quais são as vantagens e desvantagens. - Análise do Campo de Força: cada situação da vida apresenta forças que a impulsionam e forças que a detém. Esta ferramenta trabalha no sentido de identificar estes opostos, e atuar de maneira a potencializar as forças
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positivas e minimizar as forças negativas, gerando um saldo de forças que impulsionam movimentos de mudança. - Análise do Perfil Comportamental (DISC): um dos testes psicológicos mais utilizados, principalmente no mundo corporativo, busca uma forma segura e eficaz de compreender como as pessoas lidam com o ambiente onde vivem e porque apresentam determinadas reações. - Identificação de Crenças Limitantes: através de completar frases, o Coachee responde perguntas, com o intuito de esclarecer os porquês de algumas realizações ou conquistas serem impossíveis de acontecer. Como o impedimento não é real, mas somente uma crença desenvolvida e alimentada na sua mente, o processo de ouvir as suas respostas, propicia a identificação, o desafio e a substituição da crença limitante por uma crença verdadeira e positiva. - Identificação de Valores: analisando uma lista de valores e avaliando com profundidade, o Coachee tem a possibilidade de identificar o que considera inegociável. Ter clareza sobre este item é de suma importância, pois os valores funcionam como balizadores das nossas escolhas e decisões. Tudo o que fere os nossos valores, deveria ser descartado. - Perguntas Poderosas: a principal ferramenta de processos de Autoconhecimento e Coaching, é fazer perguntas que provoquem reflexões profundas e tragam à tona as respostas que estão em cada um de nós. Muito além de meras interrogações, perguntas poderosas são aquelas que, sem direcionar o Coachee, fazem com que ele identifique padrões de comportamento, crenças limitantes, mágoas escondidas, medos, necessidades de ressignificar vivências, sonhos esquecidos, valores importantes, talentos significativos etc. Embora o Coach faça considerações importantes, o processo de reflexão e de encontrar as respostas que façam sentido, pertence ao Coachee.
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Na aplicação de um Processo de Coaching, estes são somente alguns dos muitos caminhos que podem ser trilhados na jornada em busca do autoconhecimento e identificação de nossos limites pessoais. Eles demonstram que é impossível passar por um trabalho deste tipo e sair dele com exatamente o mesmo conhecimento de si mesmo. Processos de Coaching abrem a mente sobre quem somos, nossas reais motivações, nosso potencial e sobre como lidamos com determinadas situações. E, pelo conceito do Coaching (busca pelas respostas que estão com o próprio Coachee), existe um direcionamento natural para que o Coachee faça escolhas e assuma a responsabilidade por estas escolhas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através de pesquisa bibliográfica e análise de conceitos e conteúdos pertinentes, este artigo demonstrou a importância da busca pelo autoconhecimento e os significativos ganhos obtidos por todo aquele que abraça esta busca e se empenha corajosamente em enfrentar as suas verdades. Como uma maneira de facilitar o entendimento e a própria autoavaliação diária de quem busca o autoconhecimento, trabalhar com o conceito “quase metafórico” de limites, traz um olhar que, de maneira muito clara, torna tangível o conceito de quem somos nós e de quem é o outro. E as relações entre estes dois mundos (eu/outro), podem ser analisadas com um distanciamento saudável, a partir do momento em que entendemos o que nos pertence e é de nossa responsabilidade, e o que pertence à trajetória do outro, e a ele cabe a responsabilidade de administrar e decidir. A expressão “quase metafórico”, foi propositalmente utilizada com o intuito de provocar uma reflexão sobre se o uso do conceito de limites aplicado à exploração de quem somos (autoconhecimento), não seria absolutamente literal e objetiva. Afinal, temos limites bem reais, que fazem parte do universo da definição de quem somos: nossa pele, nosso corpo, o espaço que ocupamos, nossa identidade legal, nosso patrimônio, nossas
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ideias, nossos relacionamentos... talvez limites seja mesmo a melhor palavra a ser utilizada. A partir do momento em que reconhecemos que temos ou que precisamos ter limites, navegar para a conclusão de que existe uma clara necessidade de identificar quais são estes limites, é quase intuitivo. É uma etapa natural desta caminhada. É como um rio desembocando no mar. Não existia outro caminho possível a ser percorrido. Por último, e não menos importante: jornadas de autoconhecimento não precisam ser o tempo todo solitárias. Embora o mergulho interior e as respostas pertençam exclusivamente a cada pessoa, existem profissionais capacitados que, ao utilizar a sua experiência e aplicar técnicas específicas, facilitam e aceleram o processo de autoconhecimento. Muitas vezes, eles atuam como alguém que fornece as chaves. O trabalho de abrir a porta e passar por ela, é escolha e de inteira responsabilidade do cliente. O Coach, atua como um destes “chaveiros”. Através de processos estruturados de Coaching, está apto a conduzir o Coachee nas reflexões necessárias, para que ele realize movimentos em direção à mudanças significativas e que resultem no atingimento de objetivos estabelecidos. Neste artigo, citamos algumas das muitas ferramentas utilizadas num processo de Coaching e que, ao serem aplicadas, trazem clareza, autoconhecimento e estabelecimento de limites consistentes e alinhados com a essência do Coachee. Longe de esgotar o assunto, o propósito deste artigo foi lançar algumas sementes de reflexão sobre o tema Autoconhecimento, sob o olhar de um ângulo bem específico (Limites) e apontando para uma possível ponte de acesso: o Coaching.
“Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas.” Antônio Lobo Antunes
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REFERÊNCIAS CLOUD, Dr. Henry; TOWSEND, Dr. John. Limites: quando dizer sim, quando dizer não. Ed. Vida, São Paulo, 1999. CLOUD, Dr. Henry; TOWSEND, Dr. John. Limites cara a cara: como desenvolver a habilidade de conversar aberta e francamente com outras pessoas. Ed. Vida, São Paulo, 2003. GRÜN, Anselm; ROBBEN, Ramona. Estabelecer Limites – Respeitar Limites: segredos para relações interpessoais bem-sucedidas. Ed. Vozes, Rio de Janeiro, 2007 OSHO. Vivendo perigosamente: a aventura de ser quem você é. Ed. Alaúde, São Paulo, 2015. WUNDERLICH, Marcos. O Coaching no Processo de Autoconhecimento. São Paulo. |2018?| Disponível em: https://holos.org.br/coaching-autoconhecimento/. Acesso em: 16.fev.2019
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QUOCIENTE DE POSITIVIDADE E SABOTADORES: UM LÍDER MAIS NOVE CÚMPLICES Leandro de Assis Arthur Morôni Kozoski RESUMO O objetivo desse assunto escolhido é para evidenciar a importância de em todo Processo de Coaching haver essa abordagem, ou seja, a descoberta do seu nível de Quociente de Positividade e seus maiores Sabotadores, dentre os nove, a acompanhar o principal Sabotador chamado “Crítico”, pois um inimigo visível é mais fácil de combater do que um bem escondido. Para isso o coachee deve responder uma série de questões divididas em dois assessments disponibilizados via internet, voltados as suas emoções e sentimentos vivenciados nas últimas 24 horas, resultando assim em dois relatórios, o de Quociente de Positividade (QP) de 9 páginas, evidenciado por percentual de positividade que o coachee passa numa amostragem de 24 horas e o de Sabotadores de 21 páginas evidenciado por um gráfico de barras dos 9 Sabotadores. Com isso, com certeza o coachee estará obtendo uma base de autoconhecimento no início do processo, suportando-o as demais fases do processo como um todo.
Palavras-chave: Sabotadores. Quociente. Positividade. Processo. Sábio. 1. INTRODUÇÃO Trata-se de uma parte do comportamento humano designado de Quociente de Positividade e Sabotadores, em que através de assessment na internet geram dois relatórios para que a pessoa em coaching possa ter como base no seu autoconhecimento, em uma amostragem de 24 horas, o primeiro evidencia o percentual de positividade que o coachee vivência e o segundo, além do sabotador principal “O Crítico”, também os 9 cúmplices “Insistente, Prestativo, Hipervigilante, Inquieto, Controlador, Esquivo, Hiper-realizador, Vítima e Hiper-racional”, através de um gráfico de barras.
Isso tudo em função de apresentar o que vem a ser esses Sabotadores
e Quociente de Positividade na vida de alguém que lida o dia a dia com seus comportamentos e dos outros, ainda mais se tratando de um momento em que a informação é de fácil acesso deixando as coisas mais rápidas e
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consequentemente o ser humano sofrendo com pressão de tempo e pessoas.
A justificativa é de defender a tese de que todos os processos de
coaching deveriam conter a descoberta do nível de Quociente de Positividade e os Sabotadores, dando assim ao coachee mais subsídios para combater o inimigo, pois ele visível fica mais fácil do que oculto.
Essa pesquisa servirá para que pelo menos o indivíduo conheça a ti
mesmo, com isso poderá racionalizar e colocar em prática o uso da figura do Sábio “a mente positiva” para todas as situações do dia a dia, seja ela qual for, neutralizando assim os Sabotadores e elevando o Quociente de Positividade através de técnicas que serão abordadas.
Especificamente falando, objetivará o estudo no cerne da questão
sobre Quociente de Positividade e Sabotadores, ou seja, de onde vem, quando foram instalados, o que pode ser feito para minimizá-los ou neutralizá-los, bem como, técnicas para controle e de torná-los lúdicos a ponto de obter os resultados na vida, seja na parte profissional ou pessoal, utilizando sempre o lado bom das coisas, pois uma vez que é entendido como funciona é mais fácil de aceitar e partir para a prática.
Quanto a essa nova roupagem sobre sabotadores e QP, o material se
baseia no livro Inteligência Positiva: por que só 20% das equipes e dos indivíduos alcançam seu verdadeiro potencial e como você pode alcançar o seu, campeão de vendas do New York Times. O autor Shirzad Chamine é proeminente conselheiro corporativo e já foi coach de centenas de CEOs e de equipes executivas e também foi CEO de duas empresas. Ele dá aula de Inteligência Positiva na Universidade de Stanford. E como já mencionado antes, trata-se de uma metodologia de análise de questões respondidas pelo Coachee sobre emoções e sentimentos presenciados nas últimas 24 horas, com isso o sistema tem condições de gerar dois relatórios dando parâmetros e resultando em sabotadores e nível de positividade em função do que o indivíduo passou nas 24 horas medidas, esses testes podem ser refeitos quantas vezes necessárias para obter a comparação do antes e depois das ações tomadas para neutralizar sabotadores, elevação do QP e adição do Sábio para controlar a mente ao invés de ser controlado pelos Sabotadores.
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2. QUOCIENTE DE POSITIVIDADE Segundo Chamine (2012), afinal, o que significa Inteligência Positiva e QP? para explicar com mais veracidade, nada melhor que uma analogia, “sua mente é sua melhor amiga, mas também pode ser sua pior inimiga quando no modo de sabotagem”. Sua inteligência positiva é a força relativa desses dois modos na sua mente.
Imagem 01: Inteligência Positiva, % de tempo no negativo e positivo
Fonte: http://www.objetiva.com.br/testeinteligenciapositiva/ (acesso realizado em 2017)
Para definição de inteligência positiva, é utilizado o QP que vem de Quociente de Inteligência Positiva que é evidenciado em percentual, de 0 a 100, ou seja, é porcentagem de tempo que a mente passa no positivo, agindo ao seu favor ao invés de dar vazão aos Sabotadores. Exemplo, um QP de 80 quer dizer que sua mente age a seu favor durante 80% do tempo, enquanto sabota 20%, extraindo os períodos de tempo em que sua mente ficou no estado neutro. Um exemplo muito clássico: Subir num palco para falar em público. Quando sua mente diz que você deve se preparar para essa experiência, está agindo como sua amiga, gerando ação positiva. Quando ela te perturba
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ansiosa por causa da reunião e repetindo pela centésima vez as muitas consequências do fracasso, está sabotando você; está simplesmente exaurindo seus recursos mentais sem qualquer valor compensado. Isso quer dizer que há “Sabotadores” em sua mente, eles são seus inimigos internos, ou seja, conjunto de padrões mentais automáticos e habituais, cada um com sua própria voz, tamanho, cor, cheiro, fisionomia, crença e suposições que trabalham contra o que é melhor para você. São dez tipos que mais adiante serão detalhados: o Crítico (principal - o líder da gangue), o Controlador, a Vítima, o Insistente, o Prestativo, o Esquivo, o Inquieto, o Hiper-Racional, o Hiper-Realizador e o Hipervigilante (os cúmplices - os capangas do líder). Mas nessa história toda, há também o herói, o opositor dos Sabotadores, denominado de o Sábio. Seu Sábio tem acesso à sua sabedoria, discernimentos mais profundos e frequentemente a poderes mentais inexplorados. Os Sabotadores e o Sábio são alimentados por regiões diferentes do cérebro e podem ser enfraquecidos ou fortalecidos, dependendo de que região é ativada. E você com o conhecimento aguçado disso tudo, pode decidir que lado atuar. 2.1. Ponto de virada QP e vórtice No livro “Inteligência Positiva” de Shirzad Chamine menciona pesquisas que apontam para um ponto de virada crítico de 75, ou seja, o ponto que migra no percentual de 75% entre negativo e positivo, ilustrada por um vórtice descrevendo analogicamente o fenômeno energético em cada lado desse ponto de virada. Abaixo de um QP de 75, um indivíduo ou uma equipe é constantemente arrastado para baixo pelas forças invisíveis de um vórtice negativo. Acima de um QP de 75, um indivíduo ou uma equipe é constantemente empurrado por um vórtice positivo. Em um indivíduo, esses vórtices são vivenciados dentro do cérebro. No caso de uma equipe, o vórtice é vivenciado nas interações entre seus membros.
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Imagem 02 - Vórtice do ponto de virada do QP
Fonte: http://www.objetiva.com.br/testeinteligenciapositiva/ (2017) Com certeza você já deve ter presenciado alguém com um vórtice de muita
negatividade a ponto de necessitar de um enorme esforço para
resistir em ser puxado para baixo, ou seja, do tipo de pessoa com má energia ou já fez parte de equipe que juntos causam aquele clima onde você se sinta mal, ansioso, envergonhado, desconfiado ou na defensiva. Ou até mesmo você estar passando por um período de negatividade, que de tanto pensar nisso, no fim do dia fica exausto, com “bateria fraca”. O inverso é verdadeiro, você pode ter passado por clima de energia positiva, o deixando melhor do que estava, ou saindo do negativo passando para o positivo, ficando esperançoso e mais energizado, também se lembrará de alguém que tem um vórtice de positividade tão forte, que seu humor contagia o ambiente ou quando você chega com a tal energia, quanto a equipe, já deve ter conhecido algum líder que sua presença dá aos demais autoconfiança. Todos esses
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efeitos são resultado do vórtice QP invisível que cada indivíduo ou equipe exibe em determinados momentos.
3. OS SABOTADORES Como já comentado anteriormente, “Sua mente é sua melhor amiga, mas também pôde ser sua pior inimiga” conforme a intensidade dos Sabotadores agirem em sua mente, há também o combatente dos Sabotadores, denominado de Sábio, que também pôde ser chamado de herói, pois para combater os Sabotadores, que são em 11, tem que ser herói mesmo.
Ele tem acesso a sua sabedoria e discernimentos mais profundos,
podendo acessar locais de sua mente jamais explorados, isso tanto pelos Sabotadores quanto Sábio, porém cada um acessa um local diferente. Então quanto mais alto for o índice de QP, o desempenho, nível de felicidade e menor estresse pode chegar em média entre 30 a 35% melhor.
3.1. De onde vem os Sabotadores
Todos têm os 10 Sabotadores, porém o que tem que saber é quais são
mais ativos por ordem hierárquica, pois só assim conseguirá combatê-los, uma vez que você conhece o inimigo, derrota o com mais facilidade. Eles começam como impostores, ajudando as pessoas a passarem por conflitos e ameaças quando crianças, e sua formação começa a fazer sentido após os 15 e 20 anos de idade, e na fase adulta, eles não são mais necessários, mas acaba sendo tarde demais, pois já se apoderaram se habitando na sua mente, servindo de filtros para o que vemos e acreditamos. O Sabotador Crítico por exemplo, que receberá aqui o nome de Líder da Gangue, acaba potencializando o negativo, pois ele critica a si mesmo, os outros e as circunstâncias, como faziam nossos ancestrais ao caçarem na floresta, em nome da sobrevivência, corriam de medo todas as vezes que mata e árvores balançavam com o vento, imaginando ser um predador, no entanto, de 100 vezes que isso ocorria, um vez era predador.
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Na infância, a sobrevivência tem um componente que vai além da sobrevivência física. Também precisamos sobreviver emocionalmente. O cérebro humano está preparado para prestar atenção ao meio ambiente nos nossos primeiros anos e se ajustar a ele, para que possamos suportar o peso emocional que encontramos e conseguir chegar à idade adulta e reprodutiva.
3.2. Quem são os seus Sabotadores
Como já abordado mais acima, trata-se de 9 sabotadores que podem
ser chamados de “Os Capangas da Gangue”, pois há mais um, o Líder, chamado de Crítico, mas como em toda história há o herói, aí vem ele, o Sábio, que será comentado logo mais. Segue abaixo os 10 Sabotadores:
1º O CRÍTICO - O Sabotador Líder.
2º A VÍTIMA - O Sabotador “Pobre de Mim”: Tem sempre um pensamento de que não é compreendido pelos outros e de que tem sempre que ficar mostrando que o lado emocional é mais forte, então tudo de ruim acontece com ele, ninguém o compreende, pensa sempre que é assim mesmo, afinal ele é o que sente que tem a necessidade de colocar os seus sentimentos e coloca isso sempre que precisa de ajuda, e o sentimento dele é uma tendência de remoer sentimentos negativos, é aquele sabotador que estimulando o mesmo circuito neural de queixa de negatividade, pessimismo, não vai dar certo, são pessoas mais melancólicas.
3º O CONTROLADOR - O Sabotador “Faça a minha Vontade”: Trata-se de uma perspectiva do Crítico que aciona a necessidade de estar no controle e quando junta o Crítico com o Controlador gera um pensamento de estar no controle ou fora dele, e sair do controle o tira completamente do equilíbrio e do sério, portanto o pensamento é necessidade de controlar e o sentimento é impaciência com o ritmo dos outros, com o nível de controle ou de organização deles, portanto também tem muita frustração já que o ritmo das !36
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pessoas é diferente, causando muita irritabilidade, raiva e assim por diante, ele anda com o Hiper-vigilante e o insistente. 4º O HIPERVIGILANTE - O Sabotador Sentinela: Não tem sossego, pois fica com uma lanterninha ou antena sempre ligada, pois teme que alguma coisa pode dar errado e ele tem que estar preparado, ou seja, se tiver atento, vai dar tudo certo, do contrário pode se dar mal, normalmente é uma pessoa que não descansa, pois fica em estado de alerta permanente, gerando sentimento de tensão e ansiedade a todo momento e isso não é nada saudável. 5º O HIPER-RACIONAL - O Sabotador Olaf: As emoções atrapalham demais esse tipo de Sabotador, bem como, o desempenho, as situações, os relacionamentos, porém valoriza mais o conhecimento, o discernimento, a capacidade analítica das pessoas e muito pouco as emoções, o sentimento é uma frustração permanente quando tem que se relacionar e lidar com as emoções das pessoas. 6º O INSISTENTE - O Sabotador Perfeccionista: Um pensamento característico desse Sabotador é “certo é certo e errado é errado” (certo, errado, pecado e religião é uma questão de geografia, pois o que é certo para um é errado para outro e vice-versa). O insistente gosta de uma certa ordem para as coisas funcionarem, têm um alto padrão de exigência com ele e com as pessoas, a consequência disso é um sentimento de frustração permanente, pois não consegue ser perfeito e nem as pessoas (ninguém é). Tem também uma certa raiva pela desordem, ou seja, quando as coisas não saem como ele planejou, fica irritada, agressiva; 7º O PRESTATIVO - O Sabotador “Não sei dizer Não”: Trata-se de uma pessoa admirada por todo mundo, inclusive desejada, afinal, quem não quer ter uma pessoa prestativa ou ser prestativo, pois é uma maneira de ser grato, ajudar, colaborar e isso é bom, ou seja, a presença desse comportamento é positivo, deixa de ser bom quando passa a assumir uma
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decisão que lhe traz prejuízos, então o pensamento que fica mais evidente nesse sabotador é que para que você seja uma boa pessoa, tenha que colocar os outros em primeiro lugar e com isso, normalmente, as pessoas com esse sabotador se anulam para ajudar as outras pessoas, pois o pensamento dela é que para ela ter a admiração e o respeito das pessoas, precisa colocar a necessidade delas em primeiro lugar e o problema disso é que o sentimento decorrente é que se ela não colocar as pessoas em primeiro lugar e sim ela mesma as pessoas vão achá-la individualista ou egoísta, com isso passa a entender que isso não é bom para ela, é o Crítico em ação, outro sentimento é de que vai perder as pessoas depois de fazer conquistas com elas. Dizer sim para os outros e não para elas, é sabotagem. 8º O HIPER-REALIZADOR - O Sabotador “Workaholic”: É muito interessante esse sabotador, pois o pensamento é que tem que ser melhor em tudo, condiciona a autoconfiança, dependente do desempenho, está sempre estudando, sempre fazendo, sempre procurando se sobressair de alguma coisa, sempre construindo algo, muitas ideias, criativo, pode estar com mil projetos ao mesmo tempo, fazendo bem as coisas ao mesmo tempo, trabalha, dá aula a noite, faz cursinho no sábado de manhã e ainda arruma uma atividade na igreja a noite por exemplo, ou seja, não tem tempo para a sociedade, não se permite ao ócio criativo, tem que estar sempre desempenhando alguma coisa, muito focado na realização como forma de gerar autoconfiança, ficando dependente desse desempenho para ter autoestima, o sentimento é que a emoção atrapalha, o ócio é sinal de fraqueza, de pouco interesse, de pessoa que não tem criatividade, o foco no bom desempenho é o que importa, sentimento de vazio, pois faz, faz, faz e de repente bate aquela sensação de não estar fazendo por si necessariamente. O que anda junto com ele é o inquieto, pois somam desempenho com fazer sempre muitas coisas, estão sempre cansados. 9º O INQUIETO - O Sabotador Elétrico: Está sempre em busca de algo mais, algo maior, ele termina um sonho e já está buscando de outro, não comemora as pequenas vitórias, quando alcança, muitas vezes tem sintoma
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de frustração, uma vez que depositou alta expectativa, não vive muito no hoje, está sempre pensando no amanhã, o pensamento do inquieto é que precisa estar sempre ocupado, e o sentimento é impaciência pois não vive o momento, vive distraído pensando nas coisas que irão ainda acontecer, para o Hiper-Realizador e o inquieto o cansaço sempre vem a tona 10º O ESQUIVO - O Sabotador Palmolive: Já é um sabotador que busca um equilíbrio, então ele evita conflitos, tem o pensamento de que custou alcançar a paz, e com isso ninguém pode tirar, o pensamento na verdade é de que vai deixar para lá, se não der muita atenção isso se resolve sozinho, com isso há uma grande tendência de se procrastinar, pois quando evita, vai adiando e o sentimento que vem é de ansiedade por ter adiado, na maioria das vezes é uma pessoa retraída, pois tende preservar um equilíbrio, uma paz que para ela acaba sendo necessária, só que dificilmente sai da zona de conforto, pois acaba sendo desconfortável sair dela, então sente ansiedade que adiou e ao mesmo tempo, medo de perder a paz que conquistou. Só que agora é necessário entender como tudo isso se junta, pois o Crítico está agindo com todos esses sabotadores, ou seja, ele tem muitos ajudantes e isso quer dizer que quanto mais ajudante, mais ele reforça uma atitude com a decisão, um comportamento, o PRESTATIVO por exemplo vai se colocar sempre em último lugar, na maioria das vezes, sendo no âmbito profissional, familiar, social ou pessoal.
3.1.1. Ter Empatia
Segundo Chamine (2012). Aqui o Crítico volta a atuar, ele acaba sendo o responsável pelas pessoas não terem empatia verdadeira por si mesmas, restando assim o outro tipo de empatia, a empatia pelos outros. Portanto é só pensar nos poderes de empatia do Sábio como o antídoto para atazanar o Crítico.
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Na verdade o Crítico quer que você acredite nele quando ele diz “Você precisa ser duro consigo mesmo, para que isso não aconteça, você deve colocar o Sábio em ação obtendo imediatamente a Empatia.
3.1.2. Explorar Segundo Chamine (2012), o explorar como um dos poderes do Sábio, vem da pureza, a pureza da criança, aquela que tem curiosidade de experimentar o novo e também está alinhado ao se aprofundar no conhecimento para obter entendimento da situação. Devido às interferências de Sabotadores, não passa com tanta frequência no modo explorar.
Nas palavras de Chamine (2012), veja o que cada Sabotador é capaz de
fazer: O Crítico nos faz procurar apenas o que prova que o outro está errado. O Controlador só seleciona evidências que insistam no jeito dele. O Hipervigilante só captura sinais de perigo e ignora todasas indicações do contrário. O Esquivo tenta ignorar todos os sinais de que uma coisa difícil deve ser enfrentada.
3.1.3. Inovar Enquanto o poder de explorar procura descobrir o que é, o poder de inovar quer inventar o que não é. A inovação verdadeira é questão de sair dos parâmetros convencionais, das suposições e dos hábitos que nos seguram. “Qual é um modo completamente novo de fazer isso?” é a pergunta principal para inovar.(Chamine,2012)
Chamine (2012) “O poder de inovar é necessário quando o modo antigo de abordar uma situação ou os modos mais óbvios de lidar com ela não são suficientes. Uma nova abordagem fora dos parâmetros convencionais é necessária”. Estamos todos presos o tempo todo dentro de parâmetros preexistentes. O grupo de crenças e suposições sob os quais operamos forma os limites dos nossos parâmetros. Muitas dessas crenças e suposições limitadoras, todas produzidas por nossos Sabotadores, não foram examinadas e nem são conhecidas. Quando tentamos abordar a inovação de uma forma estritamente racional, com o lado esquerdo do cérebro, só chegamos a várias configurações de soluções que ainda funcionam dentro desses limites. Sem o poder de inovação do Sábio, continuamos no mesmo lugar, apenas mudamos nossa posição. (Chamine,2012)
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A união do Cérebro QP e Sábio é uma mistura explosiva para combater as limitações que o indivíduo traz lá de quando era criança, as chamadas crenças limitantes.
3.1.4. Navegar Segundo Chamine (2012). “Com base aos conceitos internos, valores e propósitos do indivíduo, poderá escolher o caminho mais preciso e apropriado para obter o seu resultado e vivência em harmonia. Portanto estará nesse modo de Poder quando obtiver várias opções de caminho”. A função de navegação do Sábio também é suscetível à poluição dos Sabotadores, que trazem seus próprios preconceitos. Por exemplo, o Crítico usa a culpa e a obrigação como coordenadas na bússola. O Hipervigilante tenta nos levar ao caminho que parece menos arriscado. E o Esquivo nos encoraja a navegar em um caminho que foge de conflitos a todo custo. Esses critérios de navegação, apesar de agradarem os Sabotadores, não resultam no melhor curso de ações. (Chamine,2012)
3.1.5. Ativar
Segundo Chamine (2012). “O poder de ativar do Sábio leva você à
ação pura, na qual todas as suas energias mentais e emocionais estão direcionadas com mira laser para a ação e não são distraídas pelos Sabotadores”. Quando é possível obter uma direção para as ações conseguirá utilizar a ativação para que obtenha resultados sem a interferência dos Sabotadores. Cada Sabotador atrapalha a tomada de ação pura. O Crítico desperdiça sua energia provocando medo, estresse, raiva, decepção, culpa ou vergonha no mesmo momento em que você está agindo. O Esquivo e o Inquieto fazem com que você evite lidar com uma situação dolorosa, por meio de táticas diferentes. O Controlador e o Insistente fazem com que sua ação seja rígida e limitam a contribuição útil dos outros. O Hiper-Realizador quer que você tenha ações unica mente concentradas em um objetivo focado em realizações que ignora prioridades mais importantes, como relacionamentos. O Hiper-Racional faz você não ver sinais emocionais críticos vindos de você mesmo e de outros conforme você age. A Vítima convence você de ficar inativo para garantir que se torne uma vítima e prove que ela está certa. O Prestativo faz você centrar sua ação apenas nas atividades que agradem os outros e
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ganhem aceitação. O Hipervigilante desperdiça enormes quantidades da sua energia se preocupando com possibilidades, criando ansiedades que não são justificadas pelos riscos reais.
1.CONSIDERAÇÕES FINAIS Colocando tudo isso em prática num processo de coaching, houveram excelentes resultados, segue abaixo os números após alguns processos feitos dentro de uma empresa multinacional com times de alta performance Foram no total 28 coachees dentro de duas sessões na área da Qualidade, 11 deles ou 39% foram promovidos para um cargo superior, ou seja, meta atingida
depois do processo de coaching o qual passaram pela
sessão de devolutiva de sabotadores, outro dado interessante é que 4 desses 11, atingiram sua meta antes da última (décima) sessão, ou seja, logo após a fase do autoconhecimento, onde contém (Análise do Perfil Comportamental, Sabotadores e QP, Valores, Forças e Missão). Segue agora um depoimento super natural de uma coachee diante de uma simples conversa de supervisão na metade do processo: Imagem 03: Depoimento de uma Coachee
Fonte: Arquivo extraído do Whatsapp da Coachee (2018)
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Imagem 04: Depoimento de uma Coachee
Fonte: Arquivo extraído do Whatsapp da Coachee (2018)
Imagem 05: Depoimento de uma Coachee
Fonte: Arquivo extraído do Whatsapp da Coachee (2018)
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Imagem 06: Depoimento de uma Coachee
Fonte: Arquivo extraído do Whatsapp da Coachee (2018)
Imagem 06: Depoimento de uma Coachee
Fonte: Arquivo extraído do Whatsapp da Coachee (2018)
REFERÊNCIAS http://www.felizcomvoce.com.br/os-10-maiores-inimigos-sabotadores-internos acessso realizado em 2018 CHAMINE, Shirzad. Inteligência Positiva. Editora FONTANAR: 2012
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A VIDA PODE SER MELHOR COM AUXÍLIO DO COACH Audionor Miranda Neto Morôni Kozoski RESUMO O contexto do curso de Pós-Graduação em Coaching, dedica-se ao estudo da transformação da pessoa, todo ser humano tem a capacidade de aprender de acordo com seus interesses e seu ritmo. Os desafios na sociedade são muitos. Compreender e respeitar essa diversidade buscando aproveitar o espaço de formação de saberes nos indivíduos, para formar indivíduos capazes de pensar, elaborar e realizar seus projetos. Sendo que coaching é definido como processo que utiliza ferramentas e recursos possibilitando atingir à pessoas e grupos, construir novas formas de sociabilidade educativa com diversas ciências, sendo: psicologia, sociologia, neurociências, administração, recursos humanos, planejamentos estratégicos e outros. Especializando-os e despertando-os com o mesmo intento das diferenças nas suas carreiras. Na discussão de elos entre o conhecimento com a importância do seu envolvimento, ensinando-os a pensar, definir, planejar, executar e avaliar projetos que envolvem os seus interesses no presente com a visão no futuro. Com o apoio do coach, poderá contribuir de maneira significativa no processo de produção do conhecimento ao qual os coachees são os protagonistas. O papel do coach passa ser educador, orientador e condutor dos coachees; diacrônica e sincronicamente, estruturando o uso do funcionamento das ferramentas a serem utilizadas nos processos de coaching e posterior ao processo. Organizando o pensamento (“mindset”) dos coachees e, suas pluralidades que tem no processo educativo focado no sucesso com suas dimensões, constituindo elementos necessários, para solucionar os problemas na formação do indivíduo (coachee). O coach passa a ser um facilitador nas intervenções realizadas.
Palavras-chave: EDUCAÇÃO, FOCO E SUCESSO INTRODUÇÃO Com o apoio nos conteúdos de formação em MBA Coaching Analista Comportamental permite ao estudante reconhecer as diversidades de usos e respeitar as variedades de conhecimentos, no mesmo tempo entender como ser emissor capaz de utilizar as ferramentas e modalidades com o processo de coaching encorajando os coachees a participarem de experimentos com tarefas exploratórias, provocando-os
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a manipular instrumentos para realizar operações a partir das colocadas a sua disposição, desta forma, eles serão instigados a classificar e reconhecer como poderão ser pessoas melhores. Assim como a percepção de relações no espaço com a utilização de das ferramentas com noções importantes para fase de aprendizagem do coche, pois a compreensão é um elemento necessário para alcançar seus objetivos. Entretanto, o Analista Comportamental passa a ser um técnico capaz de fornecer informações relevantes sobre os comportamentos individuais, grupais, corporativos, ou seja, tudo o que faz referência ao comportamento, iniciando pela visualização, para que, desta maneira seja estimulado a perceber semelhanças, identificar diferenças de resultados e sistematizar ideias e conceitos. Compreendo que qualquer trabalho por meio da valorização de conceitos e propriedades sem demonstrações, não representaria um modelo eficaz para a melhoria da qualidade de aprendizagem dos coachees que estão inseridos na situação desvantajosas no âmbito da procura de ser melhor do que o estado atual. No entanto, devido ao processo de coaching, com sessão e trabalho eficaz, tem a relação entre os conteúdos abordados e, a inserção de cada processo; o que ocorre com os coachees, em função da maneira como se ensina e aplica os processos. É importante o ambiente para que os processos sejam favoráveis, colocando em prática novas ideias, abordando que é possível mudar e expandir o conhecimento. Saber como utilizar o Análise de Perfis Comportamentais, através de ferramentas como o Profiler (atualmente gerado no Brasil e certificado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estatística), que são resultantes da teoria DISC (precursora), resulta essencial para processos de seleção, desenvolvimento e gestão de pessoas. Apresenta um diferencial importante, porque identifica comportamentos, emoções de cada indivíduo, analisado por meio dos fatores dominância, influência, estabilidade e conformidade.
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Essas informações, associadas com os índices de energia, exigência do meio externo, amplitude, flexibilidade, energia natural do perfil, incitabilidade, moral, autoestima, assim como talentos e competências, permite colocar a pessoa certa no lugar certo e manter o equilíbrio no indivíduo e nas instituições e organizações. Com diferentes abordagens comunicativas, gerando diferentes padrões de discurso quando interage com seus coachees; o coach ingressa numa corporação, realizando o processo aplicando o teste comportamental. Desenvolvendo não somente a linha conceitual relacionada modelo atual, mas, conhecer os pontos fortes proporcionando informações das fortalezas que já possuímos, mas também a linha epistemológica, que é a reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo na teoria do conhecimento. Com estrutura analítica, em dar visibilidade aos diferentes aspectos da prática, sendo possível validar o uso da estrutura analítica e expandir algumas de suas características com a análise do coach analista comportamental. A questão que normalmente é apresentada relaciona-se com a falta de valores éticos e morais que acompanha esse processo, que ocorre uma inversão de valores, porque a sociedade não se sustenta com discursos vazios, mas sim com atitudes de ações que tragam aos coachees a esperança de valores perdidos. Podendo alcançar seus valores com apoio de diferentes redes de solidariedade que aparecem acompanhados nas novas formas de sociabilidade, existem valores que aparecerão com o impacto nos processos e sessões de coaching. Entretanto, o que se pode deduzir, é que efetivamente o coachee chega ao estado cognitivo superior sendo capaz de usar, de maneira competente o seu nível de racional e emocional.
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Nesse contexto significativo, adquirir uma visibilidade, tem sua origem recente e cresce à medida que os coachees busquem definições de novos comportamentos de visão de futuro, de identidade e do seu espaço na sociedade, marcar sua posição no mundo, até mesmo como uma forma de suportar o aumento da competitividade atual, como forma de suportar o peso da desigualdade social. [...] A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe. (Jean Piaget, 2018)
ABERTURA A NOVAS EXPERIÊNCIAS Experiencia: Conhecimento, ou aprendizado, obtido através da prática ou da vivência: experiência de vida; experiência de trabalho. Ciente que somos seres humanos mutáveis, estamos sempre nos renovando. Assim traçar com objetividade o alvo e então posicionar no comportamento mais adequado para a prática que acredita ser possível atingir. Diante disso, comportamento constituí uma concepção naturalmente interacionista, contudo, para fins práticos e didáticos, tem como concepção da linguagem comportamental, não apenas como uma forma de comunicação, mas também como uma função reguladora do pensamento. A linguagem e o comportamento são considerados como instrumento mais complexo para viabilizar a comunicação para o seu desenvolvimento. [...] Qual é a unidade do pensamento verbal que satisfaz estes requisitos fundamentais? Cremos que podemos encontrá-la no aspecto interno da palavra, no seu significado. Até à data, realizaram-se muito poucas investigações sobre o aspecto interno da linguagem, e as que se realizaram pouco nos podem
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dizer sobre o significado das palavras que não se aplique na mesma medida a outras imagens e atos do pensamento. A natureza do significado enquanto tal não é clara; no entanto, é no significado que o pensamento e o discurso se unem em pensamento verbal. É no significado, portanto, que poderemos encontrar a resposta às nossas perguntas sobre a relação entre o pensamento e o discurso. (Marxists,2018)
Como seres humanos, temos a possibilidade de executar ações com atitudes boas ou ruins; e essas atitudes determinará nossas ações, intenções e escolhas, e as mesmas determinarão nos resultados. Tudo que decidimos e interpretamos através da escolha, a tendência é ser aberto a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais. O indivíduo aberto a novas experiências caracteriza-se como imaginativo, artístico, excitável, curioso, não convencional e com amplos interesses. A vida pode ser comparada às épocas de mudança das estações, e você não pode mudar as estações, mas pode mudar-se dentro das estações. Assim, a primeira grande lição de vida a aprender é como lidar com os invernos. Eles vêm regularmente, logo após o outono, alguns são longos, alguns são curtos, alguns são difíceis, alguns são fáceis, mas eles sempre vêm logo após o outono. Isso nunca mudará. AUTOCONHECIMENTO A maioria das pessoas não estão atentas ao autoconhecimento e por isso desistem dos seus sonhos, são pessimistas e indiferentes. A busca incessante por mais conhecimento, por uma vaga no mercado de trabalho, acaba forjando o modelo do homem contemporâneo, que parece ser mais reservado, ansioso, carrega consigo uma sensação constante de medo e insegurança e sempre vive em busca de algo. A percepção de si mesmo é fundamental para guiar nas decisões, como: planejar, organizar e realizar nossos objetivos; metas e sonhos,
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desenvolver competências e habilidades e por fim administrar as ações de maneira assertiva. No entanto, muitas vezes, por não ter o autoconhecimento, se vê perdido diante de diversas situações como: nosso trabalho, na família, nos relacionamentos interpessoais, acaba se tornando extremamente dependentes e inseguros para receber conselhos e intervenções de outras pessoas. Através do Analista Comportamental, levará e auxiliará as pessoas a ressignificar: Entretanto, a aplicação de algumas ferramentas e ciência do coach, levará os projetos das sessões de coaching e demais iniciativas de desenvolvimento e gestão de pessoal a um patamar mais elevado. É uma avaliação que identifica como a mente analisa e interpreta experiências e ajuda a entender os padrões utilizados pelos indivíduos para fazer julgamentos. Os instrumentos com base nesta teoria trazem informações de como uma pessoa vê o mundo e também como enxerga a si mesma. A partir do momento que nos conhecemos melhor, desenvolvemos a autoconfiança necessária para seguirmos adiante na vida, sem nos deixarmos abater pelas adversidades e obstáculos que venham a surgir, uma vez que confiamos em nosso potencial infinito, que levará diariamente para realizações de grandes feitos na jornada do coche com o coachee. Contanto que o resultado na autoestima ficará mais fortalecido, algo que precisa para nos sentir mais otimista, enxergando os fatos que rodeia, com olhos positivos que é fundamental para o sucesso. Estando assim, pronto para triunfar, uma vez que seus valores serão de fato a sua fundação, a trilha para o caminho da realização e felicidade. Descobrindo e conhecendo os valores pessoais, ajudará a constituir manual de atitudes, estabelecendo prioridades, conseguindo motivar qualquer jornada, permitindo fluir pela vida com mais facilidade.
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Viver uma vida plena, é saber colocar em primeiro lugar o que é mais importante. Saber que com resultados efetivos e eficazes começam de dentro para fora, proporcionando felicidade e plenitude quando colocados em ação. Com a autoconhecimento esclarecido, auxiliará a julgar, classificar e discriminar uma coisa da outra pelo seu valor afetivo para o desenvolvimento do seu trabalho defina subtítulos em uma ordem lógica e crescente em relação ao conteúdo. CONSCIÊNCIA Consciência é o termo que significa conhecimento, percepção, honestidade. Também pode revelar a noção dos estímulos à volta de um indivíduo que confirmam a sua existência. Por esse motivo se costuma dizer que quem está desmaiado ou em coma está inconsciente. Conforme Carl Jung (1991), extroversão e introversão mostram tipos gerais de atitudes, e elas se distinguem pela direção de interesse e movimento da libido, ou seja, da energia psíquica. Em outras palavras, a atitude da consciência será determinada pela direção de interesse em relação ao objeto. Por objeto, entendemos tudo aquilo que não é o sujeito e que não se liga a pessoa e seu mundo interior, seus desejos e seus medos, incluindo pessoas e estímulos externos. Os introvertidos são aqueles que hesitam, recuam e enxergam o contato com o objeto com receio e como se fosse algo pesado, massacrante. Já os extrovertidos partem rápido e de forma ante ao encontro do objeto. Segundo estudos da Psicologia Social, somos diretamente influenciados pelo meio em que vivemos, ou seja, família, escola, amigos, cultura social e outros, que de alguma maneira nos condicionam a viver abaixo ou acima da linha vida. Na introversão a libido recua diante do objeto, pois este parece ter sempre em si algo de ameaçador que afeta intensamente o indivíduo.Jung tentou, com isso, ilustrar como a consciência se mostrava na prática e como atuava de forma diferente nas pessoas. Não é possível manter as duas atitudes, elas são excludentes. No entanto, é positivo e saudável
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fazer o uso das duas atitudes. O indivíduo consciente é caracterizado como eficiente, organizado, autônomo, disciplinado, não impulsivo e orientado para seus objetivos. ESTABILIDADE EQUILÍBRIO EMOCIONAL Estabilidade emocional significa Solidez e segurança; qualidade daquilo que é estável: a boa estabilidade da ponte; estabilidade emocional e familiar. Entendendo que o processo de coaching, no auxílio a estabilidade e equilíbrio emocional, é mais que um processo ou metodologia, é uma filosofia de vida. Com este apoio, o coachee terá resultados poderosos e extraordinários, que farão com que conquiste uma vida plena e verdadeiramente feliz. Baseados em métodos e modelos de planos de ações, com definição e objetivos para o desenvolvimento, considerando a visão de futuro, depois do objetivo definido, seguindo com processos contínuos, tendo como base o plano de ação as metas SMART. • • • • •
S – Específica M – Mensurável A – Atingível R – Relevante T – Em tempo determinado Para Lev Vygotsky, como para Piaget, citando sobre conhecimento
emocional, cita que Epistemologia Genética, é a inteligência na construção do conhecimento, é essencialmente baseada na questão que não só indivíduos sozinhos ou em conjunto, constroem conhecimentos, mas também por quais processos e por que etapas eles conseguem fazer isso. O coach tem a função de estimular, apoiar e despertar no coachee, o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o que deseja, nossos valores pessoais são alicerces indispensáveis na busca de uma vida digna.
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É algo tão importante e valioso quanto o metal mais precioso que há na terra, que precisamos manter bem guardado e que não se desgasta e nem perde valor com o tempo. Os valores pessoais são características e qualidades que enaltecem as pessoas. São forças motoras fundamentais, poderosas e valiosas que devem ser preservadas a qualquer custo, pois os nossos melhores valores terão forte impacto em nossa família, intimidade, integridade e amizades. A partir da ferramenta DISC, possibilitará a pessoa, entender as suas dificuldades, fraquezas, seu potencial e a área a ser trabalhada. Permitindo classificar as pessoas em quatros perfis básicos e suas combinações possíveis:
•Executor; •Comunicador; •Planejador; •Analista. •E suas combinações: •Dominância – Executor; •Influenciador – Comunicador; •Estabilidade – Planejador; •Conformidade – Analista. O Analista Comportamental auxiliará na interpretação dos dados, para que a pessoa tome decisões pessoais, de carreira e formação acadêmica. Orientando no: recrutamento e seleção de colaboradores, remanejamento consciente, capacitação estratégica, melhora dos climas comunicacionais em função do conhecimento.
COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAIS Socioemocional é relativo simultaneamente a questões sociais e e mocionais, nomeadamente à gestão das emoções no relacionamento com
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os outros .A nova visão não implica em deixar de lado o grupo de competências conhecidas como cognitivas (interpretar, refletir, pensar abstratamente, generalizar aprendizados), até porque elas estão relacionadas estreitamente com as socioemocionais. Pesquisas revelam que alunos que têm competências socioemocionais mais desenvolvidas apresentam maior facilidade de aprender os conteúdos acadêmicos. Entre os psicólogos, tem crescido o reconhecimento de que é possível analisar a personalidade humana em cinco dimensões, conhecidas como Big Five: •Abertura a novas experiências; •Extroversão; •Amabilidade; •Consciência; •Estabilidade emocional. Também traduzida como conscienciosidade, do inglês “conscientiousness”.Os Big Five são resultado de uma análise d a s r e s p o s t a s d e q u e s t i o n á r i o s s o b r e c o mp o r t a m e n t o s representativos de todas as características de personalidade que um indivíduo pode ter. Quando aplicados a pessoas de diferentes culturas e em diferentes momentos do tempo, as respostas a esses questionários demonstraram ter a mesma estrutura, o que deu origem à hipótese de que os traços de personalidade dos seres humanos se agrupam efetivamente em torno de cinco grandes domínios. Num desenvolvimento sintético mútuo e progressivo, com dinamismo acontece por meio de sucessivas situações de equilíbrio que visam, por assim dizer, dominar o conhecimento que vai se constituindo gradativamente.
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A necessidade de conhecimento do sujeito leva a executar desde simples ações até operações mais enérgicas, foram estabelecidos evolutivamente, a partir do que inicialmente faltava enquanto por necessidade, enquanto que se chegasse à capacidade de realizar operações formais pelas quais se abstrai subjetivamente como puramente após a constituição dos métodos. Incluem um conjunto de habilidades que cada pessoa tem para lidar com as próprias emoções, se relacionar com os outros e gerenciar objetivos de vida, como autoconhecimento, colaboração e resolução de problemas. Essas competências são utilizadas cotidianamente nas diversas situações da vida e integram o processo de cada um para aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender a trabalhar e aprender a ser. Ou seja, são parte da formação integral e do desenvolvimento de todos, a interconectividade e a crescente complexidade das transformações sociais, tecnológicas, entre outras, têm ampliado a relevância dessas competências para a realização no âmbito pessoal, de trabalho e social. Embora novos teóricos estejam influenciando a cultura do seu tempo, é Descartes que em (1596-1651) considerado fundador do método racional, que acreditava na soberania da razão e desenvolveu uma concepção racionalista de mundo na qual é a razão humana o elemento capaz de desvendar o mecanismo deste mundo e de utilizar esse conhecimento para dominá-lo e transformá-lo. Para Vygotsky, a aprendizagem é a força propulsora do desenvolvimento intelectual, enquanto que para Piaget, o próprio desenvolvimento é a força propulsora. Vygotsky chamou de zona de desenvolvimento potencial e zona de desenvolvimento proximal, uma forma seria sem apoio na resolução de problemas e a outra forma, é a forma em que os indivíduos podem resolver os problemas com apoio, ou seja, com a modelação de conhecimento e a interação do meio social, os indivíduos podem adquirir conhecimentos que antes não podiam, a desequilibração é sempre possível para as construções anteriores. O Coaching surge como resposta para essas dificuldades com as crenças limitadoras, propondo soluções que visam impulsionar o
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indivíduo rumo ao sucesso, essas dificuldades representam as dúvidas, as incertezas, os medos, as angústias, apreensões, doenças e programações mentais negativas. Entretanto, com o desenvolvimento por meio do coaching tem sido necessário devido às rápidas mudanças de um mercado global, com base nos princípios da psicologia e da educação evoluíram para atender às novas necessidades. HABILIDADES Habilidade é um substantivo feminino que indica a qualidade de uma pessoa hábil, que revela capacidade para fazer alguma coisa. Característica ou particularidade daquele que é hábil; capacidade, destreza, agilidade. Então, sempre a informação e o conhecimento trarão habilidades e resultados que com certeza serão positivos se bem interpretados e usados. O conceito de habilidade está intimamente relacionado com a aptidão para cumprir uma tarefa específica com um determinado nível de destreza. Ciente que desde a década de 1960, especialmente nos Estados Unidos, com o modelo de coaching esportivo começou a ser adotado pelo mundo dos negócios a necessidade de ter um coach auxiliando em várias modalidades. Com atuação em conjunto com a pessoa ou organização obtendo resultados desejados, de forma a maximizar o investimento com as sessões, transformando tudo com retorno financeiro. O coach Analista Comportamental terá o compromisso, de transformar expectativas em sucesso, de maneira surpreendentes, impressionando com os resultados alcançados. Com o coach Analista Comportamental, com os usos das ferramentas, será possível entender o perfil do coachee, facilitando o acompanhamento e os avanços nos processos, sabendo com quem está sendo realizado as sessões. Para isto, é necessário saber alguns detalhes do coachee como: seu temperamento, se é comunicador, executor, planejador ou analista. !56
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Existem várias classificações para os temperamentos, mas a mais conhecida é a do Hipócrates, confirmada por Aristóteles:colérico, melancólico, sanguíneo, fleumático ou linfático. Entretanto, sabendo suas características, possibilitará no entendimento de forma positiva. As etapas do coaching tem início, meio e fim, as sessões tem uma data certa para acabar; por isso quanto mais informação tiver no primeiro encontro será melhor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Não se tem a intenção de esgotar o assunto entre estas páginas. Entretanto, vale ressaltar que segundo a neurociência nosso cérebro é dividido em dois hemisférios, o da direta e o da esquerda. O lado direito é responsável pela mente emocional, é neste hemisfério que surge a criatividade, a intuição e a imaginação. Já o lado esquerdo é responsável pela mente racional, no hemisfério esquerdo o pensamento é concreto, analítico e lógico. Por exemplo, em momentos de grande medo ou risco de morte, estaremos sob a interferência de nosso cérebro instintivo, o reptiliano, que sem pensar ou sentir toma uma atitude “rápida e rasteira”. Se for mais a fundo, sobre como estes três centros de comandos funcionam, é possível obter conclusões sobre o padrão de ação de cada pessoa. Contudo, muitas pessoas vivem em desequilíbrio com estes dois polos, umas são muito racionais e outras são muito emocionais. A tendência do perfil, não pode usar a teoria para justificar um mau comportamento, e também que não há um perfil melhor do que o outro; os perfis podem ser camuflados por experiências e circunstancias da vida tais como traumas, medo, abusos. Ambientes aos quais pessoas são submetidas, podem influenciar em seu perfil, um comunicador cujos pais são planejadores, pode ser muito organizado e estratégico, mesmo que seu perfil natural não tenha tais características. Desajuste no dia a dia podem influenciar nas pessoas, causando doenças, bloqueios etc...
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Atualmente o elemento humano deixou de ser visto como uma força de trabalho e passou a ser considerado capital humano como um elemento capaz de inovação e criação de valor à organização. Com o entendimento do sistema integrado a competência da pessoa se refere às habilidades, experiências e capacidade de atingir os objetivos. O Sentimento esclarece o valor das coisas, mas com outra lógica: a do coração, pessoas sentimentais, utilizam seus valores pessoais e os dos outros, para tomarem decisões, mesmo não tendo lógica.
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Série Especial
A Força do Conhecimento _________________ Pensamento & Ação
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CONTROLE FINANCEIRO NA EMPRESA FAMILIAR DE PEQUENO PORTE Cleverson Souza de Oliveira Morôni Kozoski RESUMO Este artigo tem como objetivo demonstrar a importância da empresa familiar de pequeno porte na economia, bem como verificar os erros relacionados a sua administração, ou até mesmo a falta de qualificação profissional do empreendedor, resultando no fracasso de algumas dessas empresas. Será exposto os desafios de uma pequena empresa familiar, do seguimento de comércio varejista e utilidades gerais, para se manter viva no cenário atual frente a grande concorrência. Dentre os fatores, ressalta-se o envolvimento da utilização de recurso da empresa de forma indevida nos gastos pessoais da família, além dos conflitos entre empresa e família. Visa também colocar quais ferramentas gestoras podem auxiliar na tomada de decisões e controle das finanças da empresa, bem como a capacitação do profissional empreendedor. Palavras-chave: Empresa Familiar. Controle Financeiro. Qualificação Profissional. ABSTRACT This article aims to demonstrate the importance of family small business in the economy, as well as check the errors related to its administration, or even the lack of professional qualification of the entrepreneur, resulting in the failure of some of these companies. Will be exposed to the challenges of a small family business, the following general retail and utilities, to stay alive in the present scenario facing great competition. Among the factors, we highlight the involvement of resource utilization of the company improperly in personal expenses of the family, the conflicts between business and family. Visa also put management tools which can assist in decision making and control of the finances of the company, as well as training of the professional entrepreneur. Key words: Family Business. Financial control. Professional Qualification.
INTRODUÇÃO Nota-se que cada vez mais se faz necessário, para uma boa administração e uma gestão com eficiência informações de todos os níveis da
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empresa, registradas de forma correta e disponíveis no menor tempo possível, percebe-se que com tais dados o gestor tem maior assertividade quando na tomada de uma decisão estratégica. Esse conjunto de fatores é utilizado em grandes empresas atualmente, porém os empreendedores das empresas familiares de pequeno porte, não utilizam ou desconhecem a necessidade de se munir destas ferramentas que poderá lhes auxiliar e facilitar sua administração, fazendo com que suas empresas se tornem vulneráveis, não se desenvolvendo, ficando cada vez mais perto do fracasso, na maioria das vezes nos primeiros dois anos de vida. Segundo Avelar (1998), entre as 300 maiores empresas no Brasil, 280 delas são consideradas empresas familiares, e somam um patrimônio que pode chegar na casa dos US$ 46 bilhões, o que de fato é um impacto muito grande na economia do país. Neste contexto, a contabilidade deixou de ser apenas registros e legalidades, o controle e acompanhamento da situação da empresa depende e muito das informações contábeis atualizadas e confiáveis, esses registros são extremamente relevantes na administração e gestão do negócio, especialmente na administração das finanças. Identifica-se também a questão da ampla concorrência, para Porter (2009), “uma empresa só é capaz de superar em desempenho os concorrentes se conseguir estabelecer uma diferença preservável”. Porém as dificuldades que as empresas familiares tem em diferenciar seu negócio são muito grande, principalmente considerando as variações relacionadas a tecnologia, cultura, velocidade da informação, legalidades entre outras. 1 A EMPRESA A empresa familiar e de pequeno porte chamada Loja Quase Tudo,teve inicio de suas atividades no ano de 1989, portanto possui 25 anos de existência, seu ramo de atividade é o de comércio varejista de: roupas, brinquedos, acessórios, papelaria, utilidades doméstica, ferramentas, revistas e jornal. Em seus primeiros anos de atividade comercial, sob o comando de seu fundador, a empresa não encontrou muitas dificuldades, já que o cenário
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econômico era favorável para seu seguimento, iniciava-se no Brasil as lojas de pequeno porte e que vendiam quase tudo, era um negócio relativamente novo, dentro daquele formato e que estava em ascendência naquela época. Outro fator que impulsionava a empresa era sua localidade, pois travase de um bairro movimentado, com grande fluxo de clientes inclusive nos finais de semana, o que favorecia e ampliava as vendas. Na década de 90 a pequena empresa familiar mantinha suas portas abertas durante toda a semana e finais de semana, todo o trabalho desempenhado era realizado por membros da família, pai, mãe e dois filhos. Com o passar dos anos as mudanças relacionadas principalmente a tecnologia, o grande número de concorrentes atuando no mesmo ramo de atividade, e a mudança do perfil dos clientes da região, começaram a surgir as primeiras barreiras e dificuldades, tratava-se de um período em que o negócio entrava já em sua fase de maturidade total e iniciaria sua descida, a chegada dos sites com vendas pela internet e a comercialização de produtos, que até então eram exclusivos dessas pequenas lojas, passaram a ser vendidos em super mercados e até mesmo farmácias. Com a sucessão da primeira geração, os pais, para a segunda geração, os filhos, a empresa passou a contar com 1 funcionário do mercado de trabalho e fora do circulo familiar, enquanto as demais empresas evoluíam com a implantação de sistemas, o mesmo não acontecia com a pequena loja de bairro. Atualmente a empresa voltou a ser administrada pela primeira geração, sem funcionários, e os membros da segunda geração estão empregados em outras empresas. Ao que tudo indica a pequena empresa deverá encerrar suas atividades até o final do ano de 2014. 2 EMPRESA FAMILIAR De acordo com Bernhoeft (1989), “uma empresa familiar é aquela que tem sua origem e sua história vinculadas a uma família; ou ainda, aquela que mantém membros da família na administração dos negócios”, destaca-se então o fato da administração estar centralizada, na maioria das vezes, a poucas pessoas.
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Ainda segundo o mesmo autor a empresa familiar pode ser aquela que é a administrada pelos membros da família, e não apenas ter seu capital pertencente a uma única família e ser administrada por profissionais capacitados do mercado de trabalho. Para Lima (2010), a gestão da empresa familiar é direcionada de acordo com o porte da organização. As pequenas adotam uma postura centralizadora e conservadora em relação às tomadas de decisões que é concentrada na figura do fundador, já as empresas de médio porte, descentralizam algumas decisões porem essa liberdade e vigiada, e os profissionais que atuam nos cargos da direção são na maioria das vezes pessoas conhecidas ou indicadas pela família, e por fim as empresas de grande porte contratam profissionais do mercado de trabalho, que atuam em diversas áreas da organização, mantendo os membros da família no alto comando da empresa. As empresas familiares são classificadas tradicionalmente segundo Adachi (2006), em três níveis, a primeira geração onde seu fundador ainda é atuante e é o principal líder comandando os negócios, chamada empresa de um só dono. Quando o controle da empresa é passado para os filhos, estes passam a ser os novos donos da empresa, ou seja acontece o primeiro processo de sucessão, esta classificação é chamada de empresa de irmãos-sócios. E por fim quando a sociedade é formada por outros familiares já no segundo processo de sucessão e chamada de empresa de parentes. O processo de sucessão é uma das etapas mais complicadas para as empresas familiares, é no momento das transições entre as gerações que a maioria das empresas ficam pelo caminho. O artigo “Empresa familiar! Nada de errado, desde que...” publicado no Jornal Administrador Profissional, de setembro de 2002, nos informa que “ em todo o Brasil, existem cerca de 4 milhões de negócios familiares, a maioria na segunda geração. Estima-se que de cada 100, 30 chegam à segunda geração e apenas cinco à terceira. ” Esses índices de sobrevivência são assustadores (FERNANDEZ, 2006, p. 01).
Assim como em qualquer ramo de atividade nas organizações, sejam elas de qualquer estrutura ou porte, as empresas possuem suas vantagens e desvantagens, percebe-se que com a empresa familiar não é diferente.
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1. A lealdade dos empregados é mais acentuada na empresa familiar, após algum tempo, pois os colaboradores se identificam com pessoas concretas que aí estão o tempo todo, e não com dirigentes eleitos por mandatos de assembleias, ou por imposição de poderes públicos. 2. O nome da família pode ter grande reputação no estado, na região ou no país inteiro, funcionando como uma cobertura econômica e política. O nome pode ser tão lendário a ponto de ter força de título negociável em banco ou forte circulação em Brasília. 3. A continuidade da administração. A sucessão de familiares competentes na direção do negócio da origem a um grande respeito pela firma. 4. A união entre os acionistas e os dirigentes, fazendo com que os acionistas sustentem a empresa mesmo quando há perdas, e também facilitando a comunicação ente a Diretoria Executiva, o Conselho de Administração e a Assembleia dos Acionistas. 5. O sistema de decisão mais rápido, pois, termina ali, no Escritório Central, três ou no máximo quatro níveis acima do nível de execução. 6. Sensibilidade social e politica do grupo familiar dirigente que cria raízes na elite nacional, a influencia e é por ela alimentado de informações. Perfeita permeabilidade de influencias aos interesses nacionais e regionais. 7. As gerações familiares em sucessão permitindo um traço de união entre o passado e o futuro, entre os valores do fundador e as vocações e visões pessoais dos dirigentes atuais (LODI, 1998, p. 05).
Conforme a colocação, o autor pretende demonstrar que em alguns aspectos como: comprometimento da equipe, tradição, união, comunicação e desburocratização, facilitam e auxiliam as empresas familiares. Além das forças nota-se também as dificuldades que a empresa familiar tem frente as demais empresas. 1. Conflitos de interesse entre família e empresa, que se refletem na descapitalização, na falta de disciplina , na utilização ineficiente dos administradores não-familiares e no excesso de personalização dos problemas administrativos. 2. Uso indevido dos recursos da empresa por membros da família transformando a companhia num erário dos familiares. O famoso complexo da “galinha dos ovos de ouro”. 3. Falta de sistemas de planejamento financeiro e de apuração de custo e de outros procedimentos de contabilidade e de orçamento, que tornam o lucro um resultado totalmente fortuito e não planejado. 4 . R e s i s t e n c i a a m o d e r n i z a ç ã o d o m a r ke t i n g , fi c a n d o a comercialização sujeita a alguns vendedores antigos e “de confiança” ou à falta de uma boa política de produtos e de mercados. 5. Emprego e promoção de parentes por favoritismo e não por competência anteriormente provada (LODI, 1998, p. 04).
Nesse contexto, o autor coloca resumidamente os principais fatores que de fato levam uma empresa familiar a falência, a falta de habilidade do empreendedor pode ser somada aos fatores citados, situações como: conflitos
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de interesse, uso indevido dos recursos da empresa, são fundamentalmente prejudiciais para a saúde da empresa, porém é o que se encontra com certa frequência na grande maioria das empresas familiares que estão cada dia se tornando menores.
Estar inteirado da empresa e saber como ela funciona e imprescindível
para sua administração, estar atento no mercado em que atua também e de fundamental importância, conforme se destaca a seguir. A visão que muitos herdeiros possuem do negocio lhes foi transmitida pelo pai com um chapéu também de empresário. Esta é insuficiente e deve ser complementada de forma mais didática. Para conhecer a empresa será também útil um bom domínio do universo e mercado corporativo (BERNHORFT, GALLO, 2003, p 14).
Na visão do autor, identifica-se que não basta apenas seguir os passos e a
receita que foram utilizadas pelos pais ou nas gerações passadas, e sim utilizar dos conhecimentos profissionais relativos ao mercado, e suas mudanças. Os fatores que definem toda a existência das empresas familiares fazem parte do seu clico de vida.
Ciclo de vida da empresa familiar
Fonte: Adaptado pelo autor de Lodi (1984)
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A profissionalização das empresas familiares depende de alguns fatores. 1. DOS PRINCIPIOS E VALORES QUE PREVALECEM NA EMPRESA: Os princípios que devem nortear a estrutura, a evolução e o funcionamento da empresa, devem ser os empresariais, tais como: produtividade, rentabilidade, qualidade, benefício, equilíbrio financeiro etc. Nas empresas menos profissionalizadas, as decisões empresariais são tomadas com base em critérios familiares. 2. DA EXISTENCIA DE UMA ESTRUTURA E DE UM MODELO ORGANIZACIONAL E EMPRESARIAL: São organizações já estruturadas e trabalham por metas e objetivos. 3. DOS PROFISSIONAIS EXECUTIVOS: São pessoas de grande capacitação e formação profissional exigida pela função ou cargo. Já nas empresas familiares nem sempre é possível encontrar membros da família com tal qualificação para o exercício do cargo ou função (LIMA, 2010, p 52).
O que o autor demonstra é que na maioria das empresas familiares há
falta de qualificação dos membros que administram a empresa, por se tratar de membros da família de certa forma podem ter algum tipo de favorecimento. É importante que na profissionalização da empresa os administradores tenham habilidades e competências para desenvolverem suas funções, é importante que todas as pessoas que estão envolvidas na empresa familiar pensem estrategicamente com objetivos comum em busca de um futuro melhor para a empresa como um todo. Alguns papéis como: interpessoais, informativos e decisor são de fundamental importância no que se refere à gestão e liderança na empresa familiar, buscando equilibrar o ambiente dentro da empresa.
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Atividade de gestão e liderança na empresa familiar.
Fonte: Carlock; Ward, (2003, p. 138).
Os autores destacam a importância dos papéis de cada tipo de liderança,
na função de supervisor, contato com membros da família e ao mesmo tempo com os funcionários, líder que é o motivador, intermediário que conecta os diferentes grupos familiares, divusor que circula e esclarece as informações da família, o porta-voz que faz o papel de vai e vem empresa família, família empresa, negociador que busca o consenso e o eliminador que resolve os conflitos.
Conforme Lima (2010) são vários o fatos que afetam as empresas
familiares, a convivência familiar muitas vezes interfere no destino dessas
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empresas, levando a empresa a ser vendida, dissolução da sociedade ou mesmo brigas que podem ir parar na justiça. Outros fatores relacionados são: casamento, aposentadoria, falecimento do fundador, nascimento dos descendentes etc. Porém, um dos principais motivos que leva ao fim as empresas familiares é caracterizado por descontrole emocional, conflitos pessoais, vindos da estrutura da empresa familiar.
Para Lima (2010), “diversas empresas encerram suas atividades em
detrimento aos fatos apresentados e a falta de uma política, que seja capaz de separar assuntos de família dos da empresa”. 3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Conforme Gitman (2004), “podemos definir finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro”. As finanças norteiam a vida de todas as pessoas e organizações, independentemente de seu tamanho, micro empresas, pequenas empresas ou grandes organizações. Ainda segundo o mesmo autor, finanças podem ser definidas como conceitos que auxiliam as pessoas ou empresas a alocarem seus recursos escassos durante o tempo, e também ajudam na avaliação de possibilidades e decisões estratégicas. Todo negócio exige o planejamento das finanças, para Barrow (2001), o planejamento da receita é dos fatores que merece cuidado, pois trata-se de um ponto fundamental no processo de planejamento, quantos empregados deverá ser contratado, qual o volume de estoque deve ser mantido, quanto material comprar, são todas decisões que necessitam diretamente da previsão de receita de vendas, que por outro lado também alimentará o fluxo de caixa da empresa. Os registros financeiros auxiliam o administrador no momento de tomar as decisões, e também servem para prestar contas à fiscalização. Entendendo a lógica desses registros, é possível retirar desses números informações relevantes sobre o desempenho do seu negócio. Todo empresário precisa saber quanto de dinheiro tem, quanto ganhou ou não, é impossível ter controle do negócio se não souber o que acontece com as finanças.
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Mesmo que possua uma pequena empresa e realize um número reduzido de transações, você deve registrar a movimentação financeira do negócio por mais simples que seja. Se anotar a origem do depósito respectivo comprovante ou no talão de cheques e registrar a transação no livro razão, tornará as relações com o fisco e os bancos bem mais fáceis (BARROW, 2001, p 75).
No contexto o autor coloca que não importa o tamanho da empresa,
todas elas devem ter um controle das movimentações, registrar todas as transações por menores que sejam. Infelizmente não é o que acontece em muitas empresas familiares que deixam os assuntos financeiros para segundo plano, isso acontece, muitas das vezes, devido a pressão no momento de vender e atender as encomendas Ainda segundo o autor deve-se registrar o fluxo de receitas e despesas da empresa, diários, semanal ou mensal. Razões para manter os registros corretamente.
Fonte: Barrow (2001, p. 75)
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Portanto nota-se que com os registros corretamente transcritos ficará
mais fácil adotar medidas e definir para onde devem ser alocados os esforços de melhoria.
Todas as informações que se necessita estão ao alcance do
administrador, o que se deve fazer é reunir essas informações de uma forma que seja possível analisar os dados de forma mais clara e objetiva, contas a pagar, faturas emitidas, recibos e extratos bancários são alguns dos documentos que podem formar um quadro geral do desempenho da empresa.
Essas informações devem ser registradas e organizadas facilitando o
entendimento e visualização do administrador, dentre as formas de registros contábeis estão os registros de escrituração simples ou registros detalhados, no caso das empresas familiares, por se tratar de uma quantidade reduzida de lançamentos, pode se utilizar do formato de livro de caixa simples.
Para Giridhari (2011), o controle financeiro é um sistema de
verificações que serve para criar um ponto de equilíbrio preservando os ativos e aumentando a assertividade e a confiabilidade dos demonstrativos financeiros. Essa atividade há muito tempo é reconhecida
dentro das
empresas, Halloran (1994) menciona que “embora as projeções financeiras sejam apenas uma estimativa, elas tornam-se concretas à medida que você colhe um numero maior de informações”. O principal objetivo do controle financeiro é auxiliar o gestor na tomada de decisão que está diretamente ligada as modificações do mercado, o controle financeiro auxilia nas decisões futuras e correções de erros.
A falta de controle pode induzir ao erro caso a decisão seja tomada com
base em informações contábeis inexatas. Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais. (GITMAM, 1987. Pág. 250).
De acordo com Giridhari (2011), o administrador deve compreender o
efeito positivo e negativo nas tomadas de decisões gerenciais, essas decisões levarão as projeções de valores a gastar, planejamento e controle para que os !70
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gastos não extrapolem o que foi planejado de acordo com as informações contábeis.
Segundo o mesmo autor necessita-se para implantação de um controle
financeiro eficaz três ferramentas.
Fluxo de caixa, para demonstrar os recebimentos e os pagamentos a
serem realizados e disponibilizar o saldo disponível no caixa na data exata do recebimento ou do pagamento, demonstrativo de resultados, informa a quantidade vendida, o custo das mercadorias vendidas, despesas variáveis e fixas, informa o lucro líquido e por fim o balanço patrimonial, indicando os valores do ativo, do passivo, e apura o patrimônio líquido da empresa.
Conforme Gitman (2004), o fluxo de caixa é o registro das entradas e
saídas de valores, sejam eles referentes a contas a receber ou contas a pagar necessárias para o desenvolvimento das atividades da empresa, ele é um instrumento de planejamento financeiro que objetiva fornecer estimativas da situação de caída da empresa de acordo com um período a frente. Segundo o mesmo autor o fluxo de caixa ainda possui outras finalidades como: planejar a contratação de empréstimos e financiamentos, maximizar o rendimento das aplicações de caixa, avaliar finanças e aumentar vendas.
Além dos controles e registros manuais, é possível utilizar-se da
tecnologia a favor do administrador, através de sistemas informatizados que propiciam agilidade na compactação e formatação dos dados, de acordo com Oliveira (2008), os sistemas de informações gerenciais permitem aos gestores ter a informações de forma dinâmica e prática, evitando enormes quantidades de dados que na maioria das vezes não são trabalhados e utilizados, o próprio sistema faz o filtro e apresenta os dados relevantes ao administrador, segundo mesmo autor os sistemas gerenciais são um conjunto de dados que se transformam em informações organizadas.
Para Oliveira (2008), na grande maioria das empresas que utilizam
sistemas informatizados, há uma grande quantidade de dados à disposição, porém sem a compilação desses dados não é possível se tomar decisões, os dados deverão ser transformados em informação, é nesta parte do processo que os sistema de informação gerencial atua, processando os dados e convertendo em informações analisáveis.
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Fluxograma do Sistema de Informação Gerencial.
Fonte: Oliveira (2008, p. 27).
Conforme citado pelo autor fica claro no fluxograma todo o processo pelo qual passa a informação dentro do sistema, para se tornarem informações estratégicas para a empresa ou para a tomada de decisão do administrador.
4 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
No atual cenário se faz cada vez mais necessário que as pessoas estejam
preparadas paras as demandas geradas pelas organizações, para Frigotto (1996), a qualificação profissional é um elemento importante na composição dos fatores que movem a competitividade dos países, das organizações e dos indivíduos.
Segundo Kober (2004), qualificação profissional é preparação de
pessoas realizada através de uma formação profissional para que possa aprimorar suas habilidades na execução de atividades demandadas pelo mercado.
Esse aprimoramento pode ser buscado junto a uma universidade
a t r av é s d e u m c u r s o d e g r a d u a ç ã o e p ó s - g r a d u a ç ã o , c u r s o s profissionalizantes, ou até mesmo organizações como o SEBRAE, que auxiliam o empreendedor oferecendo soluções, palestras, capacitações e treinamentos, em temas de vários setores como empreendedorismo, finanças, gestão estratégica e outros.
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CONCLUSÃO
A após todas as análises, fica claro a importância do controle dos
números que regem a empresa familiar, em especial as de pequeno porte, ao longo do exposto vimos quais os problemas que afetam diretamente a condução dos negócios, e que muitas vezes são ignorados pelos seus proprietários e administradores.
A mescla entre o dinheiro da empresa e o dinheiro da casa, atrapalha e
muito o controle das finanças dentro da empresa, assim como os conflitos entre os familiares, que desgastam as relações de trabalho.
O principal fator e determinante para o fechamento das pequenas
empresas é a falta de um controle financeiro eficaz, podemos perceber que simples registros que tragam informações palpáveis já poderiam orientar na tomada das decisões e corrigir erros de percurso mantendo a empresa no mercado.
A empresa citada poderia ter um destino diferente ao qual esta sujeita,
se tivesse evoluído para o campo da profissionalização e principalmente da informatização, todo negócio deve estar preparado para mudar de atividade, acrescentar ou agregar serviços e valores. Portanto ao concluir este artigo identificamos a necessidade de qualificar, de se profissionalizar, vimos que não basta mais seguir as receitas que eram passadas de geração para geração em um mercado de concorrência acirrada, capacitação, qualificação e controle, são peças fundamentais para manter o negócio gerando lucro, mesmo nas pequenas empresas familiares. REFERÊNCIAS ADACHI, Pedro Podboi. Família S.A: gestão de empresa familiar e solução de conflitos. São Paulo: Atlas, 2006. AVELAR, A. Os desafios das empresas familiares. Estado de Minas – caderno de economia 16 ago p 5. Belo Horizonte: 1998. BARROW, Colin. Como gerenciar as finanças no seu próprio negócio. São Paulo: Publifolha, 2001. BERNHOEFT, Renato. Empresa familiar: sucessão profissionalizada ou sobrevivência comprometida. São Paulo: Nobel, 1989. BERNHOEFT, Renato; GALLO, Miguel. Governança na empresa familiar. São Paulo: Campus, 2003.
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IKIGAI A razão de ser da vida e do negócio Astrid Marlise Lenhart Morôni Kozoski RESUMO O Tendo por base pesquisas bibliográficas e observações da autora, constatouse que as pessoas, de modo geral, não se sentem felizes, realizadas e bemsucedidas. A ausência de felicidade é constatada tanto na vida pessoal quanto profissional, no cotidiano, como também nas empresas. As queixas sobre as causas da infelicidade e da falta de realização e de sucesso recaem sobre vários aspectos da vida, entre eles o trabalho, os relacionamentos afetivos, a saúde e o estresse. As pessoas não se sentem preenchidas e, com isso, não veem um sentido para a vida e para o seu negócio. O conceito de Ikigai tem o propósito de resgatar a essência do ser humano, levando-o a descobrir um sentido para a vida pessoal e profissional. Você se sente feliz, em paz e realizado? Qual é a sua missão? Qual é a razão de ser de sua empresa? Estas e outras perguntas encontrarão sua resposta no presente artigo.
Palavras-chave: Sentido. Felicidade. Razão de Ser. Sucesso. Missão.
INTRODUÇÃO Qual é o sentido que você dá a sua vida? Quantas vezes você encerrou um ano, olhou para trás e viu apenas as muitas coisas não feitas, os sonhos não realizados, as conquistas não alcançadas, as metas não atingidas? Quantas vezes você sonhou com um ano diferente no Revéillon e prometeu a si mesmo que sua vida seria diferente a partir daquele momento? Quantas vezes você fez as mesmas promessas e nunca as cumpriu, saindo e entrando ano e você sempre no mesmo lugar, não vendo um sentido para a sua vida e para aquilo que você está fazendo?
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A vida deve ser feita de realizações, de atos e ações que preencham a vida. A vida não pode ser um acúmulo de eventos sem sentido e que não agregam para a vida e para um todo maior. Viver uma vida sem sentido não é privilégio de poucas pessoas. A grande maioria das pessoas ainda vive uma vida vazia, uma vida que não aponta para a direção da felicidade, do bemestar, do sucesso e das realizações. Muitas pessoas ainda se perguntam o que estão fazendo aqui neste planeta, qual o sentido que sua vida tem. Não encontrando respostas, o caminho acaba sendo a frustração, a infelicidade e o resultado, uma vida sem significado. Se perguntadas o que as faz levantar todas as manhãs, por incrível que pareça, mas vem muitas respostas de que o despertador as faz saírem da cama. Não há algo maior envolvido para esse ato. Através de pesquisa bibliográfica, o presente artigo trará elucidações para as questões até agora elencadas. A escolha do título deve-se a constatações feitas pela autora sobre a forma como as pessoas estão conduzindo sua vida pessoal e profissional e o quão doentes as pessoas estão nas suas emoções e também no seu corpo físico, que vai recebendo a carga dos sentimentos do dia-a-dia, na sua maioria nem sempre elevados e contributivos para uma vida feliz. No desenvolvimento a seguir, o tema sentido da vida será explorado e seus mistérios, desvendados. A nossa missão número um é encontrar um sentido, uma razão que nos faça querer sair da cama pela manhã e viver um dia feliz, com propósito. Nossa segunda tarefa é encontrar um trabalho que tenha significado, através do qual possamos servir e, assim, completar nosso propósito. Viver com alegria, sentir plenitude, viver o propósito de vida é um desafio. Entretanto, não é nada impossível viver uma vida feliz. Com a dose
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certa de força de vontade e desenvolvimento de uma forma correta de pensar, a vida tenderá a se mostrar mais iluminada. IKIGAI – O QUE É? “O propósito da vida é descobrir o seu presente, tudo o que está dentro de você e como você pode utilizá-lo” (William Shakespeare).
Com este pensamento inicia-se o desenvolvimento do tema central do presente artigo. William Shakespeare teve a visão correta de Ikigai, mesmo, aparentemente, não conhecendo o termo e, muito menos o seu significado. No entanto, Shakespeare usou o tempo certo em que alguém pode ter uma ação e ser feliz: presente. Este é o único tempo sobre o qual temos poder. O passado já passou. O futuro não chegou ainda e, quando este supostamente chega, já será novamente presente. O problema da maioria das pessoas é não viver no presente. A grande maioria vive no passado, acalentando depressão, sentindo-se vítima de fatos e situações. Outra parte vive na ansiedade do futuro, temendo o que pode vir pela frente ou o que pode não se realizar. Esquecem que o único momento que pode ser, de fato, vivido é o momento presente. Todo o resto não é palpável e, muito menos, passível de ser vivido. A palavra presente, usada por Shakespeare, pode também ser interpretada como dádiva, ou seja, um presente único que cada pessoa recebeu ao nascer. Sob essa ótica, presente é aquele algo único que somente uma única pessoa possui e somente essa única pessoa pode viver. E é esse presente que confere sentido à vida. Qual presente está dentro de você e você ainda não descobriu? Em qual tempo verbal você procura o sentido de sua vida? Steve Jobs, em muitas de suas falas, dizia que o trabalho ocupa boa parte do tempo de nossas vidas e que, por isso, deveríamos fazer o que amamos. Segundo ele: “Seu trabalho vai preencher boa parte de sua vida e a única maneira de ser verdadeiramente satisfeito é o que acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um ótimo trabalho é amar o que faz” (Steve Jobs).
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No Japão, país conhecido por ter o maior número de pessoas centenárias, acredita-se que a saúde e, por conseguinte, a longevidade tem relação direta com a satisfação de fazer aquilo que se ama. Com esta afirmação, entramos no tema central do presente artigo: Igikai. Ikigai é uma palavra japonesa que descreve os prazeres e sentidos da vida. A palavra consiste, literalmente, de iki (viver) e gai (razão). (MOGI, 2018, p. 16). Ikigai é a somatória de um estilo de vida e uma metodologia que traga HARMONIA, LONGEVIDADE E SATISFAÇÃO PLENA nas diferentes áreas da vida, permitindo, assim, alcançar a RAZÃO DE SER ou PROPÓSITO para a sua existência (MOGI, 2018, p. 6).
Resumindo, Ikigai é razão de ser, a razão de ser da vida. E, quando aplicado ao negócio, Ikigai é a razão de ser do negócio. Para que serve uma empresa? Se a resposta for dar muito dinheiro ao proprietário, pode até estar certa, uma vez que o objetivo é o lucro, o ganhar dinheiro. No entanto, esta resposta não está no conceito de Ikigai. A resposta deve contemplar a razão de ser da empresa, o que ela tem a oferecer para a comunidade onde ela está inserida e como o(s) seu(s) produto(s) serve(m) a um todo. Isso inclui atenção ao meio ambiente e sustentabilidade. A resposta também deve contemplar que a empresa serve para fazer o seu proprietário feliz e também as pessoas que nela trabalham. Segundo Ken Mogi, no livro Ikigai – os cinco passos para encontrar o seu propósito e ser mais feliz, encontrar o Ikigai não significa necessariamente ser bem-sucedido na vida profissional. Uma pessoa pode não ganhar o salário dos sonhos e, ainda assim, sentir-se plena, pois ela faz aquilo que ama. Isso é Ikigai. Ikigai é viver com propósito e sentir determinação para seguir em frente. É viver o seu presente no tempo presente. É uma filosofia de vida que confere plenitude. Uma pessoa pode ter sua vida transformada ao encontrar o seu Ikigai. Ela viverá com mais saúde, mais satisfação e menos estresse. Além disso, quando uma pessoa vive o seu Ikigai, ela se torna mais criativa e, consequentemente, será mais bem-sucedida, pois ela se sentirá plena, independente se terá recompensas financeiras ou não.
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Para encontrar o Ikigai, perguntas como quais são os valores pessoais e quais são as pequenas coisas que dão prazer devem ser respondidas. Essas simples perguntas e respostas são um ponto de partida para encontrar o Ikigai e, assim, viver uma vida com satisfação, bem-estar e realização. Ikigai, às vezes, é expressado como o motivo para se levantar de manhã. É o que dá uma motivação contínua para viver a vida, ou você também pode dizer que dá o apetite para a vida que deixa você ávido para receber cada novo dia (MOGI, 2018, p. 33).
Sair da cama de manhã pode não ser nenhum problema para algumas pessoas. Para outras, pode ser a tarefa mais difícil. Isso é sinal de que falta motivação para viver a vida e, portanto, não há uma razão para receber o novo dia. Consequentemente, é sinal de que a pessoa não encontrou o seu Ikigai. Ela vive a vida no piloto automático e só sai da cama por pura obrigação e não para viver um dia feliz. A vida de uma pessoa que vive no piloto automático não tem fluxo, ou seja, a vida não transcorre com tranquilidade e prazer. Quando uma pessoa tem fluxo na vida, ela certamente encontrou o seu Ikigai. Viver num estado de fluxo faz com que as pessoas estejam tão envolvidas com o que fazem que nada mais parece ter importância. Para quem vive no fluxo, o trabalho se torna um fim e não algo a ser apenas suportado para alcançar um objetivo, que pode ser o salário ou o lucro desejado no seu negócio. A pessoa que vive no fluxo não trabalha apenas pagar ter o seu sustento ou para ter lucro. Pode até fazer parte de seus objetivos, mas não é a primeira prioridade. A pessoa trabalha porque aquilo que ela faz lhe dá prazer. O salário ou o lucro são o bônus pelo que faz com prazer e alegria. Vivendo com fluxo, a pessoa se identifica com o seu trabalho ou negócio de uma forma simbiótica e alegre. Por essa razão, é um assunto sério a busca do propósito de vida. A vida de uma pessoa precisa ter coerência, senso de direção e objetivos claros. Assim, a vida de uma pessoa brilhará e ela se sentirá brilhando também interiormente, tendo prazer pela vida e com aquilo que faz. Prazer e alegria
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uma pessoa só sente quando vive no fluxo. E, para viver no fluxo, é preciso valorizar o aqui e agora, o presente, conforme disse William Shakespeare. Estar em estado de fluxo é importante para tornar seu trabalho agradável, mas, ao mesmo tempo, a atenção aos detalhes precisa existir para melhorar a qualidade daquilo que é executado (MOGI, 2018, p. 107).
Quando uma pessoa está em fluxo, ou seja, em harmonia interior e exterior, ela tem capacidade cognitiva de prestar atenção a pequenos detalhes que são importantes para o todo. Uma pessoa com fluxo é capaz de buscar qualidade naquilo que faz, tendo uma visão ampla, prestando atenção ao todo e a detalhes. A vida de uma pessoa em fluxo flui naturalmente e isso é sinal de que ela vive o seu Ikigai. Ken Mogi, no livro Ikigai – os cinco passos para encontrar o seu propósito de vida e ser mais feliz, diz: “..., em um nível individual, o ikigai é uma estrutura motivacional para nos fazer seguir em frente, para nos ajudar a acordar de manhã e começar a fazer as tarefas” (MOGI, 2018, p. 123).
Para viver em fluxo, a pessoa precisa descobrir o seu Ikigai pessoal e profissional. Descobrindo o Ikigai, a pessoa fará aquilo que realmente gosta e isso automaticamente levará ao sucesso. Ela verá sentido na vida e compartilhará esse sentido através do seu serviço.
BENEFÍCIOS DA DESCOBERTA DO IKIGAI Segundo o site Capital Social (https://capitalsocial.cnt.br/ikigai/), no artigo Ikigai: Alinhe seu negócio à sua missão de vida, de Beatriz Torres, descobrir o Ikigai traz inúmeros benefícios, entre eles a melhora do desempenho de um negócio e a escolha certa do tipo de negócio, caso a pessoa ainda não esteja empreendendo. Para quem tem o seu negócio, será importante fazer uma reflexão para identificar se a atividade está de acordo com seu Ikigai. Se sente prazer em acordar todas as manhãs para cuidar do seu negócio, é sinal de que este é o seu
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Ikigai e que está no caminho certo. Entretanto, se a pessoa não tem brilho nos olhos quando pensa e fala do seu negócio, cuida dele apenas por obrigação e o considera chato e cansativo, é sinal de que está vivendo fora do seu propósito interno. Quando uma pessoa se encaixa na segunda situação, caberá a ela decidir se vai continuar vivendo fora do seu propósito ou se pretende viver feliz e com significado, encontrando seu Ikigai. Viver com significado é fazer aquilo que se sente que se veio a este mundo para fazer. Atuar com aquilo que se gosta traz satisfação e, dessa forma, a pessoa fará um trabalho exemplar, com dedicação. Isso se refletirá no resultado de suas vendas, fidelizando clientes e atraindo novas pessoas para compra de seus produtos e serviços, pois todos irão querer experimentar o resultado de algo feito com amor e paixão. Ter um negócio alinhado ao seu Ikigai é a chave para o sucesso. Sucesso aqui não deve ser apenas visto como ganhar muito dinheiro ou enriquecer em pouco tempo. Sucesso, nesse sentido, significa trabalhar naquilo que ama, trabalhar em algo que esteja alinhado à nossa essência, aproveitando ao máximo as nossas capacidades e, como consequência, garantindo a satisfação de outras pessoas também (CAPITAL SOCIAL,2018)
Sentir satisfação aumenta a autoestima e o humor. Consequentemente, o sistema imunológico fica mais forte e, assim, as doenças se distanciam e a pessoa vive uma vida melhor e mais feliz. Como encontrar o seu Ikigai? Para encontrar o seu Ikigai, é preciso fazer uma reflexão profunda sobre a sua vida, sobre aquilo que você pode ter nascido para fazer. Cada pessoa é única e tem um propósito único. Se a pessoa não sabe por onde começar, as perguntas sugeridas por Beatriz Torres, no artigo referenciado, no início deste capítulo, podem ser muito úteis: O que você ama fazer? No que você é bom? No que o mundo precisa de você? Pelo que você pode ser pago? Encontrando as respostas para estas perguntas, você certamente descobrirá o seu Ikigai. Importante é responder com sinceridade, após uma parada para reflexão. E, se as respostas não vierem, cabem as dicas dadas por !81
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Beatriz Torres no referido artigo: não atue no piloto automático; não se compare a ninguém e não deseje ter o mesmo que os outros; todas as pessoas têm talentos, uma habilidade excepcional única, que as diferenciam uma das outras; identifique as atividades diárias que lhe levam a investir seu tempo para fazer cada vez melhor; Ikigai é o antônimo de passividade ou conformismo, ou seja, ele lhe faz se sentir vivo e cheio de energia; assim que identificar o seu Ikigai, coloque-o em ação. O diagrama a seguir, criado pela Dreamstime, de Toronto, coloca de uma forma bem clara e fácil os passos a serem seguidos para a descoberta do Ikigai.
Fonte: (CAPITAL SOCIAL. Disponível em: <https://capitalsocial.cnt.br/ikigai/>).
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Como pode ser visto no diagrama, o ikigai é composto por quatro
esperas: o que você ama (cor laranja), em que você é bom (verde), pelo que você pode ser pago (azul), o que o mundo precisa (cor rosa). Nas interseções, você aprofunda, porque você une o conceito das esferas: o que você ama + em que você é bom resulta na paixão; no que é bom + pelo que você pode ser pago resulta na profissão; pelo que você pode ser pago + o que o mundo precisa resulta na vocação; o que o mundo precisa + o que você ama resulta na missão. Independente da atividade que realizamos, esta está em um desses conjuntos. O ikigai é o centro, pois é a junção de todas as esferas. Encontrando o Ikigai, o resultado é o sucesso nos negócios, além de uma vida com qualidade, satisfação e felicidade.
Quando uma pessoa encontra uma motivação para levantar todas as
manhãs, ela está pronta para criar uma vida feliz, repleta de satisfação consigo mesma e naquilo que ela faz. Uma vez que passamos boa parte de nossa vida no trabalho, vale a pena fazer algo que se ame. O dinheiro é importante, mas, isoladamente, não traz a felicidade. Da mesma forma, buscar uma profissão ou abrir um negócio pensando apenas no enriquecimento não trará satisfação e plenitude. Empreendedores que amam aquilo que fazem tem chance muito maior do seu negócio ter sucesso. Por isso, vale a pena buscar o Ikigai, trabalhar com o que se ama, sentindo que o negócio está alinhado com o propósito de vida.
Viver com Ikigai Ikigai vai muito além de descobrir o propósito ou razão de ser da vida ou de um negócio. No momento em que uma pessoa começa a viver o Ikigai, ela passa a sentir mais ânimo, mais motivação para viver melhor. Com isso,
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Sabe-se, por exemplo, que uma boa parte de nossos transtornos afetivos apresentam uma melhora efetiva quando a pessoa começa a se comprometer consigo mesma, fazendo simplesmente aquilo que gosta, o que a identifica. Aos poucos, todo esse conjunto de pensamentos e crenças positivas atua com um verdadeiro amortecedor das ideias suicidas, das crenças limitantes e até dos medos. No entanto, não é fácil comprometer-se com nosso Ikigai, com o nosso propósito de vida. Os japoneses nos lembram que devemos ser como um guerreiro leal e corajoso que cumpre um objetivo muito específico: manter a nossa integridade e essa afinidade com a nossa própria essência (A MENTE É MARAVILHOSA. Disponível em: < https://amenteemaravilhosa.com.br/ikigai-descobrir-
propositos-de-vida/>). Para viver o Ikigai, é preciso aprender algumas coisas simples e básicas, entre elas nunca desejar a mesma felicidade que se supõe que os outros possuem. A felicidade que vemos nos outros pode não ser real. Da mesma forma, não é saudável querer fazer a mesma coisa que as pessoas que nos rodeiam. Além de não vivermos o Ikigai, estaremos vivendo como noventa e nove porcento da população, ou seja, fazendo igual ao que os outros fazem. O desafio é ter coragem para viver de acordo com nossos sonhos, desejos e objetivos. Com isso, seremos únicos, seremos o um porcento que aspira à satisfação verdadeira e à plenitude.
IKIGAI E A LOGOTERAPIA Pesquisando uma filosofia idêntica ao Ikigai no ocidente, encontramos a Logoterapia, de Viktor Frankl, psicanalista austríaco. Embora os conceitos sejam idênticos, os japoneses acreditam que o Ikigai vai além da Logoterapia, uma vez que esta está relacionada apenas à terapia. A resposta para a pergunta Para que serve a Logoterapia? é encontrar motivos para viver. Resposta bem parecida para a pergunta O que é Ikigai?, conforme já definido anteriormente. Mas logo percebemos que realmente a Logoterapia está mais relacionada com terapia:
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A loterapia estimula o paciente a descobrir conscientemente o sentido da vida, a fim de enfrentar suas neuroses. Assim a luta pessoal para alcançar seu destino o motivará a seguir em frente e superar as amarras mentais do passado, driblando os obstáculos que encontrar pelo caminho (GARCÍA; MIRALLES, 2018, p. 69).
A Logoterapia também defende que é preciso haver algo pelo que viver, da mesma forma que o Ikigai. Héctor Garcia e Francesc Miralles, na página 69, mencionam um estudo feito por Viktor Frankl, na sua clínica em Viena, Áustria, entre pacientes e sua equipe, que revelou que oitenta porcento das pessoas reconheciam que o ser humano necessita de um motivo para viver. Segundo Frankl, O ser humano é capaz de viver e morrer por seus princípios e ideais. A busca por um sentido se converte em uma força primária e pessoal que nos permite alcançar nossos objetivos (GARCÍA; MIRALLES, 2018, p. 70).
Viktor Frankl criou a Logoterapia durante sua experiência no campo de concentração de Auschwitz. No confinamento, ele percebeu que tudo pode ser tirado de uma pessoa, menos a escolha de como irá enfrentar as circunstâncias da vida e a escolha do seu próprio caminho. A experiência o levou a perceber a importância de haver algo maior que desse sentido à vida, algo que fosse a própria razão de ser da vida. Encontrar o sentido da vida, como defende a Logoterapia, fornece ao ser humano razões para preencher esse espaço. Para Frankl, o homem que enfrenta seus problemas e converte seus objetivos em atividades poderá olhar para trás com paz interior ao envelhecer. Não invejará a juventude alheia, porque terá um acúmulo de vivências e experiências que lhe mostrarão que viveu por algo e para algo (GARCÍA; MIRALLES, 2018, p. 73).
Tanto o Ikigai quanto a Logoterapia buscam a razão de ser, um motivo para o qual levantar todas as manhãs. Entretanto, a Logoterapia visa mais o preenchimento do vazio existencial, adentrando a dimensão espiritual. O olhar da Logoterapia é para o futuro. O Ikigai também preenche a vida de uma pessoa, porém considera de grande importância o estar no fluxo, ou seja, gostar tanto de fazer algo que não percebe o tempo passar, e estar no momento presente. Segundo o Ikigai, o momento de poder está no presente. Não está no
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passado e nem no futuro, posto serem tempos inexistentes. Um já passou e o outro não chegou ainda. De qualquer forma, a Logoterapia veio trazer uma luz para a psicanálise tradicional, que é retrospectiva, isto é, que olha para o passado do paciente e analisa a sua neurose. A concentração é na dimensão psicológica do ser, enquanto a Logoterapia adentra a dimensão espiritual, conferindo um sentindo para a existência. Quando falamos em dimensão espiritual, falamos da essência do ser. Quando falamos em essência do ser, falamos naquilo que é uma pessoa é de fato. Todas as respostas estão dentro dela. Elas apenas estão esperando serem descobertas. Como dizia Sartre: “O homem não inventa o sentido de sua existência, mas sim, descobre-o”. E o Ikigai vai além da descoberta da razão de ser. O Ikigai é uma forma de viver a vida, com sentido e um sentimento de plenitude em todas as áreas da vida, inclusive a profissional. Trabalhar com aquilo que se ama, tendo um propósito, confere felicidade, prazer e paz. Uma pessoa não pode ser feliz apenas sendo uma fábrica de dinheiro, porém sem amar a sua empresa. Agora, amar a sua empresa, vivendo o seu propósito através dela, fará dela uma fábrica de dinheiro e de felicidade. Isso é Ikigai!
IKIGAI E COACHING Ikigai é um conceito que combina com Coaching. Sabendo que, no Coaching, o Coachee identifica o seu estado atual e o estado desejado, o Ikigai funcionará no processo como uma alavanca propulsionadora, que levará o Coachee a descobrir a sua razão de ser, a razão que o leva a sair da cama todos os dias. O Ikigai no Coaching é um olhar muito profundo para dentro do Coachee, em que ele descobre suas potencialidades, suas habilidades, mas também identifica o seu vazio existencial. Como este vazio pode ser preenchido? O que faz a pessoa se sentir plena e realizada? O que ela ama de verdade fazer, de modo que ela se perca no horário e não conte mais os minutos e segundos para
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terminar o seu dia de trabalho? Estas são algumas perguntas que o Ikigai responde no Coaching. Quando se associa Ikigai ao Coaching, este não é apenas um meio para se ir do estado atual ao estado desejado. O Coaching passa a ser um processo de autoconhecimento, que leva a redescobrir valores, virtudes e formas de se viver uma vida significativa. Os objetivos passarão a estar alinhados com os desejos mais profundos da pessoa. Chega a ser um alinhamento com a alma, com sua essência, pois isso confere sentido. Todo processo transformador e a realização do potencial humano se inicia com o entendimento desta questão: - o que eu amo fazer? É no cerne desta questão que encontraremos o que, para a filosofia e metodologia Ikigai, traduz-se por MOTIVAÇÃO PROFUNDA. A palavra motivação tem origem em motivo para a ação. Logo, fica evidenciado que, sem saber qual é nosso moto (aquilo que nos coloca em movimento), dificilmente encontraremos motivação profunda para realizar algo com EXCELÊNCIA (IKIGAI. Disponível em: http:// www.ikigaibrasil.com).
Associando Ikigai ao Coaching, acontece um alinhamento mais profundo do propósito de vida e para viver uma vida mais produtiva e com mais significado. Com esse alinhamento mais profundo, a pessoa terá melhor performance na vida e será a protagonista de sua história, pois, somente vivendo uma vida com significado, com sentido, ela poderá verdadeiramente se considerar e se sentir feliz.
REFLEXÕES E PONDERAÇÕES SOBRE IKIGAI De acordo com os japoneses, todos têm um Ikigai. E descobrir qual é o seu requer uma profunda e, muitas vezes, extensa busca de si mesmo. Porém, essa busca é extremamente importante porque, somente a partir dela, é possível trazer satisfação e significado para sua vida (MOGI, 2018, p. 6).
Encontrar o Ikigai é de suma importância para quem quer viver uma vida de plenitude e satisfação. Ter o Ikigai definido e claro confere felicidade e significado à vida. Em si, Ikigai é uma arte, uma arte de viver com significado. Quando uma pessoa encontra o seu Ikigai, ela deve segui-lo e alimentá-lo diariamente, de modo a dar sentido a sua vida. Quando se coloca significado na !87
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vida, uma tarefa rotineira converte-se em um feliz fluir, porque a pessoa age e trabalha com satisfação. Um sinal de que a vida não está transcorrendo como deveria é a vida de uma pessoa não fluir, é a vida parecer estar emperrada. Podemos até por um tempo viver sem Ikigai, fazendo de conta que a vida é apenas dormir, levantar pela manhã, talvez tomar um café da manhã com pressa e trabalhar. Mas todo ser humano um dia depara-se com a sua realidade interior e precisa tomar uma decisão do que fazer a respeito. Ela pode optar por continuar fazendo de conta e fingindo que algo não é com ela. Mas isso não durará por tanto tempo. Em algum momento de nossas vidas somos levados a refletir, a olhar para dentro e ver as respostas que sempre buscamos fora. Ikigai olha para dentro, porque é lá que ele está e é lá que estão as respostas que precisamos para a vida. Ikigai confere um novo olhar para uma vida sem sentido. Ikigai resgata a pessoa de uma vida sem significado e a leva para um caminho de felicidade. Com Ikigai mudamos a nossa vida, porque passamos a ver cor onde antes apenas havia o vazio. Confúcio disse: “Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida.” Essa frase é verdadeira e se aplica ao Ikigai. Quando encontramos aquilo que amamos, não trabalhamos, e sim, ocupamo-nos com algo que nos dê prazer e nem sequer vemos o tempo passar. Sendo assim, conclui-se que felicidade não é um fim, mas é o caminho que percorremos. De nada adianta chegar ao destino se não apreciamos as flores que estão no caminho. Devemos focar nos nossos objetivos, mas nunca podemos deixar de olhar para o caminho que nos leva a eles. O passado já passou. O futuro não chegou ainda. Resta-nos apenas o presente para ser vivido na totalidade, com inteireza. Ser inteiro o tempo todo é o segredo para o Ikigai. Prestar atenção aos detalhes da vida é Ikigai. Cuidar de sua saúde é Ikigai. Ver a beleza do caminho que nos leva ao trabalho é Ikigai. Ver a beleza da família que constituímos é Ikigai. Apreciar o trabalho que realizamos todos os dias é Ikigai. Sorrir para um rosto entristecido é Ikigai. Escolher as palavras certas ao se dirigir a alguém é Ikigai. Ikigai é estar no fluxo constante da vida.
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Para finalizar, segue a última estrofe do poema O Enamorado da Vida, de Olegário Mariano, escrito em 1937: “Vida! Quero viver todas as tuas horas, As que prendi na mão e as que nunca alcancei. Ser um pouco de ti no espelho das paisagens Para, quando morrer, levar dentro dos olhos A beleza imortal de tudo quanto amei.”
Que a vida sempre nos brinde com leveza, com beleza, com simplicidade, mas com profundeza de alma! Isso é Ikigai!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ikigai é um tema apaixonante porque trata da natureza essencial
humana. Todas as pessoas têm seu Ikigai. Em nome da felicidade e do bemestar, vale a pena fazer uma viagem interior e encontrar o seu Ikigai, pois é lá que ele está.
Encontrar o Ikigai não é uma tarefa difícil. Basta fazer uma auto-
observação e responder as seguintes perguntas: o que eu amo fazer? O que, quando estou fazendo, faz-me esquecer do relógio? O que me dá alegria, sensação de paz e bem-estar quando estou fazendo?
A grande maioria das pessoas ainda não encontrou o seu Ikigai, ainda
não está vivendo uma vida com sentido; conhece apenas o vazio existencial. Isso acontece porque o foco ainda está em viver a vida apenas para a satisfação dos desejos materiais e, quando não consegue essa satisfação, entram em cena a frustração, a decepção, a depressão.
O Ikigai não necessariamente é vivido através da profissão que
escolhemos. Podemos ter a nossa profissão, o nosso negócio e este não ser nosso Ikigai. Isso não tem nenhum problema, desde que a pessoa esteja consciente de que ela tem o seu emprego para garantir a sua subsistência ou tem o seu negócio para fazer dinheiro, mas que, para se sentir plena, precisa buscar um sentido para sua vida. Muitas pessoas encontram esse sentido em trabalhos voluntários. Entretanto, viver o Ikigai através da profissão é viver em plenitude. Da mesma forma, viver o Ikigai através de um negócio é altamente recompensador, porque a empresa colocará para as pessoas o seu
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melhor, indo ao encontro de suas necessidades e não pensará apenas no lucro pelo lucro.
A vida só tem sentindo quando encontramos o sentido que ela
verdadeiramente tem e não aquele que nós queremos que ela tenha. Estamos onde estamos por uma razão, por um propósito. Basta apenas descobrir esta razão, este propósito, para a vida se descortinar e mostrar suas verdadeiras cores.
REFERÊNCIAS A MENTE É MARAVILHOSA. Ikigai: a arte que o levará a descobrir os seus propósitos de vida. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/ikigai-descobrir-propositos-de-vida/>. Acesso em: 20 mar. 2019. GARCIA, Héctor; MIRALLES, Francesc. Ikigai: os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018. IKIGAI BRASIL. Ikigai Brasil. 2018. Página inicial. Disponível em: <http://ikigaibrasil.com/>. Acesso em: 20 mar. 2019. ______. A solução definitiva para viver seu propósito (E-book). Disponível em: <http:// ikigaibrasil.com/>. Acesso em: 20 mar. 2019. MOGI, Ken. Os cinco passos para encontrar o seu propósito de vida e ser mais feliz. São Paulo: Astral Cultural, 2018.
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Pensamento & Ação
Revista Ano 2 - Volume XI - Edição 02 da Série Especial A Força !91 do Conhecimento - Junho 2019 - ISSN 2525-801X